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O GENERAL DE DIVISÃO REFORMADO DO
EXÉRCITO FRANCISCO BATISTA TORRES DE
MELO RESPONDEU: À MIRIAM LEITÃO E NOS
DEU UMA FORMIDÁVEL AULA DE HISTÓRIA DO
BRASIL NO SECULO XX.

A Verdade Sufocada... À Senhora
Jornalista Miriam Leitão

Li o seu artigo "ENQUANTO ISSO", com todo
cuidado possível. Senti, em suas linhas, que a
senhora procura mostrar que os MILITARES
BRASILEIROS de HOJE, são bem diferentes
dos MILITARES BRASILEIROS de ONTEM.
Penso que esse é o ponto central de sua tese.
Para criar credibilidade nas suas afirmativas, a
senhora escreveu: "houve um tempo em que a
interpretação dos militares brasileiros sobre LEI E
ORDEM era rasgar as leis e ferir a ordem. Hoje em
dia, eles demonstram com convicção terem
aprendido o que não podem fazer".
Permita-me discordar dessa afirmativa de vez que
vejo nela uma injustiça, pois fiz parte dos
MILITARES DE ONTEM e nunca vi os meus
camaradas militares rasgarem leis e ferir a ordem.
Nem ontem nem hoje. Vou demonstrar a minha
tese.
No Império, as LEIS E A ORDEM foram rasgadas no
Pará, Ceará, Minas, Rio, São Paulo e Rio Grande do
Sul pelas paixões políticas da época. AS LEIS E A
ORDEM foram restabelecidas pelo Grande
Pacificador do Império, um Militar de Ontem, o
Duque de Caxias, que com sua ação manteve a
Unidade Nacional. Não rasgamos as leis nem
ferimos a ordem. Pelo contrário.
Vem a queda do Império e a República. Pelo que
sei, e a História registra, foram políticos que
acabaram envolvendo os velhos Marechais Deodoro
e Floriano nas lides políticas. A política dos
governadores criando as oligarquias regionais, não
foi obra dos Militares de Ontem, quando as leis e a
ordem foram rasgadas e feridas pelos donos do
Poder, razão maior das revoltas dos tenentes da
década de 20, que sonhavam com um Brasil mais
democrático e justo.
Os Militares de Ontem ficaram ao lado da lei e da
Ordem. Lembro à nobre jornalista que foram os civis
políticos que fizeram a revolução de 30, apoiados,
contudo, pelos tenentes revolucionários, menos
Prestes, que abraçou o comunismo russo.
Veio a época getuliana, que, aos poucos, foi
afastando os tenentes das decisões políticas. A
revolução Paulista não foi feita pelos Militares de
Ontem e sim pelos políticos paulistas que não
aceitavam a ditadura de Vargas.
Não foram os Militares de Ontem que fizeram a
revolução de 35 (senão alguns, levados por civis a
se converterem para a ideologia vermelha, mas logo
combatidos e derrotados pelos verdadeiros Militares
de Ontem); nem fizeram a revolta de 38; nem deram
o golpe de 37.
Penso que a senhora, dentro de seu espírito de
justiça, há de concordar comigo que foram as velhas
raposas GETÚLIO - CHICO CAMPOS - OSWALDO
ARANHA e os chefetes que estavam nos governos
dos Estados, que aceitaram o golpe de 37. Não
coloque a culpa nos Militares de Ontem.
Veio a segunda guerra mundial. O Nazismo e o
Fascismo tentam dominar o mundo. Assistimos ao
primeiro choque da hipocrisia da esquerda. A
senhora deve ter lido - pois àquela época não seria
nascida -, sobre o acordo da Alemanha e a URSS
para dividirem a pobre Polônia e os sindicatos
comunistas do mundo ocidental fazendo greves
contra os seus próprios países a favor da Alemanha
por imposição da URSS e a mudança de posição
quando a "Santa URSS" foi invadida por Hitler.
O Brasil ficou em cima de muro até que nossos
navios (35) foram afundados. Era a guerra, a FEB e
seu término. Getúlio - o ditador - caiu e vieram as
eleições. As Forças Armadas foram chamadas a
intervir para evitar o pior. Foram os políticos que
pressionaram os Militares de Ontem para manter a
ordem.
Não rasgamos as leis nem ferimos a ordem.
