O documento discute o poder e as elites. Apresenta como as fontes de poder mudaram ao longo do tempo, de militar para econômico. Também discute como as elites globais não têm mais uma pátria única, mas estão espalhadas pelo mundo, à medida que a globalização econômica cresceu.
2. O poder sempre esteve concentrado num número
muito reduzido de pessoas em todo o mundo.
E continua.
Quem são e o que querem?
No que diferem das elites do passado?
Em que são diferentes de nós?
Qual o impacto – profundo - que este grupo
de pessoas provoca nas nossas vidas e nos
tempos em que vivemos?
8. O poder é difícil de quantificar.
São diversas as suas fontes:
. a posição e a riqueza, as mais óbvias;
. a força, a mais antiga;
. a influência e as ideias, as mais subtis.
E o acesso.
9.
10. O poder é difícil de quantificar.
São diversas as suas fontes:
. a posição e a riqueza, as mais óbvias;
. a força, a mais antiga;
. a influência, as ideias e o acesso, as mais subtis.
As primeiras convencem, as últimas seduzem.
11.
12. O poder é difícil de quantificar.
São diversas as suas fontes:
. a posição e a riqueza, as mais óbvias;
. a força, a mais antiga;
. a influência, as ideias e o acesso, as mais subtis.
As primeiras convencem, as últimas seduzem.
Quem tem poder, tem o poder de o dissimular.
E, muitas vezes, o poder depende da sua não
utilização: o efeito abelha ou o poder de dissuasão.
13. O poder é ainda difícil de determinar.
A era do poder hereditário está a chegar ao fim.
(em menos de 20 anos, 70/30).
O poder é cada vez mais transitório.
Um grupo de pessoas que tem poder o tempo
suficiente para (poder) provocar um qualquer tipo
de impacto profundo.
14. Este grupo existe: a elite ou superclasse.
. alguns chefes de Estado;
. as duas, três dezenas de Chefes militares dos países que têm
capacidade de projectar a sua força para além das suas fronteiras;
. os principais executivos e accionistas activos das duas mil maiores
empresas;
. a maioria dos cerca de mil bilionários do planeta, que tratam
pessoalmente dos seus investimentos;
. os barões da comunicação social, os meninos-prodígio das dot-com; os
oligarcas russos, os capitalistas cowboys da China, os potentados
árabes do petróleo, os grandes gestores de fundos de
investimento e de capital de risco de Wall Street e Londres,…;
. um mão cheia de líderes religiosos;
. um punhado de escritores, artistas e académicos e cientistas,
celebridades e desportistas;
. e ainda alguns líderes de organizações terroristas ou criminosas.
16. Carlos Slim Helú, o homem mais rico do mundo, 67 biliões de
dólares.
Possui 94% da rede telefónica fixa no México e 70% do mercado
de internet de banda larga.
De 2006 para 2007, a sua fortuna aumentou 19 biliões de
dólares (2,2 milhões/hora).
Em 2007, correspondia a 8% do PIB do México.
Tem uma enorme influência política: a conta de telefone no
México é em média 120 maior que a mesma conta nos EUA;
bloqueou a entrada de concorrentes poderosos (MCI e AT&T).
Organiza a reunião anual dos grupos familiares mais ricos das
Américas.
17. Rupert Murdoch, controla grandes empresas em todos os
domínios da comunicação.
A sua News Corporation é proprietária da Fox, da 20th Century
Fox, da HaperCollins, do The New York Post, The Weekly
Standard, do Wall Sreet Journal, de 5 jornais britânicos e 110 na
Austrália, de fornecedores de televisão por satélite na Europa e
na Ásia e do Myspace.
A News Corporation pode chegar virtualmente a todos os
habitantes do planeta.
18. Edward C. «Ned» Johnson, CEO da Fidelity Investments, a maior
empresa mundial de fundos de investimento, responsável por
24% do mercado global dos fundos de pensões e de 12% do
mercado mundial de acções.
Gere mais de 3 triliões de dólares de activos financeiros. A
Fidelity possui pelo menos 10% das acções de mais de 100 das
maiores empresas americanas.
19. Wu Xiaoling gere as reservas de moeda estrangeira do Banco do
Povo da China, que ascendem mais de 1,4 triliões de dólares.
O banco controla um número de activos financeiros que é
superior ao de qualquer outra instituição financeira pública na
história do mundo, alimentando a expectativa de ultrapassar o
valor de 2 triliões de dólares em 2011.
