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“OamordeCristonos uniu”:
Construções identitáriasemudança social
emnarrativasdevidadegays cristãos do
grupoDiversidadeCatólica
Murilo Silva de Araújo
Orientação: Prof.ª Dr.ª Maria Carmen Aires Gomes
Mestrado em Letras | Estudos Linguísticos | UFV
Introdução
• Motivações:
– Tema interessante no contexto contemporâneo
• Conflitos entre religiosos e movimento LGBT
• Atuação de fundamentalistas cristãos na política
– Fé e homossexualidade em minha trajetória
pessoal
Introdução
• Interesses de pesquisa:
– Como os participantes articulam as identidades gay e
católica, que são tomadas como antagônicas?
– Como se relacionam com o discurso oficial da Igreja?
– A participação no Diversidade Católica perpassa as
suas trajetórias de modo significativo, no que diz
respeito ao processo de construção de suas
identidades?
– Quais relações de poder e hegemonia se instalam nos
seus discursos?
Introdução
• Lugar de pesquisa:
– Análise de Discurso Crítica (Fairclough, 2001 [1992], 2003;
Chouliaraki & Fairclough, 1999)
– Instrumental útil para análise das questões relativas a
identidades e representações sociais; e das disputas
ideológicas de poder e hegemonia.
• Diálogos transdisciplinares
– Teoria Queer (Butler, 2003 [1990]; Foucault, 1988 [1976])
– Teologia Moral Católica (Gomes & Trasferetti, 2011;
Catecismo da Igreja Católica e outros documentos)
– Teologia Queer (Musskopf, 2003, 2005a, 2005b, 2008)
– Antropologia (Natividade, 2006; Weiss de Jesus, 2010)
Objetivos
Objetivo geral:
Compreender, através de análise discursivo-crítica, os
processos de construção e afirmação de uma
identidade gay cristã, em narrativas de vida de
membros do grupo Diversidade Católica, bem como
as apropriações do discurso pelos sujeitos de pesquisa,
como estratégia de intervenção e mudança nos
contextos eclesiais e sociais.
Objetivos
• Objetivos específicos:
– Investigar na trajetória dos sujeitos importância da
participação no grupo Diversidade Católica para o seu
processo de afirmação identitária gay;
– Identificar no discurso dos participantes os modos de
reconfiguração e contestação do discurso oficial da Igreja;
– Fomentar discussões no campo científico a respeito da
relação entre sexualidades não-heterossexuais e a prática
religiosa católica.
– Contribuir para o aumento da visibilidade de pessoas e
grupos homossexuais católicos.
ReferencialTeórico
AnálisedeDiscursoCrítica
• Ramo da Linguística consolidado nos anos 90
– Desenvolvimento de agenda política engajada e
crítica no campo dos estudos linguísticos
• Chouliaraki & Fairclough (1999): questões
sociais são questões sobre o discurso, e vice-
versa.
– Análises linguísticas/semióticas de textos e
interações têm um papel a desempenhar nas
análises sociais;
AnálisedeDiscursoCrítica
• Relação dialética:
– A linguagem, ao mesmo tempo em que é moldada e
constrangida pela estrutura social, também tem poder de
intervenção sobre essa estrutura, na medida em que
constitui o mundo em significado.
– Análise social é importante porque justifica a investigação
dos textos e discursos;
– Análise linguística é importante porque alimenta a crítica e
possibilita compreender os problemas sociais;
• Análise do Discurso Textualmente Orientada (ADTO):
Fairclough (2001 [1992], 2003); Chouliaraki &
Fairclough, (1999).
Conceitos fundamentais
• Prática:
modos habitualizados, ligados a tempos e espaços particulares, em que as
pessoas aplicam recursos (materiais ou simbólicos) para agir
conjuntamente no mundo. (Chouliaraki & Fairclough, 1999)
– Momentos da prática: “partes” de práticas sociais particulares,
que existem simultaneamente nelas, de modo a internalizarem e
se articularem com outros momentos, sem serem reduzidos a
eles.
• Discurso como momento discursivo das práticas sociais.
• Momentos da prática possuem também os seus
“momentos internos”. No momento discursivo, os
momentos internos se articulam em função das ordens do
discurso: gêneros, discursos e estilos
Trêstiposdesignificado
• Diálogo com a Linguística Sistêmico Funcional de
Halliday - noção de multifuncionalidade da
linguagem
• Gêneros, discursos e estilos como três tipos de
significado (em vez de funções):
– Gêneros como modos de ação/interação: significado
acional
– Discursos como modos de representação: significado
representacional
– Estilos como modos de identificação: significado
identificacional
Homossexualidade nocatolicismo
• Distinção entre homossexualidade e atos homossexuais.
– Reconhecimento de “tendências homossexuais
profundamente enraizadas”
– Homossexualidade como tendência desordenada, mas que
não constitui pecado, por si só.
• Fundamento do sexo/casamento: procriação
– Práticas sexuais sem essa finalidade são contra a castidade.
– Atos homossexuais: mesma categoria de pecado que
masturbação ou uso de preservativos
– Orientação pastoral: contenção sexual, celibato.
TeoriaQueer
• Identidade como performance:
– As identidades, bem como o gênero, não são pré-
discursivas, ou, em outro termo, “pré-formadas”. Pelo
contrário, somos continuamente (e discursivamente)
construídos por uma série de atos de identidade que
desempenhamos como uma série de per-formances
sociais e culturais.
– Não existe um “eu” fora do nível da linguagem, “uma
vez que a identidade é uma prática significante, e os
sujeitos culturalmente inteligíveis são efeitos e não
causas dos discursos que ocultam a sua atividade.”
(Salih, 2012, p. 91)
Visõesemconfronto...
• Na perspectiva católica: homossexualidade como
“tendência profundamente enraizada” (portanto
anterior, pré-discursiva), que pode – mas não deve
- se manifestar em “atos homossexuais”.
