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PALAVRAS DO PRESIDENTE DO DIRETÓRIO
         NACIONAL DO PSC, DR.VÍTOR NÓSSEIS

Esta narrativa foi produzida pelo subscritor em função de suas estreitas e antigas
ligações com o próspero distrito de Barra de Itapemirim, por solicitação de Ivilise Soares
de Azevedo e dos companheiros e companheiras do PSC de Marataízes – ES, onde o
partido conta com o vice-prefeito, Jabenilson Machado, na gestão progressista do
Prefeito Antônio Bittencourt - PMDB, a vereadora Iris Berlander - PSC e o vereador
Luiz Carlos da Silva Almeida – PSC.
Aproveitou para discorrer sobre alguns aspectos doutrinários, ideológicos e
programáticos do social cristianismo e da fundação do PSC no Brasil.

SOB O SÍMBOLO DO PEIXE

Natural de Belo Horizonte – MG, cursou parte da primeira etapa do segundo grau
(naquele tempo curso ginasial), e parte da segunda etapa (curso científico) no Colégio
Evangélico de Alto Jequitibá, situado no município de Presidente Soares, hoje Alto
Jequitibá – MG, (de orientação evangélica - presbiteriana) onde, embora de cepa cristã
síria ortodoxa, teve o privilégio de freqüentar durante cinco anos.
Dirigido à época pelos grandes educadores, o saudoso Reverendo Cícero Siqueira e a
saudosa Profª. Cecília Rodrigues Siqueira, Prof. Edvar Boëchat Soares, também já
falecido, no internato masculino, e a educadora, Profª. Glacy Heckert no internato
feminino, o Colégio Evangélico de Alto Jequitibá, sob a direção de Cícero Siqueira,
constituiu-se num dos maiores educandários de Minas Gerais, quiçá do Brasil.
Naquele primeiro ano de internato de 1958, recebi em 13 de maio, de meus saudosos
falecidos pais, Jorge Abdala Nósseis e Victória Mene Nósseis, por ocasião de meu
aniversário natalício, um presente constituído por um lote de terreno em Marataízes – ES,
nas cercanias do Praia Hotel.
 Logo depois, quando tive a oportunidade de ir a primeira vez à Marataízes, conheci a
saudosa Olga Sabra, amiga de minha família, filha de Abdala Sabra, um dos fundadores
da cidade. Residia numa daquelas casas geminadas, dos bons tempos, próximas à Igreja de
Nossa Senhora da Penha, onde tive a satisfação, não só de saborear inolvidáveis
guloseimas da culinária síria, como também de gozar de sua inigualável hospitalidade,
generosidade e amizade.
Devido às paixões que a proximidade do mar desperta nos corações montanheses e da
satisfação gerada pelo presente recebido, e com a intenção convicta de retê-lo para sempre,
preferi, alguns anos depois, construir uma casa num ambiente distanciado do burburinho
cosmopolita.
Assim, no final da década de 70, troquei, não sem lamentações, o terreno no centro de
Marataízes por outro na Barra de Itapemirim, hoje, um de seus mais promissores distritos.
Naquela troca, tive a honra de conhecer o “Coronel” José Marques Soares, figura
preeminente na região, com quem compartilhei amizade e simpatia imediatas, junto com
seu cunhado Eloy de Oliveira Soares, ambos de saudosa memória, que me ajudaram, de
forma fraterna e objetiva, na construção de imóvel, posteriormente ocupado por minha
genitora em seus cinco últimos anos saudáveis de vida, antes de enfermidade que,
finalmente, a subtraiu de nosso convívio.
Durante a construção de referido imóvel, obrigado a passar longas temporadas na Barra,
dividi o precioso tempo, entre a administração da obra e as tertúlias (reuniões familiares)
literárias com José Marques Soares, o que nos proporcionava sadia diversão intelectual,
enquanto deglutíamos saborosos quitutes, dádiva da mão benfazeja de sua esposa a saudosa
Dona “Sinhá” Soares (Maria Soares de Oliveira).
Concomitantemente (ao mesmo tempo), neste período, com denodados companheiros e
companheiras, estávamos empenhados na formação do Partido Democrático Republicano
– PDR, criado e organizado pelo saudoso Prof. Pedro Aleixo, em suas tentativas de fazer
com que o país retornasse à normalidade democrática.
Falecido em março de 1975, continuamos sua marcha, com seus filhos, Maurício Aleixo e
José Carlos Aleixo, até que, dez anos depois, com o retorno do regime civil, resolvemos,
aproveitando o trabalho anterior, criar o Partido Social Cristão – PSC.
Cinco anos antes que esta situação se concretizasse, empenhamo-nos, eu e vários ousados
correligionários, em buscar uma proposta doutrinária, ideológica, programática e partidária
que atendesse os mais sentidos reclamos do povo brasileiro e divulgamos, em 30 de janeiro
de 1.980 o seguinte:
                     Manifesto
 O Partido Democrático Republicano (PDR) vem acompanhando, desde a sua fundação,
em 1971, o desenvolvimento da vida política, econômica e social do País, e a par de sua
difícil atividade de conquista do eleitor brasileiro, na conformidade das regras que
definiam tal tipo de procedimento, procurava atualizar e ajustar o seu programa de ação
às opções viáveis para o bem-estar do povo brasileiro, mas sem nenhum arranhão à
preservação da soberania nacional.
Dentro desta premissa e através da síntese de um trabalho de pesquisa, que promovemos
durante estes últimos oito anos, sobre o relacionamento Governo-povo em nosso país,
bem como da conjuntura mundial, haveríamos de sintonizar os aspectos programáticos
de nosso partido a uma realidade que já não se satisfaz com “slogans” e com soluções
paliativas ou casuísticas.
É necessário mais que nunca buscar soluções para as causas, rompendo, de uma vez por
todas, com o tradicionalismo inerte, que se ocupa apenas das conseqüências, como que,
ingenuamente, se pudesse manter o “status quo” de uma pequena minoria.
Outro caminho não ficou ao PDR que se inspirar nos propósitos do SOCIALISMO
CRISTÃO, para que o sistema democrático que desejamos como forma de governo
encontre as soluções de ordem econômico-social, que possam gerar a justa distribuição
de renda, a adequada política agrária, a produção e a honesta distribuição da riqueza, a
plena educação do povo, e irrestrita condição de liberdade, o grau máximo de tecnologia
do País e a sua independência econômica.
Pelos princípios do SOCIALISMO CRISTÃO haveremos de exigir uma conduta da
sociedade e práticas de governo que objetivem o bem-estar geral, tais como:
- Não é possível conviver com graves problemas da concentração urbana. É preciso haver
coragem e competência para se implantar uma política agrária que, naturalmente, irá
ferir direitos bastante contestáveis de uma minoria.
- Não é possível admitir que vigore, eternamente, uma política financeira em prevalência
sobre a econômica, desalentando imprescindíveis áreas de produção, pelas facilidades
concedidas aos negociadores de moeda.
- Não é mais possível a permanência de uma política de tributação, onde os que menos
ganham são os que mais pagam impostos, contribuindo, cada vez mais, para a má
distribuição da renda.
- Não é possível continuarmos em um grau de dependência crescente para promovermos
nosso desenvolvimento. É preciso implantar uma política tecnológica peculiar para
solucionar nossas questões econômicas fundamentais, evitando soluções que fujam às
nossas possibilidades próprias, acarretando o círculo vicioso de nossa subordinação.
- Não é possível que se perpetue o processo de ganho nos lucros do trabalho somente
para uma minoria, quando a força do trabalho, sendo antecipadamente o instrumento
básico para a geração de lucros, deve também ser considerada, implicitamente,
participante dos benefícios ocasionados.
- Não é possível que o sistema educacional brasileiro não atente para a necessidade,
imperiosa, da educação profissional a nível médio, assegurando, ao País, uma força de