20. Rex Tillerson gere as reservas de petróleo e gás natural da
ExxonMobil, que se espalham por seis continentes e que,
diariamente, produzem quase o dobro da quantidade de
petróleo e gás que o Kuwait produz anualmente.
Em 2007, a sua empresa teve lucros de quase 40 biliões de
dólares, valor superior ao PIB de muitos países e ao de qualquer
outra empresa na História.
21. H. Lee Scott, CEO da Wal-Mart, dirige um gigante empresarial
cujas receitas anuais excederam em 2007 a quantia de 350
biliões de dólares, valor superior ao PIB de todos os países do
mundo, à excepção de 22.
O seu volume anual de vendas é 5 vezes superior ao da
Microsoft e ultrapassa o volume de vendas conjunto da Ford e
da General Motors.
A empresa é 3 vezes maior que todo o sector das linhas aéreas
dos EUA.
22. Lakshmi Mittal é dono da maior empresa de aço do mundo, com
mais de 330 mil empregados em 6 países.
A Arcelor Mittal é responsável pela produção de mais de um
décimo do aço produzido no mundo, 3 vezes mais que a sua
concorrente directa.
Em 2007, era o 5º homem mais rico do globo com uma fortuna
cujo valor líquido foi calculado em 32 biliões de dólares.
23.
24. O Papa fala em nome de mais de 1 bilião de fieis no mundo, o
que equivale a 1/6 da população do mundo. Os seus éditos
funcionam como leis que orientam a vida quotidiana de muitas
dessas pessoas.
Podemos sempre pensar que a sua influência é reduzida mas
depois lembramo-nos de quão decisiva pode ser a sua acção
para resolver um dos maiores flagelos: a SIDA.
25. Osama bin Laden, terrorista saudita e líder da Al Qaeda, uma
organização terrorista em rede.
Reenvidicou, entre outros, o maior atentado de que há
memória, que tirou a vida a milhares de pessoas e cujo impacto
foi tão profundo que é consensual afirmar-se que o séc. XXI
começou no fatídico dia de 11 de Setembro de 2001.
Continua fugido.
26. Comandante da força militar mais poderosa do planeta. Tem à sua disposição
mais de 10.000 ogivas nucleares, 2,5 milhões de efectivos e reservas, presentes
em mais de 130 países e cujo orçamento ascende a 630 biliões de dólares,
montante superior aos orçamentos militares dos restantes países.
27.
28. Qual é a dimensão da superclasse?
Seis mil indivíduos.
o autor fez uma lista mas não a publica: seria um mero exercício de futilidade.
A palavra “classe” é controversa: no cerne do
pensamento marxista, mas implicitamente aceite por
liberais.
Ou, por outras palavras: continuam a existir
desigualdades gritantes.
29. O valor líquido acumulado dos cerca de 1000 mais
ricos – os bilionários que existem no planeta – é quase
o dobro dos 2,5 biliões das pessoas mais pobres.
Só para lembrar: somos sensivelmente 6 biliões de almas, quase sete.
A humanidade não tem parado de progredir, mas esta
disparidade é uma acusação e ameaça directa à nossa
civilização.
30. Não é um libelo contra os ricos, nem mais uma acha
para uma qualquer teoria de conspiração.
Poder e riqueza como patologia vs “os melhores de entre nós”.
Desequilíbrio da distribuição do poder: grupos informais de elites
que fazem progredir, organizadamente, os seus interesses sobre os
governos, leis – que não se souberam adaptar a uma realidade global
– e até às tentativas esforçadas, mas incompletas, de criar
organizações multilaterais eficazes…
…vs divergências, interesses opostos e egos.
33. A primeira tentativa séria de compreender as elites.
Tese central:
Na primeira fila das comunidades económica,
governamental e militar dos EUA havia um escalão
extraordinariamente pequeno e sobreposto de
decisores.
Presidente dos EUA, Comandante Supremo das Forças Aliadas
e Presidente da Universidade de Colúmbia.
34. “ A conjugação de uma imensa instituição militar com
uma grande indústria de armamento é um elemento
novo na experiência americana. A sua influência total –
económica, política e até mesmo espiritual – sente-se
em cada cidade, em cada governo de estado, em cada
gabinete do governo federal. Reconhecemos a
necessidade imperativa deste desenvolvimento. Mas não
devemos deixar de compreender as suas graves
implicações. O nosso trabalho, os nossos recursos e os
nossos meios de subsistência estão-lhe ligados, tal como
a própria estrutura da soc iedade. Nos conselhos
governamentais, devemos proteger-nos contra a
conquista de uma influência injustificada, quer tenha
sido solicitada ou não pelo complexo militar-industrial.