• Na perspectiva queer: os “atos [performativos]
homossexuais” são o que constituem, reproduzem
e “perpetuam” a homossexualidade.
Caminhos essencialmente inversos...
Umateologiaqueer?
• Proposta que causa certo estranhamento...
• Pessoas “queer” sempre produziram Teologia – mas
não a partir de um “lugar queer” de reflexão.
• Teologias da Libertação: Teologia Negra, Feminista,
Gay/Homossexual/Inclusiva, Queer.
• Proposta: entender como pessoas “queer” leem a
Bíblia, e quais contribuições podem dar para a
superação de “chaves de leitura” heteronormativas
usadas na interpretação das Escrituras.
Via(da)gensteológicas
• Em consonância com o projeto da teoria queer, rompe
com binarismos criados em torno do gênero e da
sexualidade, que são tomados como dados, pré-
discursivos, anteriores à constituição do texto bíblico.
– Olhar que parte não do texto em si, mas das experiências
corpóreas e performances queer, quem podem fornecer
chaves de leitura problematizadoras (Musskopf, 2008).
– “O próprio contexto bíblico é queer na sua formação, não
apresentando um modelo de identidade monolítico e
excluindo outros” (Musskopf, 2003, p. 143)
Metodologiae
Análisededados
Contexto eparticipantes
• Grupo Diversidade Católica
– Surgimento em 2006, no Rio de Janeiro
– Grupo de leigos católicos (gays e heterossexuais)
acompanhados por um padre jesuíta, reunidos em
uma CVX – Comunidade de Vida Cristã
– Interesse em formar um grupo católico inclusivo
– Julho de 2007: lançamento do site do grupo
Contexto eparticipantes
– Frentes de atuação:
• Acolhida e acompanhamento de gays católicos
• Trabalho de publicização do debate
– Consolidação do grupo
• Reuniões mensais/quinzenais
• Acompanhamento de iniciativas semelhantes no país
• Formação de rede com outras iniciativas pelo mundo
• Promoção de eventos de discussão e troca de
experiência
Passeata organizada com a ICM - Betel, em para
protesto contra a derrubada no Kit Anti-Homofobia.
Primeiro evento público do
grupo. Início dos contatos
da pesquisa
Forte presença na mídia
digital e impressa,
especialmente na época
da JMJ Rio 2013
Encontro de relatos e
experiências organizado
durante a Jornada Mundial
da Juventude. Participação
do grupo americano
“Equally Blessed”
Geração dedados
• Cunho etnográfico da pesquisa
– Preferimos trabalhar com o contexto mais interno, e não
com a atuação pública do grupo.
• Entrevistas semiestruturadas
– Narrativas de vida
A narrativa está entre os mais importantes recursos de criação e
manutenção de identidade pessoal. Ela é um recurso significante para
criar o nosso senso interno e privado de si e é, mais ainda, um recurso
para transmitir este senso para os outros, e negociá-lo com eles.
(Linde, 1993, p. 98)
– 06 participantes voluntários – 03 homens gays, 01 homem
bissexual, 02 mulheres lésbicas. Todos cissexuais.
Procedimentos deanálisededados
• Enquadre metodológico para a ADC
(Chouliaraki & Fairclough, 1999)
– Categorias de análise segundo Fairclough (2003)
– Análise textual: apoio em categorias da Gramática
Sistêmico Funcional hallidayana (Gouveia, 2009;
Fuzer & Cabral, 2010)
• Software: WordSmith Tools 6.0
– Ferramentas: Wordlist, Concordance
Estágioatualdepesquisa
• Análise do significado representacional
– Sistema de transitividade
– Como os participantes representam:
• a si (ocorrências de “eu”, “mim” e “me”);
• a questões relacionadas à fé/igreja/religiosidade;
• à homossexualidade
• Apresentaremos aqui discussões prévias, a
partir da “análise-piloto” de duas narrativas.
Ester
Papeis
assumidos por
“eu”, “mim” e
“me”, de acordo
com o sistema
de transitividade
da GSF
Ezequiel
Papeis
assumidos por
“eu”, “mim” e
“me”, de acordo
com o sistema
de transitividade
da GSF
Ator Dizente Experienc. Portador Comport. Existente Circunst. Fenômeno Receptor Meta Benefic. Verbiagem
Ester 26,10% 10,90% 28,40% 18,50% 5,30% 0,30% 0,30% 1,00% 3,30% 4,30% 1,00% 0,70%
Ezequiel 21,40% 6,30% 39,60% 10,10% 0,60% 4,40% 4,40% 3,10% 4,40% 3,80% 1,90% 0,00%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
Quantidadedeocorrências(emporcentagem)
Representação de si – comparação de dados
Sobreo“eu”
• Ezequiel aparece mais significativamente como
Experienciador: maior uso de processos
mentais.
– Em Ester: predominância de processos mentais
perceptivos/cognitivos
– Em Ezequiel: predominância de processos mentais
afetivos, geralmente associados a conflito e
sofrimento.
Estereu me lembro da minha primeira aula de religião.
Lá pelos meus 14, 15 anos, eu descobri essa coisa incrível
que é a masturbação. Né? Tava na época. Aí eu ouvi que
masturbação era pecado. (...). Mas aí assim: aí eu não
entendia, porque assim, brigar, fazer malcriação pro pai, não
sei quê, tudo bem, dá pra entender qual é o conceito do
erro, porque você prejudica alguém, né?
eu descobri que eu tinha sido apaixonada por uma menina
no colégio. Que eu achava que era a minha melhor amiga,
como geralmente acontece com as meninas, principalmente,
né.
Aí eu entendi, “ahh, eu era apaixonada por ela. Tá. Então
eu sou gay”
Porque eu sabia que era um pecado mais sério, aí eu não
comungava mais.
