SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  40
Télécharger pour lire hors ligne
Aspectos da qualidade da água e do 
pescado na aqüicultura 
Suzana Sendacz
Principais tópicos 
•Impactos antropogênicos nos ecossistemas aquáticos: causas e efeitos 
•Aporte excessivo de nutrientes (N e P) em de viveiros, pesqueiros e tributários 
de represas de abastecimento 
•Aqüicultura X deterioração da qualidade da água 
•Conseqüências de elevadas cargas de N e P: florações de cianobactérias 
Fatores ambientais que influenciam a formação de florações 
Produção de toxinas 
Conseqüências para a aqüicultura 
•Cianobactérias água 
• Patógenos pescad} o
Impactos antropogênicos nos ecossistemas aquáticos 
Agricultura Afeta o ambiente de acordo com a 
Abastecimento público 
Hidroeletrecidade 
Usos industriais 
Recreação 
Turismo 
Pesca 
Aqüicultura 
Transporte e navegação 
Mineração 
modalidade com a qual o cultivo é 
pratidado: 
• Extensiva 
• Semi-intensiva 
• Intensiva 
Problemas ambientais potencialmente 
associados aos cultivos aquáticos: 
•Alteração da paisagem 
•Deterioração da qualidade da água 
•Impactos sobre a diversidade aquática
Von Sperling, 1996
A determinação da carga de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo, é 
um elemento básico para a avaliação e a caracterização de impactos nos 
ambientes aquáticos, e uma das primeiras medidas na geração de subsídios 
para o controle do processo de eutrofização.
Aqüicultura X deterioração da 
qualidade da água 
Adição de insumos – elevada carga de entrada 
Sistema de cultivo é um grande produtor de resíduos 
Grandes perdas de N e P para o ambiente 
Degradação de habitats e biota 
Corpos receptores: recebimento de uma carga constante 
resulta numa eutrofização acelerada
Parâmetros de qualidade da água, segundo a Resolução CONAMA 357/2005 
(Conselho Nacional do Meio Ambiente) 
} 
cultivo natural ou intensivo de organismos aquáticos 
consumo humano classe 2 efluentes 
Parâmetros ambiente lótico ambiente lêntico 
Valores limites 
para efluentes 
Fósforo Total 
(mg/L) 0,050 0,030 
0,050 
Nitrogênio Total 2,18 1,27 1,27 
(mg/L) 
Clorofila a  0,030  0,030  0,030 
(mg/ L) 
Pereira, 2008
0,9 
0,6 
0,3 
0 
Paraíso 8 Lagoas Ueda Piscicultura 
Peter 
Onze 
Nitrogênio (mg.l-1) 
200 
150 
100 
50 
0 
Fósforo (ug.l-1) 
Paraíso 8 Lagoas Bettini Sta Clara Magic City 
Parelheiros 
Mogi 
Biritiba 
Balainho 
Sendacz e colaboradores, 2005 
Projeto Negowat : Pesqueiros
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 
1000 
800 
200 
150 
100 
50 
0 
Sistema Produtor 
Tributários Pesqueiros Pesqueiros 
Alto Tietê 
Guarapiranga Alto Tietê Cabeceiras 
Concentrações de P 
ug/L
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 
800 
200 
150 
100 
50 
0 
Concentrações de P 
ug/L 
TTTTrrrriiiibbbbuuuuttttáááárrrriiiioooossss SSSSiiiisssstttteeeemmmmaaaa 
IIIImmmmppppaaaaccccttttoooossss PPPPeeeessssqqqquuuueeeeiiiirrrroooossss IIIImmmmppppaaaaccccttttoooossss PPPPeeeessssqqqquuuueeeeiiiirrrroooossss 
PPPPrrrroooodddduuuuttttoooorrrr 
AAAAllllttttoooo TTTTiiiieeeettttêêêê 
Guarapiranga Alto Tietê Cabeceiras 
Conama 357/05
Nitrogênio Total ( mg.l-1) 
4,55 
3,9 
3,25 
2,6 
1,95 
1,3 
0,65 
0 
Guarapiranga seca Tietê Cabeceiras seca 
Guarapiranga chuva Tietê Cabeceiras chuva 
Pesqueiros Guarapiranga seca Tributários Taiaçupeba chuva 
Pesqueiros Guarapiranga chuva Tributários Jundiaí chuva 
Impactos Parelheiros chuva Impactos Balainho chvua 
Pesqueiros Tietê Cabeceiras seca 
Pesqueiros Tietê Cabeceiras chuva 
Pesqueiros Balainho chuva
Carga NT kg.dia-1 
0,00 
100,00 
200,00 
300,00 
400,00 
500,00 
600,00 
700,00 
800,00 
Itaim 
Parelheiros(Jaceguava) 
Itaim 
Caixa de dissipação 
Embu-guaçu 
Pesq. 8 Lagoas 
Pesq. Haras Fish 
Pesq. Ás de Ouros 
Mata preservada 
Agricultura 2 
Ponte Nova jusante 
Canal Biritiba-Jundiaí 
Taiaçupeba jusante 
Ponte Nova jusante 
Canal Biritiba-Jundiaí 
Taiaçupeba jusante 
Balainho 
Taiaçupeba MD 
Rib. Vargem Grande 
Canal Biritiba-Jundiaí 
Eucalipto 
Cogumelo 
Agricultura 
Pesq. Pousada da 
Pesq. Bettini 
Piscicultura Peter 
Pesq. Sombra e Agua 
Pesq. Onze 
Guarapiranga seca Tietê Cabeceiras seca 
Guarapiranga chuva Tietê Cabeceiras chuva 
Pesqueiros Guarapiranga seca Tributários Taiaçupeba chuva 
Pesqueiros Guarapiranga chuva Tributários Jundiaí chuva 
Impactos Parelheiros chuva Impactos Balainho chvua 
Pesqueiros Tietê Cabeceiras seca 
Pesqueiros Tietê Cabeceiras chuva 
Pesqueiros Balainho chuva
Carga Fósforo kg.dia-1 
70,00 
60,00 
50,00 
40,00 
30,00 
20,00 
10,00 
0,00 
Itaim 
Parelheiros(Jaceguava) 
Itaim 
Mata preservada 
Agricultura 2 
EE Biritiba 
Pesq. 8 Lagoas 
Ponte Nova jusante 
Balainho 
Rib. Vargem Grande 
Cogumelo 
Eucalipto 
Agricultura 
Pesq. Bettini 
Piscicultura Peter 
Pesq. Onze 
Pesq. Sombra e Agua Fresca 
Guarapiranga seca Tietê Cabeceiras seca 
Guarapiranga chuva Tietê Cabeceiras chuva 
Impactos Parelheiros chuva Tributários Taiaçupeba chuva 
Pesqueiros Guarapiranga seca Tributários Jundiaí chuva 
Pesqueiros Guarapiranga chuva Impactos Balainho chvua 
Pesqueiros Tietê Cabeceiras seca 
Pesqueiros Tietê Cabeceiras chuva 
Pesqueiros Balainho chuva
COEFICIENTES DE EXPORTAÇÃO 
•razão entre a carga e a área da bacia de drenagem 
•representam a perda anual de nutrientes por unidade de área, sendo representados 
normalmente por Kg.Km-2.ano-1 ou kg.ha-1.ano-1 
•o ambiente a ser monitorado é abordado como se fosse uma caixa-preta, ou seja, 
não se considera o comportamento interno para a avaliação da interferência de 
determinada atividade 
•dados de entrada e saída são determinados e os resultados indicam a influência da 
atividade sem detalhar os processos internos envolvidos 
•este modelo é adequado para adoção de medidas mitigadoras
Eutrofização 
artificial 
Mudanças na qualidade 
da água 
Redução de OD Biodiversidade aquática 
Morte extensiva de 
peixes 
Perda de qualidades 
cênicas 
Florações de microalgas e 
cianobactérias 
Fatores que influenciam as florações 
•Carga de nutrientes 
•Tempo de retenção 
•Estratificação 
•Temperatura 
•Aumento no custo do tratamento da água 
de abastecimento 
•Conseqüências relacionadas à saúde publica
MECANISMOS DE CORREÇÃO E 
PREVENÇÃO DE EUTROFIZAÇÃO 
Existe uma série de técnicas que são geralmente utilizadas 
para a minimização e prevenção dos efeitos da eutrofização 
cultural. 
Em geral, estas metodologias envolvem os seguintes 
processos: 
a) Diminuição e remoção da entrada de nitrogênio e fósforo 
b) Aeração do hipolímnio 
c) Remoção periódica das macrófitas aquáticas 
d) Remoção dos sedimentos do fundo 
e) Diminuição do tempo de residência 
f) Isolamento químico do sedimento
Florações de 
cianobactérias 
Tsukamoto  Takahashi, 2007
Fatores ambientais que influenciam a formação de florações 
Intensidade luminosa: 
•Tolerância a altas intensidades luminosas 
•Requerem pouca energia para a manutenção das funções celulares 
•As cianobactérias utilizam mais efetivamente a energia luminosa do que outras espécies 
fitoplanctônicas, pois fazem uso de outros pigmentos além da clorofila a 
Aerótopos: 
•Células com densidade  que a água 
•Capacidade de controlar a flutuabilidade 
•Mecanismos de ajuste à profundidade para maximizar o uso da radiação solar 
Mycrocistis aeruginosa
Fosforo e Nitrogênio: 
•Maior afinidade por P e N que outros organismos fotossintéticos 
•Capacidade de armazenar fósforo 
•Capacidade de fixar nitrogênio atmosférico 
Estabiblidade da população 
•não sofrem impactos significativos devido à herbivoria: o consumo de cianobactérias é 