Existe, e manter-se-á a possibilidade de esse poder mal
”
a p l i c a d o a u m e n t a r d e fo r m a d e s a s t r o s a .
35. O que é que mudou nos últimos 60 anos?
Dois aspectos, um conceito.
EXÉRCITO EUA ANOS 60 HOJE
EFECTIVOS 3,5 milhões 1,5 milhões
BUDGET > ao rend. líq. < ao rend. líq
acumulado de acumulado das
todas as 50 maiores
empresas
americanas
1º. A transferência de influência do campo militar
para o económico, que se intensificou a partir dos 80s.
36. O que é que mudou nos últimos 60 anos?
Séc. XX foi o século americano: domínio absoluto em
termos económicos, políticos, científicos e culturais.
“Fim da História” de Francis Fukuyama .
A consagração da democracia parlamentar e das
economias de mercado.
37. O que é que mudou nos últimos 60 anos?
Onde está o edifício mais alto do mundo?
De que nacionalidade é o homem mais rico do mundo?
A que país pertence a maior empresa cotada no mundo?
Onde são construídos os maiores aviões do mundo?
Onde está situada a maior refinaria do mundo?
E as maiores fábricas?
A que país pertence o fundo de investimento mais capitalizado
do mundo?
Onde está a maior roda gigante do mundo?
E o maior casino?
Qual a cidade que mais filmes produz e vende?
Onde está o maior centro comercial do mundo?
38. O que é que mudou nos últimos 60 anos?
Há 10/15 anos atrás, a resposta teria sido uma: EUA.
39.
40. O que é que mudou nos últimos 60 anos?
2º. Com a “ascenção dos demais”, o mundo deixou de
ser unipolar, saindo do domínio territorial dos EUA.
(mas não deixando de estar sob a influência das suas ideias: a maior empresa cotada
do mundo é chinesa mas a ideia de uma “empresa” poder “ser cotada” é anglo-
americana ou, se quisermos, anglo-holandesa-americana)
41. O que é que mudou nos últimos 60 anos?
A oposição já não é entre capitalismo e comunismo
mas entre globalização e estados-nação.
Globalização Económica.
A elite, hoje, provém, na sua esmagadora maioria, do
campo económico e distribui-se por todo o planeta
(menos África).
42. Com a globalização, as elites não têm pátria.
E a verdade é que o fosso se está a alargar: entre as
antigas elites nacionais e as novas, globais.
E há quem veja a globalização como um fenómeno a
duas velocidades.
Oferecendo um, cada vez maior, número de benefícios
a alguns e indicando aos outros que devem esperar,
aguardando sossegados que este processo possa
beneficiar os seus filhos ou os filhos dos seus filhos.
43. A História sempre foi feita pelos vencedores.
Pelas elites.
Por aqueles que comandam os seus tempos e que os
reflectem.
Durante milhares de anos, o poder provinha de Deus e da
posse da terra.
Com a modernidade, fomos abraçando a ética protestante de
Weber: a meritocracia.
Para chegarmos ao enriquecimento da noite para o dia.
46. A genealogia de uma ideia entre, duas crises.
1929 e 2008.
Últimos 20 anos: Globalização, economia de mercado, capitalismo,
liberalização, desregulamentação, redução do
Estado,…
Reagan: “o governo já não é a solução mas o problema”
Thatcher: “sociedade é uma coisa que não existe; existem
só famílias e indivíduos”
“Os homens práticos que se acreditam livres de quaisquer influências
intelectuais são, geralmente, escravos de algum economista defunto”
John Maynard Keynes
47. A genealogia de uma ideia, entre duas crises.
1929 e 2008.
Globalização, economia de mercado, capitalismo, liberalização,
desregulamentação, redução do Estado,…
Reagan: “o governo já não é a solução mas o problema”
Thatcher: “sociedade é uma coisa que não existe; existem
só famílias e indivíduos”
Escola de Chicago: Milton Friedman mais um conjunto de
economistas anglo-americanos, muitos
“nobilizados”, que intransigentemente
fizeram a defesa da economia de mercado
Os Austríacos: Os “avós” intelectuais da Escola de Chicago
48. A genealogia de uma ideia, entre duas crises.
Ludwing von Mies, Friedrich Hayek, Joseph Schumpeter, Karl Popper e Peter
Drucker
Austríacos, obrigados a exilarem-se, procuraram compreender o que
aconteceu entre guerras para evitar a sua repetição.
