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UNIVERSIDADEDOVALEDOITAJAÍ–UNIVALI
CENTRODECIÊNCIASDA TERRAEDOMAR–CTTMAR
TECNOLOGIAEMCONSTRUÇÃONAVAL
PRESERVAÇÃO DE EMBARCAÇÕES HISTÓRICAS:
EstudodeCasodosBatelõesdaRevoluçãode1924
Orientador: Prof. Roberto Barddal, Msc.
Trabalho de Iniciação Científica – Nov. 2015.
Conteúdo da Apresentação
•Tema e problema de pesquisa
•Justificativa
•Objetivos gerais e específicos
1. Introdução
•Perspectivas da pesqusia
•Participantes da pesquisa
•Procedimentos e coleta de dados
2. Metodologia
• Especificidades da área de patrimônio cultural
• Aspectos da preservação do patrimônio naval
• Aspectos práticos da conservação do patrimônio histórico
3. Fundamentação
Teórica
•Documentação das embarcações da revolução de 1924
•Intervenções, tratamentos e procedimentos4. Desenvolvimento
•Conclusões e sugestões para trabalhos futuros5. Conclusão
Conteúdo0
Temaeproblemadepesquisa
1
O presente trabalho estudou o caso de duas
embarcações, entre uma série de pequenos artefatos,
retiradas do leito do Rio Paraná, a cerca de 30 km da
cidade de Porto Rico/PR, no ano de 2009.
Introdução
A ação foi motivada com a intenção de restaurar as embarcações para
passeios turísticos por um empresário local.
Porém, tratando-se de patrimônio cultural e arqueológico, sua
propriedade e usufruto sofrem restrições legais
O Ministério Público Federal provocou as instituições envolvidas
para a conservação das embarcações, e o IPHAN realizou uma
vistoria para nestes bens.
Temaeproblemadepesquisa
1
A vistoria realizada pelo IPHAN em 2013 revelou a questão
que se pretendeu explorar neste trabalho:
Introdução
Quais intervenções, tratamentos e procedimentos
poderiam ser admitidos para a preservação nas
embarcações reconhecidas como de valor cultural?
Justificativa
2
o estudo de
parâmetros
técnicos sob
o olhar da
Tecnologia
da
Construção
Naval
Introdução
Orientar as
intervenções
em
embarcações
reconhecidas
como
Patrimônio
Cultural
Estudar um tema pouco abordado em nossa realidade
poderá servir como referência para orientar as
intervenções em embarcações reconhecidas como
Patrimônio Cultural
ObjetivoGeraleObjetivosEspecíficos
3
Objetivo Geral:
Introdução
Identificar os tratamentos e procedimentos mais
adequados à preservação de embarcações de
reconhecido valor cultural, tendo como pano de fundo o
estudo de caso de duas embarcações naufragadas da
Revolução de 1924.
ObjetivoGeraleObjetivosEspecíficos
3
Objetivos Específicos:
Introdução
Relacionar as especificidades da área da conservação de
bens de reconhecido valor cultural com a preservação do
patrimônio naval;
Documentar as características de duas embarcações da
Revolução de 1924, objetos do estudo de caso;
Levantar, na literatura especializada, procedimentos,
intervenções e tratamentos indicados para a conservação
das embarcações da Revolução de 1924.
•Levantamento Cadastral:
 Registro Fotográfico, Registro Descritivo e
Registro Dimensional.
 Baseados na vistoria do IPHAN de nov./2013, na
cidade de Porto Rico/PR).
2.Metodologia
2Metodologia
•Identificação de material bibliográfico pertinente
•Fundamentar os objetivos específicos do
trabalho
Relacionar as
especificidades
•Levantamento Histórico:
 Com base em documentos técnicos do IPHAN.
Documentar as
Características
•Identificar fatores e questões para a preservação
das embarcações da Revolução de 1924
•Levantamento das necessidades futuras,
recursos, condições e restrições
•Intervenções, tratamentos e procedimentos,
indicados conforme fundamentação teórica
Indicar os
procedimentos,
intervenções e
tratamentos
3.FundamentaçãoTeórica
3FundamentaçãoTeórica
•A preservação do patrimônio cultural
•As implicações da proteção legal ao patrimônio cultural
•Aspectos teóricos das intervenções no patrimônio
cultural
Especificidades
da área de
patrimônio
cultural
•A questão da preservação das embarcações históricas
•Entendendo as embarcações históricas
Avaliação da Importância das embarcações históricas;
Documentando embarcações históricas.
•Os caminhos da preservação das embarcações históricas
Conservação Integral; Restauração; Reconstrução; Adaptação; Replicação.
Aspectos da
preservação do
patrimônio
naval
•A conservação de embarcações históricas
Estabilização; Intervenção; Manutenção.
•Procedimentos de Conservação
Combatendo a corrosão; Limpeza e decapagem; Revestimentos.