evitado pelos predadores herbívoros, são nutricialmente inadequadas e produzem toxinas 
•competição entre spp fitoplanctônicas: predação sobre outras algas favorece a manutenção 
da floração de cianobactérias
•Sant’Anna  Azevedo (2000): nos ambientes aquáticos brasileiros foram registradas 20 spp 
de cianobactérias potencialmente tóxicas 
Mycrocistis 
aeruginosa 
apresenta a mais 
ampla distribuição 
Anabaena é o gênero com no. 
de spp potencialmente tóxicas 
Grande aumento de ocorrência de 
Cylindrospermopsis raciborskii
Cianobactérias 
Toxinas 
(cianotoxinas) 
São produzidas e liberadas para o meio ambiente 
durante a decomposição da célula 
Consumo de alimento 
contaminado 
Ingestão de água 
Atividades de recreação 
Saúde humana 
neurotoxinas 
hepatotoxinas 
Rota intravenosa 
Irrigação com água contaminada por toxinas: alface, batata e 
feijão 
Suplementos alimentares à base de cianobactérias 
Bioacumulação na cadeia trófica em peixes, moluscos e 
zooplâncton
Hepatotoxinas 
OOOOssss ggggênnnneeeerrrroooossss ddddeeee cccciiiiaaaannnnoooobbbbaaaaccccttttérrrriiiiaaaassss MMMMiiiiccccrrrrooooccccyyyyssssttttiiiissss,,,, 
AAAAnnnnaaaabbbbaaaaeeeennnnaaaa,,,, NNNNoooodddduuuullllaaaarrrriiiiaaaa,,,, OOOOsssscccciiiillllllllaaaattttoooorrrriiiiaaaa,,,, NNNNoooossssttttoooocccc 
eeee CCCCyyyylllliiiinnnnddddrrrroooossssppppeeeerrrrmmmmooooppppssssiiiissss (CCCCaaaarrrrmmmmiiiicccchhhhaaaaeeeellll,,,, 1111999999992222)))) 
pppprrrroooodddduuuuzzzzeeeemmmm hhhheeeeppppaaaattttooooxxxxiiiinnnnaaaassss. 
Aççççãããão mmmmaaaaiiiissss lllleeeennnnttttaaaa,,,, ccccaaaauuuussssaaaannnnddddoooo aaaa mmmmoooorrrrtttteeee eeeennnnttttrrrreeee ppppoooouuuuccccaaaassss 
hhhhoooorrrraaaassss eeee ppppoooouuuuccccoooossss ddddiiiiaaaassss,,,, eeeemmmm ddddeeeeccccoooorrrrrrrrêênnnncccciiiiaaaa ddddeeee 
hhhheeeemmmmoooorrrrrrrraaaaggggiiiiaaaa iiiinnnnttttrrrraaaa--hhhheeeeppppáttttiiiiccccaaaa eeee cccchhhhooooqqqquuuueeee hhhhiiiippppoooovvvvoooollllêmmmmiiiiccccoooo.... 
Siiiinnnnaaaaiiiissss oooobbbbsssseeeerrrrvvvvaaaaddddoooossss,,,, ddddeeee aaaaccccoooorrrrddddoooo ccccoooommmm 
CCCCaaaarrrrmmmmiiiicccchhhhaaaaeeeellll  SSSScccchhhhwwwwaaaarrrrttttzzzz,,,,1111999988884444:::: 
pppprrrroooossssttttrrrraaaaççççããããoooo 
aaaannnnoooorrrreeeexxxxiiiiaaaa 
vômmmmiiiittttoooossss 
ddddoooorrrr aaaabbbbddddoooommmmiiiinnnnaaaallll 
diiiiaaaarrrrrrrréiiiiaaaa 
Estas toxinas são agora reconhecidas como potentes promotoras de tumores hepáticos 
(Falconer,1991). A ocorrência de espécies potencialmente produtoras dessas substâncias 
nos nossos ambientes aquáticos precisa ser melhor investigada e monitorada.
Neurotoxinas 
pppprrrroooodddduuuuzzzziiiiddddaaaassss ppppoooorrrr eeeessssppppéécccciiiieeeessss eeee cccceeeeppppaaaassss iiiinnnncccclllluuuuíddddaaaassss nnnnoooossss 
gênnnneeeerrrroooossss :::: 
Anabaena (CCCCaaaarrrrmmmmiiiicccchhhhaaaaeeeellll eeeetttt aaaallll....,,,, 1111999999990000)))),,,, 
Aphanizomenon (MMMMaaaahhhhaaaammmmoooooooodddd  CCCCaaaarrrrmmmmiiiicccchhhhaaaaeeeellll,,,, 1111999988886666)))),,,, 
Oscillatoria (SSSSiiiivvvvoooonnnneeeennnn eeeetttt aaaallll....,,,, 1111999988889999)))),,,, 
Trichodesmium (HHHHaaaawwwwsssseeeerrrr eeeetttt aaaallll....,,,, 1111999999991111)))) eeee 
Cylindrospermopsis ((((LLLLaaaaggggoooossss eeeetttt aaaallll....,,,, iiiinnnn pppprrrreeeessssssss)))).... 
Já sãoooo ccccoooonnnnhhhheeeecccciiiiddddaaaassss ppppeeeelllloooo mmmmeeeennnnoooossss cccciiiinnnnccccoooo 
nnnneeeeuuuurrrroooottttooooxxxxiiiinnnnaaaassss pppprrrroooodddduuuuzzzziiiiddddaaaassss aaaa ppppaaaarrrrttttiiiirrrr ddddeeee eeeessssppppéécccciiiieeeessss 
ddddeeeesssssssseeeessss ggggênnnneeeerrrroooossss. 
OOOOssss ssssiiiinnnnaaaaiiiissss ddddeeee eeeennnnvvvveeeennnneeeennnnaaaammmmeeeennnnttttoooo eeeemmmm aaaannnniiiimmmmaaaaiiiissss 
sssseeeellllvvvvaaaaggggeeeennnnssss eeee ddddoooommmméssssttttiiiiccccoooossss,,,, iiiinnnncccclllluuuueeeemmmm:::: 
ddddeeeesssseeeeqqqquuuuiiiillllíbbbbrrrriiiioooo 
ffffaaaasssscccciiiiccccuuuullllaaaaççççãããão mmmmuuuussssccccuuuullllaaaarrrr 
rrrreeeessssppppiiiirrrraaaaççççããããoooo ooooffffeeeeggggaaaannnntttteeee 
ccccoooonnnnvvvvuuuullllssssõeeeessss 
mmmmoooorrrrtttteeee
Remoção de toxinas de cianobactérias: 
•Técnicas de detecção e remoção não são ainda muito difundidas; o tratamento convencional 
(coagulação + filtração + desinfecção) remove parcialmente as toxinas quando se encontram 
dissolvidas na água 
•Avaliação à exposição humana pelo consumo de água ainda é deficiente 
•Produção de toxina varia de acordo com vários fatores (genética, estado fisiológico e 
variáveis ambientais); existem populações tóxicas e não tóxicas 
Contaminações por toxinas de cianobactérias: 
1988 – Bahia, 200 pessoas com gastroenterite, reservatório Itaparica, com morte de 80 
crianças 
1996 – Caruaru, PE, 130 pacientes renais crônicos intoxicados – quadro clínico de 
hepatotoxicose; 60 pacientes em tratamento de hemodiálise morreram. Microcistina e 
cilindrospermopsina ocorreram no sistema de purificação da água na clínica, e microcistinas, 
em amostras do sangue e fígado dos pacientes intoxicados (Azevedo, 1996).
A densidade máxima admissível de cianobactérias é regulada através da Resolução CONAMA 
357/2005 e da Portaria do Ministério da Saúde no. 518/2004 
limite máximo admissível 
Aqüicultura (classe 2) 50 mil células/mL 
CONAMA 357/2005 
Saúde Pública (para produção 10 mil células/mL monitoramento da água bruta 
de água potável 20 mil células/mL proibição do uso de algicidas, 
Portaria do Ministério da p/ evitar liberação de toxinas 
Saúde no. 518/2004 
Cianotoxinas 
microcistinas 1 ug/L água tratada 
cilindrospermopsinas 15 ug/L água tratada 
saxitoxinas 3 ug/L água tratada 
Portaria do Ministério da 
Saúde no. 518/2004 
Conseqüências para a Aqüicultura: 
Tsukamoto  Takahashi, 2007 
•Produto não poderia ser colhido sob densidades de cianobactérias que 
ultrapassem limite legal da Classe 2 
•Efluente não poderia ser lançado no corpo receptor
Cianobactérias X peixes 
•Bioacumulação: toxina seria transferida através da cadeia alimentar 
•OMS: ingestão diária tolerável (TDI) – 0,04 ug de toxina/kg de peso/dia 
(Magalhães et al., 2001) 
•Peixes: poucos dados sobre a transferência ao longo da cadeia alimentar; 
microcistina se concentra nas vísceras e órgãos internos, concentrações 
menores no músculo (Xie et al., 2005) 
•Literatura atual é controversa 
•Tomada de decisões de ordem sanitária sobre o manejo do pescado
Microcistinas X carpa prateada 
Sheila Bueno Giordano, 2007 
Objetivo: analisar a incorporação de microcistina por peixes 
Carpa prateada: peixe fitoplanctófago, potencial regulador de florações de algas 
introduzido no Brasil em 1980 
Xie  Liu, 2001: eliminaram florações em cercados depois de 10 a 20 dias 
grande eficácia na redução de colonias de cianobactérias 
•Interpretação dos resultados obtidos é complexa, pois altas concentrações de cianobactérias 
não estão diretamente relacionadas a altas concentrações de microcistinas; 
•Diferentes cepas de cianobactérias podem produzir diferentes concentrações de toxinas 
•peixes carnívoros apresentaram concentrações + elevadas de microcistina do que peixes 
fitoplanctófagos 
•Magalhães e colaboradores, 2001: toxinas continuaram a ser detectadas no músculo e fígado 
de Tilapia rendali mesmo após o declínio da floração de Microscystis aeruginosa
Tanques-rede 
Agravante: insumos alimentares são lançados no próprio reservatório 
•Alta taxa de sedimentação de resíduos sob as 
gaiolas 
•Deposição de restos de alimento e fezes nas 
imediações de tanques rede 