Porque tinha a Áustria liberal desmoronado, sucumbindo ao fascismo?
Mas também Isaiah Berlin, Michael Oakeshott,…
49. A genealogia de uma ideia entre, duas crises.
Karl Popper: A Sociedade Aberta
Isaiah Berlin: Os dois Conceitos de Liberdade
Joseph Schumpeter: A destruição criativa do mercado
Ludwing von Mies: Mercado, sistema de preços, alocação racional de
recursos
Friedrich Hayek: Ordem Espontânea contra a planificação
Peter Drucker: A importância da microeconomia e da gestão
John M. Keynes: Melhor defesa contra os extremismos é o
aumento do papel do Estado, sobretudo a
intervenção contra-cíclica
50. A genealogia de uma ideia, entre duas crises.
1929 e 2008.
Globalização, economia de mercado, capitalismo, liberalização,
desregulamentação, redução do Estado,…
Reagan & Thatcher
Escola de Chicago
Os Austríacos
Os Escoceses, liberais clássicos.
51. A genealogia de uma ideia, entre duas crises.
Uma ideia saída do espírito de um punhado de
homens há muitos anos atrás polariza e molda, ainda
hoje, o debate político, económico e social.
Não define o debate.
Define os termos em que o debate é feito.
52. 4. A concentração do poder
ou o Princípio de Pareto dentro do Princípio de Pareto
53. As pessoas vindas do mundo empresarial
constituem o grupo mais numeroso da elite.
Um grupo que não conhece fronteiras.
E à medida que o mundo tem vindo a encolher, está cada vez
mais concentrado.
2007
PIB MUNDIAL $ 47 triliões
VENDAS 250 MAIORES EMP. $ 15 triliões > PIB EUA + EU
VENDAS 100 MAIORES EMP. $ 10 triliões
VENDAS 5 MAIORES EMP. $ 1,5 triliões > PIB de todos os países - 7
54.
55. A concentração do poder económico.
Há apenas 166 entidades com um PIB ou vendas superiores a 50
biliões de dólares.
Destas, apenas 60 são países.
Das 106 empresas, 91 tem a sua sede numa das margens do
Atlântico. Esta distribuição evoluirá.
56. A concentração do poder económico.
2000 MAIORES EMPRESAS
VENDAS ANUAIS $ 27 triliões
ACTIVOS $ 103 triliões (mercado global = 140 triliões)
EMPREGO DIRECTO 70 milhões de trabalhadores
(x 4 dependentes = 350 milhões de trab.)
Na verdade, as 2000 maiores empresas sustentam um número
várias vezes superior de postos de trabalho, só através dos
negócios que fazem com outras empresas.
2000 líderes impactam a vida de talvez 1 bilião de pessoas.
57. A concentração do poder económico.
Com as suas redes globais de empregados e accionistas, estas
empresas têm uma capacidade de alcance e influência
enormes.
Afectam outras empresas e sectores inteiros.
Redireccionam investimento e actividades.
Fazem lobbing, apoiam políticas, políticos, definem a agenda.
(100 milhões de dólares é o que é preciso para concorrer à presidência dos EUA)
58. A ascensão das empresas a esta posição é um
fenómeno relativamente novo.
500 MAIORES EMP. 1953 HOJE
RECEITAS EQUIV. AO PIB 15% 40%
MUNDIAL
500 MAIORES EMP. 1962 HOJE
Nº FILIAIS 1288 10.000
190 países 170 países
Sim, a Companhia Holandesa das Índias Orientais já era um
Estado dentro do Estado.
59. Mas onde haverá concentração extraordinariamente
elevada?
Nos mercados financeiros.
2007
MERCADO GLOBAL $ 140 triliões
US + EU $ 80 triliões
21 BANCOS $ 1 trilião
50 BANCOS $ 48,5 triliões
100 BANCOS $ 60,4 triliões
60. Mas onde haverá concentração extraordinariamente
elevada?
E, sobretudo, nos fundos de investimento.
2007
10.000 FUNDOS 30 a 50% das transações
do mer. acções e dívida
300 MAIORES FUNDOS 85% dos activos de fundos
100 MAIORES FUNDOS 60% dos activos de fundos
61.
62. A mesma lógica também é verdade para
indivíduos.
