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1  sur  88
Lisboauma cidade com história
ESTILO MANUELINO
A DAMA COM ARMINHO
AQUECIMENTO GLOBAL
O ENIGMA
A EVOLUÇÃO DE DARWIN
2.ªGuERRA MUNDIAL
A ESPERANÇA É A
ÚLTIMA A MORRER
2 • MyBrainMagazine
MyBrainMagazine • 3
MyBrainMagazine
O FUNDADOR,
ESCRITOR E DIRETOR
DA REVISTA
Lisboa, a cidade do fado, da
história, dos Descobrimentos,
da cultura, dos monumentos,
das grandes obras,
moderna,...
EMAIL mybrainsociety@gmail.com
ENDEREÇO www.mybrainsociety.blogspot.pt
Copyright © 2016 MyBrainSociety. Todos os direitos reservados. MyBrain
(capa): Registered Trademarks® (marcas registadas). A MyBrain não se
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A sabedoria não tem limites
INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TEXTOS E
DE IMAGENS
CAPA
Elevador da
Bica, Lisboa
4 • MyBrainMagazine
Í N D I C E
visão .....................................................................................................7
crítica ...................................................................................................8
meditação .............................................................................................9
roteiro de viagem ...............................................................................10
entrevista............................................................................................11
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SETÚBAL
Esta cidade virada para o Estuário do Sado com
golfinhos, ao lado da Serra da Arrábida e da península
de Tróia e perto da capital, é a porta para a beleza.
visão
“É preciso provocar sistematicamente confusão. Isso
promove a criatividade. Tudo aquilo que é
contraditório gera vida.” Salvador Dalí
8 • MyBrainMagazine
AUTO-REFINAMENTO
"Um judeu é como uma vela," explicou certa vez o Rebe a um chassid, "e sua tarefa é acender outros
judeus."
Novo Acordo Ortográfico
O Novo Acordo Ortográfico é talvez o acordo com menos nexo já feito no mundo.
Servindo para unificar as variedades da língua portuguesa, apenas Portugal o adotou. Por
que razão não foram as outras variedades a submeter-se à correta ortografia da variedade-
mãe, ou "português-europeu, não português correto, segundo a Wikipédia"? Por que é que
cor-de-rosa é a única "cor de" que leva hífen? Este acordo viola completamente as raízes
da língua, a evolução fonética e a dignidade da bela língua que é o português.
crítica
“A crítica construtiva, por mais feroz que seja, é um
dos métodos mais eficazes para resolver problemas. “
Nelson Mandela
MyBrainMagazine • 9
O VELHINHO E OS DOIS VIAJANTES
Certo dia, um viajante chegou a uma certa cidade e perguntou a um velhinho que estava sentado na estação
rodoviária:
- Meu amigo, bom dia! O senhor pode-me dizer como são as pessoas desta cidade? Estou de mudanças e estou a procurar outra
cidade para viver. O velhinho, calmamente, pergunta:
- Como eram as pessoas da sua cidade?
- Ah, eram horríveis! Metem-se na vida dos outros, falam mal de todos, detestáveis mesmo, um horror! Detesto gente assim.
- Aqui o senhor vai encontrar esse mesmo tipo de gente.
E o viajante vai a procura de outra cidade. Nisso chega outra camioneta na estação rodoviária e vem um segundo viajante, que
também se dirige ao velhinho:
- Muito bom dia, amigo! Pode me dizer como é o povo desse vilarejo? Estou a pensar mudar brevemente para cá.
- Como era a gente da sua cidade?
O segundo viajante responde:
- Foi pena eu sair da minha cidade, pois as pessoas de lá eram muito boas, agradáveis, gentis e amigas. Tinham problemas, mas
quem não os tem, não é verdade?
- Seja bem vindo, aqui o senhor vai encontrar esse mesmo tipo de pessoas!
meditação
“Meditação traz sabedoria; a falta de meditação deixa
a ignorância. Escolha o caminho que o guia à
sabedoria.” Buda
10 • MyBrainMagazine
PARIS (6 DIAS)
1.º Dia - Viagem para Paris - Paris
Ida para o hotel e posterior visita dos Champs-Elyseés e do Arco do Triunfo. Visita a
praça do Trocadéro e desfrutar da vista do Palais de Chaillot da Torre Eiffel.
Hotel Villathena Paris
2.º Dia - Paris
Palais de Chaillot, Torre Eiffel, champ de Mars, l'Ecole Militaire, le Palais de
l'UNESCO, les Invalides. Almoço. Le Palais Bourbon, le Museé d'Orsay, Place
Vendôme, l'Opéra, la Madeleine e o seu mercado de flores.
3.º Dia - Paris
Montmartre e Sacré-Coeur, Palais Royal. Almoço. La Concorde, Petit et Grand Palais,
les Tuileries e Louvre.
4.º Dia - Paris - Versailles - Paris
Palácio e Jardins de Versalhes e Trianons.
5.º Dia - Paris
Châtelet, Tour St-Jacques, Centre Pompidou, l'Hôtel de Ville, l'île Saint-Louis, Notre-
Dame, Conciergerie e la Sainte-
Chapelle. Almoço. Saint-
Germain-des-Prés, Saint-Suplice,
Luxembourg, Pantheón,
Sorbonne. Jantar em La
Défense.
6.º Dia - Paris
Passeio de Bateaux-mouches.
Manhã livre.
“Viajar é a maneira mais agradável, menos
prática e mais custosa de instruir-se.”
Paul Morrand
roteiro de viagem
MyBrainMagazine • 11
ENTREVISTA A UMA ENDOCRINOLOGIA SOBRE UMA DIETA SAUDÁVEL
Como deve ser uma dieta saudável?
Uma dieta saudável deve ser equilibrada, variada e com um aporte calórico adequado ao gasto energético.
Para uma pessoa obesa, qual a dieta que aconselha?
Uma dieta equilibrada, hipocalórica, com cerca de mais ou menos 1500 kcal por dia repartidas por três refeições
principais e três pequenos snacks a meio da manhã, lanche e eventualmente ao deitar. Esta dieta deve ter uma
restrição de gordura e de hidrato de carbono de absorção rápida. Deve haver ainda uma hidratação adequada, com
uma ingestão hídrica de, pelo menos, 1,5 litros de água por dia. Devem ser abolidas as bebidas alcoólicas e
açucaradas.
entrevista
“Ninguém é tão ignorante que não tenha algo a
ensinar. Ninguém é tão sábio que não tenha
algo a aprender.” Blaise Pascal
12 • MyBrainMagazine
egundo a lenda, Lisboa foi fundada por
Ulisses. O nome deriva de "Olissipo", palavra
que, por sua vez, tem a sua origem nas
palavras fenícias "Allis Ubbo', que significam
"porto encantador”. O mais provável é Lisboa
ter sido fundada pelos Fenícios e construída ao
estilo mourisco, visto nas fortes influências
árabes. Aliás, a cidade foi controlada pelos
Mouros durante 450 anos. No século XII, os
Cristãos reconquistaram Lisboa, embora só em
meados do século XIII é que esta se tornou a
capital do país. No início da Época dos
Descobrimentos, Lisboa enriqueceu ao tornar-
se um importante centro para o comércio de
jóias e especiarias. Porém, o grande passo em
frente da expansão portuguesa chegou em
1498, quando Vasco da Gama descobriu o
Caminho Marítimo para a Índia. Foi esse
efetivamente o começo da Época de Ouro da
cidade, caracterizada pelo estilo Manuelino na
arquitetura, nome que advém do monarca da
época, D. Manuel I, e que se caracteriza
tipicamente pela utilização de motivos
marítimos na sua decoração. Denominou-se
“Rainha dos Oceanos”. Ao longo dos séculos,
Lisboa cresceu e foi mudando naturalmente.
Mais tarde, quando o centro da cidade foi
destruído quase por completo pelo Terramoto
GEOGRAFIA
Segundo a lenda, Lisboa foi fundada por Ulisses. O nome
deriva de "Olissipo", palavra que, por sua vez, tem a
sua origem nas palavras fenícias "Allis Ubbo', que
significam "porto encantador”. O mais provável é Lisboa
ter sido fundada pelos Fenícios e construída ao estilo
mourisco, visto nas fortes influências árabes. Aliás, a
cidade foi controlada pelos Mouros durante 450 anos. No
século XII, os Cristãos reconquistaram Lisboa, embora
só em meados do século XIII é que esta se tornou a
capital do país. No início da Época dos Descobrimentos,
Lisboa enriqueceu ao tornar-se um importante centro
para o comércio de jóias e especiarias. Porém, o grande
passo em frente da expansão portuguesa chegou em
1498, quando Vasco da Gama descobriu o Caminho
Marítimo para a Índia. Foi esse efetivamente o começo
da Época de Ouro da cidade, caracterizada pelo estilo
Manuelino na arquitetura, nome que advém do monarca
da época, D. Manuel I, e que se caracteriza tipicamente
pela utilização de motivos marítimos na sua decoração.
Denominou-se “Rainha dos Oceanos”. Ao longo dos
séculos, Lisboa cresceu e foi mudando naturalmente.
Mais tarde, quando o centro da cidade foi destruído
quase por completo pelo Terramoto de 1755, foi o
Marquês de Pombal que se encarregou da sua
Denominou-se “Rainha dos Oceanos”. Ao longo dos séculos, Lisboa
cresceu e foi mudando naturalmente. Mais tarde, quando o centro da
cidade foi destruído quase por completo pelo Terramoto de 1755, foi o
Marquês de Pombal que se encarregou da sua reconstrução, criando
assim a chamada Baixa Pombalina.
No século XX, as touradas e o fado transformam -se em verdadeiros
entretenimentos populares regulares. Surgem ainda os primeiros
grandes jardins públicos, imitando o Hyde Park de Londres e os
jardins das cidades alemãs: o primeiro é o Jardim da Estrela, onde
passeiam os lisboetas aos fins-de-semana. Em 1908, a família real
sofre uma tentado (no Terreiro do Paço) em que morrem o rei D.
Carlos e o herdeiro do trono, o príncipe Luís Filipe, numa ação
provavelmente executada pelos anarquistas. Em 5 de outubro 1910, em
Lisboa, é proclamada a 1.ª República. É nos Anos 20 que aparece a
“geração do Orpheu” (revista literária da época), uma geração culta,
vinda das escolas e universidades de Paris, que gostava de frequentar
vários cafés do Chiado, principalmente “A Brasileira”. Fazem parte
desta geração os poetas Fernando Pessoa, Miguel Torga e Mário de
Sá Carneiro e os pintores Almada Negreiros, Amadeo Souza-Cardoso e
Santa-Rita Pintor. Em 8 de maio de 1926 acaba a república e começa
a ditadura. Inicialmente militar, liderado pelo General Gomes da Costa,
o novo governo rapidamente adota uma ideologia fascista sob a
liderança de Salazar.
O regime de Salazar, o Estado Novo, governou o país durante 4
décadas, submetendo a capital a diversas obras públicas, várias delas
alterando a sua face, como foi a construção da primeira grande ponte
Vista do Castelo de S. Jorge sob Lisboa e o Tejo
MyBrainMagazine • 13
GEOGRAFIA
O regime de Salazar, o Estado Novo, governou o país durante 4
décadas, submetendo a capital a diversas obras públicas, várias delas
alterando a sua face, como foi a construção da primeira grande ponte
da cidade, a Ponte Salazar (hoje Ponte 25 de Abril) que na altura da
inauguração em 1966 era a maior ponte da Europa. O regime, já sob
a chefia de Marcello Caetano, seria derrubado pela Revolução dos
Cravos num golpe de estado realizado em Lisboa a 25 de Abril de
1974. Dez anos mais tarde, em 1985, dá-se a Assinatura do Tratado
de Adesão à Comunidade Económica Europeia, no Mosteiro dos
Jerónimos, em Lisboa, por parte do Presidente da República, Mário
Soares. Em 1988, deu-se o Grande Incêndio do Chiado, que destruiu
uma boa parte do património lisboeta, assim como a principal zona de
comércio de Lisboa, que ainda hoje está a ser reconstruída. Em 1998,
inaugurou-se a segunda ponte, que é a maior da Europa, a Ponte
Vasco da Gama. Nesse mesmo ano (1998), organizou a Exposição
Mundial de 1998 (EXPO’98), no Parque das Nações.
mapa mais antigo de Lisboa, entre 1500-1510 .
Os bairros de Alfama e Santa Apolónia são os mais típicos, são
“aldeias piscatórias” dentro da cidade. Com ruas estreitas e íngremes e
casas cobertas com azulejos, estendais, floreiras, vizinhas que falam
nos parapeitos das janelas, gatos vadios, Alfama é o berço do fado e
possui muitas casas de fado. Tem vários miradouros, entre os quais as
Portas do Sol e Santa Luzia. O Panteão Nacional e a Igreja de S.
Vicente de Fora são da mesma época (século XVII) e do mesmo estilo
(barroco). É no bairro de Santa Apolónia que se encontra a Casa dos
Bicos e a Sé de Lisboa. A Casa dos Bicos foi construída em 1523, a
mando de D. Brás de Albuquerque, filho natural legitimado do segundo
governador da Índia portuguesa. A fachada está revestida de pedra
aparelhada em forma de ponta de diamante, os "bicos", sendo um
exemplo único de arquitectura civil residencial no contexto arquitetónico
lisboeta. Os "bicos" demonstram uma clara influência renascentista
italiana. Na verdade, o proprietário da Casa dos Bicos mandou-a
construir após uma viagem a Itália, onde terá visto pela primeira vez o
Palácio dos Diamantes de Ferrara e o Palácio dos Diamantes de
Verona. O edifício possui os arcos trilobados da época renascentista.
Na sua planta inicial tinha duas fachadas de pedras cortadas em
pirâmide e colocadas de forma desencontrada, onde sobressaltavam
dois portais manuelinos, o central e o da extremidade oriental, e ainda
dois andares nobres. A fachada menos importante, encontrava-se
virada ao rio. Com o terramoto de 1755 desapareceram estes dois
últimos andares. A família Albuquerque vendeu-a em 1973, tendo até
então sido utilizada como armazém e como sede de comércio de
bacalhau. Em 1983, foi reconstruída e foram acrescentados os dois
andares que haviam desaparecido na tragédia. Na Casa dos Bicos
funciona hoje a Fundação José Saramago. A Sé de Lisboa foi
mandada erigir por D. Afonso Henriques, em 1150, inspirando-se no
modelo românico da Sé Velha de Coimbra.
Lisboa durante o terramoto de 1755, mapa e Terreiro do
Paço/Praça do Comércio durante a Restauração, em 1650.
Em baixo, Casa dos Bicos.
14 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA Sé de Lisboa
(2), Igreja de
S. Vicente de
Fora, Alfama
(3), Praça do
Comércio,
Teatro D.
Maria II, Arco
da Rua
Augusta,
Chapitô,
Castelo de S.
Jorge (2).
Os bairros da Graça e da Mouraria possuem o Chapitô, escola de
palhaços, e o Castelo de S. Jorge, que remonta à Lisboa moura do
século XI, castelo onde se encontrava o Paço Real onde a corte
desde o século XIII ao século XVI se instalou e onde D. Manuel I
deu as suas festas e onde Gil Vicente atuou.
A Baixa foi reconstruída após o terramoto em ruas
paralelas e com edifícios pombalinos com a “gaiola”,
proteção de estacas de madeira que protege dos sismos. A
Rua Augusta é a artéria principal da Baixa Pombalina,
unindo o Terreiro do Paço ou Praça do Comércio (era aí que
se encontrava o Paço da Ribeira, bem como a sua
biblioteca de 70 000 volumes, que foram destruídos pelo
terramoto de 1755 e, na reconstrução do terreiro,
coordenada por Eugénio dos Santos, a praça tornou-se no
elemento fundamental do plano do Marquês de Pombal.
No centro da praça encontra-se a estátua equestre de D.
José I, da autoria de Machado de Castro, em 1775), à
belíssima Praça do Rossio (onde se situa o teatro nacional
D. Maria II, inaugurado a 1846).
A Baixa foi reconstruída após o terramoto em ruas paralelas e com
edifícios pombalinos com a “gaiola”, proteção de estacas de
madeira que protege dos sismos. A Rua Augusta é a artéria
principal da Baixa Pombalina, unindo o Terreiro do Paço ou Praça
do Comércio (era aí que se encontrava o Paço da Ribeira, bem
como a sua biblioteca de 70 000 volumes, que foram destruídos
pelo terramoto de 1755 e, na reconstrução do terreiro, coordenada
por Eugénio dos Santos, a praça tornou-se no elemento
fundamental do plano do Marquês de Pombal. No centro da praça
encontra-se a estátua equestre de D. José I, da autoria de
Machado de Castro, em 1775), à belíssima Praça do Rossio (onde
se situa o teatro nacional D. Maria II, inaugurado a 1846).
MyBrainMagazine • 15
GEOGRAFIA
Outras zonas conhecidas de Lisboa são o Chiado e o Carmo. O
Chiado é o ponto de encontro de jovens, artistas e intelectuais,
zona dos cafés emblemáticos, como “A Brasileira”, das escolas de
arte, dos teatros e da história viva. A zona do Carmo, vizinha do
Chiado, tem alguns pontos fascinantes da história da cidade, como
o Convento e Igreja do Carmo, fundado por D. Nuno Álvares
Pereira, o Condestável de Portugal, em 1389 e ocupado,
inicialmente, por frades carmelitas provindos do Convento de Nossa
Senhora do Carmo de Moura, no Alentejo, chamados por D. Nuno
para ingressar no convento de Lisboa em 1392. Em 1404, D. Nuno
doou os seus próprios bens ao convento e, em 1423, ele mesmo
ingressou no convento como religioso, período em que as suas
obras estariam concluídas. O Condestável de Portugal escolheu
ainda a Igreja do Convento como sua sepultura, embora, em 1953,
tenha sido transladado para a Igreja do Santo Condestável, em
Campo de Ourique, a si dedicada. No dia 1 de Novembro de 1755,
o grande terramoto e o subsequente incêndio que vitimou a cidade
de Lisboa, destruíram boa parte da igreja e do convento,
consumindo-lhe o recheio. No reinado de D. Maria I de Portugal
iniciou-se a reconstrução de uma ala do convento, já em estilo
neogótico, mas os trabalhos foram interrompidos em 1834 aquando
da extinção das ordens religiosas. O Largo do Carmo é também
um local emblemático da história nacional recente, tendo sido palco
privilegiado da revolução dos cravos, em 25 de Abril de 1974. O
Elevador de Santa Justa, em ferro embelezado com rendilhados,
dos finais do século XIX, foi construído por um engenheiro discípulo
de Gustav Eiffel, Raoul Mesnier du Ponsard. Nos primeiros anos da
sua utilização, movia-se a vapor, passando, mais tarde, a ser
acionado através de energia elétrica.
O Bairro Alto e o Príncipe Real são a continuação do Chiado, mas
muito diferentes dele. Por um lado, o Bairro Alto é um dos bairros
mais paradigmáticos e atraentes para viver a cidade. Típico e
popular, o Bairro Alto possui imensos rasgos de modernidade, com
lojas de roupa e de design e bares, muito bares e com dois
elevadores (semelhantes aos elétricos), Elevador da Bica e
Elevador da Glória. Por outro, o Príncipe Real é uma zona de
jardins e lojas de design, roupa e modernas, e é lá que se
encontra o Jardim Botânico e a Igreja de S. Roque, de 1619, em
estilo barroco.
Elevador da Bica, luvaria Ulisses, elevador da Glória, Carmo e
Elevador de Santa Justa, Chiado, vendedora de castanhas no
Chiado, edifício pombalino no Príncipe Real, A Brasileira,
Elevador de Santa Justa, Convento do Carmoe vista do jardim de
S. Pedro de Alcântara.
16 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA
Estação do Oriente, Parque das Nsções, Ponte Vasco da Gama,
Jardim da fundação Calouste Gulbenkian, Basílica da Estrela e
Aqueduto das Águas Livres.
Nas zonas ribeirinhas da Lapa e Santos encontram-se a ponte 25
de abril, mandada construir por Salazar em 1966, data em que
era a maior da Europa, que no seu período tinha o seu nome; o
Museu do Oriente, com relíquias trazidas pelos Portugueses do
Extremo Oriente e o Museu Nacional de Arte Antiga, MNAA, com
arte portuguesa de todas as épocas.
A Baixa foi reconstruída após o terramoto em ruas
paralelas e com edifícios pombalinos com a “gaiola”,
proteção de estacas de madeira que protege dos sismos. A
Rua Augusta é a artéria principal da Baixa Pombalina,
unindo o Terreiro do Paço ou Praça do Comércio (era aí que
se encontrava o Paço da Ribeira, bem como a sua
biblioteca de 70 000 volumes, que foram destruídos pelo
terramoto de 1755 e, na reconstrução do terreiro,
coordenada por Eugénio dos Santos, a praça tornou-se no
elemento fundamental do plano do Marquês de Pombal.
No centro da praça encontra-se a estátua equestre de D.
José I, da autoria de Machado de Castro, em 1775), à
belíssima Praça do Rossio (onde se situa o teatro nacional
D. Maria II, inaugurado a 1846).
Na zona da Estrela e do Rato encontra-se a Basílica da Estrela,
antigo convento de freiras carmelitas construído em 1790 no estilo
barroco e neoclássico, o Palácio das Necessidades, antigo convento
iniciado no século XVIII por determinação de D. João V, o Palácio
de S. Bento, residência oficial do primeiro-ministro e Assembleia da
República. Foi construído em finais do século XVI como mosteiro
beneditino (Mosteiro de S. Bento da Saúde) por Baltazar Álvares.
Ao lado da Serra de Monsanto encontra-se o Palácio Fronteira,
com um jardim com azulejos que representam as estações do ano,
construído entre 1671 ou 1672, como pavilhão de caça para D.
João de Mascarenhas, o primeiro marquês de Fronteira.
Em Sete Rios encontra-se o Jardim Zoológico e o Aqueduto das
Águas Livres. O aqueduto tem 60 quilómetros e 127 arcos e
permitiu o abastecimento de água às fontes e chafarizes da cidade
até 1973. Foi construído em estilo barroco no reinado de D. João
V, no século XVIII e foi ampliado no século XIX. Foi inaugurado
em 1748, após 21 anos de construção. O maior arco, o Arco
Grande, tem 65 metros e é o maior arco ogival do mundo. Tem
várias estruturas em cima dele chamadas lanternins e resistiu ao
terramoto de Lisboa, em 1 de novembro de 1755.
Nas zonas da Liberdade, Marquês de Pombal e Saldanha
encontram-se a grande avenida da Liberdade, repleta de lojas
caras, o Parque Eduardo VII e a Fundação Calouste Gulbenkian,
com bens do mecenas Calouste Sarkis Gulbenkian.
A nova zona moderna do Oriente / Parque das Nações foi palco da
EXPO’98 e possui um Oceanário, três pavilhões: o Pavilhão
Atlântico (agora MEO Arena), o Pavilhão da Ciência, e o Pavilhão
de Portugal, desenvolvido por Álvaro Siza Vieira com a colaboração
do arquiteto Eduardo Souto de Moura, com uma ampla praça
coberta por uma imponente pala de betão pré-esforçado, como que
uma folha de papel pousada em dois tijolos, a Estação do Oriente,
por Santiago Calatrava, a Ponte Vasco da Gama, a maior da
Europa, o teleférico, a torre Vasco da Gama e o centro comercial
Vasco da Gama.
A Baixa foi reconstruída após o terramoto em ruas
paralelas e com edifícios pombalinos com a “gaiola”,
proteção de estacas de madeira que protege dos sismos. A
Rua Augusta é a artéria principal da Baixa Pombalina,
unindo o Terreiro do Paço ou Praça do Comércio (era aí que
se encontrava o Paço da Ribeira, bem como a sua
biblioteca de 70 000 volumes, que foram destruídos pelo
terramoto de 1755 e, na reconstrução do terreiro,
coordenada por Eugénio dos Santos, a praça tornou-se no
elemento fundamental do plano do Marquês de Pombal.
No centro da praça encontra-se a estátua equestre de D.