•Guarda, conservação e manutenção
Aspectos
práticos da
conservação do
patrimônio
histórico
4.Desenvolvimento
4Desenvolvimento
•Levantamento Histórico
•Levantamento Cadastral
 Registro Fotográfico
 Registro Descritivo
 Registro Dimensional
Documentação
•Características Fundamentais
•Necessidades, recursos e restrições
•Intervenções e procedimentos
Intervenções,
tratamentos e
procedimentos
4.1 DocumentaçãodasembarcaçõesdaRevoluçãode1924
4Desenvolvimento
A importância deve ser avaliada globalmente,
reconhecida por diferentes grupos de pessoas e pontos
de vista. Isto significa encontrar não só a história da sua
construção, mas a história de toda a sua vida. (NATIONAL
HISTORIC SHIPS, 2010).
Compreender as várias maneiras em que uma
embarcação é importante é a questão chave para a
tomada de todas as decisões, grandes e pequenas, sobre
como ela deve ser preservada. (NATIONAL HISTORIC
SHIPS, 2010).
4.1 DocumentaçãodasembarcaçõesdaRevoluçãode1924
4Desenvolvimento
Os registros podem ser pensados como dispostos ao
longo de uma série contínua, com cada fase adicional no
processo aumentando ainda mais a complexidade do
registro geral do navio.
(KENTLEY; STEPHERS; HEIGHTON, 2007a).
4.1.1LevantamentoHistórico
4Desenvolvimento
... o material certamente se enquadra no contexto da Coluna Miguel Costa-
Prestes, já que há elementos históricos que só podem ser datados de depois
de 1922 (ver peça n 21 da lista “B”, carregador de pente Puteaux, para
armas Hotchkiss do modelo 1921/1922), não havendo eventos históricos
posteriores à criação da Coluna, em 1924, que possam justificar a presença
do material no local. Também é possível constatar que são barcos que
estiveram envolvidos em combate, como podem se observar pelos poucos
orifícios de balas presentes nos mesmos, bem como pela imensa
quantidade de cartuchos deflagrados que foi encontrada na embarcação
“A”. (CASTRO, 2010b, p. 2-3).
DeacordocomaanálisehistóricaelaboradaporCastro(2010a):
• Batelões, tipos comunsem uso nofinaldo séculoXIX e iníciodo
séculoXX;
• PossivelmentedepropriedadedacompanhiaMate-Laranjeira;
• Não tem características de embarcações para operações
militaresoutransportedetropas.
4.1.1LevantamentoHistórico
4Desenvolvimento
Uma semana depois da trágica investida [de 18 de agosto de 1924], começa a
descida do rio Paraná. O plano é escoar a Divisão em escalões sucessivos, em
direção à Guaíra.
A vanguarda, sob o comando do general João Francisco, é composta pelo 3º e 4º
Batalhão de Caçadores, da Brigada Mesquita de Vasconcelos, reforçada por uma
seção de artilharia montada e um piquete de cavalaria. O 3º Batalhão de Caçadores,
debilitado pelas baixas sofridas em Mato Grosso, fora reorganizado, absorvendo a
Companhia Azhaury que antes integrava o 1º Batalhão.
Embarcada em três navios e um pontão, a expedição aprisiona, no dia 26 de
agosto, a lancha Iguatemi, da Companhia Mate Laranjeira, que conduzia uma
patrulha governista.
(...) A força revolucionária dividiu-se para enfrentar a nova ameaça – um
destacamento continuaria pela via fluvial, outros seguiriam por terra, para
surpreender os elementos governistas entrincheirados nas duas margens do rio
Paraná. A iniciativa valeu a conquista de Porto São João, em 30 de agosto, e Porto
São José, no dia seguinte.
Em 14 de setembro, após um confronto com as forças do capitão Dilermando, na
ilha do Pacu, os revolucionários conquistam Guaíra. Haviam descido 200 km do rio
Paraná, em 20 dias. Percorreriam outros tantos, nas duas semanas seguintes.
Castro (2010b) apresenta como evidência um relato sobre a ação que resultou na
perdadosbatelões,conformeregistradonojornal“HoradoPovo”:
4.1.1LevantamentoHistórico
4Desenvolvimento
a) Singularidade da sua classe e função
Classificar as embarcações do estudo de caso quanto à sua importância e
significado, segundo os critérios estabelecidos por Kentley, Stephers e Heighton
(2007a)daseguinteforma:
b) Singularidade da tipologia no contexto nacional
c) Contribuição para o entendimento da história marítima
Tratam-se de exemplares únicos, de tipos comuns à sua época.
Tratam-se de exemplares de embarcações simples, comuns à sua época,
embora não existam mais exemplares preservados.
As embarcações estão associadas a processos históricos do transporte
fluvial, e a penetração e ocupação do interior do Brasil.
4.1.1LevantamentoHistórico
4Desenvolvimento
d) Contribuição quanto a tecnologia
e) Contribuição quanto a história econômica e social
f) Aspectos únicos ou raros, típicos da tipologia, importantes tecnológica,
social ou economicamente
Embora sejam simples embarcações para transporte e transbordo de carga
sem propulsão, são construídas em uma técnica artesanal de construção
primorosa em aço com uso de rebites, técnica quase extinta na construção
naval moderna.
As embarcações têm elevado valor histórico para o País por sua associação a
um evento marcante da história recente.
