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A LITERATURA PORTUGUESA NO SÉCULO XX
No início do século XX, Portugal vive um período de mudança política e
cultural. A morte do rei D. Carlos e seu filho provoca uma crise política, dá-se o
fim da monarquia. Formam-se duas facções políticas: a republicana e a anti-
republicana, cada qual tendo seus seguidores.
Contudo, um grupo de jovens artistas reuniam-se nos cafés de Lisboa
buscavam trocar informações e experiências, tinham em comum a disposição
para revolucionar e atualizar a cultura portuguesa e o projeto de divulgação dá-
se através da publicação da Revista Orpheu.
(http://eebsantoantonioitap.blogspot.com.br/2011/05/literatura-
portuguesa-no-seculo-xx.html)
O século XX
A fase de decadência que a monarquia atravessava deixava já antever mudanças políticas (a implantação
da República parecia inevitável) que levaram a cogitações sobre o destino dum país longe da
grandiosidade doutras eras.Tal contemplação do passado confundia-se compreensivelmente com um
sentimento de saudade que,no início do séc.XX, é mais do que um recurso literário e se torna mesmo
um conceito filosófico.
Revistas literárias no início do século
Teixeira de Pascoaes: Águia
Teixeira de Pascoaes (1877-1952) será o principal mentor desta corrente literário-filosófica,cuja doutrina
estabelece em obras como Marânces (1911) e Elegia de Amor (1924).
A revista Águia, lançada por Pascoaes e editada entre 1910 e 1930,será a primeira de uma série de
publicações literárias periódicas onde se vão encontrar os nomes mais significativos e inovadores da
literatura portuguesa dos primeiras décadas do novo século.
Fernando Pessoa: Orpheu
Uma das mais efémeras mas mais relevantes seria Orpheu,cujo primeiro número surgiu em 1915 e iria
divulgar em Portugal o Modernismo europeu,concretamente o Futurismo de Phillippo Marinetti,autor
italiano partidário duma “atualização” da literatura e da arte em geral em relação aos novos tempos de
progresso tecnológico.
Os primeiros mentores da Orpheu foram Fernando Pessoa (1888-1935),Mário de Sá-Carneiro (1890-
1915) e Almada Negreiros (1893-1970),o mais provocador e versátil de todos,nome também prestigiado
das artes plásticas.
Sá-Carneiro publicou alguns contos,mas tornar-se-ia conhecido sobretudo como poeta. Dispersão (1914)
revela logo no título a dificuldade de concentração,a pluralidade de opções com que o seu interior se
confrontava, anunciando já o termo trágico que daria à sua vida.
Fernando Pessoa nunca viria a conhecer em vida uma ínfima parcela da fama de que, décadas depois da
sua morte,a sua obra seria alvo. Caso único na literatura mundial,Pessoa foi além da sua própria
personalidade enquanto escritor e criou uma série de heterónimos,autores por si imaginados,com estilos
próprios e diferentes atitudes perante a vida.
A Fernando Pessoa,ele próprio,terá de chamar-se,em literatura,ortónimo,isto é,autor de textos
assinados com o seu nome;são em grande parte poesia de caráter filosófico,centrada no mistério da
vida. Mensagem foi o único livro que viu publicado (em 1934) e contém uma abordagem messiânica de
aspetos da história de Portugal,envolta num grande misticismo.
O primeiro dos mais conhecidos heterónimos criados por Fernando Pessoa foi Alberto Caeiro,campesino
pouco instruído,detentor duma sabedoria muito própria,duma capacidade de análise muito natural,mas
nem por isso menos profunda.Álvaro de Campos,a que Pessoa atribui a profissão de engenheiro naval,
é o arauto do mundo novo, mecanicista,onde o progresso é visível em cada nova máquina que irrompe
na paisagem.As suas odes oscilam entre o entusiasmo pelas transformações que marcam as primeiras
décadas do novo século e um certo tédio e desencanto perante a sua própria incapacidade de mudar o
(seu) mundo.Curiosamente definido (biografado) por Pessoa como um monárquico exilado no Brasil,
Ricardo Reis é um médico apaixonado pelos clássicos cujos poemas combinam um caráter morigerador
com a defesa da liberdade de cada indivíduo.
