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DOGMATOLOGIA
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
SUMÁRIO
ADOPCIONISMO
AGOSTINIANISMO
ANTINOMISMO
ARIANISMO
ARISTOTELISMO
ARMINIANISMO
ASCETISMO
CALVINISMO
CONGREGACIONALISMO
DINAMISMO
DIOFISISMO
DOCETISMO
DONATISMO
DUALISMO
EBIONISMO
ESCOLATICISMO
[ 2 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
ESPIRITUALISMO
ESTOICISMO
EUTIQUIANISMO
HEDONISMO
FONTINIANSIMO
GNOSTICISMO
HERRNHUTISMO
HUMANISMO
IDEALISMO
LAPSARIANISMO
LATITUDINARISMO
LIBERTINISMO
MANDEISMO
MANIQUEISMO
MENEZISMO
METODISMO
MILENISMO
[ 3 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
MISTICISMO
MODALISMO
MODERNISMO
MONARQUIANISMO
MONASTICISMO
MONISMO
MONOFISISMO
MONTANISMO
MORALISMO
NATURALISMO
NEO-ARIANISMO
NEOLUTERANISMO
NEOPLATONISMO
NEOPROTESTANTISMO
NEOTOMISMO
NESTORIANISMO
NOMINALISMO
[ 4 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
PATRIPASSIONALISMO
PELAGIANISMO
PENTECOSTALISMO
PIETISMO
PLATONISMO
PRESBITERIANISMO
PROTESTANTISMO
PURITANISMO
ROMANISMO
SABELIANISMO
SEMIPELAGIANISMO
SINCRETISMO
SINERGISMO
SOCINIANISMO
SUPERNATURALISMO
TRADICIONALISMO
TOMISMO
[ 5 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
TRADUCIANISMO
UNITARIANISMO
UTILITARISMO
FINALIDADE DESTA OBRA
Os materiais literários do autor não têm fins lucrativos, nem lhe
gera quaisquer tipo de receita. Os custos do livro são unicamente
para cobrir despesas com produção, transporte, impostos e
revendedores. Sua satisfação consiste em contribuir para o bem
da educação, uma melhor qualidade de vida para todos os
homens e seres vivos, e para glorificar o único Deus Todo-
Poderoso.
CONTATOS:
www.youtube.com/user/storytellervaldemir
www.facebook.com/menezes.scribe.3
[ 6 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Blog: http://dogmatica13.blogspot.com.br/
E-mail: valdemirmm@hotmail.com
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AUTORIZAÇÃO
O livro pode ser reproduzido e distribuído por quaisquer meios,
usado por qualquer entidade religiosa, educacional ou cultural
sem prévia autorização do autor.
Valdemir, Valdirene, Jacó, Lourdes e Valdemária
AUTOR: Valdemir Mota de Menezes é licenciado em Ciências
Biológicas e História pela Universidade Metropolitana de
Santos, possui curso superior em Gestão de Empresas pela
UNIMONTE de Santos, é Bacharel em Teologia pela Faculdade
das Assembleias de Deus de Santos, e tem formação Técnica em
[ 7 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Polícia Judiciária pela USP. Nasceu em Itabaiana/SE, em 1969.
Na década de 1990 fundou o Centro de Evangelismo Universal,
foi radialista alguns anos em Santos na Radio Universal de
Santos, uma das primeiras emissoras do Brasil com o programa
“Esperança aos povos”.
Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP)
[ 8 ]
M543 Menezes, Valdemir, 1969
Dogmatologia / Valdemir Mota de Menezes,
Cubatão/SP, Amazon.com Clubedesautores.com.br,
2015
112 p. ; 21 cm
ISBN-13: 978-1519165466
ISBN-10: 1519165463
1. Bíblia 2. Teologia 3. Heresias 4. Igreja 5.
Cristianismo 6. História eclesiástica I - Titulo
CDD 260
CDU 23
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
INTRODUÇÃO
A dogmatologia é o estudo e a classificação dos dogmas cristãos
e os movimentos religiosos teológicos que surgiram no
transcorrer da história do cristianismo. Os dogmas são crenças
ou doutrinas sistematicamente organizada e/ou definida.
Relacionaremos abaixo, os principais dogmas e movimentos da
história do cristianismo.
ADOPCIONISMO
Dogma que afirma que Jesus não é Filho de Deus legítimo, mas
que só veio a se tornar Filho quando foi “adotado” na ocasião do
batismo ou como dizem outros, por ocasião da ressurreição, esse
dogma aborda a pessoa de Jesus Cristo segundo o qual, Jesus
não é divino e nem tem a natureza de Deus. Quando foi lançado
o anátema contra Ário, este dogma foi também rejeitado.
[ 9 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
AGOSTINIANISMO
O dogma Agostiniano sobre o livre arbítrio, a graça e a
predestinação suscitaram aquecidas discussões desde a sua
explanação por Agostinho. Quando alguns monges começaram a
debater a ideia de Agostinho, ele mesmo teve que explicar-se em
dois escritos o “DE GRATIA ET ARBITRIO” e “DE
CORRUPTIONE ERT GRATIA”.
Como os semipelagianos interpretaram o dogma de Agostinho
como FATALISTA, ele foi então atacado por estes. Mas a
réplica veio em forma de dois escritos: “DE
PRAEDESTINATIONE SANCTORUM” e “DE DONO
PERSEVERANTIAE”. Enquanto na Gália o semipelagianismo
crescia, os bispos de Roma não se interessavam em conflitos
teológicos e por isso preferiam aceitar os dogmas de Agostinho.
Não resta dúvida que o dogma de Agostinho sobre a
predestinação é absurdo, tanto é que na CONFISSÃO DE
ORANGE (529 d.C.) os dogmas de Agostinho foram impostos.
Um dos principais defensores do agostinianismo foi
FULGÊNCIO DE RUSPE (533), ele era bispo no norte da
África e foi autor da obra “CONTRA FAUSTUM”.
[ 10 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Gravura de Fulgêncio.
Fulgêncio dizia:
“Ninguém que fora escolhido na eternidade se perderia, e
também, quem não tinha sido predestinado para a salvação não
poderia ser salvo.”
Como a graça e a predestinação estão relacionados entre si, o
dogma agostiniano sobre a graça dizia que o homem é incapaz
de dar o primeiro passo para receber a graça divina e, portanto,
Deus não espera até que o homem deseje ser purificado do
pecado; em lugar disso, opera mediante o Espírito para
implantar este desejo dentro de nós.
Uma grave consequência do dogma agostiniano sobre a salvação
é que se Deus predestina alguns para os céus, os outros só
podiam ser predestinados para o inferno, e isto é conflitante com
a imparcialidade do amor e da justiça de Deus:
[ 11 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
“Deus amou o mundo”. (João 3.16)
Mas a ideia da CEIA DO SENHOR como sendo símbolo do
corpo e do sangue foi um dogma correto defendido por
Agostinho. Pois ele dizia que não havia transubstanciação do
pão em carne, nem do vinho em sangue.
O agostinianismo tinha um ponto de vista importante na questão
da INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS, pois
segundo este dogma os escritores sagrados recebiam no seu
interior a iluminação divina, independente dos sentidos físicos,
eles não raciocinavam Deus, mas recebiam espiritualmente sua
compreensão, é a chamada fé inspirada (FIDELIS
INSPIRATA).
Os franciscanos (Ordem Religiosa Católica) seguiram o dogma
agostiniano quanto a Ceia do Senhor em oposição ao dogma
oficial do catolicismo que afirmava que os sacramentos agem
(ex opere operato). Um franciscano que adotou o dogma
agostiniano e importante defensor do símbolo e não da
transubstanciação na ceia foi DUNS SCOTUS.
Vários dogmas iriam surgir na história e muitos deles seriam
baseados no dogma agostiniano, porque Agostinho foi um dos
mais fecundos escritores cristãos. O dogma agostiniano também
influenciaria profundamente a vida de Lutero pois em 2 de julho
de 1505 ele tornou-se monge agostiniano onde por essa ordem
religiosa recebeu o sacerdócio católico romano.
[ 12 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
No dogma agostiniano, Lutero apegou-se ao ensino sobre o
pecado e a graça. A influência agostiniana também se faz
presente na confissão Anglicana que seguiu estes princípios
dogmáticos. Em tempos mais recentes novos conceitos
teológicos surgiram oriundos do agostinianismo, em 1884
HENRI MARET, principal representante do ontologismo disse
que há conhecimento intuitivo de Deus que é a base para o
conhecimento da Verdade. De fato esta ideia agostiniana do
conhecimento intuitivo é bíblica, mas também o conhecimento
se adquire por revelação e pelo meio natural.
ANTINOMISMO
[ 13 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Antinomismo significa um sistema de doutrinas que nega ou
combate a lei (do grego: anti [contra] e nomos [lei]). Os
antinomistas procuram enfatizar a Nova Aliança e combatem ou
menosprezam a Antiga Aliança (Antigo Testamento), um dos
principais antinomistas foi JOÃO AGRÍCOLA que em 1537 em
Witemberg de Eisleben pregou contra os sermões baseados na
LEI, para ele só deveria se pregar o Evangelho da Nova Aliança.
Por causa disto, Lutero combateu João Agrícola e em 1539
escreveu um tratado contra os antinomistas chamado WIDER
DIE ANTINOMER. Lutero argumentou dizendo: “A lei é
importante porque ela revela o pecado, e como o cristão ainda é
pecador, este continua sujeito a operação da lei que se destina a
matar a velha natureza.”
JOÃO AGRÍCOLA
[ 14 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Os antinomistas nunca tiveram expressão ou voz forte, e não
poderia ser diferente. Alguns núcleos luteranos como de
Herrnhut adotaram essas ideias.
A lei não pode ser desprezada, pois ela serve para:
A –Manter a ordem pública.
B – Mostrar os homens o que é errado.
C – Definir as normas de conduta.
A lei e em especial a de Moisés não pode ser desprezada porque
o Deus do Evangelho da Nova Aliança é o mesmo Deus da
Antiga Aliança, contudo, é preciso diferenciar a lei moral da lei
cerimonial e a igreja de Israel e assim interpretamos
corretamente as Escrituras.
ARIANISMO
Este dogma trouxe muita controvérsia, e seu principal
protagonista foi o presbítero de Alexandria, Ario. Ele foi
discípulo de Luciano de Antioquia e este tinha sido discípulo de
Paulo de Samósata. Por volta de 310 Ario defendia que o Filho
foi criado por Deus e, portanto, fazia parte da criação e não
existia no eterno passado.
No ano 320 o presbítero-supervisor (gr. EPISKOPOS = bispo)
de Ario o excomungou por motivo de heresia. Mas o conflito
[ 15 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
estourou no Oriente quando outros o apoiaram como Euzébio de
Nicomédia. O dogma ariano provocou uma conturbação pondo
em risco a unidade dos cristãos e até do império romano que
neste tempo já estava cristianizado. Por isso o imperador
Constantino tentou conciliar os intrigantes, mandando Hósio,
presbítero-supervisor da corte, mas como não teve sucesso, o
imperador decidiu convocar um concílio em Nicéia no ano 325.
Em Nicéia, os bispos de todos os cantos do império
compareceram. A discussão teve como grande orador o diácono
ATANÁSIO que combateu o arianismo com firmeza e com
muita base bíblica.
O arianismo cometeu erros grosseiros porque atingia
hereticamente o dogma de Deus e de Cristo. Ario acreditava em
semideus e por isso pode ser visto até como politeísta, pois
apesar de negar que Jesus era Deus, Ário aceitava o culto e a
adoração a Cristo. Alguns grupos arianos como as Testemunhas
de Jeová passaram com o tempo a adorar o Pai e PRESTAR
HOMENAGEM AO FILHO.
O arianismo foi rejeitado no concílio de Nicéia, mas sempre teve
influência na igreja e por isso mais tarde Atanásio foi exilado
pelo imperador que havia simpatizado com o ensino de Ário. A
história do cristianismo mostra que a doutrina trinitariana
acabou sendo aceita pela maioria dos cristãos. Mas o arianismo
não foi somente aceito, mas também era antibíblico.
[ 16 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Na ilustração: Atanásio que combateu a heresia de Ário.
O Pai, o Filho e o Espírito Santo são da mesma natureza e os
três são um só, como revela o próprio nome Elohim (que
significa Deus em pluralidade), e como mostram as Escrituras
com dezenas de títulos de Deus que também são atributos do
Filho e do Espírito Santo. O Filho é posto nas Escrituras
Sagradas como sendo Deus (João 1.1; 10:30; Mateus 2.2;
Hebreus 1.6).
ARISTOTELISMO
O aristotelismo é o sistema dogmático baseado nos ensinos do
filósofo Aristóteles. Muitos teólogos da igreja basearam-se nos
ensinos de Aristóteles para formular as doutrinas da igreja, é
verdade que as idéias de Aristóteles originalmente são pagãs
[ 17 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
porque entre outras coisas a reencarnação aparece entre os
conceitos deste filósofo.
Por isso que os teólogos não levavam em consideração as idéias
claramente antibíblicas de Aristóteles. Até ai tudo bem, porque
nos escritos de Paulo aparece varias vezes traços de autores
pagãos. Os escritos de Tomás de Aquino são mais tendenciosos
as idéias de Aristóteles do que a de Agostinho.
Os teólogos de bases aristotélicas para se desculparem das
visíveis diferenças entre as Escrituras e as filosofias de
Aristóteles explicam-se chamando essas diferenças de verdade
dupla, isto é, o que é verdade para a filosofia pode não ser
verdade para a teologia e vice-versa.
Contudo não há como conciliar ideias tão diferentes, uma
porque Aristóteles dizia que havia uma só alma universal,
enquanto as Escrituras dizem que somos almas individuais
(como em Apocalipse 6.9).
Mas apesar dessas diferenças a filosofia aristotélica serviu de
base para a teologia escolástica. A doutrina aristotélica sobre o
conhecimento de Deus era racional, o homem pode perceber
Deus pelo mundo visível, o que não deixa de ser verdade porque
nos Salmos 19.1 diz:
“Os céus declaram a gloria de Deus, o firmamento proclamam a obra das
suas mãos.”
[ 18 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Já Agostinho dizia que o conhecimento de Deus se conseguia
empiricamente, ou de dentro para fora, o que também não deixa
de ser verdade, pois em I Coríntios 2.10 diz:
“Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito.”
Portanto, quanto a isso Tomás de Aquino foi bem coerente
porque ele uniu esses dois conceitos, porque eles não se
contradizem, mas eram os dois lados de uma moeda.
ARMINIANISMO
O arminianismo é um dogma totalmente correto, JACÓ
ARMÍNIO foi teólogo que se levantou no círculo protestante
para discordar do dogma de Calvino, como todos sabem Calvino
[ 19 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
dizia que Deus. Escolheu uns para a salvação e os demais
homens não estão no plano de Deus.
É o famoso dogma dos ELEITOS. Jacó Armínio discordou
destas ideias, porque eram irracionais e antibíblicas. Alguns
calvinistas radicais como Francisco Gomaro e Beza afirmavam
que Deus preordenou o pecado e a condenação eterna.
Armínio não discordava da SOBERANIA de Deus, mas que,
defender a doutrina da predestinação era o mesmo que chamar
Deus de mau. É verdade que Deus predestina, mas não fixa
quem vai ser salvo e quem vai ser condenado. Em outras
palavras Deus já sabe quem vai ser salvo, mas ele não toma
partido de uma pessoa contra outra.
É preciso entender a predestinação a luz de I Pedro 1.2 que diz:
“Eleitos segundo a presciência de Deus...”
Presciência quer dizer: “Pelo conhecimento dos fatos antes deles
acontecerem.” Essa discussão gerou muitas polemicas nos meios
calvinistas das igrejas reformadas, tanto foi que entre 1618 e
1619 foi convocado o SÍNODO DE DORT para resolver esta
questão, acabou prevalecendo a crença da maioria, o calvinismo,
entretanto não convenceu.
[ 20 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
CHARGE COM CRÍTICA CALVINISTA AO ARMINIANISMO
Assim é que os presbiterianos entre outros grupos, seguem o
dogma calvinista, a despeito que a verdade foi dita por Armínio.
Na prática o dogma calvinista é pior ainda, porque o indivíduo
pensa lá no seu íntimo: se eu fui predestinado não importa o que
eu faço, Deus vai acabar no final me salvando. Se eu não fui
predestinado, não importa o quanto eu faço de boas obras,
acabarei indo para o inferno.
Esta é a razão porque os calvinistas são em geral MUNDANOS.
Por outro lado, os arminianos como nós, damos ênfase a
necessidade de viver uma vida santa, porque a salvação em boa
media depende de nossas atitudes para com a palavra de Deus.
Por isso não precisa ir longe para entender que em qualquer
lugar do mundo os arminianos vivem em maior santidade que os
calvinistas.
Outro importante ARMINIANO foi John Wesley, o fundador do
movimento metodista. Wesley não era de fato um teólogo, mas
[ 21 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
em contrapartida era um homem de Deus, e tinha uma visão
fantástica do cristianismo autentico. Wesley se destacou por ser
acima de tudo um homem de ação, ele dava muito importância a
obediência a Deus como fator importante para a salvação.
Por causa de sua posição doutrinaria quanto a predestinação
Wesley foi combatido pelos calvinistas. Mas ele nos púlpitos da
vida, enfocava que a graça de Deus é universal e, portanto, todo
homem pode vir a Deus, alguns textos bíblicos confirmam o
ensino que qualquer um pode ser salvo desde que aceite Jesus.
Primeiro, Deus não amou alguns, mas o mundo inteiro:
“Porque Deus amou o mundo.” (JOÃO 3.16).
Em segundo lugar, todos que aceitaram Jesus serão salvos:
“Mas a todos os que o receberam, deu-lhe o poder de se tornarem filhos de
Deus.” (João 1.12).
Em terceiro lugar, o desejo de Deus é que todos se salvem, e
isso mostra que todos tem a possibilidade de se salvarem se
seguirem o conselho de Deus:
“Que quer que TODOS OS HOMENS SE SALVEM e venham ao
conhecimento da verdade.” ( I Timóteo 3.4).
[ 22 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
ASCETISMO
A terminologia “ascetismo” é definindo assim em certo
Dicionário:
Prática da abstenção de prazeres e até do conforto material, adotada com o
fim de alcançar a perfeição moral e espiritual. O asceta submete-se a dieta
rigorosa e a frequentes jejuns, sendo que os antigos cristãos se sujeitavam até
a castigos físicos, como a flagelação.(2)
Os praticantes do ascetismo vêm no corpo, os males da sua
alma, e assim a prática dos desejos carnais afastam o homem de
Deus. Controlar os impulsos dos desejos físicos é a meta
ascética. A busca dos prazeres desta vida afasta o homem da
sabedoria e da verdadeira espiritualidade. Os ascéticos mais
radicais chegam mesmo a praticar a autoflagelação como forma
de mortificar os desejos carnais. Não é só à sexualidade que elas
renunciam, mas também a qualquer aquisição de propriedades
[ 23 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
materiais ou bens de consumo. Os ascéticos tem aversão aos
prazeres dessa terra. Comportando-se somente como peregrinos,
os cristãos rejeitaram a cultura e o papel de influência sobre eles.
Nessa cosmovisão, criam forte aversão ao cinema, rádio,
televisão, erudição, esportes, lazeres, entretenimento, teatros,
artes, danças, esculturas etc.
A igreja deve viver no mundo, mas não participar das coisas do
mundo. O mundo jaz no maligno, e a igreja é santa. A própria
palavra santidade traz um ideal ascético, pois santidade significa
separação. Se o cristão não pode sair do mundo, ele tem o dever
se afastar do modo de vida mundano.
Asceticismo é muito associado com monges, yogis ou sacerdote, entretanto
qualquer indivíduo pode escolher levar um vida ascética. Lao Zi, Gautama
Buddha, Mahavir Swami, Santo Antonio, Francisco de Assis, Mahatma
Gandhi e David Augustine Baker podem ser considerados ascetas. Muitos
deles deixaram as suas famílias, possessões, e lares para viver uma vida
mendicante, e nos olhos de seus seguidores demonstram grande
espiritualidade, ou iluminação. (1)
[ 24 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
CALVINISMO
O CALVANISMO é o sistema dogmático de João calvinismo e
o seu principal tratado teológico se chamava A INTITUCÃO
DA RELIGIÃO CRISTÃ, Calvino nasceu em 1509 e morreu em
1564, havia se formado em direito e foi uma das colunas da
reforma protestante.
A teologia de Calvino mantém traços dos ensinos de Zuinglio,
Bucer e Lutero, mas a ênfase de Calvino é na doutrina de Deus,
onde lamentavelmente cometeu o erro grosseiro da
predestinação, que alias, se tornou o centro de seus ensinos.
Vejamos uma frase do próprio Calvino:
“Denominamos predestinação o decreto eterno de Deus, pelo
qual decidiu o que acontecerá com cada homem. Pois não foram
criados todos nas mesmas condições; alguns são predestinados à
vida eterna.”
Calvino também dizia que quando alguém é eleito, ele é
chamado por Deus, enquanto o que não for eleito não é
agraciado com o conhecimento de Deus. Os luteranos rejeitaram
o dogma da predestinação de Calvino por que as Escrituras
afirmam que Deus quer salvar a todos conforme I João 2.2 “Ele
é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos
nossos, mas também pelo de todo mundo.”
[ 25 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Quanto a CEIA DO SEHOR, Calvino acredita na presença do
Senhor na ceia, mas não ocorria nenhuma mudança nas
substâncias, a expressão em latim para retratar essa verdade é:
FINITUM NON CAPAX INFINITI. “O finito não pode conter o
infinito”. Calvino como nós, também dava importância para a lei
mosaica.
Ele entendeu que a vinda de Cristo foi para cumprir a lei
cerimonial, que para nós, os cristãos, está abolida. Mas quanto à
lei moral da antiga aliança permanece valida para os cristãos,
que deve submeter-se a ela e regular sua vida moral pelos
preceitos nela estabelecida. Neste ponto de interpretação
Calvino acertou em tudo, por isso ele também defendia a pena
de morte para os crimes pré-estabelecidos na lei de Moisés.
Portanto, no pensamento de Calvino a lei continua tendo
validez.
[ 26 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
CONGREGACIONALISMO
O congregacionalismo é o sistema doutrinário de organização da
igreja segundo a qual toda a congregação é a autoridade. E
portanto, todos devem democraticamente decidir, julgar e
discutir os problemas da igreja. Contudo esta posição de
governo democrático da congregação surgiu por motivos de
revolta exagerada ao sistema episcopal do catolicismo romano,
daí que a posição mais equilibrada e bíblica é o governo
presbiteriano.
Os defensores do sistema congregacionalista ou
INDEPENDENTE foram alguns puritanos. Até certo ponto é de
se entender essa repulsa por uma autoridade, afinal esse
movimento doutrinário surgiu na Inglaterra onde a principal
denominação, a anglicana, sofria interferência constante das
autoridades seculares, pois a igreja ali era chefiada pelo estado.
[ 27 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Quem organizou este dogma foram Roberto Browne e Henrique
Barrowe. Browne teve que fugir para a Holanda em 1582, e
Barrowe foi condenado a morte por causa de sua convicção
congregacionalista em1593. O que foi lamentável, matar pessoas
por pequenas discordâncias. Os congregacionalistas são em tese:
democratas religiosos, razão porque defendiam como ninguém a
liberdade de consciência e a tolerância religiosa.
Deste movimento surgiu a Igreja Batista que foi fundada por
John Smith. Séculos se passaram e ainda este é o sistema da
organização batista. Entre tantos males deste sistema de governo
podemos enumerar alguns:
1 – Primeiro, no governo congregacionalista ou independente
em vez do rebanho estar sujeito ao presbitério é o presbitério
que fica sujeito ao rebanho.
2 - Segundo, a autoridade de julgar o rebanho foi dada por
Cristo aos líderes da igreja, como Jesus falou aos seus apóstolos
em João 20-22-23, e os apóstolos eram presbíteros, como Pedro
mesmo se identifica como PRESBÍTERO em sua primeira Carta
no capítulo 5 e versículo 1.
3 – Em terceiro lugar, porque não se pode levar a sério o
congregacionalismo como uma forma de governo eclesiástico. É
que um novo convertido ou um crente que não tenha uma
profunda compreensão da palavra vai acabar emitindo opiniões
errôneas nas assembleias.
