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Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa




                                          Tectônica

	        Ao estudante da Geologia ortodoxa, um dos pontos mais obscuros para a compreensão da ci-
ência diz respeito à classificação dos diversos tipos de geosinclinais mencionados nos livros-textos:
eugeosinclinais, miogeosinclinais, exogeosinclinais, autogeosinclinais, zeugogeosinclinais, craton,
stable shelf, unstable shelf, greenstone belts e outras palavras de aplicação científica duvidosa, que
denotam pacotes sedimentares de difícil observação no campo, tornando a tectônica uma matéria
complexa e tediosa.
	        Tais nomes apareceram e fizeram escola devido à influência estrangeira, principalmente
americana, e também porque não se sabia da existência dos movimentos tangenciais da crosta, su-
pondo-se que os movimentos da crosta eram apenas os de natureza vertical. Quando se descobriu a
possibilidade do terceiro tipo de movimento (movimentos tangenciais) houve a tentativa de adapta-
ção dos nomes antigos para a nova situação. Isso apenas gerou novos embaraços e a situação piorou
muito. Aumentou a confusão.
	        Por essas razões, abandonamos toda a terminologia existente sobre esses fenômenos, ado-
tando uma nova postura baseada no raciocínio estratigráfico, o qual é mais fácil de entender, mais
simples, mais prático e mais útil para o raciocínio exploratório, especialmente para exploração de
petróleo.
	        O essencial é saber que a tectônica é o resultado do funcionamento interno do globo e que a
estrutura interna da esfera não pode ser concebida como a conceberam os geofísicos. Internamente o
globo terrestre é necessariamente fluido, como demonstrado no capítulo “A Terra: um novo modelo”.
	        No globo terrestre existem três pares de situações onde se passam os fenômenos da tectônica.
	        Primeiro par:
         •	 Ambiente Marinho e
         •	 Ambiente Continental
	        Segundo par:
         •	 Áreas sismicamente quietas ou estáveis e
         •	 Áreas sismicamente ativas ou instáveis.
	        Terceiro par:
         •	 Região Interior e
         •	 Região Exterior do globo.
	        A tectônica do globo será descrita levando em consideração essas características geológicas,
tendo em conta que a litosfera é passiva e que o motor dos seus movimentos é a gravidade exercida
sobre o núcleo do planeta.
	        Conceito:
       	 Tectônica é a parte da Geologia que trata dos movimentos e das deformações da
       crosta terrestre, suas causas e efeitos.
	        A tectônica é um subproduto da Estratigrafia.
	        Isto é, entende-se a tectônica de uma determinada área se, e somente se, previamente enten-

                                                  136
Tectônic

dermos a estratigrafia da mesma. Para tornar mais clara a conclusão acima há que se mapear a área
de estudo e, como conseqüência, compreende-se a tectônica da mesma.
	       Enfaticamente, não há possibilidade de compreender-se a tectônica de uma área, sem antes
se compreender a estratigrafia da mesma. Não há possibilidade de mapas tectônicos sem o prévio
mapa estratigráfico.
Esses movimentos da crosta são partes da história da Terra, e, de fato, contam aquela história, pois
eles recapitulam a evolução do globo, sempre que se façam os mapas estratigráficos mencionados
acima, com observação da textura e estrutura das formações presentes na área sob estudo.
	       Por sua 	vez, esses movimentos são efeitos intermediários da gravidade, e não podem ser
compreendidos sem o conhecimento prévio do funcionamento interno do globo. Esse funcionamento
é a causa primeira dos movimentos observados na crosta terrestre.

                                   Região Interior da Terra
	       O interior do planeta é constituído de duas partes, em função das suas densidades:
        •	 Núcleo, a esfera central, magmática, calma, envolvida pelo
        •	 Manto, também magmático, mas turbulento.

	       A Tectônica é uma função da gravidade (sua causa original) nesta seqüência:
        1.	Gravidade;
        2.	Aquecimento do Núcleo e do Manto;
        3.	Correntes convectivas no Manto;
        4.	Movimentos da Litosfera.

	       O quarto item acima é o objeto da tectônica.
	       Assim, o funcionamento interno do globo é fundamentado na gravidade do próprio globo.
Toda a matéria do planeta é atraída para o centro, aumentando a pressão e conseqüentemente a tem-
peratura. A massa da Terra condiciona o funcionamento.
	       O interior do globo é constituído de um só material, o magma, que é dividido em duas partes
conforme o comportamento deste mesmo material perante a gravidade:
        •	 A primeira parte é o núcleo, que sofre a compressão.
        •	 A segunda parte é o manto, aquela que comprime o núcleo.

	        Dessa maneira, manto e núcleo diferem apenas pelo comportamento ou funcionamento, nada
tendo a ver com a composição química (Ni, Fe, etc.).
	        O funcionamento do conjunto é simples.
	        A compressão aumenta ao longo da profundidade do raio terrestre até o limite do núcleo. A
partir deste ponto, periferia do núcleo, a energia criada sobe através do manto (correntes positivas)
explodindo na superfície em forma de vulcões, voltando ao núcleo em ramos negativos das correntes
convectivas do manto.
	        A interface manto/núcleo é a parte mais quente do interior do globo. O núcleo é aquecido
de cima para baixo e por isso é estratificado na direção do centro. O manto é aquecido de baixo para
cima e por tal razão é turbulento, sendo a causa dos movimentos da litosfera, os quais são estudados
com o nome de tectônica.
	        A energia gravitacional é crescente de fora para dentro do planeta até determinado limite,
quando não é possível mais crescer. Esse ponto determina a periferia do núcleo, onde a energia se
torna máxima, tanto em pressão como em temperatura. Esta energia, por sua vez, aquece o manto: é

