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Por uma queerificação do Catolicismo: 
disputas de significado sobre fé e sexualidade em narrativas de vida de católicos gays 
Murilo Silva de Araújo Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Linguística Aplicada Universidade Federal do Rio de Janeiro
Motivações 
•“Configurações” da homofobia no Brasil 
•Relação polêmica entre religiões cristãs e a questão das (homo)sexualidades. 
•Trajetória pessoal 
–Formação religiosa; vivência gay 
–Trabalho de pastoral com jovens gays na Igreja 
–Contato com o grupo Diversidade Católica
Panorama acadêmico 
•Diversos estudos sobre movimento inclusivo protestante/evangélico 
•Poucas referências à questão inclusiva no contexto católico: 
–Weiss de Jesus (2010); Natividade (2008); Natividade & Oliveira (2009); 
–Valéria Melki Busin (2008) 
–Machado & Piccolo: Religiões e Homossexualidades (2011) 
•Escassez de trabalhos com foco linguístico-discursivo.
Percursos de pesquisa 
•Dissertação de mestrado: “O amor de Cristo nos uniu”: Construções identitárias e mudança social em narrativas de vida de gays cristãos do grupo Diversidade Católica (Araújo, 2014) 
•“Projeto”: uma “queerização” da religião 
–Abrir espaço para a discussão do sexo, do corpo, do prazer, da abjeção, permitindo que pessoas LGBT protagonizem a reflexão 
•Recortes, desdobramentos, fluxos, repercussões...
Percursos de pesquisa 
•Eixo de reflexão: 
–Existe um processo de queerização do catolicismo; porém 
–O campo aberto ainda não é aproveitado do ponto de vista da sexualidade 
•Necessidades: 
–Revisitar o que estamos entendendo por “queerização” 
–Olhar novamente para os dados linguístico-discursivos
Vinculações teórico-metodológicas 
•Análise do Discurso Crítica 
–Fairclough (2001 [1992], 2003); Chouliaraki & Fairclough, (1999) 
•Teoria Queer 
–Butler (2003a [1990]); Louro (2001, 2009); Miskolci (2007, 2009, 2012); Salih (2012). 
–Foucault (1988 [1976], 2011 [1970], 2011 [1975], 2011 [1980], 2012 [1969]) 
–Sullivan (2003) 
•Teologia Queer 
–Musskopf (2003, 2005, 2008)
Referencial Teórico
Análise de Discurso Crítica 
•Vivemos em um tempo em que “nada se faz sem discurso”: estudar a linguagem para compreender a sociedade. 
•ADC: ramo da Linguística consolidado nos anos 90 
–Desenvolvimento de agenda política engajada e crítica no campo dos estudos linguísticos 
•Chouliaraki & Fairclough (1999): questões sociais são questões sobre o discurso, e vice-versa.
Análise de Discurso Crítica 
•Relação dialética: 
–A linguagem, ao mesmo tempo em que é moldada e constrangida pela estrutura social, também tem poder de intervenção sobre essa estrutura, na medida em que constitui o mundo em significado. 
–Análise social é importante porque justifica a investigação dos textos e discursos; 
–Análise linguística é importante porque alimenta a crítica e possibilita compreender os problemas sociais;
Teoria Queer 
•Movimento surgimento no início dos anos 1980, no contexto da epidemia da AIDS. 
–Crítica da política de identidade do movimento de liberação homossexual dos anos 60/70; 
–Necessidade de mecanismos mais radicais de atuação;
Teoria Queer 
•Foucault: sexualidade não é apagada, mas produzida discursivamente. 
•Butler: interesse nos modos como a sociedade regula a sexualidade dos sujeitos; como as noções de sexo, gênero e desejo são conformadas enquanto efeitos de determinadas estruturas de poder. 
–Gênero (e identidade em sentido mais amplo), não é pré-discursivo, ou, em outro termo, “pré-formado”. 
–Somos continuamente (e discursivamente) construídos como efeitos de atos de identidade que desempenhamos como per-formances.
