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Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa




                           Fundamentos da Geologia
 


	       A ciência geológica é fundamentada em dez princípios simples, que veremos a seguir, ini-
ciando por aquele que lhe dá o embasamento como ciência, que é o conceito de formação geológica.

                                     Formação Geológica
	        Formação é um corpo rochoso mapeável que se forma na superfície da Terra, resultante da
gravidade do próprio planeta.
	        Também se pode dizer: formação é um registro-testemunho rochoso histórico-geológico ma-
peável, formado na crosta terrestre, resultante de um movimento no interior do globo.
	        A Terra é um corpo celestial comum, precisamente um planeta, como os demais do sistema
solar: esférico, com energia própria e por isso com movimentos próprios, tanto internos como exter-
nos. Essa energia é produto da gravidade da sua massa.
	        Ultrapassada a fase de total fluidez do planeta (quando os movimentos não foram registra-
dos), isto é, depois de formada a litosfera ou crosta, cada movimento havido no interior do globo
provocou um reflexo na litosfera, o qual ficou registrado nela mesma. (v. “História Geológica”)
	        As partes negativas da litosfera (provocadas pelo movimento convectivo do magma do man-
to!) deram origem às bacias, onde se acumularam no passado e se acumulam no presente, água e
detritos vindos das áreas positivas chamadas por isso de áreas-fonte de clásticos ou sedimentos.
Este conceito diz que, em uma bacia estrutura-se uma e somente uma formação geológica, a qual é
depositada em tempo contínuo. Duas formações geológicas no mesmo lugar geográfico implicam
duas bacias, depositadas em tempos diferentes, necessariamente discordantes entre si.
	        Forma e dimensões das formações informam sobre estes mesmos parâmetros das bacias de
sedimentação, e são verificadas nos mapeamentos.


                                     Leis da Sedimentação
	        Essas leis foram observadas por Nicolau Steno em experimentações sobre a ocorrência de
fósseis realizadas por ele em 1669. Steno não as enunciou na maneira que está sendo aqui reprodu-
zida desde que ele, naquele tempo não sabia o que era uma formação geológica. Seu estudo foi feito
em escala de laboratório, mas a conclusão é geologicamente exata. A lei é observada em qualquer
escala e nas coisas mais triviais. É a lei da ordem natural das coisas. Em Geologia fala-se nas Leis da
Sedimentação.

	      São duas as leis da sedimentação que orientam o estudo dos fenômenos geológicos e que
podem ser resumidas em uma frase:


                                                   170
Fundamentos da Geologia

        •	 Primeira Lei:

      	 Inicialmente, nas bacias de sedimentação, as formações geológicas se organizam
      em posição horizontal.

        •	 Segunda Lei:

      	 A camada de cima é sempre a mais nova.

	       O sentido do verbete lei em Geologia tem implicações mais profundas que as leis humanas.
As leis geológicas governam a natureza e a própria humanidade, sendo por isso imodificáveis. As
leis humanas do Direito, por exemplo podem ser modificadas segundo acordos entre os humanos; as
da natureza não.
	       As leis da sedimentação se verificam em uma bacia, mas são leis gerais da natureza que
governam, de fato, todos os fenômenos na superfície da Terra e lhes empresta o sentido cronológico,
temporal ou histórico dos acontecimentos. É uma dependência da gravidade do planeta.