                                              137
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa

o Moto Contínuo em pleno funcionamento!
	        Atingida a quantidade de energia máxima, ela escapa para o exterior ao longo do raio terres-
tre, através do magma do manto, provocando-lhe o Moto Perpétuo.
	        Pequena parte dessa energia é que chega à superfície da Terra provocando uma série de ou-
tros fenômenos, inclusive os movimentos da crosta.
	        O ramo da célula convectiva que sobe do núcleo na direção da superfície da Terra divide-se
em três partes: duas no interior e uma no exterior.
	        A parte que vai para o exterior forma os rifts ou zonas de expansão, com cadeias de mon-
tanhas basálticas e seus vulcões (estruturas por onde se derrama o magma que vem do interior do
globo, quando recebe o nome de lava). Pelo resfriamento, as lavas então se transformam em rochas
(os basaltos) que se apresentam sempre em forma de diques e derrames.
	        A parte que permanece no interior da Terra divide-se em dois ramos simétricos que se mo-
vimentam tangencialmente, por baixo da crosta litosférica, até encontrar outra corrente da mesma
natureza e origem, mas de movimento contrário. Quando isso ocorre, os dois ramos que se deslocam
sob a litosfera mergulham para o interior do globo completando nas vizinhanças do núcleo um par de
células convectivas. No lugar do encontro de duas correntes tangenciais superficiais e do respectivo
mergulho para o interior do globo, forma-se uma bacia, um abismo, uma cadeia de montanhas, um
arco de ilhas etc. conforme o material em superfície que participe do fenômeno.
  	      Os ramos tangenciais desses movimentos em fluxo constante são os responsáveis pela movi-
mentação lateral da passiva capa rochosa da Terra, a litosfera. Os ramos radiais positivos são deter-
minantes dos rifts, linhas de distensão, e os negativos, das zonas ou linhas de compressão.

                                  Região Exterior da Terra
	       Os movimentos da Região Exterior (litosfera) são condicionados pelos movimentos da Re-
gião Interior. Os movimentos são classificados como:
         •	 Movimentos Tangenciais, aqueles que se fazem lateralmente na superfície do globo.
         •	 Movimentos Radiais, quando feitos na direção dos raios terrestres que podem ser: po-
            sitivos, que aumentam o raio (uma montanha por ex.), e negativos, que diminuem o raio
            (uma bacia por ex.).

	        Movimentos Tangenciais
	        Movimentos tangenciais ou laterais são os movimentos da crosta que dependem do movi-
mento do magma do manto que é feito em fluxo contínuo e quietamente.
	        Como os movimentos tangenciais da crosta se dão sobre a esfera global, a qual não muda
nem de área nem de volume, os diversos segmentos litosféricos interferem no movimento dos outros,
provocando diversos fenômenos geológicos como bacias, montanhas, dobramentos, falhamentos e
vulcanismo. Os segmentos basálticos voltam ao interior do globo onde, de novo, se transformam em
magma. As rochas continentais, devido à sua menor densidade relativa aos basaltos, não voltam ao
interior da Terra. O fenômeno referido, da volta ao interior do globo, acontece apenas com as rochas
oceânicas.

	       Movimentos Radiais
	       São os movimentos feitos ao longo do raio do globo, tanto positivos como negativos.
	       Os movimentos negativos formam as bacias, onde são coletados águas e sedimentos das
regiões altas.


                                                  138
Tectônic

	        Os positivos são as áreas fonte de sedimentos os quais interrompem a formação das bacias
causando as discordâncias, com emissão de lavas.
	        Observar então que, estudando os fenômenos verificados na superfície da Terra pode-se
compreender o funcionamento do interior do globo. Em outras palavras, mapeando-se corretamente
as rochas da superfície, compreende-se o interior, o passado da Terra e a sua completa evolução.
	        Ao tempo do monocontinente aconteceram duas deformações negativas, que deram origem
a dois pacotes clásticos (Formações Beta e Epsilon) e uma deformação positiva, Formação Gamma
(v. “História Geológica”).
	        A deformação positiva seguinte, Formação Zeta, separou a massa continental única em sub-
continentes e marcou o fim da primeira era do tempo geológico e início da segunda era. Essa defor-
mação prossegue até hoje, com nível energético mínimo.
	        A separação continental resultante da explosão de energia que acarretou a movimentação dos
diversos subcontinentes é que determinou a atual geografia. A nova geografia é a que se vê nos mapas
atuais, faltando reconhecer através de novos mapeamentos como se passou o fenômeno. Esses novos
mapeamentos têm que levar em consideração três aspectos históricos: antes, durante e depois da frag-
mentação continental, desde que as características das áreas mapeadas mudaram com o fenômeno da
fragmentação (Fig.4.4).
	        Estão envolvidas na seqüência dos acontecimentos todas as formações geológicas que for-
mam a litosfera, cujas características texturais e estruturais recapitulam as qualidades tectônicas que
governaram a sedimentação daquelas formações.
	        Os dois embaciamentos, acima citados, se formaram por movimentos lentos como se deduz
da observação das formações no campo, de leitos delgados a laminares, de textura fina argilo-areno-
sa, de grande extensão geográfica. A evidência de que foram dois movimentos é a existência de duas
formações e a discordância entre elas, também verificadas no campo. A textura das partículas das
formações, sendo de clásticos finos, indica que a intensidade dos movimentos foi mínima e lenta, e a
forma das bacias grosseiramente circular evidencia que a sedimentação se deu sobre superfície ampla
com afundamento central.
	        Com o clímax da expansão da energia do interior da Terra e a fragmentação continental,
desapareceram sobre os continentes as possibilidades de formação de bacias circulares de áreas se-
melhantes àquelas existentes antes da separação. Surgiram novas bacias agora lineares, marginais,
tanto continentais como oceânicas, exceto a última bacia continental que veremos adiante. Surgem
também as montanhas, os vulcões, e aparecem as falhas, todas de natureza reversa.

                                      Lugares Geológicos
	        Globalmente existem dois tipos de lugares geológicos, continental e marinho, os quais so-
frem modificações dependentes da latitude e da altitude.
	        A latitude afeta as regiões pela variação do clima desde o acentuadamente quente, nas baixas
latitudes, até os acentuadamente frios, nas altas latitudes. A temperatura na superfície da Terra varia,
grosseiramente, entre os limites de +50º a -50º C em todos os momentos quer do dia, quer da noite.
	        As elevações de temperatura são afetadas pela sua altitude, governadas pela gravidade e
variação da pressão atmosférica. A pressão varia desde as conhecidas Condições Normais de Tempe-
ratura e Pressão (CNTP) no nível do mar, até o topo das montanhas, onde alcança os menores valores.
Evidentemente existem todas as possibilidades de combinação entre variações de latitude e altitude.
Sob ponto de vista humano, as condições mais inóspitas são as elevadas altitudes combinadas com
as elevadas latitudes. Ao contrário, as melhores condições para os humanos se verificam nas baixas
latitudes ao nível do mar.