Camilo Pessanha (1867-1926) é o primeiro verdadeiro poeta simbolista português,com uma produção
marcada por um ritmo e uma musicalidade invulgares. (http://www.clpic.uni-
hamburg.de/pt/portugal-land-und-kultur/literatur/histria-da-
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  • 1. A LITERATURA PORTUGUESA NO SÉCULO XX No início do século XX, Portugal vive um período de mudança política e cultural. A morte do rei D. Carlos e seu filho provoca uma crise política, dá-se o fim da monarquia. Formam-se duas facções políticas: a republicana e a anti- republicana, cada qual tendo seus seguidores. Contudo, um grupo de jovens artistas reuniam-se nos cafés de Lisboa buscavam trocar informações e experiências, tinham em comum a disposição para revolucionar e atualizar a cultura portuguesa e o projeto de divulgação dá- se através da publicação da Revista Orpheu. (http://eebsantoantonioitap.blogspot.com.br/2011/05/literatura- portuguesa-no-seculo-xx.html) O século XX A fase de decadência que a monarquia atravessava deixava já antever mudanças políticas (a implantação da República parecia inevitável) que levaram a cogitações sobre o destino dum país longe da grandiosidade doutras eras.Tal contemplação do passado confundia-se compreensivelmente com um sentimento de saudade que,no início do séc.XX, é mais do que um recurso literário e se torna mesmo um conceito filosófico. Revistas literárias no início do século Teixeira de Pascoaes: Águia Teixeira de Pascoaes (1877-1952) será o principal mentor desta corrente literário-filosófica,cuja doutrina estabelece em obras como Marânces (1911) e Elegia de Amor (1924). A revista Águia, lançada por Pascoaes e editada entre 1910 e 1930,será a primeira de uma série de publicações literárias periódicas onde se vão encontrar os nomes mais significativos e inovadores da literatura portuguesa dos primeiras décadas do novo século. Fernando Pessoa: Orpheu Uma das mais efémeras mas mais relevantes seria Orpheu,cujo primeiro número surgiu em 1915 e iria divulgar em Portugal o Modernismo europeu,concretamente o Futurismo de Phillippo Marinetti,autor italiano partidário duma “atualização” da literatura e da arte em geral em relação aos novos tempos de progresso tecnológico. Os primeiros mentores da Orpheu foram Fernando Pessoa (1888-1935),Mário de Sá-Carneiro (1890- 1915) e Almada Negreiros (1893-1970),o mais provocador e versátil de todos,nome também prestigiado das artes plásticas. Sá-Carneiro publicou alguns contos,mas tornar-se-ia conhecido sobretudo como poeta. Dispersão (1914) revela logo no título a dificuldade de concentração,a pluralidade de opções com que o seu interior se confrontava, anunciando já o termo trágico que daria à sua vida. Fernando Pessoa nunca viria a conhecer em vida uma ínfima parcela da fama de que, décadas depois da sua morte,a sua obra seria alvo. Caso único na literatura mundial,Pessoa foi além da sua própria personalidade enquanto escritor e criou uma série de heterónimos,autores por si imaginados,com estilos próprios e diferentes atitudes perante a vida. A Fernando Pessoa,ele próprio,terá de chamar-se,em literatura,ortónimo,isto é,autor de textos assinados com o seu nome;são em grande parte poesia de caráter filosófico,centrada no mistério da vida. Mensagem foi o único livro que viu publicado (em 1934) e contém uma abordagem messiânica de aspetos da história de Portugal,envolta num grande misticismo. O primeiro dos mais conhecidos heterónimos criados por Fernando Pessoa foi Alberto Caeiro,campesino pouco instruído,detentor duma sabedoria muito própria,duma capacidade de análise muito natural,mas
  • 2. nem por isso menos profunda.Álvaro de Campos,a que Pessoa atribui a profissão de engenheiro naval, é o arauto do mundo novo, mecanicista,onde o progresso é visível em cada nova máquina que irrompe na paisagem.As suas odes oscilam entre o entusiasmo pelas transformações que marcam as primeiras décadas do novo século e um certo tédio e desencanto perante a sua própria incapacidade de mudar o (seu) mundo.Curiosamente definido (biografado) por Pessoa como um monárquico exilado no Brasil, Ricardo Reis é um médico apaixonado pelos clássicos cujos poemas combinam um caráter morigerador com a defesa da liberdade de cada indivíduo. Camilo Pessanha (1867-1926) é o primeiro verdadeiro poeta simbolista português,com uma produção marcada por um ritmo e uma musicalidade invulgares. (http://www.clpic.uni- hamburg.de/pt/portugal-land-und-kultur/literatur/histria-da- literaturaliteraturgeschichte/o-sculo-xxdas-20-jahrhundert/)