As embarcações têm elevado valor histórico para o País, são exemplares de
embarcações comuns, porém, construídas em uma técnica artesanal de
construção primorosa, e que não mais existem exemplares preservados.
4.1.2LevantamentoCadastral
4Desenvolvimento
Registro Fotográfico Situação
4.1.2LevantamentoCadastral
4Desenvolvimento
Registro Fotográfico Situação
4.1.2LevantamentoCadastral
4Desenvolvimento
Registro Fotográfico Embarcação I
4.1.2LevantamentoCadastral
4Desenvolvimento
Registro Fotográfico Embarcação II
4.1.2LevantamentoCadastral
4Desenvolvimento
Registro descritivo Embarcação I
• Batelãodefundochato,comestruturadeaçorebitado.
• Dimensões principais: Comprimento Total de 18,29 m (60’);
Boca de 3,45 m (11’ 3.13/16”); Pontal de 1,27 m (4’ 2” ou 50”);
eespaçamentoentrecavernas(oubalizas)de508mm(20”).
• Padrão de construção: juntas sobrepostas; Rebites com cabeça
escariada para o costado, e rebites de cabeça redonda nas
uniõesdosreforçoseanteparas;Cravaçãoparalela.
4.1.2LevantamentoCadastral
4Desenvolvimento
Registro descritivo Embarcação I
• Compartimentadaemquatroporões.
• Quilha em chapa, reforçada com longarina de duas cantoneiras, um
comreforçodetalhamarnarodadeproa.
• Cavernasdeaçoemperfiscantoneiracomborboletasemchapa.
• A maioria dos elementos usam cantoneiras laminadas de dimensões
1.1/4”x3/16”(31,75mmx4,97mm),echapasde3/16”(4,76mm).
• Apresenta corrosão ampla com perfurações pontuais, mas ainda são
visíveisfurosdeprojéteis,situadosabombordo.
4.1.2LevantamentoCadastral
4Desenvolvimento
Registro descritivo Embarcação II
• Batelãodefundochato,comestruturadeaçorebitado.
• Dimensões principais: Comprimento Total 16,01 m (52’
6.7/16”);Bocade3,09m(10’1.5/8”);Pontalde1,55m(5’1”);e
espaçamentoentrecavernas(oubalizas)508mm(20”).
• Padrão de construção: Juntas sobrepostas; Rebites com cabeça
escariada e rebites de cabeça redonda, sempre com cravação
paralela.
4.1.2LevantamentoCadastral
4Desenvolvimento
Registro descritivo Embarcação II
• Compartimentadaemtrêsporões.
• Possuiquilhaemchapa,eumreforçodetalhamarnaproa.
• Construção com cavernas em perfis cantoneira com borboletas em
chapa;Duaslongarinascomperfiscantoneiraà1/3doPontal.
• A maioria dos elementos usam cantoneiras laminadas de 1.1/4” x
3/16”(31,75mmx4,97mm),echapasde3/16”(4,76mm).
• Apresenta corrosão ampla com perfurações pontuais, mas ainda são
visíveisalgunsfurosdeprojéteis,situadosabombordo.
4.1.2LevantamentoCadastral
4Desenvolvimento
Registro dimensional Embarcação I
4.1.2LevantamentoCadastral
4Desenvolvimento
Registro dimensional Embarcação I
4.1.2LevantamentoCadastral
4Desenvolvimento
Registro dimensional Embarcação II
4.1.2LevantamentoCadastral
4Desenvolvimento
Registro dimensional Embarcação II
4.2 Intervenções,TratamentoseProcedimentos
4Desenvolvimento
4.2.1Identificaçãodascaracterísticasfundamentaisdocaso
• A partir da análise histórica realizada por Castro (2010a) não
restaram dúvidas da necessidade de preservação das
embarcações e demais artefatos identificados como sendo da
Revoluçãode1924.
• O estado de conservação atual inviabiliza ações de restauração,
reconstruçãoouadaptação(Capítulo3.2.3).
• Nãoháinformaçõessuficientesparaumareplicação.
• Indica-se a alternativa de conservação integral, com
preservaçãoestática,emterraeemambienteprotegido.
• Apresentam-se sugestões de medidas de estabilização
emergencial,ediretrizesdeintervençãoemanutenção.
4Desenvolvimento
4.2.2Identificaçãodas necessidades,recursoserestrições
• Necessidade de preservar as embarcações, com um mínimo de
intervenção possível, e proporcionar uma interpretação a mais
amplapossívelparaestepatrimônio.
• As condições das embarcações são precárias, a exposição às
intempériesacelerouoprocessodedegradação.
• Não se têm notícias se quaisquer medidas emergenciais foram
executadas.
• Falta crônica de recursos humanos e financeiros (ponto de
partidaparaoplanejamentoaserdesenvolvido).
4.2.3Identificaçãodas IntervençõeseProcedimentos
4Desenvolvimento
4.2.3.1) Estabilização
4.2.3.2) Intervenção
4.2.3.3) Manutenção
Importante para ganhar tempo para o planejamento das ações de
intervenção, garantindo temporariamente que o seu material permaneça o
mais próximo possível da condição atual. Devem ser observados os aspectos
elencados pelo National Historic Ships (2010).