EzequielPorque eu lembro assim que uma das coisas que eu falei foi
que desde que minha avó tinha morrido, eu nunca tinha me
sentido tão próximo de Deus. Porque assim, o meu Deus
era esse da minha avó, um Deus de amor, um Deus que
me aceitava, um Deus que me amava. E depois que ela
morreu, parece que eu fiquei buscando esse Deus na Igreja
e não encontrava mais, não encontrei mais isso em lugar
nenhum. E naquele momento ali, eu me reconciliei
totalmente com a Igreja e realmente eu senti ali realmente
isso, eu senti que eu voltei pra esse meu ponto de partida
em relação a minha fé.
não é em qualquer igreja, não é qualquer missa, não é
qualquer padre que eu me sinto à vontade.
Eu preciso que naquele momento eu me sinta preparado. E
pra eu me sentir preparado, vai depender da igreja onde eu
tô, do padre que tá celebrando, do meu momento naquele
dia, de como que eu tô me sentindo.
Sobreasexualidade
• Ester utiliza mais frequentemente de processos
relacionais atributivos, representando a si como
“Portador”
– Relativa recorrência do termo “gay” como atributo,
geralmente utilizado com o processo “ser”.
– Por outro lado, em Ezequiel, a homossexualidade é
apenas pressuposta, com raras menções explícitas.
Ester8 anos eu descobri que eu era gay. E eu descobri que eu era
gay. E eu descobri que eu era gay da forma mais... eu era ma
smo. E eu descobri que eu era gay fazendo terapia. Em teoria
ada por ela. Tá. Então eu sou gay”. Tá. E aí eu avisei pra t
os próximos assim, que eu era gay. E eu fiquei sendo gay. Ma
eu era gay. E eu fiquei sendo gay. Mas tipo, eu nunca tinha
uns três ou quatro anos sendo gay sem nunca ter ficado com u
Aí, nesse período que eu era gay sem nunca ter ficado com n
as. Aí começa: “porque eu sou gay, padre”. Aí o padre já gel
á me confessar, falar “eu sou gay, me perdoa”. Eu falava “eu
me perdoa”. Eu falava “eu sou gay e queria saber porque que
ue eu nunca fui falar “eu sou gay, me perdoa”. Nunca fui nes
hegado à conclusão que eu era gay em noventa e... três. 92 p
de que definitivamente eu era gay. Eu tinha ficado com uns t
!... E definitivamente eu sou gay. Sem sombra de dúvida. Mas
re Bartolomeu: “padre, eu sou gay, e queria entender porque
dora? Ela já sabia que eu era gay. Acho que ela sabia. Mas e
ive o padre, sabia que eu era gay. Foi nesse momento que pel
sada com a Raquel, que eu sou gay, porque assim... quando to
EzequielE aí é uma questão que sempre aparece e eu vivo
essa questão, e eu acho que vou viver pelo resto
da minha vida...
Lá em Fortaleza também eu frequento a igreja
(...). Nunca cheguei a falar nada, mas também não
deixei de falar. Nunca falei pra ninguém, até
porque é uma igreja bem... as pessoas que
frequentam são bem conservadoras e tudo, não
sei exatamente qual é a postura do padre lá...
(...) minha mãe ser uma pessoa que sabe tudo da
minha vida depois de um longo processo também.
(...) Eu nunca tinha sido completamente assumido
com a minha mãe, a ponto de falar qualquer coisa.
Sobreareligião
• Como representam a Igreja e seu discurso?
• Recorrência da palavra “Igreja”;
– Maior presença na narrativa de Ezequiel
– Termo quase não aparece com a função de “Dizente”
(participantes não mencionam ou debatem aquilo que
a Igreja “diz” ou “orienta”).
“Achava muito difícil conseguir conciliar uma coisa com a outra
justamente porque o magistério oficial da igreja é muito claro
em relação aos atos homossexuais”
– Representação mais recorrente: circunstância de lugar
Sobreareligião
• Voz institucional reverberada na representação
de “padre” – como categoria genérica ou como
sujeitos específicos.
• Recorrências:
– Ezequiel: “padre” como Dizente e como Ator;
– Ester: “padre” como Receptor e como
Comportante;
EzequielAgora nesse primeiro encontro, o padre Jeremias falou duas
coisas fundamentais que me norteiam em relação a essa
questão da confissão e da comunhão. Uma é que ele disse
assim: “todos estão convidados a comungar.
o padre daí, antes da comunhão, ele faz aquele preâmbulo
que foi discutido também ontem na reunião: “só as
pessoas que estejam preparadas e que se confessaram é
que podem vir comungar”. Então, sabe? Não vou! Porque
assim, pra eu me sentir preparado...
Mas outra coisa que o padre falou nesse primeiro encontro,
que eu também nunca esqueci, é que diz assim, que a
hóstia não é uma medalha de bom comportamento. Então
essa é uma coisa que eu também nunca me esqueço.
Então eu me sinto autorizado a comungar.
EsterEu ia de igreja em igreja. Cada semana eu
experimentava uma igreja diferente,
descobria o horário da confissão e ia lá
perguntar pro padre por que que
masturbação era pecado!
Aí um dia lá vai a Ester se confessar com o
pobre do padre Tobias. Aí começa: “porque
eu sou gay, padre”. Aí o padre já gela, né?
“Aí eu queria entender porque que isso é
pecado”. Eu não ia lá me confessar, falar
“eu sou gay, me perdoa”. Eu falava “eu
sou gay e queria saber porque que isso é
pecado!”
Algunsapontamentos
• Organização discursiva do conflito:
– Ezequiel: invisibilização da própria homossexualidade;
demanda por tutela eclesial;
– Ester: conflito como confronto, no nível da razão.
• Diante da pergunta: “como pertencer a uma
instituição que te condena?”
