O documento descreve o movimento literário Parnasianismo, caracterizado pela ênfase na "arte pela arte", culto da forma e temática greco-romana. Os principais representantes no Brasil foram Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac.
3. O parnasianismo é uma estética
literária de caráter exclusivamente
poético, que reagiu contra os abusos
sentimentais dos românticos. A poesia
parnasiana voltada para onde há o ideal
da perfeição estética e a sublimação da
"arte pela arte".
5. ARTE PELA ARTE:
Os parnasianos ressuscitam o preceito latino de que a arte é gratuita, que só
vale por si própria. Ela não teria nenhum valor utilitário, nenhum tipo de
compromisso. Seria auto-suficiente. Justificada apenas por sua beleza formal.
Qualquer tipo de investigação do social, referência ao prosaico, interesse pelas
coisas comuns a todos os homens seria „matéria impura‟ a comprometer o texto.
Restabelecem, portanto, um esteticismo de fundo conservador que já vigorava
na decadência romana. A arte passava apenas a ser um jogo frívolo de espíritos
elegantes.
6. CULTO DA FORMA:
O resultado imediato dessa visão seria o endeusamento dos processos
formais do poema. A verdade de uma obra residiria em sua beleza. E a beleza
seria dada pela elaboração formal. Essa mitologia da perfeição formal e,
simultaneamente, a impotência dos poetas em alcançá-la de maneira definitiva
são o tema do soneto de Olavo Bilac intitulado "Perfeição".
Os parnasianos consideravam como forma a maneira do poema se
apresentar, seus aspectos exteriores. A forma seria assim a técnica de
construção do poema.
7. TEMÁTICA GRECO-ROMANA:
Apesar de todo o esforço, os parnasianos não conseguiram articular
poemas sem conteúdos e foram obrigados a encontrar um assunto
desvinculado do mundo concreto para motivo de suas criações.
Escolheram a antigüidade clássica, sua historia e sua mitologia.
Assistimos então a centenas de textos que falam de deuses, heróis,
personagens históricos, cortesãs, fatos lendários e até mesmo objetos.
8. PARNASIANISMO NO
BRASIL
No Brasil, o parnasianismo chegou na segunda metade do século XIX e teve força
até o movimento modernista (Semana de Arte Moderna de 1922). Tem seu marco
inicial com a publicação de “Fanfarras” de Teófilo Dias, em 1882. Contudo, Alberto
de Oliveira, Olavo Bilac e Raimundo Correia também auxiliaram a implantação do
Parnasianismo no Brasil. Os temas universais, vangloriados pelos franceses, se
opunham ao individualismo romântico, que revelava aspectos pessoais, desejos,
aflições e sentimentos do autor. Outra característica que o Parnasianismo brasileiro
não seguiu à risca foi a visão mais carnal do amor em relação à espiritual. Olavo Bilac,
principalmente, enfatizou o amor sensual, entretanto, sem vulgarizá-lo.
9. O S P R I N C I PA I S R E P R E S E N TA N T E S D O
PA R N A S I A N I S M O B R A S I L E I R O F O R A M :
- Alberto de Oliveira. Obras principais: Meridionais (1884), Versos e Rimas
(1895), Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914), O Culto da Forma na Poesia
Brasileira (1916).
- Raimundo Correia. Obras principais: Primeiros Sonhos (1879),
Sinfonias(1883), Versos e Versões(1887), Aleluias(1891), Poesias(1898).
- Olavo Bilac. Obras principais: Poesias (1888), Crônicas e novelas (1894),
Crítica e fantasia (1904), Conferências literárias (1906), Dicionário de rimas (1913),
Tratado de versificação (1910), Ironia e piedade, crônicas (1916), Tarde (1919).
11. Nasceu em Saquarema, Rio de Janeiro. Diploma-se em
farmácia; inicia o curso de Medicina. Ao lado de Machado
de Assis, faz parte ativa na Fundação da Academia de
Letras. Foi doutor honoris causa pela Universidade de
Buenos Aires. Elegem-no "príncipe dos poetas brasileiros"
num concurso promovido pela revista Fon-Fon, para
substituir o lugar deixado por Olavo Bilac. Faleceu em
Niterói, RJ, em 1937.
13. Poeta e diplomata brasileiro, foi considerado um dos
inovadores da poesia brasileira. Quando secretário da
delegação diplomática brasileira em Portugal, publica aí uma
coletânea de seus livros na obra Poesia(1898). De volta
ao Brasil, assume a direção do Ginásio Fluminense de
Petrópolis. Com a saúde bastante abalada, retorna à Europa,
vindo a falecer em Paris.
15. Nasceu no Rio de janeiro, numa família de classe média.
Estudou Medicina e depois Direito, sem se formar em
nenhum dos cursos. Jornalista, funcionário Público,
inspetor escolar, exerceu constantemente atividade
nacionalista, realizando pregações cívicas em todo o país.
Paralelamente, teve certas veleidades boêmias e foi
coroado como "Príncipe dos poetas brasileiros".