[ 28 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
DINAMISMO
O dinamismo é uma doutrina formulada no final do segundo
século por um curtidor de Bizâncio chamado Teodoto, ele
chegou a Roma no ano 190 devido uma perseguição que ocorria
em sua cidade. Teodoto negava a divindade de Cristo, por isso
ele foi combatido como um herege pelo apologista Tertuliano
que o cita no seu livro ADVERSUS OMNES HAERESES.
Teodoto ensinava que Jesus nasceu de uma virgem, mas não
deixava de ser um simples homem, Jesus teria vivido como um
homem comum até que um dia foi batizado nas águas, o Cristo
desceu sobre ele. Portanto no monarquianismo dinamista Jesus é
um homem que recebeu o elemento divino chamado Cristo.
Por causa de sua ideia herética Teodoto foi expulso da
congregação pelo presbítero-supervisor (bispo) de Roma, o
Vitor. No século seguinte surgira outro defensor do dinamismo,
era PAULO DE SAMOSATA que no ano 260 era bispo
(presbítero-supervisor) de Antioquia, ele era claramente
unitarianista, pois dizia que Jesus era um simples homem,
também Samosata no ano 268 foi excomungado pelo sínodo em
Antioquia. As ideias dinamista de Samosata viriam a influenciar
o herético Ário que no quarto século criaria grande polemica
sobre a divindade de Cristo.
Ário era discípulo de Luciano de Antioquia que por sua
vez era discípulo de Paulo de Samosata, o principal dinamista da
história. Portanto, o dogma defendido por estes eram dogmas
[ 29 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
contra a divindade de Cristo. Alias, a linha de interpretação dos
antioquianos tinha esse elemento herético.
Luciano de Antioquia.
No quinto século outra heresia surgia com a essência do
monarquianismo dinamista e seu novo representante se chamava
Nestório que separava o divino do humano na pessoa de Cristo,
mas ao contrário dos outras dinamitas, ele dizia que o Logos
veio habitar no homem Jesus por ocasião de seu nascimento,
enquanto os dinamitas primitivos afirmavam que o divino veio
habitar no homem Jesus por ocasião do batismo.
Dogmas como esses foram condenados pelos concílios de Nicéia
e Calcedônia, pronunciando as declarações bíblicas de que Jesus
é VERDADEIRO DEUS E VERDADEIRO HOMEM conforme
Matheus 2.2, Hebreus 1.6; Apocalipse 5.11-14; I Timóteo 2.5.
DIOFISISMO
Diofisismo é uma doutrina cristã teológica, usada para expressar
a afirmação que em Jesus havia duas naturezas: uma divina e
[ 30 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
outra humana. Esta palavra é de origem grega (dyo+ physis+
ismo = duas naturezas), Quem propôs esta teoria foi Nestório,
cuja doutrina ficou conhecida como Nestorianismo. O Concílio
de 451 se reuniu para discutir a questão das duas naturezas de
Cristo. Ao final do concílio Nestório foi considerado herege, e o
concílio lavrou o seguinte credo sobre as duas naturezas de
Cristo:
Fiéis aos santos pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se
deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito
quanto à divindade, perfeito quanto à humanidade, verdadeiro Deus e
verdadeiro homem, constando de alma racional e de corpo; consubstancial,
segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; em
todas as coisas, semelhante a nós, excetuando o pecado, gerado segundo a
divindade antes dos séculos pelo Pai e, segundo a humanidade, por nós e para
nossa salvação, gerado da virgem Maria, mãe de Deus; Um só e mesmo
Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas,
inconfundíveis e imutáveis, inseparáveis e indivisíveis; a distinção da
naturezas de modo algum é anulada pela união, mas, pelo contrário, as
propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar
uma só pessoa e subsistência; não dividido ou separado em duas pessoas.
Mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor;
conforme os profetas outrora a seu respeito testemunharam, e o mesmo Jesus
Cristo nos ensinou e o credo dos pais nos transmitiu. (3)
[ 31 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
DOCETISMO
O docetismo foi um movimento altamente herético, pois os
docéticos tomavam as seguintes posições: uns diziam que Jesus
não tinha um corpo verdadeiramente humano e para explicar-se
laçavam mão de umas teorias sobre corpos fantasmagóricos, daí
que diziam também que PARECIA que Jesus era humano,
PARECIA que ele sofreu na cruz. Outros docéticos só aceitavam
como verídicos alguns aspectos dos livros biográficos de Cristo
negando os demais acontecimentos descritos em Mateus,
Marcos, Lucas e João.
[ 32 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Os gnósticos em geral eram docéticos, certo Cerinto dizia que
CRISTO SAIU DE JESUS UM POUCO ANTES DA
CRUCIFICAÇÃO. Outro docético, Basílides dizia que JESUS
NÃO MORREU CRUCIFICADO, MAS QUE SIMÃO, O
CIRINEU MORREU EM LUGAR DE JESUS QUE
ESCAPOU.
Segundo um dos primeiros líderes do cristianismo, IRINEU, o
apóstolo João havia escrito o livro biográfico e as cartas a fim de
combater Cerinto. INACIO no inicio do segundo século no
combate ao docetismo dizia: “CRISTO VERDADEIRAMENTE
NACEU DEMARIA, FOI REALMENTE CRUCIFICADO E
CRISTO ESTAVA NA CARNE MESMO DEPOIS DE SUA
RESSUREIÇÃO, NÃO ERA ESPIRITO INCORPOREO.”
Os gnósticos são docéticos por negarem a humanidade de Jesus,
como também desde o séculos XIX as Testemunhas de Jeová
tomaram-se os docéticos dos dias modernos por negarem que
Jesus ressuscitou com um corpo físico. A cristologia de Marcião
era também docética: “Cristo manifestou-se aqui na terra
durante o reinado de Tibério Cesar. Apareceu, todavia, como
figura fantasmagórica.”
[ 33 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Para combater MARCIÃO, Irineu escreveu em ADVERSUS
HAERESUS: “como podia ele ter sido crucificado e como
podiam sangue e água ter jorrado do seu peito traspassado se
não era verdadeiramente homem, mas apenas tinha aparência de
homem?”
Por causa do seu conceito docético, Marcião pregava a salvação
somente da alma e não do corpo. Vejam que o conceito
cristológico docético acabou por influenciar o seu ensino sobre a
Tanatologia bíblica. Os docéticos em geral foram ensinadores
que não conseguiram conciliar em suas mentes a ideias de um
único Deus... Mas em três pessoas (hipóstases).
[ 34 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Outra forma de docetismo que negava encarnação de Cristo foi a
defendida por Apolinário de Laodicéia no final do quarto século,
como podemos extrair do livro VOM HIMMLISCHEN
FLEISCH CHRISTI de schoeps, pág 9 de 1951 e do livro
EARLY CHRISTLIAN DOCTRINES de kelly, pág 294: Deus
em Cristo foi transmutado em carne, e esta carne foi então
transmutada pela natureza divina. De acordo com esse ponto de
vista, Cristo não recebeu sua natureza humana da virgem Maria.
Antes trouxe consigo do céu uma espécie de carne celestial. O
ventre de Maria simplesmente serviu de passagem.
Apolinário cometeu este erro por enfatizar demasiadamente a
divindade de Cristo, ele achava que Cristo só tinha uma
natureza, a divina, por isso na sua concepção Cristo não tinha
alma.
[ 35 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
No final da primeira guerra mundial surgiu na Alemanha outro
teólogo com ideias extravagantes, foi KARL BARTH, entre
tantas heresias ele também demonstrava conceitos docéticos em
sua Cristologia, BARTH via nos livros biográficos (chamado
erroneamente de evangelhos) como uma ilustração do
verdadeiro Evangelho. Barth negava a autenticidade de várias
narrativas das Escrituras.
DONATISMO
O donatismo foi o movimento doutrinado criado por Donato, o
grande, que era presbítero-supervisor (bispo) de Cartago por
volta de 332. O donatismo é um sistema dogmático
eclesiológico, o que causou a chamada controvérsia donatista do
quarto século. O donatismo é considerado um dos primeiros
grandes movimentos cismático da igreja, esse movimento
[ 36 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
iniciou-se no período de perseguição do imperador romano
Diocleciano.
As primeiras discussões surgiram quando um supervisor de
congregação foi ordenado por um presbítero-supervisor (Bispo)
que anteriormente havia entregado copias das Escrituras as
autoridades do governo para serem destruídas em um tempo de
perseguição. Os donatistas achavam isso uma traição, mas a
igreja em geral não achava. Daí que o desentendimento
provocou um cisma, pois em Cartago os presbíteros se reuniram
e elegeram um presbítero-supervisor dividindo assim as igrejas
do Norte da África que a certa altura já era mais da metade
donatista.
Os donatistas eram radicais em sua posição, achando-se a única
igreja verdadeira tanto é que, eles não aceitavam o batismo
realizado pelas demais igrejas. Os donatistas diziam que os
verdadeiros obreiros eram inatacáveis em sua maneira de viver e
que se eles não fossem íntegros em tudo, o que eles fizessem
não teria validade alguma, seja batismo, celebração da ceia e até
[ 37 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
mesmo no ato de ordenar oficiais eclesiásticos. Portanto se um
oficial da igreja fosse considerado indigno da posição, os
donatistas não o consideravam obreiro de verdade, e se ele
ordenou alguém para o presbitério ou diaconato tais ordenações
não teriam valor algum.
A posição dos donatistas quanto às cerimônias cristãs
convencionou-se a ser chamado “THEOLOGIA
REGENITORUM” por que para eles a condição espiritual do
oficiante influencia nos efeitos da cerimônia. Por tomarem essa
atitude exclusivista os donatistas se achavam superiores ao
demais cristãos e assim batizavam todos os cristãos que se
filiassem a sua organização, eles viam a necessidade de se
desligarem da igreja popular, porque ela era mundana (no
conceito deles).
[ 38 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Os donatistas queriam mais rigor nas disciplinas e criticavam a
igreja por acharem hipócritas, para eles a igreja devia conter
somente os puros. Agostinho combateu com eloquência os
donatistas e por volta do ano 400 ele escreveu: “TEBATISMO”,
um tratado em que ele combateu a doutrina donatista de batizar
os cristãos já batizados. No tratado EPISTELA 93, Agostinho
falou o seguinte sobre a questão do rebatismo:
“Há grande diferença entre um apóstolo e um beberrão; mas não
há diferença nenhuma entre um batismo realizado por um
apóstolo ou por um beberrão.”
A briga de Agostinho com os donatistas levou-o a fazer pesados
comentários, inclusive incentivando o governo a tomar a atitude
de força-los a se integrarem na igreja popular. Mas não foi
preciso usar de violência, pois os vários debates acabaram
enfraquecendo o movimento donatista que a partir de 411
começou a diminuir em numero ate que se extinguiu.
Aquele movimento donatista morreu, mas em toda história do
cristianismo surgem vários grupos radicais que não aceitam as
[ 39 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
outras dominações evangélicas, mesmo quando as doutrinas são
semelhantes, mas por pequenas diferenças acabam por se
acharem donos da igreja verdadeira. Estes donatistas dos tempos
modernos convidam os crentes de outras denominações a saírem
dela, são pessoas de baixo nível cultural que são fortemente
atraídos por ideias radicais. No século XX, no Brasil, surgiram
dois grupos bem característicos como a Igreja Pentecostal Deus
é Amor e a mais donatista ainda, a Congregação Cristã no
Brasil, esta ultima batiza os crentes de qualquer denominação,
porque eles se acham como sendo a igreja verdadeira.
DUALISMO
O dualismo é o conceito universal do DUO, isto é, dois. O
dualismo em um sentido geral é a crença que o universo possui
duas forças opostas que se contrabalanceiam e por isso se
equilibram mutuamente. Não é novidade que ideias filosóficas
como essas acabassem sendo incorporada na teologia cristã.
[ 40 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Isso não quer dizer que toda forma de dualismo esteja errado,
pois alguns conceitos dualistas são verdadeiros como a
existência do mundo espiritual e material, a oposição do DIABO
a DEUS, o bem e o mal, a luz e a escuridão, o masculino e o
feminino etc.
Certos conceitos dualistas são profundamente heréticos como a
afirmação que o mundo material é mal, esquecendo-se que
Cristo ressuscitará o nosso corpo, pois a nossa carne será
glorificada. Tais aberrações dualistas como essa ocorrem porque
tais pregadores nem sabem que nas Escrituras “carne”
(gr:sarkos) significa: o corpo ou natureza humana decaída.
[ 41 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Quando o cristianismo começou a se espalhar pelo mundo os
gnósticos tentaram sincretizarem-se com os cristãos, mas os
lideres cristãos combateram o gnosticismo, pois estes ensinavam
que a matéria é mal. No livro “TEOLOGINS HISTORIA” de
Bengt Hãgglund, ele disse: “livrar as almas dos homens do seu
cativeiro ao mundo material e traze-las de volta ao mundo do
espírito.” Sobre esta base desenvolveu-se o conceito gnósticos
de salvação.
Dizia-se consistir a salvação no livramento das almas do mundo
material a fim de que pudessem ser purificadas e trazidas de
volta á esfera de onde vieram. Por causa do conceito que a
matéria é má os gnósticos recusavam-se a acreditar que o Cristo
encarnou-se, para eles Jesus Cristo não era humano, e já nos dias
[ 42 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
do apóstolo João, os gnósticos foram duramente criticados na
palavra de Deus por causa dessas ideias (leia I João 4.2).
Os dualistas gnósticos tinham duas éticas, uma era daqueles que,
como se havia de esperar, por acharem o mundo material mal,
pregavam libertação do espírito dos desejos ardentes da carne.
Havia também os dualistas gnósticos que diziam que para se
libertarem da carne deveriam entregar-se aos desejos mundanos
(totalmente sem lógica, mas o pecado é isso mesmo).
Por considerarem a criação vil e má essas ideias foram taxadas
pelos lideres cristãos dos primeiros dos séculos de
“BLASPHEMIA CREATORIS.” Mani que no terceiro século
criou o maniqueismo, também era dualista radical. O teólogo
alemão SCHLEIERMACHER era contra o dogma DUALISTA,
mas acabou indo para o outro extremo como podemos ler no seu
livro DER CHRISTLICHE GLAUBE onde o autor aniquila o
dogma dualista chegando mesmo a dizer que não existe uma
forca em oposição a Deus negando a existência do Diabo.
[ 43 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Que existe certo dualismo no mundo ninguém pode negar, pois
Jesus mesmo pregou sobre os dois caminhos (Mateus 25.46), e
sobre os dois senhores (Mateus 6.24).
EBIONISMO
O Ebionismo foi um movimento judaico dentro do cristianismo
que ensinava aos novos cristãos a obedecerem à lei de Moisés. O
nome ebionismo origina-se da palavra hebraica “evjonim” que
significa “os pobres”, título honroso para os cristãos em
Jerusalém.
Os ebionistas se dividiam em mais rigorosos ou menos
rigorosos. Estes últimos pregavam aos cristãos gentios que estes
deviam submeter-se a lei de Moisés, bem como a circuncisão e
as leis alimentícias. Naturalmente os ebionistas detestavam os
ensinos de Paulo, e rejeitavam as suas cartas.
Os cristãos judaicos escreveram alguns livros como “PSEUDO-
CLEMENTE”, “PREGACÃO DE PEDRO,” e varias biografias
apócrifas de Jesus. A visão deles sobre Jesus era a de um
homem e não a de Deus encarnado, por isso eles rejeitavam a
divindade de Cristo. Jesus era somente um homem com poderes
divinos.
[ 44 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Nas suas cartas, Paulo combateu os judaizantes de forma
contundente, principalmente nas cartas aos Romanos, aos
Gálatas e aos Colossenses. Os adventistas do Sétimo Dia são
ebionistas, pois ainda acreditam que é necessário guardar o
sábado. Contudo não percebem que o sábado é uma aliança de
Deus com Israel e não com a igreja. Ninguém que estuda as
cartas de Paulo pode continuar sendo um ebionista.
ESCOLASTICISMO
Escolástica ou escolasticismo (do latim scholasticus, e este por sua vez do
grego σχολαστικός [que pertence à escola, instruído]) foi o método de
pensamento crítico dominante no ensino nas universidades medievais
europeias de cerca de 1100 a 1500. Não tanto uma filosofia ou uma teologia,
como um método de aprendizagem, a escolástica nasceu nas escolas
monásticas cristãs, de modo a conciliar a fé cristã com um sistema de
[ 45 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
pensamento racional, especialmente o da filosofia grega. Colocava uma forte
ênfase na dialética para ampliar o conhecimento por inferência e resolver
contradições. A obra-prima de Tomás de Aquino, Summa Theologica, é
frequentemente vista como exemplo maior da escolástica. (5)
O escolasticismo protestante refere-se ao desenvolvimento
teológico pós-reforma nas igrejas reformadas. Teve seu começo
no final do século XVI seguindo o trabalho da segunda geração
de codificadores da reforma, como Calvino, Heinrich Bullinger,
Wolfgang Musculus, e Peter Martyr Vermigli e se estendendo
para o século XVIII.
Seu trabalho foi fazer uma obra de sistematização dentro das
fronteiras criadas pelas grandes confissões reformadas do século
XVI. Para tal, o método empregado foi o escolástico. O que isto
significa? Richard Muller responde dizendo: “Ele é chamado de
[ 46 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
“escolástico” primeiramente por causa do método teológico que
ele usou na formulação dos seus sistemas de doutrina”. Muller
prossegue lembrando-nos: “O escolasticismo do final do século
XVI e século XVII foi auxiliado pelo aumento da abertura da
teologia protestante para o uso da razão e filosofia,
especificamente para o aristotelismo revisado do final da
renascença”. E conclui destacando que não devemos confundir
este escolasticismo com o medieval: “Admitindo o
desenvolvimento em lógica, retórica e metafísica que tiveram
lugar nos séculos XV e XVI, nem o método, nem a filosofia dos
protestantes escolásticos foram idênticos aos dos pensadores
medievais”. Certamente aí está a causa do preconceito de muitos
que vieram a desconsiderar esta fase do pensamento reformado
por causa das suas supostas ligações coma teologia especulativa
e racionalista da Idade Média. Como nos trás à memória Arvin
Vos: “O termo foi primeiro usado num sentido derrogatório
pelos humanistas do século XVI. Ele é agora aplicado à
qualquer teologia na qual a preocupação com a lógica e o
método são proeminentes, onde teologia é concebida em termos
de ciência”.
Sua influência durou duzentos anos. Por este simples fato já se
torna algo digno da nossa atenção. Mas, não apenas isto.
Podemos avaliar sua importância quando pensamos na obra
magistral destes teólogos que se viram diante do desafio de
apresentar de forma bíblica, racional e sistematizada o
pensamento protestante em face dos ataques bem articulados da
teologia católica romana. Esta seria, na divisão de Muller a
[ 47 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
primeira fase desta vertente teológica do protestantismo, que
duraria de 1565 até 1640. Em 1545 através do Papa Paulo III, a
Reforma foi respondida e condenada, como nos lembra Muller,
pelas melhores mentes teológicas da Igreja Católica Romana.
Entre estas mentes a do Cardeal Roberto Belarmino: “No curso
desta polêmica, o Protestantismo desenvolveu uma síntese mais
detalhada da sua própria posição teológica”. Comenta Muller:
Esta fase seria caracterizada ainda por mais três fatores: a necessidade da
terceira geração de líderes protestantes de declarar para si mesmos o
significado da Reforma, o interesse entre os sucessores dos reformadores em
manter e enfatizar a catolicidade da Reforma à luz da tradição cristã e a
tentativa de formular o sistema teológico do protestantismo em larga escala,
além do oferecido pela segunda geração de reformadores, com a reintrodução
de categorias filosóficas. (4)
Não foi coisa de somenos importância o que esta gente realizou.
O debate era intenso, do lado católico posições muito bem
defendidas tendo ao seu lado o peso da tradição, o que podia
levar muitos a pensar que não era possível que a igreja estivesse
errada por tantos anos conforme os Reformadores haviam
denunciado. Richard Muller define a teologia deste período
como “aberta por um lado para a tradição medieval como seu
uso da filosofia Aristotélica, mas do outro lado consciente do
mandato da Reforma de não admitir nenhuma norma para a
doutrina igual ou maior do que a Escritura”.
A segunda fase apresentada por Muller é a que se estende de
1640 até 1700, intitulada de era da alta ortodoxia, que veio a ser
a grande era do sistema teológico. Foi uma era de considerável
[ 48 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
atividade intelectual nos campos da teologia, estudo linguistico,
e exegese. Foi a era do debate sobre o federalismo de Cocceious,
que veio a se tornar tão característico do pensamento reformado
posterior onde a relação de Deus com os homens é vista sempre
em termos pactuais e Adão sendo apresentado como o
representante da humanidade no pacto das obras e Cristo, o
segundo Adão como o representante da igreja no pacto da graça.
Neste mesmo período questões teológicas altamente técnicas
foram tratadas. Especialmente pela escola de Saumur. Não foi
fácil manter a continuidade teológica com a Reforma enquanto
também formulava um sistema teológico amplo numa era de
método escolástico e revoluções no campo da ciência e da
filosofia. O que mais importante aconteceu neste período no
campo teológico em geral foi a perda da tradicional síntese
Aristotélica de teologia, filosofia e ciência. Falando um pouco
mais sobre o ethos intelectual Richard Muller diz:
A ortodoxia começou a sentir o impacto do racionalismo
cartesiano e, na Inglaterra, da teologia natural do incipiente
Deísmo. No final desta era, os sistemas racionalistas de
Espinoza, Leibniz e Locke manifestaram ainda mais claramente
a mudança no clima filosófico.
A fase final, na boa divisão histórica de Muller vai de 1700 até
1790, que poderia ser chamada de ortodoxia e racionalismo
tardio. Aqui tem-se início o declínio e estagnação do
escolasticismo protestante. Fora o impacto do ambiente
intelectual o escolasticismo protestante foi transformado pelas
forças do Pietismo, indiferentismo doutrinário e racionalismo. O
[ 49 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Pietismo com sua ênfase na dimensão prática do cristianismo, o
indiferentismo doutrinário subproduto de uma exaustão de
debates teológicos sem fim em torno de minudências. O
escolasticismo Protestante de Aristotélico tornou-se Cartesiano,
para mais adiante ser esmagado pela crítica de Kant à metafísica
racionalista. A razão não deveria ser vista como ponto de partida
para a teologia. Porém, tal não ocorreu sem antes os ataques
racionalistas serem feitos aos pressupostos sobrenaturalistas do
escolasticismo Protestante.
ESPIRITUALISMO
O espiritualismo do ponto de vista teológico é o sistema
doutrinário que valoriza o lado espiritual em questões da
doutrina de Deus. O espiritualismo diz que Deus não tem corpo,
Deus não tem forma física, essas afirmações são corretas porque
se Deus tivesse e forma de homem como sugere a principio a
descrição do homem. Não há como explicar porque Deus é
descrito com asas no salmo 91.
Outra forma de espiritualismo são as ideias de não participação
social do cristão, principalmente na política, como defendiam os
anabatistas, também chamados de SCHWARMGEISTER. Neste
mesmo tipo de crença estão as Testemunhas de Jeová e outros
grupos evangélicos radicais como a Congregação Cristã no
Brasil que são apolíticos.
[ 50 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Lutero discordou deste ponto de vista, ele achava que o cristão
podia participar politicamente da sociedade, mas não aceitava a
insurreição, mesmo que fosse por uma causa justa. O cristão,
segundo Lutero, devia obedecer as autoridades porque esta é a
vontade de DEUS. A única exceção seria se o governo exigisse
algo contra a vontade de DEUS, ai sim, justifica-se as palavras
de Atos 5.29: “Antes importa obedecer Deus do que os
homens”.
Portanto, não há razão para seguir este tipo de espiritualismo
que condena a participação do cristão na sociedade. Uma
interpretação correta do espiritualismo é apresentada na questão
da CEIA DO SENHOR, defendida por Zwinglio e Carlstadt.
Zwinglio corretamente interpretava “Este é o meu corpo” de
forma simbólica o “é” (est) quer dizer “isto significa meu
corpo”.