trabalho indispensável ao seu crescimento, e abafando as frustrações dos processos de
alfabetização que, apenas iniciados, reclamam prosseguimento.
E o que acima de tudo não é possível, é essa tomada do nosso País pela voracidade
multinacional, que o descobriu como um “Novo Mundo” a explorar, sugando suas
riquezas e espoliando seu povo, desconhecendo suas leis, seus princípios, seus
sentimentos e sua história, mutilando a pureza de sua língua e impondo sobre todos esses
valores fundamentais, responsáveis pelo milagre da preservação de nossa Pátria,
inaceitáveis manifestações de novos donos poderosos, como se aqui já não mais existisse
uma Pátria dos brasileiros, mas somente um território livre para ser o celeiro universal.
Assim, quem quer que pretenda criar um instrumento de defesa dos mais lídimos ideais
do homem que ainda tem o sentimento do privilégio de ser brasileiro, terá forçosamente
de levantar a bandeira do NACIONALISMO como ponto de partida de seu programa de
lutas, pois o objetivo maior e máximo a ser perseguido, incoercível diante da
agressividade do assalto alienígena deformante de nossa realidade, é o da restauração e
da preservação da Pátria comum, para integral fruição dos brasileiros.
Esse o ponto mais encarecido do programa do PDR.
Em sua longa caminhada, desde a fundação, o PDR se organizou em 16 Estados da
Federação, através de Comissões Executivas Estaduais, e em centenas de Municípios do
País.
Não nasceu, pois, da pressa dos arranjos e conluios ocasionais.
Ele não pertence a ninguém e a nenhum grupo.
O PDR é uma idéia que, em determinado momento de nossa História, constituiu-se na
primeira trincheira para a preservação das liberdades e garantias individuais.
Ele foi o primeiro movimento espontâneo, ainda na vigência do arbítrio e dos processos
políticos de exceção, para o retorno ao sistema pluripartidário, assegurado na própria
Constituição da República.
Enfim, ele não pediu licença para crescer e se expandir. A paciência e a obstinação dos
seus promotores advieram dos ideais do Partido, que são os ideais do SOCIALISMO
CRISTÃO.
Por isso, não seria o desafio de uma nova exigência para o funcionamento dos partidos
políticos, agora com a alternativa, ou de uma adesão de número prefixado de
congressistas, ou a obtenção de certo percentual mínimo de votos, numa próxima eleição
majoritária, que irá arrefecer nossa sincera intenção de sermos representantes de um
segmento ponderável da sociedade brasileira, ávida de autenticidade representativa, e
esgotada pela mistificação e engodo.
Fixando nossas esperanças numa geração de jovens, que sequer teve a oportunidade de
exercer o sagrado direito de voto, para escolher governadores e presidentes, e que em
breve serão os condutores da Nação, observando uma outra geração já sofrida, e mais
velha, que almeja colaborar para a fixação dos ideais democráticos em nossa terra,
vislumbrando o desejo dos empresários nacionais e de nossa comunidade artística, em
ver modificados os parâmetros e as regras governamentais que coordenam sua
criatividade e esforço, e reconhecendo a necessidade de se auscultar e colaborar com os
trabalhadores, no objetivo de sua melhor participação no processo de crescimento do
País, o PDR se diz presente, desde hoje, na disputa de uma posição política, com seus
estatutos e sua linha filosófica, ideológica e partidária plenamente definida.
Reafirmando o pensamento de seu eminente fundador, Pedro Aleixo, quer dizer que o
PDR não se fundou para ser um partido de oposição. O que ele deseja é o poder, desde
que conquistado pela vontade soberana do povo. O PDR não vai ficar contra ninguém,
Fará oposição, sim, a tudo que for contrário ao seu programa, mas apoiará tudo que
estiver de acordo com seus princípios.
O enfático objetivo do PDR, exposto por Pedro Aleixo, era a extinção do bipartidarismo e
já está cumprindo.
E mais.
A participação daquele grande brasileiro foi, sem dúvida, a pedra angular para quebrar-
se a espinha dorsal do arbítrio, tendo sido a voz isolada, no Governo, que se levantou
contra o AI-5. Tudo aquilo a que ele se propôs, valendo-se de férrea determinação, é hoje
realidade.
Para nós, que dirigimos nesta hora o Partido e com a ausência definitiva do grande
chefe, a tarefa histórica do PDR poderia se entender concluída.
Porém, seja pelas incontáveis adesões que alcançamos em todo o País, seja porque
estamos conscientes da plena atualidade de nossa mensagem, é que nos colocamos ainda,
perante a Nação e o povo, para decidir nosso futuro.
Belo Horizonte, 30 de janeiro de 1980.
Pela Comissão Nacional Provisória do PDR – Augusto Gonçalves Couto – João Nelson
de Senna – Maurício Brandi Aleixo – Vítor Jorge Abdala Nósseis – Geraldo Aroeira de
Souza Neves – José Carlos Brandi Aleixo – Salim Antonio Issa – Sylvio Barbosa. Págs.
329, 330, 331 e 332, (do livro “Pedro Aleixo - sua obra política” – 1981).
Assim, entendendo que a redemocratização já se avizinhava, e que o PDR já tinha
cumprido sua missão, comprometemo-nos na dura e difícil tarefa de buscar uma nova
proposta político partidária, inspirada na anterior, bem como um novo logotipo (marca
constituída por grupo de letras, sigla ou palavra, especialmente desenhada para uma
instituição), que melhor caracterizasse o nosso novo projeto. Concentrei-me naquele
momento na busca almejada.
Num fim de tarde, lá pelos idos de 1.983, caminhava no ancoradouro da Barra de
Itapemirim – ES, muito mais absorto na beleza natural circundante que aquele crepúsculo
me presenteava, do que propriamente nos meus pensamentos; neles, formigava sistemática
a preocupação de encontrar a marca do novo partido.
Eis que ao longe, no mar aberto, desenhava-se a forma de uma embarcação, daquelas
denominadas “traineiras” (embarcação motorizada, com rede de arrastar pelo bordo,
encontrada na costa Sul do Brasil), que os pescadores locais se utilizam para buscar no mar
o seu sustento. Logo, à medida que o barco adentrava o Itapemirim e já se podia ouvir o
som monocórdio: (de uma só corda) de seu indefectível: (que não falha – falta) motor a
“diesel”, rumou ao ponto de ancoragem, ao lado do trapiche: (armazém onde se guardam
mercadorias importadas ou para exportar; armazém geral) e do velho casarão da família
Soares, antigo porto, um dos mais importantes, marco indelével de uma época de fausto e
progresso do estado da Federação que aprendi a amar e venerar, não só pelas belezas
naturais e pela gente acolhedora, principalmente pelo nome: Espírito Santo. Atracada a
embarcação, vislumbrei na sua proa o contorno de um grande pargo: (peixe encontrado na
costa do Mediterrâneo e da América, de coloração vermelha com reflexos dourados,
pontos azuis esparsos e nadadeiras amarelas) e tive a impressão, naquele mágico momento
do crepúsculo vespertino, de ver delinearem-se as letras PSC em seu interior. Elaborei
então rapidamente, um rústico desenho que, mais tarde, depois de ouvidos os companheiros
e companheiras, e por intercessão de Antônio Nogueira dos Santos de Brasília - DF,
serviu de partida a Gaetano Re, desenhista da Gráfica do Senado Federal, para a confecção
do 1º modelo da marca do novo partido, acreditando convicto que a forma do – PEIXE –
pode representar JESUS CRISTO, tanto agora como nos tempos em que os cristãos se
refugiavam nas catacumbas, e o monograma: (entrelaçamento das letras iniciais ou
principais do nome de pessoa ou entidade) ICHTHYS - que em grego significa peixe – e
que era usado como senha em Roma para a identificação e encontro dos primeiros cristãos,
podia também servir como marca do novo partido.