2007
10% ADULTOS 85% da riqueza $ 61.000
2% ADULTOS 50% da riqueza
1% ADULTOS 40% da riqueza $ 500.000 (40 milhões de pessoas)
9,5 MILHÕES AD. > $ 1.000.000
95.000 ADULTOS $30.000.000
9.500 ADULTOS Os bilionários mundiais
950 Os bilionários mundiais, que tratam directamente dos
seus investimentos (e descontado as suas famílias)
63. A mesma lógica também é verdade para
indivíduos.
≠ ENTRE RICOS E POBRES
ARISTÓTELES PLEONEXIA
PLATÃO 5 X MAIS
J. P. MORGAN 20 X MAIS
HOJE 350 X MAIS
64. Príncipio de Pareto: 20% das causas responsáveis
por 80% das consequências.
Dentro da maioria das elites, há níveis mais elevados onde se
encontram novas elites.
No interior da concentração de riqueza e poder há aqueles que
representam uma concentração maior.
O Princípio de Pareto dentro do Príncipio de Pareto.
65. O mesmo raciocínio pode ser levado para outros
campos.
200 FORÇAS ARMADAS NO MUNDO 4300 RELIGIÕES NO MUNDO
30 A 40 TÊM ARMAS DE DESTRUIÇÃO MACIÇAS -20 TÊM + 1 MILHÃO DE SEGUIDORES
-20 TÊM MISSEIS 8 TÊM 100 MILHÕES DE FIÉIS
9 TÊM ARMAS NUCLEARES 2 TÊM + 1 BILIÃO
6 TÊM MAIS DE 500.000 EFECTIVOS
3 TÊM FORÇA AÉREA COM + 100 AVIÕES
1 TEM UM ORÇAMENTO SUPERIOR A TODAS AS OUTRAS
67. Um exemplo que não seja a Goldman Sachs.
Não resisto.
A transferência directa de altos quadros entre a Goldman Sachs
e as últimas, pelo menos, 6 administrações americanas, o
departamento do comércio, reserva federal, reserva do Estado
de Nova Iorque,… e vice-versa tem sido tão intensa que foi
cunhado um nome para a descrever : a porta giratória.
68. Um exemplo que não seja a Goldman Sachs.
Ou, para saber do que falamos quando falamos de
rede.
69. Firma de gestão de investimentos.
A Blackstone tem investimentos feitos em mais de 100 empresas numa
variedade imensa de ambientes industriais, geográficos e económicos:
. Celanese, Cine World, Extended Stay America, FGIC, Freedom
Communications, Nalco, Orangina, TRW,….
70. Stephen Allen Schwarzman, CEO da Blackstone.
É considerado um dos mais poderosos do mundo financeiro.
Estudou em Yale, uma universidade de elite.
Foi membro, tal como os dois Bush, da Skull and Bones.
Tal como o W. Bush fez um mestrado em Harvard.
Trabalhou no Lehman Brothers, antes de fundar a Blackstone
com o antigo secretário do comércio dos EUA, Pete Peterson.
71. Assume papeis de relevo em algumas das mais importantes –
nucleares – da sociedade americana, a saber:
- presidente do Centro Kennedy para as Artes Perfomativas;
- membro da administrações da Biblioteca Pública de Nova
Iorque, do Corpo de Bailado da mesma cidade, da Film Society
do Centro Lincoln e da associação de empresários New York City
Partnership.
72. Pertence ao Bussiness Council americano, ao Fórum Económico
Mundial, ao Conselho para as Relações Externas, ao Comité para
o Encorajamento da Filantropia Empresarial.
Pertence ainda ao conselho consultivo do banco J. P. Morgan.
73. Quem mais é conselheiro do JP Morgan?
- Minoru Makihara, antigo CEO da Mitsubishi;
- Ratan Tata, um dos homens mais ricos do mundo;
- Ernesto Zedillo, antigo presidente do México.
Makihara frequentou Harvard.
Zedillo, Yale.
Tata também é membro do British-American Business Council.
Aqui, Tata como Schwarzman juntam-se a Peter Sutherland,
antigo director da OMC e actual CEO da BP, ao ex-CEO da BP,
Lord Brown de Madingley e ao CEO da GE, Jeffey Immelt.
Immelt fez o seu mestrado em Harvard.
A GE aliou-se ao grupo Tata e fez negócios com a Blackstone.
74. Sutherland, Zedillo e Makihara são membros da Comissão
Trilateral, onde também se encontram a CEO da Pepsi, Indra
Nooyi e Ana Botín, CEO do Banesto.
Nooyi fez o seu mestrado em Yale e integra o administração do
Lincoln Center.
Botín foi vice-presidente do JP Morgan.