[ 51 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Imagine só se fossemos interpretar certas palavras ditas por
JESUS, então quando Jesus disse: “Eu sou porta”, “Eu sou o
caminho.” Se tomássemos estas palavra literalmente, em que
ridículo não cairíamos ??? Uma das ideias mais perniciosa do
espiritualismo refere ao ensino de Hermann Rahtmann, pastor
em Denzig que dizia: “As Escrituras em si mesma são letras
mortas”.
Ideia esta que foi aceita pelos crentes que não gostam de estudar
as Escrituras, estes últimos, nos dias modernos frequentemente
atacam teologia e os estudos bíblicos como “conhecimentos
carnais”, o teólogo Gerhard combateu Rahtmann dizendo: “a
palavra possui sua eficácia espiritual mesmo antes de ser usado
(extra usum)”.
Essa ideia de Rahtmann não pode ser considerada nem como
humana, mas diabólica mesmo, pois o povo evangélico sente
medo de estudar as Escrituras porque pensar estar pecando
contra Deus. Esses irmãos precisam entender que: “O
ESPIRITO NÃO AGE AO LADO DA PALAVRA OU
INDEPENDENTE DELA, MAS EM E COM A PALAVRA
DIVINA QUANDO É OUVIDA OU LIDA”.
ESTOICISMO
Estoicismo foi uma filosofia da Grécia Antiga que dava ênfase
as virtudes e a busca do conhecimento e rejeitava a vida
[ 52 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
mundana, voltada aos prazeres carnais. Este pensamento
filosófico foi criado por Zenão de Cício, na cidade de Atenas, e
defendia que todo o universo seria governado por uma lei
natural divina e racional.
As virtudes era o bem supremo que os homens deveriam
almejar. O vício é a ruína humana no pensamento estoico. Um
verdadeiro sábio, segundo o estoicismo, não deveria sofrer de
emoções externas, pois estas influenciariam em suas decisões e
raciocínios.
O termo estoicismo originou-se das palavras gregas “stoà
poikile”, que significa “Pórtico das Pinturas”, o local onde o
fundador desta doutrina filosófica ensinava em Atenas. Esta
doutrina é dividido em três principais períodos: ético (antigo),
[ 53 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
eclético (médio) e religioso (recente). O período antigo
compreende o tempo do seu fundador, Zenão de Cício (333 a
262 a.C), e foi concluída por Crisipo de Solunte (280 a 206 a.C),
que teria desenvolvido a doutrina estoica e transformado no
modelo que é conhecido na atualidade. O período médio
compreende o tempo em que os romanos assimilaram esta
filosofia, sendo o principal divulgador do estoicismo na
sociedade romana Panécio de Rodes (185 a 110 a.C). Neste
tempo absorveu pensamentos de Platão e Aristóteles. Posidônio
de Apaméia (135 a.C a 50 d.C) foi o responsável por esta
mescla. A terceira fase do estoicismo é conhecida como
religiosa ou recente. O imperador romano Marco Aurélio foi um
dos principais representantes do estoicismo religioso. Os
membros deste período enxergavam a doutrina filosófica não
como parte de uma ciência, mas como uma prática religiosa e
sacerdotal.
O estoicismo durou cerca de 500 anos e grande foi a sua
influência entre gregos e romanos. É uma doutrina eclética, e
incorpora muitos conceitos dos filósofos anteriores e
contemporâneos: Heráclito, Platão e Aristóteles, os cínicos.
Zênon, o fundador do estoicismo, era considerado fenício por seus
contemporâneos, e oriundo da Ilha de Chipre. Praticamente nada se sabe de
sua vida pessoal, exceto que chegou a Atenas ainda jovem, e que estudou
com alguns filósofos que o precederam, como Estílpon de Mégara, o cínico
Crates de Tebas e Xenócrates da Calcedônia, da Academia. (6)
[ 54 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
O funeral de Zênon em Atenas foi efetuado às expensas da
cidade, uma vez que "tinha feito de sua vida um exemplo para
todos, pois seguiu seus próprios ensinamentos" (Harvey, 1987).
EUTIQUIANISMO
Também conhecida por Monofisismo, esta concepção de Cristo,
formulada por Eutiques (ou Êutico, 378-454 d.C.), que fora líder
de um mosteiro em Constantinopla. O Eutiquianismo ensinava
que a natureza divina de Jesus havia absorvido a natureza
humana, gerando consequentemente um ser com uma terceira
natureza. Esta doutrina é preocupante, pois anula Cristo como
verdadeiro Deus e como verdadeiro homem, o único que pode
[ 55 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
nos trazer salvação. Este falso ensino foi refutado em 451 no
Concílio de Calcedônia.
Neste concílio reuniram-se 600 bispos, que pelo debate contra o
Eutiquianismo formularam uma confissão de fé que elucidou a
humanidade e a divindade de Jesus Cristo. Esta confissão
cristológica permeia a crença das igrejas Orientais Ortodoxas,
Católica Romana e as igrejas oriundas da Reforma Protestante,
salvo as correntes pseudo-cristãs que durante a história
trouxeram falsos ensinos que perverteram a cristologia ortodoxa.
(10)
Como o próprio nome sugere deriva-se do nome EUTIQUES
que era abade de um mosteiro em Constantinopla, em geral ele
concordava com a teologia Alexandrina (favorável a divindade
de Cristo) e opunha-se a Cristologia (que negava a divindade de
Cristo).
Eutiques se embaraçou todo quando disse que Jesus só tinha
uma natureza e também dizia que Jesus não foi um humano
como nós. Por negar a natureza humana de Cristo ele foi
excomungado em Constantinopla, mas em 449 o bispo de Roma
(chamado e leão I no rol de papas católicos) através de uma
trama política eclesiástica reintegrou Eutiques no sínodo de
Éfeso, este sínodo entrou na historia como o sínodo dos
ladrões”.
Mais tarde as ideias de Eutiques foram rebatidas e condenadas
pelo Concilio de Calcedônia que reformulou o credo Niceiano
para combater as novas heresias como a de Eutiques.
[ 56 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
O credo Calcedônio diz: “confessamos um Deus que é o mesmo
com o Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que é perfeito em sua
divindade e perfeito na humanidade (contra Eutiques) com alma
racional e o corpo de uma essência com o Pai segundo a
divindade e da mesma essência que nós, segundo a humanidade,
igual a nós em todas as coisas, exceto que não tinha pecado
(contra Eutiques), que segundo sua humanidade nasceu da
virgem Maria, mãe de Deus para nossa salvação: um é o mesmo
Cristo, Filho, Senhor, Unigênito revelado em duas naturezas
sem confusão, sem modificação (contra Eutiques),
indivisivelmente e inseparadamente, sendo a distinção das
naturezas de nenhum modo eliminada pela união, sendo
preservadas as propriedades de cada natureza convergindo elas
numa hipóstase (pessoas), não são separadas ou divididas em
duas pessoas, mas um é o mesmo Filho e Unigênito de Deus,
Logos, o Senhor Jesus Cristo”.
Como vimos o credo calcedoniano apresenta-se totalmente
compatível com as Escrituras, menos no tocante a Maria na qual
já se percebe a idolatria e o titulo blasfemo de mãe de Deus. Pois
não se deve chama-la mãe de Deus só porque Jesus era Deus,
assim como ninguém pode chamar a mãe do presidente da Coca-
Cola de mãe da Coca-Cola só porque o seu filho é o “cabeça da
empresa Coca-Cola”. O credo Calcedônio encarregou-se de
combate a heresia de Eutiques, porque Jesus é verdadeiro
homem (Mat. 26.24) e verdadeiro Deus (João 1.34).
[ 57 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
FONTINIANISMO
O fontinianismo era o movimento dogmático de Fotino de
Sirmio [aproximadamente em 376], ele havia aprendido com
Marcelo de Ancira [aproximadamente em 374] que dizia:
“Acreditava que a filiação de Cristo era necessária em dado
momento e que o Logos seria então reincorporado ao Pai”.
Fotino fazia uma separação da natureza divina da humana,
distinguindo em Jesus Cristo duas pessoas: uma o Logos que era
idêntico ao Pai e outra, o Cristo que era o homem, filho de
Maria e nada mais além disso. O fontinianismo é mais outra
heresia, pois as Escrituras dizem que Jesus Cristo é uma pessoa
só e que ele reinara para sempre sem nunca separar o Logos do
Cristo [como se isso fosse possível!] como dizem as Escrituras:
“o Deus do céu, levantará um reino que não será jamais
destruído...” [Daniel 2.44] ora se o Cristo vai reinar para sempre
como ele poderá ser dissolvido como ensinou os fontinianistas?
Não foi por acaso que quem dissolveu-se foi o fontinianismo...
Ao mesmo tempo Fotino declarou seu próprio sistema teológico, que
afirmava que Jesus não era divino e que o Logos não existia antes da
concepção de Jesus. Para Fotino, o Logos era simplesmente um aspecto de
um Deus monoteísta, portanto ele negava a pré-existência de Cristo e via
teofanias no Antigo Testamento como sendo do Pai e o Antigo de Dias (como
em «Eu estava olhando até que foram postos uns tronos, e um que era Antigo
de Dias se assentou;» (Daniel 7:9)) seria apenas uma predição. O historiador
da Igreja Sócrates Escolástico identificou as crenças de Fotino com as de
Sabélio, Paulo de Samósata e Marcelo de Ancira. Ambrósio de Alexandria,
entre os muitos que acusaram Fotino de reduzir Cristo a um homem adotado
por Deus, ou seja, a união entre o Logos e o homem seria uma de inspiração e
[ 58 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
concordância moral apenas. Ambrósio diz ainda que dois dos textos favoritos
de Fotino eram «Pois só há um Deus e só há um mediador entre Deus e os
homens, Cristo Jesus homem» (I Timóteo 2:5) e «mas agora procurais tirar-
me a vida, a mim que vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus» (João
8:40) e é fácil ver o por quê. Sínodos realizados em 345 e 347 excomungaram
Fotino, mas ele permaneceu como bispo por causa do apoio popular. Um
sínodo em Sirmio foi realizado e Hilário de Poitiers cita algumas de suas
proposições arianas. Fotino então apelou ao imperador romano Constâncio II.
Em outro sínodo em Sirmio em 351, Fotino argumentou com o semi-ariano
Basílio de Ancira e Fotino foi deposto sob acusações de sabelianismo e
adocionismo. Ele foi anatemizado e enviado ao exílio, onde ele escreveu
diversas obras teológicas. Ele recebeu uma carta de aprovação de Juliano, o
Apóstata em 362 que acusava Diodoro de Tarso, então engajado em combater
as tentativas de Juliano de descristianizar o império, e que assim começava:“
Oh Fotino! Você de qualquer forma parece defender o que
provavelmente a verdade, e chegou mais perto de ser salvo, e faz bem em
acreditar que aquele que se propõe um deus não poderia de forma nenhuma
ter nascido de um útero. Mas Diodoro, um padre charlatão dos nazarenos,
quando ele tenta provar aquela teoria sem sentido sobre um útero através de
artifícios e malabarismos, é claramente um esperto sofista daquela crença dos
caipiras.(11)
GNOSTICISMO
O gnosticismo foi e é um movimento religioso sincretista que
misturou elementos do cristianismo, da filosofia grega e outras
crenças diversas. Os gnósticos negavam a encarnação de Cristo
e por isso são chamados de anticristos pelo apóstolo João em sua
primeira carta [I João 2.22; 4.2-3]. Os gnósticos foram também
durante certo tempo criticados pelos primeiros lideres da igreja
[ 59 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
como os apologistas, alias estes diziam que o líder gnóstico era
Simão, o mago de Atos 8 que desviou-se do caminho. Irineu,
Hipólito e Tertuliano acusavam a filosofia grega de Platão,
Aristóteles, Zenão e Pitágoras como principio do mal gnóstico.
Bengt Hagglund disse o seguinte: “o gnosticismo já existia
quando o cristianismo surgiu; era então fenômeno religioso um
tanto vago, uma doutrina especulativa da salvação com
contribuição de várias tradições religiosas diferentes... Os
muitos cosmológicos atestam sua origem babilônica, enquanto
seu dualismo extremado o relaciona com a religião da pérsia”. O
gnosticismo queria absorver o cristianismo, por isso era
considerado o principal inimigo do cristianismo.
[ 60 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
HERRNHUTISMO
A Igreja dos Irmãos Morávios ou Herrnhuter Brüdergemeine é uma
denominação protestante. Começou no século XIV na Boêmia, hoje
República Checa. O seu nome oficial é UNITAS FRATRUM, que significa
Unidade de irmãos que não deve ser confundida com a pequena unidade da
Igreja de Irmãos, no Texas. Também é ocasionalmente referida como os
Irmãos da Boêmia. Ela coloca uma elevada importância na unidade cristã, na
unidade pessoal, na piedade, nas missões e na música. (7)
Pietistas Herrnhutistas era uma forma de pietismo ou
puritanismo, sofreu um grande avivamento no final do século
XVII, junto aos protestantes subterrâneos na Moravia e na
Bohemia (onde o protestantismo era proibido). O movimento de
Herrnhuter se espalhou na Alemanha, com a influência do jovem
conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf que entrou para o
movimento. Tudo começou com um grupo de famílias
[ 61 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
seguidoras da tradição da irmandade da Bohemia que fugiu da
Moravia em 1722 e assentou-se na propriedade do conde, na
Saxônia, onde fundaram Herrnhut. (Herrnhut tanto significa
"sob o cuidado do Senhor" como também "montando guarda
para o Senhor"). A cidade de Herrnhut tornou-se a comunidade
mãe do que depois se tornou a igreja da Morávia.
A irmandade fez que Herrnrut se tornasse o centro de um
programa mundial de pregação cristã. Em 1727, os primeiros
missionários deixaram a sede para trabalhar entre os escravos
nas Índias Ocidentais (Antilhas) em 1732. Na internet no
endereço: https://www.youtube.com/watch?v=VcRn54aYh3w
pode-se assistir ao filme: “Primeiros Frutos - A História dos
Morávios”, na qual vemos a grande importância missionária de
Herrnhuter para o movimento missionário cristão. Nas duas
décadas seguintes missões seguiram para a Groelândia, o
Suriname, a África do Sul, Argélia, e para o meio dos índios na
América do Norte. O Conde Zinzendorf teve importância vital
para o evangelismo global.
Herrnhut desenvolveu um tipo de comunidade em que a vida
civil e religiosa eram integradas em uma sociedade teocrática,
um protótipo para cerca de 20 assentamentos na Europa e na
América. Movimento semelhante as comunidades cristãs do
primeiro século de Atos 2, e semelhante aos Amish e menonitas.
Os irmãos mantinham a si e aos projetos com uma indústria de
artesanato. As comunidades garantiam a seus membros casas
comunitárias, comida, roupa, emprego, e assumiam inteira
responsabilidade pelo cuidado e educação das crianças seguindo
[ 62 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
teorias pedagógicas inovadoras e eficazes de Zinzendorf. Havia
divisão comum do trabalho e da produção, e a comunidade
cuidava das necessidades de seus membros em troca de seu
trabalho.
Zinzendorf' procurou desenvolver pequenas igrejas dentro da Igreja, com a
finalidade de revitalizar e assim unificar as igrejas em uma única comunhão
Luterana. Perseguido pelo governo saxão, Zinzendorf foi banido de sua
propriedade. No exílio o conde foi sagrado bispo da Unitas Fratrum
(Irmandades Unidas). Formou novas irmandades na Inglaterra, Holanda e no
Báltico. De 1741 a 1743 ele viajou à América, instalando congregações
morávias em Nova York e na Pennsylvania. Retornou a Herrnhut em 1749 e
lá presidiu a Igreja da irmandade até sua morte em 1760. (8)
HUMANISMO
Humanismo é um termo aplicado livremente para uma variedade
de crenças, métodos e filosofias que colocam ênfase central no
reino humano. Na maioria das vezes, no entanto, o termo é
usado com referência a um sistema de educação e modo de
investigação que se desenvolveu no norte da Itália durante os
séculos 13 e 14 e mais tarde se espalhou pela Europa continental
e na Inglaterra. Alternadamente conhecido como o humanismo
renascentista, este programa foi tão ampla e profundamente
influente que é uma das principais razões por que o
Renascimento é visto como um período histórico distinto. Com
efeito, embora a palavra “Renaissance” é de cunhagem mais
recente, a ideia fundamental desse período tem origem no
[ 63 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
humanismo. Este movimento procurou suas próprias bases
filosóficas em tempos muito anteriores e, além disso, continuou
a exercer influência por muito tempo após o fim da Renascença.
Erasmo era um humanista pelo modo como privilegia os
antigos, percebe-se o conhecimento profundo que possuía da
mitologia greco-latina, que usava abundantemente na sua obra
ELOGIO DA LOUCURA, mas também o seu sentido do livre
arbítrio, de valorização da literatura patrística, pois os Pais da
Igreja são, para os homens do renascimento, que criticavam os
Doutores da Escolástica, os clássicos da Teologia, a atenção
dada à paz, quer no que diz respeito à guerra, quer mesmo à
concórdia entre as religiões, sendo a favor da unidade cristã, e
tendo-se empenhado, fortemente, na sua defesa, ainda que no
final, não tenha tido êxito, frente à ruptura operada por Lutero.
Uma das mais célebres obras filosóficas do Renascimento, "O Elogio da
Loucura" foi escrito originalmente em latim ("Encomium Moriae") e
publicada em Paris, no ano de 1511, pelo escritor, filósofo e teólogo
Desidério Erasmo (1469-1536), dito Erasmo de Roterdã, porto holandês onde
nasceu. (...) A perspectiva humanista considera o homem em sua totalidade,
como ser formado de alma e corpo, destinado a viver no mundo e a dominá-
lo. Nesse sentido, o humanismo faz mudar o foco dos estudos acadêmicos
conforme eram orientados na Idade Média, deixando de lado a metafísica e
afirmando a importância do conhecimento das leis, da natureza, da medicina
e da ética. Isso constitui a base da ciência moderna. (9)
[ 64 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
IDEALISMO
[ 65 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
O idealismo é o centro dogmático de cada grupo, a ênfase que
este ou aquele grupo ou movimento religioso destaca, este é o
dogma central da sua teologia, por isso podemos dizer que o
idealismo das Testemunhas de Jeová é o nome “Jeová” e o reino
é o centro da sua teologia. O idealismo católico é Maria. Toda
igreja é fundada com um ideal, que muitas vezes no transcorrer
da sua história é deteriorada e corrompida pelos homens que
integram estes grupos, homens que acabam mudando o foco, e
geralmente colocando seus interesses pessoais em primeiro
lugar.
LAPSARIANISMO
Estes três termos teológicos, discutido entre os pensadores
calvinistas, lidam com a predestinação divina de certas pessoas
para serem salvas. O termo lapsarianismo está relacionada com a
palavra “lapso”. A queda da humanidade em pecado foi um
"lapso" ou um "deslize" ou uma "queda" de seu estado original
de inocência. O foco da lapsarianismo é a sequência da ordem
na qual Deus determinou que as coisas acontecessem. Em que
ordem as coisas sucederam-se? Deus criou a humanidade,
permitiu a queda, elegeu alguns para a salvação e forneceu
salvação para a humanidade? Em última análise, estas são
questões que nós somos incapazes de compreender plenamente.
O que realmente importa é que Deus criou a humanidade, e a
humanidade pecou, e Deus providenciou a salvação através de
Jesus Cristo.
[ 66 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Infralapsarianismo ("após o lapso") coloca os decretos de Deus
na seguinte ordem: (1) Deus decretou a criação da humanidade,
(2) Deus decretou a queda da humanidade, (3) Deus decretou
salvar alguns dos caídos, e (4) Deus decretou a fornecer Jesus
Cristo como o Redentor. Infralapsarianismo se concentra em
Deus permitindo a queda e proporcionando salvação. Este é de
longe a visão da maioria calvinista reformada.
Sublapsarianismo ("sob o lapso") é muito semelhante ao
infralapsarianismo, colocando os decretos de Deus na seguinte
ordem: (1) Deus decretou criar seres humanos, (2) Deus
decretou a queda, (3) Deus decretou fornecer salvação
suficiente para todos, e (4) Deus decretou escolher alguns para
receber esta salvação. A única diferença entre infralapsarianismo
e sublapsarianismo é se Deus primeiro decretou a fornecer a
salvação através de Jesus Cristo e, em seguida, escolheu alguns
para serem salvos, ou vice-versa.
Supralapsarianismo ("antes do lapso") coloca os decretos de
Deus na seguinte ordem: (1) Deus decretou a eleição de alguns e
a condenação eterna dos outros, (2) Deus decretou criar os
eleitos e condenados eternamente, (3) Deus decretou permitir a
queda, e (4) Deus decretou fornecer salvação para os eleitos por
meio de Jesus Cristo. O Supralapsarianismo se concentra em
Deus ordenar a queda, a criação de certas pessoas com o único
propósito de serem condenadas, e, em seguida, providenciar a
salvação para apenas aqueles a quem Ele havia elegido. Os
representantes deste dogma foram Beza e Francisco Gomaro.
Estes diziam que Deus predestinou o pecado, que para Deus, o
[ 67 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
pecado de Adão era de seu conhecimento que iria acontecer, e
mais, que também Deus o havia fixado para que acontecesse.
Esta é a forma mais radical do calvinismo. Das almas que
morrem e vão para o inferno eles diziam que Deus simplesmente
não ligou para estes. Este dogma de Deus contradiz-se com as
Escrituras que diz: “Reconheço por verdade que Deus não faz
acepção de pessoas; mas aceita o que o teme e faz o que é justo”
(Atos 10. 34-35).
LATITUDINARISMO
O Latitudinarismo é um conceito correto, desde que a palavras
de Deus esteja em primeiro lugar como defendia vários
[ 68 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
representantes deste movimento. O Latitudinarismo defende que
a palavra de Deus e a razão concordam plenamente entre si. Seu
principal líder foi João Tiletson [1630-1694] e chegou mesmo a
ser arcebispo de Cantuaria, alguns o consideravam subversivo e
radical, mas não havia razão justificável para criticá-lo assim, os
latitudinaristas não trocavam as Escrituras pela razão, apenas
faziam uso da razão para argumentar em favor das Escrituras.
Outra ênfase deles era a conduta moral que eles tinham em alta
estima.
LIBERTINISMO
O libertinismo é um sistema de ética em que os seus adeptos
defendem um estilo de vida mundano, um dos primeiros grupos
cristãos libertinista foi os gnósticos, que diziam: “A
independência da matéria só pode ser obtida quando a gente se
entregava completamente às concupiscências da carne”.
Vários grupos cristãos desde os tempos antigos até os dias de
hoje procuram um padrão ético frouxo onde cada um possa fazer
o que quer sem ter que ser amolado por não andar debaixo de
normas e condutas rígidas.
[ 69 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Como muitos oficiais eclesiásticos só estão interessados em
ajuntar discípulos, eles evitam o máximo de doutrinar a igreja,
são amigos do mundo (Tiago 4.4), adeptos da porta larga (Mat.
7.13),se interessam somente em atrair multidão (Atos 20.30). Os
libertinos procuram considerar mais o lado do homem do que o
lado de Deus, eles se preocupam muito mais em agradar aos
homens do que Deus.
MANDENISMO
O livro sagrado deles é o Santo Ginza, escrito em aramaico
Oriental, uma língua também chamada Mandean. Quando o
livro é fechado, ele é coberto por um cobertor e uma grande
quantidade de flores. A sede da religião é no Iraque e são
prováveis discípulos de João Batista que com o passar do tempo
[ 70 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
deturparam os ensinos de João. O rio Tigre era o lugar sagrado
aonde faziam batismos. Este foi o antigo lugar para rituais de
batismos semanais, mas substituído com a piscina do
Manda. Dentro do principal manda de Bagdá, no Iraque há
decoração no teto, com o principal símbolo da Mandenismo.
Dentro do principal manda de Bagdá, no Iraque: O salão da
congregação tem uma gravura que retrata o batismo, João
Batista no rio Jordão. É considerado um grupo sobrevivente da
religião gnóstica, agora com cerca de 60 mil adeptos, que vivem
no sul do Iraque e sudoeste do Irã. Sua principal cidade é
Nasiriyya.
[ 71 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Eles são frequentemente chamados de cristãos de São João,
como ele é tido como uma pessoa muito sagrada em sua
teologia. Mandenismo em aramaico significa "conhecimento",
ou seja, uma tradução de "gnosis" do grego.