As condições para as intervenções nas embarcações históricas foram
apresentadas pelos Critérios e Princípios da Preservação expressos nos itens
3.1.3 (Aspectos teóricos das intervenções no patrimônio cultural) e 3.2
(Aspectos da Preservação do Patrimônio Naval).
Dar condições para o cuidado de proteção contínua do material constituinte
de uma embarcação (não confundir com a reparação, que envolve
restauração ou reconstrução). Sugere-se que os aspectos definidos por
Logan (2007a) sejam observados.
5.Conclusão
5Conclusão
Concluiu-se que a alternativa mais
adequada é a de CONSERVAÇÃO INTEGRAL,
e foram relacionadas medidas de
estabilização emergencial, intervenção
visando interpretação estática em terra, e
manutenção em ambiente protegido.
5.Conclusão
5Conclusão
Estabilização:
a) Não é recomendada nenhuma limpeza das superfícies
metálicas que possam desgastar ou mesmo retirar qualquer
material, devendo ser executada da forma menos agressiva
possível (ex. Plantas, terra, sujeiras de animais, etc.). Métodos
de limpeza que envolvam a água ou detergentes devem ser
evitados;(LOGAN,2007a).
b) A limpeza deve ser executada com o uso de escovas de vários
tamanhos e rigidez de cerdas, e escovas de cerdas naturais, (às
vezes chamado de "escovas estêncil"). (DEHAULT; DELACHAUX;
MÉTIVIER,1997).
5.Conclusão
5Conclusão
Estabilização:
c) Para a proteção do material do casco indicou-se a aplicação de
filme de óleo protetor por tratar-se de um produto fácil de
aplicar,barato,defácilmanutençãoetotalmentereversível.
Após uma limpeza superficial, aplicar duas camadas de óleo de linhaça
acrescido de um sicativo, uniformemente espalhadas em camadas finas com
um pano limpo. (DEHAULT; DELACHAUX; MÉTIVIER, 1997).
A aplicação do óleo deve ser executada em camadas finas, uniformemente
espalhadas, observando que óleo em excesso vai atrair poeira e sujeira, e
pouco óleo não irá proteger contra ferrugem, além disso, as superfícies
devem ser reexaminados regularmente, e consequentemente limpos e
lubrificados novamente se a ferrugem reaparecer. (LOGAN, 2007a).
5.Conclusão
5Conclusão
Estabilização:
d) Assegurar que a estrutura esteja uniformemente apoiada ao
longo do seu comprimento, e que as bordas e os porões
estejam contidos, assim como o apoio das as saliências de
popa.(NATIONALHISTORICSHIPS,2010).
e) Não substituir, furar, soldar ou reforçar os materiais para evitar
falhas estruturais nesta fase. Escoramentos devem ser
reversíveisecuidadosos,deapertooutalasdesuporte,atéque
uma solução permanente seja implementada; (NATIONAL
HISTORICSHIPS,2010).
f) Proteger asembarcaçõesdo ingresso da chuva,maximizando a
ventilaçãoemtodososespaços;(NATIONALHISTORICSHIPS,2010).
5.Conclusão
5Conclusão
Estabilização:
g) Se as embarcações tiverem que ser movidas, deve-se tomar
cuidado para minimizar os riscos de danos físicos. (NATIONAL
HISTORICSHIPS,2010).
h) Inspecionar as embarcações regularmente para conservação
da sua estabilidade, sendo necessário prever a manutenção da
cobertura e do revestimento protetivo pelo período que for
necessário até que haja uma destinação definitiva. (NATIONAL
HISTORICSHIPS,2010).
i) Documentar todas as intervenções que tiverem de ser feitas,
para evitar a perda acidental de evidência histórica. (NATIONAL
HISTORICSHIPS,2010).
5.Conclusão
5Conclusão
Intervenção:
Devemserplanejadas,projetadasedocumentadasem
consonânciacomosCritériosePrincípiosdaPreservação:
a) O projeto deve ser adequado à realidade e as condições de
localização, ambiência, necessidades de interpretação e recursos
disponíveis;
b) Quaisquer intervenções feitas devem ser identificadas e registradas
comopartedoprocessodeconservação;e
c) Pode haver conflito na interpretação das embarcações e pode ser
precisoprotegerasembarcaçõesdosseusvisitantes.
5.Conclusão
5Conclusão
Intervenção:
5.Conclusão
5Conclusão
Manutenção:
Tem como objetivo dar condições para o cuidado de proteção
contínuadomaterialconstituintedeumaembarcação:
a) A manutenção regular contínua é a chave para a conservação de
embarcações históricas, mas difere da restauração ou reconstrução que
envolvemreparações;(NATIONALHISTORICSHIPS,2010).
b) Ajustar ou controlar o ambiente é fundamental para os cuidados
contínuos ou de longa duração. Manteraumidaderelativa(RH)em50%não
danificará os materiais ferrosos, desde que corretamente manutenidos;
(LOGAN, 2007a).
c) Devesergerenciadaatravésdeumplanejamentobaseadonosrecursos
disponíveis, personalizados de acordo com materiais, condição, e
ambientedaembarcação.(NATIONALHISTORICSHIPS,2010).
