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Tópicos selecionados de
Toxicologia Ocupacional

Professor Doutor
Henrique Vicente Della Rosa
Faculdade de Ciências Farmacêuticas – USP
Toxikon Assessoria Toxicológica
hdellarosa@toxikon.com.br
Tópicos selecionados de
    Toxicologia Ocupacional

   Princípios gerais de Toxicologia
    Ocupacional

   A importância da Toxicologia no dia
    a dia do Médico do Trabalho:
    exemplos práticos
Princípios gerais de
            Toxicologia
•   Relação dose/resposta
•   Fatores que influenciam na toxicidade
•   Toxicocinética
•   Toxicologia dos metais: Pb; Hg; Cd; As.
•   Toxicidade dos solventes
•   Gases e vapores irritantes e asfixiantes
•   Agrotóxicos
Introdução
• O corpo humano possui sistemas naturais de defesa
  que ajudam a proteger contras muitos riscos
  ambientais e ocupacionais.
• Esses sistemas de defesa ajudam também o
  organismo a curar-se quando sofre um dano e/ou
  fica doente.
• Os riscos ocupacionais podem ser por bactérias;
  vírus; substâncias químicas (material particulado,
  líquidos, gases, vapores); ruído, temperatura,
  procedimentos de trabalho (fatores anti-
  ergonômicos)
Os trabalhadores podem estar expostos a esses riscos
    que podem debilitar seus sistemas de defesa do
                      organismo.
Riscos ocupacionais:
Substâncias químicas


•   Material particulado
•   Líquidos
•   Gases
•   Vapores
Principais vias de introdução



 • Respiratória
 • Pele
 • Oral digestiva
Absorção Através da Pele

A pele constitui-se numa importante
camada protetora do organismo.
Mas....
• Não protege sempre contra os
  riscos presentes no ambiente de
  trabalho porque as substâncias
  químicas podem ser absorvidas
  diretamente pelo organismo
  através da pele saudável.
• Uma vez absorvidas, as substâncias
  químicas através da circulação são
  transportadas para os órgãos alvo
  produzindo efeitos nocivos.
Pele

• Vários materiais ou situações no ambiente de
  trabalho podem causar moléstias ou lesões.



• O trabalho mecânico em que realiza fricções,
  pressão e outras formas de força (p. ex.,
  trabalhadores que utilizam rebitadeiras, retiram
  lascas, verrumas e martelos) podem produzir calos,
  bolhas, lesões nos nervos, cortes, etc.
Pele
• As centenas de novas substâncias químicas que
  ingressam nos ambientes de trabalho a cada ano,
  algumas delas podem ocasionar irritação da pele e
  reações alérgicas da derme.

• Algumas substâncias tais como ácidos e álcalis
  fortes provocarão lesões na pele quase
  imediatamente.

• Outras como ácidos e álcalis diluídos e solventes
  em geral, provocarão efeitos na pele só se houver
  contacto da pele com a substância química durante
  vários dias.
Quais substâncias pode podem
            danificar a pele?

• Todas as formas de petróleo, entre elas o diesel,
  lubrificantes, combustíveis, solventes, diluentes e
  desengraxantes, (parafina, tricloroetileno, e os
  produtos derivados do petróleo);
• Produtos do alcatrão da hulha, compreendidos os
  fenóis e os cresóis.
• Algumas substâncias podem tornar a pele
  enrijecida, após a formação de bolhas ou produzir
  escamas isto é, dermatites.
Dermatites: sintomatologia



Habitualmente os sintomas somente aparecem
quando a substância química entra em contacto com
a pele e desaparecem quando o trabalhador deixa de
estar em contacto com a mesma.
Algumas substâncias químicas que
      causam dermatites de contacto

• Formaldeído.
• Compostos de níquel.
• Resinas epóxi e catalisadores utilizados na
  fabricação de produtos plásticos.
• Agentes germicidas que levam o sabão e outros
  produtos de limpeza, em particular o
  hexaclorofeno, bitionol e as salicilanilidas
  halogenadas.
• Cromatos.
Sistema Respiratório

• O sistema respiratório dispõe de mecanismos muito
  eficazes para filtrar os poluentes normais que
  ocorrem no ar.
• Os sistemas de filtração do nariz (pelos) e do trato
  respiratório superior (mucosa, cílios vibráteis)
  impedem que grandes partículas penetrem no
  organismo e atinjam os pulmões produzindo efeitos
  adversos à saúde.
Sistema Respiratório

• Em geral filtra as partículas de pós de
  diâmetros grandes, entre as quais as fibras.
• É muito difícil eliminar as partículas de
  diâmetros pequenos que pode atingir partes
  mais profundas dos pulmões e ocasionar
  graves problemas respiratórios locais.
• Quando os pulmões estão expostos a
  concentrações elevadas de pós, vapores,
  fumos do cigarro, poluentes da atmosfera, os
  mecanismos de filtração podem ficar
  sobrecarregados e sofrer um dano.
Sistema Respiratório

• Uma vez sofrido o dano é provável que se
  desenvolvam nos pulmões, diferentes
  bactérias,vírus etc, provocando
  pneumonias.
• Tarefas em locais cheios de pós (mineiros
  de bauxita e carvão; engenhos de açúcar;
  de amianto; indústria química; indústria
  farmacêutica, etc) ⇒ maior possibilidade
  de contrair doenças respiratórias que
  outros trabalhadores em outras atividades.
Sistema Respiratório

•   Mineiros de bauxita
•   Mineiros de carvão
•   Engenhos de açúcar
•   Amianto
•   Indústria química
•   Indústria farmacêutica, etc
      Maior possibilidade de contrair doenças
     respiratórias que outros trabalhadores em
                 outras atividades.
Gases e vapores

•Irritantes
     o   Primários
     o   Secundários


•Asfixiantes
     o   Simples
     o   Sistêmicos
• Os gases e vapores podem também
  penetrar no organismo através do
  sistema respiratório.
• Efeitos locais no trato respiratório
  superior e nos pulmões e, outras
  serão absorvidos passando para a
  corrente sangüínea e provocar
  efeitos adversos nos órgãos alvo.
______________________
Amônia – irritante respiratório.
Gás sulfídrico – irritante e depressor do SNC.
O organismo dispõe de vários mecanismos que
  podem “emitir” sinais de alarme quando ocorrem
  riscos:
        • Odor
        • Tosse
        • Irritação no nariz


Estes sinais de advertência apenas dirão que há um
  provável risco.

Todavia muitas substâncias químicas não
  apresentam odor e assim não podemos
  identificar.
• Outras substâncias químicas só
  apresentam odor quando se apresentam
  em concentrações muito acima dos “níveis
  de segurança” e já podem estar
  provocando danos à saúde.
• Alternativamente, outras não apresentam
  odor após determinado tempo próximo a
  elas, pois o nariz se habitua com o seu
  odor (adaptação).
• Dessa forma o olfato nem sempre é um
  sinal de alarme confiável.
Aspectos Toxicológicos
         dos
 Solventes Orgânicos
O que é um Solvente?

De interesse para a Toxicologia Ocupacional:
• Liquido
• Compostos Orgânicos
• Dissolve outros compostos orgânicos
• Lipofílicos
• Habitualmente volátil
• Alguns compostos em outros contextos
Usos

    Como Solvente              Como algo mais

• Dissolução                  Combustíveis
• Extração                    Alimentos
• Desengraxamento             Drogas de abuso
• Tintas, corantes,           Bebidas
  pinturas, coberturas        Anticongelante
• Diluição, dispersante       Explosivos
• Limpeza a seco              Poluentes
Classes Químicas dos
             Solventes (1)
•   Hidrocarb. Alifáticos      Gasolina
•   Hidrocarb. Cíclicos        Ciclohexano
•   Hidrocarb. Aromáticos      Benzeno, tolueno
•   Cetonas                    Ciclohexanona,
•   Aldeídos                    acetona
•   Álcoois                    Acetaldeído
•   Éteres                     Etanol, metanol
•   Ésteres                    Éteres Glicólicos
                               Acetato de Etila
Classes Químicas dos
           Solventes (2)
• Hidrocarbonetos Nitro   • Etilnitrato, TNT

• Alcanos Halogenados     • 1,1,1-tricloretano,
                          • tetracloreto de
                            carbono,
                          • clorofórmio
• Alcenos Halogenados     • Tricloretileno,
                          • Cloreto de vinila

                          • Querosene,
• Misturas                • “white spirit”
Toxicocinética dos
             Solventes (A)

• Absorção rápida
   •   Via inalatória (solventes voláteis, por difusão)
   •   Via cutânea
   •   Ingestão (incomum)
• Distribuição
   •   De acordo com o teor de lipídeos e
       vascularidade
   •   Tecidos:adiposo e os ricos em lipídeos (são
       depósitos para armazenamento)
Toxicocinética dos
           Solventes (B)
• Metabolismo
 •   Geralmente hepático, pelo sistema MFO
 •   Bioativação de alguns para metabólitos
     tóxicos
• Excreção
 •   urina, produtos conjugados
 •   fezes, produtos conjugados
 •   ar expirado, solventes voláteis



         MFO = função oxidase mista
Características comuns na
   Toxicidade dos Solventes


• Efeitos dérmicos locais devido a
  extração dos lipídeos da derme
• Efeito depressor do SNC
• Efeitos Neurotóxicos
• Efeitos Hepatotóxicos
• Efeitos Nefrotóxicos
• Risco variável de câncer
Efeitos Hepáticos dos
        Solventes (1)

               Hepatite química, com ↑ transaminases
•
               indicando dano hepatocelular
               Esteatose (fígado gorduroso),
•
               ocasionalmente progredindo para necrose
               hepática
               Possível cirrose (na recuperação)
•
               Metabolismo reduzido de outros
•
               xenobióticos
Efeitos Hepáticos dos
           Solventes (2)

• Mecanismos da hepatotoxicidade
      desalogenação
      formação de radicais livres
• Hidrocarbonetos Halogenados têm maior
  toxicidade
   •   tetracloreto de carbono, clorofórmio
   •   1,1,1-tricloretano, tricloretileno


         Hidrocarbonetos não halogenados
Toxicidade Renal dos
             Solventes
• Necrose tubular aguda
  •   Exposição aguda severa
  •   Hidrocarbonetos halogenados, glicóis, tolueno,
      destilados do petróleo
• Glomérulonefrite
  • crônica, exposição crônica
  • a gasolina está implicada
Neurotoxicidade Central
             Aguda
Atividade como um anestésico geral ou por
            uma inibição seletiva


