O documento discute os conceitos de linguagem, língua e fala. Apresenta as diferenças entre língua falada e escrita e explica que a língua é influenciada por fatores regionais, culturais, contextuais e profissionais. Também define os conceitos de signo, significado, significante e discurso.
2. Por que ler?
“A informação está cada vez mais ao nosso
alcance. Mas, a sabedoria, que é o tipo mais
precioso de conhecimento, essa só pode ser
encontrada nos grandes autores da
literatura.”
Harold Bloom
3. Segundo motivo:
“O segundo motivo é que todo bom
pensamento, como já diziam os filósofos e os
psicólogos, depende da memória. Não é
possível pensar sem lembrar – e são os livros
que ainda preservam a maior parte da nossa
herança cultural.”
Harold Bloom
4. Terceiro motivo:
“Finalmente, e este motivo está relacionado ao
anterior, eu diria que uma democracia
depende de pessoas capazes de pensar por si
próprias. E ninguém faz isso sem ler.”
Harold Bloom (Crítico literário norte-americano)
5. O que é literatura?
• Manifestação artística;
• Arte da palavra;
• Recria a realidade a partir da visão de
determinado autor (o artista), com base em
seus sentimentos, seus pontos de vista e suas
técnicas narrativas.
6. Importante!!
Não se pode pensar ingenuamente que literatura é
um “texto” publicado em um “livro”, porque
sabemos que nem todo texto e nem todo livro
publicado são de caráter literário.
Segundo José de Nicola (autor do livro Literatura
Brasileira: das origens aos nossos dias), o que
torna um texto literário é a função poética da
linguagem.
7. Texto Literário:
• as palavras são carregadas de significado;
• aspecto formal;
• o seu conteúdo.
• O que diferencia a literatura dos demais textos
do “dia a dia” é o seu caráter ficcional.
8. Exemplos de textos literários:
• Contos;
• Poemas;
• Romances;
• Peças de teatro;
• Novelas;
• Crônicas e etc.
9. Textos não literários:
• Notícias;
• cartas comerciais;
• Receitas culinárias;
• Manuais de instrução;
• Bula de remédio.
10. Texto I
“Duas mulheres e três crianças que moram
debaixo de um viaduto na zona sudoeste de
SP vão conhecer o Iguatemi”
(Folha de São Paulo, 25/12/1998. Cotidiano.)
11. COTIDIANO IMAGINÁRIO
Roteiro turístico
MOACYR SCLIAR
"Apresentamos a seguir o roteiro de nossa excursão "Viagem a
um mundo encantado', um excitante mergulho no maravilhoso
universo do consumo.
9h - Início da excursão. Saída dos participantes do viaduto em
que residem. O embarque será feito em ônibus comum, de linha. Não
usaremos helicóptero e nem mesmo ônibus especial. Não se trata de
economia; queremos evidenciar o contraste entre um velho e
barulhento veículo e a moderna e elegante construção que é o objeto
de nossa visita.
10h - Chegada ao shopping. Depois do deslumbramento inicial,
o grupo adentrará o recinto, o que deverá ser feito de forma
organizada, sem tumulto, de maneira a não chamar a atenção. Isto
poderia resultar em incidentes desagradáveis.
12. 10-12h - Visita às lojas. Este é o ponto alto de nossa tour, e para ele
chamamos a atenção de todos os participantes. Poderão observar os últimos
lançamentos da moda primavera-verão, os computadores mais avançados, os
eletrodomésticos mais modernos. Numa das vitrines será visualizado um relógio de
pulso Bulgari custando aproximadamente US$ 10 mil. Os nossos guias, sempre bem
informados, farão uma análise desta quantia. Mostrarão que ela equivale a cem
salários mínimos e que portanto seriam necessários quase dez anos para adquirir tal
relógio. Tais condições oportunizarão uma reflexão sobre a dimensão filosófica do
tempo, muito necessária, a nosso ver -já que é objetivo da agência não apenas o
turismo banal, mas sim um alargamento do horizonte cultural de nossos clientes.
12-14h - Normalmente, este horário será reservado ao almoço.
Considerando, contudo, que o tempo é breve e custa caro (ver acima) propomos
aos participantes um passeio pela área de alimentação, onde teremos uma visão
abrangente do mundo do fast food. Lembramos que é proibido consumir os restos
porventura deixados sobre a mesa ou mesmo caídos no chão.