                                   Lei da Sucessão Faunal
	        Foi enunciada por William Smith, em 1815, e nada mais é do que a mesma lei da sedimen-
tação de camadas anteriormente enunciada por Steno no século XVII, agora aplicada ao estudo dos
fósseis: em uma bacia onde ocorram fósseis, os mais novos ou mais jovens, estarão sempre su-
perpostos aos mais velhos ou mais antigos.
	        A lei não é completamente verdadeira e por isso não é geológica. Existem rochas não fos-
silíferas e rochas onde os fósseis estão misturados, aparecendo fósseis mais velhos acima dos mais
novos, como acontece na Bacia do Recôncavo.
	        Quando o estudo da Geologia era fragmentado, havia a dicotomia onde, uns estudavam fós-
seis e outros procuravam minerais, daí aparecendo duas leis, versando sobre o mesmo assunto, com
nomes diferentes.
	        A sensação de tempo dada pelo estudo da Paleontologia é baseada nesta lei de onde derivou
o que se chama entre os paleontólogos de zona diferencial superior. Ao ser encontrado um animal
fossilizado que tenha características mais jovens ou mais antigas que outro, a nova camada será
rotulada como mais nova ou mais velha que a outra, raciocínio correto e válido. O erro consiste em
atribuir-se cronologia e imaginar-se número de anos às camadas portadoras dos fósseis, e mais grave
ainda é aplicar-se o critério onde ele não pode ser aplicado como nas bacias onde ocorram as redepo-
sições ou refossilizações, caso especial da Bacia do Recôncavo.

                                         Nível de Base
	        A idéia geral foi proposta por J.W.Powell, em 18756, nos EUA, resultado de seus estudos de
vales e rios, sendo por isso uma idéia relativamente complicada. A complicação deve-se à escala em
que foi feito o trabalho que resultou níveis de base temporários, locais e finais.
	        A Geologia global (escalas diminutas ou escalas geológicas) mostra que níveis de base tem-
porários e locais não existem. Nível de Base existe um só, aquele acima do qual a erosão destrói e
abaixo do qual a sedimentação reconstrói. São as linhas da praia das bacias de sedimentação atuais.



                                              171
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa


                                Ambientes de Sedimentação
	        Em Geologia existem apenas dois ambientes de sedimentação: marinho e continental.
	        O ambiente continental foi mais importante no passado, quando eram maiores as dimensões
continentais, dando lugar a importantes concentrações de sedimentos. A fragmentação continental
reduziu essas possibilidades, fazendo dos oceanos os principais ambientes de sedimentação da atua-
lidade, e os atuais continentes as áreas fornecedoras de clásticos.
	        A caracterização do ambiente é feita pelo embasamento da bacia. Ambientes continentais
tem o embasamento estável das rochas continentais: granitos, a rocha primária mais antiga do globo,
e rochas clásticas derivadas do mesmo. Embasamento das bacias marinhas são os basaltos oceânicos,
rocha nova, resultado do resfriamento do magma vindo do interior do globo através dos “rifts”. O
primeiro ambiente tem primordialmente águas doces, e o outro, águas salgadas, característica que
lhes conferem ecossistemas diferentes e peculiares.

                                          Uniformismo
	      Idéia concebida originalmente, em 1788, por James Hutton7 (1726 – 1797), em seu trabalho
Theory of the Earth, recolocada por Charles Liell, em 1795, em definitivo:

                                 O presente é a chave do passado.

	        Com isso ele afirmou que todos os fenômenos que se passam atualmente na crosta terrestre,
sempre atuaram da mesma maneira no passado, ou seja, estudando os processos atuais da natureza,
podemos compreender o passado geológico quando os mesmos fenômenos aconteceram da mesma
maneira. A Terra sempre girou no sentido oeste/leste; seu eixo de rotação sempre esteve inclinado
sobre a eclíptica; os rios sempre correm da parte mais alta para a parte mais baixa da topografia,
destruindo qualquer coisa que esteja em seu caminho e transportando os detritos para determinada
bacia. Os detritos assim depositados obedecem as leis da sedimentação; as reações químicas sempre
se realizaram da mesma maneira que o fazem hoje, ou seja, segundo as mesmas leis atualmente co-
nhecidas; as rochas matrizes se formam e se formaram pelo resfriamento de um magma; as correntes
oceânicas dependem do movimento de rotação do globo hoje, e no passado se comportavam da mes-
ma maneira; o ano terrestre sempre foi intertropical, etc.

                                             Litologia
	        A origem da palavra indica que é o estudo completo da rocha. Inclui o seu nome, origem,
posição estratigráfica, composição mineral, sua idade geológica (2a Lei da Sedimentação), textura,
estrutura, distribuição geográfica, espessura e especialmente seu valor econômico e a melhor manei-
ra de explorá-la.
	        A literatura geológica atual distorceu o conceito do termo descrevendo-o tão somente como
se fosse sua textura8.