                                                139
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa


                                         Áreas do globo
	       A superfície do globo também pode ser separada em dois tipos de área conforme a sua sis-
micidade:
        •	 Áreas sismicamente quietas ou áreas estáveis e
        •	 Áreas sismicamente ativas ou instáveis.
	       As áreas sismicamente quietas ou estáveis formam a maior parte da superfície do planeta.
Os movimentos sísmicos dessas partes são menos evidentes porque muito lentos e nelas não existem
terremotos, falhamentos e vulcanismo ativo devido ao fluxo contínuo e quieto dos ramos tangenciais
das células convectivas no interior do globo: movimento horizontal das células.
	       As áreas sismicamente ativas ou instáveis são de duas espécies:
        •	 Áreas de expansão, que são regiões onde afloram à superfície do planeta as descargas de
           energia vindas diretamente do núcleo no interior da Terra, formando as protuberâncias, e
        •	 Áreas de compressão, que são as regiões de retorno das correntes convectivas onde se dão
           as colisões das áreas móveis da litosfera.

	        As áreas de compressão e de expansão por serem muito estreitas, quando referidas em escala
geológica, podem ser chamadas de Linhas. São regiões estreitas e longas, onde se passam os fenô-
menos violentos da Terra. São as chamadas zonas sismicamente ativas, isto é, regiões do globo onde
os abalos sísmicos, vulcanismo e falhamentos são constantes, e se fazem sentir diretamente. Embora
rotulados com o mesmo nome (zonas sismicamente ativas, vulcões, terremotos e vulcanismo) esses
fenômenos têm origem e estrutura diferentes, devido à origem diferente. Por isso há que fazer di-
ferença entre vulcões, falhas e montanhas, de zonas de compressão e de zonas de distensão, como
veremos adiante.
	        As zonas adjacentes às descargas de energia do núcleo são ditas Linhas de Distensão ou zo-
nas distensivas, enquanto as áreas de retorno das correntes convectivas ou de colisões da litosfera são
Linhas de Compressão ou zonas compressivas ou ainda zonas comprimidas. Entre uma zona de dis-
tensão e uma de compressão há uma Área Assísmica ou uma área sismicamente quieta. Nessa área,
atualmente, não existem terremotos, vulcanismo e falhamentos. Dito acima, a maior parte da área do
globo é assísmica ou sismicamente quieta. O Brasil está em uma área assísmica ou tectonicamente
quieta.
	        Áreas de retorno das correntes tangenciais formam zonas ou linhas compressivas. A margem
ocidental da América do Sul - região andina é exemplo de zona compressiva. Outras poderão ser
determinadas através de futuros mapeamentos.
	        Em resumo, as áreas distensivas são os rifts e áreas compressivas são as de retorno das cor-
rentes magmáticas à região do núcleo da Terra.

                                               Bacias
	        São estruturas circulares ou lineares dependendo de sua forma geral, e marinhas ou continen-
tais conforme o ambiente da sua origem.
	        As circulares são preenchidas ao centro, enquanto as lineares são preenchidas em uma mar-
gem preferencial. As lineares são longas e estreitas e podem ser continentais e oceânicas. As con-
tinentais são assim chamadas porque se formam sobre as rochas continentais, e oceânicas, por se
originarem dentro dos oceanos.
	        Devido ao fenômeno da separação continental, atualmente, bacias continentais podem estar
cobertas pelo mar e, ao contrário, bacias de origem marinha podem fazer parte dos continentes.

                                                   140
Tectônic

	       Existem duas possibilidades de formação de uma bacia geológica: lento afundamento em
tempos longos de deposição e outra de forma rápida e violenta, como é o exemplo da Bacia do Re-
côncavo. Nesta bacia, a textura dos clásticos, a mistura dos fósseis e o falhamento reverso são as
características mais marcantes.
	       Em várias regiões da costa brasileira existem bacias do tipo Recôncavo, sob as águas do
Atlântico, enquanto as montanhas andinas são exemplos de sedimentos originalmente marinhos que
atualmente são subaéreos.

                                             Falhas
	        São interrupções verificadas na continuidade da crosta da Terra devido a movimentações
descompassadas de porções contíguas de rochas, tanto horizontal como verticalmente. Quando ver-
ticais são sempre de origem reversa (Fig. 4.5). Em outras palavras, as falhas normais (hanging wall
moved down), mencionadas na literatura, não existem na natureza por inexistência de mecanismo
para originá-las.
	        A força que age de fora para dentro do globo, a força gravitacional, é uniforme ao redor do
mesmo, o que faz o planeta ser esférico e o mantém rígido. Ela é desequilibrada quando há expansão
de dentro para fora por descargas de energia vindas do núcleo, criadas pela própria gravidade, como
explicado anteriormente. Neste caso acontecem os falhamentos, que por isso são sempre de natureza
reversa.


                                          Montanhas
	      São estruturas novas em todo o globo, isto é, não existiam até a separação dos continentes, e
têm duas origens:
       •	 Marinhas. Originalmente formadas no mar como resultado da subida do basalto do manto;
       •	 Continentais. Originalmente formadas nos continentes.

	        Como as bacias, as montanhas podem ter sua origem no mar e tornarem-se subaéreas e o
contrário, se continentais podem se tornar submarinas, como dependência da movimentação da litos-
fera. Exemplo de montanhas marinhas são as cadeias oceânicas centrais, como o rift central atlântico
(figura 4.6). As montanhas de origem marinhas são principalmente as montanhas basálticas que for-
mam os rifts e o pavimento oceânico. No início da separação continental elas se formaram sobre os
continentes.
	        As montanhas basálticas marinhas são formadas pelo empilhamento de diversas emissões
de lavas; são afossilíferas e conservam sua estrutura primária se permanecem submarinas. As que
afloram à superfície do mar sofrem erosão e se voltarem a ser recoberta pelo mar são chamadas de
guiots.
	        As montanhas continentais se formam:
         •	 Pelo dobramento e levantamento de clásticos marinhos. Exemplo: Montanhas Andinas.
         •	 Por basaltos expelidos pelos vulcões continentais. Exemplo: Vulcões Aconcágua, Etna,
            Vesúvio, Santa Helena, Kanaga etc.
         •	 Pelo levantamento direto da crosta continental. Exemplo: Serra da Mantiqueira e final-
            mente,
         •	 Como resultado de erosão aquosa. Exemplo: Pão de Açúcar, etc.