5.Conclusão
5Conclusão
Manutenção:
5.Conclusão
5Conclusão
De acordo com Kühl (2008) a preservação de bens culturais não
é um processo óbvio, trata-se de uma metodologia
necessariamente multidisciplinar.
Não restam dúvidas da importância, e da necessidade, do
envolvimento da Tecnologia em Construção Naval com a
preservação do Patrimônio Cultural.
Indica-se como sugestões de trabalhos futuros a documentação
e o registro de embarcações históricas e a pesquisa do estado
da arte junto às instituições que promovem a conservação das
embarcações de valor cultural no Brasil.
5
Obrigado.
Fim
OrladacidadedePortoRico/PR–Fonte:IPHAN,2013.

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Preservação de embarcações da Revolução de 1924

  • 1. UNIVERSIDADEDOVALEDOITAJAÍ–UNIVALI CENTRODECIÊNCIASDA TERRAEDOMAR–CTTMAR TECNOLOGIAEMCONSTRUÇÃONAVAL PRESERVAÇÃO DE EMBARCAÇÕES HISTÓRICAS: EstudodeCasodosBatelõesdaRevoluçãode1924 Orientador: Prof. Roberto Barddal, Msc. Trabalho de Iniciação Científica – Nov. 2015.
  • 2. Conteúdo da Apresentação •Tema e problema de pesquisa •Justificativa •Objetivos gerais e específicos 1. Introdução •Perspectivas da pesqusia •Participantes da pesquisa •Procedimentos e coleta de dados 2. Metodologia • Especificidades da área de patrimônio cultural • Aspectos da preservação do patrimônio naval • Aspectos práticos da conservação do patrimônio histórico 3. Fundamentação Teórica •Documentação das embarcações da revolução de 1924 •Intervenções, tratamentos e procedimentos4. Desenvolvimento •Conclusões e sugestões para trabalhos futuros5. Conclusão Conteúdo0
  • 3. Temaeproblemadepesquisa 1 O presente trabalho estudou o caso de duas embarcações, entre uma série de pequenos artefatos, retiradas do leito do Rio Paraná, a cerca de 30 km da cidade de Porto Rico/PR, no ano de 2009. Introdução A ação foi motivada com a intenção de restaurar as embarcações para passeios turísticos por um empresário local. Porém, tratando-se de patrimônio cultural e arqueológico, sua propriedade e usufruto sofrem restrições legais O Ministério Público Federal provocou as instituições envolvidas para a conservação das embarcações, e o IPHAN realizou uma vistoria para nestes bens.
  • 4. Temaeproblemadepesquisa 1 A vistoria realizada pelo IPHAN em 2013 revelou a questão que se pretendeu explorar neste trabalho: Introdução Quais intervenções, tratamentos e procedimentos poderiam ser admitidos para a preservação nas embarcações reconhecidas como de valor cultural?
  • 5. Justificativa 2 o estudo de parâmetros técnicos sob o olhar da Tecnologia da Construção Naval Introdução Orientar as intervenções em embarcações reconhecidas como Patrimônio Cultural Estudar um tema pouco abordado em nossa realidade poderá servir como referência para orientar as intervenções em embarcações reconhecidas como Patrimônio Cultural
  • 6. ObjetivoGeraleObjetivosEspecíficos 3 Objetivo Geral: Introdução Identificar os tratamentos e procedimentos mais adequados à preservação de embarcações de reconhecido valor cultural, tendo como pano de fundo o estudo de caso de duas embarcações naufragadas da Revolução de 1924.
  • 7. ObjetivoGeraleObjetivosEspecíficos 3 Objetivos Específicos: Introdução Relacionar as especificidades da área da conservação de bens de reconhecido valor cultural com a preservação do patrimônio naval; Documentar as características de duas embarcações da Revolução de 1924, objetos do estudo de caso; Levantar, na literatura especializada, procedimentos, intervenções e tratamentos indicados para a conservação das embarcações da Revolução de 1924.