Há duas teorias para suas origens. Ou eles podem pertencer a um
grupo emergente da Palestina, que eram seguidores de João
Batista. A outra teoria liga a eles o Sabaeans, originalmente da
região Harran.
João Batista é central no seu ensino, como representante de sua
fé. Jesus também é central, mas ele desempenha um papel
totalmente diferente do que em religiões como o cristianismo e o
islamismo, e é visto como um falso profeta, quase retratado
como o mal.
O livro religioso central para Mandeans é o Santo Ginza,
contendo tratos morais e narrativas mitológicas e teológicas,
bem como hinos. Existem muitos outros livros menos centrais,
principalmente escritas em aramaico oriental. O conteúdo desses
livros varia, e muitos têm textos mágicos e exorcismos. A
coleção de livros começou no tempo do Islã.
O batismo é central para o culto do Mandenismo, e o santuário é
uma casa muito simples e pequena, com telhado inclinado. Em
frente tem uma piscina, que é ligado a um rio vizinho.
O rio é chamado de 'Jordão' e é usado para o batismo. Toda a
área é cercada por uma cerca alta ou uma parede. Batismos são
realizados aos domingos, e todos os crentes passam várias vezes
[ 72 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
a cada ano por esta cerimônia. Batismo no Mandenismo pode
ser comparado com a comunhão cristã, e a oração muçulmana.
O outro ritual central é a oração aos mortos, com recitações do
Ginza. A alma é liberada a partir do terceiro dia após o momento
da morte. As refeições são fundamentais nesses rituais.
Sepulturas mandenistas tradicionais não são marcadas,
identificando o corpo. Mas nos tempos modernos, esses
costumes têm se ajustado aos costumes muçulmanos.
A ética do mandeismo não são diferentes da ética judaica e suas
leis e se aplicam a todos os Mandenistas, homem ou mulher,
líderes ou não. Monogamia, leis dietéticas, rituais e doação de
esmolas são todos os atos recomendados.
De acordo com os mandenistas, o cosmos é composto de duas
forças, o mundo da luz, localizados ao norte e o mundo das
trevas, localizados ao sul. Há deuses menores, chamados reis.
Entre as duas forças existem hostilidades, e é nas lutas entre os
dois que o mundo se desenvolve, mas sem o consentimento do
governante de luz. O homem é criado pelas forças das trevas,
mas em cada homem, há uma "Adão escondido", a alma, que
tem sua origem no mundo da luz.
A morte é o dia da libertação, a alma deixa o corpo, e começa
em uma perigosa jornada para os reinos de luz. O inferno não é
eterno, no fim do mundo, um julgamento é feito sobre quem
serão eliminados para sempre, e quem subirão para os reinos de
luz.
[ 73 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
A origem da religião é difícil reconstruir por falta de
informações. Eles poderiam ser uma continuação de tradições da
Mesopotâmia, ou Palestina, ou ambas. A religião mandenista
poderia ser pré-cristã, ou datada do 1º ou 2º século d.C. Pode
realmente ser oriunda de João Batista, que fundou a seita, ou
poderiam ser uma continuação da seita judaica que João Batista
pertencia (os essênios).
No entanto, os elementos de sua linguagem indicam que a
comunidade é de origem judaica.
Um dos textos dos mandenistas diz sobre um grupo chamado
'Nasoreans' (Nazarenos), a partir de áreas que provavelmente
estavam na Jordânia de hoje, nos tempos das guerras judaicas,
após a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C.
Com a chegada do Islã no Iraque, em 636, os Mandeans foram
considerados como o "povo do livro", como os misteriosos
Sabians do Corão.
Mas os mandenistas ainda enfrentaram uma difícil relação com
o Islã e Maomé, e são chamados em seus escritos de 'demônio
Bizbat'. Os Mandenistas fugiram para as cidades dos pântanos,
no sul do Iraque. Nos tempos modernos se mudaram de volta
para as cidades, especialmente Nasiriyya, Bagdá e Basra, onde
muitos deles trabalham como ouro, prata e ferro e construtores
de barcos.
Mandianistas também são encontrados em cidades entre Bagdá e
Basra. Alguns pequenos grupos de Mandianistas ainda vivem no
[ 74 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Irã, em cidades como Ahvaz e Shushtar no canto sudoeste do
país.
Hoje a religião mandianista esta gravemente ameaçada, como o
recrutamento de novos sacerdotes é difícil, e assim, muitos
cargos estão vagos. No entanto, há um forte sentimento de
orgulho de sua herança, e muitas vezes eles alegam pertencer a
uma religião mais velha do que o judaísmo, o cristianismo e o
islamismo.
MANIQUEISMO
No terceiro século surgiu Mani que fundou um grupo ascético e
bem radical em sua forma de viver. Mani ensinava que o mal era
[ 75 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
inimigo de Deus e era um poder que limitava o domínio de
Deus, um dos seus mais ilustres membros foi Agostinho.
MENEZISMO
O Menezismo é o sistema doutrinário elaborado pelo teólogo
VALDEMIR MOTA DE MENEZES que se auto denomina
Escriba. Brasileiro natural de Itabaiana, Estado de Sergipe,
nasceu em 15 de Maço de 1969 e ainda no século vinte escreveu
diversos tratados de teologia nas quais expôs todos os ensinos
das ESCRITURAS SAGRADAS suas principais contribuições
para o entendimento das Escrituras foram:
[ 76 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
1 – TANATOLOGIA
A criação do termo técnico “Tanatologia” separou o estudo
sobre a morte do tópico ESCATOLOGIA como aparecia nos
tratados teologia.
2 – JAVETISTA
Ênfase na necessidade dos cristãos se dirigirem a Deus com o
nome que Ele se revelou nas Escrituras onde o nome JAVÉ
aparece mais de 6 mil vezes e que os tradutores erradamente
substituíram o nome pessoal de Deus pela expressão comum
SENHOR ou o ETERNO.
3 – PURITANISMO
Enxerga a necessidade da Igreja se manter longe da maneira de
viver dos ímpios, em tudo tendo boa conduta, no linguajar, nas
vestimentas, na conduta social, na abstinência dos
entretenimentos pecaminosos, procurando viver uma vida santa,
pura e reta em todo o seu proceder.
4 – SIONISMO
A igreja nasceu da nação de Israel, e agora no fim dos tempos,
deve demonstrar abertamente seu apoio ao Estado Judeu de
Israel, pois o Messias do judaísmo, é o nosso eterno Salvador
Jesus Cristo. Quem é contra Israel, é contra Deus.
5 – SÃ DOUTRINA
[ 77 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
A igreja cristã deve ser chamada a viver na pureza doutrinária,
seguindo o modelo bíblico com apenas dois ofícios (presbítero e
diácono), posição de proeminência do homem na igreja, na
sociedade e no lar, uso do véu pelas mulheres, e não indo além
do que está escrito. Se a Bíblia não proíbe ingerir vinho ou
bebida alcóolica, ninguém deve querer ser mais santos do que
Jesus, pregando a abstinência total de álcool.
METODISMO
O Metodismo foi fundado por John Wesley (1703-1791) que
durante a sua vida foi oficial eclesiástico da igreja estatal da
Inglaterra. Wesley recebeu forte influencia dos irmãos de
[ 78 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Herrnhut, daí porque ele pregava que somente os méritos de
Cristo são a base de nossa salvação, mas o metodismo
genuinamente wesleyano não era libertino, pois as boas obras
deveriam acompanhar a fé.
Wesley não enfatizava as brigas teológicas, mas a necessidade
de viver em santificação. Outra característica do Metodismo era
a importância que davam ao fenômeno do novo nascimento. O
Metodismo sempre se opôs a doutrina calvinista da
predestinação. Wesley defendia o ensino bíblico do livro
arbítrio. A prática era mais importante neste sistema do que as
questões teóricas.
MILENISMO
[ 79 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
De tempo em tempo a escatologia torna-se uma febre na religião
cristã, então surgem pregadores anunciando a vida de Cristo
baseado em sonho, revelação ou profecia, outros mais cautelosos
procuram nas Escrituras algum sistema de interpretação ou
formula matemática para dizer quando Cristo voltará.
Em meio a toda a euforia da vinda de Cristo nunca falta os
teólogos que organizam a ordem dos fatos futuros conforme as
profecias bíblicas, neste ponto é que o conceito milenista vai
influenciar na formação do dogma escatológico de determinados
grupos.
Toda a discussão tem como epicentro a profecia futurista no
livro do APOCALIPSE capitulo 20. Desde os primórdios da
igreja os conceitos milenistas citam este texto das Escrituras.
Uns dos primeiros foram BARNABÉ E PAPIAS, ambos
aceitavam a ideia judaica de que o mundo dos homens deveria
durar 6000 anos, representado tipologicamente nos 6 dias da
criação.
O historiador eclesiástico Euzébio registrou na sua obra Historia
Eclesiástica III, 39 que na concepção de Papias e Barnabé o
sábado representa o milênio e o domingo o novo mundo que
deve ser criado após o milênio. A crença num reino milenar
futurista do senhor Jesus na terra é sem duvida uma verdade
incontestável.
[ 80 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
Os conceitos doutrinários sobre o milênio são:
- AMILENISMO
- POS-MILENISMO
Os amilenitas são os que não acreditam no milênio como uma
era especial de estado de coisa. Os pós-milenistas são os
defensores da ideia que o milênio já ocorreu, em especifico no
período em que os papa mandavam na Europa e influenciavam
todos os governos dos países cristãos.
[ 81 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
MISTICISMO
Sistema de crença baseado na experiência pessoal mais do que
na teologia das Escrituras. Em meados de 1150, BERNARDO
DE CLARAVAL tornou-se o mais antigo defensor do ponto de
[ 82 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
vista teológico chamado Misticismo. Outros místicos foram os
teólogos de S. Vitor como Hugo e Ricardo. Nos livros destes
teólogos se enfatizam bastante as experiências místicas dos seus
escritores. TOMÁS DE AQUINO também tinha o seu lado
místico, ele chegou mesmo a dizer: “Eu aprendo mais quando
contemplo e medito na cruz de Cristo, do que quando leio os
livros dos eruditos.”
Na Alemanha, já na Idade Média, surgiu um grupo chamado OS
AMIGOS DE DEUS (Die Gottsfreunde) da qual destacou-se
Meister Eckhart de Hochhein em meados de 1327, João Tauler
em meados de 1361, Henrick Suso em meados de 1366 e Jan
Van Ruysbroeck em meados de 1381. Dentre os amigos de Deus
surgiu a obra “Theologia Deutsch” (Teologia Alemã), que era
um escrito de teor místico.
O misticismo tem o seu lado bom que é a ênfase na vida prática,
na necessidade de cuidar da espiritualidade acima de tudo, na
importância da comunhão com Deus, no privilégio de ter
[ 83 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
contatos sobrenaturais com o Senhor, e a entrega total e irrestrita
a vontade divina. Sufocando e crucificando o velho homem.
Todas estas coisas são elogiáveis nos místicos
MODALISMO
O dogma Modalista surgiu nos primeiros séculos do
cristianismo, cuja teologia dizia que em Jesus só havia uma
natureza: A divina. Somente havia em Cristo a alma do LOGOS
DIVINO. Portanto, o erro do modalismo é que este dogma nega
a existência de JESUS CRISTO HOMEM (I Timóteo 2.5). O
modalismo não aceita que Jesus tinha uma natureza humana.
[ 84 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
O modalismo foi um sistema doutrinário que teve como
oponente nos tempos antigo o grande teólogo TERTULIANO
que não concordava com a cristologia modalista. HIPÓLITO,
que foi bispo em Roma, e que viveu no terceiro século também
se opôs aos modalistas, e aos gnósticos, escrevendo a obra;
“Philosophoumena”, ou “A refutação de todas as heresias”.
NOVACIANO que também foi presbítero em Roma por volta de
250 d.C. combateu os modalistas no que diz respeito a
verdadeira humanidade de Cristo, e a distinção das pessoas na
divindade.
MODERNISMO
Desde o século XIX diversos teólogos se propuseram a conciliar
a religião com a cultura moderna, e a maneira de pensar dos
homens. A própria organização católica reagiu contra o
modernismo na teologia com a publicação em 1864, pelo Papa
Pio IX, chamada “Sillabus de Erros”, nela, ele condenou o
panteísmo, o racionalismo e o indiferentismo e as filosofias
críticas e agnósticas. No século XIX e XX o teólogo Alfred
Loisy advogou o criticismo histórico, dando uma interpretação
humanizada das Escrituras, mas o próprio catolicismo rejeitou
seu dogma modernista quando o Papa Leão XII escreveu a
encíclica “Providentissimus Deus” (1893), dizendo favorável ao
estudo das Escrituras, mas advertindo contra a crítica histórica
da narrativa sagrada como estava fazendo Loisy, entretanto, o
modernista Loisy continuou em sua posição e em 1903 escreveu
[ 85 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
o livro; “L’evangile et l’eglise”, e por isso foi excomungado em
1908, e o seu livro foi posto na lista dos livros perniciosos e
proibidos.
Em 1910 o catolicismo chegou a posição radical de exigir dos
seus sacerdotes e professores uma declaração por escrito que
aceitaram o credo católico e repudiavam os dogmas do
modernismo. Este juramento ficou conhecido como o
JURAMENTO ANTIMODERNISTA.
Entre vários conceitos do modernismo podemos citar a tentativa
de conciliar a criação com a Teoria da Evolução das Espécies,
ou até mesmo negar completamente a narrativa da criação,
humanizando o divino, não aceitando as doutrinas bíblicas,
alegando que nela estão contidas as ideias de um povo e de uma
época, e que é preciso rejeitar todos os conceitos considerados
ultrapassados como a posição da mulher na sociedade e na igreja
e coisas do tipo. Sobre o modernismo devemos nos lembrar da
advertência de Paulo sobre aqueles que pensam que sabem mais
do que Deus e querem refazer o Evangelho.
Destruindo os conselhos e toda a altivez que se levanta contra o
conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência a
Cristo. (II Coríntios 10.5 ARC).
MONARQUIANISMO
[ 86 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
O monarquianismo teve início no final do segundo século da Era
Cristã, e suas bases dogmáticas estavam associadas a ideia de
Deus ser unitário e não sendo trinitário. O monarquianismo
tinha influência no pensamento grego sobre a divindade, pois o
Deus supremo na concepção grega não podia se manifestar na
carne ou no mundo material, eles também não admitiam
mudanças e diversidades na divindade. O monarquianismo
define duas formas opostas de pensamento sobre Jesus, uma vê
nele somente o Deus (Ver modalismo) e outra vê em Jesus
somente o homem (Ver dinamismo).
Ambas as formas de monarquianismo estão erradas, pois Jesus
era Deus e Homem:
“E o verbo (LOGOS) se fez carne e habitou entre nós.” (João 1.14).
[ 87 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
MONASTICISMO
Dogma que predominou na Idade Média que pregava a vida
enclausurada e dedicada a oração, jejum, e meditação. O maior
expoente do monasticismo foi Benedito de Núrsia que viveu no
sexto século. Ele criou regras monásticas que ficaram em uso
dominante até o século XII. O monasticismo foi um sistema
radical de consagração de vida a Deus, entretanto, não era um
perfeito sistema de vida devotada, pois o conceito de santidade
não era “uma luz no mundo”, mas “uma luz escondida do
mundo”. O monasticismo foi importante porque criou interesse
no estudo das Escrituras, formando grandes teólogos.
Lutero, em 1522 publicou a obra “DE VOTIS MONASTICIS” e
neste livro ele expôs toda a sua conclusão sobre um estudo do
significado e valor espiritual dos mosteiros. Lutero concluiu que
a vida monástica era contrária a Palavra de Deus e a razão.
MONISMO
O Monismo é o dogma que atribui a Deus a única (mono)
realidade verdadeira, tudo o que não é o único Deus, é o nada. O
principal teólogo defensor deste pensamento foi o alemão
MEISTER ECKHART que viveu no século XIV, na sua
concepção monista, o mundo não foi exatamente criado, mas
emanado de Deus, pois sem Deus nada pode existir. Meister
explicava o mundo criado dizendo: “Os raios de luz não podem
[ 88 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
existir sem a fonte que é o fogo ou a lâmpada, assim o mundo
não pode existir sem Deus.”
O monismo é místico e herético, pois ao enfatizar o Criador,
acaba negando a criação. O mundo existe e por isso é uma
realidade inegável, nós, os humanos, somos uma realidade, o
mal é uma realidade, Satanás é uma realidade, não podemos
eliminar coisas más simplesmente negando a sua existência, não
podemos glorificar a Deus negando a sua obra criadora, e mais,
cada cabeça pensante é diferente de Deus, e é uma realidade a
parte Dele. O mundo pode ser passageiro (Mateus 24.35), mas
isso não nega a sua realidade em dado momento do tempo.
MONOFISISMO
O monofisismo é o dogma que afirma que em Cristo havia uma
só pessoa MONO (único) FÚSIS (ser). Um monofisita foi
SEVERO DE ANTIOQUIA que usou a expressão já usada por
Cirilo de Alexandria e Apolinário para defender esta teoria: “O
Logos de Deus só tem uma natureza, a saber, a que se fez
carne.” Entretanto, Severo não contradisse por completo o credo
Calcedônio, pois admitia as duas naturezas em Cristo, uma
humana e outra divina.
Outra forma de monofisismo foi a teoria pregada por JULIÃO
DE HALICARNASSO, cujo ponto de vista foi muitas vezes
chamado de DOCETISMO INCORRUPTÍVEL. Conforme este
[ 89 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
ensino o Logos imediatamente a sua encarnação já possuía um
corpo glorificado ou deificado, sua carne não era como a nossa
carne, o corpo de Cristo antes da ressurreição era igual ao corpo
após a ressurreição.
Os monofisitas rebatiam a sã doutrina das duas naturezas de
Cristo, até de forma escarnecedora chamando-a de “ÍDOLO DE
DUAS FACES.” Uma subdivisão desta discussão é a
controvérsia MONOTELETA, que afirma que em Cristo só
havia uma vontade: a do Logos.
Discordamos dos tais, pois Deus não pode ser tentado (Tiago
1.13). Se Cristo foi tentado pelo Diabo (Mateus 4.1-11), e pelo
pecado, quem na verdade sofreu a tentação foi a sua natureza
humana. Portanto, em Jesus Cristo havia duas vontades.
MONTANISMO
O montanismo foi um movimento religioso dos primeiros
séculos do cristianismo, tendo como um dos seus seguidores o
teólogo TERTULIANO. O montanismo surgiu na Ásia Menor
estendendo-se depois para a capital do império, Roma, e
também para a África.
As principais ênfases doutrinárias dos montanistas eram:
A – A busca dos dons do Espírito Santo.
B - Santificação da vida.
[ 90 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
C – Rigorosa disciplina ao pecador.
O montanismo foi considerado um grupo cismático e herético.
Contudo, o montanismo foi um movimento bíblico bem
semelhante ao movimento pentecostal conservador do século
XX.
O conceito menos bíblico dos montanistas era negar a penitência
para quem cometesse pecados considerados mortais como o
adultério, assassinato e idolatria. Neste ponto, o bispo Calixto de
Roma (217-222) se opôs a Tertuliano e Hipólito, autorizando os
demais presbíteros a promulgar penitências para os que
cometessem pecados graves.
MORALISMO
Os moralistas são também chamados de “legalistas”. Os líderes
cristãos dos primeiros séculos eram sumamente moralistas. A
tendência de toda a teologia da época era sempre ensinar a
moralidade, a obediência a lei divina, e a imitação da vida de
Cristo. O fundamento da doutrina dos chamados PAIS
APOSTÓLICOS era que Jesus morreu por nós para nos
capacitar a vencer o pecado e se libertar dos poderes da
corrupção. A teologia só tinha valor através da submissão aos
mandamentos e enfatizando a nova modalidade de vida. A graça
só valia se houvesse obediência. Os líderes dos primeiros
[ 91 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
séculos também insistiam que a Lei de Moisés foi cancelada
para nós. Contudo, estamos sujeitos a nova lei, a lei de Cristo.
Um dos maiores opositores aos moralistas foi Marcião que no
ano 140 d.C. foi expulso da igreja e organizou sua própria
igreja, refazendo o cânon bíblico, na qual desprezava a Antiga
Aliança e certos livros de Paulo. O moralismo sempre foi um
sistema que era enfatizado em cada época por este ou aquele
grupo cristão. No século XVII o arminianismo também ressaltou
a necessidade de viver uma vida moralista. No século XIX os
puritanos também eram moralistas, no século XX muitos grupos
no Brasil e no mundo também preservam a doutrina moralista.
As Escrituras são bem claras sobre a necessidade de sermos
moralistas:
4 Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade
contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se
inimigo de Deus. (Tiago 4.4)
14 Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor; (Hebreus 12.14)
NATURALISMO
O naturalismo teológico punha em dúvida a necessidade da
revelação divina, os naturalistas diziam que esta deveria ser
substituída pela religião natural. Os naturalistas não acreditam
que as Escrituras Sagradas tenham sido inspiradas por Deus,
[ 92 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
mas que é apenas um livro de leitura agradável e recheada de
bons conselhos, porém, como qualquer livro humano contém
erros e imprecisões.
Os naturalistas não consideram o valor real das Escrituras:
21 Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas
os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo. (II Pedro
1.21).
NEO-ARIANISMO
O que é arianismo? Arianismo foi uma heresia cristã do século
IV, que negava a divindade suprema de Jesus Cristo. Recebeu o
nome de arianismo por ter sido criada pelo religioso egípcio
Ário. Segundo o arianismo, o Filho de Deus, segunda pessoa da
Trindade, não tem a mesma essência do Pai, sendo uma
divindade de segunda ordem, já que foi criado. Os ensinamentos
de Ário foram condenados no primeiro Concílio de Nicéia, onde
se redigiu um credo estabelecendo que o Filho de Deus foi
“concebido e não feito”, consubstancial ao Pai. As lutas internas
dividiram os arianos. Os moderados concordaram com o credo
de Nicéia, mas se mantiveram céticos quanto ao termo
“consubstancial”. Os neo-arianos defendiam que o Filho tinha
uma essência diferente da do Pai. No Concílio de
Constantinopla, celebrado em 381, a ortodoxia de Nicéia foi
reafirmada. O arianismo teve muita força entre os visigodos
[ 93 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
espanhóis. O rei Leovigildo mandou executar o próprio filho,
Hermenegildo, por este ter abjurado de sua fé ariana. (12)
NEOLUTERANISMO
O neoluteranismo foi um movimento teológico dentro da
denominação Luterana, cujo principal defensor deste novo
sistema doutrinário foi o advogado FREDERICK JULIE
STAHL, em meados de 1861, na sua concepção a “igreja” era
considerada a instituição pela qual os dons de salvação são
ministrados aos homens, tendo assim, a instituição tão grande
valor quanto a Palavra de Deus, negando desta maneira os
princípios do protestantismo que se formou baseando-se no
slogan: “Somente nas Escrituras Sagradas temos a regra de Fé e
Religião.”
O neoluteranismo foi uma forma de regresso espiritual. Portanto
deve ser rejeitado como dogma. Entre os anos de 1855 a 1863 os
neoluteranistas da Suécia publicavam as suas ideias no periódico
chamado SVENSK KYRKOTIDNING (Notícias Eclesiásticas
Suecas).
NEOPLATONISMO
Um sistema ideológico, filosofia espiritualista, tendendo para o
misticismo, que floresceu no mundo pagão da Grécia e Roma,
[ 94 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
durante os primeiros séculos da era cristã. É de interesse e
importância, não apenas porque é a última tentativa do
pensamento grego em se reabilitar e restaurar a sua vitalidade
exausto pelo recurso a ideias religiosas orientais, mas também
porque ele definitivamente se prestou ao serviço do politeísmo
pagão e foi usado como uma arma contra o cristianismo. Ela
deriva seu nome do fato de que seus primeiros representantes se
inspiraram nas doutrinas de Platão, embora seja sabido que
muitos dos tratados que tinham invocado não são verdadeiras
obras de Platão. Originou-se no Egito, e não era um produto
característico do espírito helenístico, foi em grande parte
influenciado pelo pensamento religioso e tendências místicas do
Oriente.
Para entender o sistema neo-platônico é necessário explicar o
duplo propósito que atuava seus fundadores. Por um lado, o
pensamento filosófico no mundo helênico mostrou-se
inadequado para a tarefa de regeneração moral e religiosa.