 •   Narcose
 •   Euforia
 •   Agitação (desinibição)
 •   Incoordenação motora, ataxia, disartria
Neurotoxicidade Central
             Crônica
      Controversa, difícil atribuir

“Síndrome dos Pintores”
  •   Depressão
  •   Desempenho psicomotor retardado
  •   Alteração da personalidade
  •   Diminuição da memória recente

Bateria de Testes Neurocomportamentais
                  da WHO
Problemas na Avaliação da
        Neurotoxicidade dos
            Solventes

•   Definição de casos não especifica
•   Índice de prevalência na reprodução
•   Variabilidade nos testes neurocomportamentais
•   Exames fisiológicos não específicos
•   Confundida com etanol, trauma, outros fatores
•   Exposições mistas
Neurotoxicidade
       Periférica e Solventes
• Neuropatia axonal distal
• Solventes conhecidos especificos ou
  suspeitos de causar NP:
                      NP
  •   n-hexano, metil-n-butil cetona, dissulfeto de
      carbono (conhecidos)
  •   estireno, tetracloretileno (suspeitos)


  Apresentam-se inicialmente nas
        baixas extremidade
Neurotoxicidade
       Periférica e Solventes
• Parestesias sensoriais precoces
   •   Dormência
   •   Perda da capacidade de receber estímulos
       dos músculos e tendões (posteriormente).
            Ex: reflexos no tendão de Aquiles,
       vibração.


• Efeitos motores
   •   Fraqueza motora
   •   Atrofia de nervos
Neurotoxicidade
      Periférica e os Solventes
Eletrofisiologia
  •   Padrão de inervação
  •   Condução nervosa lenta
Diagnostico diferencial
  •   Outros agentes tóxicos (etanol - induz
      neuropatia)
  •   Mecânica (compressão) - trauma
  •   Deficiências nutricionais, metabólicas,
      hereditárias (proteínas loucas)*
  •   Desmielinização, proteínas pré-neoplásicas
      (SSxs)

                 * SSxs madprotein
Neurotoxicidade Periférica
      (produto Hexanodiona)

 Síndrome clássica em           Mecanismos comuns do
 Medicina do Trabalho           n-Hexano e da MnBK*

• Reconhecida em 1964            Ambos metabolizados a
  no Japão (manufat.             2,5-hexanodiona
  sandal.)                       Maciça morte axonal
• Mais tarde: prevalente         Desenervação
• Inicio rápido (meses)          Degeneração distal do
• MEK poderia potenciar          axônio
• Controle pela                  Tri-o-cresil fosfato
  substituição

                •MnBK – metil n butil cetona
                  •MEK – metil etil cetona
Toxicologia Geral dos
      Solventes Halogenados Alifáticos


• Severa hepatotoxicidade (CCl4 - CHCl3)
• Nefrotoxicidade
• Arritmias Cardíacas
• Carcinogenicidade
     alcanos: polihaletos, cloretos
     alcenos: monohaletos, cloretos
Toxicologia especifica
       dos Solventes Alifáticos
• Gasolina
  •   Glomérulonefrite (?)
  •   Aspiração ⇒ pneumonite
  •   Teor de Pb ?
• Nitratos alifáticos (inclusive o TNT)
     Metemoglobina
     Hipotensão
     Severa hepatotoxicidade
Toxicologia especifica dos
         Solventes Halogenados
                Alifáticos
• Tricloretileno [Ca]
• Tetracloreto de Carbono, clorofórmio - [Ca]
       Severa hepatotoxicidade
• Diclorometano (cloreto de metileno, CH2Cl2)
  [Ca]
       Metabolisado a CO




                [Ca] : carcinógeno
Etanol (1)

• Etanol é um bom exemplo para os álcoois
   o   → acetaldeído (CH3CHO)→ acetato (CH3COO-)
• Álcool desidrogenase
   o   cinética zero-ordem
   o   inibida pelo disulfiram, metranidazol
• Catalase (limitada pela H2O2)
• Induzida pelo MEOS
Etanol - 2

• Efeitos Adversos - numerosos
  
      Intoxicação aguda
      o   Embriaguez
      o   Abuso crônico do álcool (dependência)
      o   Síndrome alcoólica fetal
     Síndrome de abstinência
          o   Delerium tremens
          o   Outros sintomas
Outros Álcoois

Metanol
     → formaldeído CH2O (pela AD) → acido fórmico
      CHOO- (pela aldeído desidrogenase)
     Metabolismo muito lento nos primatas (a partir
      do formato)
     Toxicidade na retina ⇒ visual ∆ ⇒ cegueira
     Retardo da acidose metabólica (não da acidose
      láctica)
     Com indicação de hemodiálise, etanol
     Etanol inibe competitivamente a AD
Glicóis

• Etileno glicol (etanodiol) → → oxalato
  o   Cálculos de oxalato,
  o   Nefrotoxicidade, deposição de oxalato no
      túbulos
  o   Hipocalcemia (pela quelação)
  o   Acidose com grande perda de anions
  o   Etanol, hemodiálise
• Éteres glicólicos
  o   Toxicidade reprodutiva
Toxicologia específica dos
        Solventes Aromáticos

•   BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno, xileno) -
    contaminantes comuns do solo e água.
•   Tolueno - potente toxicidade no SNC, desordem
    cognitiva crônica
•   Xileno - irritante das membranas mucosas,
    especialmente a ocular.
Benzeno


C6H6
CAS = 71-43-2
PM = 78,1
P.E. = 80°C
Benzeno

ESPOSIÇÃO OCUPACIONAL               ESPOSIÇÃO EXTRA-
                                       OCUPACIONAL
• Refinarias de petróleo        • Fumo do cigarro
• Petroquímicas                 • Poluição do tráfego
• Coquerias                       veicular
• Distribuidores de
  combustíveis
• Síntese de outros
  solventes (estireno, fenol,
  clorobenzeno)
• Industria do couro
• Laboratórios químicos e
  biológicos
Metabolismo

• A taxa de biotransformação do benzeno
  após a exposição ocupacional é superior a
  50%.
• A primeira reação é a conversão a
  benzeno-epóxido (BE), principal
  intermediário reativo.
• O BE é sucessivamente biotransformado a
  metabólitos fenólicos que representam
  cerca de 30% da dose de benzeno
  absorvida (fenol - 15%; quinol - 12%;
  catecol - 2%; 1,2,4-benzenotriol - 2%).
Metabolismo

• O BE reage com a glutationa e o conjugado (<1%)
  origina o acido S-Fenilmercaptúrico que é
  eliminado na urina.
• O anel aromático é quimicamente estável mas
  cerca de 2% sofre uma abertura para formar um
  metabólito de estrutura linear, o ac. trans,trans
  mucônico.
Biotransformação do benzeno
Metabolismo: distribuição e
           eliminação
• O benzeno é distribuído para varias partes do
  corpo: sangue, medula óssea, tecido adiposo e
  fígado

• É transportado do sangue para os pulmões:
  eliminado

• Cerca de 12% do benzeno absorvido é eliminado
  inalterado pelos pulmões e 1% pela urina

• A meia-vida do benzeno é estimada em 9 horas,
  mas estes valores podem alcançar também 24
  horas porque o benzeno tende a depositar-se no
  tecido adiposo de onde é lentamente liberado
Toxicidade

 Intoxicação aguda          Intoxicação crônica
• Os sintomas mais
  evidentes estão a cargo   o Efeito tóxico mais
  do SNC                    relevante esta a cargo do
                            sistema hematopoiético,
                            caracterizado por uma
                            menor produção de
                            eritrócitos, leucócitos e
                            plaquetas pela medula
                            (anemia aplástica e indução
                            de leucemia)
Benzeno


∀ → epóxido → fenol → catecol, →→ acido t, t-
  mucônico
• Carcinógeno não genotóxico (?)
• Anemia aplástica, leucemia mielóide aguda
• Muconaldeído, quinonas na medula óssea
Limites de Exposição

      TLVs/ACGIH                  MAK/DFG
         (2005)                    (2005)

TWA = 0,5 ppm               TRK = Limite de
STEL = 2,5 PPM              Exposição Técnica




Efeitos críticos
(base para o TLV): Câncer
Biomarcadores

      Urina              Sangue    Ar exalado

 Ác. t,t- mucônico       Benzeno     Benzeno

Ác.S-fenilmercaptúrico
      (S-PMA)

      Benzeno
Limites Biológicos de
                 Exposição
                 (acido t,t, mucônico)

       ACGIH/BEI                     DFG/EKA
                              ambiental     urina
                             (mg/m3)       (mg/L)
500 µg/g creat
                                2,0         1,6
                                3,3         2
                                6,5         3
                                13          5

B = basal                     19,5             7
Limites Biológicos de
                 Exposição
                (ác. fenil mercaptúrico)

       ACGIH/BEI                      DFG/EKA
                                 ambiental      urina
                                 (mg/m3)     (µg/g cre)
25 µg/g creat      B
                           1,0                  0,010
                           2,0                  0,025
                           3,0                  0.040
                           3,3                  0,045
                           6,5                  0,090
B = basal                  13                   0,180

                           19,5                 0,270
Limites Biológicos de
         Exposição
            (Benzeno no sangue)

 ACGIH/BEI                   DFG/BTV
Não é relacionado
                     ambiental            sangue
                      (mg/m3)               (mg/L)



                      1                       0,9
                      2                       2,4
                      3                       4,4
                      3,3                     5.
                      6,5                    14.
                     13.                     38.
                      BTV – Biological Tolerance Value
Valores de referência

Acido S-fenilmercaptúrico urinário:
< 5 µg/g creat (não fumantes)

Acido trans,trans-mucônico urinário:
< 0,3 mg/g creat (não fumantes)

Benzeno no sangue: < 0,5 µg/L
Interferentes

• Acido S-fenilmercaptúrico urinário
  O habito de fumar representa um fator aditivo.

• Acido trans,trans-mucônico urinário
  O habito de fumar representa um fator aditivo.
  Metabólito do acido sórbico (aditivo alimentar).