  • 8. •Levantamento Cadastral:  Registro Fotográfico, Registro Descritivo e Registro Dimensional.  Baseados na vistoria do IPHAN de nov./2013, na cidade de Porto Rico/PR). 2.Metodologia 2Metodologia •Identificação de material bibliográfico pertinente •Fundamentar os objetivos específicos do trabalho Relacionar as especificidades •Levantamento Histórico:  Com base em documentos técnicos do IPHAN. Documentar as Características •Identificar fatores e questões para a preservação das embarcações da Revolução de 1924 •Levantamento das necessidades futuras, recursos, condições e restrições •Intervenções, tratamentos e procedimentos, indicados conforme fundamentação teórica Indicar os procedimentos, intervenções e tratamentos
  • 9. 3.FundamentaçãoTeórica 3FundamentaçãoTeórica •A preservação do patrimônio cultural •As implicações da proteção legal ao patrimônio cultural •Aspectos teóricos das intervenções no patrimônio cultural Especificidades da área de patrimônio cultural •A questão da preservação das embarcações históricas •Entendendo as embarcações históricas Avaliação da Importância das embarcações históricas; Documentando embarcações históricas. •Os caminhos da preservação das embarcações históricas Conservação Integral; Restauração; Reconstrução; Adaptação; Replicação. Aspectos da preservação do patrimônio naval •A conservação de embarcações históricas Estabilização; Intervenção; Manutenção. •Procedimentos de Conservação Combatendo a corrosão; Limpeza e decapagem; Revestimentos. •Guarda, conservação e manutenção Aspectos práticos da conservação do patrimônio histórico
  • 10. 4.Desenvolvimento 4Desenvolvimento •Levantamento Histórico •Levantamento Cadastral  Registro Fotográfico  Registro Descritivo  Registro Dimensional Documentação •Características Fundamentais •Necessidades, recursos e restrições •Intervenções e procedimentos Intervenções, tratamentos e procedimentos
  • 11. 4.1 DocumentaçãodasembarcaçõesdaRevoluçãode1924 4Desenvolvimento A importância deve ser avaliada globalmente, reconhecida por diferentes grupos de pessoas e pontos de vista. Isto significa encontrar não só a história da sua construção, mas a história de toda a sua vida. (NATIONAL HISTORIC SHIPS, 2010). Compreender as várias maneiras em que uma embarcação é importante é a questão chave para a tomada de todas as decisões, grandes e pequenas, sobre como ela deve ser preservada. (NATIONAL HISTORIC SHIPS, 2010).
  • 12. 4.1 DocumentaçãodasembarcaçõesdaRevoluçãode1924 4Desenvolvimento Os registros podem ser pensados como dispostos ao longo de uma série contínua, com cada fase adicional no processo aumentando ainda mais a complexidade do registro geral do navio. (KENTLEY; STEPHERS; HEIGHTON, 2007a).
  • 13. 4.1.1LevantamentoHistórico 4Desenvolvimento ... o material certamente se enquadra no contexto da Coluna Miguel Costa- Prestes, já que há elementos históricos que só podem ser datados de depois de 1922 (ver peça n 21 da lista “B”, carregador de pente Puteaux, para armas Hotchkiss do modelo 1921/1922), não havendo eventos históricos posteriores à criação da Coluna, em 1924, que possam justificar a presença do material no local. Também é possível constatar que são barcos que estiveram envolvidos em combate, como podem se observar pelos poucos orifícios de balas presentes nos mesmos, bem como pela imensa quantidade de cartuchos deflagrados que foi encontrada na embarcação “A”. (CASTRO, 2010b, p. 2-3). DeacordocomaanálisehistóricaelaboradaporCastro(2010a): • Batelões, tipos comunsem uso nofinaldo séculoXIX e iníciodo séculoXX; • PossivelmentedepropriedadedacompanhiaMate-Laranjeira; • Não tem características de embarcações para operações militaresoutransportedetropas.
  • 14. 4.1.1LevantamentoHistórico 4Desenvolvimento Uma semana depois da trágica investida [de 18 de agosto de 1924], começa a descida do rio Paraná. O plano é escoar a Divisão em escalões sucessivos, em direção à Guaíra. A vanguarda, sob o comando do general João Francisco, é composta pelo 3º e 4º Batalhão de Caçadores, da Brigada Mesquita de Vasconcelos, reforçada por uma seção de artilharia montada e um piquete de cavalaria. O 3º Batalhão de Caçadores, debilitado pelas baixas sofridas em Mato Grosso, fora reorganizado, absorvendo a Companhia Azhaury que antes integrava o 1º Batalhão. Embarcada em três navios e um pontão, a expedição aprisiona, no dia 26 de agosto, a lancha Iguatemi, da Companhia Mate Laranjeira, que conduzia uma patrulha governista. (...) A força revolucionária dividiu-se para enfrentar a nova ameaça – um destacamento continuaria pela via fluvial, outros seguiriam por terra, para surpreender os elementos governistas entrincheirados nas duas margens do rio Paraná. A iniciativa valeu a conquista de Porto São João, em 30 de agosto, e Porto São José, no dia seguinte. Em 14 de setembro, após um confronto com as forças do capitão Dilermando, na ilha do Pacu, os revolucionários conquistam Guaíra. Haviam descido 200 km do rio Paraná, em 20 dias. Percorreriam outros tantos, nas duas semanas seguintes. Castro (2010b) apresenta como evidência um relato sobre a ação que resultou na perdadosbatelões,conformeregistradonojornal“HoradoPovo”:
  • 15. 4.1.1LevantamentoHistórico 4Desenvolvimento a) Singularidade da sua classe e função Classificar as embarcações do estudo de caso quanto à sua importância e significado, segundo os critérios estabelecidos por Kentley, Stephers e Heighton (2007a)daseguinteforma: b) Singularidade da tipologia no contexto nacional c) Contribuição para o entendimento da história marítima Tratam-se de exemplares únicos, de tipos comuns à sua época. Tratam-se de exemplares de embarcações simples, comuns à sua época, embora não existam mais exemplares preservados. As embarcações estão associadas a processos históricos do transporte fluvial, e a penetração e ocupação do interior do Brasil.