Estoicismo, o epicurismo, ecletismo e até mesmo ceticismo
tinham o propósito de "fazer os homens felizes", e cada um, por
sua vez, falhou. Depois veio o pensamento de que o idealismo
de Platão e as forças religiosas do Oriente podiam muito bem ser
unidas em um movimento filosófico que daria homogeneidade e
unidade de propósito a todos os esforços do mundo pagão para
salvar-se da iminente ruína, devido o crescimento fantástico do
cristianismo. Tornou-se necessário, no mundo intelectual, impor
aos cristãos, que o paganismo não estava totalmente falido,
tentaram assim, reabilitar o politeísmo oficial do Estado,
[ 95 ]
DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir
fornecendo uma interpretação que poderia ser aceitável em
filosofia. O Estoicismo especulativo tinha reduzido os deuses a
personificações de forças naturais; Aristóteles tinha
definitivamente negado a existência deles; Platão zombou deles.
Já era tempo, portanto, que uma nova filosofia restaurasse o
antigo paganismo politeísta. Essa foi a origem do
neoplatonismo.
Precursores do neoplatonismo
Entre os platônicos ecléticos que são considerados como
precursores da escola neoplatônica, o mais importante são
Plutarco, Maximus, Apuleio, Enesidemo, Numenius.
Amônio Sacas, um porteiro nas docas de Alexandria, é
considerado como o fundador da escola neoplatônica. Desde que
ele não deixou nada escrito, é impossível dizer o que suas
doutrinas eram. Sabemos, no entanto, que ele tinha uma
influência extraordinária sobre os homens como Plotino e
Orígenes, que voluntariamente abandonaram os professores
profissionais de filosofia para ouvir seus discursos sobre a
sabedoria.
Plotino, um nativo de Lycopolis no Egito, que viveu 205-270
foi o primeiro filósofo sistemático da escola. Quando ele tinha
vinte e oito anos de idade ele foi levado por um amigo para
[ 96 ]
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  • 5. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir PATRIPASSIONALISMO PELAGIANISMO PENTECOSTALISMO PIETISMO PLATONISMO PRESBITERIANISMO PROTESTANTISMO PURITANISMO ROMANISMO SABELIANISMO SEMIPELAGIANISMO SINCRETISMO SINERGISMO SOCINIANISMO SUPERNATURALISMO TRADICIONALISMO TOMISMO [ 5 ]
  • 6. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir TRADUCIANISMO UNITARIANISMO UTILITARISMO FINALIDADE DESTA OBRA Os materiais literários do autor não têm fins lucrativos, nem lhe gera quaisquer tipo de receita. Os custos do livro são unicamente para cobrir despesas com produção, transporte, impostos e revendedores. Sua satisfação consiste em contribuir para o bem da educação, uma melhor qualidade de vida para todos os homens e seres vivos, e para glorificar o único Deus Todo- Poderoso. CONTATOS: www.youtube.com/user/storytellervaldemir www.facebook.com/menezes.scribe.3 [ 6 ]
  • 7. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Blog: http://dogmatica13.blogspot.com.br/ E-mail: valdemirmm@hotmail.com www.dailymotion.com/scribevaldemir AUTORIZAÇÃO O livro pode ser reproduzido e distribuído por quaisquer meios, usado por qualquer entidade religiosa, educacional ou cultural sem prévia autorização do autor. Valdemir, Valdirene, Jacó, Lourdes e Valdemária AUTOR: Valdemir Mota de Menezes é licenciado em Ciências Biológicas e História pela Universidade Metropolitana de Santos, possui curso superior em Gestão de Empresas pela UNIMONTE de Santos, é Bacharel em Teologia pela Faculdade das Assembleias de Deus de Santos, e tem formação Técnica em [ 7 ]
  • 8. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Polícia Judiciária pela USP. Nasceu em Itabaiana/SE, em 1969. Na década de 1990 fundou o Centro de Evangelismo Universal, foi radialista alguns anos em Santos na Radio Universal de Santos, uma das primeiras emissoras do Brasil com o programa “Esperança aos povos”. Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP) [ 8 ] M543 Menezes, Valdemir, 1969 Dogmatologia / Valdemir Mota de Menezes, Cubatão/SP, Amazon.com Clubedesautores.com.br, 2015 112 p. ; 21 cm ISBN-13: 978-1519165466 ISBN-10: 1519165463 1. Bíblia 2. Teologia 3. Heresias 4. Igreja 5. Cristianismo 6. História eclesiástica I - Titulo CDD 260 CDU 23
  • 9. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir INTRODUÇÃO A dogmatologia é o estudo e a classificação dos dogmas cristãos e os movimentos religiosos teológicos que surgiram no transcorrer da história do cristianismo. Os dogmas são crenças ou doutrinas sistematicamente organizada e/ou definida. Relacionaremos abaixo, os principais dogmas e movimentos da história do cristianismo. ADOPCIONISMO Dogma que afirma que Jesus não é Filho de Deus legítimo, mas que só veio a se tornar Filho quando foi “adotado” na ocasião do batismo ou como dizem outros, por ocasião da ressurreição, esse dogma aborda a pessoa de Jesus Cristo segundo o qual, Jesus não é divino e nem tem a natureza de Deus. Quando foi lançado o anátema contra Ário, este dogma foi também rejeitado. [ 9 ]
  • 10. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir AGOSTINIANISMO O dogma Agostiniano sobre o livre arbítrio, a graça e a predestinação suscitaram aquecidas discussões desde a sua explanação por Agostinho. Quando alguns monges começaram a debater a ideia de Agostinho, ele mesmo teve que explicar-se em dois escritos o “DE GRATIA ET ARBITRIO” e “DE CORRUPTIONE ERT GRATIA”. Como os semipelagianos interpretaram o dogma de Agostinho como FATALISTA, ele foi então atacado por estes. Mas a réplica veio em forma de dois escritos: “DE PRAEDESTINATIONE SANCTORUM” e “DE DONO PERSEVERANTIAE”. Enquanto na Gália o semipelagianismo crescia, os bispos de Roma não se interessavam em conflitos teológicos e por isso preferiam aceitar os dogmas de Agostinho. Não resta dúvida que o dogma de Agostinho sobre a predestinação é absurdo, tanto é que na CONFISSÃO DE ORANGE (529 d.C.) os dogmas de Agostinho foram impostos. Um dos principais defensores do agostinianismo foi FULGÊNCIO DE RUSPE (533), ele era bispo no norte da África e foi autor da obra “CONTRA FAUSTUM”. [ 10 ]
  • 11. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Gravura de Fulgêncio. Fulgêncio dizia: “Ninguém que fora escolhido na eternidade se perderia, e também, quem não tinha sido predestinado para a salvação não poderia ser salvo.” Como a graça e a predestinação estão relacionados entre si, o dogma agostiniano sobre a graça dizia que o homem é incapaz de dar o primeiro passo para receber a graça divina e, portanto, Deus não espera até que o homem deseje ser purificado do pecado; em lugar disso, opera mediante o Espírito para implantar este desejo dentro de nós. Uma grave consequência do dogma agostiniano sobre a salvação é que se Deus predestina alguns para os céus, os outros só podiam ser predestinados para o inferno, e isto é conflitante com a imparcialidade do amor e da justiça de Deus: [ 11 ]
  • 12. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir “Deus amou o mundo”. (João 3.16) Mas a ideia da CEIA DO SENHOR como sendo símbolo do corpo e do sangue foi um dogma correto defendido por Agostinho. Pois ele dizia que não havia transubstanciação do pão em carne, nem do vinho em sangue. O agostinianismo tinha um ponto de vista importante na questão da INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS, pois segundo este dogma os escritores sagrados recebiam no seu interior a iluminação divina, independente dos sentidos físicos, eles não raciocinavam Deus, mas recebiam espiritualmente sua compreensão, é a chamada fé inspirada (FIDELIS INSPIRATA). Os franciscanos (Ordem Religiosa Católica) seguiram o dogma agostiniano quanto a Ceia do Senhor em oposição ao dogma oficial do catolicismo que afirmava que os sacramentos agem (ex opere operato). Um franciscano que adotou o dogma agostiniano e importante defensor do símbolo e não da transubstanciação na ceia foi DUNS SCOTUS. Vários dogmas iriam surgir na história e muitos deles seriam baseados no dogma agostiniano, porque Agostinho foi um dos mais fecundos escritores cristãos. O dogma agostiniano também influenciaria profundamente a vida de Lutero pois em 2 de julho de 1505 ele tornou-se monge agostiniano onde por essa ordem religiosa recebeu o sacerdócio católico romano. [ 12 ]
  • 13. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir No dogma agostiniano, Lutero apegou-se ao ensino sobre o pecado e a graça. A influência agostiniana também se faz presente na confissão Anglicana que seguiu estes princípios dogmáticos. Em tempos mais recentes novos conceitos teológicos surgiram oriundos do agostinianismo, em 1884 HENRI MARET, principal representante do ontologismo disse que há conhecimento intuitivo de Deus que é a base para o conhecimento da Verdade. De fato esta ideia agostiniana do conhecimento intuitivo é bíblica, mas também o conhecimento se adquire por revelação e pelo meio natural. ANTINOMISMO [ 13 ]
  • 14. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Antinomismo significa um sistema de doutrinas que nega ou combate a lei (do grego: anti [contra] e nomos [lei]). Os antinomistas procuram enfatizar a Nova Aliança e combatem ou menosprezam a Antiga Aliança (Antigo Testamento), um dos principais antinomistas foi JOÃO AGRÍCOLA que em 1537 em Witemberg de Eisleben pregou contra os sermões baseados na LEI, para ele só deveria se pregar o Evangelho da Nova Aliança. Por causa disto, Lutero combateu João Agrícola e em 1539 escreveu um tratado contra os antinomistas chamado WIDER DIE ANTINOMER. Lutero argumentou dizendo: “A lei é importante porque ela revela o pecado, e como o cristão ainda é pecador, este continua sujeito a operação da lei que se destina a matar a velha natureza.” JOÃO AGRÍCOLA [ 14 ]
  • 15. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Os antinomistas nunca tiveram expressão ou voz forte, e não poderia ser diferente. Alguns núcleos luteranos como de Herrnhut adotaram essas ideias. A lei não pode ser desprezada, pois ela serve para: A –Manter a ordem pública. B – Mostrar os homens o que é errado. C – Definir as normas de conduta. A lei e em especial a de Moisés não pode ser desprezada porque o Deus do Evangelho da Nova Aliança é o mesmo Deus da Antiga Aliança, contudo, é preciso diferenciar a lei moral da lei cerimonial e a igreja de Israel e assim interpretamos corretamente as Escrituras. ARIANISMO Este dogma trouxe muita controvérsia, e seu principal protagonista foi o presbítero de Alexandria, Ario. Ele foi discípulo de Luciano de Antioquia e este tinha sido discípulo de Paulo de Samósata. Por volta de 310 Ario defendia que o Filho foi criado por Deus e, portanto, fazia parte da criação e não existia no eterno passado. No ano 320 o presbítero-supervisor (gr. EPISKOPOS = bispo) de Ario o excomungou por motivo de heresia. Mas o conflito [ 15 ]
  • 16. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir estourou no Oriente quando outros o apoiaram como Euzébio de Nicomédia. O dogma ariano provocou uma conturbação pondo em risco a unidade dos cristãos e até do império romano que neste tempo já estava cristianizado. Por isso o imperador Constantino tentou conciliar os intrigantes, mandando Hósio, presbítero-supervisor da corte, mas como não teve sucesso, o imperador decidiu convocar um concílio em Nicéia no ano 325. Em Nicéia, os bispos de todos os cantos do império compareceram. A discussão teve como grande orador o diácono ATANÁSIO que combateu o arianismo com firmeza e com muita base bíblica. O arianismo cometeu erros grosseiros porque atingia hereticamente o dogma de Deus e de Cristo. Ario acreditava em semideus e por isso pode ser visto até como politeísta, pois apesar de negar que Jesus era Deus, Ário aceitava o culto e a adoração a Cristo. Alguns grupos arianos como as Testemunhas de Jeová passaram com o tempo a adorar o Pai e PRESTAR HOMENAGEM AO FILHO. O arianismo foi rejeitado no concílio de Nicéia, mas sempre teve influência na igreja e por isso mais tarde Atanásio foi exilado pelo imperador que havia simpatizado com o ensino de Ário. A história do cristianismo mostra que a doutrina trinitariana acabou sendo aceita pela maioria dos cristãos. Mas o arianismo não foi somente aceito, mas também era antibíblico. [ 16 ]
  • 17. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Na ilustração: Atanásio que combateu a heresia de Ário. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são da mesma natureza e os três são um só, como revela o próprio nome Elohim (que significa Deus em pluralidade), e como mostram as Escrituras com dezenas de títulos de Deus que também são atributos do Filho e do Espírito Santo. O Filho é posto nas Escrituras Sagradas como sendo Deus (João 1.1; 10:30; Mateus 2.2; Hebreus 1.6). ARISTOTELISMO O aristotelismo é o sistema dogmático baseado nos ensinos do filósofo Aristóteles. Muitos teólogos da igreja basearam-se nos ensinos de Aristóteles para formular as doutrinas da igreja, é verdade que as idéias de Aristóteles originalmente são pagãs [ 17 ]
  • 18. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir porque entre outras coisas a reencarnação aparece entre os conceitos deste filósofo. Por isso que os teólogos não levavam em consideração as idéias claramente antibíblicas de Aristóteles. Até ai tudo bem, porque nos escritos de Paulo aparece varias vezes traços de autores pagãos. Os escritos de Tomás de Aquino são mais tendenciosos as idéias de Aristóteles do que a de Agostinho. Os teólogos de bases aristotélicas para se desculparem das visíveis diferenças entre as Escrituras e as filosofias de Aristóteles explicam-se chamando essas diferenças de verdade dupla, isto é, o que é verdade para a filosofia pode não ser verdade para a teologia e vice-versa. Contudo não há como conciliar ideias tão diferentes, uma porque Aristóteles dizia que havia uma só alma universal, enquanto as Escrituras dizem que somos almas individuais (como em Apocalipse 6.9). Mas apesar dessas diferenças a filosofia aristotélica serviu de base para a teologia escolástica. A doutrina aristotélica sobre o conhecimento de Deus era racional, o homem pode perceber Deus pelo mundo visível, o que não deixa de ser verdade porque nos Salmos 19.1 diz: “Os céus declaram a gloria de Deus, o firmamento proclamam a obra das suas mãos.” [ 18 ]
  • 19. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Já Agostinho dizia que o conhecimento de Deus se conseguia empiricamente, ou de dentro para fora, o que também não deixa de ser verdade, pois em I Coríntios 2.10 diz: “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito.” Portanto, quanto a isso Tomás de Aquino foi bem coerente porque ele uniu esses dois conceitos, porque eles não se contradizem, mas eram os dois lados de uma moeda. ARMINIANISMO O arminianismo é um dogma totalmente correto, JACÓ ARMÍNIO foi teólogo que se levantou no círculo protestante para discordar do dogma de Calvino, como todos sabem Calvino [ 19 ]
  • 20. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir dizia que Deus. Escolheu uns para a salvação e os demais homens não estão no plano de Deus. É o famoso dogma dos ELEITOS. Jacó Armínio discordou destas ideias, porque eram irracionais e antibíblicas. Alguns calvinistas radicais como Francisco Gomaro e Beza afirmavam que Deus preordenou o pecado e a condenação eterna. Armínio não discordava da SOBERANIA de Deus, mas que, defender a doutrina da predestinação era o mesmo que chamar Deus de mau. É verdade que Deus predestina, mas não fixa quem vai ser salvo e quem vai ser condenado. Em outras palavras Deus já sabe quem vai ser salvo, mas ele não toma partido de uma pessoa contra outra. É preciso entender a predestinação a luz de I Pedro 1.2 que diz: “Eleitos segundo a presciência de Deus...” Presciência quer dizer: “Pelo conhecimento dos fatos antes deles acontecerem.” Essa discussão gerou muitas polemicas nos meios calvinistas das igrejas reformadas, tanto foi que entre 1618 e 1619 foi convocado o SÍNODO DE DORT para resolver esta questão, acabou prevalecendo a crença da maioria, o calvinismo, entretanto não convenceu. [ 20 ]
  • 21. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir CHARGE COM CRÍTICA CALVINISTA AO ARMINIANISMO Assim é que os presbiterianos entre outros grupos, seguem o dogma calvinista, a despeito que a verdade foi dita por Armínio. Na prática o dogma calvinista é pior ainda, porque o indivíduo pensa lá no seu íntimo: se eu fui predestinado não importa o que eu faço, Deus vai acabar no final me salvando. Se eu não fui predestinado, não importa o quanto eu faço de boas obras, acabarei indo para o inferno. Esta é a razão porque os calvinistas são em geral MUNDANOS. Por outro lado, os arminianos como nós, damos ênfase a necessidade de viver uma vida santa, porque a salvação em boa media depende de nossas atitudes para com a palavra de Deus. Por isso não precisa ir longe para entender que em qualquer lugar do mundo os arminianos vivem em maior santidade que os calvinistas. Outro importante ARMINIANO foi John Wesley, o fundador do movimento metodista. Wesley não era de fato um teólogo, mas [ 21 ]
  • 22. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir em contrapartida era um homem de Deus, e tinha uma visão fantástica do cristianismo autentico. Wesley se destacou por ser acima de tudo um homem de ação, ele dava muito importância a obediência a Deus como fator importante para a salvação. Por causa de sua posição doutrinaria quanto a predestinação Wesley foi combatido pelos calvinistas. Mas ele nos púlpitos da vida, enfocava que a graça de Deus é universal e, portanto, todo homem pode vir a Deus, alguns textos bíblicos confirmam o ensino que qualquer um pode ser salvo desde que aceite Jesus. Primeiro, Deus não amou alguns, mas o mundo inteiro: “Porque Deus amou o mundo.” (JOÃO 3.16). Em segundo lugar, todos que aceitaram Jesus serão salvos: “Mas a todos os que o receberam, deu-lhe o poder de se tornarem filhos de Deus.” (João 1.12). Em terceiro lugar, o desejo de Deus é que todos se salvem, e isso mostra que todos tem a possibilidade de se salvarem se seguirem o conselho de Deus: “Que quer que TODOS OS HOMENS SE SALVEM e venham ao conhecimento da verdade.” ( I Timóteo 3.4). [ 22 ]
  • 23. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir ASCETISMO A terminologia “ascetismo” é definindo assim em certo Dicionário: Prática da abstenção de prazeres e até do conforto material, adotada com o fim de alcançar a perfeição moral e espiritual. O asceta submete-se a dieta rigorosa e a frequentes jejuns, sendo que os antigos cristãos se sujeitavam até a castigos físicos, como a flagelação.(2) Os praticantes do ascetismo vêm no corpo, os males da sua alma, e assim a prática dos desejos carnais afastam o homem de Deus. Controlar os impulsos dos desejos físicos é a meta ascética. A busca dos prazeres desta vida afasta o homem da sabedoria e da verdadeira espiritualidade. Os ascéticos mais radicais chegam mesmo a praticar a autoflagelação como forma de mortificar os desejos carnais. Não é só à sexualidade que elas renunciam, mas também a qualquer aquisição de propriedades [ 23 ]
  • 24. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir materiais ou bens de consumo. Os ascéticos tem aversão aos prazeres dessa terra. Comportando-se somente como peregrinos, os cristãos rejeitaram a cultura e o papel de influência sobre eles. Nessa cosmovisão, criam forte aversão ao cinema, rádio, televisão, erudição, esportes, lazeres, entretenimento, teatros, artes, danças, esculturas etc. A igreja deve viver no mundo, mas não participar das coisas do mundo. O mundo jaz no maligno, e a igreja é santa. A própria palavra santidade traz um ideal ascético, pois santidade significa separação. Se o cristão não pode sair do mundo, ele tem o dever se afastar do modo de vida mundano. Asceticismo é muito associado com monges, yogis ou sacerdote, entretanto qualquer indivíduo pode escolher levar um vida ascética. Lao Zi, Gautama Buddha, Mahavir Swami, Santo Antonio, Francisco de Assis, Mahatma Gandhi e David Augustine Baker podem ser considerados ascetas. Muitos deles deixaram as suas famílias, possessões, e lares para viver uma vida mendicante, e nos olhos de seus seguidores demonstram grande espiritualidade, ou iluminação. (1) [ 24 ]
  • 25. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir CALVINISMO O CALVANISMO é o sistema dogmático de João calvinismo e o seu principal tratado teológico se chamava A INTITUCÃO DA RELIGIÃO CRISTÃ, Calvino nasceu em 1509 e morreu em 1564, havia se formado em direito e foi uma das colunas da reforma protestante. A teologia de Calvino mantém traços dos ensinos de Zuinglio, Bucer e Lutero, mas a ênfase de Calvino é na doutrina de Deus, onde lamentavelmente cometeu o erro grosseiro da predestinação, que alias, se tornou o centro de seus ensinos. Vejamos uma frase do próprio Calvino: “Denominamos predestinação o decreto eterno de Deus, pelo qual decidiu o que acontecerá com cada homem. Pois não foram criados todos nas mesmas condições; alguns são predestinados à vida eterna.” Calvino também dizia que quando alguém é eleito, ele é chamado por Deus, enquanto o que não for eleito não é agraciado com o conhecimento de Deus. Os luteranos rejeitaram o dogma da predestinação de Calvino por que as Escrituras afirmam que Deus quer salvar a todos conforme I João 2.2 “Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelo de todo mundo.” [ 25 ]
  • 26. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Quanto a CEIA DO SEHOR, Calvino acredita na presença do Senhor na ceia, mas não ocorria nenhuma mudança nas substâncias, a expressão em latim para retratar essa verdade é: FINITUM NON CAPAX INFINITI. “O finito não pode conter o infinito”. Calvino como nós, também dava importância para a lei mosaica. Ele entendeu que a vinda de Cristo foi para cumprir a lei cerimonial, que para nós, os cristãos, está abolida. Mas quanto à lei moral da antiga aliança permanece valida para os cristãos, que deve submeter-se a ela e regular sua vida moral pelos preceitos nela estabelecida. Neste ponto de interpretação Calvino acertou em tudo, por isso ele também defendia a pena de morte para os crimes pré-estabelecidos na lei de Moisés. Portanto, no pensamento de Calvino a lei continua tendo validez. [ 26 ]
  • 27. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir CONGREGACIONALISMO O congregacionalismo é o sistema doutrinário de organização da igreja segundo a qual toda a congregação é a autoridade. E portanto, todos devem democraticamente decidir, julgar e discutir os problemas da igreja. Contudo esta posição de governo democrático da congregação surgiu por motivos de revolta exagerada ao sistema episcopal do catolicismo romano, daí que a posição mais equilibrada e bíblica é o governo presbiteriano. Os defensores do sistema congregacionalista ou INDEPENDENTE foram alguns puritanos. Até certo ponto é de se entender essa repulsa por uma autoridade, afinal esse movimento doutrinário surgiu na Inglaterra onde a principal denominação, a anglicana, sofria interferência constante das autoridades seculares, pois a igreja ali era chefiada pelo estado. [ 27 ]
  • 28. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Quem organizou este dogma foram Roberto Browne e Henrique Barrowe. Browne teve que fugir para a Holanda em 1582, e Barrowe foi condenado a morte por causa de sua convicção congregacionalista em1593. O que foi lamentável, matar pessoas por pequenas discordâncias. Os congregacionalistas são em tese: democratas religiosos, razão porque defendiam como ninguém a liberdade de consciência e a tolerância religiosa. Deste movimento surgiu a Igreja Batista que foi fundada por John Smith. Séculos se passaram e ainda este é o sistema da organização batista. Entre tantos males deste sistema de governo podemos enumerar alguns: 1 – Primeiro, no governo congregacionalista ou independente em vez do rebanho estar sujeito ao presbitério é o presbitério que fica sujeito ao rebanho. 2 - Segundo, a autoridade de julgar o rebanho foi dada por Cristo aos líderes da igreja, como Jesus falou aos seus apóstolos em João 20-22-23, e os apóstolos eram presbíteros, como Pedro mesmo se identifica como PRESBÍTERO em sua primeira Carta no capítulo 5 e versículo 1. 3 – Em terceiro lugar, porque não se pode levar a sério o congregacionalismo como uma forma de governo eclesiástico. É que um novo convertido ou um crente que não tenha uma profunda compreensão da palavra vai acabar emitindo opiniões errôneas nas assembleias. [ 28 ]