•Acúmulo de materia orgânica e nutrientes 
•Liberação de N e P para a água 
•Elevada demanda de oxigênio 
•Redução de OD, ambiente anóxico 
•Intenso aporte de N e P acarreta proliferação de 
algas nas redondezas 
Tanques-rede potencializam os problemas 
enfrentados pela aqüicultura, tais como: 
Deterioração da qualidade da água 
Disseminação de doenças 
Atração de predadores 
Introdução de espécies não nativas
Capacidade de suporte 
Objetivos: estabelecer a biomassa máxima de uma dada 
população suportável na área,considerando, segundo 
Beveridge (2004): 
•entrada de nutrientes 
•dimensão do sistema 
•tempo de residência da água 
•taxa de sedimentação dos nutrientes 
Em cultivos intensivos, a capacidade de suporte (ou a 
biomassa máxima de peixes) que o sistema pode sustentar é 
fortemente excedida
Tanques escavados 
Possibilidade de tratamento do efluente com a finalidade de 
reter parte dos nutrientes 
•Biofiltros ou wetlands artificias 
•Tanques de decantação 
Sipaúba-Tavares e colaboradores (2002): utilização de macrófitas aquáticas flutuantes para 
absorver nutrientes 
•Técnicas de Boas Práticas de Manejo (Boyd  Queiroz, 2001) 
Atividades de manejo necessárias para diminuir o potencial de poluição e melhorar a qualidade da 
água através de : 
• controle da entrada de N e P: adequação da quantidade e qualidade da ração fornecida 
• controle do tempo de retenção da água
Tratamento de efluentes de carcinicultura por macrófitas aquáticas 
flutuantes 
Gustavo Gonzaga Henry-SilvaI; Antonio Fernando Monteiro CamargoII
Pesque-pague 
0,390 
0,360 
0,330 
0,300 
0,270 
0,240 
0,210 
0,180 
0,150 
0,120 
0,090 
0,060 
0,030 
0,000 
A 
1 
3 
5 
7 
9 
11 
13 
15 
17 
19 
21 
23 
25 
27 
29 
fee-fishing ponds 
mg/L 
winter summer 
0,180 
0,150 
0,120 
0,090 
0,060 
0,030 
0,000 
1 
3 
5 
7 
9 
11 
B 
13 
15 
17 
19 
21 
23 
25 
27 
29 
fee-fishing 
mg/L 
winter summer 
Mercante e A – Fósforo B – clorofila a colaboradores, 2004
A toxina microcistina foi detectada 
em 47% dos pesqueiros (Honda e 
colaboradores, 2006) 
Avaliação da qualidade sanitária 
e ocorrência de patógenos de 
interesse em saúde pública (Morita e 
colaboradores, 2006a e 2006b): 
•8 spp de Aeromonas 
•1/3 dos pesqueiros coliformes 
fecais acima do recomendado pela 
Resolução CONAMA 20/86 
•Salmonella ausência é 
condição obrigatória para peixes in 
natura 
•elevado no. de propriedades 
apresentou coliformes fecais e 
Salmonella produtos em 
desacordo com a legislação, peixes 
com baixa qualidade higiênica e 
sanitária, impróprios para o 
consumo humano. 
(Sant’Anna e colaboradores, 2006)
RECOMENDAÇÕES PARA O APRIMORAMENTO 
DA ATIVIDADE 
•Controle da entrada de N e P 
•Desenvolvimento de estratégias para controlar a floração de 
cianobactérias, que afeta diretamente a sobrevivência e a sanidade 
dos animais e a qualidade da água do efluente.
Referências bibliográficas 
Agostinho, A.A.; Gomes, L.C.  Pelicice, F.M. 2007 Ecologia e Manejo em Recursos pesqueiros em 
reservatórios do Brasil.Maringá: Eduem. 501p. 
Azevedo, S.M.F.O. 1998 Toxinas de Cianobactérias : Causas e conseqüências para a Saúde Pública. Med on 
line, Rio de Janeiro, 1:1-16. 
Brandão, L.H  Domingos, P. 2006 Fatores ambientais para a floração de cianobactérias tóxicas. Saúde e 
Ambiente em Revista, 1(2):40-50. 
Carmichael, W.W. 1992 Cyanobacteria secondary metabolites – the cyanotoxins. J.Applied Bacteriol., 72:445- 
459 
Falconer, I.R. 1991 Tumor promotion and liver injury caused by oral consumption of cyanobacteria. 
Environmental Toxicology and Water Quality Journal 6:177-184 
FUNASA 2003 Cianobactérais tóxicas na água para consumo humano na Saúde Pública e processos de 
remoção em água para consumo humano.Brasília. Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde 56p. 
Giordano, S.B. 2007 Estudos sobre a incorporação de microcistinas de cianobactérias em carpa prateada – 
Hypophthalmichthyes molitrix. Dissertação de Mestrado, FURG 
Henry-Silva, G.G.  Camargo, A.F.M. 2008 Tratamento de efluentes de carcinicultura por macrófitas aquáticas 
flutuantes. Revista Brasileira de Zootecnia, 
Honda, R.Y.; Mercante, C.T.J.; Vieira, J.M.S.; Esteves, K.E.; Cabianca, M.A.A.  Azevedo, M.T.P. 2006 
Cianotoxinas em pesqueiros na Região Metropolitana de São Paulo. In: Esteves, K.E.  Sant’Anna, C.L. (orgs). 
Pesqueiros sob uma visão integrada de meio ambiente, saúde pública e manejo. Um estudo na Região 
Metropolitana de São Paulo. São Carlos: RiMa. p. 105-120. 
Magalhães, V.F; Soares, R.M.  Azevedo, S. M. 2001 MCYST contamination in fish from Jacarepaguá Lagoon 
(Rio de Janeiro, Brazil): ecological implication and human health risk. Toxicon 39:1077-1085.
Mercante, C.T.J.; Cabianca, M.A.; Silva, D.; Costa, S.V.  Esteves, K.E. 2004 Water quality in fee-fishing ponds located 
in the metropolitan region of São Paulo city, Brazil: an analysis of the eutrophication process. Acta Limnologica 
Brasiliensia, 16(1):95-102 
Morita, M.; Matté, G.R.; Dropa, M.; Marques-Azevedo, V.  Matté, M.H. 2006a Ocorrência de bactérias do gênero 
Aeromonas em pesqueiros e aspectos da doença para o homem e peixes. In: Esteves, K.E.  Sant’Anna, C.L. (orgs). 
Pesqueiros sob uma visão integrada de meio ambiente, saúde pública e manejo. Um estudo na Região Metropolitana de 
São Paulo. São Carlos: RiMa. p. 77-90. 
Morita, M.; Matté, G.R.; Dropa, M.; Marques-Azevedo, V.  Matté, M.H. 2006b Utilização de indicadores bacterianos e a 
pesquisa de Salmonella spp na avaliação da qualidade sanitária de águas de pesqueiros. In Esteves, K.E.  
Sant’Anna, C.L. (orgs). Pesqueiros sob uma visão integrada de meio ambiente, saúde pública e manejo. Um estudo na 
Região Metropolitana de São Paulo. São Carlos: RiMa. p. 91-104 
Pereira, J.S. 2008 Avaliação do impacto de piscicultura sobre o corpo receptor. Dissertação de Mestrado. Instituto de 
Pesca. 56 p. 
Sant’Anna, C.L.  Azevedo, M.T.P. 2000 Contribution for the knowledge of potentially toxic cyanobacteria from Brazil. 
Nova Hedwigia, 71(3-4): 359-385. 
Sant’Anna, C.L.; Gentil, R.C.  Silva, D. 2006 Comunidade fitoplanctônica de pesqueiros da Região Metropolitana de 
são Paulo. In Esteves, K.E.  Sant’Anna, C.L. (orgs). Pesqueiros sob uma visão integrada de meio ambiente, saúde 
pública e manejo. Um estudo na Região Metropolitana de São Paulo. São Carlos: RiMa. p. 49-62. 
Sipaúba-Tavares, L.H.; Fávero, E.G.B.  Braga, F.M.S. 2002 Utilization of macrophyte biofilter in effluent from 
aquaculture. Brazilian Journal of biology, 62(3):12-15. 
.
Sendacz, S.; Monteiro Jr., A.J.; Mercante, C.T.  Menezes, L.C.B. 2005 Cargas de nutrientes (Nitrogênio e 
Fósforo) na bacia do Alto Tietê (Cabeceiras e Guarapiranga). no Sistema Produtor alto Tietê, São Paulo. Relatório 
Projeto Negowat. 13 p. 
Starling, F.L.R.M. 1998 Development of biomanipulation strategies for the remediation of eutrophication problems 
in a n urban reservoir, Lago Paranoá, Brazil. Tese de Ph.D., University of Stirling, Scotland, 225 p. 
Tsukamoto, R.Y.  Takahashi, N.S. 2007 Cianobactérias + civilização = problemas para a saúde, a aqüicultura e a 
Natureza. Panorama da Aqüicultura, setembro/outubro 2007: 24-33 
Tundisi, J.T. 2005 Água no século XXI. Enfrentando a escassez. São Paulo: RiMa, IIE, 2. ed. 248p. 
Von Sperling, M. 1996 Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. DESA-UFMG. 
Xie P.  Liu, J.K. 2001 Practical success of biomanipulation using filter-feeding fish to control cyanobacteria 
blooms: a synthesis of decades of research and application in a subtropical hypereutrophic lake. The Scientific 
World 1:337-356.