                                      Desdobrado lê-se:
                                      Iesoûs
                                      Christós
                                      Theou
                                      Yiós
                                      Sotér,ou seja, “Jesus Cristo Filho de Deus Salvador,
                         cujas primeiras letras são as gregas: iota, qui, teta, ípsilon e
                         sigma” (J. A. Vasconcelos).

Desde esse tempo sugere-se que o peixe deveria ser o Símbolo da Ética, pela sua
identificação com a Ética de Cristo. Se Aquele personagem que mudou grande parte da
humanidade, com a sua Ética absoluta, perene, eterna e imutável, tem o nome vinculado a
peixe, nada mais adequado do que considerarmos este animal, como símbolo desta mesma
ética, para que ela possa nortear o rumo de todos os povos, incluídos os povos do
extremo oriente, que possuem religiões, costumes e culturas diferentes dos nossos, em
direção à sua plena realização, integração e sobrevivência.

                                       “Preocupado com o desafio, lembrei-me da pessoa
                         mais eticamente bem formada que a humanidade teve
                         conhecimento. Nasceu eticamente; cresceu eticamente; viveu
                         eticamente; procedeu eticamente; exemplificou-se eticamente;
                         pregou ética; resguardou os valores éticos e morreu eticamente.
                         Cristo foi a própria, pura e completa Ética: (estudo dos juízos de
                         apreciação referentes à conduta humana, suscetível de
                         qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja
                         relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto –
                         bom comportamento). Jesus, imagem divina no homem:
                         "prudentia: (prudência – qualidade de quem age com moderação,
                         comedimento, buscando evitar tudo que acredita ser fonte de
                         erro ou de dano), justitia: (justiça – conformidade com o direito;
                         a virtude de dar a cada um aquilo que é seu), moderatio:
                         (moderação – qualidade que consiste em evitar excessos), virtus
                         (virtude – disposição firme e constante para a prática do bem),
                         sapientia: (sabedoria – (grande conhecimento; erudição, saber,
                         ciência), disciplina: (disciplina – (regime de ordem imposta ou
                         livremente consentida)" (Carl Gustav Jung).
Assim, mesmo sabendo das controvérsias que a palavra cristã suscitava, ainda suscita e
continuarão suscitando, nos mais variados segmentos da opinião pública nacional e
internacional, publicamos com a ajuda dos companheiros: Édipo e Ronald Ázaro; Sergio
Bueno; o saudoso Geraldo Aroeira de Souza Neves; Maurício Aleixo; José Carlos
Aleixo; Eugênio Frederico Macedo Parizzi; Jorge Haddade Abrahão; Francisco
Gomes Macedo; Etiberê Zen; Antonio Nogueira dos Santos; Danilo da Silva Azevedo;
Levy Rufino da Silva; Nelson Nogueira; José Tristão Fernandes; família Schleder de
Macedo, representada pelo saudoso companheiro Antonio Fernando Schleder de
Macedo; o saudoso Herculano Martins Franco; Salim Antonio Issa; Rivailde Walcy
Ovídio; Celso Amaral; o saudoso João Milczewski; o saudoso Paulo Ladevig; Pedro
Aleixo Neto; Francisco Ribeiro de Moura; Luiz Átila de Holanda Bezerra; Mário
Evaristo de Oliveira Filho e muitos outros, o Manifesto, Estatuto e Programa do
Partido Social Cristão – PSC, no Diário Oficial da União, conforme estabelecia a lei
eleitoral e partidária, e obtivemos, do Colendo TSE, o registro provisório em 15 de maio
de 1985, data em que comemoramos anualmente a fundação do partido. Logo depois,
tivemos contato com o IFEDEC – Instituto de Formação Democrata Cristã, da Venezuela,
por seu Presidente Enrique Peres Olivares, Félix Rivera Solis – professor de formação
política do IFEDEC e com a ODCA – Organização Democrata Cristã da América, por seu
correspondente, José de Jesus Plana, que também auxiliaram nos momentos iniciais da
fundação do partido.
Essas polêmicas, geradas em função de desmandos (transgressão de ordens;
desobediência) cometidos no passado (guerras religiosas); inquisição: (antigo tribunal
eclesiástico instituído com o fim de investigar e punir crimes contra a fé católica);
indulgências plenárias (perdão pleno, completo, no sentido de livrar o pecador, das penas
do inferno) etc., serviram de alerta na elaboração dos documentos constitutivos do novo
partido, para entender que o cristianismo, na acepção verdadeira da palavra, não teria como
base, especificamente uma religião (crença na existência de uma força ou forças
sobrenaturais, considerada(s) como criadora(s) do Universo e que como tal devendo ser
adorada(s) e obedecida(s)), nem muito menos uma seita (teoria de um mestre seguida por
numerosos prosélitos > indivíduo convertido a uma idéia ou sistema) ou denominação (nos
países anglo-saxônios, designação geral das congregações eclesiásticas), mas inspirada
num estado de espírito: (a parte imaterial do ser humano: alma), que vem diretamente de
DEUS, e que não segrega (põe de lado; põe à margem; separa; marginaliza), não
discrimina (estabelece diferença), não exclui (afasta; desvia), aceita a todos,
independentemente de raça, cor, religião, sexo, estado civil, nacionalidade, naturalidade,
condição social, política, financeira ou econômica.
Vivemos neste momento, os grandes e derradeiros desafios enfrentados pela Humanidade
nesta condição atual: a poluição e a explosão demográfica. Situação que está levando o
planeta à exaustão, enquanto as grandes corporações capitalistas consumistas selvagens e
globalizadas, que hoje a quase tudo dominam, regendo seus impérios financeiros e
econômicos desconsideram totalmente as condições planetárias e principalmente o ser
humano, colocando-o unicamente como instrumento do lucro desmedido e da ganância
exagerada. São os verdadeiros motores da expectativa de destruição que começa a rondar o
planeta. As guerras localizadas; a poluição generalizada; as epidemias; o descontrole do
tempo e da temperatura; a instabilidade da crosta terrestre, provocando terremotos,
maremotos, degelos e vulcões; a destruição da camada de ozônio (gás atmosférico azul
pálido que é uma variedade do oxigênio); as desagregações dos valores sociais, religiosos,
administrativos e jurídicos, são de todas as formas provocadas, em maior ou menor escala,
por seus agentes. Tudo que ameaçar-lhes o lucro excessivo será dura e violentamente
combatido, ainda que custem centenas de milhares ou muitos milhões de vidas.
Diz a ciência, que há tempos imemoriais: (de que não há memória, por causa de sua
extraordinária antigüidade), foram-se processando as grandes transposições do animal
irracional para o racional, quando a dieta alimentar vegetariana foi circunstancialmente
substituída por uma dieta carnívora. Pode ser até que tenha sido assim na prática, o que não
exclui nem inviabiliza a interferência divina nesses assuntos, vez que a mão da Divina
Providência opera de maneiras prodigiosas, imprevisíveis, e inimagináveis para os que
foram criados à sua imagem e semelhança, embora limitados no tempo e no espaço.
Agora, diante da instabilidade do ser humano, da falta de racionalidade no
equacionamento: (dispor, na prática ou mentalmente, os dados de um problema, a fim de
encaminhar-lhes a solução), da volubilidade mental que acomete aqueles que não têm
consciência das próprias limitações, e se acham predispostos a acreditar que devem
explicações, somente a si mesmos, não devendo nada à sociedade nacional e à comunidade
internacional e muito menos a Deus, presenciamos constrangidos a metamorfose:
(transformação de um ser em outro) e o retorno do ser humano à condição de besta
irracional.

Apesar de toda a transformação tecnológica e científica, parece que o esforço despendido
desde tempos remotos na evolução do ser humano, está sendo literalmente jogado no lixo.
Poder-se-ia dizer que, além da falta de vergonha na cara, estão completamente fora do uso e
gozo de suas faculdades mentais.

                                     “Lotman, afirma que é possível organizar uma
                        coletividade ao redor do medo (medo da punição, medo dos
                        invasores, medo da violência etc.), mas seria uma coletividade
                        animalesca: uma sociedade autenticamente humana é
                        organizada pelo freio moral garantido pela vergonha.”
                                     “Pois bem, quando uma “elite” desprovida dessa
                        vergonha exclui e humilha o povo, a coletividade se organiza do
                        jeito que sobra: pelo medo da violência de seus excluídos.”
                        (Contardo Calligaris - FOLHA SP – março de 2006).
Deste modo, sem falsa modéstia, o cristianismo, entendido “data vênia”: (com todo o
respeito – a todas as outras formas de pensamento) como aqui se propõe, é que poderá
buscar as soluções para os gravíssimos problemas que se avizinham alguns já plenamente
concretizados.
Somente a aplicação da proposta: “Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a
ti mesmo” é que poderá reconduzir a humanidade a uma existência equilibrada, racional e
livre.
Nenhuma outra fórmula, contenha o que contiver, proponha o que propuser, prometa o que
prometer, terá condições de recuperar a humanidade do ser humano. O equilíbrio contido
nessa determinação ultrapassa o espaço, consolida-se no tempo, e ganha realidade na
medida da necessidade do ser humano de sobreviver, de cumprir sua missão perante Deus,
perante si mesmo e perante seus sucessores. É a isto que se propõe o social cristianismo,
que, no Brasil, concretiza-se nas propostas do Partido Social Cristão – PSC. E o que quer
o social cristianismo enquanto força e partido político? Quer a participação da sociedade
de forma racional, equilibrada e livre, nos processos de tomada de decisão de poder, nos
processos de produção e distribuição da riqueza, e nos processos de justa e eqüitativa
redistribuição da renda, nacional e internacionalmente.