  • 16. 4.1.1LevantamentoHistórico 4Desenvolvimento d) Contribuição quanto a tecnologia e) Contribuição quanto a história econômica e social f) Aspectos únicos ou raros, típicos da tipologia, importantes tecnológica, social ou economicamente Embora sejam simples embarcações para transporte e transbordo de carga sem propulsão, são construídas em uma técnica artesanal de construção primorosa em aço com uso de rebites, técnica quase extinta na construção naval moderna. As embarcações têm elevado valor histórico para o País por sua associação a um evento marcante da história recente. As embarcações têm elevado valor histórico para o País, são exemplares de embarcações comuns, porém, construídas em uma técnica artesanal de construção primorosa, e que não mais existem exemplares preservados.
  • 21. 4.1.2LevantamentoCadastral 4Desenvolvimento Registro descritivo Embarcação I • Batelãodefundochato,comestruturadeaçorebitado. • Dimensões principais: Comprimento Total de 18,29 m (60’); Boca de 3,45 m (11’ 3.13/16”); Pontal de 1,27 m (4’ 2” ou 50”); eespaçamentoentrecavernas(oubalizas)de508mm(20”). • Padrão de construção: juntas sobrepostas; Rebites com cabeça escariada para o costado, e rebites de cabeça redonda nas uniõesdosreforçoseanteparas;Cravaçãoparalela.
  • 22. 4.1.2LevantamentoCadastral 4Desenvolvimento Registro descritivo Embarcação I • Compartimentadaemquatroporões. • Quilha em chapa, reforçada com longarina de duas cantoneiras, um comreforçodetalhamarnarodadeproa. • Cavernasdeaçoemperfiscantoneiracomborboletasemchapa. • A maioria dos elementos usam cantoneiras laminadas de dimensões 1.1/4”x3/16”(31,75mmx4,97mm),echapasde3/16”(4,76mm). • Apresenta corrosão ampla com perfurações pontuais, mas ainda são visíveisfurosdeprojéteis,situadosabombordo.
  • 23. 4.1.2LevantamentoCadastral 4Desenvolvimento Registro descritivo Embarcação II • Batelãodefundochato,comestruturadeaçorebitado. • Dimensões principais: Comprimento Total 16,01 m (52’ 6.7/16”);Bocade3,09m(10’1.5/8”);Pontalde1,55m(5’1”);e espaçamentoentrecavernas(oubalizas)508mm(20”). • Padrão de construção: Juntas sobrepostas; Rebites com cabeça escariada e rebites de cabeça redonda, sempre com cravação paralela.
  • 24. 4.1.2LevantamentoCadastral 4Desenvolvimento Registro descritivo Embarcação II • Compartimentadaemtrêsporões. • Possuiquilhaemchapa,eumreforçodetalhamarnaproa. • Construção com cavernas em perfis cantoneira com borboletas em chapa;Duaslongarinascomperfiscantoneiraà1/3doPontal. • A maioria dos elementos usam cantoneiras laminadas de 1.1/4” x 3/16”(31,75mmx4,97mm),echapasde3/16”(4,76mm). • Apresenta corrosão ampla com perfurações pontuais, mas ainda são visíveisalgunsfurosdeprojéteis,situadosabombordo.
  • 29. 4.2 Intervenções,TratamentoseProcedimentos 4Desenvolvimento 4.2.1Identificaçãodascaracterísticasfundamentaisdocaso • A partir da análise histórica realizada por Castro (2010a) não restaram dúvidas da necessidade de preservação das embarcações e demais artefatos identificados como sendo da Revoluçãode1924. • O estado de conservação atual inviabiliza ações de restauração, reconstruçãoouadaptação(Capítulo3.2.3). • Nãoháinformaçõessuficientesparaumareplicação. • Indica-se a alternativa de conservação integral, com preservaçãoestática,emterraeemambienteprotegido. • Apresentam-se sugestões de medidas de estabilização emergencial,ediretrizesdeintervençãoemanutenção.
  • 30. 4Desenvolvimento 4.2.2Identificaçãodas necessidades,recursoserestrições • Necessidade de preservar as embarcações, com um mínimo de intervenção possível, e proporcionar uma interpretação a mais amplapossívelparaestepatrimônio. • As condições das embarcações são precárias, a exposição às intempériesacelerouoprocessodedegradação. • Não se têm notícias se quaisquer medidas emergenciais foram executadas. • Falta crônica de recursos humanos e financeiros (ponto de partidaparaoplanejamentoaserdesenvolvido).
  • 31. 4.2.3Identificaçãodas IntervençõeseProcedimentos 4Desenvolvimento 4.2.3.1) Estabilização 4.2.3.2) Intervenção 4.2.3.3) Manutenção Importante para ganhar tempo para o planejamento das ações de intervenção, garantindo temporariamente que o seu material permaneça o mais próximo possível da condição atual. Devem ser observados os aspectos elencados pelo National Historic Ships (2010). As condições para as intervenções nas embarcações históricas foram apresentadas pelos Critérios e Princípios da Preservação expressos nos itens 3.1.3 (Aspectos teóricos das intervenções no patrimônio cultural) e 3.2 (Aspectos da Preservação do Patrimônio Naval). Dar condições para o cuidado de proteção contínua do material constituinte de uma embarcação (não confundir com a reparação, que envolve restauração ou reconstrução). Sugere-se que os aspectos definidos por Logan (2007a) sejam observados.