  • 29. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir DINAMISMO O dinamismo é uma doutrina formulada no final do segundo século por um curtidor de Bizâncio chamado Teodoto, ele chegou a Roma no ano 190 devido uma perseguição que ocorria em sua cidade. Teodoto negava a divindade de Cristo, por isso ele foi combatido como um herege pelo apologista Tertuliano que o cita no seu livro ADVERSUS OMNES HAERESES. Teodoto ensinava que Jesus nasceu de uma virgem, mas não deixava de ser um simples homem, Jesus teria vivido como um homem comum até que um dia foi batizado nas águas, o Cristo desceu sobre ele. Portanto no monarquianismo dinamista Jesus é um homem que recebeu o elemento divino chamado Cristo. Por causa de sua ideia herética Teodoto foi expulso da congregação pelo presbítero-supervisor (bispo) de Roma, o Vitor. No século seguinte surgira outro defensor do dinamismo, era PAULO DE SAMOSATA que no ano 260 era bispo (presbítero-supervisor) de Antioquia, ele era claramente unitarianista, pois dizia que Jesus era um simples homem, também Samosata no ano 268 foi excomungado pelo sínodo em Antioquia. As ideias dinamista de Samosata viriam a influenciar o herético Ário que no quarto século criaria grande polemica sobre a divindade de Cristo. Ário era discípulo de Luciano de Antioquia que por sua vez era discípulo de Paulo de Samosata, o principal dinamista da história. Portanto, o dogma defendido por estes eram dogmas [ 29 ]
  • 30. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir contra a divindade de Cristo. Alias, a linha de interpretação dos antioquianos tinha esse elemento herético. Luciano de Antioquia. No quinto século outra heresia surgia com a essência do monarquianismo dinamista e seu novo representante se chamava Nestório que separava o divino do humano na pessoa de Cristo, mas ao contrário dos outras dinamitas, ele dizia que o Logos veio habitar no homem Jesus por ocasião de seu nascimento, enquanto os dinamitas primitivos afirmavam que o divino veio habitar no homem Jesus por ocasião do batismo. Dogmas como esses foram condenados pelos concílios de Nicéia e Calcedônia, pronunciando as declarações bíblicas de que Jesus é VERDADEIRO DEUS E VERDADEIRO HOMEM conforme Matheus 2.2, Hebreus 1.6; Apocalipse 5.11-14; I Timóteo 2.5. DIOFISISMO Diofisismo é uma doutrina cristã teológica, usada para expressar a afirmação que em Jesus havia duas naturezas: uma divina e [ 30 ]
  • 31. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir outra humana. Esta palavra é de origem grega (dyo+ physis+ ismo = duas naturezas), Quem propôs esta teoria foi Nestório, cuja doutrina ficou conhecida como Nestorianismo. O Concílio de 451 se reuniu para discutir a questão das duas naturezas de Cristo. Ao final do concílio Nestório foi considerado herege, e o concílio lavrou o seguinte credo sobre as duas naturezas de Cristo: Fiéis aos santos pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, perfeito quanto à humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, constando de alma racional e de corpo; consubstancial, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; em todas as coisas, semelhante a nós, excetuando o pecado, gerado segundo a divindade antes dos séculos pelo Pai e, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, gerado da virgem Maria, mãe de Deus; Um só e mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis e imutáveis, inseparáveis e indivisíveis; a distinção da naturezas de modo algum é anulada pela união, mas, pelo contrário, as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só pessoa e subsistência; não dividido ou separado em duas pessoas. Mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor; conforme os profetas outrora a seu respeito testemunharam, e o mesmo Jesus Cristo nos ensinou e o credo dos pais nos transmitiu. (3) [ 31 ]
  • 32. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir DOCETISMO O docetismo foi um movimento altamente herético, pois os docéticos tomavam as seguintes posições: uns diziam que Jesus não tinha um corpo verdadeiramente humano e para explicar-se laçavam mão de umas teorias sobre corpos fantasmagóricos, daí que diziam também que PARECIA que Jesus era humano, PARECIA que ele sofreu na cruz. Outros docéticos só aceitavam como verídicos alguns aspectos dos livros biográficos de Cristo negando os demais acontecimentos descritos em Mateus, Marcos, Lucas e João. [ 32 ]
  • 33. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Os gnósticos em geral eram docéticos, certo Cerinto dizia que CRISTO SAIU DE JESUS UM POUCO ANTES DA CRUCIFICAÇÃO. Outro docético, Basílides dizia que JESUS NÃO MORREU CRUCIFICADO, MAS QUE SIMÃO, O CIRINEU MORREU EM LUGAR DE JESUS QUE ESCAPOU. Segundo um dos primeiros líderes do cristianismo, IRINEU, o apóstolo João havia escrito o livro biográfico e as cartas a fim de combater Cerinto. INACIO no inicio do segundo século no combate ao docetismo dizia: “CRISTO VERDADEIRAMENTE NACEU DEMARIA, FOI REALMENTE CRUCIFICADO E CRISTO ESTAVA NA CARNE MESMO DEPOIS DE SUA RESSUREIÇÃO, NÃO ERA ESPIRITO INCORPOREO.” Os gnósticos são docéticos por negarem a humanidade de Jesus, como também desde o séculos XIX as Testemunhas de Jeová tomaram-se os docéticos dos dias modernos por negarem que Jesus ressuscitou com um corpo físico. A cristologia de Marcião era também docética: “Cristo manifestou-se aqui na terra durante o reinado de Tibério Cesar. Apareceu, todavia, como figura fantasmagórica.” [ 33 ]
  • 34. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Para combater MARCIÃO, Irineu escreveu em ADVERSUS HAERESUS: “como podia ele ter sido crucificado e como podiam sangue e água ter jorrado do seu peito traspassado se não era verdadeiramente homem, mas apenas tinha aparência de homem?” Por causa do seu conceito docético, Marcião pregava a salvação somente da alma e não do corpo. Vejam que o conceito cristológico docético acabou por influenciar o seu ensino sobre a Tanatologia bíblica. Os docéticos em geral foram ensinadores que não conseguiram conciliar em suas mentes a ideias de um único Deus... Mas em três pessoas (hipóstases). [ 34 ]
  • 35. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Outra forma de docetismo que negava encarnação de Cristo foi a defendida por Apolinário de Laodicéia no final do quarto século, como podemos extrair do livro VOM HIMMLISCHEN FLEISCH CHRISTI de schoeps, pág 9 de 1951 e do livro EARLY CHRISTLIAN DOCTRINES de kelly, pág 294: Deus em Cristo foi transmutado em carne, e esta carne foi então transmutada pela natureza divina. De acordo com esse ponto de vista, Cristo não recebeu sua natureza humana da virgem Maria. Antes trouxe consigo do céu uma espécie de carne celestial. O ventre de Maria simplesmente serviu de passagem. Apolinário cometeu este erro por enfatizar demasiadamente a divindade de Cristo, ele achava que Cristo só tinha uma natureza, a divina, por isso na sua concepção Cristo não tinha alma. [ 35 ]
  • 36. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir No final da primeira guerra mundial surgiu na Alemanha outro teólogo com ideias extravagantes, foi KARL BARTH, entre tantas heresias ele também demonstrava conceitos docéticos em sua Cristologia, BARTH via nos livros biográficos (chamado erroneamente de evangelhos) como uma ilustração do verdadeiro Evangelho. Barth negava a autenticidade de várias narrativas das Escrituras. DONATISMO O donatismo foi o movimento doutrinado criado por Donato, o grande, que era presbítero-supervisor (bispo) de Cartago por volta de 332. O donatismo é um sistema dogmático eclesiológico, o que causou a chamada controvérsia donatista do quarto século. O donatismo é considerado um dos primeiros grandes movimentos cismático da igreja, esse movimento [ 36 ]
  • 37. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir iniciou-se no período de perseguição do imperador romano Diocleciano. As primeiras discussões surgiram quando um supervisor de congregação foi ordenado por um presbítero-supervisor (Bispo) que anteriormente havia entregado copias das Escrituras as autoridades do governo para serem destruídas em um tempo de perseguição. Os donatistas achavam isso uma traição, mas a igreja em geral não achava. Daí que o desentendimento provocou um cisma, pois em Cartago os presbíteros se reuniram e elegeram um presbítero-supervisor dividindo assim as igrejas do Norte da África que a certa altura já era mais da metade donatista. Os donatistas eram radicais em sua posição, achando-se a única igreja verdadeira tanto é que, eles não aceitavam o batismo realizado pelas demais igrejas. Os donatistas diziam que os verdadeiros obreiros eram inatacáveis em sua maneira de viver e que se eles não fossem íntegros em tudo, o que eles fizessem não teria validade alguma, seja batismo, celebração da ceia e até [ 37 ]
  • 38. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir mesmo no ato de ordenar oficiais eclesiásticos. Portanto se um oficial da igreja fosse considerado indigno da posição, os donatistas não o consideravam obreiro de verdade, e se ele ordenou alguém para o presbitério ou diaconato tais ordenações não teriam valor algum. A posição dos donatistas quanto às cerimônias cristãs convencionou-se a ser chamado “THEOLOGIA REGENITORUM” por que para eles a condição espiritual do oficiante influencia nos efeitos da cerimônia. Por tomarem essa atitude exclusivista os donatistas se achavam superiores ao demais cristãos e assim batizavam todos os cristãos que se filiassem a sua organização, eles viam a necessidade de se desligarem da igreja popular, porque ela era mundana (no conceito deles). [ 38 ]
  • 39. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Os donatistas queriam mais rigor nas disciplinas e criticavam a igreja por acharem hipócritas, para eles a igreja devia conter somente os puros. Agostinho combateu com eloquência os donatistas e por volta do ano 400 ele escreveu: “TEBATISMO”, um tratado em que ele combateu a doutrina donatista de batizar os cristãos já batizados. No tratado EPISTELA 93, Agostinho falou o seguinte sobre a questão do rebatismo: “Há grande diferença entre um apóstolo e um beberrão; mas não há diferença nenhuma entre um batismo realizado por um apóstolo ou por um beberrão.” A briga de Agostinho com os donatistas levou-o a fazer pesados comentários, inclusive incentivando o governo a tomar a atitude de força-los a se integrarem na igreja popular. Mas não foi preciso usar de violência, pois os vários debates acabaram enfraquecendo o movimento donatista que a partir de 411 começou a diminuir em numero ate que se extinguiu. Aquele movimento donatista morreu, mas em toda história do cristianismo surgem vários grupos radicais que não aceitam as [ 39 ]
  • 40. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir outras dominações evangélicas, mesmo quando as doutrinas são semelhantes, mas por pequenas diferenças acabam por se acharem donos da igreja verdadeira. Estes donatistas dos tempos modernos convidam os crentes de outras denominações a saírem dela, são pessoas de baixo nível cultural que são fortemente atraídos por ideias radicais. No século XX, no Brasil, surgiram dois grupos bem característicos como a Igreja Pentecostal Deus é Amor e a mais donatista ainda, a Congregação Cristã no Brasil, esta ultima batiza os crentes de qualquer denominação, porque eles se acham como sendo a igreja verdadeira. DUALISMO O dualismo é o conceito universal do DUO, isto é, dois. O dualismo em um sentido geral é a crença que o universo possui duas forças opostas que se contrabalanceiam e por isso se equilibram mutuamente. Não é novidade que ideias filosóficas como essas acabassem sendo incorporada na teologia cristã. [ 40 ]
  • 41. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Isso não quer dizer que toda forma de dualismo esteja errado, pois alguns conceitos dualistas são verdadeiros como a existência do mundo espiritual e material, a oposição do DIABO a DEUS, o bem e o mal, a luz e a escuridão, o masculino e o feminino etc. Certos conceitos dualistas são profundamente heréticos como a afirmação que o mundo material é mal, esquecendo-se que Cristo ressuscitará o nosso corpo, pois a nossa carne será glorificada. Tais aberrações dualistas como essa ocorrem porque tais pregadores nem sabem que nas Escrituras “carne” (gr:sarkos) significa: o corpo ou natureza humana decaída. [ 41 ]
  • 42. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Quando o cristianismo começou a se espalhar pelo mundo os gnósticos tentaram sincretizarem-se com os cristãos, mas os lideres cristãos combateram o gnosticismo, pois estes ensinavam que a matéria é mal. No livro “TEOLOGINS HISTORIA” de Bengt Hãgglund, ele disse: “livrar as almas dos homens do seu cativeiro ao mundo material e traze-las de volta ao mundo do espírito.” Sobre esta base desenvolveu-se o conceito gnósticos de salvação. Dizia-se consistir a salvação no livramento das almas do mundo material a fim de que pudessem ser purificadas e trazidas de volta á esfera de onde vieram. Por causa do conceito que a matéria é má os gnósticos recusavam-se a acreditar que o Cristo encarnou-se, para eles Jesus Cristo não era humano, e já nos dias [ 42 ]
  • 43. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir do apóstolo João, os gnósticos foram duramente criticados na palavra de Deus por causa dessas ideias (leia I João 4.2). Os dualistas gnósticos tinham duas éticas, uma era daqueles que, como se havia de esperar, por acharem o mundo material mal, pregavam libertação do espírito dos desejos ardentes da carne. Havia também os dualistas gnósticos que diziam que para se libertarem da carne deveriam entregar-se aos desejos mundanos (totalmente sem lógica, mas o pecado é isso mesmo). Por considerarem a criação vil e má essas ideias foram taxadas pelos lideres cristãos dos primeiros dos séculos de “BLASPHEMIA CREATORIS.” Mani que no terceiro século criou o maniqueismo, também era dualista radical. O teólogo alemão SCHLEIERMACHER era contra o dogma DUALISTA, mas acabou indo para o outro extremo como podemos ler no seu livro DER CHRISTLICHE GLAUBE onde o autor aniquila o dogma dualista chegando mesmo a dizer que não existe uma forca em oposição a Deus negando a existência do Diabo. [ 43 ]
  • 44. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Que existe certo dualismo no mundo ninguém pode negar, pois Jesus mesmo pregou sobre os dois caminhos (Mateus 25.46), e sobre os dois senhores (Mateus 6.24). EBIONISMO O Ebionismo foi um movimento judaico dentro do cristianismo que ensinava aos novos cristãos a obedecerem à lei de Moisés. O nome ebionismo origina-se da palavra hebraica “evjonim” que significa “os pobres”, título honroso para os cristãos em Jerusalém. Os ebionistas se dividiam em mais rigorosos ou menos rigorosos. Estes últimos pregavam aos cristãos gentios que estes deviam submeter-se a lei de Moisés, bem como a circuncisão e as leis alimentícias. Naturalmente os ebionistas detestavam os ensinos de Paulo, e rejeitavam as suas cartas. Os cristãos judaicos escreveram alguns livros como “PSEUDO- CLEMENTE”, “PREGACÃO DE PEDRO,” e varias biografias apócrifas de Jesus. A visão deles sobre Jesus era a de um homem e não a de Deus encarnado, por isso eles rejeitavam a divindade de Cristo. Jesus era somente um homem com poderes divinos. [ 44 ]
  • 45. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Nas suas cartas, Paulo combateu os judaizantes de forma contundente, principalmente nas cartas aos Romanos, aos Gálatas e aos Colossenses. Os adventistas do Sétimo Dia são ebionistas, pois ainda acreditam que é necessário guardar o sábado. Contudo não percebem que o sábado é uma aliança de Deus com Israel e não com a igreja. Ninguém que estuda as cartas de Paulo pode continuar sendo um ebionista. ESCOLASTICISMO Escolástica ou escolasticismo (do latim scholasticus, e este por sua vez do grego σχολαστικός [que pertence à escola, instruído]) foi o método de pensamento crítico dominante no ensino nas universidades medievais europeias de cerca de 1100 a 1500. Não tanto uma filosofia ou uma teologia, como um método de aprendizagem, a escolástica nasceu nas escolas monásticas cristãs, de modo a conciliar a fé cristã com um sistema de [ 45 ]
  • 46. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir pensamento racional, especialmente o da filosofia grega. Colocava uma forte ênfase na dialética para ampliar o conhecimento por inferência e resolver contradições. A obra-prima de Tomás de Aquino, Summa Theologica, é frequentemente vista como exemplo maior da escolástica. (5) O escolasticismo protestante refere-se ao desenvolvimento teológico pós-reforma nas igrejas reformadas. Teve seu começo no final do século XVI seguindo o trabalho da segunda geração de codificadores da reforma, como Calvino, Heinrich Bullinger, Wolfgang Musculus, e Peter Martyr Vermigli e se estendendo para o século XVIII. Seu trabalho foi fazer uma obra de sistematização dentro das fronteiras criadas pelas grandes confissões reformadas do século XVI. Para tal, o método empregado foi o escolástico. O que isto significa? Richard Muller responde dizendo: “Ele é chamado de [ 46 ]
  • 47. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir “escolástico” primeiramente por causa do método teológico que ele usou na formulação dos seus sistemas de doutrina”. Muller prossegue lembrando-nos: “O escolasticismo do final do século XVI e século XVII foi auxiliado pelo aumento da abertura da teologia protestante para o uso da razão e filosofia, especificamente para o aristotelismo revisado do final da renascença”. E conclui destacando que não devemos confundir este escolasticismo com o medieval: “Admitindo o desenvolvimento em lógica, retórica e metafísica que tiveram lugar nos séculos XV e XVI, nem o método, nem a filosofia dos protestantes escolásticos foram idênticos aos dos pensadores medievais”. Certamente aí está a causa do preconceito de muitos que vieram a desconsiderar esta fase do pensamento reformado por causa das suas supostas ligações coma teologia especulativa e racionalista da Idade Média. Como nos trás à memória Arvin Vos: “O termo foi primeiro usado num sentido derrogatório pelos humanistas do século XVI. Ele é agora aplicado à qualquer teologia na qual a preocupação com a lógica e o método são proeminentes, onde teologia é concebida em termos de ciência”. Sua influência durou duzentos anos. Por este simples fato já se torna algo digno da nossa atenção. Mas, não apenas isto. Podemos avaliar sua importância quando pensamos na obra magistral destes teólogos que se viram diante do desafio de apresentar de forma bíblica, racional e sistematizada o pensamento protestante em face dos ataques bem articulados da teologia católica romana. Esta seria, na divisão de Muller a [ 47 ]
  • 48. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir primeira fase desta vertente teológica do protestantismo, que duraria de 1565 até 1640. Em 1545 através do Papa Paulo III, a Reforma foi respondida e condenada, como nos lembra Muller, pelas melhores mentes teológicas da Igreja Católica Romana. Entre estas mentes a do Cardeal Roberto Belarmino: “No curso desta polêmica, o Protestantismo desenvolveu uma síntese mais detalhada da sua própria posição teológica”. Comenta Muller: Esta fase seria caracterizada ainda por mais três fatores: a necessidade da terceira geração de líderes protestantes de declarar para si mesmos o significado da Reforma, o interesse entre os sucessores dos reformadores em manter e enfatizar a catolicidade da Reforma à luz da tradição cristã e a tentativa de formular o sistema teológico do protestantismo em larga escala, além do oferecido pela segunda geração de reformadores, com a reintrodução de categorias filosóficas. (4) Não foi coisa de somenos importância o que esta gente realizou. O debate era intenso, do lado católico posições muito bem defendidas tendo ao seu lado o peso da tradição, o que podia levar muitos a pensar que não era possível que a igreja estivesse errada por tantos anos conforme os Reformadores haviam denunciado. Richard Muller define a teologia deste período como “aberta por um lado para a tradição medieval como seu uso da filosofia Aristotélica, mas do outro lado consciente do mandato da Reforma de não admitir nenhuma norma para a doutrina igual ou maior do que a Escritura”. A segunda fase apresentada por Muller é a que se estende de 1640 até 1700, intitulada de era da alta ortodoxia, que veio a ser a grande era do sistema teológico. Foi uma era de considerável [ 48 ]
  • 49. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir atividade intelectual nos campos da teologia, estudo linguistico, e exegese. Foi a era do debate sobre o federalismo de Cocceious, que veio a se tornar tão característico do pensamento reformado posterior onde a relação de Deus com os homens é vista sempre em termos pactuais e Adão sendo apresentado como o representante da humanidade no pacto das obras e Cristo, o segundo Adão como o representante da igreja no pacto da graça. Neste mesmo período questões teológicas altamente técnicas foram tratadas. Especialmente pela escola de Saumur. Não foi fácil manter a continuidade teológica com a Reforma enquanto também formulava um sistema teológico amplo numa era de método escolástico e revoluções no campo da ciência e da filosofia. O que mais importante aconteceu neste período no campo teológico em geral foi a perda da tradicional síntese Aristotélica de teologia, filosofia e ciência. Falando um pouco mais sobre o ethos intelectual Richard Muller diz: A ortodoxia começou a sentir o impacto do racionalismo cartesiano e, na Inglaterra, da teologia natural do incipiente Deísmo. No final desta era, os sistemas racionalistas de Espinoza, Leibniz e Locke manifestaram ainda mais claramente a mudança no clima filosófico. A fase final, na boa divisão histórica de Muller vai de 1700 até 1790, que poderia ser chamada de ortodoxia e racionalismo tardio. Aqui tem-se início o declínio e estagnação do escolasticismo protestante. Fora o impacto do ambiente intelectual o escolasticismo protestante foi transformado pelas forças do Pietismo, indiferentismo doutrinário e racionalismo. O [ 49 ]
  • 50. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Pietismo com sua ênfase na dimensão prática do cristianismo, o indiferentismo doutrinário subproduto de uma exaustão de debates teológicos sem fim em torno de minudências. O escolasticismo Protestante de Aristotélico tornou-se Cartesiano, para mais adiante ser esmagado pela crítica de Kant à metafísica racionalista. A razão não deveria ser vista como ponto de partida para a teologia. Porém, tal não ocorreu sem antes os ataques racionalistas serem feitos aos pressupostos sobrenaturalistas do escolasticismo Protestante. ESPIRITUALISMO O espiritualismo do ponto de vista teológico é o sistema doutrinário que valoriza o lado espiritual em questões da doutrina de Deus. O espiritualismo diz que Deus não tem corpo, Deus não tem forma física, essas afirmações são corretas porque se Deus tivesse e forma de homem como sugere a principio a descrição do homem. Não há como explicar porque Deus é descrito com asas no salmo 91. Outra forma de espiritualismo são as ideias de não participação social do cristão, principalmente na política, como defendiam os anabatistas, também chamados de SCHWARMGEISTER. Neste mesmo tipo de crença estão as Testemunhas de Jeová e outros grupos evangélicos radicais como a Congregação Cristã no Brasil que são apolíticos. [ 50 ]
  • 51. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Lutero discordou deste ponto de vista, ele achava que o cristão podia participar politicamente da sociedade, mas não aceitava a insurreição, mesmo que fosse por uma causa justa. O cristão, segundo Lutero, devia obedecer as autoridades porque esta é a vontade de DEUS. A única exceção seria se o governo exigisse algo contra a vontade de DEUS, ai sim, justifica-se as palavras de Atos 5.29: “Antes importa obedecer Deus do que os homens”. Portanto, não há razão para seguir este tipo de espiritualismo que condena a participação do cristão na sociedade. Uma interpretação correta do espiritualismo é apresentada na questão da CEIA DO SENHOR, defendida por Zwinglio e Carlstadt. Zwinglio corretamente interpretava “Este é o meu corpo” de forma simbólica o “é” (est) quer dizer “isto significa meu corpo”. [ 51 ]
  • 52. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Imagine só se fossemos interpretar certas palavras ditas por JESUS, então quando Jesus disse: “Eu sou porta”, “Eu sou o caminho.” Se tomássemos estas palavra literalmente, em que ridículo não cairíamos ??? Uma das ideias mais perniciosa do espiritualismo refere ao ensino de Hermann Rahtmann, pastor em Denzig que dizia: “As Escrituras em si mesma são letras mortas”. Ideia esta que foi aceita pelos crentes que não gostam de estudar as Escrituras, estes últimos, nos dias modernos frequentemente atacam teologia e os estudos bíblicos como “conhecimentos carnais”, o teólogo Gerhard combateu Rahtmann dizendo: “a palavra possui sua eficácia espiritual mesmo antes de ser usado (extra usum)”. Essa ideia de Rahtmann não pode ser considerada nem como humana, mas diabólica mesmo, pois o povo evangélico sente medo de estudar as Escrituras porque pensar estar pecando contra Deus. Esses irmãos precisam entender que: “O ESPIRITO NÃO AGE AO LADO DA PALAVRA OU INDEPENDENTE DELA, MAS EM E COM A PALAVRA DIVINA QUANDO É OUVIDA OU LIDA”. ESTOICISMO Estoicismo foi uma filosofia da Grécia Antiga que dava ênfase as virtudes e a busca do conhecimento e rejeitava a vida [ 52 ]