Da maneira como está articulada a política no Brasil, em todos os níveis, não podemos ter
esperança na possibilidade de ocorrer uma mudança sistemática em seus valores na direção
da ética pessoal e pública. Teremos que provocar uma mudança de mentalidade a começar
pelo próprio povo. Fazê-lo entender que é ele o primeiro prejudicado em manterem-se as
coisas como estão. Recentemente o partido dos ditos trabalhadores, depois de pregar por
décadas contra seus adversários políticos, algumas vezes injustamente, agora no governo,
comete todo tipo de desmando e desfaçatez contra o país e as instituições, e continua se
arrogando dono da moralidade, como se nada tivesse acontecido. O povo brasileiro não é
burro. Faça o que fizer Lula já se sabe de antemão derrotado e usa criminosamente o poder
da Presidência da República para se manter no ápice da mídia eleitoreira à custa de
mentiras. Em caso de reeleição, o que torcemos para que não ocorra, o país enfrentaria a
maior onda de atraso de todos os tempos. O maior problema, não é ele ser totalmente
despreparado para o cargo. É o seu partido o PT, longamente amamentado nas tetas
murchas do materialismo dialético ateu, que tanta desgraça e sofrimento já provocaram na
humanidade, como sempre, anunciou e prometeu o paraíso terrestre, entregou o inferno, e
por mais que se esconda no descaramento da pregação mentirosa, não consegue mascarar
suas torpes intenções.

                                      “Para o andar de baixo, basta a esmolinha das
                         bolsas-isso-ou-aquilo, até porque ninguém lhe diz que, em
                         janeiro, (2006) o governo pagou de juros R$ 17,9 bilhões.” “Em
                         um só mês, mais do que o dobro de tudo o que gastou durante
                         todo o ano passado, com programas de transferência de renda
                         para os mais pobres.”.
                                      “Depois, Lula ainda diz que ninguém ainda fez
                         tanto pelos pobres. Sim, pelos paupérrimos Itaú, Bradesco,
                         Santander etc. (Clovis Rossi – Folha SP - março de 2006).


Será que viver racional e administrativamente em paz seria tão difícil? De igual maneira,
vendo-se a política e a economia como estão articuladas em todo o planeta, tem-se a
impressão nítida que está sendo manobrada por um bando de desnaturados, de um lado e de
outro, portando armas de altíssima periculosidade, alcance e poder, ameaçando a todos que
ousam de alguma forma, discordar de seus valores e de serem explorados e ameaçados.
Acreditam certamente que somos só matéria, e matéria de manobra.

Não tenho a pretensão de achar que uma pregação qualquer, a esta altura do jogo, poderá
mudar as regras internacionais. Acontece, entretanto, que se não houver um amplo e
racional entendimento o mais rápido possível, estará o planeta fadado à destruição. Afirmo
isto, por associação e categoricamente, mesmo sem conhecer os arsenais secretos das
grandes potências.
Consultemos a história, nossa mestra maior, e vejamos o passado: Tomo como exemplo a
cidade de Jerusalém, berço das três principais religiões monoteístas: (sistema ou
doutrina daqueles que admitem a existência de um único Deus) cristianismo, islamismo e
judaísmo, independentemente da beleza de suas casas e palácios, podendo-se por isto,
entender perfeitamente porque era tão cobiçada, foi e sempre será, um lugar sagrado para
seus seguidores. Tendo trocado de mão várias vezes, por paradoxal: (contradição, pelo
menos na aparência) que possa parecer, deu ao longo do tempo, um exemplo de tolerância
muito maior do que as grandes potências atuais, que hoje contam com armas de destruição
em massa – químicas, biológicas e atômicas - para defender seus interesses hegemônicos
comerciais, financeiros e econômicos, não tendo, se quiserem, que despender uma vida
sequer de seus concidadãos: (certa pessoa que, em relação a outra, é da mesma cidade ou
do mesmo país) em guerras convencionais: (guerra que é levada a efeito com forças
armadas regulares e o emprego de armas convencionais – armas de fogo, comuns) .

                          Dizia Sócrates:

                                      “Ninguém faz o mal voluntariamente, mas por
                          ignorância, pois a sabedoria e a virtude são inseparáveis”.

              Os três santuários representativos dessas três grandes religiões,
independentemente das desavenças esporádicas, dão prova cabal, na maior parte do tempo
de convivência pacífica, da possibilidade concreta de vivermos racionalmente em paz,
bastando para isto, que não haja segregação, que não haja exclusão e que, sobretudo, não
haja discriminação, e que a ação dos respectivos governos se circunscreva aos atos
administrativos. Vejamos:
               A Igreja do Santo Sepulcro durante mais de 1600 anos, foi o mais venerado
dos locais sagrados. Fora dos limites da cidade antiga, marca o local onde José de Arimatéia
enterrou Jesus num túmulo que ele próprio fez «num jardim». Ficava perto do Gólgota, ou
Calvário, onde Jesus foi crucificado.
Quando o imperador romano Adriano arrasou Jerusalém no século II D. C. mandou
construir, nesse preciso lugar, um templo dedicado a Vênus. Este marcava perfeitamente o
local, de tal maneira que, quando Santa Helena, mãe do primeiro imperador cristão,
Constantino, veio à Terra Santa em 326 D. C., soube exatamente onde procurar o lugar
onde Cristo fora enterrado.
A Cúpula da Rocha é o Monte Moriah, onde Abraão preparou o sacrifício do seu filho
Isaac a Jeová e onde, 1000 anos antes de Cristo, o rei Salomão construiu o primeiro templo.
Este foi destruído em 588 a.C. e o único que Jesus conheceu foi o de Herodes, o Grande,
muito maior que o de Salomão. Construído na plataforma onde se ergue agora a Cúpula da
Rocha, o Templo de Herodes foi o cenário da Purificação de Maria, quando o velho Simeão
tomou o Menino Jesus nos braços e proferiu o Nunc dimittis (Despede agora o teu servo...
1° Cântico do velho Simeão ao tomar nos braços o Menino Jesus, no templo de Jerusalém,
agradecendo a Deus a ventura de ver, antes da morte, o Salvador).
Os Romanos destruíram o Templo de Herodes em 70 D. C., mas os muçulmanos, quando
conquistaram Jerusalém, no século VII provaram ser mais tolerantes com os chamados por
eles de os povos do Livro (cristãos e judeus). Maomé assumia-se como sucessor dos
profetas do Antigo Testamento e de Jesus, que os muçulmanos veneravam como sendo o
profeta Issa. Aceitam o nascimento da Virgem, e Maria é exaltada tanto no Corão como na
prática islâmica. Logo à saída de Jerusalém, na Igreja do Túmulo de Maria, um sinal na
parede mostra aos peregrinos o caminho para Meca.
A grande rocha foi o palco da ascensão do profeta Maomé ao Paraíso na sua celebrada
«Jornada Noturna» de que fala o Corão. Era de início mais venerado pelos muçulmanos do
que Medina ou Meca. A Cúpula da Rocha foi construída em 691 D. C. pelo califa de
Damasco, que mandou cobrir a parte exterior com mosaicos de ouro, substituídos mais
tarde, por ordem do sultão turco Otman, por 45.000 azulejos. A Cúpula é atualmente de
alumínio, revestido de ouro, e ornamentada com versos do Corão.
O Muro das Lamentações, o seu nome popular deve-se ao fato de os Judeus irem lá
habitualmente lamentar-se pela destruição do seu Templo e pelo Exílio. Escrevem as
orações ou os nomes daqueles por quem rezam em pedacinhos de papel que depois metem
nas fendas do muro, entre os blocos de pedra. Pensa-se que 250 000 judeus visitam este
Muro nas peregrinações anuais da Páscoa, da Succoth (festa judaica dos tabernáculos –
tenda portátil, símbolo da convivência ou encontro entre Deus e o homem) e da Shavuot
(festa das semanas ou da colheita era celebrada no fim da primavera quando a nova
colheita de trigo era feita, oferecendo-se um sacrifício especial de agradecimento no
Templo. Também comemora o aniversário da entrega dos 10 mandamentos a Moisés e aos
israelitas no monte Sinai). Embora os enormes blocos de pedra sejam tradicionalmente
considerados como pertencendo ao primeiro Templo de Salomão, eles são na realidade de
uma parede de suporte de um templo construído por Herodes.
Saladino, na reconquista de Jerusalém, ocorrida em 1240, na versão romanceada
apresentada pelo filme recente denominado em português: “Cruzada” - Kingdom of
Heaven (Reino dos Céus), de Ridley Scott, teria respondido à pergunta formulada pelo
defensor da cidade, Lorde Balian de Ibelin, quando negociavam a rendição condicional:
Quanto vale Jerusalém? Nada! Respondeu, e, mudando imediatamente de atitude, voltou-
se, e cerrando as mãos a altura do peito, esboçando um leve sorriso, replicou: tudo!
Passam-se os séculos, e os milênios. Agora são outros os tempos, os perigos e os
protagonistas, mas a história inexoravelmente se repete. Seria de se perguntar,
parafraseando: Quanto vale a sobrevivência da espécie humana neste planeta? Tudo?
Nada?
Que Deus, nesta hora delicada, nos ajude, nos ilumine e proteja!