José I, da autoria de Machado de Castro, em 1775), à
belíssima Praça do Rossio (onde se situa o teatro nacional
D. Maria II, inaugurado a 1846).
MyBrainMagazine • 17
GEOGRAFIA
Nas zonas de Belém, Ajuda e Restelo, a paisagem é completamente diferente.
Continuando pela zona ribeirinha, encontramos o bairro mais paradigmático em termos
de património relacionado com os descobrimentos: Belém. Foi da sua praia, que
partiram as naus do navegador Vasco da Gama à descoberta do caminho marítimo
para a Índia e em todo o lado se respira a grandeza do outrora império. Na Ajuda
está o Palácio da Ajuda, em estilo neoclássico, de 1761. Possui grandes salas, como
o antigo Vestíbulo, divido em três, uma sala (Jardim de Inverno) ladeada por duas
antecâmaras (Gabinete de Carvalho e Sala de Saxe). Dá-se a introdução de novas
divisões, tais como casas de banho dotadas de banheira e águas correntes, casa de
jantar (chamada «da Rainha») para as refeições diárias da família e zonas de lazer de
que são exemplo as Sala da Música, a Sala Azul e o Jardim de Inverno, o Bilhar, o
Atelier de Pintura e a Sala Chinesa. Apenas o majestoso quarto de D. Maria Pia,
alcatifado e com decoração estilo Napoleão III e o seu escritório (Sala Verde)
preparados por D. Luís como surpresa para a chegada da Rainha ficaram intocados.
Estes grandes aposentos da Rainha contrastavam com os reduzidos espaços do Rei.
O Palácio de Belém, é simultaneamente a residência oficial do presidente da república,
o museu da Presidência e o museu dos Coches. Ao lado está a loja dos Pastéis de
Belém, doces conhecidos mundialmente. O Padrão dos Descobrimentos foi inaugurado
em 1960, composto por 33 esculturas ligadas à gesta dos Descobrimentos, tendo como
configuração de proa o infante D. Henrique.
A Torre de Belém emerge do rio Tejo, onde antes existiu a praia de Belém, foi
construída entre 1514 e 1519 pelo arquiteto Francisco da Arruda no estilo manuelino
(observado nas cordas e nós, motivos zoomórficos e vegetais, estatuária religiosa,
galerias abertas e guaritas em estilo mourisco e ameias em forma de escudo), para
fazer parte do plano defensivo da barra do Tejo que protegeria a cidade dos ataques
de pirataria ou de possíveis investidas de nações inimigas. Com a evolução dos meios
de ataque e de defesa, a estrutura foi perdendo a sua função defensiva original, sendo
utilizada, ao longo dos séculos, como registo aduaneiro, posto de sinalização telegráfico
e farol. Os seus paióis serviram de masmorras para presos políticos. É constituída por
um baluarte e uma torre quadrangular que faz lembrar as torres de menagem dos
castelos medievais.
O Mosteiro dos Jerónimos foi construído a partir de 1501 terminando um século depois
por vários arquitetos (Diogo Boitaca, Nicolau de Chanterene, Diogo de Torralva, Juan
de Castilho, Jérôme de Rouen) em vários estilos (manuelino, renascentista e gótico
final), destacando-se o manuelino (notado nos elementos decorativos com símbolos de
navegação e plantas e animais exóticos). Substituiu uma pequena ermida fundada pelo
infante D. Henrique, onde os monges da ordem de Cristo prestavam assistência aos
mareantes. Inclui os túmulos dos reis D. Manuel I e sua mulher D. Maria, D. João III
e sua mulher D. Catarina, D. Sebastião, D. Henrique e ainda os de Vasco da Gama,
Luís Vaz de Camões, Alexandre Herculano e Fernando Pessoa. D. Manuel canalizou
grandes somas para a obra, nomeadamente grande parte da chamada “Vintena da
Pimenta”, que provinha de receitas geradas pelo comércio com África e o Oriente.
Para ocupar o mosteiro, o rei escolheu os monges da ordem de S. Jerónimo, que
teriam como principais funções rezar pela alma do rei e prestar assistência rezar pela
alam do rei e prestar assistência espiritual aos mareantes e navegadores, que partiam
da praia do Restelo à descoberta de novos mundos.
Museu dos Coches, Pastéis de Belém, Padrão dos
Descobrimentos, ponte 25 de abril, Mosteiro dos
Jerónimos: exterior, claustro (2), interior, Torre de
Belém: exterior, bateria baixa, esterior.
18 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA
O Deserto do Sahara é uma banda
castanha-clara quase ininterrupta de areia
em quase todo o norte da África. A floresta
amazónica é uma massa verde densa de
floresta húmida que cobre o nordeste da
América do Sul. Depois de fortes ventos que
varrem a areia através do Sahara, uma
nuvem de poeira sobe no ar, estendendo-se
entre os continentes, unindo o deserto à
selva. É a poeira que faz a viagem
transatlântica transporta fósforo, um nutriente
essencial que age como um fertilizante, do
qual a Amazónia depende. O fósforo vem
da Depressão Bodélé no Chade, um antigo
lago (outrora o maior de áfrica, que secou
há cerca de 1000 anos), onde minerais de
rochas compostas de microrganismos mortos
são carregados com fósforo. O fósforo é um
nutriente essencial para as proteínas
vegetais e crescimento.
Ora, os nutrientes estão em falta nos solos
da Amazónia. Estão presos nas próprias
plantas. A matéria orgânica fornece a
maioria dos nutrientes, que são rapidamente
absorvidos pelas plantas e árvores depois
de entrar no solo. Mas alguns nutrientes,
incluindo o fósforo, são levados pela chuva
em córregos e rios.
O fósforo que atinge solos amazónicos de
areia do Sahara, um número estimado de
22 mil toneladas por ano, é quase o mesmo
montante que esse perdeu da chuva e
inundações. Os dados mostram que o vento
e o tempo levam, em média, 182 milhões
de toneladas de pó a cada ano e levam-no
além da borda ocidental do Sahara. A
poeira em seguida, viaja 1.600 milhas
através do Oceano Atlântico. Perto da costa
leste da América do Sul, 132 milhões de
toneladas permanecem no ar, e 27,7
milhões de toneladas caem na superfície
sobre a Bacia Amazónica. Cerca de 43
milhões de toneladas de poeira viajam mais
longe para o Mar das Caraíbas.
A quantidade de poeira é, na verdade, muito
O fósforo que atinge solos amazónicos de
areia do Sahara, um número estimado de
22 mil toneladas por ano, é quase o mesmo
montante que esse perdeu da chuva e
inundações. Os dados mostram que o vento
e o tempo levam, em média, 182 milhões
de toneladas de pó a cada ano e levam-no
além da borda ocidental do Sahara. A
poeira em seguida, viaja 1.600 milhas
através do Oceano Atlântico. Perto da costa
leste da América do Sul, 132 milhões de
toneladas permanecem no ar, e 27,7
milhões de toneladas caem na superfície
sobre a Bacia Amazónica.
Cerca de 43 milhões de toneladas de poeira
viajam mais longe para o Mar das Caraíbas.
A quantidade de poeira é, na verdade, muito
essencial que age como um fertilizante, do
qual a Amazónia depende. O fósforo vem da
Depressão Bodélé no Chade, um antigo lago
(outrora o maior de áfrica, que secou há
cerca de 1000 anos), onde minerais de
rochas compostas de microrganismos mortos
são carregados com fósforo. O fósforo é um
nutriente essencial para as proteínas vegetais
e crescimento.
Ora, os nutrientes estão em falta nos solos
da Amazónia. Estão presos nas próprias
plantas. A matéria orgânica fornece a maioria
dos nutrientes, que são rapidamente
absorvidos pelas plantas e árvores depois de
entrar no solo. Mas alguns nutrientes,
incluindo o fósforo, são levados pela chuva
em córregos e rios.
O fósforo que atinge solos amazónicos de
areia do Sahara, um número estimado de 22
mil toneladas por ano, é quase o mesmo
montante que esse perdeu da chuva e
inundações. Os dados mostram que o vento
e o tempo levam, em média, 182 milhões de
toneladas de pó a cada ano e levam-no
além da borda ocidental do Sahara. A poeira
em seguida, viaja 1.600 milhas através do
Oceano Atlântico. Perto da costa leste da
América do Sul, 132 milhões de toneladas
permanecem no ar, e 27,7 milhões de
toneladas caem na superfície sobre a Bacia
Amazónica. Cerca de 43 milhões de
toneladas de poeira viajam mais longe para
o Mar das Caraíbas.
A quantidade de poeira é, na verdade, muito
variável. Houve uma mudança de 86% entre
a maior quantidade de poeira transportada
em 2007 e a menor em 2011. Porquê tanta
variação? Os cientistas acreditam que isso
tem a ver com as condições do Sahel, a
longa faixa de terra semi-árida na fronteira
sul do Sahara. Depois de comparar as
alterações no transporte de poeira a uma
variedade de fatores climáticos, os cientistas
descobriram uma correlação com a
precipitação no Sahel do ano anterior.
Ora, os nutrientes estão em falta nos
solos da Amazónia. Estão presos nas
próprias plantas. A matéria orgânica
fornece a maioria dos nutrientes, que
são rapidamente absorvidos pelas
plantas e árvores depois de entrar no
solo. Mas alguns nutrientes, incluindo o
fósforo, são levados pela chuva em
córregos e rios.
O fósforo que atinge solos amazónicos
de areia do Sahara, um número
estimado de 22 mil toneladas por ano, é
quase o mesmo montante que esse
perdeu da chuva e inundações. Os
dados mostram que o vento e o tempo
levam, em média, 182 milhões de
toneladas de pó a cada ano e levam-no
além da borda ocidental do Sahara. A
poeira em seguida, viaja 1.600 milhas
através do Oceano Atlântico. Perto da
costa leste da América do Sul, 132
milhões de toneladas permanecem no ar,
e 27,7 milhões de toneladas caem na
superfície sobre a Bacia Amazónica.
Cerca de 43 milhões de toneladas de
poeira viajam mais longe para o Mar das
Caraíbas.
A quantidade de poeira é, na verdade,
muito variável. Houve uma mudança de
86% entre a maior quantidade de poeira
transportada em 2007 e a menor em
2011. Porquê tanta variação? Os
cientistas acreditam que isso tem a ver
com as condições do Sahel, a longa
faixa de terra semi-árida na fronteira sul
do Sahara. Depois de comparar as
alterações no transporte de poeira a uma
variedade de fatores climáticos, os
cientistas descobriram uma correlação
com a precipitação no Sahel do ano
anterior. Quando a precipitação no Sahel
aumentou, o transporte de poeira do ano
seguinte foi menor.
O mecanismo por trás da correlação é
desconhecido. Uma possibilidade é que
Cerca de 43 milhões de toneladas de poeira
viajam mais longe para o Mar das Caraíbas.
A quantidade de poeira é, na verdade, muito
variável. Houve uma mudança de 86% entre
a maior quantidade de poeira transportada
em 2007 e a menor em 2011. Porquê tanta
variação? Os cientistas acreditam que isso
tem a ver com as condições do Sahel, a
longa faixa de terra semi-árida na fronteira
sul do Sahara. Depois de comparar as
alterações no transporte de poeira a uma
variedade de fatores climáticos, os cientistas
descobriram uma correlação com a
precipitação no Sahel do ano anterior.
Quando a precipitação no Sahel aumentou,
o transporte de poeira do ano seguinte foi
menor.
precipitação no Sahel do ano anterior.
Quando a precipitação no Sahel aumentou,
o transporte de poeira do ano seguinte foi
menor.
O mecanismo por trás da correlação é
desconhecido. Uma possibilidade é que o
aumento da precipitação significa mais
vegetação e menos solo exposto à erosão
do vento no Sahel. Uma segunda explicação
mais provável, é que a quantidade de chuva
está relacionada com a circulação dos
ventos, o que varre a poeira, tanto do Sahel
e do Saara na atmosfera superior, onde ele
pode sobreviver à longa viagem através do
oceano.
MyBrainMagazine • 19
GEOGRAFIA
Os cristais formam-se por nucleação, que
envolve a atração de moléculas dispersas
após a separação de sólidos e líquidos para
um local, formando um aglomerado de padrão
repetido ao longo do tempo. Tal pode ocorrer
de forma autónoma, nucleação homogénea,
quando o soluto (moléculas) dissolvido no
solvente se junta por si só, atraindo e
amontoando mais moléculas de forma gradual
e, assim, crescendo em forma e tamanho. Na
nucleação heterogénea, As moléculas
acumulam-se usando material sólido, como
rocha, como uma espécie de ponto de
acumulação. Se as moléculas permanecerem
unidas e intactas e não voltarem a dissolver-
se na solução envolvente formar-se-ão
núcleos estáveis, o que atrai mais dos
mesmos átomos. Com a continuidade deste
processo, o cristal acabará por atingir o seu
"tamanho de aglomeração crítico" e já não se
dissolverá na solução de onde proveio. Se a
rocha fundida arrefecer depressa, serão
criados apenas cristais pequenos, o que
costuma ocorrer quando lava é expelida de
um vulcão. Já o arrefecimento lento cria
cristais muito maiores. Após uma erupção
vulcânica, o magma arrefece e os minerais
nele contidos começam a cristalizar, formando
fenocristais. O número de cristais contidos no
magma pode determinar a frequência com
que ocorrerão as erupções. Fatores
ambientais, como a pressão, espaço,
temperatura e os químicos presentes nos
minerais podem influenciar a forma do cristal,
mas esta resulta do facto de as moléculas se
acumularem um padrão específico que se
repete vezes sem conta. Os átomos que se
unem a todos os seus lados no mesmo
padrão criam formas geométricas, os sistemas
cristalinos: cúbico, hexagonal, trigonal,
tetragonal, monoclínico, ortorrômbico, triclínico.
Como se formam? Quaisostipos?
20 • MyBrainMagazine
“Liberdade”, “Igualdade” e “Fraternidade” eram os gritos
que dos revolucionários franceses que ecoavam diante do rei.
Estes queriam acabar com o poder absoluto. Durante este
período foram mortos os reis de França (Luís XVI e Maria
Antonieta). Estas medidas preocuparam alguns reis da Europa
que declararam guerra à França.
Napoleão, imperador da França, em 1806, mandou
fechar os portos europeus para Inglaterra não se refugiar num
país vizinho. Mas Portugal não obedeceu. Então, declarou
guerra a Portugal. A 27 de novembro de 1807, a família real
partiu para o Brasil por causa das invasões francesas. O país
ficou a ser governado por uma Junta de Regência presidida
pelo Marquês de Abrantes. Instaladas em Lisboa, as tropas de
Napoleão Bonaparte, comandadas por Junot começaram a tomar
medidas que desagradaram aos portugueses: mandou substituir,
no castelo de S. Jorge, a bandeira portuguesa pela francesa e
acabou com a Junta de Regência e passou ele próprio a
governar Portugal por Napoleão. Também cometeram roubos e
violências por Portugal inteiro.
Então, Portugal pediu auxílio à Inglaterra e esta
mandou desembarcar 9000 militares ingleses na praia de Lavos.
As tropas inglesas, comandadas pelo general Wellington
derrotaram as francesas nas batalhas de Roliça e Vimeiro. Na
Convenção de Sintra, Junot foi obrigado a retirar as tropas do
território português mas levou consigo tudo o que as tropas
tinham saqueado. Em março de 1809, as tropas francesas,
agora comandadas por Soult, conquistaram o norte até ao rio
Douro. Mas pouco tempo duraram. Logo depois foram expulsos
HISTÓRIA
Convenção de Sintra, Junot foi obrigado a retirar as tropas do
território português mas levou consigo tudo o que as tropas
tinham saqueado. Em março de 1809, as tropas francesas,
agora comandadas por Soult, conquistaram o norte até ao rio
Douro. Mas pouco tempo duraram. Logo depois foram expulsos
pelos ingleses. Em 1810, apareceu uma nova invasão
comandada por Massena. Este entrou em Portugal pela Beira
Alta, conquistou Almeida e seguiu para Viseu. Em setembro do
mesmo ano, o exército anglo-luso derrotou os franceses na
batalha do Buçaco, mas os estes continuaram para Coimbra até
Lisboa. Mas, o exército português fez uma fortificação – linhas
de Torres Vedras -, que tinham como principais fortes o de S.
Vicente, o do Alqueidão e o de S. Julião. Então, em 1811,
Massena retirou-se de Portugal. As tropas francesas foram
obrigadas a recuar pelo exército anglo-hispano-luso até França.
Aí travaram-se as batalhas de Toulouse e Bordéus. Os Ingleses
não saíam de Portugal. Beresford perseguia todos aqueles que
estavam contra a presença dos ingleses em Portugal. Em 1817,
Gomes Freire de Andrade tentou expulsar os ingleses mas não
deu resultado. Porém, em 1818, um grupo de homens do Porto
formaram o Sinédrio, uma sociedade secreta com objetivo
preparar uma revolução. Esta sociedade tinha como principais
membros Manuel Fernandes Tomás e os coronéis Cabreira e
Sepúlveda.
Em 24 de agosto de 1820 deu-se a revolução. O povo
ajudou os revoltosos e fez na rua manifestações de apoio. A
revolução espalhou-se pelo país. Os Ingleses foram expulsos de
Portugal e criaram um governo provisório - Junta Provisional
de Governo do Reino. O Governo Provisório começou a
soldados franceses
MyBrainMagazine • 21
HISTÓRIA
Em 24 de agosto de 1820 deu-se a revolução. O povo
ajudou os revoltosos e fez na rua manifestações de apoio. A
revolução espalhou-se pelo país. Os Ingleses foram expulsos de
Portugal e criaram um governo provisório - Junta Provisional
de Governo do Reino. O Governo Provisório começou a
preparar eleições. Portugal escolheu os seus deputados e estes
formaram as Cortes Constituintes que elaboraram uma
Constituição de veludo e decorada a fio de ouro e prata. A
Constituição de 1822 baseava-se na igualdade e na liberdade,
ou seja, era liberalista. Em 4 de julho de 1821 a família real
voltou e o rei D. João IV jurou com toda a solenidade a
Constituição Portuguesa. Com a corte no Brasil durante 14
anos, este ficou muito mais desenvolvido. D. Pedro ficou a
governar o Brasil e quando este recebeu a notícia da
constituição declarou independência ao Brasil, em 7 de
setembro de 1822. Este acontecimento ficou conhecido como
Grito do Ipiranga.
Com a revolução de 1820, o povo começou a dividir-se
em partes: Apoiantes de D. Miguel (absolutistas) – nobreza e
clero; Apoiantes de D. Pedro IV (liberais) – burguesia e povo. 6
anos depois da revolução, D.João VI morre e sucede-lhe D.
Pedro mas, como não queria sair do Brasil pensou que se a
sua filha D. Maria da Glória ficasse no trono e, como era
menor de idade, D. Miguel ficava regente (de acordo com o
liberalismo) e casaria com D. Maria quando fosse maior de
idade. Em 1828, D. Miguel fez-se aclamar rei absoluto.
Começou então a perseguir os liberais, que se refugiaram na
ilha Terceira, nos Açores. Quando D. Pedro soube, foi para a
ilha Terceira e formou um exército. O exército liberal, em 8 de
junho de 1832, desembarcou na praia do Mindelo e seguiu para
o Porto. Os soldados liberais traziam no cano das espingardas
hortênsias. Então, D. Miguel cercou o Porto (cerco do Porto).
Entretanto, veio uma armada liberal, comandada pelo Duque da
Terceira, que desembarcou no Algarve. De seguida, D. Miguel
levantou o cerco e dirigiu-se para sul. Este foi derrotado nas
batalhas de Almoster e de Asseiceira e assinou um acordo de
paz – Convenção de Évora Monte. Em 1834, D. Miguel foi
expulso de Portugal e D. Pedro IV morreu. Sucede-lhe D. Maria
II.A sua interpretação do corpo humano era ainda muito
avançada para época, de forma a que só nos dias de hoje é
que os seus desenhos foram finalmente entendidos.
O seu desenho mais conhecido é talvez o Homem
Vitruviano, cujo objetivo deveria ser o cálculo das proporções
matemáticas do corpo.
Pensa-se que Da Vinci começou a interessar-se pela
anatomia muito novo, provavelmente quando estava no estúdio
de Verocchio. Interessa-se pelo modo de como se encaixam as
partes do corpo humano, que é um mecanismo muito complexo.
A primeira batalha da Guerra da Restauração foi travada em
clero; Apoiantes de D. Pedro IV (liberais) – burguesia e povo. 6
anos depois da revolução, D.João VI morre e sucede-lhe D.
Pedro mas, como não queria sair do Brasil pensou que se a sua
filha D. Maria da Glória ficasse no trono e, como era menor de
idade, D. Miguel ficava regente (de acordo com o liberalismo) e
casaria com D. Maria quando fosse maior de idade. Em 1828, D.
Miguel fez-se aclamar rei absoluto. Começou então a perseguir
os liberais, que se refugiaram na ilha Terceira, nos Açores.
Quando D. Pedro soube, foi para a ilha Terceira e formou um
exército. O exército liberal, em 8 de junho de 1832, desembarcou
na praia do Mindelo e seguiu para o Porto. Os soldados liberais
traziam no cano das espingardas hortênsias. Então, D. Miguel
cercou o Porto (cerco do Porto). Entretanto, veio uma armada
liberal, comandada pelo Duque da Terceira, que desembarcou no
Algarve. De seguida, D. Miguel levantou o cerco e dirigiu-se para
sul. Este foi derrotado nas batalhas de Almoster e de Asseiceira
e assinou um acordo de paz – Convenção de Évora Monte. Em
1834, D. Miguel foi expulso de Portugal e D. Pedro IV morreu.
Sucede-lhe D. Maria II.
A sua interpretação do corpo humano era ainda muito
avançada para época, de forma a que só nos dias de hoje é que
os seus desenhos foram finalmente entendidos.
O seu desenho mais conhecido é talvez o Homem
Vitruviano, cujo objetivo deveria ser o cálculo das proporções
matemáticas do corpo.
Pensa-se que Da Vinci começou a interessar-se pela
anatomia muito novo, provavelmente quando estava no estúdio de
Verocchio. Interessa-se pelo modo de como se encaixam as
partes do corpo humano, que é um mecanismo muito complexo.
A primeira batalha da Guerra da Restauração foi travada em
1644, em Montijo. A última e mais importante foi a de Montes
Claros.
No reinado de D. Afonso VI (que foi fechado no Palácio de
Sintra porque estava maluco – foi substituído pelo conde de
Castelo Melhor) é que se travaram as maiores batalhas: Ameixal,
Castelo Rodrigo, Linhas de Elvas e Montes Claros.
D. João IV ofereceu a coroa portuguesa à padroeira de Portugal –
Nossa Senhora de Vila Viçosa.
As guerras terminaram em 1668, com um tratado de paz entre
Napoleão Bonaparte (2), invasões francesas, Bloqueio Continental, Revolução Francesa,
parede do Convento dos Carmelitas, no Buçaco (onde Wellington se albergou durante a
batalha do Buçaco), os dois irmãos, Guerra Civil.
22 • MyBrainMagazine
Hubert Cecil Booth,
engenheiro britânico, criou o primeiro
aspirador motorizado, em 1901. Este
aspirador contrasta com os atuais,
pois era grande e, para se
movimentar, tinha de recorrer à força
equestre e a uma carruagem. Esta
máquina consumia energia de carvão
ou petróleo, visto que ainda não
havia eletricidade na esmagadora
maioria das casas vitorianas.
Estacionava à porta da casa e uma
mangueira com 244 metros entrava
pelas janelas e o motor começava a
trabalhar. Aspirava a sujidade para
um filtro. Foi este aspirador que
limpou a passadeira cerimonial da
coroação do rei Eduardo VII.
Convenção de Sintra, Junot
foi obrigado a retirar as tropas do
território português mas levou consigo
tudo o que as tropas tinham
saqueado. Em março de 1809, as
tropas francesas, agora comandadas
por Soult, conquistaram o norte até
ao rio Douro. Mas pouco tempo
duraram. Logo depois foram expulsos
pelos ingleses. Em 1810, apareceu
uma nova invasão comandada por
Massena. Este entrou em Portugal
pela Beira Alta, conquistou Almeida e
seguiu para Viseu. Em setembro do
mesmo ano, o exército anglo-luso
derrotou os franceses na batalha do
Buçaco, mas os estes continuaram
para Coimbra até Lisboa. Mas, o
exército português fez uma
fortificação – linhas de Torres Vedras
-, que tinham como principais fortes
o de S. Vicente, o do Alqueidão e o
de S. Julião. Então, em 1811,
Massena retirou-se de Portugal. As
HISTÓRIA
Estacionava à porta da casa
e uma mangueira com 244 metros
entrava pelas janelas e o motor
começava a trabalhar. Aspirava a
sujidade para um filtro. Foi este
aspirador que limpou a passadeira
cerimonial da coroação do rei
Eduardo VII.