– “Igreja” não representada como instituição: até que
ponto o discurso “oficial” interessa a esses sujeitos?
– Pertencimento às redes de práticas: centralidade da
experiência da comunhão, vínculo maior com padres
próximos, e não com a hierarquia.
Próximasetapas
• Aprofundamento das discussões nas análises das
outras narrativas.
• Investigar mais aspectos sobre a representação
dos conflitos relacionados a fé e a
homossexualidade – e a eventual superação deles.
• Analisar a representação do grupo Diversidade
Católica, também a partir do sistema de
transitividade;
• Análise de categorias relativas ao significado
identificacional: modalidade e avaliação
Referências Bibliográficas
ARAÚJO, Murilo Silva de; CALEIRO, Maurício de Medeiros. A fé e os afetos: Diversidade Sexual,
Catolicismo e Protestantismo em sites de grupos cristãos inclusivos In: XVI Congresso de Ciências da
Comunicação da Região Sudeste, 2011, São Paulo. Anais do XVI Congresso de Comunicação da Região
Sudeste. São Paulo: Intercom, 2011.
ARAÚJO, Murilo Silva de. “E o que eu pregava, eu estava vivendo”: Identidade social e identidade
discursiva na narrativa de vida de um católico gay. (no prelo)
BUTLER, J. Problemas de Gênero: Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2003 [1990].
CHOULIARAKI, Lilie; FAIRCLOUGH, Norman. Discourse in Late Modernity: Rethinking Critical Discourse
Analysis. Edinburgh: Edinburgh University Press, 1999.
FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e Mudança Social. Brasília: UnB, 2001 [1992].
______. Analysing Discourse:Textual analysis for social research. New York: Routledge, 2003.
Referências Bibliográficas
FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. 8 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012 [1969].
______. Vigiar e Punir. 39 ed. Petrópolis: Vozes, 2011 [1975].
______. História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. Rio de Janeiro: Graal, 1988 [1976].
______. A Ordem do Discurso. 21 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2011 [1970].
GOMES, Ademildo; TRASFERETTI, José. Homossexualidade: orientações formativas e pastorais. São
Paulo: Paulus, 2011.
GOMES, Maria Carmen Aires. Considerações sobre os estudos críticos discursivos: o projeto social
discursivo de Norman Fairclough. In: GOMES, Maria Carmen Aires; MELO, Mônica de Santos Souza;
CATALDI, Cristiane (Orgs.). Gênero Discursivo, Mídia e Identidade. Viçosa: Editora UFV, 2007.
GOUVEIA, Carlos A. M. Texto e Gramática: uma introdução à Linguística Sistêmico Funcional. Matraga,
Rio de Janeiro, v. 16, n. 24, jan./jun. 2009.
Referências Bibliográficas
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
LINDE, Charlotte. Life stories. The creation of coherence. New York: Oxford University Press, 1993.
LOURO, Guacira Lopes. Teoria queer: uma política pós-identitária para a educação. Revista Estudos
Feministas, Florianópolis, v. 9, n. 2, 2001.
______. Foucault e os estudos queer. In: RAGO, Margareth; VEIGA-NETO, Alfredo (orgs.). Para uma vida
não-facista. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
MISKOLCI, Richard. Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo Horizonte: Autêntica; UFOP –
Universidade Federal de Ouro Preto, 2012.
MUSSKOPF, André Sidnei. A Teologia que sai do armário - um depoimento teológico. Impulso, Piracicaba,
14(34): 129-146, 2003.
______. À meia luz: a emergência de uma teologia gay: Seus dilemas e possibilidades. Cadernos IHU
Ideias. São Leopoldo, ano 3, n. 32, p 01-34, 2005a.
Referências Bibliográficas
______. Talar Rosa: Homossexuais e o Ministério na Igreja. São Leopoldo: Oikos, 2005b.
______. Via(da)gens teológicas: itinerários para uma teologia queer no Brasil. São Leopoldo: EST/PPG,
2008.
NATIVIDADE, Marcelo. Homossexualidade, Gênero e Cura em Perspectivas Pastorais
Evangélicas. Revista Brasileira de Ciências Sociais. vol. 21, no 61, junho/2006.
NATIVIDADE, Marcelo; OLIVEIRA, Leandro de. Sexualidades ameaçadoras: religião e
homofobia(s) em discursos evangélicos conservadores. Sexualidad, Salud y Sociedad - Revista
Latinoamericana. n. 2, pp.121-161, 2009.
PENNYCOOCK, Alastair. Uma linguística aplicada transgressiva. In. MOITA LOPES, Luis Paulo
da (org.) Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.
RAMALHO, Viviane; RESENDE, Viviane de Melo. Análise de Discurso (para a) Crítica: O
texto como material de pesquisa. Campinas: Pontes, 2011.
Referências Bibliográficas
RESENDE, Viviane de Melo; RAMALHO, Viviane. Análise de Discurso Crítica. São Paulo: Contexto, 2006.
RESENDE, Viviane de Melo. Reflexões teóricas e epistemológicas em torno da Análise de Discurso Crítica.
Polifonia. Cuiabá, n. 17, pp 125-140, 2009.
REVEL, Judith. Michel Foucault: conceitos essenciais. São Carlos: Claraluz, 2005.
SALIH, Sara. Judith Butler e a Teoria Queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
SCHIFFRIN, Deborah. Narrative as Self-portrait: sociolinguistic constructions of identity. In: Language in
Society, 25, 167-203, 1996.
WEISS DE JESUS, Fátima. A Cruz e o Arco-íris: Refletindo sobre gênero e sexualidade a partir de uma
“igreja inclusiva” no Brasil. Ciências Sociais e Religião. Porto Alegre, ano 12, n. 12, p. 131-146, outubro de
2010.
WODAK, Ruth. Do que trata a ACD – um resumo de sua história, conceitos importantes e seus
desenvolvimentos. Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, v. 4, n.esp, p. 223-243, 2004.