Teoria Queer 
•Gênero (e identidade) como performativo: 
A QUESTION OF DOING, NOT A QUESTION OF BEING 
(Sullivan, 2003) 
“FAÇO, LOGO EXISTO” 
•Não existe um “eu” fora do nível da linguagem: os sujeitos são efeitos e não causas dos seus discursos (SALIH, 2012,)
QUEERIFICAR/QUEERIZAR: 
Desestabilizar 
Desessencializar 
Desnormatizar
Metodologia e Análise de dados
Diversidade Católica 
•Surgimento em 2006, no Rio de Janeiro 
•Julho de 2007: lançamento do site do grupo 
•Frentes de atuação: 
–Acolhida e acompanhamento de gays católicos 
–Trabalho de publicização do debate 
–Reuniões mensais 
–Acompanhamento de iniciativas semelhantes no país 
–Composição da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT
Passeata organizada com a ICM - Betel, em para protesto contra a derrubada no Kit Anti-Homofobia.
Primeiro evento público do grupo. Início dos contatos da pesquisa
Encontro de relatos e experiências organizado durante a Jornada Mundial da Juventude. Participação do grupo americano “Equally Blessed”
Aspectos metodológicos 
•Pesquisa de cunho etnográfico 
•06 narrativas de vida: 03 homens gays, 01 homem bissexual, 02 mulheres lésbicas. Todos cissexuais. 
•Categorias de análise – ADC + Gramática Sistêmico Funcional (Halliday, 2004; Fuzer & Cabral, 2010) 
–significado representacional: sistema de transitividade, interdiscursos, metáforas, pressuposições; 
–significado identificacional: modalidade e avaliação.
Pertencimento religioso
Isaías 
Sou de berço católico, fui batizado com vinte dias de nascido. Enquanto eu morava em Niterói, aqui mesmo no estado do Rio, eu tinha uma vida católica, vamos dizer assim, ativa com a minha madrinha, porque ela sempre me levava pra procissão, festividades da semana santa, dias santos, enfim, sempre ia com ela. Muito cedo eu me mudei pra Campos, que fica aqui no norte do estado, com os meus pais, e lá eu morei dos 8 aos 18 anos. Quando eu fiz 14 anos, eu senti a necessidade de começar a frequentar a missa, tal, e fui num encontro onde eu me encontrei na verdade.
Isaías 
Dali até agora eu continuei a seguir, participei de grupo jovem antigamente, participei de comunidades, de aliança, tal. Cheguei a ministrar muitas vezes o grupo jovem, cheguei a pregar no grupo de oração, então eu tinha uma vida ativa dos 14 até os 24 anos... muito ativa, né, pra se dizer, na Igreja.
Isaías 
Aí eu abandonei as lideranças que eu tinha, parei de cantar na igreja, parei de pregar, parei de conduzir grupo jovem, saí da comunidade, e fiquei como apenas como assistente, aquele que vai à missa e vai pra casa.
Isaías 
eu conheci a Igreja Cristã Contemporânea e passei a frequentar... Só que aquilo não era o que eu tava querendo, que pra mim aquilo ali era um grupo de oração, algo que eu ia toda semana, durante a semana, não me preenchia como a missa me preenche. E... aí eu fui me sentindo vazio ainda, eu ia, gostava, tal, era um momento de louvor, principalmente de encontro muito bom com Deus mas não era o que eu queria, faltava alguma coisa. (Isaías)
Ester 
Todo domingo eu tinha que confessar, se não eu não podia comungar. 
Lá em Fortaleza também eu frequento a igreja, com a minha mãe, de São Vicente. E lá eu sempre comungo também, eu ajudo na missa, faço coleta e leio. 
Ezequiel
Pertencimento religioso 
•Presença de léxico e processos ligados ao campo das práticas/performances: 
–Desestabilização da vivência do catolicismo como uma pertença institucional e normativa 
–Questão de FAZER, não de SER (e nem mesmo de CRER). 
Esse catolicismo, em certa medida, é queer.
Vivência da sexualidade
Ester 
Já tinha chegado à conclusão de que definitivamente eu era gay. Eu tinha ficado com uns três ou quatro meninos com quem eu fiquei na minha vida toda... só fiquei!... E definitivamente eu sou gay. Sem sombra de dúvida. (Ester)
Daniel 
Não tinha consciência de que eu era diferente dos outros e que eu era gay. Então eu achava que todos os meninos também sentiam essa atração e todos reprimiam, isso muito ligado à questão religiosa.