Convenção de Sintra, Junot
foi obrigado a retirar as tropas do
território português mas levou consigo
tudo o que as tropas tinham
saqueado. Em março de 1809, as
tropas francesas, agora comandadas
por Soult, conquistaram o norte até
ao rio Douro. Mas pouco tempo
duraram. Logo depois foram expulsos
pelos ingleses. Em 1810, apareceu
uma nova invasão comandada por
Massena. Este entrou em Portugal
pela Beira Alta, conquistou Almeida e
seguiu para Viseu. Em setembro do
mesmo ano, o exército anglo-luso
derrotou os franceses na batalha do
Buçaco, mas os estes continuaram
para Coimbra até Lisboa. Mas, o
exército português fez uma
fortificação – linhas de Torres Vedras
-, que tinham como principais fortes
o de S. Vicente, o do Alqueidão e o
de S. Julião. Então, em 1811,
MyBrainMagazine • 23
As enormes perdas da 1.ª Guerra Mundial
aconteceram sobretudo na Europa, devido a
ter sido o palco da guerra, e estas perdas
levaram a que a Europa começasse a importar
matérias-primas, alimentos e armamento aos
Estados Unidos e, graças à inflação galopante
que apareceu na Europa pós-guerra, tornou os
EUA os principais fornecedores da Europa,
aumentando o crescimento económico deste
país, florescendo-o.
O crescimento da produção americana no pós-
guerra deveu-se a dois fatores principais: o
aumento da procura e a adesão de um novo
sistema de organização do trabalho. Foi Henry
Ford quem primeiro aplicou nas suas fábricas
o fordismo, durante o fabrico do novo
automóvel atingível a todos, o Ford T, por
parte da empresa automóvel Ford. O fordismo
baseava-se nos seguintes princípios:
- Aplicação do taylorismo (teoria defendida
pelo engenheiro americano Frederick Taylor.
Preconizava a racionalização do trabalho
através da especialização dos operários em
determinadas tarefas, sempre as mesmas, de
modo a conseguirem realizá-las no mínimo de
tempo com o máximo de eficácia) e do
trabalho em cadeia (através de tapetes
rolantes, o objeto a ser montado passava
diante do operário);
- Estandardização (uniformização dos modelos
dos produtos fabricados), favoreceu o fabrico
em série e permitiu a produção em massa, a
diminuição dos custos e a venda a preços
inferiores;
- Aumento dos salários, motivando os
operários e aumentando o seu poder de
consumo.
Este modelo americano de produção industrial
HISTÓRIA
Foi Henry Ford quem primeiro aplicou nas
suas fábricas o fordismo, durante o fabrico do
novo automóvel atingível a todos, o Ford T,
por parte da empresa automóvel Ford. O
fordismo baseava-se nos seguintes princípios:
- Aplicação do taylorismo (teoria defendida
pelo engenheiro americano Frederick Taylor.
Através da especialização dos operários em
determinadas tarefas, sempre as mesmas, de
modo a conseguirem realizá-las no mínimo de
tempo com o máximo de eficácia) e do
trabalho em cadeia (através de tapetes
rolantes, o objeto a ser montado passava
diante do operário);
- Estandardização (uniformização dos modelos
dos produtos fabricados), favoreceu o fabrico
em série e permitiu a produção em massa, a
diminuição dos custos e a venda a preços
inferiores;
- Aumento dos salários, motivando os
operários e aumentando o seu poder de
consumo.
Este modelo americano de produção industrial
foi adotado em diversos países e, nos anos
20, nos EUA, o aumento constante da procura
estimulou a produção e gerou uma enorme
prosperidade, tornando-se uma sociedade de
consumo. A Europa, a seguir da sua
recuperação da guerra, também teve uma
época com uma grande prosperidade, mas que
não superou a dos Estados Unidos.
- Estandardização (uniformização dos modelos
dos produtos fabricados), favoreceu o fabrico
em série e permitiu a produção em massa, a
diminuição dos custos e a venda a preços
inferiores;
- Aumento dos salários, motivando os
operários e aumentando o seu poder de
consumo.
Este modelo americano de produção industrial
foi adotado em diversos países e, nos anos
20, nos EUA, o aumento constante da procura
estimulou a produção e gerou uma enorme
prosperidade, tornando-se uma sociedade de
consumo.
panorâmica da cidade de Nova Iorque na década de 30 ^
Ford modelo T - linha de montagem >
24 • MyBrainMagazine
HISTÓRIA
O coche é uma carruagem luxuosa e decorada
artisticamente, que servia, em geral, para as grandes solenidade
da corte e para outras cerimónias. Foi na época do
Renascimento que começou a divulgar-se, mas o seu uso
acentuou-se no século XVIII. O coche mais antigo que se
conhece data do século XVI. A moda dos coches foi levada de
Itália para França e daí para o resto da Europa. Tinham
geralmente 4 lugares, contudo, alguns tinham também 2 e 6.
Alguns dos coches que mais sobressaíram em toda a Europa
foram os de D. João V de Portugal, que agora se encontram,
entre outros, no Museu dos Coches, em Belém, Lisboa. Talvez
o primeiro coche visto em Portugal fora o de D. Filipe I (II de
Espanha), quando veio ao nosso país em 1581.
Tal como os coches, também existiram outros veículos
semelhantes utilizados pelas cortes europeias, a berlinda
(semelhante ao coche) e o carrinho de passeio, a liteira, a
cadeirinha e posteriormente, já substituindo o coche, a
carruagem.
O carrinho de passeio, ou cabriolet, era um veículo
pequeno e leve, de caixa descoberta, feito para passear nas
quintas e jardins em dias bonitos e de temperatura amena.
Introduzido em Portugal na 2.ª metade do século XVIII, o
carrinho de passeio era originário de Itália. No entanto, os
exemplares encomendados pela Corte Portuguesa, foram
executados ao gosto francês, a condizer com o estilo que
predominava nos Jardins do Palácio de Queluz, para onde se
destinavam. Esta viatura, de duas rodas, podia transportar um
ou dois passageiros e consistia numa caixa aberta, levemente
curva, assente em correias de couro sem molas, alta e ligeira,
com dois varais que a ligavam ao milhão onde se atrelava um
único cavalo. No alçado traseiro encontrava-se um pequeno
assento, para o pajem que acompanhava os passeantes. O
carrinho podia ser conduzido pelos seus ocupantes ou por um
boleeiro, que cavalgava ao lado da viatura, dirigindo a marcha
do cavalo emparelhado entre os varais. Na mesma época
também apareceram carrinhos de criança, que eram puxados
por póneis, burrinhos ou até mesmo por carneiros e serviam de
entretenimento aos pequenos príncipes, nas suas brincadeiras
ao ar livre.
clero; Apoiantes de D. Pedro IV (liberais) – burguesia e
povo. 6 anos depois da revolução, D.João VI morre e sucede-
lhe D. Pedro mas, como não queria sair do Brasil pensou que
se a sua filha D. Maria da Glória ficasse no trono e, como era
menor de idade, D. Miguel ficava regente (de acordo com o
liberalismo) e casaria com D. Maria quando fosse maior de
idade. Em 1828, D. Miguel fez-se aclamar rei absoluto.
Museu dos Coches, coche de D. João V (séc. XVIII), Coche da
Embaixada ao Papa Clemente XI dos Oceanos ( séc. XVIII)
x2, carrinho de passeio (séc. XVIII).
MyBrainMagazine • 25
HISTÓRIA
A dificuldade de circulação dos coches e
berlindas por ruas estreitas e tortuosas fez com que
se criassem liteiras (descendentes diretas da
"Lectica" romana, apresentando um caixa de dois
lugares frente a frente e transportada por duas
mulas, atreladas nas extremidades dianteira e
traseira a dois varais laterais, que sustentavam o
peso da caixa e dos seus ocupantes, sendo utilizada
até ao século XIX) e cadeirinhas (utilizada até ao
século XIX, terá vindo ou do Oriente ou da evolução
de um sistema de transporte de doentes, através da
simples aplicação de cordas a uma cadeira que se
suspendia aos ombros, sendo uma caixa de um só
lugar, suspensa por dois varais amovíveis, com porta
de abrir à frente, teto fixo ou de levantar para
facilitar o acesso ao passageiro, que era conduzida
por dois ou quatro lacaios.
A instabilidade política provocada pela
Revolução Francesa de 1789 e consequente
dificuldade em manter contactos com os construtores
de viaturas de Paris, levou a que nobres e
burgueses encomendassem em Londres um novo e
moderno veículo, a carruagem, que apresentava
inovações técnicas em relação aos transportes até
então utilizados. De maior comodidade que o coche
ou a berlinda, devido ao novo sistema de fixação da
caixa, mais elevada do chão e suspensa por
correias curtas a molas de aço em forma de grande
C, a carruagem, de dois o quatro lugares, tem a
caixa abaulada na parte inferior, fazendo-se o
acesso ao interior por estribo desdobrável. Quatro
lanternas fixas à caixa e um banco de cocheiro
elevado até à altura do tejadilho permitiam ao
cocheiro uma condução mais segura e com maior
visibilidade. A decoração exterior da caixa simplifica-
se e a talha é substituída nas carruagens de gala
por elementos decorativos em prata ou casquinha,
que emolduram pinturas ao gosto da época, de
maior sobriedade, onde continua a ser frequente
aparecer em lugar de destaque o brasão de armas
do proprietário. No interior, cortinas e estofos de
seda lisa ou lã, com aplicações de galões de
algodão bordado, acentuavam não só uma mudança
de gosto, como de mentalidade característica do
século XIX, em que a ostentação dá lugar a
conforto e à funcionalidade.
clero; Apoiantes de D. Pedro IV (liberais) –
burguesia e povo. 6 anos depois da revolução,
D.João VI morre e sucede-lhe D. Pedro mas, como
não queria sair do Brasil pensou que se a sua filha
coche de D. Maria Francisca
Benedita (séc. XVIII), carruagem
da coroa (séc. XIX), liteira (séc.
XVIII), berlinda prossecional
(séc. XVIII).
soldados franceses
26 • MyBrainMagazine
HISTÓRIA
A Pedra da Roseta foi
descoberta em meados de julho de 1799
durante a Campanha napoleónica do
Egito, por um soldado no exército francês
(Bouchard) na cidade de Rashid (Roseta).
A Pedra da Roseta é um texto do Antigo
Egito escrito em hieróglifos, grego e
demótico egípcio num grande bloco de
granito que foi decifrado por Jean-
François Champollion e por Thomas
Young. Esta pedra foi a chave para
decifrar os hieróglifos egípcios.
Atualmente, está exposta no
British Museum, em Londres.clero;
Apoiantes de D. Pedro IV (liberais) –
burguesia e povo. 6 anos depois da
revolução, D.João VI morre e sucede-lhe
D. Pedro mas, como não queria sair do
Brasil pensou que se a sua filha D.
Maria da Glória ficasse no trono e, como
era menor de idade, D. Miguel ficava
regente (de acordo com o liberalismo) e
casaria com D. Maria quando fosse maior
de idade. Em 1828, D. Miguel fez-se
aclamar rei absoluto. Começou então a
perseguir os liberais, que se refugiaram
na ilha Terceira, nos Açores. Quando D.
Pedro soube, foi para a ilha Terceira e
formou um exército. O exército liberal, em
8 de junho de 1832, desembarcou na
praia do Mindelo e seguiu para o Porto.
Os soldados liberais traziam no cano das
espingardas hortênsias. Então, D. Miguel
cercou o Porto (cerco do Porto).
Entretanto, veio uma armada liberal,
comandada pelo Duque da Terceira, que
desembarcou no Algarve. De seguida, D.
Miguel levantou o cerco e dirigiu-se para
sul. Este foi derrotado nas batalhas de
Almoster e de Asseiceira e assinou um
acordo de paz – Convenção de Évora
Monte. Em 1834, D. Miguel foi expulso
de Portugal e D. Pedro IV morreu.
Sucede-lhe D. Maria II.A sua
interpretação do corpo humano era ainda
muito avançada para época, de forma a
que só nos dias de hoje é que os seus
A sua inscrição, escrita por
sacerdotes, regista um decreto
promulgado em 196 a.C., na cidade de
Mênfis, em nome do rei Ptolomeu V,
louvando-o pelos benefícios que ele havia
concedido no país. É registado em três
parágrafos com o mesmo texto: o
superior está na forma hieroglífica do
egípcio antigo, o trecho do meio em
demótico, variante escrita do egípcio
tardio, e o inferior em grego antigo. A
Pedra da Roseta é um fragmento de
uma estela maior.
Depois do Egito se tornar
cristão, os templos egípcios foram
fechados e muitos foram demolidos. Ao
mesmo tempo, a Pedra da Roseta foi
quebrada e movida da sua localização
atual para Rashid, no delta do Nilo, onde
foi colocada dentro de um forte (como
bloco de construção) pelo sultão Qaitbay,
no século XV d.C.
Aquando da sua descoberta
pelos franceses, a importância da estela
foi imediatamente reconhecida, mas
quando os franceses foram derrotados, a
pedra foi entregue às forças britânicas
como parte do Tratado de Alexandria em
1801.
Atualmente, está exposta no
British Museum, em Londres.clero;
Apoiantes de D. Pedro IV (liberais) –
burguesia e povo. 6 anos depois da
revolução, D.João VI morre e sucede-lhe
D. Pedro mas, como não queria sair do
Brasil pensou que se a sua filha D.
Maria da Glória ficasse no trono e, como
era menor de idade, D. Miguel ficava
regente (de acordo com o liberalismo) e
casaria com D. Maria quando fosse maior
de idade. Em 1828, D. Miguel fez-se
aclamar rei absoluto. Começou então a
perseguir os liberais, que se refugiaram
na ilha Terceira, nos Açores. Quando D.
Pedro soube, foi para a ilha Terceira e
formou um exército. O exército liberal, em
Depois do Egito se tornar
cristão, os templos egípcios foram
fechados e muitos foram demolidos. Ao
mesmo tempo, a Pedra da Roseta foi
quebrada e movida da sua localização
atual para Rashid, no delta do Nilo, onde
foi colocada dentro de um forte (como
bloco de construção) pelo sultão Qaitbay,
no século XV d.C.
Aquando da sua descoberta
pelos franceses, a importância da estela
foi imediatamente reconhecida, mas
quando os franceses foram derrotados, a
pedra foi entregue às forças britânicas
como parte do Tratado de Alexandria em
1801.
Atualmente, está exposta no
British Museum, em Londres.clero;
Apoiantes de D. Pedro IV (liberais) –
burguesia e povo. 6 anos depois da
revolução, D.João VI morre e sucede-lhe
D. Pedro mas, como não queria sair do
Brasil pensou que se a sua filha D.
Maria da Glória ficasse no trono e, como
era menor de idade, D. Miguel ficava
regente (de acordo com o liberalismo) e
casaria com D. Maria quando fosse maior
de idade. Em 1828, D. Miguel fez-se
aclamar rei absoluto. Começou então a
perseguir os liberais, que se refugiaram
na ilha Terceira, nos Açores. Quando D.
Pedro soube, foi para a ilha Terceira e
formou um exército. O exército liberal, em
8 de junho de 1832, desembarcou na
praia do Mindelo e seguiu para o Porto.
Os soldados liberais traziam no cano das
espingardas hortênsias. Então, D. Miguel
cercou o Porto (cerco do Porto).
Entretanto, veio uma armada liberal,
comandada pelo Duque da Terceira, que
desembarcou no Algarve. De seguida, D.
Miguel levantou o cerco e dirigiu-se para
sul. Este foi derrotado nas batalhas de
Almoster e de Asseiceira e assinou um
acordo de paz – Convenção de Évora
Monte. Em 1834, D. Miguel foi expulso
de Portugal e D. Pedro IV morreu.
MyBrainMagazine • 27
HISTÓRIA
A decifração de códigos teve um papel fundamental na
vitória das forças aliadas na 2.ª Guerra Mundial. Os alemães
tinham inventado a máquina Enigma, que era utilizada para
codificar mensagens secretas que continham informação militar
importante, como as posições dos seus submarinos. Quando
uma mensagem era escrita na máquina, era codificada numa de
perto de 159 triliões de combinações possíveis. Para o fazer,
utilizava um algoritmo, ou "chave". A chave mudava a cada 24
horas, tornando a decifração das mensagens extremamente
difícil.
Mas, Alan Turing, nascido em 1912, com uma
educação privilegiada, licenciado em Matemática em Cambridge,
conseguiu decifrar as mensagens. Tudo começou em 136,
quando teve a ideia de um computador programável, a máquina
de Turing. Com ela, provou que qualquer problema matemático
podia ser resolvido, desde que fosse representável por um
algoritmo. Muitos defendem que esta máquina foi o primeiro
computador do mundo.
No início da guerra, Turing foi para Bletchley Park,
uma velha mansão em Buckinghamshire, tornando-se a sede
dos serviços secretos britânicos em tempo de guerra.
Baseando-se em pesquisas polacas, Turing e o
matemático Gordon Welchman desenvolveram uma máquina
eletromecânica chamada "Bomba". Apesar de os polacos
conseguirem ler as mensagens da Enigma nos sistemas de
código mais simples, esta máquina possibilitava a decifração de
qualquer mensagem, desde que o hardware da Enigma fosse
conhecido e que um texto base de 20 letras podia ser
adivinhado corretamente. Quando se encontrava uma mensagem
alemã, os criptanalistas analisavam-na para produzir um "menu"
(gráfico composto por letras ligadas). Este esquema era depois
passado a um operador da "Bomba", que programava as letras
na máquina de acordo com o "menu". A "Bomba" era então
ligada e, de vez em quando, era parada e o operador escrevia
a possível chave que tinha encontrado. Esta chave era depois
testada para descobrir se era a correta. Pensa-se que o
trabalho de Turing tenha reduzido em dois anos a guerra na
Europa.
Depois da guerra, Turing trabalhou na conceção de um
Automatic Computing Engine, que executou o seu primeiro
programa em 1950. Também escreveu um programa de xadrez,
no qual o computador demorava meia hora para fazer cada
movimento.
Morreu em 1954, vítima de intoxicação por cianeto,
A decifração de códigos teve um papel fundamental na
vitória das forças aliadas na 2.ª Guerra Mundial. Os alemães tinham
inventado a máquina Enigma, que era utilizada para codificar
mensagens secretas que continham informação militar importante,
como as posições dos seus submarinos. Quando uma mensagem
era escrita na máquina, era codificada numa de perto de 159 triliões
de combinações possíveis. Para o fazer, utilizava um algoritmo, ou
"chave". A chave mudava a cada 24 horas, tornando a decifração
das mensagens extremamente difícil.
Mas, Alan Turing, nascido em 1912, com uma educação
privilegiada, licenciado em Matemática em Cambridge, conseguiu
decifrar as mensagens. Tudo começou em 136, quando teve a ideia
de um computador programável, a máquina de Turing. Com ela,
provou que qualquer problema matemático podia ser resolvido, desde
que fosse representável por um algoritmo. Muitos defendem que esta
máquina foi o primeiro computador do mundo.
No início da guerra, Turing foi para Bletchley Park, uma
velha mansão em Buckinghamshire, tornando-se a sede dos serviços
secretos britânicos em tempo de guerra. Baseando-se em pesquisas
polacas, Turing e o matemático Gordon Welchman desenvolveram
uma máquina eletromecânica chamada "Bomba". Apesar de os
polacos conseguirem ler as mensagens da Enigma nos sistemas de
código mais simples, esta máquina possibilitava a decifração de
qualquer mensagem, desde que o hardware da Enigma fosse
conhecido e que um texto base de 20 letras podia ser adivinhado
corretamente. Quando se encontrava uma mensagem alemã, os
criptanalistas analisavam-na para produzir um "menu" (gráfico
composto por letras ligadas). Este esquema era depois passado a
um operador da "Bomba", que programava as letras na máquina de
acordo com o "menu". A "Bomba" era então ligada e, de vez em
quando, era parada e o operador escrevia a possível chave que
tinha encontrado. Esta chave era depois testada para descobrir se
era a correta. Pensa-se que o trabalho de Turing tenha reduzido em
dois anos a guerra na Europa.
Depois da guerra, Turing trabalhou na conceção de um
Automatic Computing Engine, que executou o seu primeiro programa
em 1950. Também escreveu um programa de xadrez, no qual o
computador demorava meia hora para fazer cada movimento. Morreu
em 1954, vítima de intoxicação por cianeto, antes de completar 42
anos, vítima de discriminação por parte do Governo britânico.
A sua interpretação do corpo humano era ainda muito
avançada para época, de forma a que só nos dias de hoje é que
os seus desenhos foram finalmente entendidos.
A máquina Enigma, a "Bomba" de Alan Turing.
28 • MyBrainMagazine
HISTÓRIA
A Guerra Civil Espanhola,
desencadeada em 1936, foi motivada
pelas fortes rivalidades existentes
entre as fações políticas de esquerda
e de direita. De 1923 a 1930,
Espanha foi governada por uma
ditadura militar chefiada pelo general
Primo de Rivera, mas este exilou-se,
acabando por conduzir à própria
abdicação do rei Afonso XIII. Em
1931, depois do estabelecimento da
Segunda República em Espanha, a
ala socialista moderada e a classe
média liberal republicana uniram-se
numa coligação que instituiu um
programa de reformas sociais,
religiosas e militares. Contudo, esta
coligação foi desfeita devido a
interferências do setor da direita. Nas
eleições de novembro de 1933, os
socialistas concorreram sozinhos, na
esperança de conseguirem organizar
um governo unicamente socialista. As
suas expectativas foram goradas,
porque o sistema favorecia as
coligações. Deste modo, com alguma
surpresa, a vitória coube à aliança
de direita. No ano de 1934, as
reformas propostas entre 1931 e
1933 foram totalmente esquecidas.
Neste ano, os socialistas,
anarquistas e comunistas juntaram-se
em protesto nas cidades mineiras
das Astúrias, temendo a entrada do
CEDA, um partido católico de direita,
no governo, pois este poderia
significar o estabelecimento de um
estado autoritário. A repressão deste
movimento de contestação foi muito
violenta, conduzindo à reunião da
esquerda na Frente Popular. Esta
aliança esquerdista saiu vitoriosa nas
eleições de 1936, apesar de não
alcançar uma confortável vantagem
sobre os seus diretos opositores. No
entanto, a vitória permitiu-lhe retomar
as reformas de 1931. A direita não
alcançar uma confortável vantagem
sobre os seus diretos opositores. No
entanto, a vitória permitiu-lhe retomar
as reformas de 1931. A direita não
se conformou com a derrota, e
prontamente se preparou para a
guerra, sob a liderança do
"cabecilha" da conspiração, o General
Emílio Mola. A Falange, o partido
fascista em formação, espalhava o
terror e a violência para obrigar à
utilização da força militar. A resposta
da ala esquerda acabou por resultar
no assassinato do líder monárquico
José Calvo Sotelo, a 13 de julho.
Intensificava-se a instabilidade e
começava a violência.
Os levantamentos
conservadores de 18 de julho nas
capitais rurais de província, como
Leão e Castela a Velha, tiveram
sucesso. Já o mesmo não sucedeu
nas grandes cidades industriais do
Norte asturiano onde os
trabalhadores fabris e mineiros
impediram qualquer tentativa de
golpe de direita. No Sul, o apoio era
dado à esquerda, embora nas
grandes cidades, como Cádiz e
Sevilha, a resistência das classes
trabalhadoras fosse destruída. Nesta
fase, os rebeldes falangistas
controlavam cerca de um terço de
Espanha, incluindo a Galiza, Leão,
Castela a Velha, Aragão e parte da
Extremadura, em conjunto com
Huelva, Sevilha e Córdoba. De início,
os revoltosos confrontaram-se com
alguns problemas com as suas
milícias mal preparadas e tiveram de
recorrer a mercenários. A vantagem
dos rebeldes residia no exército
mercenário africano, liderado pelo
General Franco, que estava
bloqueado em Marrocos pelos navios
de guerra republicanos, cujas
tripulações se tinham amotinado
General Franco, que estava bloqueado em Marrocos
pelos navios de guerra republicanos, cujas
tripulações se tinham amotinado contra os seus
dirigentes direitistas. Os falangistas voltaram-se
então para o estrangeiro, pedindo auxílio a Hitler e
a Mussolini.