           De Belo Horizonte/MG para Marataízes/ES em 18 de março de 2006




                                       VÍTOR NÓSSEIS
                                       Presidente Nacional do PSC

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  • 1. PALAVRAS DO PRESIDENTE DO DIRETÓRIO NACIONAL DO PSC, DR.VÍTOR NÓSSEIS Esta narrativa foi produzida pelo subscritor em função de suas estreitas e antigas ligações com o próspero distrito de Barra de Itapemirim, por solicitação de Ivilise Soares de Azevedo e dos companheiros e companheiras do PSC de Marataízes – ES, onde o partido conta com o vice-prefeito, Jabenilson Machado, na gestão progressista do Prefeito Antônio Bittencourt - PMDB, a vereadora Iris Berlander - PSC e o vereador Luiz Carlos da Silva Almeida – PSC. Aproveitou para discorrer sobre alguns aspectos doutrinários, ideológicos e programáticos do social cristianismo e da fundação do PSC no Brasil. SOB O SÍMBOLO DO PEIXE Natural de Belo Horizonte – MG, cursou parte da primeira etapa do segundo grau (naquele tempo curso ginasial), e parte da segunda etapa (curso científico) no Colégio Evangélico de Alto Jequitibá, situado no município de Presidente Soares, hoje Alto Jequitibá – MG, (de orientação evangélica - presbiteriana) onde, embora de cepa cristã síria ortodoxa, teve o privilégio de freqüentar durante cinco anos. Dirigido à época pelos grandes educadores, o saudoso Reverendo Cícero Siqueira e a saudosa Profª. Cecília Rodrigues Siqueira, Prof. Edvar Boëchat Soares, também já falecido, no internato masculino, e a educadora, Profª. Glacy Heckert no internato feminino, o Colégio Evangélico de Alto Jequitibá, sob a direção de Cícero Siqueira, constituiu-se num dos maiores educandários de Minas Gerais, quiçá do Brasil. Naquele primeiro ano de internato de 1958, recebi em 13 de maio, de meus saudosos falecidos pais, Jorge Abdala Nósseis e Victória Mene Nósseis, por ocasião de meu aniversário natalício, um presente constituído por um lote de terreno em Marataízes – ES, nas cercanias do Praia Hotel. Logo depois, quando tive a oportunidade de ir a primeira vez à Marataízes, conheci a saudosa Olga Sabra, amiga de minha família, filha de Abdala Sabra, um dos fundadores da cidade. Residia numa daquelas casas geminadas, dos bons tempos, próximas à Igreja de Nossa Senhora da Penha, onde tive a satisfação, não só de saborear inolvidáveis guloseimas da culinária síria, como também de gozar de sua inigualável hospitalidade, generosidade e amizade. Devido às paixões que a proximidade do mar desperta nos corações montanheses e da satisfação gerada pelo presente recebido, e com a intenção convicta de retê-lo para sempre, preferi, alguns anos depois, construir uma casa num ambiente distanciado do burburinho
  • 2. cosmopolita. Assim, no final da década de 70, troquei, não sem lamentações, o terreno no centro de Marataízes por outro na Barra de Itapemirim, hoje, um de seus mais promissores distritos. Naquela troca, tive a honra de conhecer o “Coronel” José Marques Soares, figura preeminente na região, com quem compartilhei amizade e simpatia imediatas, junto com seu cunhado Eloy de Oliveira Soares, ambos de saudosa memória, que me ajudaram, de forma fraterna e objetiva, na construção de imóvel, posteriormente ocupado por minha genitora em seus cinco últimos anos saudáveis de vida, antes de enfermidade que, finalmente, a subtraiu de nosso convívio. Durante a construção de referido imóvel, obrigado a passar longas temporadas na Barra, dividi o precioso tempo, entre a administração da obra e as tertúlias (reuniões familiares) literárias com José Marques Soares, o que nos proporcionava sadia diversão intelectual, enquanto deglutíamos saborosos quitutes, dádiva da mão benfazeja de sua esposa a saudosa Dona “Sinhá” Soares (Maria Soares de Oliveira). Concomitantemente (ao mesmo tempo), neste período, com denodados companheiros e companheiras, estávamos empenhados na formação do Partido Democrático Republicano – PDR, criado e organizado pelo saudoso Prof. Pedro Aleixo, em suas tentativas de fazer com que o país retornasse à normalidade democrática. Falecido em março de 1975, continuamos sua marcha, com seus filhos, Maurício Aleixo e José Carlos Aleixo, até que, dez anos depois, com o retorno do regime civil, resolvemos, aproveitando o trabalho anterior, criar o Partido Social Cristão – PSC. Cinco anos antes que esta situação se concretizasse, empenhamo-nos, eu e vários ousados correligionários, em buscar uma proposta doutrinária, ideológica, programática e partidária que atendesse os mais sentidos reclamos do povo brasileiro e divulgamos, em 30 de janeiro de 1.980 o seguinte: Manifesto O Partido Democrático Republicano (PDR) vem acompanhando, desde a sua fundação, em 1971, o desenvolvimento da vida política, econômica e social do País, e a par de sua difícil atividade de conquista do eleitor brasileiro, na conformidade das regras que definiam tal tipo de procedimento, procurava atualizar e ajustar o seu programa de ação às opções viáveis para o bem-estar do povo brasileiro, mas sem nenhum arranhão à preservação da soberania nacional. Dentro desta premissa e através da síntese de um trabalho de pesquisa, que promovemos durante estes últimos oito anos, sobre o relacionamento Governo-povo em nosso país, bem como da conjuntura mundial, haveríamos de sintonizar os aspectos programáticos de nosso partido a uma realidade que já não se satisfaz com “slogans” e com soluções paliativas ou casuísticas. É necessário mais que nunca buscar soluções para as causas, rompendo, de uma vez por todas, com o tradicionalismo inerte, que se ocupa apenas das conseqüências, como que, ingenuamente, se pudesse manter o “status quo” de uma pequena minoria. Outro caminho não ficou ao PDR que se inspirar nos propósitos do SOCIALISMO CRISTÃO, para que o sistema democrático que desejamos como forma de governo encontre as soluções de ordem econômico-social, que possam gerar a justa distribuição de renda, a adequada política agrária, a produção e a honesta distribuição da riqueza, a plena educação do povo, e irrestrita condição de liberdade, o grau máximo de tecnologia
  • 3. do País e a sua independência econômica. Pelos princípios do SOCIALISMO CRISTÃO haveremos de exigir uma conduta da sociedade e práticas de governo que objetivem o bem-estar geral, tais como: - Não é possível conviver com graves problemas da concentração urbana. É preciso haver coragem e competência para se implantar uma política agrária que, naturalmente, irá ferir direitos bastante contestáveis de uma minoria. - Não é possível admitir que vigore, eternamente, uma política financeira em prevalência sobre a econômica, desalentando imprescindíveis áreas de produção, pelas facilidades concedidas aos negociadores de moeda. - Não é mais possível a permanência de uma política de tributação, onde os que menos ganham são os que mais pagam impostos, contribuindo, cada vez mais, para a má distribuição da renda. - Não é possível continuarmos em um grau de dependência crescente para promovermos nosso desenvolvimento. É preciso implantar uma política tecnológica peculiar para solucionar nossas questões econômicas fundamentais, evitando soluções que fujam às nossas possibilidades próprias, acarretando o círculo vicioso de nossa subordinação. - Não é possível que se perpetue o processo de ganho nos lucros do trabalho somente para uma minoria, quando a força do trabalho, sendo antecipadamente o instrumento básico para a geração de lucros, deve também ser considerada, implicitamente, participante dos benefícios ocasionados. - Não é possível que o sistema educacional brasileiro não atente para a necessidade, imperiosa, da educação profissional a nível médio, assegurando, ao País, uma força de trabalho indispensável ao seu crescimento, e abafando as frustrações dos processos de alfabetização que, apenas iniciados, reclamam prosseguimento. E o que acima de tudo não é possível, é essa tomada do nosso País pela voracidade multinacional, que o descobriu como um “Novo Mundo” a explorar, sugando suas riquezas e espoliando seu povo, desconhecendo suas leis, seus princípios, seus sentimentos e sua história, mutilando a pureza de sua língua e impondo sobre todos esses valores fundamentais, responsáveis pelo milagre da preservação de nossa Pátria, inaceitáveis manifestações de novos donos poderosos, como se aqui já não mais existisse uma Pátria dos brasileiros, mas somente um território livre para ser o celeiro universal. Assim, quem quer que pretenda criar um instrumento de defesa dos mais lídimos ideais do homem que ainda tem o sentimento do privilégio de ser brasileiro, terá forçosamente de levantar a bandeira do NACIONALISMO como ponto de partida de seu programa de lutas, pois o objetivo maior e máximo a ser perseguido, incoercível diante da agressividade do assalto alienígena deformante de nossa realidade, é o da restauração e da preservação da Pátria comum, para integral fruição dos brasileiros. Esse o ponto mais encarecido do programa do PDR. Em sua longa caminhada, desde a fundação, o PDR se organizou em 16 Estados da Federação, através de Comissões Executivas Estaduais, e em centenas de Municípios do País. Não nasceu, pois, da pressa dos arranjos e conluios ocasionais. Ele não pertence a ninguém e a nenhum grupo. O PDR é uma idéia que, em determinado momento de nossa História, constituiu-se na primeira trincheira para a preservação das liberdades e garantias individuais.