Tiago 
Essa palavra, essa expressão, “eu ser gay”, era distante da minha prática. E isso só mudou, esse conflito só aconteceu quando eu tive o meu primeiro relacionamento de namoro. E eu encontrei uma pessoa por quem eu me apaixonei e eu não sabia que eu tinha me apaixonado, não tinha ferramentas pra expressar o meu amor.
Marta 
Eu namorei muitos rapazes. Namorei anos, poderia ter casado. Transei muito com homens. Então nunca tive nenhum problema. Mas também sabia que talvez não fosse aquilo, não sabia o que podia ser. E eu me apaixonei. Quando eu morava aqui no Rio, eu me apaixonei, realmente, por uma mulher, e aí eu vi que esse era o meu caminho.
Vivência da sexualidade 
•Homossexualidade como essência 
•Dimensão do amor/afeto (associado a Deus) 
•Ponto de negociação: 
–A “consciência” da homossexualidade não pode ser flexibilizada, porque é essência; 
–A norma religiosa pode, porque não é ela que configura a identidade e o pertencimento religioso.
Potenciais de transgressão 
•Construir a pertença através das performances é valioso, porque desestabiliza a norma. 
•Construir a sexualidade através da essência é perigoso, porque repercute/reconstrói a norma: 
–Norma heterossexual: essencialização das identidades 
–Norma religiosa: silenciamento/demonização do sexo como sistema de controle dos corpos 
•Fluidez, fricção, conflito, repetição e transformação: desafio de queerizar MAIS o catolicismo.
Referências Bibliográficas 
ARAÚJO, Murilo Silva de. “O amor de Cristo nos uniu”: construções identitárias e mudança social em narrativas de vida de gays cristãos do grupo Diversidade Católica. 2014. Dissertação (Mestrado em Letras). Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2014. 
______; CALEIRO, Maurício de Medeiros. A fé e os afetos: Diversidade Sexual, Catolicismo e Protestantismo em sites de grupos cristãos inclusivos In: XVI Congresso de Ciências da Comunicação da Região Sudeste, 2011, São Paulo. Anais do XVI Congresso de Comunicação da Região Sudeste. São Paulo: Intercom, 2011. 
BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003a [1990]. 
CHOULIARAKI, Lilie; FAIRCLOUGH, Norman. Discourse in Late Modernity: Rethinking Critical Discourse Analysis. Edinburgh: Edinburgh University Press, 1999. 
FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e Mudança Social. Brasília: UnB, 2001 [1992]. 
______. Analysing Discourse: Textual analysis for social research. New York: Routledge, 2003.
Referências Bibliográficas 
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. Rio de Janeiro: Graal, 1988 [1976]. 
______. A Ordem do Discurso. 21 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2011 [1970]. 
______. Vigiar e Punir. 39 ed. Petrópolis: Vozes, 2011 [1975]. 
______. Do governo dos vivos: Curso no Collège de France, 1979-1980: excertos. 2.ed. São Paulo: Centro de Cultura Social; Rio de Janeiro: Achiamé, 2011 [1980]. 
______. A Arqueologia do Saber. 8 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012 [1969]. 
FUZER, Cristiane; CABRAL, Sara Regina Scotta (orgs.). Introdução à Gramática Sistêmico Funcional em Língua Portuguesa. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Artes e Letras, Departamento de Letras Vernáculas, Núcleo de Estudos em Língua Portuguesa, 2010.
Referências Bibliográficas 
HALLIDAY, Michael Alexander Kirkwood. An Introduction to Funcional Grammar. 3 ed. rev. ampl. por Christian M. I. M. Matthiessen. London: Hodder Arnold, 2004 [1985]. 
LOURO, Guacira Lopes. Teoria queer: uma política pós-identitária para a educação. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 9, n. 2, 2001. 
______. Foucault e os estudos queer. In: RAGO, Margareth; VEIGA-NETO, Alfredo (orgs.). Para uma vida não- facista. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. 
______; PICCOLO, Fernanda Delvalhas (orgs.). Religiões e Homossexualidades. Rio de Janeiro: FGV, 2010. 
MISKOLCI, Richard. Pânicos morais e controle social – reflexões sobre o casamento gay. Cadernos Pagu. Campinas, n. 28, janeiro-junho/2007. 