	      As montanhas continentais são conhecidas por diversos nomes devido à influência geográfi-
ca: montes, montanhas, colinas, morros, chapadas, cordilheiras etc.

                                              141
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa

	        Exemplo de montanhas originalmente marinhas e atualmente subaéreas, isto é, montanhas
formadas de materiais sedimentados no mar e levantados por efeito de dobramento, são as montanhas
andinas ou a Cadeia dos Andes.
	        Sedimentos continentais formando montanhas de pequeno porte ou colinas são produtos da
erosão, como as colinas de sedimentos metamorfizados que ocorrem no interior brasileiro (os tabu-
leiros, chapadas, etc.).
	        Finalmente as montanhas típicas da costa brasileira formadas pelo levantamento continental
da crosta, ao tempo da separação e posterior entalhamento pela erosão fluvial, que será explicada na
história evolutiva da crosta, particularmente no território brasileiro.


                                          Terremotos
	       Terremotos são as vibrações da crosta da Terra como conseqüência de descargas de energia,
e são também de duas origens:
        •	 Descargas de energia vindas do núcleo através do manto, geralmente formando vulcões,
           ocorrendo nos rifts, e
        •	 Aqueles originados da fricção das rochas da litosfera, tanto horizontalmente como verti-
           calmente, os quais ocorrem nas áreas de compressão.

	       Observação importante:

      	 Terremotos não são conseqüências de falhamentos. Ambos, terremotos e falhamentos
      são conseqüências das descargas de energia gravitacional passadas nas vizinhanças do
      núcleo do planeta.

	        Sob o ponto de vista humano, não há diferença entre um e outro tipo de terremoto. Seja qual
for a sua origem é uma calamidade para qualquer espécie de animal ou vegetal. Não há nenhuma
possibilidade de prever a ocorrência de terremotos e/ou vulcões. Medir a intensidade dos terremotos
não passa de distração. O mapeamento geológico indica onde essas áreas ocorrem e devem ser evi-
tadas para evitar calamidades. As construções civis não apresentam segurança alguma, por melhor
técnica que se disponha. Sua resistência ao fenômeno depende apenas da intensidade do terremoto.
Qualquer construção que tivesse sido feita em Krakatoa, na Indonésia em 1883, teria desaparecido
junto com a ilha, como a Islândia poderá desaparecer a qualquer momento, sem prévio aviso. Em Tó-
quio/Yokohama, em 1 de setembro de 1923, ocorreu um terremoto onde morreram 140.000 pessoas e
foram destruídas 54% das construções comuns, e 10% daquelas, ditas à prova de terremotos. Gerou
um tsunami que alcançou o Golfo de Sagami com ondas de 12m de altura. Ainda no Japão, em Kobe,
a 16 de janeiro de 1995, um terremoto abalou a cidade matando mais de 5.100 pessoas, destruindo
inclusive as construções feitas à prova de terremoto. Em S.Francisco, EUA, na madrugada de 18
de abril de 1906 o terremoto lá ocorrido destruiu a cidade, e o abalo foi sentido desde Los Angeles
ao sul, até o Oregon ao norte, na costa oeste dos Estados Unidos. No terremoto do Chile em 1960,
considerado um dos maiores até hoje acontecidos, morreram 5.700 pessoas deixando outros tantos
feridos. O tsunami provocado pelo abalo causou destruição no Hawai, no Japão e na costa oeste dos
Estados Unidos. Em 1964 ficou famoso o terremoto ocorrido no Alaska, de extrema violência, mas
com o menor número de vítimas: 131 pessoas morreram devido ser esta uma área de baixa densidade
populacional. Este terremoto modificou a topografia regional, baixando e elevando áreas, modificou
o curso de alguns rios e destruiu florestas inteiras, provocando um tsunami que chegou a Crescent
City, na Califórnia. Em maio de 2008 ocorreu na província de Sichuan, na China, um terremoto que

                                                 142
Tectônic

quase risca do mapa as cidades na vizinhança do seu epicentro. Os mortos, alguns dias depois, já
eram 55.000 e ainda não haviam sido todos contados. O terremoto de Lisboa ocorrido em 1755 (de
fato foi uma série de terremotos) destruiu a cidade e matou cerca de 60.000 pessoas entre afogadas e
queimadas. O abalo causou um tsunami que chegou com 20m de altura em Cadiz, no sul da Espanha.
As ondas atravessaram o Atlântico e ainda chegaram a Martinica com 4m de altura depois de viaja-
rem 6.100 km de distância, em 10h.

                                            Vulcões
	        Os vulcões são montanhas especiais por onde se derrama o fluido do manto para o exterior
do planeta. À medida que o fluido chega à superfície, solidifica-se formando os cones e lençóis vul-
cânicos.
	        É um fenômeno geológico que não pode ser compreendido estudando-se o próprio vulcão,
como fazem os chamados vulcanólogos.
	        Os vulcões, como as montanhas e falhamentos, também são de duas origens. Eles ocorrem
tanto nas linhas de distensão como nas de compressão. Diferem pelo mecanismo da erupção. Os da
zona de distensão são manifestações da energia acumulada no núcleo, que viaja radialmente no mag-
ma do manto e explodem com violência na superfície do globo.
	        Os da zona compressiva (Fig.4.7) são partes do magma que viajam tangencialmente por
baixo da litosfera e que conseguem passar para a superfície, quando acontecem desajustes entre as
placas continentais (Formação Alpha) e basálticas (Formação Zeta), devido: às suas densidades, à
topografia da placa basáltica e aos movimentos opostos das suas trajetórias.
	        Terremotos e vulcões só ocorrem nas zonas sismicamente ativas. São fenômenos ABSO-
LUTAMENTE inevitáveis, incontroláveis e imprevisíveis. Essas manifestações da energia central
do planeta, para sorte dos habitantes da Terra, estão em um período terminal ou final. Iniciaram-se
com a explosão do planeta, que determinou a separação dos continentes e a morte dos habitantes
do supercontinente, inclusive os dinossauros, formando uma nova geografia, e atualmente em fase
terminal de atividade. Quando terminar a fase atual, toda a superfície do globo estará solidificada;
a gravidade passará a armazenar nova quantidade de energia gravitacional no núcleo, até que nova
explosão aconteça matando animais e vegetais, nova geografia se forme e provavelmente outros ani-
mais apareçam para de novo povoar a Terra...