14-16h - Continuação de nossa visita. Serão mostrados agora os locais de
diversão. Os participantes poderão ver todos -repetimos, todos- os cartazes dos filmes
em exibição.
16h - Embarque em ônibus de linha com destino ao ponto de partida, isto é,
o viaduto.
17h - Nenhum acidente acontecendo, chegada ao viaduto e fim de nossos
serviços."
13. O texto I foi publicado no caderno Cotidiano de um
jornal paulista e é título de uma notícia sobre assuntos
referentes a cidade. Levante hipóteses:
a) O que as duas mulheres e as três crianças
foram fazer no shopping?
b) Por que esse fato teria virado notícia de
jornal?
14. O escritor Moacyr Scliar se inspirou nessa notícia para
criar sua crônica, o texto II. O texto, contudo, apresenta
características diferentes das de uma crônica típica.
a) Com que tipo de texto a crônica de Scliar se
assemelha?
b) Quem fala no texto e quem supostamente são
os seus interlocutores?
c) Que tipo de situação o cronista inventa a partir
da notícia?
d) O texto de Moacyr Scliar retrata uma situação
real ou uma realidade ficcional? Por quê?
15. • Quem fala no texto II faz referência à excursão
desta forma: “’Viagem a um mundo
encantado’, um excitante mergulho no
maravilhoso universo do consumo”.
Considerando-se a condição dos visitantes,
qual é, então, a principal contradição existente
no texto?
16. Releia estes trechos do trecho II:
• “. Numa das vitrines será visualizado um relógio
de pulso Bulgari custando aproximadamente US$
10 mil. [...] Tais condições oportunizarão uma
reflexão sobre a dimensão filosófica do tempo”;
• “Considerando, contudo, que o tempo é breve e
custa caro (ver acima) propomos
aos participantes um passeio pela área de
alimentação”;
• “Os participantes poderão ver todos -repetimos,
todos- os cartazes dos filmes em exibição.”
17. Que tipo de procedimento do escritor
os trechos revelam?
a) Analítico e crítico;
b) Irônico e crítico;
c) Argumentativo e poético;
d) Descritivo e crítico.
18. Os dois textos abordam o mesmo tema, mas são bastante
diferentes entre si. Essas diferenças se devem à finalidade e
ao gênero de cada um dos textos.
a) Qual dos dois textos apresenta uma linguagem objetiva,
utilitária e informativa?
b) Em qual deles a linguagem é propositalmente
organizada com o fim de criar duplo sentido?
c) Qual dos textos tem a finalidade de informar? Qual tem
a finalidade de entreter, divertir ou sensibilizar o leitor a
partir de um tema relacionado a uma situação real?
d) Considerando as reflexões que você fez sobre a
linguagem dos textos em estudo, responda: Qual deles
é um texto literário? Por quê?
19. Linguagem:
• A linguagem é todo sistema verbal e não verbal pré-
estabelecido que nos permite a realização da
comunicação.
Características do sistema verbal e não verbal:
a) Verbal: o destaque na comunicação são as
palavras. (A língua)
b) Não verbal: não considera as palavras, mas outros
sinais. Como exemplo de linguagem não verbal são os
sinais de trânsito, gestos faciais, gestos corporais, etc.
21. Linguagem Digital:
• Com o aparecimento da informática, surgiu
esta nova linguagem, que consiste na
combinação de números.
• Permite armazenas e transmitir informações
em meios eletrônicos.
22. Língua:
• “É um sistema gramatical pertencente a um
grupo de indivíduos” Celso Cunha
• “Expressão da consciência de coletividade”
Celso Cunha
• É uma forma de linguagem. A língua é
baseada em palavras, ou seja, signos, por
meio do qual as pessoas se comunicam e
interagem entre si.
• Como exemplo, duas falas estrangeiras são
línguas diferentes.
23. Para dominar uma língua não precisamos
apenas conhecer o seu vocabulário, mas
também ter domínio de suas leis
combinatórias.
• Exemplo:
• Aumento segunda-feira na tem novo próxima
gasolina.
• Gasolina tem novo aumento na próxima
segunda-feira.
24. Logo:
• A língua é um código formado por signos
(palavras) e leis combinatórias por meio do
qual as pessoas se comunicam e interagem
entre si.
25. Discurso
• É a língua no ato, na execução individual.