Os dirigentes alemão e italiano viram então
a possibilidade de causar problemas à França, e
ambos decidiram providenciar ajuda aerotransportada
para tornar possível uma ponte aérea entre
Marrocos e Sevilha. Cerca de 15 000 homens
atravessaram para Espanha num prazo de 10 dias.
Um falhado golpe de estado tendia assim para uma
Guerra Civil. Mais discretamente, Salazar permitia a
utilização do território português como base de
apoio de retaguarda ou via de entrada de
armamento, enquanto encaminhava para a frente de
combate os voluntários ("viriatos"), em número
indeterminado, talvez de alguns milhares. Por outro
lado, a intervenção da Sociedade das Nações, que
pretendeu instituir mecanismos de conciliação e
arbitragem, fracassou totalmente, criando situações
de impasse que desequilibravam ainda mais o
balanço de forças, pois manietavam frequentemente
o governo eleito de Madrid, enquanto deixavam as
mãos livres a Franco. Durante a guerra civil de
Espanha o mundo assistiu, pela primeira vez, no
nosso século, ao emprego da rádio como meio de
propaganda de grande eficácia (aqui ainda, a
propaganda franquista, muitas vezes de extrema
agressividade, revelou maior eficácia que a sua
congénere republicana).
A República, ao contrário dos revoltosos,
não teve uma grande ajuda quando procurou apoio
junto das potências democráticas. O premier
francês, Léon Blum, inicialmente partidário da fação
republicana, esmoreceu a sua posição face à
oposição interna e ao receio britânico de provocar
uma guerra geral. A União Soviética parecia ser a
última hipótese. No entanto, com muito ou pouco
apoio, o conflito internacionalizava-se e despertava
paixões por todo o mundo. Os falangistas do mais
que provável líder, Franco, já o vimos, receberam
forte auxílio por parte da Itália e da Alemanha. Era
a ocasião ideal para testar as novas máquinas de
guerra - as tropas de Hitler experimentaram os
métodos da Blitzkrieg, que lhes iriam dar grandes
MyBrainMagazine • 29
HISTÓRIA
árvore de
Guernica que se
salvou dos
bombardeamentos;
A Morte do
Soldado Legalista,
de Robert Capa é a
mais conhecida
fotografia sobre a
Guerra Civil
Espanhola; cidade
de Guernica
destruída;
situação
nacionalista /
republicana em
Espanha de
Agosto-Setembro
de 1936
que provável líder, Franco, já o vimos,
receberam forte auxílio por parte da Itália e
da Alemanha. Era a ocasião ideal para testar
as novas máquinas de guerra - as tropas de
Hitler experimentaram os métodos da
Blitzkrieg, que lhes iriam dar grandes vitórias
nas fases iniciais da Segunda Guerra
Mundial e Hitler apressou-se a enviar para o
terreno a tristemente célebre legião Condor.
As fileiras republicanas apenas engrossaram
com o auxílio soviético e com os heróis
românticos de todo o mundo, simbolizados
por E. Hemingway, correspondente de guerra
e soldado.
Os rebeldes nacionalistas lançaram então
duas bem sucedidas campanhas. Enquanto
Mola atacava a província basca de
Guipúzcoa para isolar a França, o exército
mercenário africano de Franco avançava
sobre Madrid, deixando atrás de si um rasto
de morte e destruição. A 10 de agosto, os
dois blocos de nacionalistas faziam a junção,
consolidando a sua posição em agosto e
mercenário africano de Franco avançava
sobre Madrid, deixando atrás de si um rasto
de morte e destruição. A 10 de agosto, os
dois blocos de nacionalistas faziam a junção,
consolidando a sua posição em agosto e
setembro. As tropas do General José
Henrique Varela ligaram Sevilha, Córdoba,
Granada e Cádiz, numa altura em que os
republicanos não tinham possibilidade de
igualar os sucessos nacionalistas, somando
derrotas sucessivas. A 21 de setembro, os
líderes dos revoltosos escolheram o General
Franco, em Salamanca, para comandante em
chefe. Nesse dia, este militar dirigiu as suas
colunas para o sudeste de Madrid, no
sentido de libertar a guarnição de Toledo, o
que fez perder uma excelente oportunidade
de atacar a capital antes desta preparar a
sua defesa. No entanto, esta manobra
permitiu a Franco aumentar o seu poder
militar e criar um golpe de publicidade.
Então, abrandou o ritmo da guerra para
purgar o território capturado. Confirmado
permitiu a Franco aumentar o seu poder
militar e criar um golpe de publicidade.
Então, abrandou o ritmo da guerra para
purgar o território capturado. Confirmado
como Caudilho e chefe de Estado a 1 de
outubro, Franco controlava a zona central,
enquanto os republicanos enfrentavam
divisões internas entre comunistas, socialistas
e anarquistas. A 7 de outubro, o exército
africano marchava sobre Madrid, uma cidade
cheia de refugiados e com graves problemas
de subalimentação. O atraso de Franco
permitira a reorganização da defesa de
Madrid, ajudada pela chegada de armas
soviéticas e das colunas de voluntários
conhecidas como Brigadas Internacionais. No
entanto, a 6 de novembro, o governo
debandou para Valência, deixando Madrid
nas mãos do General José Miaja. Apoiado
pela Junta de Defesa, dominada pelos
comunistas, reuniu a população deixando a
planificação militar ao seu chefe de pessoal,
o bem sucedido coronel Vicente Rojo.
30 • MyBrainMagazine
HISTÓRIA
permitiu a Franco aumentar o seu poder
militar e criar um golpe de publicidade.
Então, abrandou o ritmo da guerra para
purgar o território capturado. Confirmado
como Caudilho e chefe de Estado a 1 de
outubro, Franco controlava a zona central,
enquanto os republicanos enfrentavam
divisões internas entre comunistas, socialistas
e anarquistas. A 7 de outubro, o exército
africano marchava sobre Madrid, uma cidade
cheia de refugiados e com graves problemas
de subalimentação. O atraso de Franco
permitira a reorganização da defesa de
Madrid, ajudada pela chegada de armas
soviéticas e das colunas de voluntários
conhecidas como Brigadas Internacionais. No
entanto, a 6 de novembro, o governo
debandou para Valência, deixando Madrid
nas mãos do General José Miaja. Apoiado
pela Junta de Defesa, dominada pelos
comunistas, reuniu a população deixando a
planificação militar ao seu chefe de pessoal,
o bem sucedido coronel Vicente Rojo.
Embora o general Franco tivesse tido a
habilidade para chamar até si as germânicas
Legiões Condor, em novembro teve de
aceitar o insucesso do seu assalto. A cidade
aguentou-se durante 28 meses. Franco
reagiu tentando circundar a capital. Apesar
das derrotas nas batalhas de Boadilla
(dezembro de 1936), de Jarama (fevereiro de
1937), e de Guadalajara (março de 1937), a
vantagem era ainda dos nacionalistas, que
em março deram início a um ciclo de
batalhas que lhes permitiram capturar o
Norte de Espanha nas estações quentes de
1937. O começo desta ofensiva partiu do
ataque das tropas de Mola ao país Basco, já
de si desmoralizado pelos bombardeamentos
da Legião Condor. A sua capital, Bilbau, caiu
a 19 de junho, depois da destruição de
pequenas cidades como Guernica, localidade
imortalizada num quadro com o mesmo
nome da autoria de Pablo Picasso e onde
morreram cerca de 9 000 habitantes
massacrados pela aviação alemã e apenas
se restou a árvore sagrada dos bascos, a
árvore de Guernica, Gernikako Arbola, onde
historicamente os bascos se reuniam por
baixo dela como se fosse o "parlamento",
se restou a árvore sagrada dos bascos, a
árvore de Guernica, Gernikako Arbola, onde
historicamente os bascos se reuniam por
baixo dela como se fosse o "parlamento",
ficando símbolo de liberdade e autonomia
dos bascos. Em seguida, as forças
nacionalistas, bem apetrechadas com tropas
e equipamento italiano, capturam Santander
a 26 de agosto e as Astúrias em setembro e
outubro. A superioridade desta fação do
conflito aumentou com a posse da riqueza
mineira e da indústria do Norte. O coronel
Vicente Rojo tentou então, através de várias
ofensivas, suster o avanço nacionalista, em
cidades como Brunete (outra localidade cuja
população foi massacrada ou deportada),
Saragoça e Teruel, mas não cumpriu
totalmente os seus objetivos, pois era
imparável a máquina de guerra dos
nacionalistas. Estes tentaram e conseguiram
tirar partido da exaustão dos republicanos
desmoralizados com a derrota em Teruel.
As tropas de Franco avançaram para o vale
do Ebro e a 15 de abril atingiram o mar. Em
julho, Franco em vez do assalto a Barcelona,
dirigiu um maior ataque sobre Valência. Os
republicanos tentavam resistir a todo custo
às forças do General Franco, que os
pretendia aniquilar totalmente. Em novembro,
a República estava quase completamente
derrotada. A cidade anarco-esquerdista de
Barcelona caía às mãos dos nacionalistas a
26 de janeiro de 1939 e Madrid a 4 de
março. Entretanto, o comandante do Exército
Republicano do Centro, o coronel
Segismundo Casado, revoltava-se contra o
governo republicano numa tentativa de parar
com a violência. A sua tentativa de negociar
com os vencedores foi rejeitada por Franco.
A pouco e pouco as tropas republicanas
foram-se rendendo. A 27 de março, os
nacionalistas entraram na cidade de Madrid e
os republicanos foram exilados. Esta vitória
de Franco inaugurou, assim, uma ditadura
fascista de 38 anos e, através da Polícia
Política, eram reprimidos todos os suspeitos
de ideologias de esquerda. A Guerra Civil
Espanhola saldou-se numa perda de 400 000
mortos em combate, 1 000 000 de presos e
cerca de 100 000 execuções, conhecidas
permitiu a Franco aumentar o seu poder
militar e criar um golpe de publicidade.
Então, abrandou o ritmo da guerra para
purgar o território capturado. Confirmado
como Caudilho e chefe de Estado a 1 de
outubro, Franco controlava a zona central,
enquanto os republicanos enfrentavam
divisões internas entre comunistas, socialistas
e anarquistas. A 7 de outubro, o exército
africano marchava sobre Madrid, uma cidade
cheia de refugiados e com graves problemas
de subalimentação. O atraso de Franco
permitira a reorganização da defesa de
Madrid, ajudada pela chegada de armas
soviéticas e das colunas de voluntários
conhecidas como Brigadas Internacionais. No
entanto, a 6 de novembro, o governo
debandou para Valência, deixando Madrid
nas mãos do General José Miaja. Apoiado
pela Junta de Defesa, dominada pelos
comunistas, reuniu a população deixando a
planificação militar ao seu chefe de pessoal,
o bem sucedido coronel Vicente Rojo.
Embora o general Franco tivesse tido a
habilidade para chamar até si as germânicas
Legiões Condor, em novembro teve de
aceitar o insucesso do seu assalto. A cidade
aguentou-se durante 28 meses. Franco
reagiu tentando circundar a capital. Apesar
das derrotas nas batalhas de Boadilla
(dezembro de 1936), de Jarama (fevereiro de
1937), e de Guadalajara (março de 1937), a
vantagem era ainda dos nacionalistas, que
em março deram início a um ciclo de
batalhas que lhes permitiram capturar o
Norte de Espanha nas estações quentes de
1937. O começo desta ofensiva partiu do
ataque das tropas de Mola ao país Basco, já
de si desmoralizado pelos bombardeamentos
da Legião Condor. A sua capital, Bilbau, caiu
a 19 de junho, depois da destruição de
pequenas cidades como Guernica, localidade
imortalizada num quadro com o mesmo
nome da autoria de Pablo Picasso e onde
morreram cerca de 9 000 habitantes
massacrados pela aviação alemã e apenas
se restou a árvore sagrada dos bascos, a
árvore de Guernica, Gernikako Arbola, onde
historicamente os bascos se reuniam por
baixo dela como se fosse o "parlamento",
MyBrainMagazine • 31
HISTÓRIA
General Francisco Franco, mapa
da batalha do Ebro, Batalha do
Ebro (exército republicano a
cruzar o rio).
se restou a árvore sagrada dos bascos, a
árvore de Guernica, Gernikako Arbola, onde
historicamente os bascos se reuniam por
baixo dela como se fosse o "parlamento",
ficando símbolo de liberdade e autonomia
dos bascos. Em seguida, as forças
nacionalistas, bem apetrechadas com tropas
e equipamento italiano, capturam Santander
a 26 de agosto e as Astúrias em setembro e
outubro. A superioridade desta fação do
conflito aumentou com a posse da riqueza
mineira e da indústria do Norte. O coronel
Vicente Rojo tentou então, através de várias
ofensivas, suster o avanço nacionalista, em
cidades como Brunete (outra localidade cuja
população foi massacrada ou deportada),
Saragoça e Teruel, mas não cumpriu
totalmente os seus objetivos, pois era
imparável a máquina de guerra dos
nacionalistas. Estes tentaram e conseguiram
tirar partido da exaustão dos republicanos
desmoralizados com a derrota em Teruel.
As tropas de Franco avançaram para o vale
do Ebro e a 15 de abril atingiram o mar. Em
julho, Franco em vez do assalto a Barcelona,
dirigiu um maior ataque sobre Valência. Os
republicanos tentavam resistir a todo custo
às forças do General Franco, que os
pretendia aniquilar totalmente. Em novembro,
a República estava quase completamente
derrotada. A cidade anarco-esquerdista de
Barcelona caía às mãos dos nacionalistas a
26 de janeiro de 1939 e Madrid a 4 de
março. Entretanto, o comandante do Exército
Republicano do Centro, o coronel
Segismundo Casado, revoltava-se contra o
governo republicano numa tentativa de parar
com a violência. A sua tentativa de negociar
com os vencedores foi rejeitada por Franco.
A pouco e pouco as tropas republicanas
foram-se rendendo. A 27 de março, os
nacionalistas entraram na cidade de Madrid e
os republicanos foram exilados. Esta vitória
de Franco inaugurou, assim, uma ditadura
fascista de 38 anos e, através da Polícia
Política, eram reprimidos todos os suspeitos
de ideologias de esquerda. A Guerra Civil
Espanhola saldou-se numa perda de 400 000
mortos em combate, 1 000 000 de presos e
cerca de 100 000 execuções, conhecidas
num espaço de tempo compreendido entre
de ideologias de esquerda. A Guerra Civil
Espanhola saldou-se numa perda de 400 000
mortos em combate, 1 000 000 de presos e
cerca de 100 000 execuções, conhecidas
num espaço de tempo compreendido entre
1939 e 1943. Não se conhece um número
exato para as execuções de civis e fugitivos.
Para além das perdas humanas, há que
reter que o país ficou praticamente destruído
e sofreu danos no seu parque industrial e na
rede de comunicações que só começariam a
ser reparados durante a década de 60.
32 • MyBrainMagazine
HISTÓRIA
Com o fim da 1.ª Guerra Mundial,
parecia que a democracia liberal se impor
em todos os países da Europa. Mas, pelo
contrário, desenvolveram-se os movimentos
políticos de extrema-direita favoráveis ao
autoritarismo, movimentos políticos que
atacavam a democracia parlamentar e
propunham a implantação de ditaduras. A
vaga autoritária, embora mais intensa na
Itália e na Alemanha, estendeu-se a muitos
outros países europeus.
O crescimento dos movimentos de
extrema-direita explica-se pelas condições
económicas e sociais do período entre as
duas guerras: as dificuldades económicas
que se seguiram à 1.ª Guerra Mundial e a
crise de 1929 provocaram na Europa um
grande aumento do desemprego e
baixaram o nível de vida de vários setores
da população; desde os finais do século
XIX que os sindicatos operários eram cada
vez mais poderosos e cresciam os partidos
de esquerda (socialistas e comunistas) e o
triunfo revolução soviética e as tentativas
de revolução socialista noutros países
europeus assustaram a burguesia, que
passou a apoiar as posições de extrema-
direita.
Os movimentos de extrema-direita
atuavam em duas armas: a violência, que,
sob a forma de ameaças, espancamentos
ou destruições era usada contra a
esquerda e os sindicatos e os partidos
extremistas de direita distribuíam fardas e
armas aos seus militantes, dando-lhes
treino militar, formando milícias armadas
disciplinadas e agressivas; a propaganda,
que, através da imprensa, da rádio, dos
comícios e das manifestações, era outra
arma poderosa que pretendia atrair não só
as classes médias como o operariado mais
hesitante, prometendo-lhes segurança,
melhoria das condições de vida e o fim do
desemprego.
Dos movimentos de extrema-
direita europeus, o primeiro a conseguir
melhoria das condições de vida e o fim do
desemprego.
Dos movimentos de extrema-direita
europeus, o primeiro a conseguir tomar o poder foi
o Partido Nacional Fascista, em Itália, passando o
termo fascismo a designar partidos ou regimes de
extrema-direita, tendo como características
fundamentais: o combate ao socialismo e ao
comunismo, a rejeição do parlamentarismo (acusado
de enfraquecer a unidade nacional), o desprezo
pela liberdade individual (os direitos individuais
tinham de estar submetidos aos da Nação e do
Estado), o ultranacionalismo (defendia a Nação,
exaltando glórias do passado, as realizações do
presente e a grandeza do futuro e este conceito
apoiava-se em preconceitos racistas, quando a
nação era identificada como uma "raça superior"), a
existência de um partido único, o enaltecimento da
autoridade do chefe (o Estado devia ser forte e
comandado por um Chefe, considerado guia e
salvador da nação e a quem se devia prestar
obediência) e o corporativismo (pretender
ultrapassar os conflitos entre as classes, unindo os
patrões e operários em organismos comuns, as
corporações).
Os principais países onde se impuseram
regimes do tipo fascista foram a Itália e a
Alemanha mas, no entanto, na maioria dos países
europeus formaram-se grupos de extrema-direita
que defendiam soluções semelhantes. Nalguns
países, como na França, apesar do peso desses
grupos, as forças democráticas conseguiram mantê-
los afastados do poder. Outros países não
resistiram à tentação autoritária. Muitas vezes foram
os militares que, apoiados por grupos de extrema-
direita, tomaram o poder, acabando com as
liberdades democráticas, proibindo os partidos de
esquerda e utilizando a repressão de forma
sistemática e mais ou menos violenta, em países
como Espanha (ditador: general Francisco Franco),
Portugal (ditador: António de Oliveira Salazar),
Hungria, Roménia, Polónia e Grécia.
Salazar, a Lição de Salazar: trilogia da
educação - Deus, Pátria e Família,
Franco.
MyBrainMagazine • 33
HISTÓRIA
Mussolini a fazer uma saudação romana numa manifestação fascista,
cartaz de propaganda fascista, Mussolini.
A 1.ª Guerra Mundial teve para Itália, graves consequências: os
custos humanos foram pesados e a guerra provocou grandes
dificuldades económicas e o desemprego, dando origem a uma
grande agitação social. Assustados com a vaga revolucionária,
industriais e proprietários passaram a apoiar um grupo político
de extrema-direita, que teve um rápido crescimento: o Partido
Nacional Fascista, chefiado por Benito Mussolini (o Duce).
Dispondo de milícias armadas (os "camisas negras"), o Partido
Fascista usava da maior violência contra os militantes de
esquerda e participava na repressão de movimentos grevistas.
Em 1922, o rei de Itália, pressionado pelas manifestações de
força do Partido Fascista (nomeadamente pela "marcha sobre
Roma") encarregou Mussolini de formar governo. Em 1924,
realizavam-se eleições. Recorrendo à violência e a todo o tipo
de fraudes, os fascistas e os seus aliados conseguiram três
quartos dos lugares do parlamento. O Estado Fascista deixou de
permitir qualquer forma de oposição. Todos os partidos (à
exceção do Partido Nacional Fascista) foram proibidos. Uma
poderosa polícia política vigiava os cidadãos e encarregava-se
da repressão. Os jornais, a rádio e o cinema passaram a ser
sujeitos a censura. As greves não eram autorizadas. Os
sindicatos livres foram proibidos e substituídos pelas
corporações. Para criar um "homem novo" fascista, o Estado
tomava nas suas mãos a formação da juventude. Desde
crianças que os jovens deviam pertencer a organizações do tipo
militar, onde eram doutrinados no sentido da disciplina,
obediência e veneração pelo Chefe. Os fascistas tinham uma
política externa de carácter imperialista. Em 1936, os exércitos
de Mussolini conquistaram a Etiópia. No mesmo ano, intervieram
na Guerra Civil de Espanha apoiando os rebeldes nacionalistas
e, na 2.ª Guerra Mundial, alinharam ao lado da Alemanha nazi.
Após a 1.ª Guerra Mundial, a Alemanha estabeleceu um regime
democrático (a República de Weimar), mas, devido à humilhação
que os alemães sentiam devido às condições impostas pelo
tratado de Versalhes e pela gravidade da situação graças à
destruição da guerra, à desorganização da economia e ao
pagamento das indemnizações exigidas pelos vencedores, a
inflação cresceu inconsolavelmente. E, quando situação já estava
a melhorar, a Grande Depressão de 1929 levou, na Alemanha,
bancos e pequenas e médias empresas à falência, deixando
crescer o desemprego e miséria. A pequena e média burguesia
e os operários culpava os partidos no poder pela grave situação
económica, passando a apoiar os partidos de oposição, tantos
de esquerda (sobretudo o Partido Comunista) como os de
34 • MyBrainMagazine
HISTÓRIA
Após a 1.ª Guerra Mundial, a Alemanha estabeleceu um regime democrático (a
República de Weimar), mas, devido à humilhação que os alemães sentiam devido
às condições impostas pelo tratado de Versalhes e pela gravidade da situação
graças à destruição da guerra, à desorganização da economia e ao pagamento
das indemnizações exigidas pelos vencedores, a inflação cresceu
inconsolavelmente. E, quando situação já estava a melhorar, a Grande Depressão
de 1929 levou, na Alemanha, bancos e pequenas e médias empresas à falência,
deixando crescer o desemprego e miséria. A pequena e média burguesia e os
operários culpava os partidos no poder pela grave situação económica, passando
a apoiar os partidos de oposição, tantos de esquerda (sobretudo o Partido
Comunista) como os de extrema-direita (sobretudo o Partido Nacional-Socialista,
abreviando, Partido Nazi, liderado por Adolf Hitler). Muitos desempregados
acreditaram nas promessas de trabalho para todos do Partido Nazi. Muitos
burgueses também pensaram que os nazis eram melhor opção, visto recearem a
chegada do comunismo ao poder. O Partido Nazi teve um crescimento rápido,
graças ao apoio financeiro dos grandes industriais (como Krupp, industrial de
armamento), à propaganda através dos jornais e da rádio, à realização de
comícios e de grandes manifestações de rua e às demonstrações de força das
suas disciplinadas milícias armadas, as SA (Secções de Assalto) e as SS
(Secções de Segurança), utilizadas contra os adversários do nazismo. Nas
eleições de 1932, o Partido Nazi foi o mais votado e o Presidente da República
nomeou Hitler Chanceler da Alemanha, em janeiro de 1933, e este tomou medidas
anti-democráticas, tornando o Partido Nazi partido único e passou, a partir de
1934, a acumular cargos de Presidente da República e de Chanceler.
O Nazismo representa o totalitarismo (controlo total da sociedade pelo Estado). O
Estado nazi não permitia qualquer oposição, intervinha em todos os domínios da
vida dos cidadãos. O Estado estava submetido à vontade de Hitler (o Führer), que
exigia obediência. A sociedade alemã passou a ser dominada através da
propaganda e do terror. A imprensa, a rádio e o cinema eram controlados pelo
Ministério da Propaganda. Um aparelho repressivo constituído pela polícia política
(Gestapo) e pelas SS, sustentava a ditadura através das prisões arbitrárias, da
tortura e do assassinato. Os suspeitos de oposição ao regime eram enviados para
campos de concentração.