  • 32. 5.Conclusão 5Conclusão Concluiu-se que a alternativa mais adequada é a de CONSERVAÇÃO INTEGRAL, e foram relacionadas medidas de estabilização emergencial, intervenção visando interpretação estática em terra, e manutenção em ambiente protegido.
  • 33. 5.Conclusão 5Conclusão Estabilização: a) Não é recomendada nenhuma limpeza das superfícies metálicas que possam desgastar ou mesmo retirar qualquer material, devendo ser executada da forma menos agressiva possível (ex. Plantas, terra, sujeiras de animais, etc.). Métodos de limpeza que envolvam a água ou detergentes devem ser evitados;(LOGAN,2007a). b) A limpeza deve ser executada com o uso de escovas de vários tamanhos e rigidez de cerdas, e escovas de cerdas naturais, (às vezes chamado de "escovas estêncil"). (DEHAULT; DELACHAUX; MÉTIVIER,1997).
  • 34. 5.Conclusão 5Conclusão Estabilização: c) Para a proteção do material do casco indicou-se a aplicação de filme de óleo protetor por tratar-se de um produto fácil de aplicar,barato,defácilmanutençãoetotalmentereversível. Após uma limpeza superficial, aplicar duas camadas de óleo de linhaça acrescido de um sicativo, uniformemente espalhadas em camadas finas com um pano limpo. (DEHAULT; DELACHAUX; MÉTIVIER, 1997). A aplicação do óleo deve ser executada em camadas finas, uniformemente espalhadas, observando que óleo em excesso vai atrair poeira e sujeira, e pouco óleo não irá proteger contra ferrugem, além disso, as superfícies devem ser reexaminados regularmente, e consequentemente limpos e lubrificados novamente se a ferrugem reaparecer. (LOGAN, 2007a).
  • 35. 5.Conclusão 5Conclusão Estabilização: d) Assegurar que a estrutura esteja uniformemente apoiada ao longo do seu comprimento, e que as bordas e os porões estejam contidos, assim como o apoio das as saliências de popa.(NATIONALHISTORICSHIPS,2010). e) Não substituir, furar, soldar ou reforçar os materiais para evitar falhas estruturais nesta fase. Escoramentos devem ser reversíveisecuidadosos,deapertooutalasdesuporte,atéque uma solução permanente seja implementada; (NATIONAL HISTORICSHIPS,2010). f) Proteger asembarcaçõesdo ingresso da chuva,maximizando a ventilaçãoemtodososespaços;(NATIONALHISTORICSHIPS,2010).
  • 36. 5.Conclusão 5Conclusão Estabilização: g) Se as embarcações tiverem que ser movidas, deve-se tomar cuidado para minimizar os riscos de danos físicos. (NATIONAL HISTORICSHIPS,2010). h) Inspecionar as embarcações regularmente para conservação da sua estabilidade, sendo necessário prever a manutenção da cobertura e do revestimento protetivo pelo período que for necessário até que haja uma destinação definitiva. (NATIONAL HISTORICSHIPS,2010). i) Documentar todas as intervenções que tiverem de ser feitas, para evitar a perda acidental de evidência histórica. (NATIONAL HISTORICSHIPS,2010).
  • 37. 5.Conclusão 5Conclusão Intervenção: Devemserplanejadas,projetadasedocumentadasem consonânciacomosCritériosePrincípiosdaPreservação: a) O projeto deve ser adequado à realidade e as condições de localização, ambiência, necessidades de interpretação e recursos disponíveis; b) Quaisquer intervenções feitas devem ser identificadas e registradas comopartedoprocessodeconservação;e c) Pode haver conflito na interpretação das embarcações e pode ser precisoprotegerasembarcaçõesdosseusvisitantes.
  • 39. 5.Conclusão 5Conclusão Manutenção: Tem como objetivo dar condições para o cuidado de proteção contínuadomaterialconstituintedeumaembarcação: a) A manutenção regular contínua é a chave para a conservação de embarcações históricas, mas difere da restauração ou reconstrução que envolvemreparações;(NATIONALHISTORICSHIPS,2010). b) Ajustar ou controlar o ambiente é fundamental para os cuidados contínuos ou de longa duração. Manteraumidaderelativa(RH)em50%não danificará os materiais ferrosos, desde que corretamente manutenidos; (LOGAN, 2007a). c) Devesergerenciadaatravésdeumplanejamentobaseadonosrecursos disponíveis, personalizados de acordo com materiais, condição, e ambientedaembarcação.(NATIONALHISTORICSHIPS,2010).
  • 41. 5.Conclusão 5Conclusão De acordo com Kühl (2008) a preservação de bens culturais não é um processo óbvio, trata-se de uma metodologia necessariamente multidisciplinar. Não restam dúvidas da importância, e da necessidade, do envolvimento da Tecnologia em Construção Naval com a preservação do Patrimônio Cultural. Indica-se como sugestões de trabalhos futuros a documentação e o registro de embarcações históricas e a pesquisa do estado da arte junto às instituições que promovem a conservação das embarcações de valor cultural no Brasil.