                                           Correlação
	       Ligação lateral que é feita entre litologias iguais. São feitas dentro dos continentes e entre
continentes e dependem de mapeamentos estratigráficos. Tem importância histórica e econômica e
dependem de perfeito conhecimento estratigráfico, isto é, da seqüência vertical das rochas formado-

                                                  172
Fundamentos da Geologia

ras da crosta terrestre.
                                        Metamorfismo
	       Metamorfismo é uma transformação sofrida por uma rocha preexistente devido a esforços
tectônicos que ocorreram após a deposição. É uma estruturação secundária. Não existem rochas nem
minerais, oriundas de metamorfismo como pensam os petrógrafos. São especulações teóricas de
estudos petrográficos feitos em escala ampliada que distorceram conceitos geológicos. Minérios e
minerais preexistentes são a matéria prima das formações geológicas. O metamorfismo é fenômeno
posterior e nada tem com origem ou gênese das rochas e minerais.

                                             Escalas
	       As escalas são a maneira que o engenho humano descobriu e adotou para poder trazer, atra-
vés de instrumentação adequada, tanto o muito pequeno como o muito grande para a faixa da obser-
vação humana. Assim, para efeitos didáticos podemos distinguir três faixas de escalas:
         •	 Escalas ampliadas.
         •	 Escalas reduzidas e
         •	 Escalas intermediárias, ou poderá ser chamada de Escala Humana.

	        No esquema abaixo a idéia fica mais clara. Os limites das escalas não são nítidos, mas devem
ser respeitados. O estudo feito em uma escala, só permite conclusões para a mesma escala. Exem-
plos: estudo de lâminas delgadas não permite conclusões sobre metamorfismo regional. Estudos
feitos com imagens de radar em 1/250.000 não são adequados para realizar ou avaliar o sistema de
iluminação de uma cidade ou fazer um censo sobre habitações na mesma.
	        Em suma, não é possível fazer conclusões corretas em escalas diferentes.


                                              Escalas

             Ampliar p/ escala humana                       Reduzir p/ escala humana
                         1                   1/20.000              1/100.000

Objetivos pequenos                                                    Objetivos grandes
           Escalas de laboratório    Escala humana        Escalas geológicas
                              Percebidas pelo olho humano