As greves e os sindicatos livres foram proibidos e os operários obrigados a
inscrever-se na Frente do Trabalho. Todos os jovens tinham de fazer parte da
Juventude Hitleriana, onde recebiam treino militar e uma educação nacionalista
centrada na obediência ao Führer. Para eliminar o desemprego, o governo nazi
construiu grandes obras públicas (sobretudo autoestradas) E desenvolveu a
indústria de armamento. O serviço militar tornou-se obrigatório e houve
crescimento dos efetivos da Polícia e do funcionalismo público. Também se
defendeu que as mulheres deveriam apenas dedicar-se os trabalhos domésticos,
libertando postos de trabalho para os homens. Para os nazis, a mulher era um
ser inferior que apenas se deveria preocupar com os três K: Kinder, Kirche, Kuche
(Filhos, Igreja, Cozinha). A política económica nazi baseou-se no princípio da
autarcia: a Alemanha devia ser autossuficiente em produtos agrícolas e industriais,
de forma a não depender das importações. Sob direção do Estado, aumentou-se a
produção, eliminando desemprego.
A doutrina nazi fundava-se no racismo. Para os nazis, existiam "raças superiores"
(os Arianos: povos germânicos e escandinavos), que deveriam dominar o mundo,
e as "raças inferiores" (como a "raça" judaica). Este violento antissemitismo levou
Desfile de milícias
nazis, anti-semitismo,
Juventude Hitleriana
(2), cerimónia nazi em
Nuremberga, cartaz de
propaganda nazi,
Hitler.
História de Lisboa
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  • 3. MyBrainMagazine • 3 MyBrainMagazine O FUNDADOR, ESCRITOR E DIRETOR DA REVISTA Lisboa, a cidade do fado, da história, dos Descobrimentos, da cultura, dos monumentos, das grandes obras, moderna,... EMAIL mybrainsociety@gmail.com ENDEREÇO www.mybrainsociety.blogspot.pt Copyright © 2016 MyBrainSociety. Todos os direitos reservados. MyBrain (capa): Registered Trademarks® (marcas registadas). A MyBrain não se responsabiliza por material não solicitado. A sabedoria não tem limites INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TEXTOS E DE IMAGENS CAPA Elevador da Bica, Lisboa
  • 4. 4 • MyBrainMagazine Í N D I C E visão .....................................................................................................7 crítica ...................................................................................................8 meditação .............................................................................................9 roteiro de viagem ...............................................................................10 entrevista............................................................................................11 ..................................................................................................12 ...............................................................13 ...........................................................................13 ....................................................................................13 ........................................................................13 .................................................................................................13 ..................................................................................13 ................................................................................................13 ......................................................................13 ............................................................13 ......................................................................................13 .............................................................................13 .....................................................13 .................................................13 ...........................................................................................13 ......................................................................13 ..............................................................................13 ...........................................................................13 ........................................13 .........................................................................13
  • 5. MyBrainMagazine • 5 ....................................................................................13 .......................................................13 ...........................................................................................13 .....................................................................................13 ............................................................................13 ............................................................................................13 .................................................................................13 .................................................................................13 ...............................................................................13 ..............................................................................................13 ..............................................13 .........................................................................13 .................................................................................13 .........................................................................................13 ...........................................................................13 ..........................................................................................13 .........................................................................................13 ........................................................................................13 ........................................................................................13 .....................................................................13 .............................................................................13 ............................................................................13 ......................................................................13 .........................................................................................13 ...............................................................................................13 .......................................................................13 .................................................................................13 .........................................................................13 ........................................................................................13
  • 7. MyBrainMagazine • 7 SETÚBAL Esta cidade virada para o Estuário do Sado com golfinhos, ao lado da Serra da Arrábida e da península de Tróia e perto da capital, é a porta para a beleza. visão “É preciso provocar sistematicamente confusão. Isso promove a criatividade. Tudo aquilo que é contraditório gera vida.” Salvador Dalí
  • 8. 8 • MyBrainMagazine AUTO-REFINAMENTO "Um judeu é como uma vela," explicou certa vez o Rebe a um chassid, "e sua tarefa é acender outros judeus." Novo Acordo Ortográfico O Novo Acordo Ortográfico é talvez o acordo com menos nexo já feito no mundo. Servindo para unificar as variedades da língua portuguesa, apenas Portugal o adotou. Por que razão não foram as outras variedades a submeter-se à correta ortografia da variedade- mãe, ou "português-europeu, não português correto, segundo a Wikipédia"? Por que é que cor-de-rosa é a única "cor de" que leva hífen? Este acordo viola completamente as raízes da língua, a evolução fonética e a dignidade da bela língua que é o português. crítica “A crítica construtiva, por mais feroz que seja, é um dos métodos mais eficazes para resolver problemas. “ Nelson Mandela
  • 9. MyBrainMagazine • 9 O VELHINHO E OS DOIS VIAJANTES Certo dia, um viajante chegou a uma certa cidade e perguntou a um velhinho que estava sentado na estação rodoviária: - Meu amigo, bom dia! O senhor pode-me dizer como são as pessoas desta cidade? Estou de mudanças e estou a procurar outra cidade para viver. O velhinho, calmamente, pergunta: - Como eram as pessoas da sua cidade? - Ah, eram horríveis! Metem-se na vida dos outros, falam mal de todos, detestáveis mesmo, um horror! Detesto gente assim. - Aqui o senhor vai encontrar esse mesmo tipo de gente. E o viajante vai a procura de outra cidade. Nisso chega outra camioneta na estação rodoviária e vem um segundo viajante, que também se dirige ao velhinho: - Muito bom dia, amigo! Pode me dizer como é o povo desse vilarejo? Estou a pensar mudar brevemente para cá. - Como era a gente da sua cidade? O segundo viajante responde: - Foi pena eu sair da minha cidade, pois as pessoas de lá eram muito boas, agradáveis, gentis e amigas. Tinham problemas, mas quem não os tem, não é verdade? - Seja bem vindo, aqui o senhor vai encontrar esse mesmo tipo de pessoas! meditação “Meditação traz sabedoria; a falta de meditação deixa a ignorância. Escolha o caminho que o guia à sabedoria.” Buda
  • 10. 10 • MyBrainMagazine PARIS (6 DIAS) 1.º Dia - Viagem para Paris - Paris Ida para o hotel e posterior visita dos Champs-Elyseés e do Arco do Triunfo. Visita a praça do Trocadéro e desfrutar da vista do Palais de Chaillot da Torre Eiffel. Hotel Villathena Paris 2.º Dia - Paris Palais de Chaillot, Torre Eiffel, champ de Mars, l'Ecole Militaire, le Palais de l'UNESCO, les Invalides. Almoço. Le Palais Bourbon, le Museé d'Orsay, Place Vendôme, l'Opéra, la Madeleine e o seu mercado de flores. 3.º Dia - Paris Montmartre e Sacré-Coeur, Palais Royal. Almoço. La Concorde, Petit et Grand Palais, les Tuileries e Louvre. 4.º Dia - Paris - Versailles - Paris Palácio e Jardins de Versalhes e Trianons. 5.º Dia - Paris Châtelet, Tour St-Jacques, Centre Pompidou, l'Hôtel de Ville, l'île Saint-Louis, Notre- Dame, Conciergerie e la Sainte- Chapelle. Almoço. Saint- Germain-des-Prés, Saint-Suplice, Luxembourg, Pantheón, Sorbonne. Jantar em La Défense. 6.º Dia - Paris Passeio de Bateaux-mouches. Manhã livre. “Viajar é a maneira mais agradável, menos prática e mais custosa de instruir-se.” Paul Morrand roteiro de viagem
  • 11. MyBrainMagazine • 11 ENTREVISTA A UMA ENDOCRINOLOGIA SOBRE UMA DIETA SAUDÁVEL Como deve ser uma dieta saudável? Uma dieta saudável deve ser equilibrada, variada e com um aporte calórico adequado ao gasto energético. Para uma pessoa obesa, qual a dieta que aconselha? Uma dieta equilibrada, hipocalórica, com cerca de mais ou menos 1500 kcal por dia repartidas por três refeições principais e três pequenos snacks a meio da manhã, lanche e eventualmente ao deitar. Esta dieta deve ter uma restrição de gordura e de hidrato de carbono de absorção rápida. Deve haver ainda uma hidratação adequada, com uma ingestão hídrica de, pelo menos, 1,5 litros de água por dia. Devem ser abolidas as bebidas alcoólicas e açucaradas. entrevista “Ninguém é tão ignorante que não tenha algo a ensinar. Ninguém é tão sábio que não tenha algo a aprender.” Blaise Pascal
  • 12. 12 • MyBrainMagazine egundo a lenda, Lisboa foi fundada por Ulisses. O nome deriva de "Olissipo", palavra que, por sua vez, tem a sua origem nas palavras fenícias "Allis Ubbo', que significam "porto encantador”. O mais provável é Lisboa ter sido fundada pelos Fenícios e construída ao estilo mourisco, visto nas fortes influências árabes. Aliás, a cidade foi controlada pelos Mouros durante 450 anos. No século XII, os Cristãos reconquistaram Lisboa, embora só em meados do século XIII é que esta se tornou a capital do país. No início da Época dos Descobrimentos, Lisboa enriqueceu ao tornar- se um importante centro para o comércio de jóias e especiarias. Porém, o grande passo em frente da expansão portuguesa chegou em 1498, quando Vasco da Gama descobriu o Caminho Marítimo para a Índia. Foi esse efetivamente o começo da Época de Ouro da cidade, caracterizada pelo estilo Manuelino na arquitetura, nome que advém do monarca da época, D. Manuel I, e que se caracteriza tipicamente pela utilização de motivos marítimos na sua decoração. Denominou-se “Rainha dos Oceanos”. Ao longo dos séculos, Lisboa cresceu e foi mudando naturalmente. Mais tarde, quando o centro da cidade foi destruído quase por completo pelo Terramoto GEOGRAFIA Segundo a lenda, Lisboa foi fundada por Ulisses. O nome deriva de "Olissipo", palavra que, por sua vez, tem a sua origem nas palavras fenícias "Allis Ubbo', que significam "porto encantador”. O mais provável é Lisboa ter sido fundada pelos Fenícios e construída ao estilo mourisco, visto nas fortes influências árabes. Aliás, a cidade foi controlada pelos Mouros durante 450 anos. No século XII, os Cristãos reconquistaram Lisboa, embora só em meados do século XIII é que esta se tornou a capital do país. No início da Época dos Descobrimentos, Lisboa enriqueceu ao tornar-se um importante centro para o comércio de jóias e especiarias. Porém, o grande passo em frente da expansão portuguesa chegou em 1498, quando Vasco da Gama descobriu o Caminho Marítimo para a Índia. Foi esse efetivamente o começo da Época de Ouro da cidade, caracterizada pelo estilo Manuelino na arquitetura, nome que advém do monarca da época, D. Manuel I, e que se caracteriza tipicamente pela utilização de motivos marítimos na sua decoração. Denominou-se “Rainha dos Oceanos”. Ao longo dos séculos, Lisboa cresceu e foi mudando naturalmente. Mais tarde, quando o centro da cidade foi destruído quase por completo pelo Terramoto de 1755, foi o Marquês de Pombal que se encarregou da sua Denominou-se “Rainha dos Oceanos”. Ao longo dos séculos, Lisboa cresceu e foi mudando naturalmente. Mais tarde, quando o centro da cidade foi destruído quase por completo pelo Terramoto de 1755, foi o Marquês de Pombal que se encarregou da sua reconstrução, criando assim a chamada Baixa Pombalina. No século XX, as touradas e o fado transformam -se em verdadeiros entretenimentos populares regulares. Surgem ainda os primeiros grandes jardins públicos, imitando o Hyde Park de Londres e os jardins das cidades alemãs: o primeiro é o Jardim da Estrela, onde passeiam os lisboetas aos fins-de-semana. Em 1908, a família real sofre uma tentado (no Terreiro do Paço) em que morrem o rei D. Carlos e o herdeiro do trono, o príncipe Luís Filipe, numa ação provavelmente executada pelos anarquistas. Em 5 de outubro 1910, em Lisboa, é proclamada a 1.ª República. É nos Anos 20 que aparece a “geração do Orpheu” (revista literária da época), uma geração culta, vinda das escolas e universidades de Paris, que gostava de frequentar vários cafés do Chiado, principalmente “A Brasileira”. Fazem parte desta geração os poetas Fernando Pessoa, Miguel Torga e Mário de Sá Carneiro e os pintores Almada Negreiros, Amadeo Souza-Cardoso e Santa-Rita Pintor. Em 8 de maio de 1926 acaba a república e começa a ditadura. Inicialmente militar, liderado pelo General Gomes da Costa, o novo governo rapidamente adota uma ideologia fascista sob a liderança de Salazar. O regime de Salazar, o Estado Novo, governou o país durante 4 décadas, submetendo a capital a diversas obras públicas, várias delas alterando a sua face, como foi a construção da primeira grande ponte Vista do Castelo de S. Jorge sob Lisboa e o Tejo
  • 13. MyBrainMagazine • 13 GEOGRAFIA O regime de Salazar, o Estado Novo, governou o país durante 4 décadas, submetendo a capital a diversas obras públicas, várias delas alterando a sua face, como foi a construção da primeira grande ponte da cidade, a Ponte Salazar (hoje Ponte 25 de Abril) que na altura da inauguração em 1966 era a maior ponte da Europa. O regime, já sob a chefia de Marcello Caetano, seria derrubado pela Revolução dos Cravos num golpe de estado realizado em Lisboa a 25 de Abril de 1974. Dez anos mais tarde, em 1985, dá-se a Assinatura do Tratado de Adesão à Comunidade Económica Europeia, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, por parte do Presidente da República, Mário Soares. Em 1988, deu-se o Grande Incêndio do Chiado, que destruiu uma boa parte do património lisboeta, assim como a principal zona de comércio de Lisboa, que ainda hoje está a ser reconstruída. Em 1998, inaugurou-se a segunda ponte, que é a maior da Europa, a Ponte Vasco da Gama. Nesse mesmo ano (1998), organizou a Exposição Mundial de 1998 (EXPO’98), no Parque das Nações. mapa mais antigo de Lisboa, entre 1500-1510 . Os bairros de Alfama e Santa Apolónia são os mais típicos, são “aldeias piscatórias” dentro da cidade. Com ruas estreitas e íngremes e casas cobertas com azulejos, estendais, floreiras, vizinhas que falam nos parapeitos das janelas, gatos vadios, Alfama é o berço do fado e possui muitas casas de fado. Tem vários miradouros, entre os quais as Portas do Sol e Santa Luzia. O Panteão Nacional e a Igreja de S. Vicente de Fora são da mesma época (século XVII) e do mesmo estilo (barroco). É no bairro de Santa Apolónia que se encontra a Casa dos Bicos e a Sé de Lisboa. A Casa dos Bicos foi construída em 1523, a mando de D. Brás de Albuquerque, filho natural legitimado do segundo governador da Índia portuguesa. A fachada está revestida de pedra aparelhada em forma de ponta de diamante, os "bicos", sendo um exemplo único de arquitectura civil residencial no contexto arquitetónico lisboeta. Os "bicos" demonstram uma clara influência renascentista italiana. Na verdade, o proprietário da Casa dos Bicos mandou-a construir após uma viagem a Itália, onde terá visto pela primeira vez o Palácio dos Diamantes de Ferrara e o Palácio dos Diamantes de Verona. O edifício possui os arcos trilobados da época renascentista. Na sua planta inicial tinha duas fachadas de pedras cortadas em pirâmide e colocadas de forma desencontrada, onde sobressaltavam dois portais manuelinos, o central e o da extremidade oriental, e ainda dois andares nobres. A fachada menos importante, encontrava-se virada ao rio. Com o terramoto de 1755 desapareceram estes dois últimos andares. A família Albuquerque vendeu-a em 1973, tendo até então sido utilizada como armazém e como sede de comércio de bacalhau. Em 1983, foi reconstruída e foram acrescentados os dois andares que haviam desaparecido na tragédia. Na Casa dos Bicos funciona hoje a Fundação José Saramago. A Sé de Lisboa foi mandada erigir por D. Afonso Henriques, em 1150, inspirando-se no modelo românico da Sé Velha de Coimbra. Lisboa durante o terramoto de 1755, mapa e Terreiro do Paço/Praça do Comércio durante a Restauração, em 1650. Em baixo, Casa dos Bicos.
  • 14. 14 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA Sé de Lisboa (2), Igreja de S. Vicente de Fora, Alfama (3), Praça do Comércio, Teatro D. Maria II, Arco da Rua Augusta, Chapitô, Castelo de S. Jorge (2). Os bairros da Graça e da Mouraria possuem o Chapitô, escola de palhaços, e o Castelo de S. Jorge, que remonta à Lisboa moura do século XI, castelo onde se encontrava o Paço Real onde a corte desde o século XIII ao século XVI se instalou e onde D. Manuel I deu as suas festas e onde Gil Vicente atuou. A Baixa foi reconstruída após o terramoto em ruas paralelas e com edifícios pombalinos com a “gaiola”, proteção de estacas de madeira que protege dos sismos. A Rua Augusta é a artéria principal da Baixa Pombalina, unindo o Terreiro do Paço ou Praça do Comércio (era aí que se encontrava o Paço da Ribeira, bem como a sua biblioteca de 70 000 volumes, que foram destruídos pelo terramoto de 1755 e, na reconstrução do terreiro, coordenada por Eugénio dos Santos, a praça tornou-se no elemento fundamental do plano do Marquês de Pombal. No centro da praça encontra-se a estátua equestre de D. José I, da autoria de Machado de Castro, em 1775), à belíssima Praça do Rossio (onde se situa o teatro nacional D. Maria II, inaugurado a 1846). A Baixa foi reconstruída após o terramoto em ruas paralelas e com edifícios pombalinos com a “gaiola”, proteção de estacas de madeira que protege dos sismos. A Rua Augusta é a artéria principal da Baixa Pombalina, unindo o Terreiro do Paço ou Praça do Comércio (era aí que se encontrava o Paço da Ribeira, bem como a sua biblioteca de 70 000 volumes, que foram destruídos pelo terramoto de 1755 e, na reconstrução do terreiro, coordenada por Eugénio dos Santos, a praça tornou-se no elemento fundamental do plano do Marquês de Pombal. No centro da praça encontra-se a estátua equestre de D. José I, da autoria de Machado de Castro, em 1775), à belíssima Praça do Rossio (onde se situa o teatro nacional D. Maria II, inaugurado a 1846).
  • 15. MyBrainMagazine • 15 GEOGRAFIA Outras zonas conhecidas de Lisboa são o Chiado e o Carmo. O Chiado é o ponto de encontro de jovens, artistas e intelectuais, zona dos cafés emblemáticos, como “A Brasileira”, das escolas de arte, dos teatros e da história viva. A zona do Carmo, vizinha do Chiado, tem alguns pontos fascinantes da história da cidade, como o Convento e Igreja do Carmo, fundado por D. Nuno Álvares Pereira, o Condestável de Portugal, em 1389 e ocupado, inicialmente, por frades carmelitas provindos do Convento de Nossa Senhora do Carmo de Moura, no Alentejo, chamados por D. Nuno para ingressar no convento de Lisboa em 1392. Em 1404, D. Nuno doou os seus próprios bens ao convento e, em 1423, ele mesmo ingressou no convento como religioso, período em que as suas obras estariam concluídas. O Condestável de Portugal escolheu ainda a Igreja do Convento como sua sepultura, embora, em 1953, tenha sido transladado para a Igreja do Santo Condestável, em Campo de Ourique, a si dedicada. No dia 1 de Novembro de 1755, o grande terramoto e o subsequente incêndio que vitimou a cidade de Lisboa, destruíram boa parte da igreja e do convento, consumindo-lhe o recheio. No reinado de D. Maria I de Portugal iniciou-se a reconstrução de uma ala do convento, já em estilo neogótico, mas os trabalhos foram interrompidos em 1834 aquando da extinção das ordens religiosas. O Largo do Carmo é também um local emblemático da história nacional recente, tendo sido palco privilegiado da revolução dos cravos, em 25 de Abril de 1974. O Elevador de Santa Justa, em ferro embelezado com rendilhados, dos finais do século XIX, foi construído por um engenheiro discípulo de Gustav Eiffel, Raoul Mesnier du Ponsard. Nos primeiros anos da sua utilização, movia-se a vapor, passando, mais tarde, a ser acionado através de energia elétrica. O Bairro Alto e o Príncipe Real são a continuação do Chiado, mas muito diferentes dele. Por um lado, o Bairro Alto é um dos bairros mais paradigmáticos e atraentes para viver a cidade. Típico e popular, o Bairro Alto possui imensos rasgos de modernidade, com lojas de roupa e de design e bares, muito bares e com dois elevadores (semelhantes aos elétricos), Elevador da Bica e Elevador da Glória. Por outro, o Príncipe Real é uma zona de jardins e lojas de design, roupa e modernas, e é lá que se encontra o Jardim Botânico e a Igreja de S. Roque, de 1619, em estilo barroco. Elevador da Bica, luvaria Ulisses, elevador da Glória, Carmo e Elevador de Santa Justa, Chiado, vendedora de castanhas no Chiado, edifício pombalino no Príncipe Real, A Brasileira, Elevador de Santa Justa, Convento do Carmoe vista do jardim de S. Pedro de Alcântara.
  • 16. 16 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA Estação do Oriente, Parque das Nsções, Ponte Vasco da Gama, Jardim da fundação Calouste Gulbenkian, Basílica da Estrela e Aqueduto das Águas Livres. Nas zonas ribeirinhas da Lapa e Santos encontram-se a ponte 25 de abril, mandada construir por Salazar em 1966, data em que era a maior da Europa, que no seu período tinha o seu nome; o Museu do Oriente, com relíquias trazidas pelos Portugueses do Extremo Oriente e o Museu Nacional de Arte Antiga, MNAA, com arte portuguesa de todas as épocas. A Baixa foi reconstruída após o terramoto em ruas paralelas e com edifícios pombalinos com a “gaiola”, proteção de estacas de madeira que protege dos sismos. A Rua Augusta é a artéria principal da Baixa Pombalina, unindo o Terreiro do Paço ou Praça do Comércio (era aí que se encontrava o Paço da Ribeira, bem como a sua biblioteca de 70 000 volumes, que foram destruídos pelo terramoto de 1755 e, na reconstrução do terreiro, coordenada por Eugénio dos Santos, a praça tornou-se no elemento fundamental do plano do Marquês de Pombal. No centro da praça encontra-se a estátua equestre de D. José I, da autoria de Machado de Castro, em 1775), à belíssima Praça do Rossio (onde se situa o teatro nacional D. Maria II, inaugurado a 1846). Na zona da Estrela e do Rato encontra-se a Basílica da Estrela, antigo convento de freiras carmelitas construído em 1790 no estilo barroco e neoclássico, o Palácio das Necessidades, antigo convento iniciado no século XVIII por determinação de D. João V, o Palácio de S. Bento, residência oficial do primeiro-ministro e Assembleia da República. Foi construído em finais do século XVI como mosteiro beneditino (Mosteiro de S. Bento da Saúde) por Baltazar Álvares. Ao lado da Serra de Monsanto encontra-se o Palácio Fronteira, com um jardim com azulejos que representam as estações do ano, construído entre 1671 ou 1672, como pavilhão de caça para D. João de Mascarenhas, o primeiro marquês de Fronteira. Em Sete Rios encontra-se o Jardim Zoológico e o Aqueduto das Águas Livres. O aqueduto tem 60 quilómetros e 127 arcos e permitiu o abastecimento de água às fontes e chafarizes da cidade até 1973. Foi construído em estilo barroco no reinado de D. João V, no século XVIII e foi ampliado no século XIX. Foi inaugurado em 1748, após 21 anos de construção. O maior arco, o Arco Grande, tem 65 metros e é o maior arco ogival do mundo. Tem várias estruturas em cima dele chamadas lanternins e resistiu ao terramoto de Lisboa, em 1 de novembro de 1755. Nas zonas da Liberdade, Marquês de Pombal e Saldanha encontram-se a grande avenida da Liberdade, repleta de lojas caras, o Parque Eduardo VII e a Fundação Calouste Gulbenkian, com bens do mecenas Calouste Sarkis Gulbenkian. A nova zona moderna do Oriente / Parque das Nações foi palco da EXPO’98 e possui um Oceanário, três pavilhões: o Pavilhão Atlântico (agora MEO Arena), o Pavilhão da Ciência, e o Pavilhão de Portugal, desenvolvido por Álvaro Siza Vieira com a colaboração do arquiteto Eduardo Souto de Moura, com uma ampla praça coberta por uma imponente pala de betão pré-esforçado, como que uma folha de papel pousada em dois tijolos, a Estação do Oriente, por Santiago Calatrava, a Ponte Vasco da Gama, a maior da Europa, o teleférico, a torre Vasco da Gama e o centro comercial Vasco da Gama. A Baixa foi reconstruída após o terramoto em ruas paralelas e com edifícios pombalinos com a “gaiola”, proteção de estacas de madeira que protege dos sismos. A Rua Augusta é a artéria principal da Baixa Pombalina, unindo o Terreiro do Paço ou Praça do Comércio (era aí que se encontrava o Paço da Ribeira, bem como a sua biblioteca de 70 000 volumes, que foram destruídos pelo terramoto de 1755 e, na reconstrução do terreiro, coordenada por Eugénio dos Santos, a praça tornou-se no elemento fundamental do plano do Marquês de Pombal. No centro da praça encontra-se a estátua equestre de D. José I, da autoria de Machado de Castro, em 1775), à belíssima Praça do Rossio (onde se situa o teatro nacional D. Maria II, inaugurado a 1846).