  • 4. Ele foi o primeiro movimento espontâneo, ainda na vigência do arbítrio e dos processos políticos de exceção, para o retorno ao sistema pluripartidário, assegurado na própria Constituição da República. Enfim, ele não pediu licença para crescer e se expandir. A paciência e a obstinação dos seus promotores advieram dos ideais do Partido, que são os ideais do SOCIALISMO CRISTÃO. Por isso, não seria o desafio de uma nova exigência para o funcionamento dos partidos políticos, agora com a alternativa, ou de uma adesão de número prefixado de congressistas, ou a obtenção de certo percentual mínimo de votos, numa próxima eleição majoritária, que irá arrefecer nossa sincera intenção de sermos representantes de um segmento ponderável da sociedade brasileira, ávida de autenticidade representativa, e esgotada pela mistificação e engodo. Fixando nossas esperanças numa geração de jovens, que sequer teve a oportunidade de exercer o sagrado direito de voto, para escolher governadores e presidentes, e que em breve serão os condutores da Nação, observando uma outra geração já sofrida, e mais velha, que almeja colaborar para a fixação dos ideais democráticos em nossa terra, vislumbrando o desejo dos empresários nacionais e de nossa comunidade artística, em ver modificados os parâmetros e as regras governamentais que coordenam sua criatividade e esforço, e reconhecendo a necessidade de se auscultar e colaborar com os trabalhadores, no objetivo de sua melhor participação no processo de crescimento do País, o PDR se diz presente, desde hoje, na disputa de uma posição política, com seus estatutos e sua linha filosófica, ideológica e partidária plenamente definida. Reafirmando o pensamento de seu eminente fundador, Pedro Aleixo, quer dizer que o PDR não se fundou para ser um partido de oposição. O que ele deseja é o poder, desde que conquistado pela vontade soberana do povo. O PDR não vai ficar contra ninguém, Fará oposição, sim, a tudo que for contrário ao seu programa, mas apoiará tudo que estiver de acordo com seus princípios. O enfático objetivo do PDR, exposto por Pedro Aleixo, era a extinção do bipartidarismo e já está cumprindo. E mais. A participação daquele grande brasileiro foi, sem dúvida, a pedra angular para quebrar- se a espinha dorsal do arbítrio, tendo sido a voz isolada, no Governo, que se levantou contra o AI-5. Tudo aquilo a que ele se propôs, valendo-se de férrea determinação, é hoje realidade. Para nós, que dirigimos nesta hora o Partido e com a ausência definitiva do grande chefe, a tarefa histórica do PDR poderia se entender concluída. Porém, seja pelas incontáveis adesões que alcançamos em todo o País, seja porque estamos conscientes da plena atualidade de nossa mensagem, é que nos colocamos ainda, perante a Nação e o povo, para decidir nosso futuro. Belo Horizonte, 30 de janeiro de 1980. Pela Comissão Nacional Provisória do PDR – Augusto Gonçalves Couto – João Nelson de Senna – Maurício Brandi Aleixo – Vítor Jorge Abdala Nósseis – Geraldo Aroeira de Souza Neves – José Carlos Brandi Aleixo – Salim Antonio Issa – Sylvio Barbosa. Págs. 329, 330, 331 e 332, (do livro “Pedro Aleixo - sua obra política” – 1981). Assim, entendendo que a redemocratização já se avizinhava, e que o PDR já tinha
  • 5. cumprido sua missão, comprometemo-nos na dura e difícil tarefa de buscar uma nova proposta político partidária, inspirada na anterior, bem como um novo logotipo (marca constituída por grupo de letras, sigla ou palavra, especialmente desenhada para uma instituição), que melhor caracterizasse o nosso novo projeto. Concentrei-me naquele momento na busca almejada. Num fim de tarde, lá pelos idos de 1.983, caminhava no ancoradouro da Barra de Itapemirim – ES, muito mais absorto na beleza natural circundante que aquele crepúsculo me presenteava, do que propriamente nos meus pensamentos; neles, formigava sistemática a preocupação de encontrar a marca do novo partido. Eis que ao longe, no mar aberto, desenhava-se a forma de uma embarcação, daquelas denominadas “traineiras” (embarcação motorizada, com rede de arrastar pelo bordo, encontrada na costa Sul do Brasil), que os pescadores locais se utilizam para buscar no mar o seu sustento. Logo, à medida que o barco adentrava o Itapemirim e já se podia ouvir o som monocórdio: (de uma só corda) de seu indefectível: (que não falha – falta) motor a “diesel”, rumou ao ponto de ancoragem, ao lado do trapiche: (armazém onde se guardam mercadorias importadas ou para exportar; armazém geral) e do velho casarão da família Soares, antigo porto, um dos mais importantes, marco indelével de uma época de fausto e progresso do estado da Federação que aprendi a amar e venerar, não só pelas belezas naturais e pela gente acolhedora, principalmente pelo nome: Espírito Santo. Atracada a embarcação, vislumbrei na sua proa o contorno de um grande pargo: (peixe encontrado na costa do Mediterrâneo e da América, de coloração vermelha com reflexos dourados, pontos azuis esparsos e nadadeiras amarelas) e tive a impressão, naquele mágico momento do crepúsculo vespertino, de ver delinearem-se as letras PSC em seu interior. Elaborei então rapidamente, um rústico desenho que, mais tarde, depois de ouvidos os companheiros e companheiras, e por intercessão de Antônio Nogueira dos Santos de Brasília - DF, serviu de partida a Gaetano Re, desenhista da Gráfica do Senado Federal, para a confecção do 1º modelo da marca do novo partido, acreditando convicto que a forma do – PEIXE – pode representar JESUS CRISTO, tanto agora como nos tempos em que os cristãos se refugiavam nas catacumbas, e o monograma: (entrelaçamento das letras iniciais ou principais do nome de pessoa ou entidade) ICHTHYS - que em grego significa peixe – e que era usado como senha em Roma para a identificação e encontro dos primeiros cristãos, podia também servir como marca do novo partido. Desdobrado lê-se: Iesoûs Christós Theou Yiós Sotér,ou seja, “Jesus Cristo Filho de Deus Salvador, cujas primeiras letras são as gregas: iota, qui, teta, ípsilon e sigma” (J. A. Vasconcelos). Desde esse tempo sugere-se que o peixe deveria ser o Símbolo da Ética, pela sua identificação com a Ética de Cristo. Se Aquele personagem que mudou grande parte da humanidade, com a sua Ética absoluta, perene, eterna e imutável, tem o nome vinculado a