______. Abjeção e desejo – Afinidades e tensões entre a Teoria Queer e a obra de Michel Foucault. In: RAGO, Margareth; VEIGA-NETO, Alfredo (orgs.). Para uma vida não-facista. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
Referências Bibliográficas 
______. Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo Horizonte: Autêntica; UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto, 2012. 
MUSSKOPF, André Sidnei. A Teologia que sai do armário - um depoimento teológico. Impulso, Piracicaba, 14(34): 129-146, 2003. 
______. À meia luz: a emergência de uma teologia gay: Seus dilemas e possibilidades. Cadernos IHU Ideias, São Leopoldo, ano 3, n. 32, p. 01-34, 2005. 
______. Via(da)gens teológicas: itinerários para uma teologia queer no Brasil. Tese (Doutorado em Teologia). São Leopoldo: Escola Superior de Teologia, Instituto Ecumênico de Pós-graduação em Teologia, 2008. 
NATIVIDADE, Marcelo. Deus me aceita como eu sou? A disputa sobre o significado da homossexualidade entre evangélicos no Brasil. Tese (Doutorado em Sociologia e Antropologia). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, 2008.
Referências Bibliográficas 
______; OLIVEIRA, Leandro de. Sexualidades ameaçadoras: religião e homofobia(s) em discursos evangélicos conservadores. Sexualidad, Salud y Sociedad - Revista Latinoamericana, n. 2, pp.121-161, 2009. 
SALIH, Sara. Judith Butler e a Teoria Queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2012. 
SULLIVAN, N. A critical introduction to queer theory. New York: New York University Press, 2003. 
VITAL, Christina; LOPES, Paulo Victor Leite. Religião e política: uma análise da atuação de parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e de LGBTs no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Böll; Instituto de Estudos da Religião – ISER, 2013. 
WEISS DE JESUS, Fátima. A Cruz e o Arco-íris: Refletindo sobre gênero e sexualidade a partir de uma “igreja inclusiva” no Brasil. Ciências Sociais e Religião, Porto Alegre, ano 12, n. 12, p. 131-146, outubro de 2010.
Obrigado! 
“corpo é alado 
corpo é sentido 
corpo não é pecado 
corpo não é proibido 
fora do corpo 
não há salvação 
corpo é santo 
não é perdição.”

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Catolicismo queer: disputas sobre fé e sexualidade

  • 1. Por uma queerificação do Catolicismo: disputas de significado sobre fé e sexualidade em narrativas de vida de católicos gays Murilo Silva de Araújo Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Linguística Aplicada Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • 2. Motivações •“Configurações” da homofobia no Brasil •Relação polêmica entre religiões cristãs e a questão das (homo)sexualidades. •Trajetória pessoal –Formação religiosa; vivência gay –Trabalho de pastoral com jovens gays na Igreja –Contato com o grupo Diversidade Católica
  • 3. Panorama acadêmico •Diversos estudos sobre movimento inclusivo protestante/evangélico •Poucas referências à questão inclusiva no contexto católico: –Weiss de Jesus (2010); Natividade (2008); Natividade & Oliveira (2009); –Valéria Melki Busin (2008) –Machado & Piccolo: Religiões e Homossexualidades (2011) •Escassez de trabalhos com foco linguístico-discursivo.
  • 4. Percursos de pesquisa •Dissertação de mestrado: “O amor de Cristo nos uniu”: Construções identitárias e mudança social em narrativas de vida de gays cristãos do grupo Diversidade Católica (Araújo, 2014) •“Projeto”: uma “queerização” da religião –Abrir espaço para a discussão do sexo, do corpo, do prazer, da abjeção, permitindo que pessoas LGBT protagonizem a reflexão •Recortes, desdobramentos, fluxos, repercussões...