  • 17. MyBrainMagazine • 17 GEOGRAFIA Nas zonas de Belém, Ajuda e Restelo, a paisagem é completamente diferente. Continuando pela zona ribeirinha, encontramos o bairro mais paradigmático em termos de património relacionado com os descobrimentos: Belém. Foi da sua praia, que partiram as naus do navegador Vasco da Gama à descoberta do caminho marítimo para a Índia e em todo o lado se respira a grandeza do outrora império. Na Ajuda está o Palácio da Ajuda, em estilo neoclássico, de 1761. Possui grandes salas, como o antigo Vestíbulo, divido em três, uma sala (Jardim de Inverno) ladeada por duas antecâmaras (Gabinete de Carvalho e Sala de Saxe). Dá-se a introdução de novas divisões, tais como casas de banho dotadas de banheira e águas correntes, casa de jantar (chamada «da Rainha») para as refeições diárias da família e zonas de lazer de que são exemplo as Sala da Música, a Sala Azul e o Jardim de Inverno, o Bilhar, o Atelier de Pintura e a Sala Chinesa. Apenas o majestoso quarto de D. Maria Pia, alcatifado e com decoração estilo Napoleão III e o seu escritório (Sala Verde) preparados por D. Luís como surpresa para a chegada da Rainha ficaram intocados. Estes grandes aposentos da Rainha contrastavam com os reduzidos espaços do Rei. O Palácio de Belém, é simultaneamente a residência oficial do presidente da república, o museu da Presidência e o museu dos Coches. Ao lado está a loja dos Pastéis de Belém, doces conhecidos mundialmente. O Padrão dos Descobrimentos foi inaugurado em 1960, composto por 33 esculturas ligadas à gesta dos Descobrimentos, tendo como configuração de proa o infante D. Henrique. A Torre de Belém emerge do rio Tejo, onde antes existiu a praia de Belém, foi construída entre 1514 e 1519 pelo arquiteto Francisco da Arruda no estilo manuelino (observado nas cordas e nós, motivos zoomórficos e vegetais, estatuária religiosa, galerias abertas e guaritas em estilo mourisco e ameias em forma de escudo), para fazer parte do plano defensivo da barra do Tejo que protegeria a cidade dos ataques de pirataria ou de possíveis investidas de nações inimigas. Com a evolução dos meios de ataque e de defesa, a estrutura foi perdendo a sua função defensiva original, sendo utilizada, ao longo dos séculos, como registo aduaneiro, posto de sinalização telegráfico e farol. Os seus paióis serviram de masmorras para presos políticos. É constituída por um baluarte e uma torre quadrangular que faz lembrar as torres de menagem dos castelos medievais. O Mosteiro dos Jerónimos foi construído a partir de 1501 terminando um século depois por vários arquitetos (Diogo Boitaca, Nicolau de Chanterene, Diogo de Torralva, Juan de Castilho, Jérôme de Rouen) em vários estilos (manuelino, renascentista e gótico final), destacando-se o manuelino (notado nos elementos decorativos com símbolos de navegação e plantas e animais exóticos). Substituiu uma pequena ermida fundada pelo infante D. Henrique, onde os monges da ordem de Cristo prestavam assistência aos mareantes. Inclui os túmulos dos reis D. Manuel I e sua mulher D. Maria, D. João III e sua mulher D. Catarina, D. Sebastião, D. Henrique e ainda os de Vasco da Gama, Luís Vaz de Camões, Alexandre Herculano e Fernando Pessoa. D. Manuel canalizou grandes somas para a obra, nomeadamente grande parte da chamada “Vintena da Pimenta”, que provinha de receitas geradas pelo comércio com África e o Oriente. Para ocupar o mosteiro, o rei escolheu os monges da ordem de S. Jerónimo, que teriam como principais funções rezar pela alma do rei e prestar assistência rezar pela alam do rei e prestar assistência espiritual aos mareantes e navegadores, que partiam da praia do Restelo à descoberta de novos mundos. Museu dos Coches, Pastéis de Belém, Padrão dos Descobrimentos, ponte 25 de abril, Mosteiro dos Jerónimos: exterior, claustro (2), interior, Torre de Belém: exterior, bateria baixa, esterior.
  • 18. 18 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA O Deserto do Sahara é uma banda castanha-clara quase ininterrupta de areia em quase todo o norte da África. A floresta amazónica é uma massa verde densa de floresta húmida que cobre o nordeste da América do Sul. Depois de fortes ventos que varrem a areia através do Sahara, uma nuvem de poeira sobe no ar, estendendo-se entre os continentes, unindo o deserto à selva. É a poeira que faz a viagem transatlântica transporta fósforo, um nutriente essencial que age como um fertilizante, do qual a Amazónia depende. O fósforo vem da Depressão Bodélé no Chade, um antigo lago (outrora o maior de áfrica, que secou há cerca de 1000 anos), onde minerais de rochas compostas de microrganismos mortos são carregados com fósforo. O fósforo é um nutriente essencial para as proteínas vegetais e crescimento. Ora, os nutrientes estão em falta nos solos da Amazónia. Estão presos nas próprias plantas. A matéria orgânica fornece a maioria dos nutrientes, que são rapidamente absorvidos pelas plantas e árvores depois de entrar no solo. Mas alguns nutrientes, incluindo o fósforo, são levados pela chuva em córregos e rios. O fósforo que atinge solos amazónicos de areia do Sahara, um número estimado de 22 mil toneladas por ano, é quase o mesmo montante que esse perdeu da chuva e inundações. Os dados mostram que o vento e o tempo levam, em média, 182 milhões de toneladas de pó a cada ano e levam-no além da borda ocidental do Sahara. A poeira em seguida, viaja 1.600 milhas através do Oceano Atlântico. Perto da costa leste da América do Sul, 132 milhões de toneladas permanecem no ar, e 27,7 milhões de toneladas caem na superfície sobre a Bacia Amazónica. Cerca de 43 milhões de toneladas de poeira viajam mais longe para o Mar das Caraíbas. A quantidade de poeira é, na verdade, muito O fósforo que atinge solos amazónicos de areia do Sahara, um número estimado de 22 mil toneladas por ano, é quase o mesmo montante que esse perdeu da chuva e inundações. Os dados mostram que o vento e o tempo levam, em média, 182 milhões de toneladas de pó a cada ano e levam-no além da borda ocidental do Sahara. A poeira em seguida, viaja 1.600 milhas através do Oceano Atlântico. Perto da costa leste da América do Sul, 132 milhões de toneladas permanecem no ar, e 27,7 milhões de toneladas caem na superfície sobre a Bacia Amazónica. Cerca de 43 milhões de toneladas de poeira viajam mais longe para o Mar das Caraíbas. A quantidade de poeira é, na verdade, muito essencial que age como um fertilizante, do qual a Amazónia depende. O fósforo vem da Depressão Bodélé no Chade, um antigo lago (outrora o maior de áfrica, que secou há cerca de 1000 anos), onde minerais de rochas compostas de microrganismos mortos são carregados com fósforo. O fósforo é um nutriente essencial para as proteínas vegetais e crescimento. Ora, os nutrientes estão em falta nos solos da Amazónia. Estão presos nas próprias plantas. A matéria orgânica fornece a maioria dos nutrientes, que são rapidamente absorvidos pelas plantas e árvores depois de entrar no solo. Mas alguns nutrientes, incluindo o fósforo, são levados pela chuva em córregos e rios. O fósforo que atinge solos amazónicos de areia do Sahara, um número estimado de 22 mil toneladas por ano, é quase o mesmo montante que esse perdeu da chuva e inundações. Os dados mostram que o vento e o tempo levam, em média, 182 milhões de toneladas de pó a cada ano e levam-no além da borda ocidental do Sahara. A poeira em seguida, viaja 1.600 milhas através do Oceano Atlântico. Perto da costa leste da América do Sul, 132 milhões de toneladas permanecem no ar, e 27,7 milhões de toneladas caem na superfície sobre a Bacia Amazónica. Cerca de 43 milhões de toneladas de poeira viajam mais longe para o Mar das Caraíbas. A quantidade de poeira é, na verdade, muito variável. Houve uma mudança de 86% entre a maior quantidade de poeira transportada em 2007 e a menor em 2011. Porquê tanta variação? Os cientistas acreditam que isso tem a ver com as condições do Sahel, a longa faixa de terra semi-árida na fronteira sul do Sahara. Depois de comparar as alterações no transporte de poeira a uma variedade de fatores climáticos, os cientistas descobriram uma correlação com a precipitação no Sahel do ano anterior. Ora, os nutrientes estão em falta nos solos da Amazónia. Estão presos nas próprias plantas. A matéria orgânica fornece a maioria dos nutrientes, que são rapidamente absorvidos pelas plantas e árvores depois de entrar no solo. Mas alguns nutrientes, incluindo o fósforo, são levados pela chuva em córregos e rios. O fósforo que atinge solos amazónicos de areia do Sahara, um número estimado de 22 mil toneladas por ano, é quase o mesmo montante que esse perdeu da chuva e inundações. Os dados mostram que o vento e o tempo levam, em média, 182 milhões de toneladas de pó a cada ano e levam-no além da borda ocidental do Sahara. A poeira em seguida, viaja 1.600 milhas através do Oceano Atlântico. Perto da costa leste da América do Sul, 132 milhões de toneladas permanecem no ar, e 27,7 milhões de toneladas caem na superfície sobre a Bacia Amazónica. Cerca de 43 milhões de toneladas de poeira viajam mais longe para o Mar das Caraíbas. A quantidade de poeira é, na verdade, muito variável. Houve uma mudança de 86% entre a maior quantidade de poeira transportada em 2007 e a menor em 2011. Porquê tanta variação? Os cientistas acreditam que isso tem a ver com as condições do Sahel, a longa faixa de terra semi-árida na fronteira sul do Sahara. Depois de comparar as alterações no transporte de poeira a uma variedade de fatores climáticos, os cientistas descobriram uma correlação com a precipitação no Sahel do ano anterior. Quando a precipitação no Sahel aumentou, o transporte de poeira do ano seguinte foi menor. O mecanismo por trás da correlação é desconhecido. Uma possibilidade é que Cerca de 43 milhões de toneladas de poeira viajam mais longe para o Mar das Caraíbas. A quantidade de poeira é, na verdade, muito variável. Houve uma mudança de 86% entre a maior quantidade de poeira transportada em 2007 e a menor em 2011. Porquê tanta variação? Os cientistas acreditam que isso tem a ver com as condições do Sahel, a longa faixa de terra semi-árida na fronteira sul do Sahara. Depois de comparar as alterações no transporte de poeira a uma variedade de fatores climáticos, os cientistas descobriram uma correlação com a precipitação no Sahel do ano anterior. Quando a precipitação no Sahel aumentou, o transporte de poeira do ano seguinte foi menor. precipitação no Sahel do ano anterior. Quando a precipitação no Sahel aumentou, o transporte de poeira do ano seguinte foi menor. O mecanismo por trás da correlação é desconhecido. Uma possibilidade é que o aumento da precipitação significa mais vegetação e menos solo exposto à erosão do vento no Sahel. Uma segunda explicação mais provável, é que a quantidade de chuva está relacionada com a circulação dos ventos, o que varre a poeira, tanto do Sahel e do Saara na atmosfera superior, onde ele pode sobreviver à longa viagem através do oceano.
  • 19. MyBrainMagazine • 19 GEOGRAFIA Os cristais formam-se por nucleação, que envolve a atração de moléculas dispersas após a separação de sólidos e líquidos para um local, formando um aglomerado de padrão repetido ao longo do tempo. Tal pode ocorrer de forma autónoma, nucleação homogénea, quando o soluto (moléculas) dissolvido no solvente se junta por si só, atraindo e amontoando mais moléculas de forma gradual e, assim, crescendo em forma e tamanho. Na nucleação heterogénea, As moléculas acumulam-se usando material sólido, como rocha, como uma espécie de ponto de acumulação. Se as moléculas permanecerem unidas e intactas e não voltarem a dissolver- se na solução envolvente formar-se-ão núcleos estáveis, o que atrai mais dos mesmos átomos. Com a continuidade deste processo, o cristal acabará por atingir o seu "tamanho de aglomeração crítico" e já não se dissolverá na solução de onde proveio. Se a rocha fundida arrefecer depressa, serão criados apenas cristais pequenos, o que costuma ocorrer quando lava é expelida de um vulcão. Já o arrefecimento lento cria cristais muito maiores. Após uma erupção vulcânica, o magma arrefece e os minerais nele contidos começam a cristalizar, formando fenocristais. O número de cristais contidos no magma pode determinar a frequência com que ocorrerão as erupções. Fatores ambientais, como a pressão, espaço, temperatura e os químicos presentes nos minerais podem influenciar a forma do cristal, mas esta resulta do facto de as moléculas se acumularem um padrão específico que se repete vezes sem conta. Os átomos que se unem a todos os seus lados no mesmo padrão criam formas geométricas, os sistemas cristalinos: cúbico, hexagonal, trigonal, tetragonal, monoclínico, ortorrômbico, triclínico. Como se formam? Quaisostipos?
  • 20. 20 • MyBrainMagazine “Liberdade”, “Igualdade” e “Fraternidade” eram os gritos que dos revolucionários franceses que ecoavam diante do rei. Estes queriam acabar com o poder absoluto. Durante este período foram mortos os reis de França (Luís XVI e Maria Antonieta). Estas medidas preocuparam alguns reis da Europa que declararam guerra à França. Napoleão, imperador da França, em 1806, mandou fechar os portos europeus para Inglaterra não se refugiar num país vizinho. Mas Portugal não obedeceu. Então, declarou guerra a Portugal. A 27 de novembro de 1807, a família real partiu para o Brasil por causa das invasões francesas. O país ficou a ser governado por uma Junta de Regência presidida pelo Marquês de Abrantes. Instaladas em Lisboa, as tropas de Napoleão Bonaparte, comandadas por Junot começaram a tomar medidas que desagradaram aos portugueses: mandou substituir, no castelo de S. Jorge, a bandeira portuguesa pela francesa e acabou com a Junta de Regência e passou ele próprio a governar Portugal por Napoleão. Também cometeram roubos e violências por Portugal inteiro. Então, Portugal pediu auxílio à Inglaterra e esta mandou desembarcar 9000 militares ingleses na praia de Lavos. As tropas inglesas, comandadas pelo general Wellington derrotaram as francesas nas batalhas de Roliça e Vimeiro. Na Convenção de Sintra, Junot foi obrigado a retirar as tropas do território português mas levou consigo tudo o que as tropas tinham saqueado. Em março de 1809, as tropas francesas, agora comandadas por Soult, conquistaram o norte até ao rio Douro. Mas pouco tempo duraram. Logo depois foram expulsos HISTÓRIA Convenção de Sintra, Junot foi obrigado a retirar as tropas do território português mas levou consigo tudo o que as tropas tinham saqueado. Em março de 1809, as tropas francesas, agora comandadas por Soult, conquistaram o norte até ao rio Douro. Mas pouco tempo duraram. Logo depois foram expulsos pelos ingleses. Em 1810, apareceu uma nova invasão comandada por Massena. Este entrou em Portugal pela Beira Alta, conquistou Almeida e seguiu para Viseu. Em setembro do mesmo ano, o exército anglo-luso derrotou os franceses na batalha do Buçaco, mas os estes continuaram para Coimbra até Lisboa. Mas, o exército português fez uma fortificação – linhas de Torres Vedras -, que tinham como principais fortes o de S. Vicente, o do Alqueidão e o de S. Julião. Então, em 1811, Massena retirou-se de Portugal. As tropas francesas foram obrigadas a recuar pelo exército anglo-hispano-luso até França. Aí travaram-se as batalhas de Toulouse e Bordéus. Os Ingleses não saíam de Portugal. Beresford perseguia todos aqueles que estavam contra a presença dos ingleses em Portugal. Em 1817, Gomes Freire de Andrade tentou expulsar os ingleses mas não deu resultado. Porém, em 1818, um grupo de homens do Porto formaram o Sinédrio, uma sociedade secreta com objetivo preparar uma revolução. Esta sociedade tinha como principais membros Manuel Fernandes Tomás e os coronéis Cabreira e Sepúlveda. Em 24 de agosto de 1820 deu-se a revolução. O povo ajudou os revoltosos e fez na rua manifestações de apoio. A revolução espalhou-se pelo país. Os Ingleses foram expulsos de Portugal e criaram um governo provisório - Junta Provisional de Governo do Reino. O Governo Provisório começou a soldados franceses
  • 21. MyBrainMagazine • 21 HISTÓRIA Em 24 de agosto de 1820 deu-se a revolução. O povo ajudou os revoltosos e fez na rua manifestações de apoio. A revolução espalhou-se pelo país. Os Ingleses foram expulsos de Portugal e criaram um governo provisório - Junta Provisional de Governo do Reino. O Governo Provisório começou a preparar eleições. Portugal escolheu os seus deputados e estes formaram as Cortes Constituintes que elaboraram uma Constituição de veludo e decorada a fio de ouro e prata. A Constituição de 1822 baseava-se na igualdade e na liberdade, ou seja, era liberalista. Em 4 de julho de 1821 a família real voltou e o rei D. João IV jurou com toda a solenidade a Constituição Portuguesa. Com a corte no Brasil durante 14 anos, este ficou muito mais desenvolvido. D. Pedro ficou a governar o Brasil e quando este recebeu a notícia da constituição declarou independência ao Brasil, em 7 de setembro de 1822. Este acontecimento ficou conhecido como Grito do Ipiranga. Com a revolução de 1820, o povo começou a dividir-se em partes: Apoiantes de D. Miguel (absolutistas) – nobreza e clero; Apoiantes de D. Pedro IV (liberais) – burguesia e povo. 6 anos depois da revolução, D.João VI morre e sucede-lhe D. Pedro mas, como não queria sair do Brasil pensou que se a sua filha D. Maria da Glória ficasse no trono e, como era menor de idade, D. Miguel ficava regente (de acordo com o liberalismo) e casaria com D. Maria quando fosse maior de idade. Em 1828, D. Miguel fez-se aclamar rei absoluto. Começou então a perseguir os liberais, que se refugiaram na ilha Terceira, nos Açores. Quando D. Pedro soube, foi para a ilha Terceira e formou um exército. O exército liberal, em 8 de junho de 1832, desembarcou na praia do Mindelo e seguiu para o Porto. Os soldados liberais traziam no cano das espingardas hortênsias. Então, D. Miguel cercou o Porto (cerco do Porto). Entretanto, veio uma armada liberal, comandada pelo Duque da Terceira, que desembarcou no Algarve. De seguida, D. Miguel levantou o cerco e dirigiu-se para sul. Este foi derrotado nas batalhas de Almoster e de Asseiceira e assinou um acordo de paz – Convenção de Évora Monte. Em 1834, D. Miguel foi expulso de Portugal e D. Pedro IV morreu. Sucede-lhe D. Maria II.A sua interpretação do corpo humano era ainda muito avançada para época, de forma a que só nos dias de hoje é que os seus desenhos foram finalmente entendidos. O seu desenho mais conhecido é talvez o Homem Vitruviano, cujo objetivo deveria ser o cálculo das proporções matemáticas do corpo. Pensa-se que Da Vinci começou a interessar-se pela anatomia muito novo, provavelmente quando estava no estúdio de Verocchio. Interessa-se pelo modo de como se encaixam as partes do corpo humano, que é um mecanismo muito complexo. A primeira batalha da Guerra da Restauração foi travada em clero; Apoiantes de D. Pedro IV (liberais) – burguesia e povo. 6 anos depois da revolução, D.João VI morre e sucede-lhe D. Pedro mas, como não queria sair do Brasil pensou que se a sua filha D. Maria da Glória ficasse no trono e, como era menor de idade, D. Miguel ficava regente (de acordo com o liberalismo) e casaria com D. Maria quando fosse maior de idade. Em 1828, D. Miguel fez-se aclamar rei absoluto. Começou então a perseguir os liberais, que se refugiaram na ilha Terceira, nos Açores. Quando D. Pedro soube, foi para a ilha Terceira e formou um exército. O exército liberal, em 8 de junho de 1832, desembarcou na praia do Mindelo e seguiu para o Porto. Os soldados liberais traziam no cano das espingardas hortênsias. Então, D. Miguel cercou o Porto (cerco do Porto). Entretanto, veio uma armada liberal, comandada pelo Duque da Terceira, que desembarcou no Algarve. De seguida, D. Miguel levantou o cerco e dirigiu-se para sul. Este foi derrotado nas batalhas de Almoster e de Asseiceira e assinou um acordo de paz – Convenção de Évora Monte. Em 1834, D. Miguel foi expulso de Portugal e D. Pedro IV morreu. Sucede-lhe D. Maria II. A sua interpretação do corpo humano era ainda muito avançada para época, de forma a que só nos dias de hoje é que os seus desenhos foram finalmente entendidos. O seu desenho mais conhecido é talvez o Homem Vitruviano, cujo objetivo deveria ser o cálculo das proporções matemáticas do corpo. Pensa-se que Da Vinci começou a interessar-se pela anatomia muito novo, provavelmente quando estava no estúdio de Verocchio. Interessa-se pelo modo de como se encaixam as partes do corpo humano, que é um mecanismo muito complexo. A primeira batalha da Guerra da Restauração foi travada em 1644, em Montijo. A última e mais importante foi a de Montes Claros. No reinado de D. Afonso VI (que foi fechado no Palácio de Sintra porque estava maluco – foi substituído pelo conde de Castelo Melhor) é que se travaram as maiores batalhas: Ameixal, Castelo Rodrigo, Linhas de Elvas e Montes Claros. D. João IV ofereceu a coroa portuguesa à padroeira de Portugal – Nossa Senhora de Vila Viçosa. As guerras terminaram em 1668, com um tratado de paz entre Napoleão Bonaparte (2), invasões francesas, Bloqueio Continental, Revolução Francesa, parede do Convento dos Carmelitas, no Buçaco (onde Wellington se albergou durante a batalha do Buçaco), os dois irmãos, Guerra Civil.