• Benzeno no sangue
  O hábito de fumar e contaminação ambiental.
TOLUENO
         (metilbenzeno)



C7H8
CAS = 108-88-3
PM = 92,1
P.E. = 111°C
EXPOSIÇÃO

      OCUPACIONAL           EXTRA-OCUPACIONAL

• Petroquímicas            • Produtos de limpeza
• Refinarias de Petróleo   • Colas
Metabolismo


o O tolueno é absorvido através dos pulmões e mais
  lentamente pela pele
o No organismo é encontrado primeiramente no
  sangue
o Em seguida deposita-se no tecido adiposo
o 20 % da dose absorvida é eliminado inalterado pelo
  trato respiratório
o 80% é biotransformado: os principais metabólitos
  são o ácido hipúrico, o o-cresol e o ácido benzóico.
Toxicidade

   Exposição aguda              Exposição crônica

                              • Intolerância ao álcool
• Irritação dos vias aéreas
  superiores                  • Cefaléia
                              • Distúrbios do ritmo sono-
• Depressão do SNC
                                vigília
                              • Hepatotoxicidade
                                (hepatomegalia)
                              • Nefrotoxicidade
Limites de Exposição

     ACGIH (2005)                 DFG (2005)
TLV-TWA            50 ppm   MAK        50 ppm
                                      190 mg/m3




Efeitos críticos
(base para o TLV):SNC
Biomarcadores

          Urina               Sangue

• Acido hipúrico       Tolueno
• o-cresol
• Tolueno
Limites Biológicos de
                 Exposição
                 (ácido hipúrico urinário)

       ACGIH/BEI                   DFG/BTV
         (2005)                     (2005)
   1,6 mg/g creatinina           Não é relatado




Notações: B; Ne
B – basal
Ne – não especifico
Limites Biológicos de
                   Exposição
                 (orto-cresol urinário)

       ACGIH/BEI                 DFG/BTV
          (2005)                   (2005)

         0,5 mg/L                 3,0 mg/L

Notações: B
B – basal
Limites Biológicos de
             Exposição
                 (tolueno no sangue)

     ACGIH/BEI                 DFG/BTV
        (2005)                   (2005)

       0,5 mg/L               Não relatado



Notações: nenhuma
Valores de Referência


ácido hipúrico urinário   1,5 g/g creat

o-cresol urinário         30-350 µg/L.

tolueno no sangue         < 0,6 µg/L.

tolueno urinario          < 1 µg/L
Interferentes

Ácido hipúrico urinário
A ingestão de álcool inibe a biotransformação do tolueno
ao ácido hipúrico

o-cresol urinário
Exposição ao fumo do cigarro; co-exposição com outros
solventes

Tolueno no sangue: não conhecido

Tolueno urinario: não conhecido
XILENOS
            (dimetilbenzeno)


C8H10
CAS = 1330-20-7
o = 95-47-6
m = 108-38-3
p = 106-42-3
PM = 106,2
P.E. = o-=144°C m-=139°C p-=137°C
EXPOSIÇÃO

     OCUPACIONAL                  EXTRA-OCUPACIONAL

• Industria de solventes         Gás de descarga da
  (freqüentemente em
                                  gasolina verde
  combinação com tolueno),
• Resinas sintéticas
                                 Fumo do cigarro,
• Plastificantes                 Diluentes
• Borracha
• Preparações farmacêuticas
  (vitaminas),
• Laboratórios de anatomia
  patológica
METABOLISMO
o As principais vias de absorção: trato respiratório e a pele

o No organismo: reações semelhantes ao metabolismo do
  tolueno

o Oxidação de um grupo metílico formando o ácido
  metilbenzóico

o Ácido metilbenzóico conjuga com a glicina ⇒ acido
  metilhipúrico ⇒ excretado na urina (95% da dose
  absorvida)

o Pequena parte é excretada como xilenol
Toxicidade

Toxicidade aguda         Toxicidade crônica:

                        Exposição prolongada aos
460 ppm: irritação      vapores:
•   olhos               • Conjuntivite
•   pele (dermatite).   • Irritação da pele e
                          cavidade nasal
                        • SNC: inicialmente
                          excitação e depois
                          depressão.
                          depressão
Biomarcadores


ácidos metilhipúrico urinários

xilenos no sangue

xilenos na urina
Limites de Exposição

        ACGIH - TLVs                              DFG

TWA                   100 ppm
                                            MAK    100 ppm
TLV-STEL/C            150 ppm




Em concentrações superiores podem
ocorrer distúrbios da visão, depressão do
SNC, confusão e coma.

Efeitos críticos (base para o TLV):
Irritação
Limites Biológicos de
 Exposição
       (ácidos metilhipúrico urinários)


ACGIH/BEI                      DFG/BTV

1,5 g/g creat                  2000 mg/L
Limites Biológicos de
      Exposição
            (xilenos no sangue)


ACGIH/BEI                    DFG/BTV

Não relatado                  1,5 mg/L
Valores de Referência


Ac. Metilhipúricos urinários:      < 1 mg/L

Xilenos no Sangue:                 < 3 µg/L



                   Interferentes

Não conhecidos
n-HEXANO

C6H14
CAS = 110-54-3
PM = 86,2
P.E. = 69°C
P.F. = -95°C
Exposição

     OCUPACIONAL            EXTRA-OCUPACIONAL

                            No passado era utilizado
• Industria de calçados
                            em vernizes,colas e
  (solvente de cola)        solventes.
• Usado em laboratório
  como agente de extração
  na determinação do
  índice de refração dos
  minerais.
METABOLISMO

Absorção:
 •   Sistema respiratório
 •   Pele


Acumulação
 •   Tecido adiposo.
METABOLISMO

  Metabólitos do n-hexano:

2-hexanol → 2,5-hexanodiol + 2-hexanona →
5-hidroxi-2-hexanona → 2,5-hexanodiona +
4,5-dihidroxi-2-hexanona → 4-hidroxi-2,5-
hexanodiona.
METABOLISMO

• Principal via de excreção: hexano
  inalterado ⇒ pulmonar ⇒ ar exalado

• Principal via de excreção dos metabólitos:
  urinaria
TOXICIDADE


• A exposição elevada ao hexano produz um
  efeito narcótico
• A exposição as concentrações
  ocupacionais: podem causar neuropatias
  periféricas
• Efeito neurotóxico: aumentado por uma
  exposição simultânea a metil etil cetona
  (MEK)
Limites de Exposição

        ACGIH                         DFG

TLV-TWA           50 ppm        BAT   180mg/m3




Efeitos críticos (base para o
TLV):
 o  SNC
 o  Irritação
Biomarcadores


2,5-hexanodiona urinária
Interferentes


• Consumo de álcool, variações metabólicas de
  origem genética

• A metil-n-butilcetona tem entre seus metabólitos
  também a 2,5-hexanodiona

• n-hexano urinário: não encontrado
Limites Biológicos de
             Exposição
      ACGIH/BEI                  DFG/BTV
        (2005)                    (2005)

2,5-hexanodiona urinária   2,5-hexanodiona + 4,5-
                           dihidroxi-2-hexanona
      5 mg/g creat
                                   5 mg/L
Notações:
o Ne
o Sq
Valores de Referência



2,5-hexanodiona: < 0,5 mg/g creat.
Aspectos toxicológicos do
    As, Cd, Pb e Hg
Arsênico

CAS = 7440-38-2
PA = 75
P.E. = 613°C
Arsênico

    Exposição                   Exposição
   Ocupacional              extra-ocupacional


•Industria siderúrgica    Consumo de frutos do
•Do vidro                 mar com a arsenobetaína
                          (não tóxica)
•Da cerâmica
                          Traços no ar urbano
•Preparação de fármacos
                          Na água (variações
•Preparação de corantes
                          geográficas)
                          Fumo do cigarro.
Metabolismo

o O As é absorvido pela via inalatória (a mais
  importante no âmbito ocupacional) e a
  gastrintestinal.
o No organismo se acumula sobretudo na pele e
  anexos, pulmões, fígado, rins e músculos.
o As tende a se ligar aos grupos SH presentes nas
  proteínas
o As3+ pode ser oxidado a As5+ mas pode também
  ser metilado seja para acido monometilarsônico
  (MMA) como dimetilarsínico (DMA).
o A principal via de excreção do As inorgânico e de
  seus metabólitos metilados é a urinaria.
o Na urina é encontrado cerca de 20% do As
  inalterado, 20% de MMA e 60% de DMA, nas
  exposições a baixas doses de As inorgânico.
Toxicidade

 Intoxicação aguda            Intoxicação crônica
                              Ocorre em ambientes de
                               trabalho com exposições
    Casos de suicídio e            em baixas doses
        homicídio
                          Sintomas:
Sintomas:
                          o    Fadiga
oGastrintestinais         o    Problemas
oCardíaco                     gastrintestinais
oVascular                 o    Melanodermia
                          o    Hiperqueratose
 Provoca a morte entre    o    Hepatomegalia que pode
    30-60 minutos.            evoluir para uma cirrose
                          o    Neoplasias pulmonar,
                              hepática e cutânea.
Limites de Exposição

      ACGIH-TLV                DFG


TWA         0,01 mg/m3   TRK     0,1 mg/m3

Trióxido de As,
Pentóxido de As
Acido arsenioso
Acido arsênico
Arseniato de chumbo
Arseniato de cálcio
Limites Biológicos de
           Exposição
   ACGIH – BEI                DFG - BAT (BLV)


o arsênico inorgânico +   o arsênico inorgânico +
  metabólitos metilados   metabólitos metilados
       30 µg/L                     50 µg/L
Interferentes


•   Consumo de água potável contaminada
•   Fumo do cigarro
•   Dieta rica em crustáceos
Valores de Referência


  Arsênico urinario: 2-25 µg/L
Cádmio


Cd
CAS = 7440-43-9
PM = 112,41
P.E. = 765°C
P.F. = 320,9°C
Exposição

      OCUPACIONAL               EXTRA - OCUPACIONAL

Industria do zinco            o Adubos com fosfato
Ligas de cádmio com outros    o Fumo do cigarro
metais                         o Proximidades de
Baterias níquel-cádmio          fundições de material não
Ligas de solda manganês-        ferroso.
cádmio
Pigmentos de tintas
Estabilizantes de plásticos
Metabolismo
• Atividade industrial:principal via de absorção é o
sistema respiratório.
• A dieta diária contem de 30 a 60 µg de cádmio, cuja
absorção é de 2-7%, com pico de 20% nos indivíduos
com teor de ferro limitado.
• O Cd embora presente em todos os tecidos,
possuem maior afinidade pelo fígado e rim, pela
elevada presença, nesses órgãos, da metalotioneína.
Metabolismo

•No sangue o Cd é intra-eritrocitário.
•O Cd é eliminado principalmente através da urina e
pouco pelas fezes.


