2. A questão do território no Brasil
Manuel Correia de Andrade - 1992
• Apresenta a rápida globalização do território
brasileiro e ao mesmo tempo considera os
possíveis impactos socioespaciais resultantes.
• Permite compreender melhor o vasto sistema
de relações que se estabelecem entre as
Empresas, o Estado, as ONGs e a Natureza.
3. • Ele analisa o momento territorial brasileiro
como um conjunto composto de estruturas
superpostas de diferentes escalas como:
1. a nacional, limitada ao Território de um
Estado nacional;
2. a internacional (em escala quase mundial)
comandada por organizações que
representam Estados, como o caso da ONU;
3. a transnacional representada pelas ONGs.
4. • Faz uma análise posterior como:
A. do espaço das cidades (para melhor se
compreender a problemática urbana de hoje);
B. da produção de alimentos;
C. da questão fundiária e a reforma agrária;
D. da questão cultural e da tradição (num
momento em que os valores neoliberais
desprezam a cultura local e nacional, impondo
através dos meios de comunicação uma cultura
estranha ao nosso território);
E. do separatismo no Brasil (imigrantes
estrangeiros desejem criar dificuldades para a
migração interna).
5. A questão do território
• Ciências Naturais – área de influência e predomínio de
uma espécie animal que exerce o domínio dela
(principalmente no centro, perdendo força na periferia,
em que sofre domínio de outras espécies)
• Ciências Sociais – Influência do papel do Estado no
controle de seu território (Ratzel) e/ou as relações
entre classes sociais e espaço ocupado e dominado
(Élisée Reclus).
• Território intrínseco à ideia de Poder
6. Colonização
• Expropriação da população nativa e a
devastação da floresta iniciaram-se no século
XVI, com o povoamento e a colonização.
• Início – interesse dos europeus pelo pau-
brasil, e estabeleceram contato com os
indígenas do litoral.
7. • Algumas décadas - Portugal, que tinha o direito à terra,
iniciou o povoamento, fazendo com que grandes áreas
fossem desmatadas a fim de que os colonos
desenvolvessem a agricultura, sobretudo da cana-de-
açúcar.
• Para cultivá-la e produzir açúcar necessitavam apressar
indígenas e reduzi-los à escravidão, importar escravos
negros da África, trazer da Europa animais de tração e
destruir a floresta, de vez que necessitavam de
madeira para as construções e para fabricação de
caixas de açúcar e de móveis para o próprio uso.
8. No séc XVI foram trazidos:
• Da Europa animais domésticos como bovinos,
caprinos, suínos e eqüinos.
• Da áfrica, sorgo, inhame, cará
• Da Ásia, banana, mangueira, jaqueira, arroz
• Da Oceania, fruta pão e coqueiro
O que promoveu a sobrevivência nas regiões
de engenho (monocultura canavieira)
9. • Penetração realizada pela navegação fluvial,
dificilmente mas mais acessíveis, e ao se adentrar
logo fundavam povoados e se dedicavam à
pecuária, à produção de mantimentos engenhos
cuja produção era levada até os portos.
• No sudeste do Brasil e na Bahia, essas
penetrações foram mais avançadas no final do
século XVI.
10. • Bahia - terras para desenvolver a pecuária e
reduzir os indígenas, que ameaçavam vilas e
fazendas próximas ao litoral.
• Sudeste - metais preciosos, de pedras, e de
índios.
• As bandeiras tiveram duas conseqüências: a
expansão territorial e o despovoamento do
interior.
11. • Capitania mais pobre de SP proporcionou uma
interiorização maior
• O avanço paulista descobriu minas de ouro e
de pedras preciosas em MG, GO e MT, e nos
espaços entre essas vilas, lavouras de auto
consumo se formaram.
12. • Sul do Brasil – Inexpressivo povoamento povoamento
litorâneo
• Desenvolvimento de um Estado teocrático indígena,
organizado pelos jesuítas, com a formação de aglomerados
(as missões) e onde se desenvolveram com pecuária e
agricultura de auto consumo.
• Bandeirantes destruíram as missões, escravizaram os
nativos e roubaram os gados, possibilitando o surgimento
de uma população não-nativa na região que fornecia
animais de corte e de trabalho aos paulistas e mineiros
(Papel fundamental de Sorocaba).
13. • O Brasil, desde o período colonial possui um
grande espaço, e durante séculos não o
transformou em território, como dizia Gilberto
Freire:
“Apesar da continuidade territorial do Brasil, ele
funcionava mais como um arquipélago do que
como um continente”
• Só no Estado Novo (Getúlio Vargas) é criada a
Fundação Brasil Central e prega a “Marcha para o
Oeste” – promovendo uma política de Integração.
14. • Na região sul houve diversos processo de
colonização com diferentes nações:
– no século XVIII por açorianos no litoral;
– no interior no século XIX e XX por alemães e
italianos;
– até a introdução de russos, polacos, ucranianos,
letos, lituanos e a formação de colônias
multinacionais, como a de Ijuí-RS.
15.
16.
17. Getúlio Vargas (1930)
• Criação de projetos de colonização agrícola,
para dinamizar economicamente as áreas de
fronteiras, no chamado mato Grosso e criou 5
territórios federais.
• Três são estados hoje – Amapá, Roraima e
Rondônia – e dois foram extintos – Ponta-Porã
e Iguaçu
18.
19. Juscelino Kubitscheck (1956)
• Criação de Brasília (JK) – ligando ela aos mais
diversos pontos, por estrada e transferência
de população para o Centro-Oeste
• A construção de Brasília promoveu uma
grande migração para o estado de Goiás, onde
somente havia extensas áreas de criação e
terras devolutas
20. Ditadura Militar (1964)
• Política continuada pelos governos militares promovendo
abertura de estradas nas áreas mais isoladas para implantar
núcleos coloniais (sem o respeito com as populações
nativas)
• Abertura para o capital estrangeiro e o emprego de grandes
capitais nos setores de construção de rodovias e de
mineração
• Populações foram retiradas para o desenvolvimento
“passar”
• Ligaram a região Centro-Sul ao Norte
21. SUDECO
Superintendência de Desenvolvimento
do Centro-Oeste
• Criada em 1967 com o intuito de gerar mais
“desenvolvimento” para a região
• Substituiu a Fundação Brasil Central
• Extinta em 1990 e retorna em 2011.
24. • Assim, isso mostra que a produção do território, e
a sua integração política a um país, depende da
ideologia política dominante, do momento
histórico vivido e das disponibilidades de capital e
de tecnologia.
• Não podendo se esquecer de que esta
transformação nem sempre é comandada pelo
país que detém a soberania do espaço em
transformação, havendo grande interferência
internacional.
25. Problema do separatismo
• Utilização do discurso de modernidade e em
modernização, que acabam sendo formas
arcaicas de organização social e de controle de
poder
• Assim, retornam ao liberalismo, utilizando o
neoliberalismo a fim de concentrar o poder e
controle da sociedade em mãos de grupos
econômicos.