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  • 1. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa Tectônica Ao estudante da Geologia ortodoxa, um dos pontos mais obscuros para a compreensão da ci- ência diz respeito à classificação dos diversos tipos de geosinclinais mencionados nos livros-textos: eugeosinclinais, miogeosinclinais, exogeosinclinais, autogeosinclinais, zeugogeosinclinais, craton, stable shelf, unstable shelf, greenstone belts e outras palavras de aplicação científica duvidosa, que denotam pacotes sedimentares de difícil observação no campo, tornando a tectônica uma matéria complexa e tediosa. Tais nomes apareceram e fizeram escola devido à influência estrangeira, principalmente americana, e também porque não se sabia da existência dos movimentos tangenciais da crosta, su- pondo-se que os movimentos da crosta eram apenas os de natureza vertical. Quando se descobriu a possibilidade do terceiro tipo de movimento (movimentos tangenciais) houve a tentativa de adapta- ção dos nomes antigos para a nova situação. Isso apenas gerou novos embaraços e a situação piorou muito. Aumentou a confusão. Por essas razões, abandonamos toda a terminologia existente sobre esses fenômenos, ado- tando uma nova postura baseada no raciocínio estratigráfico, o qual é mais fácil de entender, mais simples, mais prático e mais útil para o raciocínio exploratório, especialmente para exploração de petróleo. O essencial é saber que a tectônica é o resultado do funcionamento interno do globo e que a estrutura interna da esfera não pode ser concebida como a conceberam os geofísicos. Internamente o globo terrestre é necessariamente fluido, como demonstrado no capítulo “A Terra: um novo modelo”. No globo terrestre existem três pares de situações onde se passam os fenômenos da tectônica. Primeiro par: • Ambiente Marinho e • Ambiente Continental Segundo par: • Áreas sismicamente quietas ou estáveis e • Áreas sismicamente ativas ou instáveis. Terceiro par: • Região Interior e • Região Exterior do globo. A tectônica do globo será descrita levando em consideração essas características geológicas, tendo em conta que a litosfera é passiva e que o motor dos seus movimentos é a gravidade exercida sobre o núcleo do planeta. Conceito: Tectônica é a parte da Geologia que trata dos movimentos e das deformações da crosta terrestre, suas causas e efeitos. A tectônica é um subproduto da Estratigrafia. Isto é, entende-se a tectônica de uma determinada área se, e somente se, previamente enten- 136
  • 2. Tectônic dermos a estratigrafia da mesma. Para tornar mais clara a conclusão acima há que se mapear a área de estudo e, como conseqüência, compreende-se a tectônica da mesma. Enfaticamente, não há possibilidade de compreender-se a tectônica de uma área, sem antes se compreender a estratigrafia da mesma. Não há possibilidade de mapas tectônicos sem o prévio mapa estratigráfico. Esses movimentos da crosta são partes da história da Terra, e, de fato, contam aquela história, pois eles recapitulam a evolução do globo, sempre que se façam os mapas estratigráficos mencionados acima, com observação da textura e estrutura das formações presentes na área sob estudo. Por sua vez, esses movimentos são efeitos intermediários da gravidade, e não podem ser compreendidos sem o conhecimento prévio do funcionamento interno do globo. Esse funcionamento é a causa primeira dos movimentos observados na crosta terrestre. Região Interior da Terra O interior do planeta é constituído de duas partes, em função das suas densidades: • Núcleo, a esfera central, magmática, calma, envolvida pelo • Manto, também magmático, mas turbulento. A Tectônica é uma função da gravidade (sua causa original) nesta seqüência: 1. Gravidade; 2. Aquecimento do Núcleo e do Manto; 3. Correntes convectivas no Manto; 4. Movimentos da Litosfera. O quarto item acima é o objeto da tectônica. Assim, o funcionamento interno do globo é fundamentado na gravidade do próprio globo. Toda a matéria do planeta é atraída para o centro, aumentando a pressão e conseqüentemente a tem- peratura. A massa da Terra condiciona o funcionamento. O interior do globo é constituído de um só material, o magma, que é dividido em duas partes conforme o comportamento deste mesmo material perante a gravidade: • A primeira parte é o núcleo, que sofre a compressão. • A segunda parte é o manto, aquela que comprime o núcleo. Dessa maneira, manto e núcleo diferem apenas pelo comportamento ou funcionamento, nada tendo a ver com a composição química (Ni, Fe, etc.). O funcionamento do conjunto é simples. A compressão aumenta ao longo da profundidade do raio terrestre até o limite do núcleo. A partir deste ponto, periferia do núcleo, a energia criada sobe através do manto (correntes positivas) explodindo na superfície em forma de vulcões, voltando ao núcleo em ramos negativos das correntes convectivas do manto. A interface manto/núcleo é a parte mais quente do interior do globo. O núcleo é aquecido de cima para baixo e por isso é estratificado na direção do centro. O manto é aquecido de baixo para cima e por tal razão é turbulento, sendo a causa dos movimentos da litosfera, os quais são estudados com o nome de tectônica. A energia gravitacional é crescente de fora para dentro do planeta até determinado limite, quando não é possível mais crescer. Esse ponto determina a periferia do núcleo, onde a energia se torna máxima, tanto em pressão como em temperatura. Esta energia, por sua vez, aquece o manto: é 137