              Meia- vida biológica

•Cádmio no sangue é de um a três meses.
•Cd no organismo: meia vida muito longa (10-30
anos).
Toxicidade

•O Cd liga-se a: grupos sulfidrílas das enzimas,
grupos carboxílicos, grupos fosfóricos, cisteína,
histidina, ácidos nucléicos.
•A intoxicação por via oral: menos grave do que por
via respiratória.
•Via oral:náuseas, vômito e diarréia.
Toxicidade

•Câimbras, vertigens, dores ósseas.
•Proteinúria e glicosúria.
•Via respiratória:
   o Rinorréia
   o Dispnéia
   o Dor torácica
   o Edema pulmonar
   o Enfisema progressivo (por inibição da antitripsina)
   o Proteinúria
   o Anemia hipocrômica.
Limites de Exposição

    ACGIH – TLV                     DFG

 TWA - Cd e compostos     Cd e compostos inorgânicos
        como Cd            Não são relatados limites


       0,01 mg/m3



Efeitos críticos
(base para o TLV): Rins
Biomarcadores


Cádmio urinário
Interferências:
Hábito de fumar, idade, alimentação.

Cádmio no sangue
Interferências:
Hábito de fumar, idade, alimentação.
Biomarcadores

   ACGIH - BEI                  ACGIH – BEI

 Cádmio urinário               Cádmio no sangue

5 µg/g creat        B           5 µg/L     B




                   B - basal
Valores de Referência


Cádmio urinário:    0,1 - 4 µg/L

Cádmio no Sangue:   0,1 - 3 µg/L
Mercúrio


Hg
CAS = 7439-97-6
PA = 200,6
P.E. = 356,7°C
P.F. = -38,8°C
Exposição

     OCUPACIONAL                EXTRA-OCUPACIONAL
• Preparações de
amalgamas dentários         o   Água potável
• Lâmpadas                  o   Peixes
• produção de aparelhos
científicos de precisão
(termômetros, barômetros,
manômetros)
• Plantas de produção de
cloro-soda.
Metabolismo

• Na natureza: mercúrio elementar (Hg0), mercúrio
  inorgânico (Hg2+) e mercúrio orgânico.
• O mercúrio inorgânico (Hgi): liberado na água
  pelas industrias; pode ser convertido a
  metilmercúrio pela flora bacteriana e
  sucessivamente concentrado em peixes, que
  representam a principal fonte de exposição para os
  indivíduos não expostos ocupacionalmente.
Metabolismo

• No âmbito ocupacional o mercúrio é absorvido
  principalmente por inalação ou através da pele.
• O Hg0 é eliminado nas fezes, na urina, no ar
  expirado e na saliva
• O Hg0 atravessa a barreira hemato-encefálica e se
  acumula no SNC.
Metabolismo

• O Hg2+ desnatura as proteínas do trato
  gastrintestinal com efeitos corrosivos.
• Pode causar necrose do túbulo renal.
• Em mineiros expostos simultaneamente ao
  mercúrio e selênio: observado um menor efeito
  neurotóxico.




      Possível formação do complexo Hg-Se
                efeito protetor (?)
Metabolismo


• O mercúrio orgânico, em particular o
  metilmercúrio, é distribuído ao SNC,
  fígado, e rim.
• Nas mulheres grávidas atravessa a
  placenta produzindo um efeito
  teratogênico.
Limites de Exposição

                                            DFG
        ACGIH - TLV
                                      Mercúrio metálico e
      Formas inorgânicas              compostos inorgânicos
        incluindo o Hg0                  como mercúrio

     TWA = 0,025 mg/m3                 MAK = 0,1 mg/m3




Efeitos críticos (base para o TLV):
SNC; rins; sistema reprodutivo
Biomarcadores
    Exposição ao Hg elementar e inorgânico




Mercúrio Total Inorgânico Urinário

Mercúrio Total Inorgânico no Sangue
Limites Biológicos de
                 Exposição
          (Mercúrio total inorgânico urinário)



       ACGIH                        DFG

BEI   35 µg/g creat B            BAT 100 µg/L
Limites Biológicos de
             Exposição
     (Mercúrio total inorgânico no sangue)


   ACGIH/BEI                DFG/BAT
    (2005)                   (2005)

15 µg/L         B          Não é relatado
Valores de Referência


Mercúrio urinário: < 7 µg/L.
Interferência: Consumo de peixes.

Mercúrio no sangue:     < 5 µg/L.
Interferência: Consumo de peixes.
Chumbo


Pb
CAS = 7439-92-1
PA = 207
P.E. = 1740°C
P.F. = 327,5°C
Exposição

     OCUPACIONAL           EXTRA-OCUPACIONAL

• Produção de baterias   o Presente em tintas a base
• Corantes                 de chumbo
• Ligas metálicas        o Descargas industriais
                         o Alimento contaminado
Exposição


Dimensões das partículas desempenham
um papel muito importante na absorção
  (1µm) através do trato respiratório
Metabolismo

o Partículas de maiores dimensões são retidas no
  trato respiratório e as que são removidas podem
  ser em parte deglutidas

o Outra via de absorção é o trato gastrintestinal e a
  pele

o Uma vez absorvido o Pb é distribuído no plasma,
  fluidos extracelulares, atravessa a barreira
  hemato-encefálica

o Acumula-se nos tecidos moles e no esqueleto
Metabolismo

• Mais de 95% do Pb no sangue está nas hemácias
  ligado a hemoglobina e outras substancias

• A excreção do Pb ocorre pela urina e fezes
Biossíntese do HEME


o Glicina + Succinil CoA ALA SINTETASE ⇒ ALA ⇒
  Porfobilinogênio ⇒ Uroporfobilinogênio ⇒
o Coproporfirinogênio ⇒ Protoporfirina + Ferro Ferro
  Quelatase ⇒ HEME.

o Provoca um aumento da protoporfirina, porque
  estimula a protoporfirina sintetase e inibe a ferro
  quelatase
Toxicidade

   Intoxicação aguda      Intoxicação crônica
                             (saturnismo)
• Não é observada na          Pb atua nos níveis:
• industria               o    Gastrintestinal
• Ingestão acidental de   o    SNC
  compostos de Pb         o    Rins
                          o    Tecido muscular
                          o    Anemia normocítica
                          o    Encefalopatia
                          o    Aminoacidúria
                          o    Coproporfirinúria
Toxicidade


• A toxicidade do Pb deve-se a sua afinidade pelas
  membranas celulares das mitocôndrias

• Uma indicação evidente de uma futura intoxicação
  é o aumento das porfirinas no sangue e na urina

• Entre os sintomas estão o aparecimento da orla
  gengival e a cólica saturnínica
Principais inibições
               enzimáticas
      O Pb liga-se com grupos sulfidrílas de
                 diversas enzimas

As mais importantes são:

•   Acido δ -aminolevulínico desidratase (δ -ALA-D)
•   Ferro quelatase.
Limites de Exposição

             EUA                       ALEMANHA
     ACGIH TLV-TWA                        DFG - MAK
       0,05 mg/m3                         0,1 mg/m3
Efeitos críticos (base para o
TLV):
SNC; sangue; rins; sistema
reprodutivo

                      ITÁLIA - (D.Lgs. 25-2-2002)

                         0,15 mg/m3
Limites Biológicos de
              Exposição
                           Chumbo no sangue


     ACGIH - BEI*                   DFG/BAT
       30 µg/100 ml                      400 µg/L
* Mulheres em idade fértil cujo
   Pb-S > 10 µg/100 ml: risco             300 µg/L
   de gerar crianças com Pb-S >
   10 µg/100 ml ⇒ déficit          (em mulheres< 45 anos)
   cognitivo

                  Itália
                  60 µg/100 mL
                  40 µg/100 mL (mulheres em
                    idade fértil)

                  PCMSO - Brasil
                  60 µg/100 mL
Valores de Referência


Chumbo no sangue:
5-160 µg/L (de acordo com a zona geográfica)
Interferências


• Idade
• Fumo do cigarro
• Amostras sensíveis a contaminação
Biomonitoramento:
              Introdução

o Trata-se de uma metodologia de fundamental
  importância, atualmente de ampla aplicação pratica
  seja nas investigações transversais seja nas
  longitudinais, pois permite avaliar o andamento
  das exposições no tempo.
o O biomonitoramento é também importante na
  pesquisa, particularmente nos estudos
  epidemiológicos.
o Em tais investigações o valor dos biomarcadores
  fornece uma informação sobre a exposição e
  prognosticar um eventual desenvolvimento no
  tempo, de efeitos adversos a saúde dos expostos.
Conceitos

BIOMONITORAMENTO: consiste na determinação de
  biomarcadores de exposição e biomarcadores de
  efeitos, nos indivíduos expostos (tecidos,
  secreções, ar expirado, metabólitos) aos agentes
  presentes no ambiente de trabalho, para avaliar a
  exposição e o risco a saúde comparando com
  referências apropriadas.

MONITORAMENTO AMBIENTAL: consiste na medida,
 dos agentes químicos presentes na atmosfera do
 ambiente de trabalho para avaliar a exposição
 ambiental e o risco a saúde comparando com
 referências apropriadas.
Limites de Exposição
                Ambientais
                  (DFG)
• MAK (Máxima Concentração Tolerável): é a máxima
  concentração de uma substancia química (gás, vapor ou
  partículas aerodispersas) presente no ambiente de
  trabalho que não produz efeitos adversos nos
  trabalhadores expostos durante um período de 8 horas
  diárias ou 40 horas semanais.