Contenu connexe

Tendances

ESS - "A importância das espécies autóctones"
ESS - "A importância das espécies autóctones"ESS - "A importância das espécies autóctones"
ESS - "A importância das espécies autóctones"Ilda Bicacro
 
Contaminação e poluição da antiga praia Vera Paz
Contaminação e poluição da antiga praia Vera PazContaminação e poluição da antiga praia Vera Paz
Contaminação e poluição da antiga praia Vera PazSuperimportante
 
Trabalho escrito poluição aquática
Trabalho escrito poluição aquáticaTrabalho escrito poluição aquática
Trabalho escrito poluição aquáticaMaria Paredes
 
Impactos Ambientais - Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá.
Impactos Ambientais - Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá.Impactos Ambientais - Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá.
Impactos Ambientais - Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá.Marina Godoy
 
Apresentação projetos 3 e 4 aula 2
Apresentação projetos 3 e 4 aula 2Apresentação projetos 3 e 4 aula 2
Apresentação projetos 3 e 4 aula 2escola
 
Mares e oceanos
Mares e oceanosMares e oceanos
Mares e oceanosMayjö .
 
Trabalho Interdisciplinar de Grupo
Trabalho Interdisciplinar de GrupoTrabalho Interdisciplinar de Grupo
Trabalho Interdisciplinar de GrupoJoão Silva
 
Apresentação rio guandu - T.I.G
Apresentação  rio guandu - T.I.GApresentação  rio guandu - T.I.G
Apresentação rio guandu - T.I.GJoão Silva
 
Biologia ecologia ciclos_biogeoquimicos_exercicios
Biologia ecologia ciclos_biogeoquimicos_exerciciosBiologia ecologia ciclos_biogeoquimicos_exercicios
Biologia ecologia ciclos_biogeoquimicos_exerciciosGrunTag
 
Artigo amonia salusvitavol21n12002
Artigo amonia salusvitavol21n12002Artigo amonia salusvitavol21n12002
Artigo amonia salusvitavol21n12002Douglas Monte
 
Tratamento, uso e impacto de resíduos urbanos e agroindustriais na agricultura
Tratamento, uso e impacto de resíduos urbanos e agroindustriais na agriculturaTratamento, uso e impacto de resíduos urbanos e agroindustriais na agricultura
Tratamento, uso e impacto de resíduos urbanos e agroindustriais na agriculturaRural Pecuária
 
Criação de peixes embrapa
Criação de peixes embrapaCriação de peixes embrapa
Criação de peixes embrapaFmodri3
 

Tendances (19)

ESS - "A importância das espécies autóctones"
ESS - "A importância das espécies autóctones"ESS - "A importância das espécies autóctones"
ESS - "A importância das espécies autóctones"
 
Contaminação e poluição da antiga praia Vera Paz
Contaminação e poluição da antiga praia Vera PazContaminação e poluição da antiga praia Vera Paz
Contaminação e poluição da antiga praia Vera Paz
 
Trabalho escrito poluição aquática
Trabalho escrito poluição aquáticaTrabalho escrito poluição aquática
Trabalho escrito poluição aquática
 
Recuperação de lagos
Recuperação de lagosRecuperação de lagos
Recuperação de lagos
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1
 
Aula 05
Aula 05Aula 05
Aula 05
 
Evento 50 sent1
Evento 50   sent1Evento 50   sent1
Evento 50 sent1
 
Impactos Ambientais - Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá.
Impactos Ambientais - Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá.Impactos Ambientais - Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá.
Impactos Ambientais - Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá.
 