  • 53. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir mundana, voltada aos prazeres carnais. Este pensamento filosófico foi criado por Zenão de Cício, na cidade de Atenas, e defendia que todo o universo seria governado por uma lei natural divina e racional. As virtudes era o bem supremo que os homens deveriam almejar. O vício é a ruína humana no pensamento estoico. Um verdadeiro sábio, segundo o estoicismo, não deveria sofrer de emoções externas, pois estas influenciariam em suas decisões e raciocínios. O termo estoicismo originou-se das palavras gregas “stoà poikile”, que significa “Pórtico das Pinturas”, o local onde o fundador desta doutrina filosófica ensinava em Atenas. Esta doutrina é dividido em três principais períodos: ético (antigo), [ 53 ]
  • 54. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir eclético (médio) e religioso (recente). O período antigo compreende o tempo do seu fundador, Zenão de Cício (333 a 262 a.C), e foi concluída por Crisipo de Solunte (280 a 206 a.C), que teria desenvolvido a doutrina estoica e transformado no modelo que é conhecido na atualidade. O período médio compreende o tempo em que os romanos assimilaram esta filosofia, sendo o principal divulgador do estoicismo na sociedade romana Panécio de Rodes (185 a 110 a.C). Neste tempo absorveu pensamentos de Platão e Aristóteles. Posidônio de Apaméia (135 a.C a 50 d.C) foi o responsável por esta mescla. A terceira fase do estoicismo é conhecida como religiosa ou recente. O imperador romano Marco Aurélio foi um dos principais representantes do estoicismo religioso. Os membros deste período enxergavam a doutrina filosófica não como parte de uma ciência, mas como uma prática religiosa e sacerdotal. O estoicismo durou cerca de 500 anos e grande foi a sua influência entre gregos e romanos. É uma doutrina eclética, e incorpora muitos conceitos dos filósofos anteriores e contemporâneos: Heráclito, Platão e Aristóteles, os cínicos. Zênon, o fundador do estoicismo, era considerado fenício por seus contemporâneos, e oriundo da Ilha de Chipre. Praticamente nada se sabe de sua vida pessoal, exceto que chegou a Atenas ainda jovem, e que estudou com alguns filósofos que o precederam, como Estílpon de Mégara, o cínico Crates de Tebas e Xenócrates da Calcedônia, da Academia. (6) [ 54 ]
  • 55. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir O funeral de Zênon em Atenas foi efetuado às expensas da cidade, uma vez que "tinha feito de sua vida um exemplo para todos, pois seguiu seus próprios ensinamentos" (Harvey, 1987). EUTIQUIANISMO Também conhecida por Monofisismo, esta concepção de Cristo, formulada por Eutiques (ou Êutico, 378-454 d.C.), que fora líder de um mosteiro em Constantinopla. O Eutiquianismo ensinava que a natureza divina de Jesus havia absorvido a natureza humana, gerando consequentemente um ser com uma terceira natureza. Esta doutrina é preocupante, pois anula Cristo como verdadeiro Deus e como verdadeiro homem, o único que pode [ 55 ]
  • 56. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir nos trazer salvação. Este falso ensino foi refutado em 451 no Concílio de Calcedônia. Neste concílio reuniram-se 600 bispos, que pelo debate contra o Eutiquianismo formularam uma confissão de fé que elucidou a humanidade e a divindade de Jesus Cristo. Esta confissão cristológica permeia a crença das igrejas Orientais Ortodoxas, Católica Romana e as igrejas oriundas da Reforma Protestante, salvo as correntes pseudo-cristãs que durante a história trouxeram falsos ensinos que perverteram a cristologia ortodoxa. (10) Como o próprio nome sugere deriva-se do nome EUTIQUES que era abade de um mosteiro em Constantinopla, em geral ele concordava com a teologia Alexandrina (favorável a divindade de Cristo) e opunha-se a Cristologia (que negava a divindade de Cristo). Eutiques se embaraçou todo quando disse que Jesus só tinha uma natureza e também dizia que Jesus não foi um humano como nós. Por negar a natureza humana de Cristo ele foi excomungado em Constantinopla, mas em 449 o bispo de Roma (chamado e leão I no rol de papas católicos) através de uma trama política eclesiástica reintegrou Eutiques no sínodo de Éfeso, este sínodo entrou na historia como o sínodo dos ladrões”. Mais tarde as ideias de Eutiques foram rebatidas e condenadas pelo Concilio de Calcedônia que reformulou o credo Niceiano para combater as novas heresias como a de Eutiques. [ 56 ]
  • 57. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir O credo Calcedônio diz: “confessamos um Deus que é o mesmo com o Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que é perfeito em sua divindade e perfeito na humanidade (contra Eutiques) com alma racional e o corpo de uma essência com o Pai segundo a divindade e da mesma essência que nós, segundo a humanidade, igual a nós em todas as coisas, exceto que não tinha pecado (contra Eutiques), que segundo sua humanidade nasceu da virgem Maria, mãe de Deus para nossa salvação: um é o mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito revelado em duas naturezas sem confusão, sem modificação (contra Eutiques), indivisivelmente e inseparadamente, sendo a distinção das naturezas de nenhum modo eliminada pela união, sendo preservadas as propriedades de cada natureza convergindo elas numa hipóstase (pessoas), não são separadas ou divididas em duas pessoas, mas um é o mesmo Filho e Unigênito de Deus, Logos, o Senhor Jesus Cristo”. Como vimos o credo calcedoniano apresenta-se totalmente compatível com as Escrituras, menos no tocante a Maria na qual já se percebe a idolatria e o titulo blasfemo de mãe de Deus. Pois não se deve chama-la mãe de Deus só porque Jesus era Deus, assim como ninguém pode chamar a mãe do presidente da Coca- Cola de mãe da Coca-Cola só porque o seu filho é o “cabeça da empresa Coca-Cola”. O credo Calcedônio encarregou-se de combate a heresia de Eutiques, porque Jesus é verdadeiro homem (Mat. 26.24) e verdadeiro Deus (João 1.34). [ 57 ]
  • 58. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir FONTINIANISMO O fontinianismo era o movimento dogmático de Fotino de Sirmio [aproximadamente em 376], ele havia aprendido com Marcelo de Ancira [aproximadamente em 374] que dizia: “Acreditava que a filiação de Cristo era necessária em dado momento e que o Logos seria então reincorporado ao Pai”. Fotino fazia uma separação da natureza divina da humana, distinguindo em Jesus Cristo duas pessoas: uma o Logos que era idêntico ao Pai e outra, o Cristo que era o homem, filho de Maria e nada mais além disso. O fontinianismo é mais outra heresia, pois as Escrituras dizem que Jesus Cristo é uma pessoa só e que ele reinara para sempre sem nunca separar o Logos do Cristo [como se isso fosse possível!] como dizem as Escrituras: “o Deus do céu, levantará um reino que não será jamais destruído...” [Daniel 2.44] ora se o Cristo vai reinar para sempre como ele poderá ser dissolvido como ensinou os fontinianistas? Não foi por acaso que quem dissolveu-se foi o fontinianismo... Ao mesmo tempo Fotino declarou seu próprio sistema teológico, que afirmava que Jesus não era divino e que o Logos não existia antes da concepção de Jesus. Para Fotino, o Logos era simplesmente um aspecto de um Deus monoteísta, portanto ele negava a pré-existência de Cristo e via teofanias no Antigo Testamento como sendo do Pai e o Antigo de Dias (como em «Eu estava olhando até que foram postos uns tronos, e um que era Antigo de Dias se assentou;» (Daniel 7:9)) seria apenas uma predição. O historiador da Igreja Sócrates Escolástico identificou as crenças de Fotino com as de Sabélio, Paulo de Samósata e Marcelo de Ancira. Ambrósio de Alexandria, entre os muitos que acusaram Fotino de reduzir Cristo a um homem adotado por Deus, ou seja, a união entre o Logos e o homem seria uma de inspiração e [ 58 ]
  • 59. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir concordância moral apenas. Ambrósio diz ainda que dois dos textos favoritos de Fotino eram «Pois só há um Deus e só há um mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus homem» (I Timóteo 2:5) e «mas agora procurais tirar- me a vida, a mim que vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus» (João 8:40) e é fácil ver o por quê. Sínodos realizados em 345 e 347 excomungaram Fotino, mas ele permaneceu como bispo por causa do apoio popular. Um sínodo em Sirmio foi realizado e Hilário de Poitiers cita algumas de suas proposições arianas. Fotino então apelou ao imperador romano Constâncio II. Em outro sínodo em Sirmio em 351, Fotino argumentou com o semi-ariano Basílio de Ancira e Fotino foi deposto sob acusações de sabelianismo e adocionismo. Ele foi anatemizado e enviado ao exílio, onde ele escreveu diversas obras teológicas. Ele recebeu uma carta de aprovação de Juliano, o Apóstata em 362 que acusava Diodoro de Tarso, então engajado em combater as tentativas de Juliano de descristianizar o império, e que assim começava:“ Oh Fotino! Você de qualquer forma parece defender o que provavelmente a verdade, e chegou mais perto de ser salvo, e faz bem em acreditar que aquele que se propõe um deus não poderia de forma nenhuma ter nascido de um útero. Mas Diodoro, um padre charlatão dos nazarenos, quando ele tenta provar aquela teoria sem sentido sobre um útero através de artifícios e malabarismos, é claramente um esperto sofista daquela crença dos caipiras.(11) GNOSTICISMO O gnosticismo foi e é um movimento religioso sincretista que misturou elementos do cristianismo, da filosofia grega e outras crenças diversas. Os gnósticos negavam a encarnação de Cristo e por isso são chamados de anticristos pelo apóstolo João em sua primeira carta [I João 2.22; 4.2-3]. Os gnósticos foram também durante certo tempo criticados pelos primeiros lideres da igreja [ 59 ]
  • 60. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir como os apologistas, alias estes diziam que o líder gnóstico era Simão, o mago de Atos 8 que desviou-se do caminho. Irineu, Hipólito e Tertuliano acusavam a filosofia grega de Platão, Aristóteles, Zenão e Pitágoras como principio do mal gnóstico. Bengt Hagglund disse o seguinte: “o gnosticismo já existia quando o cristianismo surgiu; era então fenômeno religioso um tanto vago, uma doutrina especulativa da salvação com contribuição de várias tradições religiosas diferentes... Os muitos cosmológicos atestam sua origem babilônica, enquanto seu dualismo extremado o relaciona com a religião da pérsia”. O gnosticismo queria absorver o cristianismo, por isso era considerado o principal inimigo do cristianismo. [ 60 ]
  • 61. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir HERRNHUTISMO A Igreja dos Irmãos Morávios ou Herrnhuter Brüdergemeine é uma denominação protestante. Começou no século XIV na Boêmia, hoje República Checa. O seu nome oficial é UNITAS FRATRUM, que significa Unidade de irmãos que não deve ser confundida com a pequena unidade da Igreja de Irmãos, no Texas. Também é ocasionalmente referida como os Irmãos da Boêmia. Ela coloca uma elevada importância na unidade cristã, na unidade pessoal, na piedade, nas missões e na música. (7) Pietistas Herrnhutistas era uma forma de pietismo ou puritanismo, sofreu um grande avivamento no final do século XVII, junto aos protestantes subterrâneos na Moravia e na Bohemia (onde o protestantismo era proibido). O movimento de Herrnhuter se espalhou na Alemanha, com a influência do jovem conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf que entrou para o movimento. Tudo começou com um grupo de famílias [ 61 ]
  • 62. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir seguidoras da tradição da irmandade da Bohemia que fugiu da Moravia em 1722 e assentou-se na propriedade do conde, na Saxônia, onde fundaram Herrnhut. (Herrnhut tanto significa "sob o cuidado do Senhor" como também "montando guarda para o Senhor"). A cidade de Herrnhut tornou-se a comunidade mãe do que depois se tornou a igreja da Morávia. A irmandade fez que Herrnrut se tornasse o centro de um programa mundial de pregação cristã. Em 1727, os primeiros missionários deixaram a sede para trabalhar entre os escravos nas Índias Ocidentais (Antilhas) em 1732. Na internet no endereço: https://www.youtube.com/watch?v=VcRn54aYh3w pode-se assistir ao filme: “Primeiros Frutos - A História dos Morávios”, na qual vemos a grande importância missionária de Herrnhuter para o movimento missionário cristão. Nas duas décadas seguintes missões seguiram para a Groelândia, o Suriname, a África do Sul, Argélia, e para o meio dos índios na América do Norte. O Conde Zinzendorf teve importância vital para o evangelismo global. Herrnhut desenvolveu um tipo de comunidade em que a vida civil e religiosa eram integradas em uma sociedade teocrática, um protótipo para cerca de 20 assentamentos na Europa e na América. Movimento semelhante as comunidades cristãs do primeiro século de Atos 2, e semelhante aos Amish e menonitas. Os irmãos mantinham a si e aos projetos com uma indústria de artesanato. As comunidades garantiam a seus membros casas comunitárias, comida, roupa, emprego, e assumiam inteira responsabilidade pelo cuidado e educação das crianças seguindo [ 62 ]
  • 63. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir teorias pedagógicas inovadoras e eficazes de Zinzendorf. Havia divisão comum do trabalho e da produção, e a comunidade cuidava das necessidades de seus membros em troca de seu trabalho. Zinzendorf' procurou desenvolver pequenas igrejas dentro da Igreja, com a finalidade de revitalizar e assim unificar as igrejas em uma única comunhão Luterana. Perseguido pelo governo saxão, Zinzendorf foi banido de sua propriedade. No exílio o conde foi sagrado bispo da Unitas Fratrum (Irmandades Unidas). Formou novas irmandades na Inglaterra, Holanda e no Báltico. De 1741 a 1743 ele viajou à América, instalando congregações morávias em Nova York e na Pennsylvania. Retornou a Herrnhut em 1749 e lá presidiu a Igreja da irmandade até sua morte em 1760. (8) HUMANISMO Humanismo é um termo aplicado livremente para uma variedade de crenças, métodos e filosofias que colocam ênfase central no reino humano. Na maioria das vezes, no entanto, o termo é usado com referência a um sistema de educação e modo de investigação que se desenvolveu no norte da Itália durante os séculos 13 e 14 e mais tarde se espalhou pela Europa continental e na Inglaterra. Alternadamente conhecido como o humanismo renascentista, este programa foi tão ampla e profundamente influente que é uma das principais razões por que o Renascimento é visto como um período histórico distinto. Com efeito, embora a palavra “Renaissance” é de cunhagem mais recente, a ideia fundamental desse período tem origem no [ 63 ]
  • 64. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir humanismo. Este movimento procurou suas próprias bases filosóficas em tempos muito anteriores e, além disso, continuou a exercer influência por muito tempo após o fim da Renascença. Erasmo era um humanista pelo modo como privilegia os antigos, percebe-se o conhecimento profundo que possuía da mitologia greco-latina, que usava abundantemente na sua obra ELOGIO DA LOUCURA, mas também o seu sentido do livre arbítrio, de valorização da literatura patrística, pois os Pais da Igreja são, para os homens do renascimento, que criticavam os Doutores da Escolástica, os clássicos da Teologia, a atenção dada à paz, quer no que diz respeito à guerra, quer mesmo à concórdia entre as religiões, sendo a favor da unidade cristã, e tendo-se empenhado, fortemente, na sua defesa, ainda que no final, não tenha tido êxito, frente à ruptura operada por Lutero. Uma das mais célebres obras filosóficas do Renascimento, "O Elogio da Loucura" foi escrito originalmente em latim ("Encomium Moriae") e publicada em Paris, no ano de 1511, pelo escritor, filósofo e teólogo Desidério Erasmo (1469-1536), dito Erasmo de Roterdã, porto holandês onde nasceu. (...) A perspectiva humanista considera o homem em sua totalidade, como ser formado de alma e corpo, destinado a viver no mundo e a dominá- lo. Nesse sentido, o humanismo faz mudar o foco dos estudos acadêmicos conforme eram orientados na Idade Média, deixando de lado a metafísica e afirmando a importância do conhecimento das leis, da natureza, da medicina e da ética. Isso constitui a base da ciência moderna. (9) [ 64 ]
  • 65. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir IDEALISMO [ 65 ]
  • 66. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir O idealismo é o centro dogmático de cada grupo, a ênfase que este ou aquele grupo ou movimento religioso destaca, este é o dogma central da sua teologia, por isso podemos dizer que o idealismo das Testemunhas de Jeová é o nome “Jeová” e o reino é o centro da sua teologia. O idealismo católico é Maria. Toda igreja é fundada com um ideal, que muitas vezes no transcorrer da sua história é deteriorada e corrompida pelos homens que integram estes grupos, homens que acabam mudando o foco, e geralmente colocando seus interesses pessoais em primeiro lugar. LAPSARIANISMO Estes três termos teológicos, discutido entre os pensadores calvinistas, lidam com a predestinação divina de certas pessoas para serem salvas. O termo lapsarianismo está relacionada com a palavra “lapso”. A queda da humanidade em pecado foi um "lapso" ou um "deslize" ou uma "queda" de seu estado original de inocência. O foco da lapsarianismo é a sequência da ordem na qual Deus determinou que as coisas acontecessem. Em que ordem as coisas sucederam-se? Deus criou a humanidade, permitiu a queda, elegeu alguns para a salvação e forneceu salvação para a humanidade? Em última análise, estas são questões que nós somos incapazes de compreender plenamente. O que realmente importa é que Deus criou a humanidade, e a humanidade pecou, e Deus providenciou a salvação através de Jesus Cristo. [ 66 ]
  • 67. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Infralapsarianismo ("após o lapso") coloca os decretos de Deus na seguinte ordem: (1) Deus decretou a criação da humanidade, (2) Deus decretou a queda da humanidade, (3) Deus decretou salvar alguns dos caídos, e (4) Deus decretou a fornecer Jesus Cristo como o Redentor. Infralapsarianismo se concentra em Deus permitindo a queda e proporcionando salvação. Este é de longe a visão da maioria calvinista reformada. Sublapsarianismo ("sob o lapso") é muito semelhante ao infralapsarianismo, colocando os decretos de Deus na seguinte ordem: (1) Deus decretou criar seres humanos, (2) Deus decretou a queda, (3) Deus decretou fornecer salvação suficiente para todos, e (4) Deus decretou escolher alguns para receber esta salvação. A única diferença entre infralapsarianismo e sublapsarianismo é se Deus primeiro decretou a fornecer a salvação através de Jesus Cristo e, em seguida, escolheu alguns para serem salvos, ou vice-versa. Supralapsarianismo ("antes do lapso") coloca os decretos de Deus na seguinte ordem: (1) Deus decretou a eleição de alguns e a condenação eterna dos outros, (2) Deus decretou criar os eleitos e condenados eternamente, (3) Deus decretou permitir a queda, e (4) Deus decretou fornecer salvação para os eleitos por meio de Jesus Cristo. O Supralapsarianismo se concentra em Deus ordenar a queda, a criação de certas pessoas com o único propósito de serem condenadas, e, em seguida, providenciar a salvação para apenas aqueles a quem Ele havia elegido. Os representantes deste dogma foram Beza e Francisco Gomaro. Estes diziam que Deus predestinou o pecado, que para Deus, o [ 67 ]
  • 68. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir pecado de Adão era de seu conhecimento que iria acontecer, e mais, que também Deus o havia fixado para que acontecesse. Esta é a forma mais radical do calvinismo. Das almas que morrem e vão para o inferno eles diziam que Deus simplesmente não ligou para estes. Este dogma de Deus contradiz-se com as Escrituras que diz: “Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; mas aceita o que o teme e faz o que é justo” (Atos 10. 34-35). LATITUDINARISMO O Latitudinarismo é um conceito correto, desde que a palavras de Deus esteja em primeiro lugar como defendia vários [ 68 ]
  • 69. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir representantes deste movimento. O Latitudinarismo defende que a palavra de Deus e a razão concordam plenamente entre si. Seu principal líder foi João Tiletson [1630-1694] e chegou mesmo a ser arcebispo de Cantuaria, alguns o consideravam subversivo e radical, mas não havia razão justificável para criticá-lo assim, os latitudinaristas não trocavam as Escrituras pela razão, apenas faziam uso da razão para argumentar em favor das Escrituras. Outra ênfase deles era a conduta moral que eles tinham em alta estima. LIBERTINISMO O libertinismo é um sistema de ética em que os seus adeptos defendem um estilo de vida mundano, um dos primeiros grupos cristãos libertinista foi os gnósticos, que diziam: “A independência da matéria só pode ser obtida quando a gente se entregava completamente às concupiscências da carne”. Vários grupos cristãos desde os tempos antigos até os dias de hoje procuram um padrão ético frouxo onde cada um possa fazer o que quer sem ter que ser amolado por não andar debaixo de normas e condutas rígidas. [ 69 ]
  • 70. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Como muitos oficiais eclesiásticos só estão interessados em ajuntar discípulos, eles evitam o máximo de doutrinar a igreja, são amigos do mundo (Tiago 4.4), adeptos da porta larga (Mat. 7.13),se interessam somente em atrair multidão (Atos 20.30). Os libertinos procuram considerar mais o lado do homem do que o lado de Deus, eles se preocupam muito mais em agradar aos homens do que Deus. MANDENISMO O livro sagrado deles é o Santo Ginza, escrito em aramaico Oriental, uma língua também chamada Mandean. Quando o livro é fechado, ele é coberto por um cobertor e uma grande quantidade de flores. A sede da religião é no Iraque e são prováveis discípulos de João Batista que com o passar do tempo [ 70 ]
  • 71. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir deturparam os ensinos de João. O rio Tigre era o lugar sagrado aonde faziam batismos. Este foi o antigo lugar para rituais de batismos semanais, mas substituído com a piscina do Manda. Dentro do principal manda de Bagdá, no Iraque há decoração no teto, com o principal símbolo da Mandenismo. Dentro do principal manda de Bagdá, no Iraque: O salão da congregação tem uma gravura que retrata o batismo, João Batista no rio Jordão. É considerado um grupo sobrevivente da religião gnóstica, agora com cerca de 60 mil adeptos, que vivem no sul do Iraque e sudoeste do Irã. Sua principal cidade é Nasiriyya. [ 71 ]
  • 72. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Eles são frequentemente chamados de cristãos de São João, como ele é tido como uma pessoa muito sagrada em sua teologia. Mandenismo em aramaico significa "conhecimento", ou seja, uma tradução de "gnosis" do grego. Há duas teorias para suas origens. Ou eles podem pertencer a um grupo emergente da Palestina, que eram seguidores de João Batista. A outra teoria liga a eles o Sabaeans, originalmente da região Harran. João Batista é central no seu ensino, como representante de sua fé. Jesus também é central, mas ele desempenha um papel totalmente diferente do que em religiões como o cristianismo e o islamismo, e é visto como um falso profeta, quase retratado como o mal. O livro religioso central para Mandeans é o Santo Ginza, contendo tratos morais e narrativas mitológicas e teológicas, bem como hinos. Existem muitos outros livros menos centrais, principalmente escritas em aramaico oriental. O conteúdo desses livros varia, e muitos têm textos mágicos e exorcismos. A coleção de livros começou no tempo do Islã. O batismo é central para o culto do Mandenismo, e o santuário é uma casa muito simples e pequena, com telhado inclinado. Em frente tem uma piscina, que é ligado a um rio vizinho. O rio é chamado de 'Jordão' e é usado para o batismo. Toda a área é cercada por uma cerca alta ou uma parede. Batismos são realizados aos domingos, e todos os crentes passam várias vezes [ 72 ]