 TRK (Limite de Exposição Técnico): é o nível mais
  baixo de concentração que pode ser obtido nas industrias
  com a tecnologia atual.
Limites de Exposição
               Ambientais
                 (ACGIH)
TLV-TWA (Valor limite “limiar” - média ponderada no tempo):
  concentração media ponderada no tempo (calculada para uma
  jornada de trabalho convencional de oito horas e/ou 40 horas de
  trabalho semanal) para as quais se acredita que quase todos os
  trabalhadores possam estar repetidamente expostos dia após dia
  sem apresentar efeitos adversos.
TLV-STEL (Valor limite “limiar” - limite para um breve período
  (tempo) de exposição): concentração a qual se acredita que os
  trabalhadores possam estar expostos continuamente por um
  breve período de tempo sem que surjam irritações, dano crônico
  ou irreversível nos tecidos e redução do estado de atenção.
TLV-C (Valor limite “limiar” - Ceiling): concentração que não deve
  ser superada durante qualquer momento da exposição da
  jornada de trabalho.
Limites biológico segundo a
       ACGIH e a DFG
• BEI (Índice Biológico de Exposição - ACGIH): representa
o valor do biomarcador que é possível encontrar em
amostras colhidas de trabalhadores saudáveis, expostos
aos níveis de concentração do ar da ordem de grandeza do
TLV-TWA.
o BAT (Nível Biológico Tolerado - DFG): representa a
máxima quantidade da substancia química ou de seu
metabólito presente nas amostras colhidas dos
trabalhadores expostos num período de 8 horas diárias ou
40 horas semanais.
o Os BAT são validados referindo-se aos valores do MAK.
o EKA (Limite de Exposição Equivalente para Substancias
Cancerígenas - DFG): para as substancias cancerígenas os
BATs foram substituídos pelo EKA.
   Servem para investigar a relação entre a concentração da
substancia carcinogênica na atmosfera do ambiente de trabalho e
       a dos metabólitos presentes no material biológico.
Considerações Finais

      Os LBEs não se destinam a:

o Determinar os efeitos nocivos a saúde
                     ou
o Diagnosticar uma patologia ocupacional