  • 3. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa o Moto Contínuo em pleno funcionamento! Atingida a quantidade de energia máxima, ela escapa para o exterior ao longo do raio terres- tre, através do magma do manto, provocando-lhe o Moto Perpétuo. Pequena parte dessa energia é que chega à superfície da Terra provocando uma série de ou- tros fenômenos, inclusive os movimentos da crosta. O ramo da célula convectiva que sobe do núcleo na direção da superfície da Terra divide-se em três partes: duas no interior e uma no exterior. A parte que vai para o exterior forma os rifts ou zonas de expansão, com cadeias de mon- tanhas basálticas e seus vulcões (estruturas por onde se derrama o magma que vem do interior do globo, quando recebe o nome de lava). Pelo resfriamento, as lavas então se transformam em rochas (os basaltos) que se apresentam sempre em forma de diques e derrames. A parte que permanece no interior da Terra divide-se em dois ramos simétricos que se mo- vimentam tangencialmente, por baixo da crosta litosférica, até encontrar outra corrente da mesma natureza e origem, mas de movimento contrário. Quando isso ocorre, os dois ramos que se deslocam sob a litosfera mergulham para o interior do globo completando nas vizinhanças do núcleo um par de células convectivas. No lugar do encontro de duas correntes tangenciais superficiais e do respectivo mergulho para o interior do globo, forma-se uma bacia, um abismo, uma cadeia de montanhas, um arco de ilhas etc. conforme o material em superfície que participe do fenômeno. Os ramos tangenciais desses movimentos em fluxo constante são os responsáveis pela movi- mentação lateral da passiva capa rochosa da Terra, a litosfera. Os ramos radiais positivos são deter- minantes dos rifts, linhas de distensão, e os negativos, das zonas ou linhas de compressão. Região Exterior da Terra Os movimentos da Região Exterior (litosfera) são condicionados pelos movimentos da Re- gião Interior. Os movimentos são classificados como: • Movimentos Tangenciais, aqueles que se fazem lateralmente na superfície do globo. • Movimentos Radiais, quando feitos na direção dos raios terrestres que podem ser: po- sitivos, que aumentam o raio (uma montanha por ex.), e negativos, que diminuem o raio (uma bacia por ex.). Movimentos Tangenciais Movimentos tangenciais ou laterais são os movimentos da crosta que dependem do movi- mento do magma do manto que é feito em fluxo contínuo e quietamente. Como os movimentos tangenciais da crosta se dão sobre a esfera global, a qual não muda nem de área nem de volume, os diversos segmentos litosféricos interferem no movimento dos outros, provocando diversos fenômenos geológicos como bacias, montanhas, dobramentos, falhamentos e vulcanismo. Os segmentos basálticos voltam ao interior do globo onde, de novo, se transformam em magma. As rochas continentais, devido à sua menor densidade relativa aos basaltos, não voltam ao interior da Terra. O fenômeno referido, da volta ao interior do globo, acontece apenas com as rochas oceânicas. Movimentos Radiais São os movimentos feitos ao longo do raio do globo, tanto positivos como negativos. Os movimentos negativos formam as bacias, onde são coletados águas e sedimentos das regiões altas. 138
  • 4. Tectônic Os positivos são as áreas fonte de sedimentos os quais interrompem a formação das bacias causando as discordâncias, com emissão de lavas. Observar então que, estudando os fenômenos verificados na superfície da Terra pode-se compreender o funcionamento do interior do globo. Em outras palavras, mapeando-se corretamente as rochas da superfície, compreende-se o interior, o passado da Terra e a sua completa evolução. Ao tempo do monocontinente aconteceram duas deformações negativas, que deram origem a dois pacotes clásticos (Formações Beta e Epsilon) e uma deformação positiva, Formação Gamma (v. “História Geológica”). A deformação positiva seguinte, Formação Zeta, separou a massa continental única em sub- continentes e marcou o fim da primeira era do tempo geológico e início da segunda era. Essa defor- mação prossegue até hoje, com nível energético mínimo. A separação continental resultante da explosão de energia que acarretou a movimentação dos diversos subcontinentes é que determinou a atual geografia. A nova geografia é a que se vê nos mapas atuais, faltando reconhecer através de novos mapeamentos como se passou o fenômeno. Esses novos mapeamentos têm que levar em consideração três aspectos históricos: antes, durante e depois da frag- mentação continental, desde que as características das áreas mapeadas mudaram com o fenômeno da fragmentação (Fig.4.4). Estão envolvidas na seqüência dos acontecimentos todas as formações geológicas que for- mam a litosfera, cujas características texturais e estruturais recapitulam as qualidades tectônicas que governaram a sedimentação daquelas formações. Os dois embaciamentos, acima citados, se formaram por movimentos lentos como se deduz da observação das formações no campo, de leitos delgados a laminares, de textura fina argilo-areno- sa, de grande extensão geográfica. A evidência de que foram dois movimentos é a existência de duas formações e a discordância entre elas, também verificadas no campo. A textura das partículas das formações, sendo de clásticos finos, indica que a intensidade dos movimentos foi mínima e lenta, e a forma das bacias grosseiramente circular evidencia que a sedimentação se deu sobre superfície ampla com afundamento central. Com o clímax da expansão da energia do interior da Terra e a fragmentação continental, desapareceram sobre os continentes as possibilidades de formação de bacias circulares de áreas se- melhantes àquelas existentes antes da separação. Surgiram novas bacias agora lineares, marginais, tanto continentais como oceânicas, exceto a última bacia continental que veremos adiante. Surgem também as montanhas, os vulcões, e aparecem as falhas, todas de natureza reversa. Lugares Geológicos Globalmente existem dois tipos de lugares geológicos, continental e marinho, os quais so- frem modificações dependentes da latitude e da altitude. A latitude afeta as regiões pela variação do clima desde o acentuadamente quente, nas baixas latitudes, até os acentuadamente frios, nas altas latitudes. A temperatura na superfície da Terra varia, grosseiramente, entre os limites de +50º a -50º C em todos os momentos quer do dia, quer da noite. As elevações de temperatura são afetadas pela sua altitude, governadas pela gravidade e variação da pressão atmosférica. A pressão varia desde as conhecidas Condições Normais de Tempe- ratura e Pressão (CNTP) no nível do mar, até o topo das montanhas, onde alcança os menores valores. Evidentemente existem todas as possibilidades de combinação entre variações de latitude e altitude. Sob ponto de vista humano, as condições mais inóspitas são as elevadas altitudes combinadas com as elevadas latitudes. Ao contrário, as melhores condições para os humanos se verificam nas baixas latitudes ao nível do mar. 139