                                              173

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Fundamentosda geologia

  • 1. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa Fundamentos da Geologia   A ciência geológica é fundamentada em dez princípios simples, que veremos a seguir, ini- ciando por aquele que lhe dá o embasamento como ciência, que é o conceito de formação geológica. Formação Geológica Formação é um corpo rochoso mapeável que se forma na superfície da Terra, resultante da gravidade do próprio planeta. Também se pode dizer: formação é um registro-testemunho rochoso histórico-geológico ma- peável, formado na crosta terrestre, resultante de um movimento no interior do globo. A Terra é um corpo celestial comum, precisamente um planeta, como os demais do sistema solar: esférico, com energia própria e por isso com movimentos próprios, tanto internos como exter- nos. Essa energia é produto da gravidade da sua massa. Ultrapassada a fase de total fluidez do planeta (quando os movimentos não foram registra- dos), isto é, depois de formada a litosfera ou crosta, cada movimento havido no interior do globo provocou um reflexo na litosfera, o qual ficou registrado nela mesma. (v. “História Geológica”) As partes negativas da litosfera (provocadas pelo movimento convectivo do magma do man- to!) deram origem às bacias, onde se acumularam no passado e se acumulam no presente, água e detritos vindos das áreas positivas chamadas por isso de áreas-fonte de clásticos ou sedimentos. Este conceito diz que, em uma bacia estrutura-se uma e somente uma formação geológica, a qual é depositada em tempo contínuo. Duas formações geológicas no mesmo lugar geográfico implicam duas bacias, depositadas em tempos diferentes, necessariamente discordantes entre si. Forma e dimensões das formações informam sobre estes mesmos parâmetros das bacias de sedimentação, e são verificadas nos mapeamentos. Leis da Sedimentação Essas leis foram observadas por Nicolau Steno em experimentações sobre a ocorrência de fósseis realizadas por ele em 1669. Steno não as enunciou na maneira que está sendo aqui reprodu- zida desde que ele, naquele tempo não sabia o que era uma formação geológica. Seu estudo foi feito em escala de laboratório, mas a conclusão é geologicamente exata. A lei é observada em qualquer escala e nas coisas mais triviais. É a lei da ordem natural das coisas. Em Geologia fala-se nas Leis da Sedimentação. São duas as leis da sedimentação que orientam o estudo dos fenômenos geológicos e que podem ser resumidas em uma frase: 170
  • 2. Fundamentos da Geologia • Primeira Lei: Inicialmente, nas bacias de sedimentação, as formações geológicas se organizam em posição horizontal. • Segunda Lei: A camada de cima é sempre a mais nova. O sentido do verbete lei em Geologia tem implicações mais profundas que as leis humanas. As leis geológicas governam a natureza e a própria humanidade, sendo por isso imodificáveis. As leis humanas do Direito, por exemplo podem ser modificadas segundo acordos entre os humanos; as da natureza não. As leis da sedimentação se verificam em uma bacia, mas são leis gerais da natureza que governam, de fato, todos os fenômenos na superfície da Terra e lhes empresta o sentido cronológico, temporal ou histórico dos acontecimentos. É uma dependência da gravidade do planeta. Lei da Sucessão Faunal Foi enunciada por William Smith, em 1815, e nada mais é do que a mesma lei da sedimen- tação de camadas anteriormente enunciada por Steno no século XVII, agora aplicada ao estudo dos fósseis: em uma bacia onde ocorram fósseis, os mais novos ou mais jovens, estarão sempre su- perpostos aos mais velhos ou mais antigos. A lei não é completamente verdadeira e por isso não é geológica. Existem rochas não fos- silíferas e rochas onde os fósseis estão misturados, aparecendo fósseis mais velhos acima dos mais novos, como acontece na Bacia do Recôncavo. Quando o estudo da Geologia era fragmentado, havia a dicotomia onde, uns estudavam fós- seis e outros procuravam minerais, daí aparecendo duas leis, versando sobre o mesmo assunto, com nomes diferentes. A sensação de tempo dada pelo estudo da Paleontologia é baseada nesta lei de onde derivou o que se chama entre os paleontólogos de zona diferencial superior. Ao ser encontrado um animal fossilizado que tenha características mais jovens ou mais antigas que outro, a nova camada será rotulada como mais nova ou mais velha que a outra, raciocínio correto e válido. O erro consiste em atribuir-se cronologia e imaginar-se número de anos às camadas portadoras dos fósseis, e mais grave ainda é aplicar-se o critério onde ele não pode ser aplicado como nas bacias onde ocorram as redepo- sições ou refossilizações, caso especial da Bacia do Recôncavo. Nível de Base A idéia geral foi proposta por J.W.Powell, em 18756, nos EUA, resultado de seus estudos de vales e rios, sendo por isso uma idéia relativamente complicada. A complicação deve-se à escala em que foi feito o trabalho que resultou níveis de base temporários, locais e finais. A Geologia global (escalas diminutas ou escalas geológicas) mostra que níveis de base tem- porários e locais não existem. Nível de Base existe um só, aquele acima do qual a erosão destrói e abaixo do qual a sedimentação reconstrói. São as linhas da praia das bacias de sedimentação atuais. 171