    Correspondem a uma avaliação
        biológica da exposição

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Toxi dellarosa

  • 1. Tópicos selecionados de Toxicologia Ocupacional Professor Doutor Henrique Vicente Della Rosa Faculdade de Ciências Farmacêuticas – USP Toxikon Assessoria Toxicológica hdellarosa@toxikon.com.br
  • 2. Tópicos selecionados de Toxicologia Ocupacional  Princípios gerais de Toxicologia Ocupacional  A importância da Toxicologia no dia a dia do Médico do Trabalho: exemplos práticos
  • 3. Princípios gerais de Toxicologia • Relação dose/resposta • Fatores que influenciam na toxicidade • Toxicocinética • Toxicologia dos metais: Pb; Hg; Cd; As. • Toxicidade dos solventes • Gases e vapores irritantes e asfixiantes • Agrotóxicos
  • 4. Introdução • O corpo humano possui sistemas naturais de defesa que ajudam a proteger contras muitos riscos ambientais e ocupacionais. • Esses sistemas de defesa ajudam também o organismo a curar-se quando sofre um dano e/ou fica doente. • Os riscos ocupacionais podem ser por bactérias; vírus; substâncias químicas (material particulado, líquidos, gases, vapores); ruído, temperatura, procedimentos de trabalho (fatores anti- ergonômicos) Os trabalhadores podem estar expostos a esses riscos que podem debilitar seus sistemas de defesa do organismo.
  • 5. Riscos ocupacionais: Substâncias químicas • Material particulado • Líquidos • Gases • Vapores
  • 6. Principais vias de introdução • Respiratória • Pele • Oral digestiva
  • 7. Absorção Através da Pele A pele constitui-se numa importante camada protetora do organismo. Mas....
  • 8. • Não protege sempre contra os riscos presentes no ambiente de trabalho porque as substâncias químicas podem ser absorvidas diretamente pelo organismo através da pele saudável. • Uma vez absorvidas, as substâncias químicas através da circulação são transportadas para os órgãos alvo produzindo efeitos nocivos.
  • 9. Pele • Vários materiais ou situações no ambiente de trabalho podem causar moléstias ou lesões. • O trabalho mecânico em que realiza fricções, pressão e outras formas de força (p. ex., trabalhadores que utilizam rebitadeiras, retiram lascas, verrumas e martelos) podem produzir calos, bolhas, lesões nos nervos, cortes, etc.
  • 10. Pele • As centenas de novas substâncias químicas que ingressam nos ambientes de trabalho a cada ano, algumas delas podem ocasionar irritação da pele e reações alérgicas da derme. • Algumas substâncias tais como ácidos e álcalis fortes provocarão lesões na pele quase imediatamente. • Outras como ácidos e álcalis diluídos e solventes em geral, provocarão efeitos na pele só se houver contacto da pele com a substância química durante vários dias.
  • 11. Quais substâncias pode podem danificar a pele? • Todas as formas de petróleo, entre elas o diesel, lubrificantes, combustíveis, solventes, diluentes e desengraxantes, (parafina, tricloroetileno, e os produtos derivados do petróleo); • Produtos do alcatrão da hulha, compreendidos os fenóis e os cresóis. • Algumas substâncias podem tornar a pele enrijecida, após a formação de bolhas ou produzir escamas isto é, dermatites.
  • 12. Dermatites: sintomatologia Habitualmente os sintomas somente aparecem quando a substância química entra em contacto com a pele e desaparecem quando o trabalhador deixa de estar em contacto com a mesma.
  • 13. Algumas substâncias químicas que causam dermatites de contacto • Formaldeído. • Compostos de níquel. • Resinas epóxi e catalisadores utilizados na fabricação de produtos plásticos. • Agentes germicidas que levam o sabão e outros produtos de limpeza, em particular o hexaclorofeno, bitionol e as salicilanilidas halogenadas. • Cromatos.
  • 14. Sistema Respiratório • O sistema respiratório dispõe de mecanismos muito eficazes para filtrar os poluentes normais que ocorrem no ar. • Os sistemas de filtração do nariz (pelos) e do trato respiratório superior (mucosa, cílios vibráteis) impedem que grandes partículas penetrem no organismo e atinjam os pulmões produzindo efeitos adversos à saúde.
  • 15. Sistema Respiratório • Em geral filtra as partículas de pós de diâmetros grandes, entre as quais as fibras. • É muito difícil eliminar as partículas de diâmetros pequenos que pode atingir partes mais profundas dos pulmões e ocasionar graves problemas respiratórios locais. • Quando os pulmões estão expostos a concentrações elevadas de pós, vapores, fumos do cigarro, poluentes da atmosfera, os mecanismos de filtração podem ficar sobrecarregados e sofrer um dano.
  • 16. Sistema Respiratório • Uma vez sofrido o dano é provável que se desenvolvam nos pulmões, diferentes bactérias,vírus etc, provocando pneumonias. • Tarefas em locais cheios de pós (mineiros de bauxita e carvão; engenhos de açúcar; de amianto; indústria química; indústria farmacêutica, etc) ⇒ maior possibilidade de contrair doenças respiratórias que outros trabalhadores em outras atividades.
  • 17. Sistema Respiratório • Mineiros de bauxita • Mineiros de carvão • Engenhos de açúcar • Amianto • Indústria química • Indústria farmacêutica, etc Maior possibilidade de contrair doenças respiratórias que outros trabalhadores em outras atividades.
  • 18. Gases e vapores •Irritantes o Primários o Secundários •Asfixiantes o Simples o Sistêmicos
  • 19. • Os gases e vapores podem também penetrar no organismo através do sistema respiratório. • Efeitos locais no trato respiratório superior e nos pulmões e, outras serão absorvidos passando para a corrente sangüínea e provocar efeitos adversos nos órgãos alvo. ______________________ Amônia – irritante respiratório. Gás sulfídrico – irritante e depressor do SNC.
  • 20. O organismo dispõe de vários mecanismos que podem “emitir” sinais de alarme quando ocorrem riscos: • Odor • Tosse • Irritação no nariz Estes sinais de advertência apenas dirão que há um provável risco. Todavia muitas substâncias químicas não apresentam odor e assim não podemos identificar.
  • 21. • Outras substâncias químicas só apresentam odor quando se apresentam em concentrações muito acima dos “níveis de segurança” e já podem estar provocando danos à saúde. • Alternativamente, outras não apresentam odor após determinado tempo próximo a elas, pois o nariz se habitua com o seu odor (adaptação). • Dessa forma o olfato nem sempre é um sinal de alarme confiável.
  • 22. Aspectos Toxicológicos dos Solventes Orgânicos
  • 23. O que é um Solvente? De interesse para a Toxicologia Ocupacional: • Liquido • Compostos Orgânicos • Dissolve outros compostos orgânicos • Lipofílicos • Habitualmente volátil • Alguns compostos em outros contextos
  • 24. Usos Como Solvente Como algo mais • Dissolução  Combustíveis • Extração  Alimentos • Desengraxamento  Drogas de abuso • Tintas, corantes,  Bebidas pinturas, coberturas  Anticongelante • Diluição, dispersante  Explosivos • Limpeza a seco  Poluentes
  • 25. Classes Químicas dos Solventes (1) • Hidrocarb. Alifáticos  Gasolina • Hidrocarb. Cíclicos  Ciclohexano • Hidrocarb. Aromáticos  Benzeno, tolueno • Cetonas  Ciclohexanona, • Aldeídos acetona • Álcoois  Acetaldeído • Éteres  Etanol, metanol • Ésteres  Éteres Glicólicos  Acetato de Etila
  • 26. Classes Químicas dos Solventes (2) • Hidrocarbonetos Nitro • Etilnitrato, TNT • Alcanos Halogenados • 1,1,1-tricloretano, • tetracloreto de carbono, • clorofórmio • Alcenos Halogenados • Tricloretileno, • Cloreto de vinila • Querosene, • Misturas • “white spirit”
  • 27. Toxicocinética dos Solventes (A) • Absorção rápida • Via inalatória (solventes voláteis, por difusão) • Via cutânea • Ingestão (incomum) • Distribuição • De acordo com o teor de lipídeos e vascularidade • Tecidos:adiposo e os ricos em lipídeos (são depósitos para armazenamento)
  • 28. Toxicocinética dos Solventes (B) • Metabolismo • Geralmente hepático, pelo sistema MFO • Bioativação de alguns para metabólitos tóxicos • Excreção • urina, produtos conjugados • fezes, produtos conjugados • ar expirado, solventes voláteis MFO = função oxidase mista
  • 29. Características comuns na Toxicidade dos Solventes • Efeitos dérmicos locais devido a extração dos lipídeos da derme • Efeito depressor do SNC • Efeitos Neurotóxicos • Efeitos Hepatotóxicos • Efeitos Nefrotóxicos • Risco variável de câncer
  • 30. Efeitos Hepáticos dos Solventes (1) Hepatite química, com ↑ transaminases • indicando dano hepatocelular Esteatose (fígado gorduroso), • ocasionalmente progredindo para necrose hepática Possível cirrose (na recuperação) • Metabolismo reduzido de outros • xenobióticos
  • 31. Efeitos Hepáticos dos Solventes (2) • Mecanismos da hepatotoxicidade  desalogenação  formação de radicais livres • Hidrocarbonetos Halogenados têm maior toxicidade • tetracloreto de carbono, clorofórmio • 1,1,1-tricloretano, tricloretileno Hidrocarbonetos não halogenados
  • 32. Toxicidade Renal dos Solventes • Necrose tubular aguda • Exposição aguda severa • Hidrocarbonetos halogenados, glicóis, tolueno, destilados do petróleo • Glomérulonefrite • crônica, exposição crônica • a gasolina está implicada
  • 33. Neurotoxicidade Central Aguda Atividade como um anestésico geral ou por uma inibição seletiva • Narcose • Euforia • Agitação (desinibição) • Incoordenação motora, ataxia, disartria
  • 34. Neurotoxicidade Central Crônica Controversa, difícil atribuir “Síndrome dos Pintores” • Depressão • Desempenho psicomotor retardado • Alteração da personalidade • Diminuição da memória recente Bateria de Testes Neurocomportamentais da WHO
  • 35. Problemas na Avaliação da Neurotoxicidade dos Solventes • Definição de casos não especifica • Índice de prevalência na reprodução • Variabilidade nos testes neurocomportamentais • Exames fisiológicos não específicos • Confundida com etanol, trauma, outros fatores • Exposições mistas
  • 36. Neurotoxicidade Periférica e Solventes • Neuropatia axonal distal • Solventes conhecidos especificos ou suspeitos de causar NP: NP • n-hexano, metil-n-butil cetona, dissulfeto de carbono (conhecidos) • estireno, tetracloretileno (suspeitos) Apresentam-se inicialmente nas baixas extremidade
  • 37. Neurotoxicidade Periférica e Solventes • Parestesias sensoriais precoces • Dormência • Perda da capacidade de receber estímulos dos músculos e tendões (posteriormente). Ex: reflexos no tendão de Aquiles, vibração. • Efeitos motores • Fraqueza motora • Atrofia de nervos
  • 38. Neurotoxicidade Periférica e os Solventes Eletrofisiologia • Padrão de inervação • Condução nervosa lenta Diagnostico diferencial • Outros agentes tóxicos (etanol - induz neuropatia) • Mecânica (compressão) - trauma • Deficiências nutricionais, metabólicas, hereditárias (proteínas loucas)* • Desmielinização, proteínas pré-neoplásicas (SSxs) * SSxs madprotein
  • 39. Neurotoxicidade Periférica (produto Hexanodiona) Síndrome clássica em Mecanismos comuns do Medicina do Trabalho n-Hexano e da MnBK* • Reconhecida em 1964  Ambos metabolizados a no Japão (manufat. 2,5-hexanodiona sandal.)  Maciça morte axonal • Mais tarde: prevalente  Desenervação • Inicio rápido (meses)  Degeneração distal do • MEK poderia potenciar axônio • Controle pela  Tri-o-cresil fosfato substituição •MnBK – metil n butil cetona •MEK – metil etil cetona
  • 40. Toxicologia Geral dos Solventes Halogenados Alifáticos • Severa hepatotoxicidade (CCl4 - CHCl3) • Nefrotoxicidade • Arritmias Cardíacas • Carcinogenicidade  alcanos: polihaletos, cloretos  alcenos: monohaletos, cloretos
