O judo paraolímpico segue as mesmas regras do judo convencional, com algumas adaptações para atletas cegos ou com deficiência visual. Os atletas são divididos em três classes de acordo com seu grau de visão e o esporte estreou nos Jogos Paraolímpicos em 1988. O Brasil é uma potência nessa modalidade, com vários atletas conquistando medalhas paraolímpicas desde Seul-1988.
Judo Paraolímpico: modalidade para cegos e deficientes visuais
1. Judo Paraolímpico
Descrição
Modalidade exclusiva para cegos ou deficientes visuais. As disputas respeitam
as mesmas regras do judo convencional. A vitória pode se dar por “ippon” ou
por duas diferentes pontuações: o “wazari” e o “yuko”. Há algumas
diferenças básicas para o judo convencional: os lutadores iniciam a luta já
com a pegada
estabelecida, a
luta é
interrompida
quando os
jogadores
perdem o
contacto total
um do outro, o
atleta não
pode ser
punido ao sair
da área de luta e o atleta cego total é identificado com um círculo vermelho
de 7 cm nas duas mangas do quimono. A organização do judo paraolímpico é
feita pela IBSA – International Blind Sport Federation, que rege o desporto em
consonância com a IJF – International Judo Federation e o IPC – International
Paralympic Committee.
Classificação funcional
2. Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B
(blind = cego). Homens e mulheres têm o mesmo parâmetro de classificação.
B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a
percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma
mão a qualquer distância ou direcção.
B2 – Jogadores já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a
forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5
graus.
B3 – Os jogadores já conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a
6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus.
Histórico
Esta arte marcial foi a primeira modalidade de origem asiática a entrar no
programa paraolímpico. Desde a década de 70 há o conhecimento desta
prática desportiva. A estreia em paraolimpíadas foi em 1988, na capital sul-
coreana Seul. Na ocasião, só os homens deficientes visuais lutavam. Esta
constante seguiu intacta em Barcelona, Atlanta e Sydney. Os Jogos
Paraolímpicos de Atenas-2004 marcam a entrada das mulheres nos tatamis
paraolímpicas. A entidade responsável pelo exporte é a Federação
Internacional de Desportos para Cegos, fundada em Paris, em 1981.
Assim como no resto do mundo, a década de 70 marcou o princípio do judo no
Brasil. Em 1987, houve a primeira saída dos judocas brasileiros para uma
competição internacional. Era o Torneio de Paris. Desde quando o desporto
passou a fazer parte dos Jogos Paraolímpicos, o País demonstra ser uma das
maiores potências do planeta. Já em Seul-88, Jaime de Oliveira (categoria até
60kg), Júlio Silva (até 65kg) e Leonel Cunha (acima de 95kg) conquistaram a
medalha de bronze. Com tais resultados, esta arte marcial de origem
3. japonesa passou a ser a quarta modalidade brasileira a subir no pódio
paraolímpico – Lawn Bowls, Atletismo e Natação são as outras. Atlanta-96 tem
um significado especial para o judo paraolímpico nacional. Isso porque foi a
Paraolimpíada na qual António Tenório da Silva ganhou o ouro na categoria
até 86kg. Em Sydney, Tenório voltou a ser campeão paraolímpico. Desta vez,
na categoria até 90kg. Entre as mulheres, um feito marcante foi a conquista
do Mundial da IBSA, em 2003, por Karla Cardoso (até 48kg), o que lhe garantiu
vaga em Atenas. Danielle Bernardes (até 57kg) ganhou o bronze e também
carimbou seu passaporte para a Grécia e a equipe feminina do País foi vice-
campeã do mundo.