Apresentação projetos 3 e 4 aula 2
Apresentação projetos 3 e 4 aula 2Apresentação projetos 3 e 4 aula 2
Apresentação projetos 3 e 4 aula 2
 
Mares e oceanos
Mares e oceanosMares e oceanos
Mares e oceanos
 
Trabalho Interdisciplinar de Grupo
Trabalho Interdisciplinar de GrupoTrabalho Interdisciplinar de Grupo
Trabalho Interdisciplinar de Grupo
 
Balneabilidade
BalneabilidadeBalneabilidade
Balneabilidade
 
Apresentação rio guandu - T.I.G
Apresentação  rio guandu - T.I.GApresentação  rio guandu - T.I.G
Apresentação rio guandu - T.I.G
 
mata ciliar
mata ciliarmata ciliar
mata ciliar
 
Biologia ecologia ciclos_biogeoquimicos_exercicios
Biologia ecologia ciclos_biogeoquimicos_exerciciosBiologia ecologia ciclos_biogeoquimicos_exercicios
Biologia ecologia ciclos_biogeoquimicos_exercicios
 
Artigo amonia salusvitavol21n12002
Artigo amonia salusvitavol21n12002Artigo amonia salusvitavol21n12002
Artigo amonia salusvitavol21n12002
 
Tratamento, uso e impacto de resíduos urbanos e agroindustriais na agricultura
Tratamento, uso e impacto de resíduos urbanos e agroindustriais na agriculturaTratamento, uso e impacto de resíduos urbanos e agroindustriais na agricultura
Tratamento, uso e impacto de resíduos urbanos e agroindustriais na agricultura
 
677
677677
677
 
Criação de peixes embrapa
Criação de peixes embrapaCriação de peixes embrapa
Criação de peixes embrapa
 

Similaire à Ct sam qde-agua-pescado

Aula 1 caracterização quantitativa esgoto
Aula 1   caracterização quantitativa esgotoAula 1   caracterização quantitativa esgoto
Aula 1 caracterização quantitativa esgotoGiovanna Ortiz
 
Esgoto Doméstico: Impactos Ambientais e Sociais
Esgoto Doméstico: Impactos Ambientais e SociaisEsgoto Doméstico: Impactos Ambientais e Sociais
Esgoto Doméstico: Impactos Ambientais e SociaisNathália Vasconcelos
 
eutrofizao.ppt
eutrofizao.ppteutrofizao.ppt
eutrofizao.pptNuno Melo
 
Preservar e Recuperar o Meio Ambiente - Poluição das Águas
Preservar e Recuperar o Meio Ambiente - Poluição das ÁguasPreservar e Recuperar o Meio Ambiente - Poluição das Águas
Preservar e Recuperar o Meio Ambiente - Poluição das ÁguasMariana Leal
 
Apresentação Aurélio Padovezi (TNC)
Apresentação Aurélio Padovezi (TNC)Apresentação Aurélio Padovezi (TNC)
Apresentação Aurélio Padovezi (TNC)PET Ecologia
 
Poluição e sobreexploração da água doce
Poluição e sobreexploração da água docePoluição e sobreexploração da água doce
Poluição e sobreexploração da água doceMiguel Monteiro
 
Poluição e sobreexploração da água doce
Poluição e sobreexploração da água docePoluição e sobreexploração da água doce
Poluição e sobreexploração da água doceMiguel Monteiro
 
Uso do efluente_tratado_na_agricultura_-wilson
Uso do efluente_tratado_na_agricultura_-wilsonUso do efluente_tratado_na_agricultura_-wilson
Uso do efluente_tratado_na_agricultura_-wilsonJoão Siqueira da Mata
 
Principais processos de_tratamento_de_água_de_abastecimento_-_tania
Principais processos de_tratamento_de_água_de_abastecimento_-_taniaPrincipais processos de_tratamento_de_água_de_abastecimento_-_tania
Principais processos de_tratamento_de_água_de_abastecimento_-_taniaJoão Siqueira da Mata
 

Similaire à Ct sam qde-agua-pescado (20)

Apresentação luiz di bernardo 1- seminário cianobactérias
Apresentação   luiz di bernardo 1- seminário cianobactériasApresentação   luiz di bernardo 1- seminário cianobactérias
Apresentação luiz di bernardo 1- seminário cianobactérias
 
Aula 1 caracterização quantitativa esgoto
Aula 1   caracterização quantitativa esgotoAula 1   caracterização quantitativa esgoto
Aula 1 caracterização quantitativa esgoto
 
Esgoto Doméstico: Impactos Ambientais e Sociais
Esgoto Doméstico: Impactos Ambientais e SociaisEsgoto Doméstico: Impactos Ambientais e Sociais
Esgoto Doméstico: Impactos Ambientais e Sociais
 
eutrofizao.ppt
eutrofizao.ppteutrofizao.ppt
eutrofizao.ppt
 
Microbiologia da água
Microbiologia da águaMicrobiologia da água
Microbiologia da água
 
Preservar e Recuperar o Meio Ambiente - Poluição das Águas
Preservar e Recuperar o Meio Ambiente - Poluição das ÁguasPreservar e Recuperar o Meio Ambiente - Poluição das Águas
Preservar e Recuperar o Meio Ambiente - Poluição das Águas
 
Apresentação josinei valdir dos santos - seminário cianobactérias
Apresentação   josinei valdir dos santos - seminário cianobactériasApresentação   josinei valdir dos santos - seminário cianobactérias
Apresentação josinei valdir dos santos - seminário cianobactérias
 
Apresentação fernando jardim - seminário cianobactérias
Apresentação  fernando jardim - seminário cianobactériasApresentação  fernando jardim - seminário cianobactérias
Apresentação fernando jardim - seminário cianobactérias
 
Poluição agua
Poluição aguaPoluição agua
Poluição agua
 
Impactos Ambientais da Piscicultura
Impactos Ambientais da PisciculturaImpactos Ambientais da Piscicultura
Impactos Ambientais da Piscicultura
 
Apresentação Aurélio Padovezi (TNC)
Apresentação Aurélio Padovezi (TNC)Apresentação Aurélio Padovezi (TNC)
Apresentação Aurélio Padovezi (TNC)
 
Gestão amb. da água
Gestão amb. da águaGestão amb. da água
Gestão amb. da água
 
Poluição e sobreexploração da água doce
Poluição e sobreexploração da água docePoluição e sobreexploração da água doce
Poluição e sobreexploração da água doce
 
Poluição e sobreexploração da água doce
Poluição e sobreexploração da água docePoluição e sobreexploração da água doce
Poluição e sobreexploração da água doce
 
Microbiologia Agrícola UFMT - Aula 009
Microbiologia Agrícola UFMT - Aula 009Microbiologia Agrícola UFMT - Aula 009
Microbiologia Agrícola UFMT - Aula 009
 
Poluição hídrica2014
Poluição hídrica2014Poluição hídrica2014
Poluição hídrica2014
 
Uso do efluente_tratado_na_agricultura_-wilson
Uso do efluente_tratado_na_agricultura_-wilsonUso do efluente_tratado_na_agricultura_-wilson
Uso do efluente_tratado_na_agricultura_-wilson
 
Principais processos de_tratamento_de_água_de_abastecimento_-_tania
Principais processos de_tratamento_de_água_de_abastecimento_-_taniaPrincipais processos de_tratamento_de_água_de_abastecimento_-_tania
Principais processos de_tratamento_de_água_de_abastecimento_-_tania
 