  • 5. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa Áreas do globo A superfície do globo também pode ser separada em dois tipos de área conforme a sua sis- micidade: • Áreas sismicamente quietas ou áreas estáveis e • Áreas sismicamente ativas ou instáveis. As áreas sismicamente quietas ou estáveis formam a maior parte da superfície do planeta. Os movimentos sísmicos dessas partes são menos evidentes porque muito lentos e nelas não existem terremotos, falhamentos e vulcanismo ativo devido ao fluxo contínuo e quieto dos ramos tangenciais das células convectivas no interior do globo: movimento horizontal das células. As áreas sismicamente ativas ou instáveis são de duas espécies: • Áreas de expansão, que são regiões onde afloram à superfície do planeta as descargas de energia vindas diretamente do núcleo no interior da Terra, formando as protuberâncias, e • Áreas de compressão, que são as regiões de retorno das correntes convectivas onde se dão as colisões das áreas móveis da litosfera. As áreas de compressão e de expansão por serem muito estreitas, quando referidas em escala geológica, podem ser chamadas de Linhas. São regiões estreitas e longas, onde se passam os fenô- menos violentos da Terra. São as chamadas zonas sismicamente ativas, isto é, regiões do globo onde os abalos sísmicos, vulcanismo e falhamentos são constantes, e se fazem sentir diretamente. Embora rotulados com o mesmo nome (zonas sismicamente ativas, vulcões, terremotos e vulcanismo) esses fenômenos têm origem e estrutura diferentes, devido à origem diferente. Por isso há que fazer di- ferença entre vulcões, falhas e montanhas, de zonas de compressão e de zonas de distensão, como veremos adiante. As zonas adjacentes às descargas de energia do núcleo são ditas Linhas de Distensão ou zo- nas distensivas, enquanto as áreas de retorno das correntes convectivas ou de colisões da litosfera são Linhas de Compressão ou zonas compressivas ou ainda zonas comprimidas. Entre uma zona de dis- tensão e uma de compressão há uma Área Assísmica ou uma área sismicamente quieta. Nessa área, atualmente, não existem terremotos, vulcanismo e falhamentos. Dito acima, a maior parte da área do globo é assísmica ou sismicamente quieta. O Brasil está em uma área assísmica ou tectonicamente quieta. Áreas de retorno das correntes tangenciais formam zonas ou linhas compressivas. A margem ocidental da América do Sul - região andina é exemplo de zona compressiva. Outras poderão ser determinadas através de futuros mapeamentos. Em resumo, as áreas distensivas são os rifts e áreas compressivas são as de retorno das cor- rentes magmáticas à região do núcleo da Terra. Bacias São estruturas circulares ou lineares dependendo de sua forma geral, e marinhas ou continen- tais conforme o ambiente da sua origem. As circulares são preenchidas ao centro, enquanto as lineares são preenchidas em uma mar- gem preferencial. As lineares são longas e estreitas e podem ser continentais e oceânicas. As con- tinentais são assim chamadas porque se formam sobre as rochas continentais, e oceânicas, por se originarem dentro dos oceanos. Devido ao fenômeno da separação continental, atualmente, bacias continentais podem estar cobertas pelo mar e, ao contrário, bacias de origem marinha podem fazer parte dos continentes. 140
  • 6. Tectônic Existem duas possibilidades de formação de uma bacia geológica: lento afundamento em tempos longos de deposição e outra de forma rápida e violenta, como é o exemplo da Bacia do Re- côncavo. Nesta bacia, a textura dos clásticos, a mistura dos fósseis e o falhamento reverso são as características mais marcantes. Em várias regiões da costa brasileira existem bacias do tipo Recôncavo, sob as águas do Atlântico, enquanto as montanhas andinas são exemplos de sedimentos originalmente marinhos que atualmente são subaéreos. Falhas São interrupções verificadas na continuidade da crosta da Terra devido a movimentações descompassadas de porções contíguas de rochas, tanto horizontal como verticalmente. Quando ver- ticais são sempre de origem reversa (Fig. 4.5). Em outras palavras, as falhas normais (hanging wall moved down), mencionadas na literatura, não existem na natureza por inexistência de mecanismo para originá-las. A força que age de fora para dentro do globo, a força gravitacional, é uniforme ao redor do mesmo, o que faz o planeta ser esférico e o mantém rígido. Ela é desequilibrada quando há expansão de dentro para fora por descargas de energia vindas do núcleo, criadas pela própria gravidade, como explicado anteriormente. Neste caso acontecem os falhamentos, que por isso são sempre de natureza reversa. Montanhas São estruturas novas em todo o globo, isto é, não existiam até a separação dos continentes, e têm duas origens: • Marinhas. Originalmente formadas no mar como resultado da subida do basalto do manto; • Continentais. Originalmente formadas nos continentes. Como as bacias, as montanhas podem ter sua origem no mar e tornarem-se subaéreas e o contrário, se continentais podem se tornar submarinas, como dependência da movimentação da litos- fera. Exemplo de montanhas marinhas são as cadeias oceânicas centrais, como o rift central atlântico (figura 4.6). As montanhas de origem marinhas são principalmente as montanhas basálticas que for- mam os rifts e o pavimento oceânico. No início da separação continental elas se formaram sobre os continentes. As montanhas basálticas marinhas são formadas pelo empilhamento de diversas emissões de lavas; são afossilíferas e conservam sua estrutura primária se permanecem submarinas. As que afloram à superfície do mar sofrem erosão e se voltarem a ser recoberta pelo mar são chamadas de guiots. As montanhas continentais se formam: • Pelo dobramento e levantamento de clásticos marinhos. Exemplo: Montanhas Andinas. • Por basaltos expelidos pelos vulcões continentais. Exemplo: Vulcões Aconcágua, Etna, Vesúvio, Santa Helena, Kanaga etc. • Pelo levantamento direto da crosta continental. Exemplo: Serra da Mantiqueira e final- mente, • Como resultado de erosão aquosa. Exemplo: Pão de Açúcar, etc. As montanhas continentais são conhecidas por diversos nomes devido à influência geográfi- ca: montes, montanhas, colinas, morros, chapadas, cordilheiras etc. 141