  • 3. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa Ambientes de Sedimentação Em Geologia existem apenas dois ambientes de sedimentação: marinho e continental. O ambiente continental foi mais importante no passado, quando eram maiores as dimensões continentais, dando lugar a importantes concentrações de sedimentos. A fragmentação continental reduziu essas possibilidades, fazendo dos oceanos os principais ambientes de sedimentação da atua- lidade, e os atuais continentes as áreas fornecedoras de clásticos. A caracterização do ambiente é feita pelo embasamento da bacia. Ambientes continentais tem o embasamento estável das rochas continentais: granitos, a rocha primária mais antiga do globo, e rochas clásticas derivadas do mesmo. Embasamento das bacias marinhas são os basaltos oceânicos, rocha nova, resultado do resfriamento do magma vindo do interior do globo através dos “rifts”. O primeiro ambiente tem primordialmente águas doces, e o outro, águas salgadas, característica que lhes conferem ecossistemas diferentes e peculiares. Uniformismo Idéia concebida originalmente, em 1788, por James Hutton7 (1726 – 1797), em seu trabalho Theory of the Earth, recolocada por Charles Liell, em 1795, em definitivo: O presente é a chave do passado. Com isso ele afirmou que todos os fenômenos que se passam atualmente na crosta terrestre, sempre atuaram da mesma maneira no passado, ou seja, estudando os processos atuais da natureza, podemos compreender o passado geológico quando os mesmos fenômenos aconteceram da mesma maneira. A Terra sempre girou no sentido oeste/leste; seu eixo de rotação sempre esteve inclinado sobre a eclíptica; os rios sempre correm da parte mais alta para a parte mais baixa da topografia, destruindo qualquer coisa que esteja em seu caminho e transportando os detritos para determinada bacia. Os detritos assim depositados obedecem as leis da sedimentação; as reações químicas sempre se realizaram da mesma maneira que o fazem hoje, ou seja, segundo as mesmas leis atualmente co- nhecidas; as rochas matrizes se formam e se formaram pelo resfriamento de um magma; as correntes oceânicas dependem do movimento de rotação do globo hoje, e no passado se comportavam da mes- ma maneira; o ano terrestre sempre foi intertropical, etc. Litologia A origem da palavra indica que é o estudo completo da rocha. Inclui o seu nome, origem, posição estratigráfica, composição mineral, sua idade geológica (2a Lei da Sedimentação), textura, estrutura, distribuição geográfica, espessura e especialmente seu valor econômico e a melhor manei- ra de explorá-la. A literatura geológica atual distorceu o conceito do termo descrevendo-o tão somente como se fosse sua textura8. Correlação Ligação lateral que é feita entre litologias iguais. São feitas dentro dos continentes e entre continentes e dependem de mapeamentos estratigráficos. Tem importância histórica e econômica e dependem de perfeito conhecimento estratigráfico, isto é, da seqüência vertical das rochas formado- 172
  • 4. Fundamentos da Geologia ras da crosta terrestre. Metamorfismo Metamorfismo é uma transformação sofrida por uma rocha preexistente devido a esforços tectônicos que ocorreram após a deposição. É uma estruturação secundária. Não existem rochas nem minerais, oriundas de metamorfismo como pensam os petrógrafos. São especulações teóricas de estudos petrográficos feitos em escala ampliada que distorceram conceitos geológicos. Minérios e minerais preexistentes são a matéria prima das formações geológicas. O metamorfismo é fenômeno posterior e nada tem com origem ou gênese das rochas e minerais. Escalas As escalas são a maneira que o engenho humano descobriu e adotou para poder trazer, atra- vés de instrumentação adequada, tanto o muito pequeno como o muito grande para a faixa da obser- vação humana. Assim, para efeitos didáticos podemos distinguir três faixas de escalas: • Escalas ampliadas. • Escalas reduzidas e • Escalas intermediárias, ou poderá ser chamada de Escala Humana. No esquema abaixo a idéia fica mais clara. Os limites das escalas não são nítidos, mas devem ser respeitados. O estudo feito em uma escala, só permite conclusões para a mesma escala. Exem- plos: estudo de lâminas delgadas não permite conclusões sobre metamorfismo regional. Estudos feitos com imagens de radar em 1/250.000 não são adequados para realizar ou avaliar o sistema de iluminação de uma cidade ou fazer um censo sobre habitações na mesma. Em suma, não é possível fazer conclusões corretas em escalas diferentes. Escalas Ampliar p/ escala humana Reduzir p/ escala humana 1 1/20.000 1/100.000 Objetivos pequenos Objetivos grandes Escalas de laboratório Escala humana Escalas geológicas Percebidas pelo olho humano 173