  • 22. 22 • MyBrainMagazine Hubert Cecil Booth, engenheiro britânico, criou o primeiro aspirador motorizado, em 1901. Este aspirador contrasta com os atuais, pois era grande e, para se movimentar, tinha de recorrer à força equestre e a uma carruagem. Esta máquina consumia energia de carvão ou petróleo, visto que ainda não havia eletricidade na esmagadora maioria das casas vitorianas. Estacionava à porta da casa e uma mangueira com 244 metros entrava pelas janelas e o motor começava a trabalhar. Aspirava a sujidade para um filtro. Foi este aspirador que limpou a passadeira cerimonial da coroação do rei Eduardo VII. Convenção de Sintra, Junot foi obrigado a retirar as tropas do território português mas levou consigo tudo o que as tropas tinham saqueado. Em março de 1809, as tropas francesas, agora comandadas por Soult, conquistaram o norte até ao rio Douro. Mas pouco tempo duraram. Logo depois foram expulsos pelos ingleses. Em 1810, apareceu uma nova invasão comandada por Massena. Este entrou em Portugal pela Beira Alta, conquistou Almeida e seguiu para Viseu. Em setembro do mesmo ano, o exército anglo-luso derrotou os franceses na batalha do Buçaco, mas os estes continuaram para Coimbra até Lisboa. Mas, o exército português fez uma fortificação – linhas de Torres Vedras -, que tinham como principais fortes o de S. Vicente, o do Alqueidão e o de S. Julião. Então, em 1811, Massena retirou-se de Portugal. As HISTÓRIA Estacionava à porta da casa e uma mangueira com 244 metros entrava pelas janelas e o motor começava a trabalhar. Aspirava a sujidade para um filtro. Foi este aspirador que limpou a passadeira cerimonial da coroação do rei Eduardo VII. Convenção de Sintra, Junot foi obrigado a retirar as tropas do território português mas levou consigo tudo o que as tropas tinham saqueado. Em março de 1809, as tropas francesas, agora comandadas por Soult, conquistaram o norte até ao rio Douro. Mas pouco tempo duraram. Logo depois foram expulsos pelos ingleses. Em 1810, apareceu uma nova invasão comandada por Massena. Este entrou em Portugal pela Beira Alta, conquistou Almeida e seguiu para Viseu. Em setembro do mesmo ano, o exército anglo-luso derrotou os franceses na batalha do Buçaco, mas os estes continuaram para Coimbra até Lisboa. Mas, o exército português fez uma fortificação – linhas de Torres Vedras -, que tinham como principais fortes o de S. Vicente, o do Alqueidão e o de S. Julião. Então, em 1811,
  • 23. MyBrainMagazine • 23 As enormes perdas da 1.ª Guerra Mundial aconteceram sobretudo na Europa, devido a ter sido o palco da guerra, e estas perdas levaram a que a Europa começasse a importar matérias-primas, alimentos e armamento aos Estados Unidos e, graças à inflação galopante que apareceu na Europa pós-guerra, tornou os EUA os principais fornecedores da Europa, aumentando o crescimento económico deste país, florescendo-o. O crescimento da produção americana no pós- guerra deveu-se a dois fatores principais: o aumento da procura e a adesão de um novo sistema de organização do trabalho. Foi Henry Ford quem primeiro aplicou nas suas fábricas o fordismo, durante o fabrico do novo automóvel atingível a todos, o Ford T, por parte da empresa automóvel Ford. O fordismo baseava-se nos seguintes princípios: - Aplicação do taylorismo (teoria defendida pelo engenheiro americano Frederick Taylor. Preconizava a racionalização do trabalho através da especialização dos operários em determinadas tarefas, sempre as mesmas, de modo a conseguirem realizá-las no mínimo de tempo com o máximo de eficácia) e do trabalho em cadeia (através de tapetes rolantes, o objeto a ser montado passava diante do operário); - Estandardização (uniformização dos modelos dos produtos fabricados), favoreceu o fabrico em série e permitiu a produção em massa, a diminuição dos custos e a venda a preços inferiores; - Aumento dos salários, motivando os operários e aumentando o seu poder de consumo. Este modelo americano de produção industrial HISTÓRIA Foi Henry Ford quem primeiro aplicou nas suas fábricas o fordismo, durante o fabrico do novo automóvel atingível a todos, o Ford T, por parte da empresa automóvel Ford. O fordismo baseava-se nos seguintes princípios: - Aplicação do taylorismo (teoria defendida pelo engenheiro americano Frederick Taylor. Através da especialização dos operários em determinadas tarefas, sempre as mesmas, de modo a conseguirem realizá-las no mínimo de tempo com o máximo de eficácia) e do trabalho em cadeia (através de tapetes rolantes, o objeto a ser montado passava diante do operário); - Estandardização (uniformização dos modelos dos produtos fabricados), favoreceu o fabrico em série e permitiu a produção em massa, a diminuição dos custos e a venda a preços inferiores; - Aumento dos salários, motivando os operários e aumentando o seu poder de consumo. Este modelo americano de produção industrial foi adotado em diversos países e, nos anos 20, nos EUA, o aumento constante da procura estimulou a produção e gerou uma enorme prosperidade, tornando-se uma sociedade de consumo. A Europa, a seguir da sua recuperação da guerra, também teve uma época com uma grande prosperidade, mas que não superou a dos Estados Unidos. - Estandardização (uniformização dos modelos dos produtos fabricados), favoreceu o fabrico em série e permitiu a produção em massa, a diminuição dos custos e a venda a preços inferiores; - Aumento dos salários, motivando os operários e aumentando o seu poder de consumo. Este modelo americano de produção industrial foi adotado em diversos países e, nos anos 20, nos EUA, o aumento constante da procura estimulou a produção e gerou uma enorme prosperidade, tornando-se uma sociedade de consumo. panorâmica da cidade de Nova Iorque na década de 30 ^ Ford modelo T - linha de montagem >
  • 24. 24 • MyBrainMagazine HISTÓRIA O coche é uma carruagem luxuosa e decorada artisticamente, que servia, em geral, para as grandes solenidade da corte e para outras cerimónias. Foi na época do Renascimento que começou a divulgar-se, mas o seu uso acentuou-se no século XVIII. O coche mais antigo que se conhece data do século XVI. A moda dos coches foi levada de Itália para França e daí para o resto da Europa. Tinham geralmente 4 lugares, contudo, alguns tinham também 2 e 6. Alguns dos coches que mais sobressaíram em toda a Europa foram os de D. João V de Portugal, que agora se encontram, entre outros, no Museu dos Coches, em Belém, Lisboa. Talvez o primeiro coche visto em Portugal fora o de D. Filipe I (II de Espanha), quando veio ao nosso país em 1581. Tal como os coches, também existiram outros veículos semelhantes utilizados pelas cortes europeias, a berlinda (semelhante ao coche) e o carrinho de passeio, a liteira, a cadeirinha e posteriormente, já substituindo o coche, a carruagem. O carrinho de passeio, ou cabriolet, era um veículo pequeno e leve, de caixa descoberta, feito para passear nas quintas e jardins em dias bonitos e de temperatura amena. Introduzido em Portugal na 2.ª metade do século XVIII, o carrinho de passeio era originário de Itália. No entanto, os exemplares encomendados pela Corte Portuguesa, foram executados ao gosto francês, a condizer com o estilo que predominava nos Jardins do Palácio de Queluz, para onde se destinavam. Esta viatura, de duas rodas, podia transportar um ou dois passageiros e consistia numa caixa aberta, levemente curva, assente em correias de couro sem molas, alta e ligeira, com dois varais que a ligavam ao milhão onde se atrelava um único cavalo. No alçado traseiro encontrava-se um pequeno assento, para o pajem que acompanhava os passeantes. O carrinho podia ser conduzido pelos seus ocupantes ou por um boleeiro, que cavalgava ao lado da viatura, dirigindo a marcha do cavalo emparelhado entre os varais. Na mesma época também apareceram carrinhos de criança, que eram puxados por póneis, burrinhos ou até mesmo por carneiros e serviam de entretenimento aos pequenos príncipes, nas suas brincadeiras ao ar livre. clero; Apoiantes de D. Pedro IV (liberais) – burguesia e povo. 6 anos depois da revolução, D.João VI morre e sucede- lhe D. Pedro mas, como não queria sair do Brasil pensou que se a sua filha D. Maria da Glória ficasse no trono e, como era menor de idade, D. Miguel ficava regente (de acordo com o liberalismo) e casaria com D. Maria quando fosse maior de idade. Em 1828, D. Miguel fez-se aclamar rei absoluto. Museu dos Coches, coche de D. João V (séc. XVIII), Coche da Embaixada ao Papa Clemente XI dos Oceanos ( séc. XVIII) x2, carrinho de passeio (séc. XVIII).
  • 25. MyBrainMagazine • 25 HISTÓRIA A dificuldade de circulação dos coches e berlindas por ruas estreitas e tortuosas fez com que se criassem liteiras (descendentes diretas da "Lectica" romana, apresentando um caixa de dois lugares frente a frente e transportada por duas mulas, atreladas nas extremidades dianteira e traseira a dois varais laterais, que sustentavam o peso da caixa e dos seus ocupantes, sendo utilizada até ao século XIX) e cadeirinhas (utilizada até ao século XIX, terá vindo ou do Oriente ou da evolução de um sistema de transporte de doentes, através da simples aplicação de cordas a uma cadeira que se suspendia aos ombros, sendo uma caixa de um só lugar, suspensa por dois varais amovíveis, com porta de abrir à frente, teto fixo ou de levantar para facilitar o acesso ao passageiro, que era conduzida por dois ou quatro lacaios. A instabilidade política provocada pela Revolução Francesa de 1789 e consequente dificuldade em manter contactos com os construtores de viaturas de Paris, levou a que nobres e burgueses encomendassem em Londres um novo e moderno veículo, a carruagem, que apresentava inovações técnicas em relação aos transportes até então utilizados. De maior comodidade que o coche ou a berlinda, devido ao novo sistema de fixação da caixa, mais elevada do chão e suspensa por correias curtas a molas de aço em forma de grande C, a carruagem, de dois o quatro lugares, tem a caixa abaulada na parte inferior, fazendo-se o acesso ao interior por estribo desdobrável. Quatro lanternas fixas à caixa e um banco de cocheiro elevado até à altura do tejadilho permitiam ao cocheiro uma condução mais segura e com maior visibilidade. A decoração exterior da caixa simplifica- se e a talha é substituída nas carruagens de gala por elementos decorativos em prata ou casquinha, que emolduram pinturas ao gosto da época, de maior sobriedade, onde continua a ser frequente aparecer em lugar de destaque o brasão de armas do proprietário. No interior, cortinas e estofos de seda lisa ou lã, com aplicações de galões de algodão bordado, acentuavam não só uma mudança de gosto, como de mentalidade característica do século XIX, em que a ostentação dá lugar a conforto e à funcionalidade. clero; Apoiantes de D. Pedro IV (liberais) – burguesia e povo. 6 anos depois da revolução, D.João VI morre e sucede-lhe D. Pedro mas, como não queria sair do Brasil pensou que se a sua filha coche de D. Maria Francisca Benedita (séc. XVIII), carruagem da coroa (séc. XIX), liteira (séc. XVIII), berlinda prossecional (séc. XVIII). soldados franceses
  • 26. 26 • MyBrainMagazine HISTÓRIA A Pedra da Roseta foi descoberta em meados de julho de 1799 durante a Campanha napoleónica do Egito, por um soldado no exército francês (Bouchard) na cidade de Rashid (Roseta). A Pedra da Roseta é um texto do Antigo Egito escrito em hieróglifos, grego e demótico egípcio num grande bloco de granito que foi decifrado por Jean- François Champollion e por Thomas Young. Esta pedra foi a chave para decifrar os hieróglifos egípcios. Atualmente, está exposta no British Museum, em Londres.clero; Apoiantes de D. Pedro IV (liberais) – burguesia e povo. 6 anos depois da revolução, D.João VI morre e sucede-lhe D. Pedro mas, como não queria sair do Brasil pensou que se a sua filha D. Maria da Glória ficasse no trono e, como era menor de idade, D. Miguel ficava regente (de acordo com o liberalismo) e casaria com D. Maria quando fosse maior de idade. Em 1828, D. Miguel fez-se aclamar rei absoluto. Começou então a perseguir os liberais, que se refugiaram na ilha Terceira, nos Açores. Quando D. Pedro soube, foi para a ilha Terceira e formou um exército. O exército liberal, em 8 de junho de 1832, desembarcou na praia do Mindelo e seguiu para o Porto. Os soldados liberais traziam no cano das espingardas hortênsias. Então, D. Miguel cercou o Porto (cerco do Porto). Entretanto, veio uma armada liberal, comandada pelo Duque da Terceira, que desembarcou no Algarve. De seguida, D. Miguel levantou o cerco e dirigiu-se para sul. Este foi derrotado nas batalhas de Almoster e de Asseiceira e assinou um acordo de paz – Convenção de Évora Monte. Em 1834, D. Miguel foi expulso de Portugal e D. Pedro IV morreu. Sucede-lhe D. Maria II.A sua interpretação do corpo humano era ainda muito avançada para época, de forma a que só nos dias de hoje é que os seus A sua inscrição, escrita por sacerdotes, regista um decreto promulgado em 196 a.C., na cidade de Mênfis, em nome do rei Ptolomeu V, louvando-o pelos benefícios que ele havia concedido no país. É registado em três parágrafos com o mesmo texto: o superior está na forma hieroglífica do egípcio antigo, o trecho do meio em demótico, variante escrita do egípcio tardio, e o inferior em grego antigo. A Pedra da Roseta é um fragmento de uma estela maior. Depois do Egito se tornar cristão, os templos egípcios foram fechados e muitos foram demolidos. Ao mesmo tempo, a Pedra da Roseta foi quebrada e movida da sua localização atual para Rashid, no delta do Nilo, onde foi colocada dentro de um forte (como bloco de construção) pelo sultão Qaitbay, no século XV d.C. Aquando da sua descoberta pelos franceses, a importância da estela foi imediatamente reconhecida, mas quando os franceses foram derrotados, a pedra foi entregue às forças britânicas como parte do Tratado de Alexandria em 1801. Atualmente, está exposta no British Museum, em Londres.clero; Apoiantes de D. Pedro IV (liberais) – burguesia e povo. 6 anos depois da revolução, D.João VI morre e sucede-lhe D. Pedro mas, como não queria sair do Brasil pensou que se a sua filha D. Maria da Glória ficasse no trono e, como era menor de idade, D. Miguel ficava regente (de acordo com o liberalismo) e casaria com D. Maria quando fosse maior de idade. Em 1828, D. Miguel fez-se aclamar rei absoluto. Começou então a perseguir os liberais, que se refugiaram na ilha Terceira, nos Açores. Quando D. Pedro soube, foi para a ilha Terceira e formou um exército. O exército liberal, em Depois do Egito se tornar cristão, os templos egípcios foram fechados e muitos foram demolidos. Ao mesmo tempo, a Pedra da Roseta foi quebrada e movida da sua localização atual para Rashid, no delta do Nilo, onde foi colocada dentro de um forte (como bloco de construção) pelo sultão Qaitbay, no século XV d.C. Aquando da sua descoberta pelos franceses, a importância da estela foi imediatamente reconhecida, mas quando os franceses foram derrotados, a pedra foi entregue às forças britânicas como parte do Tratado de Alexandria em 1801. Atualmente, está exposta no British Museum, em Londres.clero; Apoiantes de D. Pedro IV (liberais) – burguesia e povo. 6 anos depois da revolução, D.João VI morre e sucede-lhe D. Pedro mas, como não queria sair do Brasil pensou que se a sua filha D. Maria da Glória ficasse no trono e, como era menor de idade, D. Miguel ficava regente (de acordo com o liberalismo) e casaria com D. Maria quando fosse maior de idade. Em 1828, D. Miguel fez-se aclamar rei absoluto. Começou então a perseguir os liberais, que se refugiaram na ilha Terceira, nos Açores. Quando D. Pedro soube, foi para a ilha Terceira e formou um exército. O exército liberal, em 8 de junho de 1832, desembarcou na praia do Mindelo e seguiu para o Porto. Os soldados liberais traziam no cano das espingardas hortênsias. Então, D. Miguel cercou o Porto (cerco do Porto). Entretanto, veio uma armada liberal, comandada pelo Duque da Terceira, que desembarcou no Algarve. De seguida, D. Miguel levantou o cerco e dirigiu-se para sul. Este foi derrotado nas batalhas de Almoster e de Asseiceira e assinou um acordo de paz – Convenção de Évora Monte. Em 1834, D. Miguel foi expulso de Portugal e D. Pedro IV morreu.
  • 27. MyBrainMagazine • 27 HISTÓRIA A decifração de códigos teve um papel fundamental na vitória das forças aliadas na 2.ª Guerra Mundial. Os alemães tinham inventado a máquina Enigma, que era utilizada para codificar mensagens secretas que continham informação militar importante, como as posições dos seus submarinos. Quando uma mensagem era escrita na máquina, era codificada numa de perto de 159 triliões de combinações possíveis. Para o fazer, utilizava um algoritmo, ou "chave". A chave mudava a cada 24 horas, tornando a decifração das mensagens extremamente difícil. Mas, Alan Turing, nascido em 1912, com uma educação privilegiada, licenciado em Matemática em Cambridge, conseguiu decifrar as mensagens. Tudo começou em 136, quando teve a ideia de um computador programável, a máquina de Turing. Com ela, provou que qualquer problema matemático podia ser resolvido, desde que fosse representável por um algoritmo. Muitos defendem que esta máquina foi o primeiro computador do mundo. No início da guerra, Turing foi para Bletchley Park, uma velha mansão em Buckinghamshire, tornando-se a sede dos serviços secretos britânicos em tempo de guerra. Baseando-se em pesquisas polacas, Turing e o matemático Gordon Welchman desenvolveram uma máquina eletromecânica chamada "Bomba". Apesar de os polacos conseguirem ler as mensagens da Enigma nos sistemas de código mais simples, esta máquina possibilitava a decifração de qualquer mensagem, desde que o hardware da Enigma fosse conhecido e que um texto base de 20 letras podia ser adivinhado corretamente. Quando se encontrava uma mensagem alemã, os criptanalistas analisavam-na para produzir um "menu" (gráfico composto por letras ligadas). Este esquema era depois passado a um operador da "Bomba", que programava as letras na máquina de acordo com o "menu". A "Bomba" era então ligada e, de vez em quando, era parada e o operador escrevia a possível chave que tinha encontrado. Esta chave era depois testada para descobrir se era a correta. Pensa-se que o trabalho de Turing tenha reduzido em dois anos a guerra na Europa. Depois da guerra, Turing trabalhou na conceção de um Automatic Computing Engine, que executou o seu primeiro programa em 1950. Também escreveu um programa de xadrez, no qual o computador demorava meia hora para fazer cada movimento. Morreu em 1954, vítima de intoxicação por cianeto, A decifração de códigos teve um papel fundamental na vitória das forças aliadas na 2.ª Guerra Mundial. Os alemães tinham inventado a máquina Enigma, que era utilizada para codificar mensagens secretas que continham informação militar importante, como as posições dos seus submarinos. Quando uma mensagem era escrita na máquina, era codificada numa de perto de 159 triliões de combinações possíveis. Para o fazer, utilizava um algoritmo, ou "chave". A chave mudava a cada 24 horas, tornando a decifração das mensagens extremamente difícil. Mas, Alan Turing, nascido em 1912, com uma educação privilegiada, licenciado em Matemática em Cambridge, conseguiu decifrar as mensagens. Tudo começou em 136, quando teve a ideia de um computador programável, a máquina de Turing. Com ela, provou que qualquer problema matemático podia ser resolvido, desde que fosse representável por um algoritmo. Muitos defendem que esta máquina foi o primeiro computador do mundo. No início da guerra, Turing foi para Bletchley Park, uma velha mansão em Buckinghamshire, tornando-se a sede dos serviços secretos britânicos em tempo de guerra. Baseando-se em pesquisas polacas, Turing e o matemático Gordon Welchman desenvolveram uma máquina eletromecânica chamada "Bomba". Apesar de os polacos conseguirem ler as mensagens da Enigma nos sistemas de código mais simples, esta máquina possibilitava a decifração de qualquer mensagem, desde que o hardware da Enigma fosse conhecido e que um texto base de 20 letras podia ser adivinhado corretamente. Quando se encontrava uma mensagem alemã, os criptanalistas analisavam-na para produzir um "menu" (gráfico composto por letras ligadas). Este esquema era depois passado a um operador da "Bomba", que programava as letras na máquina de acordo com o "menu". A "Bomba" era então ligada e, de vez em quando, era parada e o operador escrevia a possível chave que tinha encontrado. Esta chave era depois testada para descobrir se era a correta. Pensa-se que o trabalho de Turing tenha reduzido em dois anos a guerra na Europa. Depois da guerra, Turing trabalhou na conceção de um Automatic Computing Engine, que executou o seu primeiro programa em 1950. Também escreveu um programa de xadrez, no qual o computador demorava meia hora para fazer cada movimento. Morreu em 1954, vítima de intoxicação por cianeto, antes de completar 42 anos, vítima de discriminação por parte do Governo britânico. A sua interpretação do corpo humano era ainda muito avançada para época, de forma a que só nos dias de hoje é que os seus desenhos foram finalmente entendidos. A máquina Enigma, a "Bomba" de Alan Turing.
