2. Geografia Política
• Precursor: Friedrich Ratzel, que lançou as bases
científicas e sistematizadoras dessa ciência com a
publicação, em 1897, da obra Geografia Política.
• Para Ratzel, a força do Estado estava intimamente
ligada ao espaço, à sua posição e ao sentido (ou
espírito) do povo.
• Essas ideias, entendidas de maneira simplista e
distorcida, ficariam conhecidas como
"determinismo geográfico".
3. Determinismo Geográfico
• É a concepção segundo a qual o meio ambiente define ou
influencia fortemente a fisiologia e a psicologia humana, de
modo que seria possível explicar a história dos povos em
função das relações de causa e efeito que se
estabeleceriam na interação natureza/homem.
• Como esse tipo de pensamento já existe desde a
Antiguidade Clássica, o mais correto é designá-lo pela
expressão determinismo ambiental, posto que a geografia
só se constituiu como ciência no século XIX.
• Essas idéias seriam, mais tarde, aproveitadas pelos
cientistas da Alemanha Nazista .
4.
5. Geografia Política
• Ratzel, influenciado por experiências pessoais de
Darwin, refletia sobre a necessidade do "espaço vital",
já que o Estado, considerado como um organismo vivo,
estava submetido às mesmas leis da sobrevivência e da
evolução.
• Ratzel aplicou essas ideias à espécie e sua vida em
sociedade.
• Os seres humanos, raças/etnias mais aptos venceriam
e dominariam os povos considerados inferiores.
6. • o Estado seria a sociedade organizada para
construir, defender ou expandir o seu território.
• Também considerava que essa era uma forma de
organização que aconteceria de forma natural em
qualquer sociedade avançada.
• A partir dessa concepção, elaborou o conceito de
espaço vital, que seria as condições espaciais e
naturais para a manutenção ou consolidação do
poder do Estado sobre o seu território.
7. Espaço Vital
• Seriam as condições naturais disponíveis para o
fortalecimento de uma dada sociedade ou povo.
• Tal noção foi fundamental diante do contexto histórico da
Alemanha, que havia acabado de passar pelo seu processo
de reunificação e necessitava de uma base para justificar e
se afirmar enquanto Estado, com capacidade de
crescimento, expansão e dominação.
• Apesar de ser considerado o “pai da Geopolítica”, Ratzel
jamais utilizou essa expressão, que foi elaborada por um de
seus discípulos, o pensador sueco Rudolf Kjellen.
8.
9. Geopolítica
• O termo Geopolítica foi usado, a primeira vez, pelo
geógrafo sueco Rudolph Kjéllen, em 1905, num artigo
denominado "As grandes potências".
• Em 1916, ele reafirmaria as bases da Geopolítica em
seu livro O Estado como forma de vida, no qual sua
preocupação fundamental é a de estudar o Estado
enquanto organismo geográfico.
• Como suas teses eram inspiradas nas ideias de Ratzel,
Kjéllen se preocupou em estabelecer as diferenças
entre as duas formas de conhecimento.
10. • Estariam baseadas, principalmente, na forma de
abordagem.
• A Geografia Política deveria ser compreendida como
um conjunto sistemático de estudos restritos às
relações entre o território (relações de poder) e o
Estado (posição, situação, características das fronteiras,
etc.).
• A Geopolítica caberia a formulação de teorias e
estratégias políticas voltadas à obtenção de poder,
soberania de um Estado sobre outro.
11. • O Estado é apenas um distribuidor de direito, isto
é, um protetor que garante o uso apropriado dos
direitos individuais.
• O Estado passa a ser uma espécie de supervisor
com a função específica de “fazer justiça”;
• Tal fato conduz a um alto prestígio do Judiciário e
transforma-o numa espécie de superpoder, como
ocorre em alguns regimes democráticos.
12. Reconhecendo que essa limitação das atividades
do Estado constitui uma verdadeira deformação,
Kjellen passou ao exame das oito grandes
potências (Inglaterra, França, Alemanha, Austro-
Hungria, Rússia, Itália, Japão e EUA) a fim de que
pudesse verificar como se processa, na prática, a
vida estatal.
De sua análise tirou as seguintes conclusões:
13. 1) Vive-se como se o Estado não existisse e até,
as coisas só se complicam quando o Poder
Público entra em ação (Imaginário Popular).
Todavia, quando a ordem social é
perturbada, o Poder Público aparece para
forçar o restabelecimento da ordem
preestabelecida e, desta forma, proteger e
garantir o cidadão;
14. 2) O Estado também atua sobre o indivíduo pelo
imposto, pelo serviço militar obrigatório e de
várias outras maneiras;
15. 3) O Estado é, cada vez mais, um realizador de
obras públicas (estradas, portos, usinas etc), de
educação, de serviços públicos (correios,
transporte, água, luz) etc.
• Conclusão:
O Estado além de suas atividades jurídicas,
também exerce atividades econômicas e sociais.
16. • Kjellen - Estado como “ser vivo tão real quanto os
indivíduos orgânicos, apenas enormemente maior e
mais poderoso em desenvolvimento.
• Estados existem em sociedade, mantendo-se em boas
relações ou se hostilizando, isto é, guerreiam-se,
odeiam-se ou mantêm relações amistosas, auxiliam-se
ou se destroem.
• Cada pessoa (Estado) se apresenta com
individualidade, com seu caráter especial, seus
sentimentos, seus interesses, objetivos e ações.