  • 5. Percursos de pesquisa •Eixo de reflexão: –Existe um processo de queerização do catolicismo; porém –O campo aberto ainda não é aproveitado do ponto de vista da sexualidade •Necessidades: –Revisitar o que estamos entendendo por “queerização” –Olhar novamente para os dados linguístico-discursivos
  • 6. Vinculações teórico-metodológicas •Análise do Discurso Crítica –Fairclough (2001 [1992], 2003); Chouliaraki & Fairclough, (1999) •Teoria Queer –Butler (2003a [1990]); Louro (2001, 2009); Miskolci (2007, 2009, 2012); Salih (2012). –Foucault (1988 [1976], 2011 [1970], 2011 [1975], 2011 [1980], 2012 [1969]) –Sullivan (2003) •Teologia Queer –Musskopf (2003, 2005, 2008)
  • 8. Análise de Discurso Crítica •Vivemos em um tempo em que “nada se faz sem discurso”: estudar a linguagem para compreender a sociedade. •ADC: ramo da Linguística consolidado nos anos 90 –Desenvolvimento de agenda política engajada e crítica no campo dos estudos linguísticos •Chouliaraki & Fairclough (1999): questões sociais são questões sobre o discurso, e vice-versa.
  • 9. Análise de Discurso Crítica •Relação dialética: –A linguagem, ao mesmo tempo em que é moldada e constrangida pela estrutura social, também tem poder de intervenção sobre essa estrutura, na medida em que constitui o mundo em significado. –Análise social é importante porque justifica a investigação dos textos e discursos; –Análise linguística é importante porque alimenta a crítica e possibilita compreender os problemas sociais;
  • 10. Teoria Queer •Movimento surgimento no início dos anos 1980, no contexto da epidemia da AIDS. –Crítica da política de identidade do movimento de liberação homossexual dos anos 60/70; –Necessidade de mecanismos mais radicais de atuação;
  • 11. Teoria Queer •Foucault: sexualidade não é apagada, mas produzida discursivamente. •Butler: interesse nos modos como a sociedade regula a sexualidade dos sujeitos; como as noções de sexo, gênero e desejo são conformadas enquanto efeitos de determinadas estruturas de poder. –Gênero (e identidade em sentido mais amplo), não é pré-discursivo, ou, em outro termo, “pré-formado”. –Somos continuamente (e discursivamente) construídos como efeitos de atos de identidade que desempenhamos como per-formances.
  • 12. Teoria Queer •Gênero (e identidade) como performativo: A QUESTION OF DOING, NOT A QUESTION OF BEING (Sullivan, 2003) “FAÇO, LOGO EXISTO” •Não existe um “eu” fora do nível da linguagem: os sujeitos são efeitos e não causas dos seus discursos (SALIH, 2012,)
  • 15. Diversidade Católica •Surgimento em 2006, no Rio de Janeiro •Julho de 2007: lançamento do site do grupo •Frentes de atuação: –Acolhida e acompanhamento de gays católicos –Trabalho de publicização do debate –Reuniões mensais –Acompanhamento de iniciativas semelhantes no país –Composição da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT
  • 16. Passeata organizada com a ICM - Betel, em para protesto contra a derrubada no Kit Anti-Homofobia.
  • 17. Primeiro evento público do grupo. Início dos contatos da pesquisa
  • 18. Encontro de relatos e experiências organizado durante a Jornada Mundial da Juventude. Participação do grupo americano “Equally Blessed”
  • 19.
  • 20.
  • 21. Aspectos metodológicos •Pesquisa de cunho etnográfico •06 narrativas de vida: 03 homens gays, 01 homem bissexual, 02 mulheres lésbicas. Todos cissexuais. •Categorias de análise – ADC + Gramática Sistêmico Funcional (Halliday, 2004; Fuzer & Cabral, 2010) –significado representacional: sistema de transitividade, interdiscursos, metáforas, pressuposições; –significado identificacional: modalidade e avaliação.
  • 23. Isaías Sou de berço católico, fui batizado com vinte dias de nascido. Enquanto eu morava em Niterói, aqui mesmo no estado do Rio, eu tinha uma vida católica, vamos dizer assim, ativa com a minha madrinha, porque ela sempre me levava pra procissão, festividades da semana santa, dias santos, enfim, sempre ia com ela. Muito cedo eu me mudei pra Campos, que fica aqui no norte do estado, com os meus pais, e lá eu morei dos 8 aos 18 anos. Quando eu fiz 14 anos, eu senti a necessidade de começar a frequentar a missa, tal, e fui num encontro onde eu me encontrei na verdade.