  • 41. Toxicologia especifica dos Solventes Alifáticos • Gasolina • Glomérulonefrite (?) • Aspiração ⇒ pneumonite • Teor de Pb ? • Nitratos alifáticos (inclusive o TNT)  Metemoglobina  Hipotensão  Severa hepatotoxicidade
  • 42. Toxicologia especifica dos Solventes Halogenados Alifáticos • Tricloretileno [Ca] • Tetracloreto de Carbono, clorofórmio - [Ca]  Severa hepatotoxicidade • Diclorometano (cloreto de metileno, CH2Cl2) [Ca]  Metabolisado a CO [Ca] : carcinógeno
  • 43. Etanol (1) • Etanol é um bom exemplo para os álcoois o → acetaldeído (CH3CHO)→ acetato (CH3COO-) • Álcool desidrogenase o cinética zero-ordem o inibida pelo disulfiram, metranidazol • Catalase (limitada pela H2O2) • Induzida pelo MEOS
  • 44. Etanol - 2 • Efeitos Adversos - numerosos  Intoxicação aguda o Embriaguez o Abuso crônico do álcool (dependência) o Síndrome alcoólica fetal  Síndrome de abstinência o Delerium tremens o Outros sintomas
  • 45. Outros Álcoois Metanol  → formaldeído CH2O (pela AD) → acido fórmico CHOO- (pela aldeído desidrogenase)  Metabolismo muito lento nos primatas (a partir do formato)  Toxicidade na retina ⇒ visual ∆ ⇒ cegueira  Retardo da acidose metabólica (não da acidose láctica)  Com indicação de hemodiálise, etanol  Etanol inibe competitivamente a AD
  • 46. Glicóis • Etileno glicol (etanodiol) → → oxalato o Cálculos de oxalato, o Nefrotoxicidade, deposição de oxalato no túbulos o Hipocalcemia (pela quelação) o Acidose com grande perda de anions o Etanol, hemodiálise • Éteres glicólicos o Toxicidade reprodutiva
  • 47. Toxicologia específica dos Solventes Aromáticos • BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno, xileno) - contaminantes comuns do solo e água. • Tolueno - potente toxicidade no SNC, desordem cognitiva crônica • Xileno - irritante das membranas mucosas, especialmente a ocular.
  • 48. Benzeno C6H6 CAS = 71-43-2 PM = 78,1 P.E. = 80°C
  • 49. Benzeno ESPOSIÇÃO OCUPACIONAL ESPOSIÇÃO EXTRA- OCUPACIONAL • Refinarias de petróleo • Fumo do cigarro • Petroquímicas • Poluição do tráfego • Coquerias veicular • Distribuidores de combustíveis • Síntese de outros solventes (estireno, fenol, clorobenzeno) • Industria do couro • Laboratórios químicos e biológicos
  • 50. Metabolismo • A taxa de biotransformação do benzeno após a exposição ocupacional é superior a 50%. • A primeira reação é a conversão a benzeno-epóxido (BE), principal intermediário reativo. • O BE é sucessivamente biotransformado a metabólitos fenólicos que representam cerca de 30% da dose de benzeno absorvida (fenol - 15%; quinol - 12%; catecol - 2%; 1,2,4-benzenotriol - 2%).
  • 51. Metabolismo • O BE reage com a glutationa e o conjugado (<1%) origina o acido S-Fenilmercaptúrico que é eliminado na urina. • O anel aromático é quimicamente estável mas cerca de 2% sofre uma abertura para formar um metabólito de estrutura linear, o ac. trans,trans mucônico.
  • 53. Metabolismo: distribuição e eliminação • O benzeno é distribuído para varias partes do corpo: sangue, medula óssea, tecido adiposo e fígado • É transportado do sangue para os pulmões: eliminado • Cerca de 12% do benzeno absorvido é eliminado inalterado pelos pulmões e 1% pela urina • A meia-vida do benzeno é estimada em 9 horas, mas estes valores podem alcançar também 24 horas porque o benzeno tende a depositar-se no tecido adiposo de onde é lentamente liberado
  • 54. Toxicidade Intoxicação aguda Intoxicação crônica • Os sintomas mais evidentes estão a cargo o Efeito tóxico mais do SNC relevante esta a cargo do sistema hematopoiético, caracterizado por uma menor produção de eritrócitos, leucócitos e plaquetas pela medula (anemia aplástica e indução de leucemia)
  • 55. Benzeno ∀ → epóxido → fenol → catecol, →→ acido t, t- mucônico • Carcinógeno não genotóxico (?) • Anemia aplástica, leucemia mielóide aguda • Muconaldeído, quinonas na medula óssea
  • 56. Limites de Exposição TLVs/ACGIH MAK/DFG (2005) (2005) TWA = 0,5 ppm TRK = Limite de STEL = 2,5 PPM Exposição Técnica Efeitos críticos (base para o TLV): Câncer
  • 57. Biomarcadores Urina Sangue Ar exalado Ác. t,t- mucônico Benzeno Benzeno Ác.S-fenilmercaptúrico (S-PMA) Benzeno
  • 58. Limites Biológicos de Exposição (acido t,t, mucônico) ACGIH/BEI DFG/EKA ambiental urina (mg/m3) (mg/L) 500 µg/g creat 2,0 1,6 3,3 2 6,5 3 13 5 B = basal 19,5 7
  • 59. Limites Biológicos de Exposição (ác. fenil mercaptúrico) ACGIH/BEI DFG/EKA ambiental urina (mg/m3) (µg/g cre) 25 µg/g creat B 1,0 0,010 2,0 0,025 3,0 0.040 3,3 0,045 6,5 0,090 B = basal 13 0,180 19,5 0,270
  • 60. Limites Biológicos de Exposição (Benzeno no sangue) ACGIH/BEI DFG/BTV Não é relacionado ambiental sangue (mg/m3) (mg/L) 1 0,9 2 2,4 3 4,4 3,3 5. 6,5 14. 13. 38. BTV – Biological Tolerance Value
  • 61. Valores de referência Acido S-fenilmercaptúrico urinário: < 5 µg/g creat (não fumantes) Acido trans,trans-mucônico urinário: < 0,3 mg/g creat (não fumantes) Benzeno no sangue: < 0,5 µg/L
  • 62. Interferentes • Acido S-fenilmercaptúrico urinário O habito de fumar representa um fator aditivo. • Acido trans,trans-mucônico urinário O habito de fumar representa um fator aditivo. Metabólito do acido sórbico (aditivo alimentar). • Benzeno no sangue O hábito de fumar e contaminação ambiental.
  • 63. TOLUENO (metilbenzeno) C7H8 CAS = 108-88-3 PM = 92,1 P.E. = 111°C
  • 64. EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL EXTRA-OCUPACIONAL • Petroquímicas • Produtos de limpeza • Refinarias de Petróleo • Colas
  • 65. Metabolismo o O tolueno é absorvido através dos pulmões e mais lentamente pela pele o No organismo é encontrado primeiramente no sangue o Em seguida deposita-se no tecido adiposo o 20 % da dose absorvida é eliminado inalterado pelo trato respiratório o 80% é biotransformado: os principais metabólitos são o ácido hipúrico, o o-cresol e o ácido benzóico.
  • 66. Toxicidade Exposição aguda Exposição crônica • Intolerância ao álcool • Irritação dos vias aéreas superiores • Cefaléia • Distúrbios do ritmo sono- • Depressão do SNC vigília • Hepatotoxicidade (hepatomegalia) • Nefrotoxicidade
  • 67. Limites de Exposição ACGIH (2005) DFG (2005) TLV-TWA 50 ppm MAK 50 ppm 190 mg/m3 Efeitos críticos (base para o TLV):SNC
  • 68. Biomarcadores Urina Sangue • Acido hipúrico  Tolueno • o-cresol • Tolueno
  • 69. Limites Biológicos de Exposição (ácido hipúrico urinário) ACGIH/BEI DFG/BTV (2005) (2005) 1,6 mg/g creatinina Não é relatado Notações: B; Ne B – basal Ne – não especifico
  • 70. Limites Biológicos de Exposição (orto-cresol urinário) ACGIH/BEI DFG/BTV (2005) (2005) 0,5 mg/L 3,0 mg/L Notações: B B – basal
  • 71. Limites Biológicos de Exposição (tolueno no sangue) ACGIH/BEI DFG/BTV (2005) (2005) 0,5 mg/L Não relatado Notações: nenhuma
  • 72. Valores de Referência ácido hipúrico urinário 1,5 g/g creat o-cresol urinário 30-350 µg/L. tolueno no sangue < 0,6 µg/L. tolueno urinario < 1 µg/L
  • 73. Interferentes Ácido hipúrico urinário A ingestão de álcool inibe a biotransformação do tolueno ao ácido hipúrico o-cresol urinário Exposição ao fumo do cigarro; co-exposição com outros solventes Tolueno no sangue: não conhecido Tolueno urinario: não conhecido
  • 74. XILENOS (dimetilbenzeno) C8H10 CAS = 1330-20-7 o = 95-47-6 m = 108-38-3 p = 106-42-3 PM = 106,2 P.E. = o-=144°C m-=139°C p-=137°C
  • 75. EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL EXTRA-OCUPACIONAL • Industria de solventes  Gás de descarga da (freqüentemente em gasolina verde combinação com tolueno), • Resinas sintéticas  Fumo do cigarro, • Plastificantes  Diluentes • Borracha • Preparações farmacêuticas (vitaminas), • Laboratórios de anatomia patológica
  • 76. METABOLISMO o As principais vias de absorção: trato respiratório e a pele o No organismo: reações semelhantes ao metabolismo do tolueno o Oxidação de um grupo metílico formando o ácido metilbenzóico o Ácido metilbenzóico conjuga com a glicina ⇒ acido metilhipúrico ⇒ excretado na urina (95% da dose absorvida) o Pequena parte é excretada como xilenol
  • 77. Toxicidade Toxicidade aguda Toxicidade crônica: Exposição prolongada aos 460 ppm: irritação vapores: • olhos • Conjuntivite • pele (dermatite). • Irritação da pele e cavidade nasal • SNC: inicialmente excitação e depois depressão. depressão
  • 79. Limites de Exposição ACGIH - TLVs DFG TWA 100 ppm MAK 100 ppm TLV-STEL/C 150 ppm Em concentrações superiores podem ocorrer distúrbios da visão, depressão do SNC, confusão e coma. Efeitos críticos (base para o TLV): Irritação
  • 80. Limites Biológicos de Exposição (ácidos metilhipúrico urinários) ACGIH/BEI DFG/BTV 1,5 g/g creat 2000 mg/L
  • 81. Limites Biológicos de Exposição (xilenos no sangue) ACGIH/BEI DFG/BTV Não relatado 1,5 mg/L
  • 82. Valores de Referência Ac. Metilhipúricos urinários: < 1 mg/L Xilenos no Sangue: < 3 µg/L Interferentes Não conhecidos
  • 83. n-HEXANO C6H14 CAS = 110-54-3 PM = 86,2 P.E. = 69°C P.F. = -95°C
  • 84. Exposição OCUPACIONAL EXTRA-OCUPACIONAL No passado era utilizado • Industria de calçados em vernizes,colas e (solvente de cola) solventes. • Usado em laboratório como agente de extração na determinação do índice de refração dos minerais.
  • 85. METABOLISMO Absorção: • Sistema respiratório • Pele Acumulação • Tecido adiposo.
  • 86. METABOLISMO Metabólitos do n-hexano: 2-hexanol → 2,5-hexanodiol + 2-hexanona → 5-hidroxi-2-hexanona → 2,5-hexanodiona + 4,5-dihidroxi-2-hexanona → 4-hidroxi-2,5- hexanodiona.
  • 87. METABOLISMO • Principal via de excreção: hexano inalterado ⇒ pulmonar ⇒ ar exalado • Principal via de excreção dos metabólitos: urinaria
  • 88. TOXICIDADE • A exposição elevada ao hexano produz um efeito narcótico • A exposição as concentrações ocupacionais: podem causar neuropatias periféricas • Efeito neurotóxico: aumentado por uma exposição simultânea a metil etil cetona (MEK)
  • 89. Limites de Exposição ACGIH DFG TLV-TWA 50 ppm BAT 180mg/m3 Efeitos críticos (base para o TLV): o SNC o Irritação
  • 91. Interferentes • Consumo de álcool, variações metabólicas de origem genética • A metil-n-butilcetona tem entre seus metabólitos também a 2,5-hexanodiona • n-hexano urinário: não encontrado
  • 92. Limites Biológicos de Exposição ACGIH/BEI DFG/BTV (2005) (2005) 2,5-hexanodiona urinária 2,5-hexanodiona + 4,5- dihidroxi-2-hexanona 5 mg/g creat 5 mg/L Notações: o Ne o Sq
  • 94. Aspectos toxicológicos do As, Cd, Pb e Hg
  • 95. Arsênico CAS = 7440-38-2 PA = 75 P.E. = 613°C
  • 96. Arsênico Exposição Exposição Ocupacional extra-ocupacional •Industria siderúrgica Consumo de frutos do •Do vidro mar com a arsenobetaína (não tóxica) •Da cerâmica Traços no ar urbano •Preparação de fármacos Na água (variações •Preparação de corantes geográficas) Fumo do cigarro.
  • 97. Metabolismo o O As é absorvido pela via inalatória (a mais importante no âmbito ocupacional) e a gastrintestinal. o No organismo se acumula sobretudo na pele e anexos, pulmões, fígado, rins e músculos. o As tende a se ligar aos grupos SH presentes nas proteínas o As3+ pode ser oxidado a As5+ mas pode também ser metilado seja para acido monometilarsônico (MMA) como dimetilarsínico (DMA). o A principal via de excreção do As inorgânico e de seus metabólitos metilados é a urinaria. o Na urina é encontrado cerca de 20% do As inalterado, 20% de MMA e 60% de DMA, nas exposições a baixas doses de As inorgânico.