Chamou-se o Presidente do Supremo Tribunal
Federal para, como Presidente, governar a
transição. Não se impôs MILITAR algum.
O mundo dividiu-se em dois. O lado democrático,
chamado pelos comunistas de imperialistas, e o lado
comunista com as suas ditaduras cruéis e seus
celebres julgamentos "democráticos". Prefiro o
primeiro e tenho certeza de que a senhora, também.
No lado ocidental não se tinham os GULAGs.
O período Dutra (ESCOLHIDO PELOS CIVIS E
ELEITO PELO VOTO DIRETO DO POVO) teve seus
erros - NUNCA CONTRA A LEI E A ORDEM - e
virtudes como toda obra humana.
A colocação do Partido Comunista na ilegalidade foi
uma obra do Congresso Nacional por inabilidade do
próprio Carlos Prestes, que declarou ficar ao lado da
URSS e não do Brasil em caso de guerra entre os
dois países. Dutra vivia com o "livrinho" (a
Constituição) na mão, pois os políticos, nas suas
ambições, queriam intervenções em alguns Estados,
inclusive em São Paulo. A senhora deve ter lido isso,
pois há vasta literatura sobre a História daqueles
idos.
Novo período de Getúlio Vargas. Ele já não tinha
mais o vigor dos anos trinta. Quem leu CHATÔ,
SAMUEL WEINER (a senhora leu?) sente que os
falsos amigos de Getúlio o levaram à desgraça, eles
eram políticos. Os Militares de Ontem não se
envolveram no caso, senão para investigar os crimes
que vinham sendo cometidos sem apuração pela
Polícia; nem rasgaram leis nem feriram a ordem.
Eram os políticos que se degladiavam e procuravam
nos colocar como fiéis da balança. O seu suicídio foi
uma tragédia nacional, mas não foram os Militares
de Ontem os responsáveis pela grande desgraça,
sabe bem disso!
A senhora permita-me ir resumindo para não ficar
longo. Veio Juscelino e as Forças Armadas
garantiram a posse, mesmo com pequenas
divergências. Mais uma vez eram os políticos que
queriam rasgar as leis e ferir a ordem e não os
Militares de Ontem.
Nessa época, há o segundo grande choque da
esquerda. No XX Congresso do Partido Comunista
da URSS (1956) Kruchov coloca a nu a desgraça do
stalinismo na URSS. Os intelectuais esquerdistas
ficam sem rumo.
Juscelino chega ao fim e seu candidato perde para o
senhor Jânio Quadros, a Esperança da vassoura,
Desastre total. Não foram os Militares de Ontem que
rasgaram a lei e feriram a ordem. Quem declarou
vago o cargo de Presidente foi o Congresso
Nacional. A Nação ficou ao Deus dará. Ameaça de
guerra civil e os políticos tocando fogo no País e as
Forças Armadas divididas pelas paixões políticas,
disseminadas pelas "vivandeiras dos quartéis" como
muito bem alcunhou Castello.
Parlamentarismo, volta ao presidencialismo,
aumento das paixões políticas, Prestes indo até
Moscou afirmando que já estavam no governo,
faltando-lhes apenas o Poder. Os militares calados e
o chefe do Estado Maior do Exército (Castello)
recomendando que a cadeia de comando deveria
ser mantida de qualquer maneira. A indisciplina
chegando e incentivada dentro dos Quartéis, não
pelos Militares de Ontem e sim pelos políticos de
esquerda; e as vivandeiras tentando colocar o
Exército na luta política.
Revoltas de Polícias Militares, revolta de sargentos
em Brasília, indisciplina na Marinha, comícios da
Central e do Automóvel Clube representavam a
desordem e o caos contra a LEI e a ORDEM.
Lacerda, Ademar de Barros, Magalhães Pinto e
outros governadores e políticos (todos
civis)incentivavam o povo à revolta. As marchas com
Deus, pela Família e pela Liberdade (promovidas por
mulheres) representavam a angústia do País. Todo
esse clima não foi produzido pelos MILITARES DE
ONTEM. Eles, contudo, sempre à escuta dos apelos
do povo, pois ELES são o povo em armas, para
garantir as Leis e a Ordem.