Prévia do seminário
Prévia do seminárioPrévia do seminário
Prévia do seminário
 
Prévia do seminário
Prévia do seminárioPrévia do seminário
Prévia do seminário
 

Ct sam qde-agua-pescado

  • 1. Aspectos da qualidade da água e do pescado na aqüicultura Suzana Sendacz
  • 2. Principais tópicos •Impactos antropogênicos nos ecossistemas aquáticos: causas e efeitos •Aporte excessivo de nutrientes (N e P) em de viveiros, pesqueiros e tributários de represas de abastecimento •Aqüicultura X deterioração da qualidade da água •Conseqüências de elevadas cargas de N e P: florações de cianobactérias Fatores ambientais que influenciam a formação de florações Produção de toxinas Conseqüências para a aqüicultura •Cianobactérias água • Patógenos pescad} o
  • 3. Impactos antropogênicos nos ecossistemas aquáticos Agricultura Afeta o ambiente de acordo com a Abastecimento público Hidroeletrecidade Usos industriais Recreação Turismo Pesca Aqüicultura Transporte e navegação Mineração modalidade com a qual o cultivo é pratidado: • Extensiva • Semi-intensiva • Intensiva Problemas ambientais potencialmente associados aos cultivos aquáticos: •Alteração da paisagem •Deterioração da qualidade da água •Impactos sobre a diversidade aquática
  • 5. A determinação da carga de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo, é um elemento básico para a avaliação e a caracterização de impactos nos ambientes aquáticos, e uma das primeiras medidas na geração de subsídios para o controle do processo de eutrofização.
  • 6. Aqüicultura X deterioração da qualidade da água Adição de insumos – elevada carga de entrada Sistema de cultivo é um grande produtor de resíduos Grandes perdas de N e P para o ambiente Degradação de habitats e biota Corpos receptores: recebimento de uma carga constante resulta numa eutrofização acelerada
  • 7. Parâmetros de qualidade da água, segundo a Resolução CONAMA 357/2005 (Conselho Nacional do Meio Ambiente) } cultivo natural ou intensivo de organismos aquáticos consumo humano classe 2 efluentes Parâmetros ambiente lótico ambiente lêntico Valores limites para efluentes Fósforo Total (mg/L) 0,050 0,030 0,050 Nitrogênio Total 2,18 1,27 1,27 (mg/L) Clorofila a 0,030 0,030 0,030 (mg/ L) Pereira, 2008
  • 8. 0,9 0,6 0,3 0 Paraíso 8 Lagoas Ueda Piscicultura Peter Onze Nitrogênio (mg.l-1) 200 150 100 50 0 Fósforo (ug.l-1) Paraíso 8 Lagoas Bettini Sta Clara Magic City Parelheiros Mogi Biritiba Balainho Sendacz e colaboradores, 2005 Projeto Negowat : Pesqueiros
  • 9. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 1000 800 200 150 100 50 0 Sistema Produtor Tributários Pesqueiros Pesqueiros Alto Tietê Guarapiranga Alto Tietê Cabeceiras Concentrações de P ug/L
  • 10. 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 800 200 150 100 50 0 Concentrações de P ug/L TTTTrrrriiiibbbbuuuuttttáááárrrriiiioooossss SSSSiiiisssstttteeeemmmmaaaa IIIImmmmppppaaaaccccttttoooossss PPPPeeeessssqqqquuuueeeeiiiirrrroooossss IIIImmmmppppaaaaccccttttoooossss PPPPeeeessssqqqquuuueeeeiiiirrrroooossss PPPPrrrroooodddduuuuttttoooorrrr AAAAllllttttoooo TTTTiiiieeeettttêêêê Guarapiranga Alto Tietê Cabeceiras Conama 357/05
  • 11. Nitrogênio Total ( mg.l-1) 4,55 3,9 3,25 2,6 1,95 1,3 0,65 0 Guarapiranga seca Tietê Cabeceiras seca Guarapiranga chuva Tietê Cabeceiras chuva Pesqueiros Guarapiranga seca Tributários Taiaçupeba chuva Pesqueiros Guarapiranga chuva Tributários Jundiaí chuva Impactos Parelheiros chuva Impactos Balainho chvua Pesqueiros Tietê Cabeceiras seca Pesqueiros Tietê Cabeceiras chuva Pesqueiros Balainho chuva
  • 12. Carga NT kg.dia-1 0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 Itaim Parelheiros(Jaceguava) Itaim Caixa de dissipação Embu-guaçu Pesq. 8 Lagoas Pesq. Haras Fish Pesq. Ás de Ouros Mata preservada Agricultura 2 Ponte Nova jusante Canal Biritiba-Jundiaí Taiaçupeba jusante Ponte Nova jusante Canal Biritiba-Jundiaí Taiaçupeba jusante Balainho Taiaçupeba MD Rib. Vargem Grande Canal Biritiba-Jundiaí Eucalipto Cogumelo Agricultura Pesq. Pousada da Pesq. Bettini Piscicultura Peter Pesq. Sombra e Agua Pesq. Onze Guarapiranga seca Tietê Cabeceiras seca Guarapiranga chuva Tietê Cabeceiras chuva Pesqueiros Guarapiranga seca Tributários Taiaçupeba chuva Pesqueiros Guarapiranga chuva Tributários Jundiaí chuva Impactos Parelheiros chuva Impactos Balainho chvua Pesqueiros Tietê Cabeceiras seca Pesqueiros Tietê Cabeceiras chuva Pesqueiros Balainho chuva
  • 13. Carga Fósforo kg.dia-1 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 Itaim Parelheiros(Jaceguava) Itaim Mata preservada Agricultura 2 EE Biritiba Pesq. 8 Lagoas Ponte Nova jusante Balainho Rib. Vargem Grande Cogumelo Eucalipto Agricultura Pesq. Bettini Piscicultura Peter Pesq. Onze Pesq. Sombra e Agua Fresca Guarapiranga seca Tietê Cabeceiras seca Guarapiranga chuva Tietê Cabeceiras chuva Impactos Parelheiros chuva Tributários Taiaçupeba chuva Pesqueiros Guarapiranga seca Tributários Jundiaí chuva Pesqueiros Guarapiranga chuva Impactos Balainho chvua Pesqueiros Tietê Cabeceiras seca Pesqueiros Tietê Cabeceiras chuva Pesqueiros Balainho chuva
  • 14. COEFICIENTES DE EXPORTAÇÃO •razão entre a carga e a área da bacia de drenagem •representam a perda anual de nutrientes por unidade de área, sendo representados normalmente por Kg.Km-2.ano-1 ou kg.ha-1.ano-1 •o ambiente a ser monitorado é abordado como se fosse uma caixa-preta, ou seja, não se considera o comportamento interno para a avaliação da interferência de determinada atividade •dados de entrada e saída são determinados e os resultados indicam a influência da atividade sem detalhar os processos internos envolvidos •este modelo é adequado para adoção de medidas mitigadoras
  • 15. Eutrofização artificial Mudanças na qualidade da água Redução de OD Biodiversidade aquática Morte extensiva de peixes Perda de qualidades cênicas Florações de microalgas e cianobactérias Fatores que influenciam as florações •Carga de nutrientes •Tempo de retenção •Estratificação •Temperatura •Aumento no custo do tratamento da água de abastecimento •Conseqüências relacionadas à saúde publica
  • 16. MECANISMOS DE CORREÇÃO E PREVENÇÃO DE EUTROFIZAÇÃO Existe uma série de técnicas que são geralmente utilizadas para a minimização e prevenção dos efeitos da eutrofização cultural. Em geral, estas metodologias envolvem os seguintes processos: a) Diminuição e remoção da entrada de nitrogênio e fósforo b) Aeração do hipolímnio c) Remoção periódica das macrófitas aquáticas d) Remoção dos sedimentos do fundo e) Diminuição do tempo de residência f) Isolamento químico do sedimento
  • 17. Florações de cianobactérias Tsukamoto Takahashi, 2007
  • 18. Fatores ambientais que influenciam a formação de florações Intensidade luminosa: •Tolerância a altas intensidades luminosas •Requerem pouca energia para a manutenção das funções celulares •As cianobactérias utilizam mais efetivamente a energia luminosa do que outras espécies fitoplanctônicas, pois fazem uso de outros pigmentos além da clorofila a Aerótopos: •Células com densidade que a água •Capacidade de controlar a flutuabilidade •Mecanismos de ajuste à profundidade para maximizar o uso da radiação solar Mycrocistis aeruginosa
  • 19. Fosforo e Nitrogênio: •Maior afinidade por P e N que outros organismos fotossintéticos •Capacidade de armazenar fósforo •Capacidade de fixar nitrogênio atmosférico Estabiblidade da população •não sofrem impactos significativos devido à herbivoria: o consumo de cianobactérias é evitado pelos predadores herbívoros, são nutricialmente inadequadas e produzem toxinas •competição entre spp fitoplanctônicas: predação sobre outras algas favorece a manutenção da floração de cianobactérias
