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Rosto de anjo,
Corpo de criança,
Coração adolescente,
Alma sem esperança.


                       Olhos vermelhos,
                       Expressão assustada,
                       Num canto do mundo,
                       Na rua encostada.
Ò linda criança!
Por que choras?
Encontra-te perdida?
Não sabes ir embora!?



                        - Neste mundo vazio,
                        Perdida eu estou,
                        Não tenho referência,
                        Nem sei aonde vou.
Já não sei se vivo
Ou se vivem em mim,
Só sei que existo,
Esperando o fim.




                      Sou como ego sem eu,
                      Levada pelos extintos,
                      Não sou dona de mim,
                      Nem sei o que sinto
Sou sombra de mim mesma,
Vulto despedaçado,
Não consigo encontrar,
Meus pedaços espalhados.




                         Sou o que não quero ser,
                         Como fantoche, manipulada,
                         Sofro, faço os outros sofrer,
                         Sinto-me uma rejeitada.
Sou eu a culpada,
Não quero culpar alguém,
Embora, quando mais precisei!
Não contei com ninguém.




                      Vivo num mundo, tão só,
                      No meio de tanta gente,
                      Quando busquei socorro,
                      Chamaram-me de doente.
- Minha criança doente!
Que eu posso fazer?!
Doe-me no fundo d’alma!
Vê-la desta forma sofrer.




                      Ó mundo desajustado!
                      Homem de pouca fé,
                      Que vivem neste mundo,
                      Vivos, porque estão em pé.
Perdoe linda criação de Deus,
Os surdos que não escutam,
O teu clamor de socorro,
Pedindo que te acudam.




                      Vens mais perto, criança!
                      Quero poder te ajudar!
                      Que queres que eu faça?
                      - Dei-me o colo pra eu chorar.
Só preciso do seu colo,
Para minha cabeça encostar!
  Sentir seu calor humano!
 E sua mão me acariciar...

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Crianca doente

  • 1. Rosto de anjo, Corpo de criança, Coração adolescente, Alma sem esperança. Olhos vermelhos, Expressão assustada, Num canto do mundo, Na rua encostada.
  • 2. Ò linda criança! Por que choras? Encontra-te perdida? Não sabes ir embora!? - Neste mundo vazio, Perdida eu estou, Não tenho referência, Nem sei aonde vou.
  • 3. Já não sei se vivo Ou se vivem em mim, Só sei que existo, Esperando o fim. Sou como ego sem eu, Levada pelos extintos, Não sou dona de mim, Nem sei o que sinto
  • 4. Sou sombra de mim mesma, Vulto despedaçado, Não consigo encontrar, Meus pedaços espalhados. Sou o que não quero ser, Como fantoche, manipulada, Sofro, faço os outros sofrer, Sinto-me uma rejeitada.
  • 5. Sou eu a culpada, Não quero culpar alguém, Embora, quando mais precisei! Não contei com ninguém. Vivo num mundo, tão só, No meio de tanta gente, Quando busquei socorro, Chamaram-me de doente.
  • 6. - Minha criança doente! Que eu posso fazer?! Doe-me no fundo d’alma! Vê-la desta forma sofrer. Ó mundo desajustado! Homem de pouca fé, Que vivem neste mundo, Vivos, porque estão em pé.
  • 7. Perdoe linda criação de Deus, Os surdos que não escutam, O teu clamor de socorro, Pedindo que te acudam. Vens mais perto, criança! Quero poder te ajudar! Que queres que eu faça? - Dei-me o colo pra eu chorar.
  • 8. Só preciso do seu colo, Para minha cabeça encostar! Sentir seu calor humano! E sua mão me acariciar...