Obrigado!
“corpo é alado
corpo é sentido
corpo não é pecado
corpo não é proibido
fora do corpo
não há salvação
corpo é santo
não é perdição.”

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O Amor de Cristo nos Uniu - Seminário de Qualificação

  • 1. “OamordeCristonos uniu”: Construções identitáriasemudança social emnarrativasdevidadegays cristãos do grupoDiversidadeCatólica Murilo Silva de Araújo Orientação: Prof.ª Dr.ª Maria Carmen Aires Gomes Mestrado em Letras | Estudos Linguísticos | UFV
  • 2. Introdução • Motivações: – Tema interessante no contexto contemporâneo • Conflitos entre religiosos e movimento LGBT • Atuação de fundamentalistas cristãos na política – Fé e homossexualidade em minha trajetória pessoal
  • 3. Introdução • Interesses de pesquisa: – Como os participantes articulam as identidades gay e católica, que são tomadas como antagônicas? – Como se relacionam com o discurso oficial da Igreja? – A participação no Diversidade Católica perpassa as suas trajetórias de modo significativo, no que diz respeito ao processo de construção de suas identidades? – Quais relações de poder e hegemonia se instalam nos seus discursos?
  • 4. Introdução • Lugar de pesquisa: – Análise de Discurso Crítica (Fairclough, 2001 [1992], 2003; Chouliaraki & Fairclough, 1999) – Instrumental útil para análise das questões relativas a identidades e representações sociais; e das disputas ideológicas de poder e hegemonia. • Diálogos transdisciplinares – Teoria Queer (Butler, 2003 [1990]; Foucault, 1988 [1976]) – Teologia Moral Católica (Gomes & Trasferetti, 2011; Catecismo da Igreja Católica e outros documentos) – Teologia Queer (Musskopf, 2003, 2005a, 2005b, 2008) – Antropologia (Natividade, 2006; Weiss de Jesus, 2010)
  • 5. Objetivos Objetivo geral: Compreender, através de análise discursivo-crítica, os processos de construção e afirmação de uma identidade gay cristã, em narrativas de vida de membros do grupo Diversidade Católica, bem como as apropriações do discurso pelos sujeitos de pesquisa, como estratégia de intervenção e mudança nos contextos eclesiais e sociais.
  • 6. Objetivos • Objetivos específicos: – Investigar na trajetória dos sujeitos importância da participação no grupo Diversidade Católica para o seu processo de afirmação identitária gay; – Identificar no discurso dos participantes os modos de reconfiguração e contestação do discurso oficial da Igreja; – Fomentar discussões no campo científico a respeito da relação entre sexualidades não-heterossexuais e a prática religiosa católica. – Contribuir para o aumento da visibilidade de pessoas e grupos homossexuais católicos.
  • 8. AnálisedeDiscursoCrítica • Ramo da Linguística consolidado nos anos 90 – Desenvolvimento de agenda política engajada e crítica no campo dos estudos linguísticos • Chouliaraki & Fairclough (1999): questões sociais são questões sobre o discurso, e vice- versa. – Análises linguísticas/semióticas de textos e interações têm um papel a desempenhar nas análises sociais;
  • 9. AnálisedeDiscursoCrítica • Relação dialética: – A linguagem, ao mesmo tempo em que é moldada e constrangida pela estrutura social, também tem poder de intervenção sobre essa estrutura, na medida em que constitui o mundo em significado. – Análise social é importante porque justifica a investigação dos textos e discursos; – Análise linguística é importante porque alimenta a crítica e possibilita compreender os problemas sociais; • Análise do Discurso Textualmente Orientada (ADTO): Fairclough (2001 [1992], 2003); Chouliaraki & Fairclough, (1999).
  • 10. Conceitos fundamentais • Prática: modos habitualizados, ligados a tempos e espaços particulares, em que as pessoas aplicam recursos (materiais ou simbólicos) para agir conjuntamente no mundo. (Chouliaraki & Fairclough, 1999) – Momentos da prática: “partes” de práticas sociais particulares, que existem simultaneamente nelas, de modo a internalizarem e se articularem com outros momentos, sem serem reduzidos a eles. • Discurso como momento discursivo das práticas sociais. • Momentos da prática possuem também os seus “momentos internos”. No momento discursivo, os momentos internos se articulam em função das ordens do discurso: gêneros, discursos e estilos
  • 11.
  • 12. Trêstiposdesignificado • Diálogo com a Linguística Sistêmico Funcional de Halliday - noção de multifuncionalidade da linguagem • Gêneros, discursos e estilos como três tipos de significado (em vez de funções): – Gêneros como modos de ação/interação: significado acional – Discursos como modos de representação: significado representacional – Estilos como modos de identificação: significado identificacional
  • 13. Homossexualidade nocatolicismo • Distinção entre homossexualidade e atos homossexuais. – Reconhecimento de “tendências homossexuais profundamente enraizadas” – Homossexualidade como tendência desordenada, mas que não constitui pecado, por si só. • Fundamento do sexo/casamento: procriação – Práticas sexuais sem essa finalidade são contra a castidade. – Atos homossexuais: mesma categoria de pecado que masturbação ou uso de preservativos – Orientação pastoral: contenção sexual, celibato.
  • 14. TeoriaQueer • Identidade como performance: – As identidades, bem como o gênero, não são pré- discursivas, ou, em outro termo, “pré-formadas”. Pelo contrário, somos continuamente (e discursivamente) construídos por uma série de atos de identidade que desempenhamos como uma série de per-formances sociais e culturais. – Não existe um “eu” fora do nível da linguagem, “uma vez que a identidade é uma prática significante, e os sujeitos culturalmente inteligíveis são efeitos e não causas dos discursos que ocultam a sua atividade.” (Salih, 2012, p. 91)
  • 15. Visõesemconfronto... • Na perspectiva católica: homossexualidade como “tendência profundamente enraizada” (portanto anterior, pré-discursiva), que pode – mas não deve - se manifestar em “atos homossexuais”. • Na perspectiva queer: os “atos [performativos] homossexuais” são o que constituem, reproduzem e “perpetuam” a homossexualidade. Caminhos essencialmente inversos...