  • 28. 28 • MyBrainMagazine HISTÓRIA A Guerra Civil Espanhola, desencadeada em 1936, foi motivada pelas fortes rivalidades existentes entre as fações políticas de esquerda e de direita. De 1923 a 1930, Espanha foi governada por uma ditadura militar chefiada pelo general Primo de Rivera, mas este exilou-se, acabando por conduzir à própria abdicação do rei Afonso XIII. Em 1931, depois do estabelecimento da Segunda República em Espanha, a ala socialista moderada e a classe média liberal republicana uniram-se numa coligação que instituiu um programa de reformas sociais, religiosas e militares. Contudo, esta coligação foi desfeita devido a interferências do setor da direita. Nas eleições de novembro de 1933, os socialistas concorreram sozinhos, na esperança de conseguirem organizar um governo unicamente socialista. As suas expectativas foram goradas, porque o sistema favorecia as coligações. Deste modo, com alguma surpresa, a vitória coube à aliança de direita. No ano de 1934, as reformas propostas entre 1931 e 1933 foram totalmente esquecidas. Neste ano, os socialistas, anarquistas e comunistas juntaram-se em protesto nas cidades mineiras das Astúrias, temendo a entrada do CEDA, um partido católico de direita, no governo, pois este poderia significar o estabelecimento de um estado autoritário. A repressão deste movimento de contestação foi muito violenta, conduzindo à reunião da esquerda na Frente Popular. Esta aliança esquerdista saiu vitoriosa nas eleições de 1936, apesar de não alcançar uma confortável vantagem sobre os seus diretos opositores. No entanto, a vitória permitiu-lhe retomar as reformas de 1931. A direita não alcançar uma confortável vantagem sobre os seus diretos opositores. No entanto, a vitória permitiu-lhe retomar as reformas de 1931. A direita não se conformou com a derrota, e prontamente se preparou para a guerra, sob a liderança do "cabecilha" da conspiração, o General Emílio Mola. A Falange, o partido fascista em formação, espalhava o terror e a violência para obrigar à utilização da força militar. A resposta da ala esquerda acabou por resultar no assassinato do líder monárquico José Calvo Sotelo, a 13 de julho. Intensificava-se a instabilidade e começava a violência. Os levantamentos conservadores de 18 de julho nas capitais rurais de província, como Leão e Castela a Velha, tiveram sucesso. Já o mesmo não sucedeu nas grandes cidades industriais do Norte asturiano onde os trabalhadores fabris e mineiros impediram qualquer tentativa de golpe de direita. No Sul, o apoio era dado à esquerda, embora nas grandes cidades, como Cádiz e Sevilha, a resistência das classes trabalhadoras fosse destruída. Nesta fase, os rebeldes falangistas controlavam cerca de um terço de Espanha, incluindo a Galiza, Leão, Castela a Velha, Aragão e parte da Extremadura, em conjunto com Huelva, Sevilha e Córdoba. De início, os revoltosos confrontaram-se com alguns problemas com as suas milícias mal preparadas e tiveram de recorrer a mercenários. A vantagem dos rebeldes residia no exército mercenário africano, liderado pelo General Franco, que estava bloqueado em Marrocos pelos navios de guerra republicanos, cujas tripulações se tinham amotinado General Franco, que estava bloqueado em Marrocos pelos navios de guerra republicanos, cujas tripulações se tinham amotinado contra os seus dirigentes direitistas. Os falangistas voltaram-se então para o estrangeiro, pedindo auxílio a Hitler e a Mussolini. Os dirigentes alemão e italiano viram então a possibilidade de causar problemas à França, e ambos decidiram providenciar ajuda aerotransportada para tornar possível uma ponte aérea entre Marrocos e Sevilha. Cerca de 15 000 homens atravessaram para Espanha num prazo de 10 dias. Um falhado golpe de estado tendia assim para uma Guerra Civil. Mais discretamente, Salazar permitia a utilização do território português como base de apoio de retaguarda ou via de entrada de armamento, enquanto encaminhava para a frente de combate os voluntários ("viriatos"), em número indeterminado, talvez de alguns milhares. Por outro lado, a intervenção da Sociedade das Nações, que pretendeu instituir mecanismos de conciliação e arbitragem, fracassou totalmente, criando situações de impasse que desequilibravam ainda mais o balanço de forças, pois manietavam frequentemente o governo eleito de Madrid, enquanto deixavam as mãos livres a Franco. Durante a guerra civil de Espanha o mundo assistiu, pela primeira vez, no nosso século, ao emprego da rádio como meio de propaganda de grande eficácia (aqui ainda, a propaganda franquista, muitas vezes de extrema agressividade, revelou maior eficácia que a sua congénere republicana). A República, ao contrário dos revoltosos, não teve uma grande ajuda quando procurou apoio junto das potências democráticas. O premier francês, Léon Blum, inicialmente partidário da fação republicana, esmoreceu a sua posição face à oposição interna e ao receio britânico de provocar uma guerra geral. A União Soviética parecia ser a última hipótese. No entanto, com muito ou pouco apoio, o conflito internacionalizava-se e despertava paixões por todo o mundo. Os falangistas do mais que provável líder, Franco, já o vimos, receberam forte auxílio por parte da Itália e da Alemanha. Era a ocasião ideal para testar as novas máquinas de guerra - as tropas de Hitler experimentaram os métodos da Blitzkrieg, que lhes iriam dar grandes
  • 29. MyBrainMagazine • 29 HISTÓRIA árvore de Guernica que se salvou dos bombardeamentos; A Morte do Soldado Legalista, de Robert Capa é a mais conhecida fotografia sobre a Guerra Civil Espanhola; cidade de Guernica destruída; situação nacionalista / republicana em Espanha de Agosto-Setembro de 1936 que provável líder, Franco, já o vimos, receberam forte auxílio por parte da Itália e da Alemanha. Era a ocasião ideal para testar as novas máquinas de guerra - as tropas de Hitler experimentaram os métodos da Blitzkrieg, que lhes iriam dar grandes vitórias nas fases iniciais da Segunda Guerra Mundial e Hitler apressou-se a enviar para o terreno a tristemente célebre legião Condor. As fileiras republicanas apenas engrossaram com o auxílio soviético e com os heróis românticos de todo o mundo, simbolizados por E. Hemingway, correspondente de guerra e soldado. Os rebeldes nacionalistas lançaram então duas bem sucedidas campanhas. Enquanto Mola atacava a província basca de Guipúzcoa para isolar a França, o exército mercenário africano de Franco avançava sobre Madrid, deixando atrás de si um rasto de morte e destruição. A 10 de agosto, os dois blocos de nacionalistas faziam a junção, consolidando a sua posição em agosto e mercenário africano de Franco avançava sobre Madrid, deixando atrás de si um rasto de morte e destruição. A 10 de agosto, os dois blocos de nacionalistas faziam a junção, consolidando a sua posição em agosto e setembro. As tropas do General José Henrique Varela ligaram Sevilha, Córdoba, Granada e Cádiz, numa altura em que os republicanos não tinham possibilidade de igualar os sucessos nacionalistas, somando derrotas sucessivas. A 21 de setembro, os líderes dos revoltosos escolheram o General Franco, em Salamanca, para comandante em chefe. Nesse dia, este militar dirigiu as suas colunas para o sudeste de Madrid, no sentido de libertar a guarnição de Toledo, o que fez perder uma excelente oportunidade de atacar a capital antes desta preparar a sua defesa. No entanto, esta manobra permitiu a Franco aumentar o seu poder militar e criar um golpe de publicidade. Então, abrandou o ritmo da guerra para purgar o território capturado. Confirmado permitiu a Franco aumentar o seu poder militar e criar um golpe de publicidade. Então, abrandou o ritmo da guerra para purgar o território capturado. Confirmado como Caudilho e chefe de Estado a 1 de outubro, Franco controlava a zona central, enquanto os republicanos enfrentavam divisões internas entre comunistas, socialistas e anarquistas. A 7 de outubro, o exército africano marchava sobre Madrid, uma cidade cheia de refugiados e com graves problemas de subalimentação. O atraso de Franco permitira a reorganização da defesa de Madrid, ajudada pela chegada de armas soviéticas e das colunas de voluntários conhecidas como Brigadas Internacionais. No entanto, a 6 de novembro, o governo debandou para Valência, deixando Madrid nas mãos do General José Miaja. Apoiado pela Junta de Defesa, dominada pelos comunistas, reuniu a população deixando a planificação militar ao seu chefe de pessoal, o bem sucedido coronel Vicente Rojo.
  • 30. 30 • MyBrainMagazine HISTÓRIA permitiu a Franco aumentar o seu poder militar e criar um golpe de publicidade. Então, abrandou o ritmo da guerra para purgar o território capturado. Confirmado como Caudilho e chefe de Estado a 1 de outubro, Franco controlava a zona central, enquanto os republicanos enfrentavam divisões internas entre comunistas, socialistas e anarquistas. A 7 de outubro, o exército africano marchava sobre Madrid, uma cidade cheia de refugiados e com graves problemas de subalimentação. O atraso de Franco permitira a reorganização da defesa de Madrid, ajudada pela chegada de armas soviéticas e das colunas de voluntários conhecidas como Brigadas Internacionais. No entanto, a 6 de novembro, o governo debandou para Valência, deixando Madrid nas mãos do General José Miaja. Apoiado pela Junta de Defesa, dominada pelos comunistas, reuniu a população deixando a planificação militar ao seu chefe de pessoal, o bem sucedido coronel Vicente Rojo. Embora o general Franco tivesse tido a habilidade para chamar até si as germânicas Legiões Condor, em novembro teve de aceitar o insucesso do seu assalto. A cidade aguentou-se durante 28 meses. Franco reagiu tentando circundar a capital. Apesar das derrotas nas batalhas de Boadilla (dezembro de 1936), de Jarama (fevereiro de 1937), e de Guadalajara (março de 1937), a vantagem era ainda dos nacionalistas, que em março deram início a um ciclo de batalhas que lhes permitiram capturar o Norte de Espanha nas estações quentes de 1937. O começo desta ofensiva partiu do ataque das tropas de Mola ao país Basco, já de si desmoralizado pelos bombardeamentos da Legião Condor. A sua capital, Bilbau, caiu a 19 de junho, depois da destruição de pequenas cidades como Guernica, localidade imortalizada num quadro com o mesmo nome da autoria de Pablo Picasso e onde morreram cerca de 9 000 habitantes massacrados pela aviação alemã e apenas se restou a árvore sagrada dos bascos, a árvore de Guernica, Gernikako Arbola, onde historicamente os bascos se reuniam por baixo dela como se fosse o "parlamento", se restou a árvore sagrada dos bascos, a árvore de Guernica, Gernikako Arbola, onde historicamente os bascos se reuniam por baixo dela como se fosse o "parlamento", ficando símbolo de liberdade e autonomia dos bascos. Em seguida, as forças nacionalistas, bem apetrechadas com tropas e equipamento italiano, capturam Santander a 26 de agosto e as Astúrias em setembro e outubro. A superioridade desta fação do conflito aumentou com a posse da riqueza mineira e da indústria do Norte. O coronel Vicente Rojo tentou então, através de várias ofensivas, suster o avanço nacionalista, em cidades como Brunete (outra localidade cuja população foi massacrada ou deportada), Saragoça e Teruel, mas não cumpriu totalmente os seus objetivos, pois era imparável a máquina de guerra dos nacionalistas. Estes tentaram e conseguiram tirar partido da exaustão dos republicanos desmoralizados com a derrota em Teruel. As tropas de Franco avançaram para o vale do Ebro e a 15 de abril atingiram o mar. Em julho, Franco em vez do assalto a Barcelona, dirigiu um maior ataque sobre Valência. Os republicanos tentavam resistir a todo custo às forças do General Franco, que os pretendia aniquilar totalmente. Em novembro, a República estava quase completamente derrotada. A cidade anarco-esquerdista de Barcelona caía às mãos dos nacionalistas a 26 de janeiro de 1939 e Madrid a 4 de março. Entretanto, o comandante do Exército Republicano do Centro, o coronel Segismundo Casado, revoltava-se contra o governo republicano numa tentativa de parar com a violência. A sua tentativa de negociar com os vencedores foi rejeitada por Franco. A pouco e pouco as tropas republicanas foram-se rendendo. A 27 de março, os nacionalistas entraram na cidade de Madrid e os republicanos foram exilados. Esta vitória de Franco inaugurou, assim, uma ditadura fascista de 38 anos e, através da Polícia Política, eram reprimidos todos os suspeitos de ideologias de esquerda. A Guerra Civil Espanhola saldou-se numa perda de 400 000 mortos em combate, 1 000 000 de presos e cerca de 100 000 execuções, conhecidas permitiu a Franco aumentar o seu poder militar e criar um golpe de publicidade. Então, abrandou o ritmo da guerra para purgar o território capturado. Confirmado como Caudilho e chefe de Estado a 1 de outubro, Franco controlava a zona central, enquanto os republicanos enfrentavam divisões internas entre comunistas, socialistas e anarquistas. A 7 de outubro, o exército africano marchava sobre Madrid, uma cidade cheia de refugiados e com graves problemas de subalimentação. O atraso de Franco permitira a reorganização da defesa de Madrid, ajudada pela chegada de armas soviéticas e das colunas de voluntários conhecidas como Brigadas Internacionais. No entanto, a 6 de novembro, o governo debandou para Valência, deixando Madrid nas mãos do General José Miaja. Apoiado pela Junta de Defesa, dominada pelos comunistas, reuniu a população deixando a planificação militar ao seu chefe de pessoal, o bem sucedido coronel Vicente Rojo. Embora o general Franco tivesse tido a habilidade para chamar até si as germânicas Legiões Condor, em novembro teve de aceitar o insucesso do seu assalto. A cidade aguentou-se durante 28 meses. Franco reagiu tentando circundar a capital. Apesar das derrotas nas batalhas de Boadilla (dezembro de 1936), de Jarama (fevereiro de 1937), e de Guadalajara (março de 1937), a vantagem era ainda dos nacionalistas, que em março deram início a um ciclo de batalhas que lhes permitiram capturar o Norte de Espanha nas estações quentes de 1937. O começo desta ofensiva partiu do ataque das tropas de Mola ao país Basco, já de si desmoralizado pelos bombardeamentos da Legião Condor. A sua capital, Bilbau, caiu a 19 de junho, depois da destruição de pequenas cidades como Guernica, localidade imortalizada num quadro com o mesmo nome da autoria de Pablo Picasso e onde morreram cerca de 9 000 habitantes massacrados pela aviação alemã e apenas se restou a árvore sagrada dos bascos, a árvore de Guernica, Gernikako Arbola, onde historicamente os bascos se reuniam por baixo dela como se fosse o "parlamento",
  • 31. MyBrainMagazine • 31 HISTÓRIA General Francisco Franco, mapa da batalha do Ebro, Batalha do Ebro (exército republicano a cruzar o rio). se restou a árvore sagrada dos bascos, a árvore de Guernica, Gernikako Arbola, onde historicamente os bascos se reuniam por baixo dela como se fosse o "parlamento", ficando símbolo de liberdade e autonomia dos bascos. Em seguida, as forças nacionalistas, bem apetrechadas com tropas e equipamento italiano, capturam Santander a 26 de agosto e as Astúrias em setembro e outubro. A superioridade desta fação do conflito aumentou com a posse da riqueza mineira e da indústria do Norte. O coronel Vicente Rojo tentou então, através de várias ofensivas, suster o avanço nacionalista, em cidades como Brunete (outra localidade cuja população foi massacrada ou deportada), Saragoça e Teruel, mas não cumpriu totalmente os seus objetivos, pois era imparável a máquina de guerra dos nacionalistas. Estes tentaram e conseguiram tirar partido da exaustão dos republicanos desmoralizados com a derrota em Teruel. As tropas de Franco avançaram para o vale do Ebro e a 15 de abril atingiram o mar. Em julho, Franco em vez do assalto a Barcelona, dirigiu um maior ataque sobre Valência. Os republicanos tentavam resistir a todo custo às forças do General Franco, que os pretendia aniquilar totalmente. Em novembro, a República estava quase completamente derrotada. A cidade anarco-esquerdista de Barcelona caía às mãos dos nacionalistas a 26 de janeiro de 1939 e Madrid a 4 de março. Entretanto, o comandante do Exército Republicano do Centro, o coronel Segismundo Casado, revoltava-se contra o governo republicano numa tentativa de parar com a violência. A sua tentativa de negociar com os vencedores foi rejeitada por Franco. A pouco e pouco as tropas republicanas foram-se rendendo. A 27 de março, os nacionalistas entraram na cidade de Madrid e os republicanos foram exilados. Esta vitória de Franco inaugurou, assim, uma ditadura fascista de 38 anos e, através da Polícia Política, eram reprimidos todos os suspeitos de ideologias de esquerda. A Guerra Civil Espanhola saldou-se numa perda de 400 000 mortos em combate, 1 000 000 de presos e cerca de 100 000 execuções, conhecidas num espaço de tempo compreendido entre de ideologias de esquerda. A Guerra Civil Espanhola saldou-se numa perda de 400 000 mortos em combate, 1 000 000 de presos e cerca de 100 000 execuções, conhecidas num espaço de tempo compreendido entre 1939 e 1943. Não se conhece um número exato para as execuções de civis e fugitivos. Para além das perdas humanas, há que reter que o país ficou praticamente destruído e sofreu danos no seu parque industrial e na rede de comunicações que só começariam a ser reparados durante a década de 60.
  • 32. 32 • MyBrainMagazine HISTÓRIA Com o fim da 1.ª Guerra Mundial, parecia que a democracia liberal se impor em todos os países da Europa. Mas, pelo contrário, desenvolveram-se os movimentos políticos de extrema-direita favoráveis ao autoritarismo, movimentos políticos que atacavam a democracia parlamentar e propunham a implantação de ditaduras. A vaga autoritária, embora mais intensa na Itália e na Alemanha, estendeu-se a muitos outros países europeus. O crescimento dos movimentos de extrema-direita explica-se pelas condições económicas e sociais do período entre as duas guerras: as dificuldades económicas que se seguiram à 1.ª Guerra Mundial e a crise de 1929 provocaram na Europa um grande aumento do desemprego e baixaram o nível de vida de vários setores da população; desde os finais do século XIX que os sindicatos operários eram cada vez mais poderosos e cresciam os partidos de esquerda (socialistas e comunistas) e o triunfo revolução soviética e as tentativas de revolução socialista noutros países europeus assustaram a burguesia, que passou a apoiar as posições de extrema- direita. Os movimentos de extrema-direita atuavam em duas armas: a violência, que, sob a forma de ameaças, espancamentos ou destruições era usada contra a esquerda e os sindicatos e os partidos extremistas de direita distribuíam fardas e armas aos seus militantes, dando-lhes treino militar, formando milícias armadas disciplinadas e agressivas; a propaganda, que, através da imprensa, da rádio, dos comícios e das manifestações, era outra arma poderosa que pretendia atrair não só as classes médias como o operariado mais hesitante, prometendo-lhes segurança, melhoria das condições de vida e o fim do desemprego. Dos movimentos de extrema- direita europeus, o primeiro a conseguir melhoria das condições de vida e o fim do desemprego. Dos movimentos de extrema-direita europeus, o primeiro a conseguir tomar o poder foi o Partido Nacional Fascista, em Itália, passando o termo fascismo a designar partidos ou regimes de extrema-direita, tendo como características fundamentais: o combate ao socialismo e ao comunismo, a rejeição do parlamentarismo (acusado de enfraquecer a unidade nacional), o desprezo pela liberdade individual (os direitos individuais tinham de estar submetidos aos da Nação e do Estado), o ultranacionalismo (defendia a Nação, exaltando glórias do passado, as realizações do presente e a grandeza do futuro e este conceito apoiava-se em preconceitos racistas, quando a nação era identificada como uma "raça superior"), a existência de um partido único, o enaltecimento da autoridade do chefe (o Estado devia ser forte e comandado por um Chefe, considerado guia e salvador da nação e a quem se devia prestar obediência) e o corporativismo (pretender ultrapassar os conflitos entre as classes, unindo os patrões e operários em organismos comuns, as corporações). Os principais países onde se impuseram regimes do tipo fascista foram a Itália e a Alemanha mas, no entanto, na maioria dos países europeus formaram-se grupos de extrema-direita que defendiam soluções semelhantes. Nalguns países, como na França, apesar do peso desses grupos, as forças democráticas conseguiram mantê- los afastados do poder. Outros países não resistiram à tentação autoritária. Muitas vezes foram os militares que, apoiados por grupos de extrema- direita, tomaram o poder, acabando com as liberdades democráticas, proibindo os partidos de esquerda e utilizando a repressão de forma sistemática e mais ou menos violenta, em países como Espanha (ditador: general Francisco Franco), Portugal (ditador: António de Oliveira Salazar), Hungria, Roménia, Polónia e Grécia. Salazar, a Lição de Salazar: trilogia da educação - Deus, Pátria e Família, Franco.
  • 33. MyBrainMagazine • 33 HISTÓRIA Mussolini a fazer uma saudação romana numa manifestação fascista, cartaz de propaganda fascista, Mussolini. A 1.ª Guerra Mundial teve para Itália, graves consequências: os custos humanos foram pesados e a guerra provocou grandes dificuldades económicas e o desemprego, dando origem a uma grande agitação social. Assustados com a vaga revolucionária, industriais e proprietários passaram a apoiar um grupo político de extrema-direita, que teve um rápido crescimento: o Partido Nacional Fascista, chefiado por Benito Mussolini (o Duce). Dispondo de milícias armadas (os "camisas negras"), o Partido Fascista usava da maior violência contra os militantes de esquerda e participava na repressão de movimentos grevistas. Em 1922, o rei de Itália, pressionado pelas manifestações de força do Partido Fascista (nomeadamente pela "marcha sobre Roma") encarregou Mussolini de formar governo. Em 1924, realizavam-se eleições. Recorrendo à violência e a todo o tipo de fraudes, os fascistas e os seus aliados conseguiram três quartos dos lugares do parlamento. O Estado Fascista deixou de permitir qualquer forma de oposição. Todos os partidos (à exceção do Partido Nacional Fascista) foram proibidos. Uma poderosa polícia política vigiava os cidadãos e encarregava-se da repressão. Os jornais, a rádio e o cinema passaram a ser sujeitos a censura. As greves não eram autorizadas. Os sindicatos livres foram proibidos e substituídos pelas corporações. Para criar um "homem novo" fascista, o Estado tomava nas suas mãos a formação da juventude. Desde crianças que os jovens deviam pertencer a organizações do tipo militar, onde eram doutrinados no sentido da disciplina, obediência e veneração pelo Chefe. Os fascistas tinham uma política externa de carácter imperialista. Em 1936, os exércitos de Mussolini conquistaram a Etiópia. No mesmo ano, intervieram na Guerra Civil de Espanha apoiando os rebeldes nacionalistas e, na 2.ª Guerra Mundial, alinharam ao lado da Alemanha nazi. Após a 1.ª Guerra Mundial, a Alemanha estabeleceu um regime democrático (a República de Weimar), mas, devido à humilhação que os alemães sentiam devido às condições impostas pelo tratado de Versalhes e pela gravidade da situação graças à destruição da guerra, à desorganização da economia e ao pagamento das indemnizações exigidas pelos vencedores, a inflação cresceu inconsolavelmente. E, quando situação já estava a melhorar, a Grande Depressão de 1929 levou, na Alemanha, bancos e pequenas e médias empresas à falência, deixando crescer o desemprego e miséria. A pequena e média burguesia e os operários culpava os partidos no poder pela grave situação económica, passando a apoiar os partidos de oposição, tantos de esquerda (sobretudo o Partido Comunista) como os de
  • 34. 34 • MyBrainMagazine HISTÓRIA Após a 1.ª Guerra Mundial, a Alemanha estabeleceu um regime democrático (a República de Weimar), mas, devido à humilhação que os alemães sentiam devido às condições impostas pelo tratado de Versalhes e pela gravidade da situação graças à destruição da guerra, à desorganização da economia e ao pagamento das indemnizações exigidas pelos vencedores, a inflação cresceu inconsolavelmente. E, quando situação já estava a melhorar, a Grande Depressão de 1929 levou, na Alemanha, bancos e pequenas e médias empresas à falência, deixando crescer o desemprego e miséria. A pequena e média burguesia e os operários culpava os partidos no poder pela grave situação económica, passando a apoiar os partidos de oposição, tantos de esquerda (sobretudo o Partido Comunista) como os de extrema-direita (sobretudo o Partido Nacional-Socialista, abreviando, Partido Nazi, liderado por Adolf Hitler). Muitos desempregados acreditaram nas promessas de trabalho para todos do Partido Nazi. Muitos burgueses também pensaram que os nazis eram melhor opção, visto recearem a chegada do comunismo ao poder. O Partido Nazi teve um crescimento rápido, graças ao apoio financeiro dos grandes industriais (como Krupp, industrial de armamento), à propaganda através dos jornais e da rádio, à realização de comícios e de grandes manifestações de rua e às demonstrações de força das suas disciplinadas milícias armadas, as SA (Secções de Assalto) e as SS (Secções de Segurança), utilizadas contra os adversários do nazismo. Nas eleições de 1932, o Partido Nazi foi o mais votado e o Presidente da República nomeou Hitler Chanceler da Alemanha, em janeiro de 1933, e este tomou medidas anti-democráticas, tornando o Partido Nazi partido único e passou, a partir de 1934, a acumular cargos de Presidente da República e de Chanceler. O Nazismo representa o totalitarismo (controlo total da sociedade pelo Estado). O Estado nazi não permitia qualquer oposição, intervinha em todos os domínios da vida dos cidadãos. O Estado estava submetido à vontade de Hitler (o Führer), que exigia obediência. A sociedade alemã passou a ser dominada através da propaganda e do terror. A imprensa, a rádio e o cinema eram controlados pelo Ministério da Propaganda. Um aparelho repressivo constituído pela polícia política (Gestapo) e pelas SS, sustentava a ditadura através das prisões arbitrárias, da tortura e do assassinato. Os suspeitos de oposição ao regime eram enviados para campos de concentração. As greves e os sindicatos livres foram proibidos e os operários obrigados a inscrever-se na Frente do Trabalho. Todos os jovens tinham de fazer parte da Juventude Hitleriana, onde recebiam treino militar e uma educação nacionalista centrada na obediência ao Führer. Para eliminar o desemprego, o governo nazi construiu grandes obras públicas (sobretudo autoestradas) E desenvolveu a indústria de armamento. O serviço militar tornou-se obrigatório e houve crescimento dos efetivos da Polícia e do funcionalismo público. Também se defendeu que as mulheres deveriam apenas dedicar-se os trabalhos domésticos, libertando postos de trabalho para os homens. Para os nazis, a mulher era um ser inferior que apenas se deveria preocupar com os três K: Kinder, Kirche, Kuche (Filhos, Igreja, Cozinha). A política económica nazi baseou-se no princípio da autarcia: a Alemanha devia ser autossuficiente em produtos agrícolas e industriais, de forma a não depender das importações. Sob direção do Estado, aumentou-se a produção, eliminando desemprego. A doutrina nazi fundava-se no racismo. Para os nazis, existiam "raças superiores" (os Arianos: povos germânicos e escandinavos), que deveriam dominar o mundo, e as "raças inferiores" (como a "raça" judaica). Este violento antissemitismo levou Desfile de milícias nazis, anti-semitismo, Juventude Hitleriana (2), cerimónia nazi em Nuremberga, cartaz de propaganda nazi, Hitler.