  • 7. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa Exemplo de montanhas originalmente marinhas e atualmente subaéreas, isto é, montanhas formadas de materiais sedimentados no mar e levantados por efeito de dobramento, são as montanhas andinas ou a Cadeia dos Andes. Sedimentos continentais formando montanhas de pequeno porte ou colinas são produtos da erosão, como as colinas de sedimentos metamorfizados que ocorrem no interior brasileiro (os tabu- leiros, chapadas, etc.). Finalmente as montanhas típicas da costa brasileira formadas pelo levantamento continental da crosta, ao tempo da separação e posterior entalhamento pela erosão fluvial, que será explicada na história evolutiva da crosta, particularmente no território brasileiro. Terremotos Terremotos são as vibrações da crosta da Terra como conseqüência de descargas de energia, e são também de duas origens: • Descargas de energia vindas do núcleo através do manto, geralmente formando vulcões, ocorrendo nos rifts, e • Aqueles originados da fricção das rochas da litosfera, tanto horizontalmente como verti- calmente, os quais ocorrem nas áreas de compressão. Observação importante: Terremotos não são conseqüências de falhamentos. Ambos, terremotos e falhamentos são conseqüências das descargas de energia gravitacional passadas nas vizinhanças do núcleo do planeta. Sob o ponto de vista humano, não há diferença entre um e outro tipo de terremoto. Seja qual for a sua origem é uma calamidade para qualquer espécie de animal ou vegetal. Não há nenhuma possibilidade de prever a ocorrência de terremotos e/ou vulcões. Medir a intensidade dos terremotos não passa de distração. O mapeamento geológico indica onde essas áreas ocorrem e devem ser evi- tadas para evitar calamidades. As construções civis não apresentam segurança alguma, por melhor técnica que se disponha. Sua resistência ao fenômeno depende apenas da intensidade do terremoto. Qualquer construção que tivesse sido feita em Krakatoa, na Indonésia em 1883, teria desaparecido junto com a ilha, como a Islândia poderá desaparecer a qualquer momento, sem prévio aviso. Em Tó- quio/Yokohama, em 1 de setembro de 1923, ocorreu um terremoto onde morreram 140.000 pessoas e foram destruídas 54% das construções comuns, e 10% daquelas, ditas à prova de terremotos. Gerou um tsunami que alcançou o Golfo de Sagami com ondas de 12m de altura. Ainda no Japão, em Kobe, a 16 de janeiro de 1995, um terremoto abalou a cidade matando mais de 5.100 pessoas, destruindo inclusive as construções feitas à prova de terremoto. Em S.Francisco, EUA, na madrugada de 18 de abril de 1906 o terremoto lá ocorrido destruiu a cidade, e o abalo foi sentido desde Los Angeles ao sul, até o Oregon ao norte, na costa oeste dos Estados Unidos. No terremoto do Chile em 1960, considerado um dos maiores até hoje acontecidos, morreram 5.700 pessoas deixando outros tantos feridos. O tsunami provocado pelo abalo causou destruição no Hawai, no Japão e na costa oeste dos Estados Unidos. Em 1964 ficou famoso o terremoto ocorrido no Alaska, de extrema violência, mas com o menor número de vítimas: 131 pessoas morreram devido ser esta uma área de baixa densidade populacional. Este terremoto modificou a topografia regional, baixando e elevando áreas, modificou o curso de alguns rios e destruiu florestas inteiras, provocando um tsunami que chegou a Crescent City, na Califórnia. Em maio de 2008 ocorreu na província de Sichuan, na China, um terremoto que 142
  • 8. Tectônic quase risca do mapa as cidades na vizinhança do seu epicentro. Os mortos, alguns dias depois, já eram 55.000 e ainda não haviam sido todos contados. O terremoto de Lisboa ocorrido em 1755 (de fato foi uma série de terremotos) destruiu a cidade e matou cerca de 60.000 pessoas entre afogadas e queimadas. O abalo causou um tsunami que chegou com 20m de altura em Cadiz, no sul da Espanha. As ondas atravessaram o Atlântico e ainda chegaram a Martinica com 4m de altura depois de viaja- rem 6.100 km de distância, em 10h. Vulcões Os vulcões são montanhas especiais por onde se derrama o fluido do manto para o exterior do planeta. À medida que o fluido chega à superfície, solidifica-se formando os cones e lençóis vul- cânicos. É um fenômeno geológico que não pode ser compreendido estudando-se o próprio vulcão, como fazem os chamados vulcanólogos. Os vulcões, como as montanhas e falhamentos, também são de duas origens. Eles ocorrem tanto nas linhas de distensão como nas de compressão. Diferem pelo mecanismo da erupção. Os da zona de distensão são manifestações da energia acumulada no núcleo, que viaja radialmente no mag- ma do manto e explodem com violência na superfície do globo. Os da zona compressiva (Fig.4.7) são partes do magma que viajam tangencialmente por baixo da litosfera e que conseguem passar para a superfície, quando acontecem desajustes entre as placas continentais (Formação Alpha) e basálticas (Formação Zeta), devido: às suas densidades, à topografia da placa basáltica e aos movimentos opostos das suas trajetórias. Terremotos e vulcões só ocorrem nas zonas sismicamente ativas. São fenômenos ABSO- LUTAMENTE inevitáveis, incontroláveis e imprevisíveis. Essas manifestações da energia central do planeta, para sorte dos habitantes da Terra, estão em um período terminal ou final. Iniciaram-se com a explosão do planeta, que determinou a separação dos continentes e a morte dos habitantes do supercontinente, inclusive os dinossauros, formando uma nova geografia, e atualmente em fase terminal de atividade. Quando terminar a fase atual, toda a superfície do globo estará solidificada; a gravidade passará a armazenar nova quantidade de energia gravitacional no núcleo, até que nova explosão aconteça matando animais e vegetais, nova geografia se forme e provavelmente outros ani- mais apareçam para de novo povoar a Terra... 143