  • 16. Umateologiaqueer? • Proposta que causa certo estranhamento... • Pessoas “queer” sempre produziram Teologia – mas não a partir de um “lugar queer” de reflexão. • Teologias da Libertação: Teologia Negra, Feminista, Gay/Homossexual/Inclusiva, Queer. • Proposta: entender como pessoas “queer” leem a Bíblia, e quais contribuições podem dar para a superação de “chaves de leitura” heteronormativas usadas na interpretação das Escrituras.
  • 17. Via(da)gensteológicas • Em consonância com o projeto da teoria queer, rompe com binarismos criados em torno do gênero e da sexualidade, que são tomados como dados, pré- discursivos, anteriores à constituição do texto bíblico. – Olhar que parte não do texto em si, mas das experiências corpóreas e performances queer, quem podem fornecer chaves de leitura problematizadoras (Musskopf, 2008). – “O próprio contexto bíblico é queer na sua formação, não apresentando um modelo de identidade monolítico e excluindo outros” (Musskopf, 2003, p. 143)
  • 19. Contexto eparticipantes • Grupo Diversidade Católica – Surgimento em 2006, no Rio de Janeiro – Grupo de leigos católicos (gays e heterossexuais) acompanhados por um padre jesuíta, reunidos em uma CVX – Comunidade de Vida Cristã – Interesse em formar um grupo católico inclusivo – Julho de 2007: lançamento do site do grupo
  • 20. Contexto eparticipantes – Frentes de atuação: • Acolhida e acompanhamento de gays católicos • Trabalho de publicização do debate – Consolidação do grupo • Reuniões mensais/quinzenais • Acompanhamento de iniciativas semelhantes no país • Formação de rede com outras iniciativas pelo mundo • Promoção de eventos de discussão e troca de experiência
  • 21. Passeata organizada com a ICM - Betel, em para protesto contra a derrubada no Kit Anti-Homofobia.
  • 22. Primeiro evento público do grupo. Início dos contatos da pesquisa
  • 23. Forte presença na mídia digital e impressa, especialmente na época da JMJ Rio 2013
  • 24. Encontro de relatos e experiências organizado durante a Jornada Mundial da Juventude. Participação do grupo americano “Equally Blessed”
  • 25. Geração dedados • Cunho etnográfico da pesquisa – Preferimos trabalhar com o contexto mais interno, e não com a atuação pública do grupo. • Entrevistas semiestruturadas – Narrativas de vida A narrativa está entre os mais importantes recursos de criação e manutenção de identidade pessoal. Ela é um recurso significante para criar o nosso senso interno e privado de si e é, mais ainda, um recurso para transmitir este senso para os outros, e negociá-lo com eles. (Linde, 1993, p. 98) – 06 participantes voluntários – 03 homens gays, 01 homem bissexual, 02 mulheres lésbicas. Todos cissexuais.
  • 26. Procedimentos deanálisededados • Enquadre metodológico para a ADC (Chouliaraki & Fairclough, 1999) – Categorias de análise segundo Fairclough (2003) – Análise textual: apoio em categorias da Gramática Sistêmico Funcional hallidayana (Gouveia, 2009; Fuzer & Cabral, 2010) • Software: WordSmith Tools 6.0 – Ferramentas: Wordlist, Concordance
  • 27. Estágioatualdepesquisa • Análise do significado representacional – Sistema de transitividade – Como os participantes representam: • a si (ocorrências de “eu”, “mim” e “me”); • a questões relacionadas à fé/igreja/religiosidade; • à homossexualidade • Apresentaremos aqui discussões prévias, a partir da “análise-piloto” de duas narrativas.
  • 28. Ester Papeis assumidos por “eu”, “mim” e “me”, de acordo com o sistema de transitividade da GSF
  • 29. Ezequiel Papeis assumidos por “eu”, “mim” e “me”, de acordo com o sistema de transitividade da GSF
  • 30. Ator Dizente Experienc. Portador Comport. Existente Circunst. Fenômeno Receptor Meta Benefic. Verbiagem Ester 26,10% 10,90% 28,40% 18,50% 5,30% 0,30% 0,30% 1,00% 3,30% 4,30% 1,00% 0,70% Ezequiel 21,40% 6,30% 39,60% 10,10% 0,60% 4,40% 4,40% 3,10% 4,40% 3,80% 1,90% 0,00% 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00% Quantidadedeocorrências(emporcentagem) Representação de si – comparação de dados
  • 31. Sobreo“eu” • Ezequiel aparece mais significativamente como Experienciador: maior uso de processos mentais. – Em Ester: predominância de processos mentais perceptivos/cognitivos – Em Ezequiel: predominância de processos mentais afetivos, geralmente associados a conflito e sofrimento.
  • 32. Estereu me lembro da minha primeira aula de religião. Lá pelos meus 14, 15 anos, eu descobri essa coisa incrível que é a masturbação. Né? Tava na época. Aí eu ouvi que masturbação era pecado. (...). Mas aí assim: aí eu não entendia, porque assim, brigar, fazer malcriação pro pai, não sei quê, tudo bem, dá pra entender qual é o conceito do erro, porque você prejudica alguém, né? eu descobri que eu tinha sido apaixonada por uma menina no colégio. Que eu achava que era a minha melhor amiga, como geralmente acontece com as meninas, principalmente, né. Aí eu entendi, “ahh, eu era apaixonada por ela. Tá. Então eu sou gay” Porque eu sabia que era um pecado mais sério, aí eu não comungava mais.