  • 20. •Sant’Anna Azevedo (2000): nos ambientes aquáticos brasileiros foram registradas 20 spp de cianobactérias potencialmente tóxicas Mycrocistis aeruginosa apresenta a mais ampla distribuição Anabaena é o gênero com no. de spp potencialmente tóxicas Grande aumento de ocorrência de Cylindrospermopsis raciborskii
  • 21. Cianobactérias Toxinas (cianotoxinas) São produzidas e liberadas para o meio ambiente durante a decomposição da célula Consumo de alimento contaminado Ingestão de água Atividades de recreação Saúde humana neurotoxinas hepatotoxinas Rota intravenosa Irrigação com água contaminada por toxinas: alface, batata e feijão Suplementos alimentares à base de cianobactérias Bioacumulação na cadeia trófica em peixes, moluscos e zooplâncton
  • 22. Hepatotoxinas OOOOssss ggggênnnneeeerrrroooossss ddddeeee cccciiiiaaaannnnoooobbbbaaaaccccttttérrrriiiiaaaassss MMMMiiiiccccrrrrooooccccyyyyssssttttiiiissss,,,, AAAAnnnnaaaabbbbaaaaeeeennnnaaaa,,,, NNNNoooodddduuuullllaaaarrrriiiiaaaa,,,, OOOOsssscccciiiillllllllaaaattttoooorrrriiiiaaaa,,,, NNNNoooossssttttoooocccc eeee CCCCyyyylllliiiinnnnddddrrrroooossssppppeeeerrrrmmmmooooppppssssiiiissss (CCCCaaaarrrrmmmmiiiicccchhhhaaaaeeeellll,,,, 1111999999992222)))) pppprrrroooodddduuuuzzzzeeeemmmm hhhheeeeppppaaaattttooooxxxxiiiinnnnaaaassss. Aççççãããão mmmmaaaaiiiissss lllleeeennnnttttaaaa,,,, ccccaaaauuuussssaaaannnnddddoooo aaaa mmmmoooorrrrtttteeee eeeennnnttttrrrreeee ppppoooouuuuccccaaaassss hhhhoooorrrraaaassss eeee ppppoooouuuuccccoooossss ddddiiiiaaaassss,,,, eeeemmmm ddddeeeeccccoooorrrrrrrrêênnnncccciiiiaaaa ddddeeee hhhheeeemmmmoooorrrrrrrraaaaggggiiiiaaaa iiiinnnnttttrrrraaaa--hhhheeeeppppáttttiiiiccccaaaa eeee cccchhhhooooqqqquuuueeee hhhhiiiippppoooovvvvoooollllêmmmmiiiiccccoooo.... Siiiinnnnaaaaiiiissss oooobbbbsssseeeerrrrvvvvaaaaddddoooossss,,,, ddddeeee aaaaccccoooorrrrddddoooo ccccoooommmm CCCCaaaarrrrmmmmiiiicccchhhhaaaaeeeellll SSSScccchhhhwwwwaaaarrrrttttzzzz,,,,1111999988884444:::: pppprrrroooossssttttrrrraaaaççççããããoooo aaaannnnoooorrrreeeexxxxiiiiaaaa vômmmmiiiittttoooossss ddddoooorrrr aaaabbbbddddoooommmmiiiinnnnaaaallll diiiiaaaarrrrrrrréiiiiaaaa Estas toxinas são agora reconhecidas como potentes promotoras de tumores hepáticos (Falconer,1991). A ocorrência de espécies potencialmente produtoras dessas substâncias nos nossos ambientes aquáticos precisa ser melhor investigada e monitorada.
  • 23. Neurotoxinas pppprrrroooodddduuuuzzzziiiiddddaaaassss ppppoooorrrr eeeessssppppéécccciiiieeeessss eeee cccceeeeppppaaaassss iiiinnnncccclllluuuuíddddaaaassss nnnnoooossss gênnnneeeerrrroooossss :::: Anabaena (CCCCaaaarrrrmmmmiiiicccchhhhaaaaeeeellll eeeetttt aaaallll....,,,, 1111999999990000)))),,,, Aphanizomenon (MMMMaaaahhhhaaaammmmoooooooodddd CCCCaaaarrrrmmmmiiiicccchhhhaaaaeeeellll,,,, 1111999988886666)))),,,, Oscillatoria (SSSSiiiivvvvoooonnnneeeennnn eeeetttt aaaallll....,,,, 1111999988889999)))),,,, Trichodesmium (HHHHaaaawwwwsssseeeerrrr eeeetttt aaaallll....,,,, 1111999999991111)))) eeee Cylindrospermopsis ((((LLLLaaaaggggoooossss eeeetttt aaaallll....,,,, iiiinnnn pppprrrreeeessssssss)))).... Já sãoooo ccccoooonnnnhhhheeeecccciiiiddddaaaassss ppppeeeelllloooo mmmmeeeennnnoooossss cccciiiinnnnccccoooo nnnneeeeuuuurrrroooottttooooxxxxiiiinnnnaaaassss pppprrrroooodddduuuuzzzziiiiddddaaaassss aaaa ppppaaaarrrrttttiiiirrrr ddddeeee eeeessssppppéécccciiiieeeessss ddddeeeesssssssseeeessss ggggênnnneeeerrrroooossss. OOOOssss ssssiiiinnnnaaaaiiiissss ddddeeee eeeennnnvvvveeeennnneeeennnnaaaammmmeeeennnnttttoooo eeeemmmm aaaannnniiiimmmmaaaaiiiissss sssseeeellllvvvvaaaaggggeeeennnnssss eeee ddddoooommmméssssttttiiiiccccoooossss,,,, iiiinnnncccclllluuuueeeemmmm:::: ddddeeeesssseeeeqqqquuuuiiiillllíbbbbrrrriiiioooo ffffaaaasssscccciiiiccccuuuullllaaaaççççãããão mmmmuuuussssccccuuuullllaaaarrrr rrrreeeessssppppiiiirrrraaaaççççããããoooo ooooffffeeeeggggaaaannnntttteeee ccccoooonnnnvvvvuuuullllssssõeeeessss mmmmoooorrrrtttteeee
  • 24. Remoção de toxinas de cianobactérias: •Técnicas de detecção e remoção não são ainda muito difundidas; o tratamento convencional (coagulação + filtração + desinfecção) remove parcialmente as toxinas quando se encontram dissolvidas na água •Avaliação à exposição humana pelo consumo de água ainda é deficiente •Produção de toxina varia de acordo com vários fatores (genética, estado fisiológico e variáveis ambientais); existem populações tóxicas e não tóxicas Contaminações por toxinas de cianobactérias: 1988 – Bahia, 200 pessoas com gastroenterite, reservatório Itaparica, com morte de 80 crianças 1996 – Caruaru, PE, 130 pacientes renais crônicos intoxicados – quadro clínico de hepatotoxicose; 60 pacientes em tratamento de hemodiálise morreram. Microcistina e cilindrospermopsina ocorreram no sistema de purificação da água na clínica, e microcistinas, em amostras do sangue e fígado dos pacientes intoxicados (Azevedo, 1996).
  • 25. A densidade máxima admissível de cianobactérias é regulada através da Resolução CONAMA 357/2005 e da Portaria do Ministério da Saúde no. 518/2004 limite máximo admissível Aqüicultura (classe 2) 50 mil células/mL CONAMA 357/2005 Saúde Pública (para produção 10 mil células/mL monitoramento da água bruta de água potável 20 mil células/mL proibição do uso de algicidas, Portaria do Ministério da p/ evitar liberação de toxinas Saúde no. 518/2004 Cianotoxinas microcistinas 1 ug/L água tratada cilindrospermopsinas 15 ug/L água tratada saxitoxinas 3 ug/L água tratada Portaria do Ministério da Saúde no. 518/2004 Conseqüências para a Aqüicultura: Tsukamoto Takahashi, 2007 •Produto não poderia ser colhido sob densidades de cianobactérias que ultrapassem limite legal da Classe 2 •Efluente não poderia ser lançado no corpo receptor
  • 26. Cianobactérias X peixes •Bioacumulação: toxina seria transferida através da cadeia alimentar •OMS: ingestão diária tolerável (TDI) – 0,04 ug de toxina/kg de peso/dia (Magalhães et al., 2001) •Peixes: poucos dados sobre a transferência ao longo da cadeia alimentar; microcistina se concentra nas vísceras e órgãos internos, concentrações menores no músculo (Xie et al., 2005) •Literatura atual é controversa •Tomada de decisões de ordem sanitária sobre o manejo do pescado
  • 27. Microcistinas X carpa prateada Sheila Bueno Giordano, 2007 Objetivo: analisar a incorporação de microcistina por peixes Carpa prateada: peixe fitoplanctófago, potencial regulador de florações de algas introduzido no Brasil em 1980 Xie Liu, 2001: eliminaram florações em cercados depois de 10 a 20 dias grande eficácia na redução de colonias de cianobactérias •Interpretação dos resultados obtidos é complexa, pois altas concentrações de cianobactérias não estão diretamente relacionadas a altas concentrações de microcistinas; •Diferentes cepas de cianobactérias podem produzir diferentes concentrações de toxinas •peixes carnívoros apresentaram concentrações + elevadas de microcistina do que peixes fitoplanctófagos •Magalhães e colaboradores, 2001: toxinas continuaram a ser detectadas no músculo e fígado de Tilapia rendali mesmo após o declínio da floração de Microscystis aeruginosa