  • 98. Toxicidade Intoxicação aguda Intoxicação crônica Ocorre em ambientes de trabalho com exposições Casos de suicídio e em baixas doses homicídio Sintomas: Sintomas: o Fadiga oGastrintestinais o Problemas oCardíaco gastrintestinais oVascular o Melanodermia o Hiperqueratose Provoca a morte entre o Hepatomegalia que pode 30-60 minutos. evoluir para uma cirrose o Neoplasias pulmonar, hepática e cutânea.
  • 99. Limites de Exposição ACGIH-TLV DFG TWA 0,01 mg/m3 TRK 0,1 mg/m3 Trióxido de As, Pentóxido de As Acido arsenioso Acido arsênico Arseniato de chumbo Arseniato de cálcio
  • 100. Limites Biológicos de Exposição ACGIH – BEI DFG - BAT (BLV) o arsênico inorgânico + o arsênico inorgânico + metabólitos metilados metabólitos metilados 30 µg/L 50 µg/L
  • 101. Interferentes • Consumo de água potável contaminada • Fumo do cigarro • Dieta rica em crustáceos
  • 102. Valores de Referência Arsênico urinario: 2-25 µg/L
  • 103. Cádmio Cd CAS = 7440-43-9 PM = 112,41 P.E. = 765°C P.F. = 320,9°C
  • 104. Exposição OCUPACIONAL EXTRA - OCUPACIONAL Industria do zinco o Adubos com fosfato Ligas de cádmio com outros o Fumo do cigarro metais o Proximidades de Baterias níquel-cádmio fundições de material não Ligas de solda manganês- ferroso. cádmio Pigmentos de tintas Estabilizantes de plásticos
  • 105. Metabolismo • Atividade industrial:principal via de absorção é o sistema respiratório. • A dieta diária contem de 30 a 60 µg de cádmio, cuja absorção é de 2-7%, com pico de 20% nos indivíduos com teor de ferro limitado. • O Cd embora presente em todos os tecidos, possuem maior afinidade pelo fígado e rim, pela elevada presença, nesses órgãos, da metalotioneína.
  • 106. Metabolismo •No sangue o Cd é intra-eritrocitário. •O Cd é eliminado principalmente através da urina e pouco pelas fezes. Meia- vida biológica •Cádmio no sangue é de um a três meses. •Cd no organismo: meia vida muito longa (10-30 anos).
  • 107. Toxicidade •O Cd liga-se a: grupos sulfidrílas das enzimas, grupos carboxílicos, grupos fosfóricos, cisteína, histidina, ácidos nucléicos. •A intoxicação por via oral: menos grave do que por via respiratória. •Via oral:náuseas, vômito e diarréia.
  • 108. Toxicidade •Câimbras, vertigens, dores ósseas. •Proteinúria e glicosúria. •Via respiratória: o Rinorréia o Dispnéia o Dor torácica o Edema pulmonar o Enfisema progressivo (por inibição da antitripsina) o Proteinúria o Anemia hipocrômica.
  • 109. Limites de Exposição ACGIH – TLV DFG TWA - Cd e compostos Cd e compostos inorgânicos como Cd Não são relatados limites 0,01 mg/m3 Efeitos críticos (base para o TLV): Rins
  • 110. Biomarcadores Cádmio urinário Interferências: Hábito de fumar, idade, alimentação. Cádmio no sangue Interferências: Hábito de fumar, idade, alimentação.
  • 111. Biomarcadores ACGIH - BEI ACGIH – BEI Cádmio urinário Cádmio no sangue 5 µg/g creat B 5 µg/L B B - basal
  • 112. Valores de Referência Cádmio urinário: 0,1 - 4 µg/L Cádmio no Sangue: 0,1 - 3 µg/L
  • 113. Mercúrio Hg CAS = 7439-97-6 PA = 200,6 P.E. = 356,7°C P.F. = -38,8°C
  • 114. Exposição OCUPACIONAL EXTRA-OCUPACIONAL • Preparações de amalgamas dentários o Água potável • Lâmpadas o Peixes • produção de aparelhos científicos de precisão (termômetros, barômetros, manômetros) • Plantas de produção de cloro-soda.
  • 115. Metabolismo • Na natureza: mercúrio elementar (Hg0), mercúrio inorgânico (Hg2+) e mercúrio orgânico. • O mercúrio inorgânico (Hgi): liberado na água pelas industrias; pode ser convertido a metilmercúrio pela flora bacteriana e sucessivamente concentrado em peixes, que representam a principal fonte de exposição para os indivíduos não expostos ocupacionalmente.
  • 116. Metabolismo • No âmbito ocupacional o mercúrio é absorvido principalmente por inalação ou através da pele. • O Hg0 é eliminado nas fezes, na urina, no ar expirado e na saliva • O Hg0 atravessa a barreira hemato-encefálica e se acumula no SNC.
  • 117. Metabolismo • O Hg2+ desnatura as proteínas do trato gastrintestinal com efeitos corrosivos. • Pode causar necrose do túbulo renal. • Em mineiros expostos simultaneamente ao mercúrio e selênio: observado um menor efeito neurotóxico. Possível formação do complexo Hg-Se efeito protetor (?)
  • 118. Metabolismo • O mercúrio orgânico, em particular o metilmercúrio, é distribuído ao SNC, fígado, e rim. • Nas mulheres grávidas atravessa a placenta produzindo um efeito teratogênico.
  • 119. Limites de Exposição DFG ACGIH - TLV Mercúrio metálico e Formas inorgânicas compostos inorgânicos incluindo o Hg0 como mercúrio TWA = 0,025 mg/m3 MAK = 0,1 mg/m3 Efeitos críticos (base para o TLV): SNC; rins; sistema reprodutivo
  • 120. Biomarcadores Exposição ao Hg elementar e inorgânico Mercúrio Total Inorgânico Urinário Mercúrio Total Inorgânico no Sangue
  • 121. Limites Biológicos de Exposição (Mercúrio total inorgânico urinário) ACGIH DFG BEI 35 µg/g creat B BAT 100 µg/L
  • 122. Limites Biológicos de Exposição (Mercúrio total inorgânico no sangue) ACGIH/BEI DFG/BAT (2005) (2005) 15 µg/L B Não é relatado
  • 123. Valores de Referência Mercúrio urinário: < 7 µg/L. Interferência: Consumo de peixes. Mercúrio no sangue: < 5 µg/L. Interferência: Consumo de peixes.
  • 124. Chumbo Pb CAS = 7439-92-1 PA = 207 P.E. = 1740°C P.F. = 327,5°C
  • 125. Exposição OCUPACIONAL EXTRA-OCUPACIONAL • Produção de baterias o Presente em tintas a base • Corantes de chumbo • Ligas metálicas o Descargas industriais o Alimento contaminado
  • 126. Exposição Dimensões das partículas desempenham um papel muito importante na absorção (1µm) através do trato respiratório
  • 127. Metabolismo o Partículas de maiores dimensões são retidas no trato respiratório e as que são removidas podem ser em parte deglutidas o Outra via de absorção é o trato gastrintestinal e a pele o Uma vez absorvido o Pb é distribuído no plasma, fluidos extracelulares, atravessa a barreira hemato-encefálica o Acumula-se nos tecidos moles e no esqueleto
  • 128. Metabolismo • Mais de 95% do Pb no sangue está nas hemácias ligado a hemoglobina e outras substancias • A excreção do Pb ocorre pela urina e fezes
  • 129. Biossíntese do HEME o Glicina + Succinil CoA ALA SINTETASE ⇒ ALA ⇒ Porfobilinogênio ⇒ Uroporfobilinogênio ⇒ o Coproporfirinogênio ⇒ Protoporfirina + Ferro Ferro Quelatase ⇒ HEME. o Provoca um aumento da protoporfirina, porque estimula a protoporfirina sintetase e inibe a ferro quelatase
  • 130. Toxicidade Intoxicação aguda Intoxicação crônica (saturnismo) • Não é observada na Pb atua nos níveis: • industria o Gastrintestinal • Ingestão acidental de o SNC compostos de Pb o Rins o Tecido muscular o Anemia normocítica o Encefalopatia o Aminoacidúria o Coproporfirinúria
  • 131. Toxicidade • A toxicidade do Pb deve-se a sua afinidade pelas membranas celulares das mitocôndrias • Uma indicação evidente de uma futura intoxicação é o aumento das porfirinas no sangue e na urina • Entre os sintomas estão o aparecimento da orla gengival e a cólica saturnínica
  • 132. Principais inibições enzimáticas O Pb liga-se com grupos sulfidrílas de diversas enzimas As mais importantes são: • Acido δ -aminolevulínico desidratase (δ -ALA-D) • Ferro quelatase.
  • 133. Limites de Exposição EUA ALEMANHA ACGIH TLV-TWA DFG - MAK 0,05 mg/m3 0,1 mg/m3 Efeitos críticos (base para o TLV): SNC; sangue; rins; sistema reprodutivo ITÁLIA - (D.Lgs. 25-2-2002) 0,15 mg/m3
  • 134. Limites Biológicos de Exposição Chumbo no sangue ACGIH - BEI* DFG/BAT 30 µg/100 ml 400 µg/L * Mulheres em idade fértil cujo Pb-S > 10 µg/100 ml: risco 300 µg/L de gerar crianças com Pb-S > 10 µg/100 ml ⇒ déficit (em mulheres< 45 anos) cognitivo Itália 60 µg/100 mL 40 µg/100 mL (mulheres em idade fértil) PCMSO - Brasil 60 µg/100 mL
  • 135. Valores de Referência Chumbo no sangue: 5-160 µg/L (de acordo com a zona geográfica)
  • 136. Interferências • Idade • Fumo do cigarro • Amostras sensíveis a contaminação
  • 137. Biomonitoramento: Introdução o Trata-se de uma metodologia de fundamental importância, atualmente de ampla aplicação pratica seja nas investigações transversais seja nas longitudinais, pois permite avaliar o andamento das exposições no tempo. o O biomonitoramento é também importante na pesquisa, particularmente nos estudos epidemiológicos. o Em tais investigações o valor dos biomarcadores fornece uma informação sobre a exposição e prognosticar um eventual desenvolvimento no tempo, de efeitos adversos a saúde dos expostos.
  • 138. Conceitos BIOMONITORAMENTO: consiste na determinação de biomarcadores de exposição e biomarcadores de efeitos, nos indivíduos expostos (tecidos, secreções, ar expirado, metabólitos) aos agentes presentes no ambiente de trabalho, para avaliar a exposição e o risco a saúde comparando com referências apropriadas. MONITORAMENTO AMBIENTAL: consiste na medida, dos agentes químicos presentes na atmosfera do ambiente de trabalho para avaliar a exposição ambiental e o risco a saúde comparando com referências apropriadas.
  • 139. Limites de Exposição Ambientais (DFG) • MAK (Máxima Concentração Tolerável): é a máxima concentração de uma substancia química (gás, vapor ou partículas aerodispersas) presente no ambiente de trabalho que não produz efeitos adversos nos trabalhadores expostos durante um período de 8 horas diárias ou 40 horas semanais.  TRK (Limite de Exposição Técnico): é o nível mais baixo de concentração que pode ser obtido nas industrias com a tecnologia atual.
  • 140. Limites de Exposição Ambientais (ACGIH) TLV-TWA (Valor limite “limiar” - média ponderada no tempo): concentração media ponderada no tempo (calculada para uma jornada de trabalho convencional de oito horas e/ou 40 horas de trabalho semanal) para as quais se acredita que quase todos os trabalhadores possam estar repetidamente expostos dia após dia sem apresentar efeitos adversos. TLV-STEL (Valor limite “limiar” - limite para um breve período (tempo) de exposição): concentração a qual se acredita que os trabalhadores possam estar expostos continuamente por um breve período de tempo sem que surjam irritações, dano crônico ou irreversível nos tecidos e redução do estado de atenção. TLV-C (Valor limite “limiar” - Ceiling): concentração que não deve ser superada durante qualquer momento da exposição da jornada de trabalho.
  • 141. Limites biológico segundo a ACGIH e a DFG • BEI (Índice Biológico de Exposição - ACGIH): representa o valor do biomarcador que é possível encontrar em amostras colhidas de trabalhadores saudáveis, expostos aos níveis de concentração do ar da ordem de grandeza do TLV-TWA. o BAT (Nível Biológico Tolerado - DFG): representa a máxima quantidade da substancia química ou de seu metabólito presente nas amostras colhidas dos trabalhadores expostos num período de 8 horas diárias ou 40 horas semanais. o Os BAT são validados referindo-se aos valores do MAK. o EKA (Limite de Exposição Equivalente para Substancias Cancerígenas - DFG): para as substancias cancerígenas os BATs foram substituídos pelo EKA. Servem para investigar a relação entre a concentração da substancia carcinogênica na atmosfera do ambiente de trabalho e a dos metabólitos presentes no material biológico.
  • 142. Considerações Finais Os LBEs não se destinam a: o Determinar os efeitos nocivos a saúde ou o Diagnosticar uma patologia ocupacional Correspondem a uma avaliação biológica da exposição