  • 33. EzequielPorque eu lembro assim que uma das coisas que eu falei foi que desde que minha avó tinha morrido, eu nunca tinha me sentido tão próximo de Deus. Porque assim, o meu Deus era esse da minha avó, um Deus de amor, um Deus que me aceitava, um Deus que me amava. E depois que ela morreu, parece que eu fiquei buscando esse Deus na Igreja e não encontrava mais, não encontrei mais isso em lugar nenhum. E naquele momento ali, eu me reconciliei totalmente com a Igreja e realmente eu senti ali realmente isso, eu senti que eu voltei pra esse meu ponto de partida em relação a minha fé. não é em qualquer igreja, não é qualquer missa, não é qualquer padre que eu me sinto à vontade. Eu preciso que naquele momento eu me sinta preparado. E pra eu me sentir preparado, vai depender da igreja onde eu tô, do padre que tá celebrando, do meu momento naquele dia, de como que eu tô me sentindo.
  • 34. Sobreasexualidade • Ester utiliza mais frequentemente de processos relacionais atributivos, representando a si como “Portador” – Relativa recorrência do termo “gay” como atributo, geralmente utilizado com o processo “ser”. – Por outro lado, em Ezequiel, a homossexualidade é apenas pressuposta, com raras menções explícitas.
  • 35. Ester8 anos eu descobri que eu era gay. E eu descobri que eu era gay. E eu descobri que eu era gay da forma mais... eu era ma smo. E eu descobri que eu era gay fazendo terapia. Em teoria ada por ela. Tá. Então eu sou gay”. Tá. E aí eu avisei pra t os próximos assim, que eu era gay. E eu fiquei sendo gay. Ma eu era gay. E eu fiquei sendo gay. Mas tipo, eu nunca tinha uns três ou quatro anos sendo gay sem nunca ter ficado com u Aí, nesse período que eu era gay sem nunca ter ficado com n as. Aí começa: “porque eu sou gay, padre”. Aí o padre já gel á me confessar, falar “eu sou gay, me perdoa”. Eu falava “eu me perdoa”. Eu falava “eu sou gay e queria saber porque que ue eu nunca fui falar “eu sou gay, me perdoa”. Nunca fui nes hegado à conclusão que eu era gay em noventa e... três. 92 p de que definitivamente eu era gay. Eu tinha ficado com uns t !... E definitivamente eu sou gay. Sem sombra de dúvida. Mas re Bartolomeu: “padre, eu sou gay, e queria entender porque dora? Ela já sabia que eu era gay. Acho que ela sabia. Mas e ive o padre, sabia que eu era gay. Foi nesse momento que pel sada com a Raquel, que eu sou gay, porque assim... quando to
  • 36. EzequielE aí é uma questão que sempre aparece e eu vivo essa questão, e eu acho que vou viver pelo resto da minha vida... Lá em Fortaleza também eu frequento a igreja (...). Nunca cheguei a falar nada, mas também não deixei de falar. Nunca falei pra ninguém, até porque é uma igreja bem... as pessoas que frequentam são bem conservadoras e tudo, não sei exatamente qual é a postura do padre lá... (...) minha mãe ser uma pessoa que sabe tudo da minha vida depois de um longo processo também. (...) Eu nunca tinha sido completamente assumido com a minha mãe, a ponto de falar qualquer coisa.
  • 37. Sobreareligião • Como representam a Igreja e seu discurso? • Recorrência da palavra “Igreja”; – Maior presença na narrativa de Ezequiel – Termo quase não aparece com a função de “Dizente” (participantes não mencionam ou debatem aquilo que a Igreja “diz” ou “orienta”). “Achava muito difícil conseguir conciliar uma coisa com a outra justamente porque o magistério oficial da igreja é muito claro em relação aos atos homossexuais” – Representação mais recorrente: circunstância de lugar
  • 38. Sobreareligião • Voz institucional reverberada na representação de “padre” – como categoria genérica ou como sujeitos específicos. • Recorrências: – Ezequiel: “padre” como Dizente e como Ator; – Ester: “padre” como Receptor e como Comportante;
  • 39. EzequielAgora nesse primeiro encontro, o padre Jeremias falou duas coisas fundamentais que me norteiam em relação a essa questão da confissão e da comunhão. Uma é que ele disse assim: “todos estão convidados a comungar. o padre daí, antes da comunhão, ele faz aquele preâmbulo que foi discutido também ontem na reunião: “só as pessoas que estejam preparadas e que se confessaram é que podem vir comungar”. Então, sabe? Não vou! Porque assim, pra eu me sentir preparado... Mas outra coisa que o padre falou nesse primeiro encontro, que eu também nunca esqueci, é que diz assim, que a hóstia não é uma medalha de bom comportamento. Então essa é uma coisa que eu também nunca me esqueço. Então eu me sinto autorizado a comungar.
  • 40. EsterEu ia de igreja em igreja. Cada semana eu experimentava uma igreja diferente, descobria o horário da confissão e ia lá perguntar pro padre por que que masturbação era pecado! Aí um dia lá vai a Ester se confessar com o pobre do padre Tobias. Aí começa: “porque eu sou gay, padre”. Aí o padre já gela, né? “Aí eu queria entender porque que isso é pecado”. Eu não ia lá me confessar, falar “eu sou gay, me perdoa”. Eu falava “eu sou gay e queria saber porque que isso é pecado!”
  • 41. Algunsapontamentos • Organização discursiva do conflito: – Ezequiel: invisibilização da própria homossexualidade; demanda por tutela eclesial; – Ester: conflito como confronto, no nível da razão. • Diante da pergunta: “como pertencer a uma instituição que te condena?” – “Igreja” não representada como instituição: até que ponto o discurso “oficial” interessa a esses sujeitos? – Pertencimento às redes de práticas: centralidade da experiência da comunhão, vínculo maior com padres próximos, e não com a hierarquia.