17. • Kjellen, levando em consideração cinco
elementos formadores do Estado – Território,
Povo, Economia, Sociedade e Governo – dividiu a
Política em cinco ramos diferentes que “são como
os dedos da mão que trabalha na paz e luta na
guerra”
(O dedo polegar corresponde à Geopolítica, fica
separado dos demais, que se referem aos ramos
da Política correspondente ao homem):
18. 5 Ramos do Estado
1º) Geopolítica – que tem por objetivo de investigação do território como
organização política.
2º) Demopolítica – que estuda o povo e as raças, não como faria a etnografia,
mas nas suas relações políticas como nação.
3º) Ecopolítica – que tem como propósito o estudo da atividade econômica,
ou seja, “a vida da nação em trabalho”.
4º) Sociopolítica – que tem por finalidade o estudo da sociedade dentro da
nação.
5º) Cratopolítica – para tratar das questões de governo e de administração,
isto é, das questões relativas ao regime político e às manifestações de
soberania.
19. É importante observar que, enquanto o termo
geopolítica passava a ser mundialmente conhecido, os
demais caíam no esquecimento.
A Geopolítica foi, por sua vez, subdividida nas
seguintes partes:
• Topolítica – política oriunda da situação geográfica;
• Morfopolítica – política do território, isto é, do espaço
ocupado pelo país;
• Fisiopolítica – política do domínio, isto é, daquilo que o
território encerra em riquezas naturais exploráveis.
20. Geopolítica como ciência aplicada
• O almirante norte-americano Alfred Mahan jamais
usou em seus escritos o termo "geopolítica",
entretanto, utilizou em sua obra mais conhecida, A
influência do poder marinho sobre a história, em 1890.
• Compreensão de que a chave para a hegemonia
mundial estaria no controle das rotas marinhas.
• Inspirado nas teses de Ratzel, Mahan acreditava que o
fortalecimento dos EUA se daria pelas rotas marinhas;
21. • EUA (Séc XX) - Construção do Canal do Panamá.
• Rudolf Kjellén (novamente) desdobra da proposta de Ratzel
para formular a Geopolítica.
• Se apresenta como uma corrente dedicada ao estudo da
dominação dos territórios.
• Tratando da relação entre Estado e Espaço geográfico,
muitas vezes desenvolvendo teorias que legitimavam o
imperialismo.
22. • Nesta mesma linha, destacam-se dois autores,
Mackinder e Karl Haushofen.
• Mackinder se aprofundou em teorias sobre os
domínios das rotas marítimas e das áreas de
influência de um país.
• Haushofen deu à Geopolítica um sentido bélico,
uma visão própria de militares.
23. • Ideias de Haushofer influenciaram Hitler - e ele
pode ser considerado o inspirador do pacto de
não agressão russo-alemão, assinado em 1939.
• Dois anos mais tarde, Hitler decidiu romper com
seu conselheiro geopolítico e, por conseguinte,
invadiu a União Soviética.
• Depois da guerra, Haushofer tira a própria vida
24. Geopolítica Francesa
• Paul Vidal de La Blache, precursor da Escola
Francesa, formulador do possibilismo geográfico
e da Geografia Humana, partindo do pressuposto
da existência da possibilidade do homem intervir
no meio.
• O ser humano passa a ser ativo, com a utilização
dos “gêneros de vida”.
• Defesa do colonialismo francês e contra o
expansionismo alemão.
25. Novas abordagens
• Depois do nazismo a Geopolítica passou a ser conhecida
como "ciência maldita".
• Até praticamente meados da década de 1970, ela viveu
uma espécie de ostracismo teórico (confinada aos setores
militares). Posteriormente, suas teses passaram a ser
renovadas.
• Seu ressurgimento ocorreu em 1976, pelo geógrafo francês
Yves Lacoste, que lançou o livro A Geografia - isso serve, em
primeiro lugar, para fazer a guerra.
• A Geopolítica não aparece mais como uma ciência a serviço
do Estado, e sim, como uma proposta de realizar uma
geografia crítica e comprometida com a questão social.
26. “A Geopolítica é um saber estratégico a serviço dos Estados, mas
também é ferramenta para a compreensão mais profunda e
refinada das relações entre a política e a Geografia.
A investigação geopolítica do espaço geográfico descortina formas
inusitadas de enxergar o mundo.”
(Demétrio Magnoli)
A palavra Geopolítica tornou-se moda! Hoje ela é usada para se
referir a qualquer discussão política e econômica a nível
internacional.
E algumas escolas chegaram a incluí-la nos seus currículos para
discutir os temas da “atualidade.”
27. Críticas das novas abordagens
• A partir de então, a Geopolítica passaria a se preocupar
com questões relativas ao poder em geral e às suas mais
variadas formas de manifestação.
• Deixando de se preocupar apenas com o poder estatal em
sua escala nacional, essas ciências passaram a multiplicar
suas análises, ocupando-se de várias escalas do território
(regional, local, no bairro, etc.), analisando o poder
exercido e/ou apropriado pelos mais diversos agentes:
(multinacionais, shopping centers, associações de bairro,
sindicatos, traficantes ou milícias nos morros e favelas das
grandes cidades, grupos terroristas, etc.).
28. • Analisa o poder territorializado nas mais
diversas escalas e práticas sociais do
cotidiano, como:
a) controle;
b) domínio;
c) luta;
d) resistência.
29. • José Wiilian Vesentini e Wanderley Messias da
Costa criticam o uso da Geopolítica.
– Passado maléfico
– Geografia Política como geradora da
nomenclatura é esquecida