Nooyi está na administração da Asia Society com Tata e o seu
rival Mukesh Ambani.
Ambani, Sutherland e Zedillo são do Conselho para as Relações
Externas. Sutherland e Zedillo e o antigo sócio de Ambani, Akhil
Gupta são ainda membros do conselho de administração do
FEM, onde Botín e Ambani orientaram em 2006 um paínel.
Ambani e Lord Browne estudaram em Standford.
Ambani, Browne e Immelt estiveram juntos na administração
da Catalyst, que têm negócios com Schwarzman.
75. Será esta m… saudável?
Isto não constitui um crime ou um ilícito.
Mas podemos fazer pergunta.
76. Globalização Económica = Economia da Informação
“…aqueles que participam por inteiro na economia da informação são quem
mais beneficia dela (…) E sentirão maior afinidade com os seus
companheiro de conversa do que com aqueles que ainda não fazem parte
das conversas globais.”
Walter Wriston, The Twilight of Sovereignty
“O mercado em que operam as novas elites têm, agora um âmbito
internacional. As suas fortunas estão ligadas a empresas que operam fora
das fronteiras nacionais. (…) estão mais preocupadas com o modo suave
como funciona o sistema, no seu todo, do que qualquer uma das partes. As
suas lealdades são internacionais.”
Cristopher Lasch, The Revolt of the Elite
77. O que querem realmente as pessoas que já têm
tudo?
Vamo-nos, por momentos, por no seu lugar.
O que não podem comprar.
Tempo.
O recurso mais democraticamente ou alieatoriamente
distribuído.
O tempo ou a sua falta é a mais recorrente queixa, o maior
empecilho e a mais vincada frustração da nova elite global.
Têm um especial cuidado com todas as decisões relativas ao seu
emprego.
78. O que querem realmente as pessoas que já têm
tudo?
Mas o tempo não pode ser comprado?
Pode.
Quando o tempo é partilhado com aqueles que são“nossos”
iguais.
Aqueles, cujo contacto “nos” podem proporcionar maiores
retornos, sob formas tão diversas como:
-contratos comerciais ou financeiros;
-informação privilegiada;
-mais estatuto e prestígio;
-…
79. O que querem realmente as pessoas que já têm
tudo?
Pessoas, que como “nós”, podem sozinhas tomar decisões e
mobilizar recursos significativos.
E voltámos onde começámos: ao acesso.
O tempo, o acesso e a exclusividade andam de mãos dadas.
80. As novas elites globais têm uma geografia própria.
A geografia da educação, conhecimento, informação, acesso e
influência.
As universidades:
. Ivy League , Academia Naval&West Point, Oxford&Cambridge, Tóquio, ENA,
Polytechnique, as escolas de engenharias indianas,…
Os forúns informais:
. Davos, Forúm Boao sobre a Ásia, Reunião “Pais&Filhos”, Comissão Trilateral,
Bilderberg, a Conferência de Política e Segurança de Munique, a CGI, TED,…
Os think thanks e as fundações:
. Carnergie Endowment, Brookings Institution, American Entreprise Institute, Center
for American Progress,…
81. As novas elites globais têm uma geografia própria.
A geografia do entretenimento, lazer, férias e residência
Os grandes eventos:
. Campeonato do Mundo de Futebol, Jogos Olímpicos de Verão e Inverno, Super
Bowl, Grande Prémio do Mónaco, Salão Automóvel de Genebra, Ryder Cup, Roland
Garros, …
As estâncias, resorts e restaurantes exclusivos e proibitivos:
. Côte d’Azur, “The Hamptons” em Long Island, a ilha Martha's Vineyard, Aspen, West
Palm Beach na Flórida,…
As zonas residenciais:
. Upper West Side do edifício Dakota ao 740 da Park Avenue, “The Peak” em Hong
Kong, Kesington Palace Gardens em Londres,…
82. As novas elites globais têm uma geografia própria.
A geografia exclusiva das novas elites globais não é apenas uma
manifestação de luxo ou de snobismo.
Oferece a possibilidade de estarem entre iguais.
De ganhar tempo.
Uma geografia exclusiva e o complexo emaranhado de relações
de entre os principais actores dos campos económico, político,
militar, artístico e académico dão forma a uma comunidade.
À parte.
83. As novas elites globais são uma comunidade.
Esta comunidade estabelece laços que reduzem os graus de
separação entre os mais poderosos.
Permitindo-lhes chegar às pessoas que precisam, quando
precisam.