  • 24. Isaías Dali até agora eu continuei a seguir, participei de grupo jovem antigamente, participei de comunidades, de aliança, tal. Cheguei a ministrar muitas vezes o grupo jovem, cheguei a pregar no grupo de oração, então eu tinha uma vida ativa dos 14 até os 24 anos... muito ativa, né, pra se dizer, na Igreja.
  • 25. Isaías Aí eu abandonei as lideranças que eu tinha, parei de cantar na igreja, parei de pregar, parei de conduzir grupo jovem, saí da comunidade, e fiquei como apenas como assistente, aquele que vai à missa e vai pra casa.
  • 26. Isaías eu conheci a Igreja Cristã Contemporânea e passei a frequentar... Só que aquilo não era o que eu tava querendo, que pra mim aquilo ali era um grupo de oração, algo que eu ia toda semana, durante a semana, não me preenchia como a missa me preenche. E... aí eu fui me sentindo vazio ainda, eu ia, gostava, tal, era um momento de louvor, principalmente de encontro muito bom com Deus mas não era o que eu queria, faltava alguma coisa. (Isaías)
  • 27. Ester Todo domingo eu tinha que confessar, se não eu não podia comungar. Lá em Fortaleza também eu frequento a igreja, com a minha mãe, de São Vicente. E lá eu sempre comungo também, eu ajudo na missa, faço coleta e leio. Ezequiel
  • 28. Pertencimento religioso •Presença de léxico e processos ligados ao campo das práticas/performances: –Desestabilização da vivência do catolicismo como uma pertença institucional e normativa –Questão de FAZER, não de SER (e nem mesmo de CRER). Esse catolicismo, em certa medida, é queer.
  • 30. Ester Já tinha chegado à conclusão de que definitivamente eu era gay. Eu tinha ficado com uns três ou quatro meninos com quem eu fiquei na minha vida toda... só fiquei!... E definitivamente eu sou gay. Sem sombra de dúvida. (Ester)
  • 31. Daniel Não tinha consciência de que eu era diferente dos outros e que eu era gay. Então eu achava que todos os meninos também sentiam essa atração e todos reprimiam, isso muito ligado à questão religiosa.
  • 32. Tiago Essa palavra, essa expressão, “eu ser gay”, era distante da minha prática. E isso só mudou, esse conflito só aconteceu quando eu tive o meu primeiro relacionamento de namoro. E eu encontrei uma pessoa por quem eu me apaixonei e eu não sabia que eu tinha me apaixonado, não tinha ferramentas pra expressar o meu amor.
  • 33. Marta Eu namorei muitos rapazes. Namorei anos, poderia ter casado. Transei muito com homens. Então nunca tive nenhum problema. Mas também sabia que talvez não fosse aquilo, não sabia o que podia ser. E eu me apaixonei. Quando eu morava aqui no Rio, eu me apaixonei, realmente, por uma mulher, e aí eu vi que esse era o meu caminho.
  • 34. Vivência da sexualidade •Homossexualidade como essência •Dimensão do amor/afeto (associado a Deus) •Ponto de negociação: –A “consciência” da homossexualidade não pode ser flexibilizada, porque é essência; –A norma religiosa pode, porque não é ela que configura a identidade e o pertencimento religioso.
  • 35. Potenciais de transgressão •Construir a pertença através das performances é valioso, porque desestabiliza a norma. •Construir a sexualidade através da essência é perigoso, porque repercute/reconstrói a norma: –Norma heterossexual: essencialização das identidades –Norma religiosa: silenciamento/demonização do sexo como sistema de controle dos corpos •Fluidez, fricção, conflito, repetição e transformação: desafio de queerizar MAIS o catolicismo.
  • 36. Referências Bibliográficas ARAÚJO, Murilo Silva de. “O amor de Cristo nos uniu”: construções identitárias e mudança social em narrativas de vida de gays cristãos do grupo Diversidade Católica. 2014. Dissertação (Mestrado em Letras). Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2014. ______; CALEIRO, Maurício de Medeiros. A fé e os afetos: Diversidade Sexual, Catolicismo e Protestantismo em sites de grupos cristãos inclusivos In: XVI Congresso de Ciências da Comunicação da Região Sudeste, 2011, São Paulo. Anais do XVI Congresso de Comunicação da Região Sudeste. São Paulo: Intercom, 2011. BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003a [1990]. CHOULIARAKI, Lilie; FAIRCLOUGH, Norman. Discourse in Late Modernity: Rethinking Critical Discourse Analysis. Edinburgh: Edinburgh University Press, 1999. FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e Mudança Social. Brasília: UnB, 2001 [1992]. ______. Analysing Discourse: Textual analysis for social research. New York: Routledge, 2003.
