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Desenvolvendo uma fé verdadeira ou
mera religiosidade.
Mauro R. Silva – Batatais - SP 2014
“E serviu o povo ao SENHOR todos os dias de Josué, e todos os dias dos
anciãos que ainda sobreviveram depois de Josué, e viram toda aquela
grande obra do SENHOR, que fizera a Israel. Faleceu, porém, Josué, filho
de Num, servo do SENHOR, com a idade de cento e dez anos; E
sepultaram-no no termo da sua herança, em Timnate-Heres, no monte de
Efraim, para o norte do monte de Gaás. E foi também congregada toda
aquela geração a seus pais, e outra geração após ela se levantou, que
não conhecia ao SENHOR, nem tampouco a obra
que ele fizera a Israel.” Juízes 2:7-10
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Quantos pais e responsáveis por crianças, no afã de
ajudá-los na fé acabam por fazerem de seus filhos meros
religiosos, e depois quando essas crianças crescem e adquirem
uma certa idade já não querem saber mais nada daquilo que
foram obrigados a fazer: ir às reuniões da igreja, ler a Bíblia, orar,
etc... Ou se vão às reuniões da igreja o fazem por medo, culpa,
ou por fazer a vontade de seus pais, mas depois que saem das
reuniões nada mudou na vida deles, pois o que se faz nas
reuniões não passa de coisas tolas e enfadonhas na mente deles.
Lobo come carne e ovelha come capim. Ovelha não come
carne e lobo não come capim, isso é próprio de suas naturezas.
Essa é uma realidade comum desde os tempos antigos de
Israel e é a mesma coisa na história da igreja. Isso tem se
repetido pelos séculos e ainda hoje é muito comum. As novas
gerações que se levantam não conhecem ao Senhor, nem
tampouco a obra que Ele fez.
Gente de todas as famílias, filhos de pastores, e gente
que é considerada muito séria com Deus tem tido essa
experiência. Há igrejas onde acontece isso de modo comum de
um ministério para o outro.
O que aconteceu?
Por quê isso?
De quem é a culpa?
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O fato é que essa nova geração nunca desenvolveu uma
fé verdadeira na pessoa de Jesus Cristo e não conhecem a graça
de Deus, mas apenas cumpriram as formalidades
comportamentais da igreja-religião.
As questões não são: o que aconteceu, por quê, de quem
é a culpa?
A questão é: Por que isso acontece?
Vamos tentar entender o texto e a história.
A fidelidade deste povo estava vinculada à presença de
pessoas que estavam influenciando positivamente este povo
para seguir a Deus: Josué e os anciãos. Mas quando faleceu
Josué e depois de um tempo também faleceram os anciãos,
aquele povo já não tinha a mesma influência sobre seus filhos e
o povo também faleceu e uma nova geração surgiu, que não
conhecia ao Senhor e nem a obra dEle.
O que é que aconteceu?
O povo serviu a Deus somente enquanto Josué e os
anciãos estavam vivos. Enquanto havia a influência de Josué e
dos anciãos, dizendo à eles o que fazer e o que não fazer,
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cobrando, estimulando... “Vocês precisam ir ao templo, oferecer
sacrifícios, fazer algo, se envolverem mais, etc.” Enquanto isso
aconteceu eles obedeceram... Mas tão logo essa influência
acabou, eles se desviaram totalmente. Não conheciam ao
Senhor, nem a obra dele.
Houve ensino, mas não houve aprendizagem.
O que se gerou foi apenas mera religiosidade.
Sempre encontrei pessoas que deixaram suas casas e
foram para outra cidade, muitas dessas pessoas quando estavam
morando com seus pais eram bem comportadas, agiam com
honestidade, mas depois que estavam longe da influência dos
pais, da família, eles eram outras pessoas.
Nas igrejas temos visto a mesma coisa aocntecer, você
leva os filhos para a igreja, ensina-os a serem compromissados,
fazer oração, darem ofertas, cantar, tocar, senta, levanta, fica
quieto, leia a Bíblia, presta atenção no pastor, etc... Mas nem por
isso, significa que eles estão aprendendo. Existe ensino, mas não
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existe aprendizado, transformação de vida. Quando a influência
dos pais passa o que fica é apenas mera religiosidade.
É preciso tomar cuidado com o coração.
Discípulo = aquele que aprende.
A fé verdadeira só se desenvolve no coração de um
discípulo e não de um mero religioso. O coração do discípulo é
um coração de alguém que aprende sempre, que está em
adoração à Deus espontaneamente, voluntariamente,
naturalmente. Ele quer conhecer a Deus e suas obras.
Ensinar é importante e bom, mas não é o suficiente
para fazer um discípulo de Jesus. É preciso estar atento para as
mudanças, as necessidades deles, e saber como eles aprendem
para poder ajudá-los.
Muita gente pode vir nas reuniões da igreja e não
entregar seu coração à Deus. E quando se perde a influência dos
pais, dos líderes, ou se viaja ou se muda para outro lugar, então
o natural é se afastar de Deus, pois nem O conhece e nem
tampouco as suas obras.
José, Daniel e seus amigos, eram discípulos e não meros
religiosos. Eles conheciam ao Senhor e a obra de Deus e por isso
nada poderia mudar aquilo que era natural neles. Mas muitos
outros na história nunca conheceram ao Senhor, como os filhos
de Eli por exemplo. Embora estivessem no Tabernáculo e
estavam fazendo aquelas coisas comuns, como na igreja, eles
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não tinham o coração atentos para aprenderem com aquilo, o
resultado foi lastimável.
É preciso cuidado para observar nossos filhos, nossos
queridos, a nova geração, se não são apenas meros religiosos. É
preciso ver se eles conhecem de fato ao Senhor e Sua obra em
seu favor. É preciso ver se são de fato discípulos de Jesus, se tem
um coração que aprende, um coração de discípulo, um coração
que ama a Deus, que admira Sua obra de graça. É preciso cuidar
do coração, essa é a diferença entre a fé verdadeira e a mera
religiosidade.