  • 42. Próximasetapas • Aprofundamento das discussões nas análises das outras narrativas. • Investigar mais aspectos sobre a representação dos conflitos relacionados a fé e a homossexualidade – e a eventual superação deles. • Analisar a representação do grupo Diversidade Católica, também a partir do sistema de transitividade; • Análise de categorias relativas ao significado identificacional: modalidade e avaliação
  • 43. Referências Bibliográficas ARAÚJO, Murilo Silva de; CALEIRO, Maurício de Medeiros. A fé e os afetos: Diversidade Sexual, Catolicismo e Protestantismo em sites de grupos cristãos inclusivos In: XVI Congresso de Ciências da Comunicação da Região Sudeste, 2011, São Paulo. Anais do XVI Congresso de Comunicação da Região Sudeste. São Paulo: Intercom, 2011. ARAÚJO, Murilo Silva de. “E o que eu pregava, eu estava vivendo”: Identidade social e identidade discursiva na narrativa de vida de um católico gay. (no prelo) BUTLER, J. Problemas de Gênero: Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003 [1990]. CHOULIARAKI, Lilie; FAIRCLOUGH, Norman. Discourse in Late Modernity: Rethinking Critical Discourse Analysis. Edinburgh: Edinburgh University Press, 1999. FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e Mudança Social. Brasília: UnB, 2001 [1992]. ______. Analysing Discourse:Textual analysis for social research. New York: Routledge, 2003.
  • 44. Referências Bibliográficas FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. 8 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012 [1969]. ______. Vigiar e Punir. 39 ed. Petrópolis: Vozes, 2011 [1975]. ______. História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. Rio de Janeiro: Graal, 1988 [1976]. ______. A Ordem do Discurso. 21 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2011 [1970]. GOMES, Ademildo; TRASFERETTI, José. Homossexualidade: orientações formativas e pastorais. São Paulo: Paulus, 2011. GOMES, Maria Carmen Aires. Considerações sobre os estudos críticos discursivos: o projeto social discursivo de Norman Fairclough. In: GOMES, Maria Carmen Aires; MELO, Mônica de Santos Souza; CATALDI, Cristiane (Orgs.). Gênero Discursivo, Mídia e Identidade. Viçosa: Editora UFV, 2007. GOUVEIA, Carlos A. M. Texto e Gramática: uma introdução à Linguística Sistêmico Funcional. Matraga, Rio de Janeiro, v. 16, n. 24, jan./jun. 2009.
  • 45. Referências Bibliográficas HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006. LINDE, Charlotte. Life stories. The creation of coherence. New York: Oxford University Press, 1993. LOURO, Guacira Lopes. Teoria queer: uma política pós-identitária para a educação. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 9, n. 2, 2001. ______. Foucault e os estudos queer. In: RAGO, Margareth; VEIGA-NETO, Alfredo (orgs.). Para uma vida não-facista. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. MISKOLCI, Richard. Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo Horizonte: Autêntica; UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto, 2012. MUSSKOPF, André Sidnei. A Teologia que sai do armário - um depoimento teológico. Impulso, Piracicaba, 14(34): 129-146, 2003. ______. À meia luz: a emergência de uma teologia gay: Seus dilemas e possibilidades. Cadernos IHU Ideias. São Leopoldo, ano 3, n. 32, p 01-34, 2005a.
  • 46. Referências Bibliográficas ______. Talar Rosa: Homossexuais e o Ministério na Igreja. São Leopoldo: Oikos, 2005b. ______. Via(da)gens teológicas: itinerários para uma teologia queer no Brasil. São Leopoldo: EST/PPG, 2008. NATIVIDADE, Marcelo. Homossexualidade, Gênero e Cura em Perspectivas Pastorais Evangélicas. Revista Brasileira de Ciências Sociais. vol. 21, no 61, junho/2006. NATIVIDADE, Marcelo; OLIVEIRA, Leandro de. Sexualidades ameaçadoras: religião e homofobia(s) em discursos evangélicos conservadores. Sexualidad, Salud y Sociedad - Revista Latinoamericana. n. 2, pp.121-161, 2009. PENNYCOOCK, Alastair. Uma linguística aplicada transgressiva. In. MOITA LOPES, Luis Paulo da (org.) Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. RAMALHO, Viviane; RESENDE, Viviane de Melo. Análise de Discurso (para a) Crítica: O texto como material de pesquisa. Campinas: Pontes, 2011.
  • 47. Referências Bibliográficas RESENDE, Viviane de Melo; RAMALHO, Viviane. Análise de Discurso Crítica. São Paulo: Contexto, 2006. RESENDE, Viviane de Melo. Reflexões teóricas e epistemológicas em torno da Análise de Discurso Crítica. Polifonia. Cuiabá, n. 17, pp 125-140, 2009. REVEL, Judith. Michel Foucault: conceitos essenciais. São Carlos: Claraluz, 2005. SALIH, Sara. Judith Butler e a Teoria Queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2012. SCHIFFRIN, Deborah. Narrative as Self-portrait: sociolinguistic constructions of identity. In: Language in Society, 25, 167-203, 1996. WEISS DE JESUS, Fátima. A Cruz e o Arco-íris: Refletindo sobre gênero e sexualidade a partir de uma “igreja inclusiva” no Brasil. Ciências Sociais e Religião. Porto Alegre, ano 12, n. 12, p. 131-146, outubro de 2010. WODAK, Ruth. Do que trata a ACD – um resumo de sua história, conceitos importantes e seus desenvolvimentos. Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, v. 4, n.esp, p. 223-243, 2004.
  • 48. Obrigado! “corpo é alado corpo é sentido corpo não é pecado corpo não é proibido fora do corpo não há salvação corpo é santo não é perdição.”