  • 37. Referências Bibliográficas FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. Rio de Janeiro: Graal, 1988 [1976]. ______. A Ordem do Discurso. 21 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2011 [1970]. ______. Vigiar e Punir. 39 ed. Petrópolis: Vozes, 2011 [1975]. ______. Do governo dos vivos: Curso no Collège de France, 1979-1980: excertos. 2.ed. São Paulo: Centro de Cultura Social; Rio de Janeiro: Achiamé, 2011 [1980]. ______. A Arqueologia do Saber. 8 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012 [1969]. FUZER, Cristiane; CABRAL, Sara Regina Scotta (orgs.). Introdução à Gramática Sistêmico Funcional em Língua Portuguesa. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Artes e Letras, Departamento de Letras Vernáculas, Núcleo de Estudos em Língua Portuguesa, 2010.
  • 38. Referências Bibliográficas HALLIDAY, Michael Alexander Kirkwood. An Introduction to Funcional Grammar. 3 ed. rev. ampl. por Christian M. I. M. Matthiessen. London: Hodder Arnold, 2004 [1985]. LOURO, Guacira Lopes. Teoria queer: uma política pós-identitária para a educação. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 9, n. 2, 2001. ______. Foucault e os estudos queer. In: RAGO, Margareth; VEIGA-NETO, Alfredo (orgs.). Para uma vida não- facista. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. ______; PICCOLO, Fernanda Delvalhas (orgs.). Religiões e Homossexualidades. Rio de Janeiro: FGV, 2010. MISKOLCI, Richard. Pânicos morais e controle social – reflexões sobre o casamento gay. Cadernos Pagu. Campinas, n. 28, janeiro-junho/2007. ______. Abjeção e desejo – Afinidades e tensões entre a Teoria Queer e a obra de Michel Foucault. In: RAGO, Margareth; VEIGA-NETO, Alfredo (orgs.). Para uma vida não-facista. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
  • 39. Referências Bibliográficas ______. Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo Horizonte: Autêntica; UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto, 2012. MUSSKOPF, André Sidnei. A Teologia que sai do armário - um depoimento teológico. Impulso, Piracicaba, 14(34): 129-146, 2003. ______. À meia luz: a emergência de uma teologia gay: Seus dilemas e possibilidades. Cadernos IHU Ideias, São Leopoldo, ano 3, n. 32, p. 01-34, 2005. ______. Via(da)gens teológicas: itinerários para uma teologia queer no Brasil. Tese (Doutorado em Teologia). São Leopoldo: Escola Superior de Teologia, Instituto Ecumênico de Pós-graduação em Teologia, 2008. NATIVIDADE, Marcelo. Deus me aceita como eu sou? A disputa sobre o significado da homossexualidade entre evangélicos no Brasil. Tese (Doutorado em Sociologia e Antropologia). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, 2008.
  • 40. Referências Bibliográficas ______; OLIVEIRA, Leandro de. Sexualidades ameaçadoras: religião e homofobia(s) em discursos evangélicos conservadores. Sexualidad, Salud y Sociedad - Revista Latinoamericana, n. 2, pp.121-161, 2009. SALIH, Sara. Judith Butler e a Teoria Queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2012. SULLIVAN, N. A critical introduction to queer theory. New York: New York University Press, 2003. VITAL, Christina; LOPES, Paulo Victor Leite. Religião e política: uma análise da atuação de parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e de LGBTs no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Böll; Instituto de Estudos da Religião – ISER, 2013. WEISS DE JESUS, Fátima. A Cruz e o Arco-íris: Refletindo sobre gênero e sexualidade a partir de uma “igreja inclusiva” no Brasil. Ciências Sociais e Religião, Porto Alegre, ano 12, n. 12, p. 131-146, outubro de 2010.
  • 41. Obrigado! “corpo é alado corpo é sentido corpo não é pecado corpo não é proibido fora do corpo não há salvação corpo é santo não é perdição.”