  • 28. Tanques-rede Agravante: insumos alimentares são lançados no próprio reservatório •Alta taxa de sedimentação de resíduos sob as gaiolas •Deposição de restos de alimento e fezes nas imediações de tanques rede •Acúmulo de materia orgânica e nutrientes •Liberação de N e P para a água •Elevada demanda de oxigênio •Redução de OD, ambiente anóxico •Intenso aporte de N e P acarreta proliferação de algas nas redondezas Tanques-rede potencializam os problemas enfrentados pela aqüicultura, tais como: Deterioração da qualidade da água Disseminação de doenças Atração de predadores Introdução de espécies não nativas
  • 29. Capacidade de suporte Objetivos: estabelecer a biomassa máxima de uma dada população suportável na área,considerando, segundo Beveridge (2004): •entrada de nutrientes •dimensão do sistema •tempo de residência da água •taxa de sedimentação dos nutrientes Em cultivos intensivos, a capacidade de suporte (ou a biomassa máxima de peixes) que o sistema pode sustentar é fortemente excedida
  • 30. Tanques escavados Possibilidade de tratamento do efluente com a finalidade de reter parte dos nutrientes •Biofiltros ou wetlands artificias •Tanques de decantação Sipaúba-Tavares e colaboradores (2002): utilização de macrófitas aquáticas flutuantes para absorver nutrientes •Técnicas de Boas Práticas de Manejo (Boyd Queiroz, 2001) Atividades de manejo necessárias para diminuir o potencial de poluição e melhorar a qualidade da água através de : • controle da entrada de N e P: adequação da quantidade e qualidade da ração fornecida • controle do tempo de retenção da água
  • 31. Tratamento de efluentes de carcinicultura por macrófitas aquáticas flutuantes Gustavo Gonzaga Henry-SilvaI; Antonio Fernando Monteiro CamargoII
  • 32.
  • 33. Pesque-pague 0,390 0,360 0,330 0,300 0,270 0,240 0,210 0,180 0,150 0,120 0,090 0,060 0,030 0,000 A 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 fee-fishing ponds mg/L winter summer 0,180 0,150 0,120 0,090 0,060 0,030 0,000 1 3 5 7 9 11 B 13 15 17 19 21 23 25 27 29 fee-fishing mg/L winter summer Mercante e A – Fósforo B – clorofila a colaboradores, 2004
  • 34. A toxina microcistina foi detectada em 47% dos pesqueiros (Honda e colaboradores, 2006) Avaliação da qualidade sanitária e ocorrência de patógenos de interesse em saúde pública (Morita e colaboradores, 2006a e 2006b): •8 spp de Aeromonas •1/3 dos pesqueiros coliformes fecais acima do recomendado pela Resolução CONAMA 20/86 •Salmonella ausência é condição obrigatória para peixes in natura •elevado no. de propriedades apresentou coliformes fecais e Salmonella produtos em desacordo com a legislação, peixes com baixa qualidade higiênica e sanitária, impróprios para o consumo humano. (Sant’Anna e colaboradores, 2006)
  • 35. RECOMENDAÇÕES PARA O APRIMORAMENTO DA ATIVIDADE •Controle da entrada de N e P •Desenvolvimento de estratégias para controlar a floração de cianobactérias, que afeta diretamente a sobrevivência e a sanidade dos animais e a qualidade da água do efluente.
  • 36.
  • 37.
  • 38. Referências bibliográficas Agostinho, A.A.; Gomes, L.C. Pelicice, F.M. 2007 Ecologia e Manejo em Recursos pesqueiros em reservatórios do Brasil.Maringá: Eduem. 501p. Azevedo, S.M.F.O. 1998 Toxinas de Cianobactérias : Causas e conseqüências para a Saúde Pública. Med on line, Rio de Janeiro, 1:1-16. Brandão, L.H Domingos, P. 2006 Fatores ambientais para a floração de cianobactérias tóxicas. Saúde e Ambiente em Revista, 1(2):40-50. Carmichael, W.W. 1992 Cyanobacteria secondary metabolites – the cyanotoxins. J.Applied Bacteriol., 72:445- 459 Falconer, I.R. 1991 Tumor promotion and liver injury caused by oral consumption of cyanobacteria. Environmental Toxicology and Water Quality Journal 6:177-184 FUNASA 2003 Cianobactérais tóxicas na água para consumo humano na Saúde Pública e processos de remoção em água para consumo humano.Brasília. Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde 56p. Giordano, S.B. 2007 Estudos sobre a incorporação de microcistinas de cianobactérias em carpa prateada – Hypophthalmichthyes molitrix. Dissertação de Mestrado, FURG Henry-Silva, G.G. Camargo, A.F.M. 2008 Tratamento de efluentes de carcinicultura por macrófitas aquáticas flutuantes. Revista Brasileira de Zootecnia, Honda, R.Y.; Mercante, C.T.J.; Vieira, J.M.S.; Esteves, K.E.; Cabianca, M.A.A. Azevedo, M.T.P. 2006 Cianotoxinas em pesqueiros na Região Metropolitana de São Paulo. In: Esteves, K.E. Sant’Anna, C.L. (orgs). Pesqueiros sob uma visão integrada de meio ambiente, saúde pública e manejo. Um estudo na Região Metropolitana de São Paulo. São Carlos: RiMa. p. 105-120. Magalhães, V.F; Soares, R.M. Azevedo, S. M. 2001 MCYST contamination in fish from Jacarepaguá Lagoon (Rio de Janeiro, Brazil): ecological implication and human health risk. Toxicon 39:1077-1085.
  • 39. Mercante, C.T.J.; Cabianca, M.A.; Silva, D.; Costa, S.V. Esteves, K.E. 2004 Water quality in fee-fishing ponds located in the metropolitan region of São Paulo city, Brazil: an analysis of the eutrophication process. Acta Limnologica Brasiliensia, 16(1):95-102 Morita, M.; Matté, G.R.; Dropa, M.; Marques-Azevedo, V. Matté, M.H. 2006a Ocorrência de bactérias do gênero Aeromonas em pesqueiros e aspectos da doença para o homem e peixes. In: Esteves, K.E. Sant’Anna, C.L. (orgs). Pesqueiros sob uma visão integrada de meio ambiente, saúde pública e manejo. Um estudo na Região Metropolitana de São Paulo. São Carlos: RiMa. p. 77-90. Morita, M.; Matté, G.R.; Dropa, M.; Marques-Azevedo, V. Matté, M.H. 2006b Utilização de indicadores bacterianos e a pesquisa de Salmonella spp na avaliação da qualidade sanitária de águas de pesqueiros. In Esteves, K.E. Sant’Anna, C.L. (orgs). Pesqueiros sob uma visão integrada de meio ambiente, saúde pública e manejo. Um estudo na Região Metropolitana de São Paulo. São Carlos: RiMa. p. 91-104 Pereira, J.S. 2008 Avaliação do impacto de piscicultura sobre o corpo receptor. Dissertação de Mestrado. Instituto de Pesca. 56 p. Sant’Anna, C.L. Azevedo, M.T.P. 2000 Contribution for the knowledge of potentially toxic cyanobacteria from Brazil. Nova Hedwigia, 71(3-4): 359-385. Sant’Anna, C.L.; Gentil, R.C. Silva, D. 2006 Comunidade fitoplanctônica de pesqueiros da Região Metropolitana de são Paulo. In Esteves, K.E. Sant’Anna, C.L. (orgs). Pesqueiros sob uma visão integrada de meio ambiente, saúde pública e manejo. Um estudo na Região Metropolitana de São Paulo. São Carlos: RiMa. p. 49-62. Sipaúba-Tavares, L.H.; Fávero, E.G.B. Braga, F.M.S. 2002 Utilization of macrophyte biofilter in effluent from aquaculture. Brazilian Journal of biology, 62(3):12-15. .
  • 40. Sendacz, S.; Monteiro Jr., A.J.; Mercante, C.T. Menezes, L.C.B. 2005 Cargas de nutrientes (Nitrogênio e Fósforo) na bacia do Alto Tietê (Cabeceiras e Guarapiranga). no Sistema Produtor alto Tietê, São Paulo. Relatório Projeto Negowat. 13 p. Starling, F.L.R.M. 1998 Development of biomanipulation strategies for the remediation of eutrophication problems in a n urban reservoir, Lago Paranoá, Brazil. Tese de Ph.D., University of Stirling, Scotland, 225 p. Tsukamoto, R.Y. Takahashi, N.S. 2007 Cianobactérias + civilização = problemas para a saúde, a aqüicultura e a Natureza. Panorama da Aqüicultura, setembro/outubro 2007: 24-33 Tundisi, J.T. 2005 Água no século XXI. Enfrentando a escassez. São Paulo: RiMa, IIE, 2. ed. 248p. Von Sperling, M. 1996 Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. DESA-UFMG. Xie P. Liu, J.K. 2001 Practical success of biomanipulation using filter-feeding fish to control cyanobacteria blooms: a synthesis of decades of research and application in a subtropical hypereutrophic lake. The Scientific World 1:337-356.