• A realização verbal do processo da
comunicação.
• É onde se manifesta a língua.
(Celso Cunha)
26. Fala:
• É a utilização oral da língua pelo indivíduo.
• É um ato individual, pois cada indivíduo, para
a manifestação da fala, pode escolher os
elementos da língua que lhe convém,
conforme seu gosto e sua necessidade, de
acordo com a situação, o contexto, sua
personalidade, o ambiente sociocultural em
que vive, etc.
27. Níveis da fala:
• Nível coloquial-popular: é uma fala mais utilizada
na rotina das pessoas, constantes nas situações
informais. É mais usada na fala espontânea, a
maioria dos indivíduos não se preocupam com a
forma culta da língua ao falar em um ambiente
não formal.
Exemplo: “Xaxado, já imaginô se nois dois fosse
astrornata?”.
Chico Bento e a Turma do Xaxado.
28. • Nível formal-culto: existe nesse nível
preocupação com a forma correta das regras
gramaticais da nossa língua. Geralmente utilizada
em situações formais. Há cautela com o
vocabulário e obediência com a norma culta da
língua.
Exemplo: “A busca para compreender o cérebro
humano acaba de dar um passo importante. Um
estudo publicado na revista americana "Science"
apresentou o primeiro modelo computacional do
cérebro capaz de simular comportamentos
humanos complexos, como realizar somas e
completar séries de números”.
Folha de São Paulo, 16 de dezembro de 2012, Ciência.
29. Língua Falada e Língua Escrita
• A língua falada é mais espontânea, abrange a
comunicação linguística em toda sua totalidade.
Além disso, é acompanhada pelo tom de voz,
algumas vezes por mímicas, incluindo-se
fisionomias.
• A língua escrita não é apenas a representação da
língua falada, mas sim um sistema mais
disciplinado e rígido, uma vez que não conta com
o jogo fisionômico, as mímicas e o tom de voz do
falante.
30. No Brasil, por exemplo, todos falam a língua
portuguesa, mas existem usos diferentes da língua
devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:
• Fatores regionais: é possível notar a diferença
do português falado por um habitante da
região nordeste e outro da região sudeste do
Brasil. Dentro de uma mesma região, também
há variações no uso da língua. No estado do
Bahia, por exemplo, há diferenças entre a
língua utilizada por um cidadão que vive na
capital e aquela utilizada por um cidadão do
interior do estado.
31. • Fatores culturais: o grau de escolarização e a
formação cultural de um indivíduo também
são fatores que colaboram para os diferentes
usos da língua. Uma pessoa escolarizada
utiliza a língua de uma maneira diferente da
pessoa que não teve acesso à escola.
32. • Fatores contextuais: nosso modo de falar
varia de acordo com a situação em que nos
encontramos: quando conversamos com
nossos amigos, não usamos os termos que
usaríamos se estivéssemos discursando em
uma solenidade de formatura.
33. • Fatores profissionais: o exercício de algumas
atividades requer o domínio de certas formas
de língua chamadas línguas técnicas.
Abundantes em termos específicos, essas
formas têm uso praticamente restrito ao
intercâmbio técnico de engenheiros, químicos,
profissionais da área de direito e da
informática, biólogos, médicos, linguistas e
outros especialistas.
34. • Fatores naturais: o uso da língua pelos
falantes sofre influência de fatores naturais,
como idade e sexo. Uma criança não utiliza a
língua da mesma maneira que um adulto, daí
falar-se em linguagem infantil e linguagem
adulta.
36. • Significado - é o conceito, a ideia transmitida
pelo signo, a parte abstrata do signo.
• Significante - é a imagem sonora, a forma, a
parte concreta do signo, suas letras e seus
fonemas.
38. • Referências Bibliográficas:
AZEVEDO, Benedita. Site: www.recantodasletras.com.br
CEREJA, William R. e MAGALHÃES, Thereza C. Gramática Reflexiva
–texto, semântica e interação. São Paulo: Atual, 1999.
Chico Bento e a Turma do Xaxado.
Site: www.historiaequadrinhos.com.br.
CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português
Contemporâneo. Rio de Janeiro: Lexikon, 6ª ed..2013.
Jornal Folha de São Paulo. Ciência. 16/12/12.
SÓ PORTUGUÊS. Site: http://www.soportugues.com.br