  • 6. peixe, nada mais adequado do que considerarmos este animal, como símbolo desta mesma ética, para que ela possa nortear o rumo de todos os povos, incluídos os povos do extremo oriente, que possuem religiões, costumes e culturas diferentes dos nossos, em direção à sua plena realização, integração e sobrevivência. “Preocupado com o desafio, lembrei-me da pessoa mais eticamente bem formada que a humanidade teve conhecimento. Nasceu eticamente; cresceu eticamente; viveu eticamente; procedeu eticamente; exemplificou-se eticamente; pregou ética; resguardou os valores éticos e morreu eticamente. Cristo foi a própria, pura e completa Ética: (estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana, suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto – bom comportamento). Jesus, imagem divina no homem: "prudentia: (prudência – qualidade de quem age com moderação, comedimento, buscando evitar tudo que acredita ser fonte de erro ou de dano), justitia: (justiça – conformidade com o direito; a virtude de dar a cada um aquilo que é seu), moderatio: (moderação – qualidade que consiste em evitar excessos), virtus (virtude – disposição firme e constante para a prática do bem), sapientia: (sabedoria – (grande conhecimento; erudição, saber, ciência), disciplina: (disciplina – (regime de ordem imposta ou livremente consentida)" (Carl Gustav Jung). Assim, mesmo sabendo das controvérsias que a palavra cristã suscitava, ainda suscita e continuarão suscitando, nos mais variados segmentos da opinião pública nacional e internacional, publicamos com a ajuda dos companheiros: Édipo e Ronald Ázaro; Sergio Bueno; o saudoso Geraldo Aroeira de Souza Neves; Maurício Aleixo; José Carlos Aleixo; Eugênio Frederico Macedo Parizzi; Jorge Haddade Abrahão; Francisco Gomes Macedo; Etiberê Zen; Antonio Nogueira dos Santos; Danilo da Silva Azevedo; Levy Rufino da Silva; Nelson Nogueira; José Tristão Fernandes; família Schleder de Macedo, representada pelo saudoso companheiro Antonio Fernando Schleder de Macedo; o saudoso Herculano Martins Franco; Salim Antonio Issa; Rivailde Walcy Ovídio; Celso Amaral; o saudoso João Milczewski; o saudoso Paulo Ladevig; Pedro Aleixo Neto; Francisco Ribeiro de Moura; Luiz Átila de Holanda Bezerra; Mário Evaristo de Oliveira Filho e muitos outros, o Manifesto, Estatuto e Programa do Partido Social Cristão – PSC, no Diário Oficial da União, conforme estabelecia a lei eleitoral e partidária, e obtivemos, do Colendo TSE, o registro provisório em 15 de maio de 1985, data em que comemoramos anualmente a fundação do partido. Logo depois, tivemos contato com o IFEDEC – Instituto de Formação Democrata Cristã, da Venezuela, por seu Presidente Enrique Peres Olivares, Félix Rivera Solis – professor de formação política do IFEDEC e com a ODCA – Organização Democrata Cristã da América, por seu correspondente, José de Jesus Plana, que também auxiliaram nos momentos iniciais da fundação do partido.
  • 7. Essas polêmicas, geradas em função de desmandos (transgressão de ordens; desobediência) cometidos no passado (guerras religiosas); inquisição: (antigo tribunal eclesiástico instituído com o fim de investigar e punir crimes contra a fé católica); indulgências plenárias (perdão pleno, completo, no sentido de livrar o pecador, das penas do inferno) etc., serviram de alerta na elaboração dos documentos constitutivos do novo partido, para entender que o cristianismo, na acepção verdadeira da palavra, não teria como base, especificamente uma religião (crença na existência de uma força ou forças sobrenaturais, considerada(s) como criadora(s) do Universo e que como tal devendo ser adorada(s) e obedecida(s)), nem muito menos uma seita (teoria de um mestre seguida por numerosos prosélitos > indivíduo convertido a uma idéia ou sistema) ou denominação (nos países anglo-saxônios, designação geral das congregações eclesiásticas), mas inspirada num estado de espírito: (a parte imaterial do ser humano: alma), que vem diretamente de DEUS, e que não segrega (põe de lado; põe à margem; separa; marginaliza), não discrimina (estabelece diferença), não exclui (afasta; desvia), aceita a todos, independentemente de raça, cor, religião, sexo, estado civil, nacionalidade, naturalidade, condição social, política, financeira ou econômica. Vivemos neste momento, os grandes e derradeiros desafios enfrentados pela Humanidade nesta condição atual: a poluição e a explosão demográfica. Situação que está levando o planeta à exaustão, enquanto as grandes corporações capitalistas consumistas selvagens e globalizadas, que hoje a quase tudo dominam, regendo seus impérios financeiros e econômicos desconsideram totalmente as condições planetárias e principalmente o ser humano, colocando-o unicamente como instrumento do lucro desmedido e da ganância exagerada. São os verdadeiros motores da expectativa de destruição que começa a rondar o planeta. As guerras localizadas; a poluição generalizada; as epidemias; o descontrole do tempo e da temperatura; a instabilidade da crosta terrestre, provocando terremotos, maremotos, degelos e vulcões; a destruição da camada de ozônio (gás atmosférico azul pálido que é uma variedade do oxigênio); as desagregações dos valores sociais, religiosos, administrativos e jurídicos, são de todas as formas provocadas, em maior ou menor escala, por seus agentes. Tudo que ameaçar-lhes o lucro excessivo será dura e violentamente combatido, ainda que custem centenas de milhares ou muitos milhões de vidas. Diz a ciência, que há tempos imemoriais: (de que não há memória, por causa de sua extraordinária antigüidade), foram-se processando as grandes transposições do animal irracional para o racional, quando a dieta alimentar vegetariana foi circunstancialmente substituída por uma dieta carnívora. Pode ser até que tenha sido assim na prática, o que não exclui nem inviabiliza a interferência divina nesses assuntos, vez que a mão da Divina Providência opera de maneiras prodigiosas, imprevisíveis, e inimagináveis para os que foram criados à sua imagem e semelhança, embora limitados no tempo e no espaço. Agora, diante da instabilidade do ser humano, da falta de racionalidade no equacionamento: (dispor, na prática ou mentalmente, os dados de um problema, a fim de encaminhar-lhes a solução), da volubilidade mental que acomete aqueles que não têm consciência das próprias limitações, e se acham predispostos a acreditar que devem explicações, somente a si mesmos, não devendo nada à sociedade nacional e à comunidade
  • 8. internacional e muito menos a Deus, presenciamos constrangidos a metamorfose: (transformação de um ser em outro) e o retorno do ser humano à condição de besta irracional. Apesar de toda a transformação tecnológica e científica, parece que o esforço despendido desde tempos remotos na evolução do ser humano, está sendo literalmente jogado no lixo. Poder-se-ia dizer que, além da falta de vergonha na cara, estão completamente fora do uso e gozo de suas faculdades mentais. “Lotman, afirma que é possível organizar uma coletividade ao redor do medo (medo da punição, medo dos invasores, medo da violência etc.), mas seria uma coletividade animalesca: uma sociedade autenticamente humana é organizada pelo freio moral garantido pela vergonha.” “Pois bem, quando uma “elite” desprovida dessa vergonha exclui e humilha o povo, a coletividade se organiza do jeito que sobra: pelo medo da violência de seus excluídos.” (Contardo Calligaris - FOLHA SP – março de 2006). Deste modo, sem falsa modéstia, o cristianismo, entendido “data vênia”: (com todo o respeito – a todas as outras formas de pensamento) como aqui se propõe, é que poderá buscar as soluções para os gravíssimos problemas que se avizinham alguns já plenamente concretizados. Somente a aplicação da proposta: “Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a ti mesmo” é que poderá reconduzir a humanidade a uma existência equilibrada, racional e livre. Nenhuma outra fórmula, contenha o que contiver, proponha o que propuser, prometa o que prometer, terá condições de recuperar a humanidade do ser humano. O equilíbrio contido nessa determinação ultrapassa o espaço, consolida-se no tempo, e ganha realidade na medida da necessidade do ser humano de sobreviver, de cumprir sua missão perante Deus, perante si mesmo e perante seus sucessores. É a isto que se propõe o social cristianismo, que, no Brasil, concretiza-se nas propostas do Partido Social Cristão – PSC. E o que quer o social cristianismo enquanto força e partido político? Quer a participação da sociedade de forma racional, equilibrada e livre, nos processos de tomada de decisão de poder, nos processos de produção e distribuição da riqueza, e nos processos de justa e eqüitativa redistribuição da renda, nacional e internacionalmente. Da maneira como está articulada a política no Brasil, em todos os níveis, não podemos ter esperança na possibilidade de ocorrer uma mudança sistemática em seus valores na direção da ética pessoal e pública. Teremos que provocar uma mudança de mentalidade a começar pelo próprio povo. Fazê-lo entender que é ele o primeiro prejudicado em manterem-se as coisas como estão. Recentemente o partido dos ditos trabalhadores, depois de pregar por décadas contra seus adversários políticos, algumas vezes injustamente, agora no governo,