  • 73. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir a cada ano por esta cerimônia. Batismo no Mandenismo pode ser comparado com a comunhão cristã, e a oração muçulmana. O outro ritual central é a oração aos mortos, com recitações do Ginza. A alma é liberada a partir do terceiro dia após o momento da morte. As refeições são fundamentais nesses rituais. Sepulturas mandenistas tradicionais não são marcadas, identificando o corpo. Mas nos tempos modernos, esses costumes têm se ajustado aos costumes muçulmanos. A ética do mandeismo não são diferentes da ética judaica e suas leis e se aplicam a todos os Mandenistas, homem ou mulher, líderes ou não. Monogamia, leis dietéticas, rituais e doação de esmolas são todos os atos recomendados. De acordo com os mandenistas, o cosmos é composto de duas forças, o mundo da luz, localizados ao norte e o mundo das trevas, localizados ao sul. Há deuses menores, chamados reis. Entre as duas forças existem hostilidades, e é nas lutas entre os dois que o mundo se desenvolve, mas sem o consentimento do governante de luz. O homem é criado pelas forças das trevas, mas em cada homem, há uma "Adão escondido", a alma, que tem sua origem no mundo da luz. A morte é o dia da libertação, a alma deixa o corpo, e começa em uma perigosa jornada para os reinos de luz. O inferno não é eterno, no fim do mundo, um julgamento é feito sobre quem serão eliminados para sempre, e quem subirão para os reinos de luz. [ 73 ]
  • 74. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir A origem da religião é difícil reconstruir por falta de informações. Eles poderiam ser uma continuação de tradições da Mesopotâmia, ou Palestina, ou ambas. A religião mandenista poderia ser pré-cristã, ou datada do 1º ou 2º século d.C. Pode realmente ser oriunda de João Batista, que fundou a seita, ou poderiam ser uma continuação da seita judaica que João Batista pertencia (os essênios). No entanto, os elementos de sua linguagem indicam que a comunidade é de origem judaica. Um dos textos dos mandenistas diz sobre um grupo chamado 'Nasoreans' (Nazarenos), a partir de áreas que provavelmente estavam na Jordânia de hoje, nos tempos das guerras judaicas, após a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. Com a chegada do Islã no Iraque, em 636, os Mandeans foram considerados como o "povo do livro", como os misteriosos Sabians do Corão. Mas os mandenistas ainda enfrentaram uma difícil relação com o Islã e Maomé, e são chamados em seus escritos de 'demônio Bizbat'. Os Mandenistas fugiram para as cidades dos pântanos, no sul do Iraque. Nos tempos modernos se mudaram de volta para as cidades, especialmente Nasiriyya, Bagdá e Basra, onde muitos deles trabalham como ouro, prata e ferro e construtores de barcos. Mandianistas também são encontrados em cidades entre Bagdá e Basra. Alguns pequenos grupos de Mandianistas ainda vivem no [ 74 ]
  • 75. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Irã, em cidades como Ahvaz e Shushtar no canto sudoeste do país. Hoje a religião mandianista esta gravemente ameaçada, como o recrutamento de novos sacerdotes é difícil, e assim, muitos cargos estão vagos. No entanto, há um forte sentimento de orgulho de sua herança, e muitas vezes eles alegam pertencer a uma religião mais velha do que o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. MANIQUEISMO No terceiro século surgiu Mani que fundou um grupo ascético e bem radical em sua forma de viver. Mani ensinava que o mal era [ 75 ]
  • 76. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir inimigo de Deus e era um poder que limitava o domínio de Deus, um dos seus mais ilustres membros foi Agostinho. MENEZISMO O Menezismo é o sistema doutrinário elaborado pelo teólogo VALDEMIR MOTA DE MENEZES que se auto denomina Escriba. Brasileiro natural de Itabaiana, Estado de Sergipe, nasceu em 15 de Maço de 1969 e ainda no século vinte escreveu diversos tratados de teologia nas quais expôs todos os ensinos das ESCRITURAS SAGRADAS suas principais contribuições para o entendimento das Escrituras foram: [ 76 ]
  • 77. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir 1 – TANATOLOGIA A criação do termo técnico “Tanatologia” separou o estudo sobre a morte do tópico ESCATOLOGIA como aparecia nos tratados teologia. 2 – JAVETISTA Ênfase na necessidade dos cristãos se dirigirem a Deus com o nome que Ele se revelou nas Escrituras onde o nome JAVÉ aparece mais de 6 mil vezes e que os tradutores erradamente substituíram o nome pessoal de Deus pela expressão comum SENHOR ou o ETERNO. 3 – PURITANISMO Enxerga a necessidade da Igreja se manter longe da maneira de viver dos ímpios, em tudo tendo boa conduta, no linguajar, nas vestimentas, na conduta social, na abstinência dos entretenimentos pecaminosos, procurando viver uma vida santa, pura e reta em todo o seu proceder. 4 – SIONISMO A igreja nasceu da nação de Israel, e agora no fim dos tempos, deve demonstrar abertamente seu apoio ao Estado Judeu de Israel, pois o Messias do judaísmo, é o nosso eterno Salvador Jesus Cristo. Quem é contra Israel, é contra Deus. 5 – SÃ DOUTRINA [ 77 ]
  • 78. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir A igreja cristã deve ser chamada a viver na pureza doutrinária, seguindo o modelo bíblico com apenas dois ofícios (presbítero e diácono), posição de proeminência do homem na igreja, na sociedade e no lar, uso do véu pelas mulheres, e não indo além do que está escrito. Se a Bíblia não proíbe ingerir vinho ou bebida alcóolica, ninguém deve querer ser mais santos do que Jesus, pregando a abstinência total de álcool. METODISMO O Metodismo foi fundado por John Wesley (1703-1791) que durante a sua vida foi oficial eclesiástico da igreja estatal da Inglaterra. Wesley recebeu forte influencia dos irmãos de [ 78 ]
  • 79. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Herrnhut, daí porque ele pregava que somente os méritos de Cristo são a base de nossa salvação, mas o metodismo genuinamente wesleyano não era libertino, pois as boas obras deveriam acompanhar a fé. Wesley não enfatizava as brigas teológicas, mas a necessidade de viver em santificação. Outra característica do Metodismo era a importância que davam ao fenômeno do novo nascimento. O Metodismo sempre se opôs a doutrina calvinista da predestinação. Wesley defendia o ensino bíblico do livro arbítrio. A prática era mais importante neste sistema do que as questões teóricas. MILENISMO [ 79 ]
  • 80. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir De tempo em tempo a escatologia torna-se uma febre na religião cristã, então surgem pregadores anunciando a vida de Cristo baseado em sonho, revelação ou profecia, outros mais cautelosos procuram nas Escrituras algum sistema de interpretação ou formula matemática para dizer quando Cristo voltará. Em meio a toda a euforia da vinda de Cristo nunca falta os teólogos que organizam a ordem dos fatos futuros conforme as profecias bíblicas, neste ponto é que o conceito milenista vai influenciar na formação do dogma escatológico de determinados grupos. Toda a discussão tem como epicentro a profecia futurista no livro do APOCALIPSE capitulo 20. Desde os primórdios da igreja os conceitos milenistas citam este texto das Escrituras. Uns dos primeiros foram BARNABÉ E PAPIAS, ambos aceitavam a ideia judaica de que o mundo dos homens deveria durar 6000 anos, representado tipologicamente nos 6 dias da criação. O historiador eclesiástico Euzébio registrou na sua obra Historia Eclesiástica III, 39 que na concepção de Papias e Barnabé o sábado representa o milênio e o domingo o novo mundo que deve ser criado após o milênio. A crença num reino milenar futurista do senhor Jesus na terra é sem duvida uma verdade incontestável. [ 80 ]
  • 81. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir Os conceitos doutrinários sobre o milênio são: - AMILENISMO - POS-MILENISMO Os amilenitas são os que não acreditam no milênio como uma era especial de estado de coisa. Os pós-milenistas são os defensores da ideia que o milênio já ocorreu, em especifico no período em que os papa mandavam na Europa e influenciavam todos os governos dos países cristãos. [ 81 ]
  • 82. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir MISTICISMO Sistema de crença baseado na experiência pessoal mais do que na teologia das Escrituras. Em meados de 1150, BERNARDO DE CLARAVAL tornou-se o mais antigo defensor do ponto de [ 82 ]
  • 83. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir vista teológico chamado Misticismo. Outros místicos foram os teólogos de S. Vitor como Hugo e Ricardo. Nos livros destes teólogos se enfatizam bastante as experiências místicas dos seus escritores. TOMÁS DE AQUINO também tinha o seu lado místico, ele chegou mesmo a dizer: “Eu aprendo mais quando contemplo e medito na cruz de Cristo, do que quando leio os livros dos eruditos.” Na Alemanha, já na Idade Média, surgiu um grupo chamado OS AMIGOS DE DEUS (Die Gottsfreunde) da qual destacou-se Meister Eckhart de Hochhein em meados de 1327, João Tauler em meados de 1361, Henrick Suso em meados de 1366 e Jan Van Ruysbroeck em meados de 1381. Dentre os amigos de Deus surgiu a obra “Theologia Deutsch” (Teologia Alemã), que era um escrito de teor místico. O misticismo tem o seu lado bom que é a ênfase na vida prática, na necessidade de cuidar da espiritualidade acima de tudo, na importância da comunhão com Deus, no privilégio de ter [ 83 ]
  • 84. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir contatos sobrenaturais com o Senhor, e a entrega total e irrestrita a vontade divina. Sufocando e crucificando o velho homem. Todas estas coisas são elogiáveis nos místicos MODALISMO O dogma Modalista surgiu nos primeiros séculos do cristianismo, cuja teologia dizia que em Jesus só havia uma natureza: A divina. Somente havia em Cristo a alma do LOGOS DIVINO. Portanto, o erro do modalismo é que este dogma nega a existência de JESUS CRISTO HOMEM (I Timóteo 2.5). O modalismo não aceita que Jesus tinha uma natureza humana. [ 84 ]
  • 85. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir O modalismo foi um sistema doutrinário que teve como oponente nos tempos antigo o grande teólogo TERTULIANO que não concordava com a cristologia modalista. HIPÓLITO, que foi bispo em Roma, e que viveu no terceiro século também se opôs aos modalistas, e aos gnósticos, escrevendo a obra; “Philosophoumena”, ou “A refutação de todas as heresias”. NOVACIANO que também foi presbítero em Roma por volta de 250 d.C. combateu os modalistas no que diz respeito a verdadeira humanidade de Cristo, e a distinção das pessoas na divindade. MODERNISMO Desde o século XIX diversos teólogos se propuseram a conciliar a religião com a cultura moderna, e a maneira de pensar dos homens. A própria organização católica reagiu contra o modernismo na teologia com a publicação em 1864, pelo Papa Pio IX, chamada “Sillabus de Erros”, nela, ele condenou o panteísmo, o racionalismo e o indiferentismo e as filosofias críticas e agnósticas. No século XIX e XX o teólogo Alfred Loisy advogou o criticismo histórico, dando uma interpretação humanizada das Escrituras, mas o próprio catolicismo rejeitou seu dogma modernista quando o Papa Leão XII escreveu a encíclica “Providentissimus Deus” (1893), dizendo favorável ao estudo das Escrituras, mas advertindo contra a crítica histórica da narrativa sagrada como estava fazendo Loisy, entretanto, o modernista Loisy continuou em sua posição e em 1903 escreveu [ 85 ]
  • 86. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir o livro; “L’evangile et l’eglise”, e por isso foi excomungado em 1908, e o seu livro foi posto na lista dos livros perniciosos e proibidos. Em 1910 o catolicismo chegou a posição radical de exigir dos seus sacerdotes e professores uma declaração por escrito que aceitaram o credo católico e repudiavam os dogmas do modernismo. Este juramento ficou conhecido como o JURAMENTO ANTIMODERNISTA. Entre vários conceitos do modernismo podemos citar a tentativa de conciliar a criação com a Teoria da Evolução das Espécies, ou até mesmo negar completamente a narrativa da criação, humanizando o divino, não aceitando as doutrinas bíblicas, alegando que nela estão contidas as ideias de um povo e de uma época, e que é preciso rejeitar todos os conceitos considerados ultrapassados como a posição da mulher na sociedade e na igreja e coisas do tipo. Sobre o modernismo devemos nos lembrar da advertência de Paulo sobre aqueles que pensam que sabem mais do que Deus e querem refazer o Evangelho. Destruindo os conselhos e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência a Cristo. (II Coríntios 10.5 ARC). MONARQUIANISMO [ 86 ]
  • 87. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir O monarquianismo teve início no final do segundo século da Era Cristã, e suas bases dogmáticas estavam associadas a ideia de Deus ser unitário e não sendo trinitário. O monarquianismo tinha influência no pensamento grego sobre a divindade, pois o Deus supremo na concepção grega não podia se manifestar na carne ou no mundo material, eles também não admitiam mudanças e diversidades na divindade. O monarquianismo define duas formas opostas de pensamento sobre Jesus, uma vê nele somente o Deus (Ver modalismo) e outra vê em Jesus somente o homem (Ver dinamismo). Ambas as formas de monarquianismo estão erradas, pois Jesus era Deus e Homem: “E o verbo (LOGOS) se fez carne e habitou entre nós.” (João 1.14). [ 87 ]
  • 88. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir MONASTICISMO Dogma que predominou na Idade Média que pregava a vida enclausurada e dedicada a oração, jejum, e meditação. O maior expoente do monasticismo foi Benedito de Núrsia que viveu no sexto século. Ele criou regras monásticas que ficaram em uso dominante até o século XII. O monasticismo foi um sistema radical de consagração de vida a Deus, entretanto, não era um perfeito sistema de vida devotada, pois o conceito de santidade não era “uma luz no mundo”, mas “uma luz escondida do mundo”. O monasticismo foi importante porque criou interesse no estudo das Escrituras, formando grandes teólogos. Lutero, em 1522 publicou a obra “DE VOTIS MONASTICIS” e neste livro ele expôs toda a sua conclusão sobre um estudo do significado e valor espiritual dos mosteiros. Lutero concluiu que a vida monástica era contrária a Palavra de Deus e a razão. MONISMO O Monismo é o dogma que atribui a Deus a única (mono) realidade verdadeira, tudo o que não é o único Deus, é o nada. O principal teólogo defensor deste pensamento foi o alemão MEISTER ECKHART que viveu no século XIV, na sua concepção monista, o mundo não foi exatamente criado, mas emanado de Deus, pois sem Deus nada pode existir. Meister explicava o mundo criado dizendo: “Os raios de luz não podem [ 88 ]
  • 89. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir existir sem a fonte que é o fogo ou a lâmpada, assim o mundo não pode existir sem Deus.” O monismo é místico e herético, pois ao enfatizar o Criador, acaba negando a criação. O mundo existe e por isso é uma realidade inegável, nós, os humanos, somos uma realidade, o mal é uma realidade, Satanás é uma realidade, não podemos eliminar coisas más simplesmente negando a sua existência, não podemos glorificar a Deus negando a sua obra criadora, e mais, cada cabeça pensante é diferente de Deus, e é uma realidade a parte Dele. O mundo pode ser passageiro (Mateus 24.35), mas isso não nega a sua realidade em dado momento do tempo. MONOFISISMO O monofisismo é o dogma que afirma que em Cristo havia uma só pessoa MONO (único) FÚSIS (ser). Um monofisita foi SEVERO DE ANTIOQUIA que usou a expressão já usada por Cirilo de Alexandria e Apolinário para defender esta teoria: “O Logos de Deus só tem uma natureza, a saber, a que se fez carne.” Entretanto, Severo não contradisse por completo o credo Calcedônio, pois admitia as duas naturezas em Cristo, uma humana e outra divina. Outra forma de monofisismo foi a teoria pregada por JULIÃO DE HALICARNASSO, cujo ponto de vista foi muitas vezes chamado de DOCETISMO INCORRUPTÍVEL. Conforme este [ 89 ]
  • 90. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir ensino o Logos imediatamente a sua encarnação já possuía um corpo glorificado ou deificado, sua carne não era como a nossa carne, o corpo de Cristo antes da ressurreição era igual ao corpo após a ressurreição. Os monofisitas rebatiam a sã doutrina das duas naturezas de Cristo, até de forma escarnecedora chamando-a de “ÍDOLO DE DUAS FACES.” Uma subdivisão desta discussão é a controvérsia MONOTELETA, que afirma que em Cristo só havia uma vontade: a do Logos. Discordamos dos tais, pois Deus não pode ser tentado (Tiago 1.13). Se Cristo foi tentado pelo Diabo (Mateus 4.1-11), e pelo pecado, quem na verdade sofreu a tentação foi a sua natureza humana. Portanto, em Jesus Cristo havia duas vontades. MONTANISMO O montanismo foi um movimento religioso dos primeiros séculos do cristianismo, tendo como um dos seus seguidores o teólogo TERTULIANO. O montanismo surgiu na Ásia Menor estendendo-se depois para a capital do império, Roma, e também para a África. As principais ênfases doutrinárias dos montanistas eram: A – A busca dos dons do Espírito Santo. B - Santificação da vida. [ 90 ]
  • 91. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir C – Rigorosa disciplina ao pecador. O montanismo foi considerado um grupo cismático e herético. Contudo, o montanismo foi um movimento bíblico bem semelhante ao movimento pentecostal conservador do século XX. O conceito menos bíblico dos montanistas era negar a penitência para quem cometesse pecados considerados mortais como o adultério, assassinato e idolatria. Neste ponto, o bispo Calixto de Roma (217-222) se opôs a Tertuliano e Hipólito, autorizando os demais presbíteros a promulgar penitências para os que cometessem pecados graves. MORALISMO Os moralistas são também chamados de “legalistas”. Os líderes cristãos dos primeiros séculos eram sumamente moralistas. A tendência de toda a teologia da época era sempre ensinar a moralidade, a obediência a lei divina, e a imitação da vida de Cristo. O fundamento da doutrina dos chamados PAIS APOSTÓLICOS era que Jesus morreu por nós para nos capacitar a vencer o pecado e se libertar dos poderes da corrupção. A teologia só tinha valor através da submissão aos mandamentos e enfatizando a nova modalidade de vida. A graça só valia se houvesse obediência. Os líderes dos primeiros [ 91 ]
  • 92. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir séculos também insistiam que a Lei de Moisés foi cancelada para nós. Contudo, estamos sujeitos a nova lei, a lei de Cristo. Um dos maiores opositores aos moralistas foi Marcião que no ano 140 d.C. foi expulso da igreja e organizou sua própria igreja, refazendo o cânon bíblico, na qual desprezava a Antiga Aliança e certos livros de Paulo. O moralismo sempre foi um sistema que era enfatizado em cada época por este ou aquele grupo cristão. No século XVII o arminianismo também ressaltou a necessidade de viver uma vida moralista. No século XIX os puritanos também eram moralistas, no século XX muitos grupos no Brasil e no mundo também preservam a doutrina moralista. As Escrituras são bem claras sobre a necessidade de sermos moralistas: 4 Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. (Tiago 4.4) 14 Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor; (Hebreus 12.14) NATURALISMO O naturalismo teológico punha em dúvida a necessidade da revelação divina, os naturalistas diziam que esta deveria ser substituída pela religião natural. Os naturalistas não acreditam que as Escrituras Sagradas tenham sido inspiradas por Deus, [ 92 ]
  • 93. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir mas que é apenas um livro de leitura agradável e recheada de bons conselhos, porém, como qualquer livro humano contém erros e imprecisões. Os naturalistas não consideram o valor real das Escrituras: 21 Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo. (II Pedro 1.21). NEO-ARIANISMO O que é arianismo? Arianismo foi uma heresia cristã do século IV, que negava a divindade suprema de Jesus Cristo. Recebeu o nome de arianismo por ter sido criada pelo religioso egípcio Ário. Segundo o arianismo, o Filho de Deus, segunda pessoa da Trindade, não tem a mesma essência do Pai, sendo uma divindade de segunda ordem, já que foi criado. Os ensinamentos de Ário foram condenados no primeiro Concílio de Nicéia, onde se redigiu um credo estabelecendo que o Filho de Deus foi “concebido e não feito”, consubstancial ao Pai. As lutas internas dividiram os arianos. Os moderados concordaram com o credo de Nicéia, mas se mantiveram céticos quanto ao termo “consubstancial”. Os neo-arianos defendiam que o Filho tinha uma essência diferente da do Pai. No Concílio de Constantinopla, celebrado em 381, a ortodoxia de Nicéia foi reafirmada. O arianismo teve muita força entre os visigodos [ 93 ]
  • 94. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir espanhóis. O rei Leovigildo mandou executar o próprio filho, Hermenegildo, por este ter abjurado de sua fé ariana. (12) NEOLUTERANISMO O neoluteranismo foi um movimento teológico dentro da denominação Luterana, cujo principal defensor deste novo sistema doutrinário foi o advogado FREDERICK JULIE STAHL, em meados de 1861, na sua concepção a “igreja” era considerada a instituição pela qual os dons de salvação são ministrados aos homens, tendo assim, a instituição tão grande valor quanto a Palavra de Deus, negando desta maneira os princípios do protestantismo que se formou baseando-se no slogan: “Somente nas Escrituras Sagradas temos a regra de Fé e Religião.” O neoluteranismo foi uma forma de regresso espiritual. Portanto deve ser rejeitado como dogma. Entre os anos de 1855 a 1863 os neoluteranistas da Suécia publicavam as suas ideias no periódico chamado SVENSK KYRKOTIDNING (Notícias Eclesiásticas Suecas). NEOPLATONISMO Um sistema ideológico, filosofia espiritualista, tendendo para o misticismo, que floresceu no mundo pagão da Grécia e Roma, [ 94 ]
  • 95. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir durante os primeiros séculos da era cristã. É de interesse e importância, não apenas porque é a última tentativa do pensamento grego em se reabilitar e restaurar a sua vitalidade exausto pelo recurso a ideias religiosas orientais, mas também porque ele definitivamente se prestou ao serviço do politeísmo pagão e foi usado como uma arma contra o cristianismo. Ela deriva seu nome do fato de que seus primeiros representantes se inspiraram nas doutrinas de Platão, embora seja sabido que muitos dos tratados que tinham invocado não são verdadeiras obras de Platão. Originou-se no Egito, e não era um produto característico do espírito helenístico, foi em grande parte influenciado pelo pensamento religioso e tendências místicas do Oriente. Para entender o sistema neo-platônico é necessário explicar o duplo propósito que atuava seus fundadores. Por um lado, o pensamento filosófico no mundo helênico mostrou-se inadequado para a tarefa de regeneração moral e religiosa. Estoicismo, o epicurismo, ecletismo e até mesmo ceticismo tinham o propósito de "fazer os homens felizes", e cada um, por sua vez, falhou. Depois veio o pensamento de que o idealismo de Platão e as forças religiosas do Oriente podiam muito bem ser unidas em um movimento filosófico que daria homogeneidade e unidade de propósito a todos os esforços do mundo pagão para salvar-se da iminente ruína, devido o crescimento fantástico do cristianismo. Tornou-se necessário, no mundo intelectual, impor aos cristãos, que o paganismo não estava totalmente falido, tentaram assim, reabilitar o politeísmo oficial do Estado, [ 95 ]
  • 96. DOGMATOLOGIA, por: Escriba Valdemir fornecendo uma interpretação que poderia ser aceitável em filosofia. O Estoicismo especulativo tinha reduzido os deuses a personificações de forças naturais; Aristóteles tinha definitivamente negado a existência deles; Platão zombou deles. Já era tempo, portanto, que uma nova filosofia restaurasse o antigo paganismo politeísta. Essa foi a origem do neoplatonismo. Precursores do neoplatonismo Entre os platônicos ecléticos que são considerados como precursores da escola neoplatônica, o mais importante são Plutarco, Maximus, Apuleio, Enesidemo, Numenius. Amônio Sacas, um porteiro nas docas de Alexandria, é considerado como o fundador da escola neoplatônica. Desde que ele não deixou nada escrito, é impossível dizer o que suas doutrinas eram. Sabemos, no entanto, que ele tinha uma influência extraordinária sobre os homens como Plotino e Orígenes, que voluntariamente abandonaram os professores profissionais de filosofia para ouvir seus discursos sobre a sabedoria. Plotino, um nativo de Lycopolis no Egito, que viveu 205-270 foi o primeiro filósofo sistemático da escola. Quando ele tinha vinte e oito anos de idade ele foi levado por um amigo para [ 96 ]