Minas desce. Liderança primeira de civil; a era
Magalhães Pinto. Era a contra-revolução que se
impunha para evitar que o Brasil soçobrasse ao
comunismo. O governador Miguel Arraes declarava
em Recife, nas vésperas de 31 de março: haverá
golpe, só não sabemos se deles ou nosso.
Não vamos ser hipócritas, a senhora, inteligente
como é, deve ter lido muitos livros que reportam a
luta política daquela época (exemplos: A Revolução
Impossível de Luis Mir - Combates nas Trevas de
Jacob Gorender - Camaradas de William Waack etc) sabe que a esquerda desejava implantar uma
ditadura de esquerda. Quem afirma é Jacob
Gorender. Diz ele no seu livro: "a luta armada
começou a ser tentada pela esquerda em 1965 e
desfechada em definitiva a partir de 1968".
Não há, em nenhuma parte do mundo, luta armada
em que se vão plantar rosas e é por essa razão que
GORENDER afirma: "se quiser compreendê-la na
perspectiva da sua história, A ESQUERDA deve
assumir a violência que praticou". Violência gera
violência e os políticos sempre jogam a
responsabilidade em manter a ordem aos militares.
Afinal eles levaram a desordem.
Castello, Costa e Silva, Médici, Geisel e João
Figueiredo com seus erros e virtudes desenvolveram
o País.
Não vamos perder tempo com isso. A senhora é
uma economista e sabe bem disso.
Veio a ANISTIA e João Figueiredo dando murro na
mesa e clamando que era para todos, pois Ulisses
Guimarães não desejando que Brizolla, Arraes e
outros pudessem tomar parte no novo processo
eleitoral, para não lhe disputarem as chances de
Poder. João bateu o pé e todos tiveram direito, pois
"lugar de Brasileiro é no Brasil", como dizia.
Não esquecer o terceiro choque sofrido pela a
esquerda: Queda do Muro de Berlim, que até hoje a
nossa esquerda não sabe desse fato histórico.
DIRETAS JÁ! Sarney, Collor com seu desastre,
Itamar, FHC, LULA e chegamos aos dias atuais.
Os Militares de Hoje, silentes, que não são
responsáveis pelas desgraças que vivemos agora,
mas sempre aguardando a voz do Povo.
Não houve no passado, nem há, nos dias de hoje,
nenhum militar metido em roubo, compra de voto,
CPI, dólar em cueca, mensalões ou mensalinhos.
Não há nenhum Delúbio, Zé Dirceu, José Genoíno, e
que tais. A corrupção e a desordem estão ficando
acima da lei e da ordem!
O que já se ouve, passamos a escutar, é o povo
dizendo: SÓ OS MILITARES PODERÃO SALVAR A
NAÇÃO.
Pois àquela época da "ditadura" era que se era feliz
e não se sabia... Certo, houve excessos contra os
civis. Então me diga: Como controlar o que o país
vivia naquela época? Com vários grupos, uns
querendo o comunismo, outro o socialismo, outro o
presidencialismo e a maioria a democracia. Será que
se chegaria a um concenso na conversa? Existiria
controle social para tal?
Mas os Militares de Hoje, como os de Ontem, não
querem ditadura, pois são formados democratas. E
irão garantir a Lei e a Ordem, sempre que preciso.
Os militares não irão às ruas sem o povo ao seu
lado. OS MILITARES DE HOJE SÃO OS MESMOS
QUE OS MILITARES DE ONTEM. A nossa desgraça
é que políticos de hoje (olhe os PICARETAS do
Lula!) - as exceções justificando a regra - são ainda
piores do que os de ontem. Estamos sem ética e
sem moral, estão esquecendo os bons princípios e
mais, os políticos são despudorados.
O Brasil vem sofrendo, não por conta dos
MILITARES, mas de ALGUNS POLÍTICOS - uma
corja de canalhas, que rasgam as leis e criam as
desordens, desrespeitam a todos e só pensam na
sobrevivência política, independente do preço a ser
pago pelo povo!
Como sei que a senhora é uma democrata, espero
que publique esta carta no local onde a senhora
escreve os seus artigos, que os leio atenta e
religiosamente, como se fossem uma Bíblia.
Perfeitos no campo econômico, mas não muitos
católicos ou evangélicos no campo político por uma
razão muito simples: quando parece que a senhora
tem o vírus de uma reacionária de esquerda.