  • 9. comete todo tipo de desmando e desfaçatez contra o país e as instituições, e continua se arrogando dono da moralidade, como se nada tivesse acontecido. O povo brasileiro não é burro. Faça o que fizer Lula já se sabe de antemão derrotado e usa criminosamente o poder da Presidência da República para se manter no ápice da mídia eleitoreira à custa de mentiras. Em caso de reeleição, o que torcemos para que não ocorra, o país enfrentaria a maior onda de atraso de todos os tempos. O maior problema, não é ele ser totalmente despreparado para o cargo. É o seu partido o PT, longamente amamentado nas tetas murchas do materialismo dialético ateu, que tanta desgraça e sofrimento já provocaram na humanidade, como sempre, anunciou e prometeu o paraíso terrestre, entregou o inferno, e por mais que se esconda no descaramento da pregação mentirosa, não consegue mascarar suas torpes intenções. “Para o andar de baixo, basta a esmolinha das bolsas-isso-ou-aquilo, até porque ninguém lhe diz que, em janeiro, (2006) o governo pagou de juros R$ 17,9 bilhões.” “Em um só mês, mais do que o dobro de tudo o que gastou durante todo o ano passado, com programas de transferência de renda para os mais pobres.”. “Depois, Lula ainda diz que ninguém ainda fez tanto pelos pobres. Sim, pelos paupérrimos Itaú, Bradesco, Santander etc. (Clovis Rossi – Folha SP - março de 2006). Será que viver racional e administrativamente em paz seria tão difícil? De igual maneira, vendo-se a política e a economia como estão articuladas em todo o planeta, tem-se a impressão nítida que está sendo manobrada por um bando de desnaturados, de um lado e de outro, portando armas de altíssima periculosidade, alcance e poder, ameaçando a todos que ousam de alguma forma, discordar de seus valores e de serem explorados e ameaçados. Acreditam certamente que somos só matéria, e matéria de manobra. Não tenho a pretensão de achar que uma pregação qualquer, a esta altura do jogo, poderá mudar as regras internacionais. Acontece, entretanto, que se não houver um amplo e racional entendimento o mais rápido possível, estará o planeta fadado à destruição. Afirmo isto, por associação e categoricamente, mesmo sem conhecer os arsenais secretos das grandes potências. Consultemos a história, nossa mestra maior, e vejamos o passado: Tomo como exemplo a cidade de Jerusalém, berço das três principais religiões monoteístas: (sistema ou doutrina daqueles que admitem a existência de um único Deus) cristianismo, islamismo e judaísmo, independentemente da beleza de suas casas e palácios, podendo-se por isto, entender perfeitamente porque era tão cobiçada, foi e sempre será, um lugar sagrado para seus seguidores. Tendo trocado de mão várias vezes, por paradoxal: (contradição, pelo menos na aparência) que possa parecer, deu ao longo do tempo, um exemplo de tolerância muito maior do que as grandes potências atuais, que hoje contam com armas de destruição em massa – químicas, biológicas e atômicas - para defender seus interesses hegemônicos
  • 10. comerciais, financeiros e econômicos, não tendo, se quiserem, que despender uma vida sequer de seus concidadãos: (certa pessoa que, em relação a outra, é da mesma cidade ou do mesmo país) em guerras convencionais: (guerra que é levada a efeito com forças armadas regulares e o emprego de armas convencionais – armas de fogo, comuns) . Dizia Sócrates: “Ninguém faz o mal voluntariamente, mas por ignorância, pois a sabedoria e a virtude são inseparáveis”. Os três santuários representativos dessas três grandes religiões, independentemente das desavenças esporádicas, dão prova cabal, na maior parte do tempo de convivência pacífica, da possibilidade concreta de vivermos racionalmente em paz, bastando para isto, que não haja segregação, que não haja exclusão e que, sobretudo, não haja discriminação, e que a ação dos respectivos governos se circunscreva aos atos administrativos. Vejamos: A Igreja do Santo Sepulcro durante mais de 1600 anos, foi o mais venerado dos locais sagrados. Fora dos limites da cidade antiga, marca o local onde José de Arimatéia enterrou Jesus num túmulo que ele próprio fez «num jardim». Ficava perto do Gólgota, ou Calvário, onde Jesus foi crucificado. Quando o imperador romano Adriano arrasou Jerusalém no século II D. C. mandou construir, nesse preciso lugar, um templo dedicado a Vênus. Este marcava perfeitamente o local, de tal maneira que, quando Santa Helena, mãe do primeiro imperador cristão, Constantino, veio à Terra Santa em 326 D. C., soube exatamente onde procurar o lugar onde Cristo fora enterrado. A Cúpula da Rocha é o Monte Moriah, onde Abraão preparou o sacrifício do seu filho Isaac a Jeová e onde, 1000 anos antes de Cristo, o rei Salomão construiu o primeiro templo. Este foi destruído em 588 a.C. e o único que Jesus conheceu foi o de Herodes, o Grande, muito maior que o de Salomão. Construído na plataforma onde se ergue agora a Cúpula da Rocha, o Templo de Herodes foi o cenário da Purificação de Maria, quando o velho Simeão tomou o Menino Jesus nos braços e proferiu o Nunc dimittis (Despede agora o teu servo... 1° Cântico do velho Simeão ao tomar nos braços o Menino Jesus, no templo de Jerusalém, agradecendo a Deus a ventura de ver, antes da morte, o Salvador). Os Romanos destruíram o Templo de Herodes em 70 D. C., mas os muçulmanos, quando conquistaram Jerusalém, no século VII provaram ser mais tolerantes com os chamados por eles de os povos do Livro (cristãos e judeus). Maomé assumia-se como sucessor dos profetas do Antigo Testamento e de Jesus, que os muçulmanos veneravam como sendo o profeta Issa. Aceitam o nascimento da Virgem, e Maria é exaltada tanto no Corão como na prática islâmica. Logo à saída de Jerusalém, na Igreja do Túmulo de Maria, um sinal na parede mostra aos peregrinos o caminho para Meca. A grande rocha foi o palco da ascensão do profeta Maomé ao Paraíso na sua celebrada «Jornada Noturna» de que fala o Corão. Era de início mais venerado pelos muçulmanos do que Medina ou Meca. A Cúpula da Rocha foi construída em 691 D. C. pelo califa de Damasco, que mandou cobrir a parte exterior com mosaicos de ouro, substituídos mais tarde, por ordem do sultão turco Otman, por 45.000 azulejos. A Cúpula é atualmente de
  • 11. alumínio, revestido de ouro, e ornamentada com versos do Corão. O Muro das Lamentações, o seu nome popular deve-se ao fato de os Judeus irem lá habitualmente lamentar-se pela destruição do seu Templo e pelo Exílio. Escrevem as orações ou os nomes daqueles por quem rezam em pedacinhos de papel que depois metem nas fendas do muro, entre os blocos de pedra. Pensa-se que 250 000 judeus visitam este Muro nas peregrinações anuais da Páscoa, da Succoth (festa judaica dos tabernáculos – tenda portátil, símbolo da convivência ou encontro entre Deus e o homem) e da Shavuot (festa das semanas ou da colheita era celebrada no fim da primavera quando a nova colheita de trigo era feita, oferecendo-se um sacrifício especial de agradecimento no Templo. Também comemora o aniversário da entrega dos 10 mandamentos a Moisés e aos israelitas no monte Sinai). Embora os enormes blocos de pedra sejam tradicionalmente considerados como pertencendo ao primeiro Templo de Salomão, eles são na realidade de uma parede de suporte de um templo construído por Herodes. Saladino, na reconquista de Jerusalém, ocorrida em 1240, na versão romanceada apresentada pelo filme recente denominado em português: “Cruzada” - Kingdom of Heaven (Reino dos Céus), de Ridley Scott, teria respondido à pergunta formulada pelo defensor da cidade, Lorde Balian de Ibelin, quando negociavam a rendição condicional: Quanto vale Jerusalém? Nada! Respondeu, e, mudando imediatamente de atitude, voltou- se, e cerrando as mãos a altura do peito, esboçando um leve sorriso, replicou: tudo! Passam-se os séculos, e os milênios. Agora são outros os tempos, os perigos e os protagonistas, mas a história inexoravelmente se repete. Seria de se perguntar, parafraseando: Quanto vale a sobrevivência da espécie humana neste planeta? Tudo? Nada? Que Deus, nesta hora delicada, nos ajude, nos ilumine e proteja! De Belo Horizonte/MG para Marataízes/ES em 18 de março de 2006 VÍTOR NÓSSEIS Presidente Nacional do PSC