Projetos linguísticos para alunos indígenas na UFRGS
1. Universidade Federal do Rio Grande do Sul
8º Salão de Ensino UFRGS - 2012
Projetos pedagógicos em língua inglesa para alunos
indígenas
Aline Rosa e Nathália Gasparini
Orientadora: Prof.ª Dra. Simone Sarmento
2. Contextualização do curso e do
estágio
O curso
Criado em criado pelas estudantes Bruna Morelo, Camila Dilli e
Alana Mazur.
Objetivos
Oportunizar aos alunos indígenas o desenvolvimento de leitura em
língua inglesa, bem como aproximá-los desse idioma.
Estágio
O presente trabalho foi desenvolvido no primeiro semestre de 2012,
na disciplina de estágio, orientado pela professora Simone
Sarmento.
3. Educação linguística
A língua
Língua é prática social e interação, não instrumento:
dimensões linguísticas e sociais.
Objetivos da aula de língua
1. Ler, escrever e resolver problemas e refletir sobre as estruturas.
2. Dar acesso à escrita e aos discursos que se organizam a partir dela:
cultura da escrita.
4. Educação linguística
As perguntas então que estariam no fundo da
educação lingüística em Língua Estrangeira são:
Quem sou eu nesse mundo? Quais são os limites do
meu mundo? Quais são as minhas comunidades de
atuação? Onde está essa língua? De quem é essa
língua? Para que serve essa língua? O que é que
essa língua tem a ver comigo? (Garcez, 2008, p. 3)
5. Letramento acadêmico
Letramento
Conjunto de práticas sociais que usam a escrita, como tecnologia e
como prática simbólica em contextos específicos. (Kleiman, p. 19,
1995)
Letramento em LA
“Trata-se de garantir prioritariamente que os educandos sejam
apresentados a esses textos e, em vez de se virarem de costas para
eles, se engajem com eles e possam tomar conhecimento das
práticas culturais de grupos humanos diversos que reconhecem os
discursos em torno desses textos como necessários às atividades dos
seus integrantes.” (Schlatter e Garcez, 2009, p. 133)
6. Letramento acadêmico
Letramento acadêmico em LA para indígenas
Não dar as costas ao texto nem às práticas sociais que circundam o
viver e conviver na universidade.
“Os estudantes indígenas têm uma mudança brusca em suas
vidas quando ingressam na universidade (…). A aula de língua
adicional é um dos meios que eles possuem para descobrir mais
sobre esse novo contexto e para entender melhor o seu papel no seu
próprio contexto. Quando percebem que podem ler em inglês, eles
podem começar a ler os artigos para seus cursos de graduação, mas
também podem interagir e participar dos discursos que se organizam
fora deles e em seus próprios contextos” (Morelo, 2009, p. 26)
7. Perfil e expectativa dos alunos
Os alunos
Estudantes Kaingangs vindos de diferentes lugares do Estado
Pedagogia, Fisioterapia, Enfermagem, Agronomia e Engenharia
Expectativas Diversas
Trabalho com a oralidade, leitura, escrita e aulas dinâmicas
Transparência dos alunos
Conversa: situação na universidade, angústias, dificuldades no curso,
convivência com outros estudantes, choque cultural
8. “Escutar é obviamente algo que vai mais além
da possibilidade auditiva de cada um. Escutar, no
sentido aqui discutido, significa a disponibilidade
permanente por parte do sujeito que escuta para
a abertura à fala do outro, ao gesto do outro, às
diferenças do outro. Isto não quer dizer ,
evidentemente, que escutar exija de quem
realmente escuta sua redução ao outro que fala.”
(FREIRE, 2006)
9. Primeiro projeto
Objetivos: aproximação com a língua; não ignorar os
textos em inglês; autoestima relacionada a aprender
uma LA, ler textos curtos.
Textos públicos de informação pessoal
Gêneros: perfis pessoais no Facebook, Cvs, Biodatas
e Lattes.
11. Terceiro projeto
Objetivos adicionados: abordagem de aspectos culturais;
comportamentos e modos de ser indígenas.
Projeto sobre a participação de indígenas na Conferência
Rio+20
Gêneros de leitura: notícias e manifestos em português e
em inglês e textos informacionais sobre o evento
encontráveis no site.
Gênero de produção: resposta à pergunta proposta pelo
site da campanha “O futuro que queremos”.
12. Atividade Wikipedia
Relacionada ao segundo projeto
Identificação de personalidades no site Wikipedia
Trabalho de leitura dos verbetes
Reconhecimento de autores usados nas leituras obrigatórias do
cursos
Enriquecimento de vocabulário
13. O que aprendemos
Reconhecimento e valorização das diferentes culturas
Um novo olhar a respeito da Universidade
Valores
Organização de tempo e espaço na sala de aula
14. O que eles aprenderam
Melhor habilidade na leitura e oralidade
Aproximação da língua Inglesa
Melhores condições de aprender outro idioma dentro da
Universidade
15. E o que é a interculturalidade? É justamente o
resultado da relação entre culturas, da troca que se dá
entre elas. Tudo aquilo que o homem produz em
qualquer cultura e em qualquer parte do mundo - no
campo da arte, da técnica, da ciência – tudo o que ele
produz de belo merece ser usufruído por outro homem
de qualquer outra parte do planeta. (Freire, 2000, p. 23)
16. Referências
BRITTO, L. P. L. Escola, ensino de língua, letramento e conhecimento. In: Calidoscópio, São
Leopoldo, v. 5, 2007. p. 24-30.
FREIRE, J.R. Bessa. Cinco idéias equivocadas sobre o índio. In Revista do Centro de Estudos do
Comportamento Humano (CENESCH). Nº 01 – Setembro 2000. P.17-33. Manaus-Amazonas.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
GARCEZ, P. M. (2008d). Educação lingüística como conceito para a formação de profissionais de
Língua Estrangeira. In L. Masello (Org.), Portugués lengua segunda y extranjera en Uruguay:
Actas del Primeiro Encontro de Português Língua Estrangeira do Uruguai (pp. 51-57).
Montevidéu: Universidad de la República, Faculdad de Humanidades y Ciencias de la
Educación/Comisión Sectorial de Investigación Científica.
KLEIMAN, A. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. In: ____. (org.) Os
significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas:
Mercado de Letras, 1995.
MORELO, B. O curso de inglês para estudantes indígenas: contribuindo para a construção de uma
política de permanência na UFRGS. 2008, Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal
do Rio Grande do Sul: Porto Alegre.
Referenciais Curriculares do Rio Grande do Sul: Linguagens, códigos e suas tecnologias. Secretaria
de Educação do Estado – Porto Alegre: SE/DP, 2009, v.1.