Atenciosa e respeitosamente,
FRANCISCO BATISTA TORRES DE MELO

GENERAL DE DIVISÃO REFORMADO DO
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DIÁRIO OFICIAL DE ILHÉUS DO DIA 07-03-2017
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DIÁRIO OFICIAL DE ILHÉUS DO DIA 06-03-2017
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Aula de história

  • 1. O GENERAL DE DIVISÃO REFORMADO DO EXÉRCITO FRANCISCO BATISTA TORRES DE MELO RESPONDEU: À MIRIAM LEITÃO E NOS DEU UMA FORMIDÁVEL AULA DE HISTÓRIA DO BRASIL NO SECULO XX. A Verdade Sufocada... À Senhora Jornalista Miriam Leitão Li o seu artigo "ENQUANTO ISSO", com todo cuidado possível. Senti, em suas linhas, que a senhora procura mostrar que os MILITARES BRASILEIROS de HOJE, são bem diferentes dos MILITARES BRASILEIROS de ONTEM. Penso que esse é o ponto central de sua tese. Para criar credibilidade nas suas afirmativas, a senhora escreveu: "houve um tempo em que a interpretação dos militares brasileiros sobre LEI E ORDEM era rasgar as leis e ferir a ordem. Hoje em dia, eles demonstram com convicção terem aprendido o que não podem fazer". Permita-me discordar dessa afirmativa de vez que vejo nela uma injustiça, pois fiz parte dos MILITARES DE ONTEM e nunca vi os meus camaradas militares rasgarem leis e ferir a ordem. Nem ontem nem hoje. Vou demonstrar a minha tese.
  • 2. No Império, as LEIS E A ORDEM foram rasgadas no Pará, Ceará, Minas, Rio, São Paulo e Rio Grande do Sul pelas paixões políticas da época. AS LEIS E A ORDEM foram restabelecidas pelo Grande Pacificador do Império, um Militar de Ontem, o Duque de Caxias, que com sua ação manteve a Unidade Nacional. Não rasgamos as leis nem ferimos a ordem. Pelo contrário. Vem a queda do Império e a República. Pelo que sei, e a História registra, foram políticos que acabaram envolvendo os velhos Marechais Deodoro e Floriano nas lides políticas. A política dos governadores criando as oligarquias regionais, não foi obra dos Militares de Ontem, quando as leis e a ordem foram rasgadas e feridas pelos donos do Poder, razão maior das revoltas dos tenentes da década de 20, que sonhavam com um Brasil mais democrático e justo. Os Militares de Ontem ficaram ao lado da lei e da Ordem. Lembro à nobre jornalista que foram os civis políticos que fizeram a revolução de 30, apoiados, contudo, pelos tenentes revolucionários, menos Prestes, que abraçou o comunismo russo. Veio a época getuliana, que, aos poucos, foi afastando os tenentes das decisões políticas. A revolução Paulista não foi feita pelos Militares de Ontem e sim pelos políticos paulistas que não aceitavam a ditadura de Vargas.
  • 3. Não foram os Militares de Ontem que fizeram a revolução de 35 (senão alguns, levados por civis a se converterem para a ideologia vermelha, mas logo combatidos e derrotados pelos verdadeiros Militares de Ontem); nem fizeram a revolta de 38; nem deram o golpe de 37. Penso que a senhora, dentro de seu espírito de justiça, há de concordar comigo que foram as velhas raposas GETÚLIO - CHICO CAMPOS - OSWALDO ARANHA e os chefetes que estavam nos governos dos Estados, que aceitaram o golpe de 37. Não coloque a culpa nos Militares de Ontem. Veio a segunda guerra mundial. O Nazismo e o Fascismo tentam dominar o mundo. Assistimos ao primeiro choque da hipocrisia da esquerda. A senhora deve ter lido - pois àquela época não seria nascida -, sobre o acordo da Alemanha e a URSS para dividirem a pobre Polônia e os sindicatos comunistas do mundo ocidental fazendo greves contra os seus próprios países a favor da Alemanha por imposição da URSS e a mudança de posição quando a "Santa URSS" foi invadida por Hitler. O Brasil ficou em cima de muro até que nossos navios (35) foram afundados. Era a guerra, a FEB e seu término. Getúlio - o ditador - caiu e vieram as eleições. As Forças Armadas foram chamadas a intervir para evitar o pior. Foram os políticos que pressionaram os Militares de Ontem para manter a ordem.
  • 4. Não rasgamos as leis nem ferimos a ordem. Chamou-se o Presidente do Supremo Tribunal Federal para, como Presidente, governar a transição. Não se impôs MILITAR algum. O mundo dividiu-se em dois. O lado democrático, chamado pelos comunistas de imperialistas, e o lado comunista com as suas ditaduras cruéis e seus celebres julgamentos "democráticos". Prefiro o primeiro e tenho certeza de que a senhora, também. No lado ocidental não se tinham os GULAGs. O período Dutra (ESCOLHIDO PELOS CIVIS E ELEITO PELO VOTO DIRETO DO POVO) teve seus erros - NUNCA CONTRA A LEI E A ORDEM - e virtudes como toda obra humana. A colocação do Partido Comunista na ilegalidade foi uma obra do Congresso Nacional por inabilidade do próprio Carlos Prestes, que declarou ficar ao lado da URSS e não do Brasil em caso de guerra entre os dois países. Dutra vivia com o "livrinho" (a Constituição) na mão, pois os políticos, nas suas ambições, queriam intervenções em alguns Estados, inclusive em São Paulo. A senhora deve ter lido isso, pois há vasta literatura sobre a História daqueles idos. Novo período de Getúlio Vargas. Ele já não tinha mais o vigor dos anos trinta. Quem leu CHATÔ, SAMUEL WEINER (a senhora leu?) sente que os falsos amigos de Getúlio o levaram à desgraça, eles eram políticos. Os Militares de Ontem não se envolveram no caso, senão para investigar os crimes
  • 5. que vinham sendo cometidos sem apuração pela Polícia; nem rasgaram leis nem feriram a ordem. Eram os políticos que se degladiavam e procuravam nos colocar como fiéis da balança. O seu suicídio foi uma tragédia nacional, mas não foram os Militares de Ontem os responsáveis pela grande desgraça, sabe bem disso! A senhora permita-me ir resumindo para não ficar longo. Veio Juscelino e as Forças Armadas garantiram a posse, mesmo com pequenas divergências. Mais uma vez eram os políticos que queriam rasgar as leis e ferir a ordem e não os Militares de Ontem. Nessa época, há o segundo grande choque da esquerda. No XX Congresso do Partido Comunista da URSS (1956) Kruchov coloca a nu a desgraça do stalinismo na URSS. Os intelectuais esquerdistas ficam sem rumo. Juscelino chega ao fim e seu candidato perde para o senhor Jânio Quadros, a Esperança da vassoura, Desastre total. Não foram os Militares de Ontem que rasgaram a lei e feriram a ordem. Quem declarou vago o cargo de Presidente foi o Congresso Nacional. A Nação ficou ao Deus dará. Ameaça de guerra civil e os políticos tocando fogo no País e as Forças Armadas divididas pelas paixões políticas, disseminadas pelas "vivandeiras dos quartéis" como muito bem alcunhou Castello. Parlamentarismo, volta ao presidencialismo,
  • 6. aumento das paixões políticas, Prestes indo até Moscou afirmando que já estavam no governo, faltando-lhes apenas o Poder. Os militares calados e o chefe do Estado Maior do Exército (Castello) recomendando que a cadeia de comando deveria ser mantida de qualquer maneira. A indisciplina chegando e incentivada dentro dos Quartéis, não pelos Militares de Ontem e sim pelos políticos de esquerda; e as vivandeiras tentando colocar o Exército na luta política. Revoltas de Polícias Militares, revolta de sargentos em Brasília, indisciplina na Marinha, comícios da Central e do Automóvel Clube representavam a desordem e o caos contra a LEI e a ORDEM. Lacerda, Ademar de Barros, Magalhães Pinto e outros governadores e políticos (todos civis)incentivavam o povo à revolta. As marchas com Deus, pela Família e pela Liberdade (promovidas por mulheres) representavam a angústia do País. Todo esse clima não foi produzido pelos MILITARES DE ONTEM. Eles, contudo, sempre à escuta dos apelos do povo, pois ELES são o povo em armas, para garantir as Leis e a Ordem. Minas desce. Liderança primeira de civil; a era Magalhães Pinto. Era a contra-revolução que se impunha para evitar que o Brasil soçobrasse ao comunismo. O governador Miguel Arraes declarava em Recife, nas vésperas de 31 de março: haverá golpe, só não sabemos se deles ou nosso. Não vamos ser hipócritas, a senhora, inteligente como é, deve ter lido muitos livros que reportam a
  • 7. luta política daquela época (exemplos: A Revolução Impossível de Luis Mir - Combates nas Trevas de Jacob Gorender - Camaradas de William Waack etc) sabe que a esquerda desejava implantar uma ditadura de esquerda. Quem afirma é Jacob Gorender. Diz ele no seu livro: "a luta armada começou a ser tentada pela esquerda em 1965 e desfechada em definitiva a partir de 1968". Não há, em nenhuma parte do mundo, luta armada em que se vão plantar rosas e é por essa razão que GORENDER afirma: "se quiser compreendê-la na perspectiva da sua história, A ESQUERDA deve assumir a violência que praticou". Violência gera violência e os políticos sempre jogam a responsabilidade em manter a ordem aos militares. Afinal eles levaram a desordem. Castello, Costa e Silva, Médici, Geisel e João Figueiredo com seus erros e virtudes desenvolveram o País. Não vamos perder tempo com isso. A senhora é uma economista e sabe bem disso. Veio a ANISTIA e João Figueiredo dando murro na mesa e clamando que era para todos, pois Ulisses Guimarães não desejando que Brizolla, Arraes e outros pudessem tomar parte no novo processo eleitoral, para não lhe disputarem as chances de Poder. João bateu o pé e todos tiveram direito, pois "lugar de Brasileiro é no Brasil", como dizia. Não esquecer o terceiro choque sofrido pela a esquerda: Queda do Muro de Berlim, que até hoje a nossa esquerda não sabe desse fato histórico.
  • 8. DIRETAS JÁ! Sarney, Collor com seu desastre, Itamar, FHC, LULA e chegamos aos dias atuais. Os Militares de Hoje, silentes, que não são responsáveis pelas desgraças que vivemos agora, mas sempre aguardando a voz do Povo. Não houve no passado, nem há, nos dias de hoje, nenhum militar metido em roubo, compra de voto, CPI, dólar em cueca, mensalões ou mensalinhos. Não há nenhum Delúbio, Zé Dirceu, José Genoíno, e que tais. A corrupção e a desordem estão ficando acima da lei e da ordem! O que já se ouve, passamos a escutar, é o povo dizendo: SÓ OS MILITARES PODERÃO SALVAR A NAÇÃO. Pois àquela época da "ditadura" era que se era feliz e não se sabia... Certo, houve excessos contra os civis. Então me diga: Como controlar o que o país vivia naquela época? Com vários grupos, uns querendo o comunismo, outro o socialismo, outro o presidencialismo e a maioria a democracia. Será que se chegaria a um concenso na conversa? Existiria controle social para tal? Mas os Militares de Hoje, como os de Ontem, não querem ditadura, pois são formados democratas. E irão garantir a Lei e a Ordem, sempre que preciso. Os militares não irão às ruas sem o povo ao seu lado. OS MILITARES DE HOJE SÃO OS MESMOS QUE OS MILITARES DE ONTEM. A nossa desgraça é que políticos de hoje (olhe os PICARETAS do Lula!) - as exceções justificando a regra - são ainda piores do que os de ontem. Estamos sem ética e sem moral, estão esquecendo os bons princípios e
  • 9. mais, os políticos são despudorados. O Brasil vem sofrendo, não por conta dos MILITARES, mas de ALGUNS POLÍTICOS - uma corja de canalhas, que rasgam as leis e criam as desordens, desrespeitam a todos e só pensam na sobrevivência política, independente do preço a ser pago pelo povo! Como sei que a senhora é uma democrata, espero que publique esta carta no local onde a senhora escreve os seus artigos, que os leio atenta e religiosamente, como se fossem uma Bíblia. Perfeitos no campo econômico, mas não muitos católicos ou evangélicos no campo político por uma razão muito simples: quando parece que a senhora tem o vírus de uma reacionária de esquerda. Atenciosa e respeitosamente, FRANCISCO BATISTA TORRES DE MELO GENERAL DE DIVISÃO REFORMADO DO EXÉRCITO