2. Contexto Histórico
Desenvolvimento do
comércio;
Reforma Protestante;
Desenvolvimento
científico-tecnológico
Navegações Imprensa
Antropocentrismo
Nas artes valorização
dos clássicos
6. Fatores que geraram oFatores que geraram o
Renascimento:Renascimento:
A urbanização gera condições deA urbanização gera condições de
uma nova cultura, a ascensãouma nova cultura, a ascensão
comercial da burguesia propiciavacomercial da burguesia propiciava
apoio financeiro noapoio financeiro no
desenvolvimento da nova cultura.desenvolvimento da nova cultura.
A retomada dos estudos dasA retomada dos estudos das
obras greco-romanas foi deobras greco-romanas foi de
grande importância.grande importância.
7. grande avanço científico que
proporcionou as grandes
navegações;
a nova concepção do homem e
o questionamento de algumas
práticas da Igreja Católica.
Nesse período houve um
notável florescimento das
artes, que substituíram o
primitivismo medieval pela
noção de perspectiva, pela
multiplicação das cores e pelo
maior equilíbrio com que as
formas humanas passaram a
ser retratadas.
8.
9. visão antropocêntricavisão antropocêntrica ,na,na
verdade, não surgiu pelaverdade, não surgiu pela
primeira vez noprimeira vez no
Renascimento, pois osRenascimento, pois os
antigos gregos já tinhamantigos gregos já tinham
construído uma sociedadeconstruído uma sociedade
baseada nela. Daí o nomebaseada nela. Daí o nome
Renascimento - umaRenascimento - uma
associação aoassociação ao
ressurgimento de algunsressurgimento de alguns
valores que haviamvalores que haviam
10. Características:
Imitação dos autores clássicosImitação dos autores clássicos
gregos e romanos dagregos e romanos da
antiguidadeantiguidade:: Homero, Virgílio,Homero, Virgílio,
Ovídio, etc.Ovídio, etc.
Uso da mitologiaUso da mitologia:: Os deuses eOs deuses e
as musas, inspiradoras dosas musas, inspiradoras dos
clássicos gregos e latinosclássicos gregos e latinos
aparecem também nosaparecem também nos
clássicos renascentistas: Osclássicos renascentistas: Os
Lusíadas:(Vênus) = a deusa doLusíadas:(Vênus) = a deusa do
amor; Marte( o deus daamor; Marte( o deus da
guerra), protegem osguerra), protegem os
11. Predomínio da razão sobre osPredomínio da razão sobre os
sentimentossentimentos:: A linguagem clássica nãoA linguagem clássica não
é subjetiva nem impregnada deé subjetiva nem impregnada de
sentimentalismos , porque procurasentimentalismos , porque procura
ecoar, através da razão, todas os dadosecoar, através da razão, todas os dados
fornecidos pela natureza e, desta formafornecidos pela natureza e, desta forma
expressou verdades universais.expressou verdades universais.
IdealismoIdealismo:: O classicismo aborda o homemO classicismo aborda o homem
ideal, liberto de suas necessidades diárias,ideal, liberto de suas necessidades diárias,
comuns. Os personagens centrais dascomuns. Os personagens centrais das
epopéias(grandes poemas sobre grandesepopéias(grandes poemas sobre grandes
feitos e heróicos) nos são apresentadosfeitos e heróicos) nos são apresentados
como seres superiores, verdadeiros semi-como seres superiores, verdadeiros semi-
12. Amor PlatônicoAmor Platônico:: Os poetasOs poetas
clássicos revivem a ideia declássicos revivem a ideia de
Platão de que o amor deve serPlatão de que o amor deve ser
sublime, elevado, espiritual, puro,sublime, elevado, espiritual, puro,
não-físico.não-físico.
Busca da universalidade eBusca da universalidade e
impessoalidadeimpessoalidade:: A obra clássicaA obra clássica
torna-se a expressão de verdadestorna-se a expressão de verdades
universais, eternas e despreza ouniversais, eternas e despreza o
particular, o individual,particular, o individual,
aquilo que é relativo.aquilo que é relativo.
13. Os valores do RenascimentoOs valores do Renascimento
1-O tempo pertence ao homem e1-O tempo pertence ao homem e
este deve usá-lo em benefícioeste deve usá-lo em benefício
próprio.próprio.
2-razão e a fé são2-razão e a fé são
importantes.Valoriza-se aimportantes.Valoriza-se a
experiência e a observação.experiência e a observação.
3-á valorização da originalidade3-á valorização da originalidade
e do talento de um artista, doe do talento de um artista, do
que é marca pessoal do indivíduoque é marca pessoal do indivíduo
(individualismo).(individualismo).
4-O homem está no centro das4-O homem está no centro das
14.
15. A Literatura
Imitação dos clássicos temas,→
estrutura,...
Mitologia sentido estético
Formalismo
Medida Nova
Predomínio da Razão / Universalismo
Amor platônico
16. Luís Vaz de Camões
(1525 – 1580)
“E assim acabarei a
vida, e verão todos
que fui tão
afeiçoado à minha
pátria, que não
somente me
contentei de morrer
nela, mas de morrer
com ela”.
17. A Épica Camoniana
Os Lusíadas (1572)
segue os modelos de
Horácio e de Virgílio;
Título: significa
“Lusitanos”, ou seja, são
os próprios lusos, em sua
alma como em sua ação.
(Luso=luz)
18. Considerações Gerais
Tema: Camões cantará as conquistas de
Portugal, as glórias dos navegadores, os
reis do passado; em outras palavras, a
glória do povo português .
Ação:
HistóricaHistórica: Viagem de Vasco da Gama.
MitológicaMitológica: Disputa entre os deuses.
A narrativa não segue ordem linear,
cronológica.
20. Partes
ProposiçãoProposição (canto I)(canto I)
As armas e os barões assinalados
Que, da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram.
21. Partes
Invocação (canto I) pede inspiração às
Tágides (musas do Tejo).
Dedicatória (canto I) dedica o poema
ao Rei D. Sebastião.
Narração (cantos I ao X) narra a viagem
de Vasco da Gama ao Oriente.
Epílogo (canto X) parte final, poeta se
mostra desiludido com sua pátria, já
antevendo a decadência de Portugal.
23. Episódios Importantes
Canto I
Narração in media res;
Canal de Moçambique;
Concílio dos deuses
Baco X Vênus
Armadilha de Baco (falso piloto);
Meditação sobre a condição humana.
24. Canto I – “Meditação Moral”
“No mar tanta tormenta e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade aborrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme, e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?”
25. Canto II
Júpiter consola Vênus,
Júpiter prenuncia o sucesso da
expedição lusa;
Sonho de Vasco da Gama.
Formosa filha minha, não temais
Perigo algum nos vossos lusitanos,
Nem que ninguém comigo possa mais
Que esses chorosos olhos soberanos;
Que eu vos prometo, filha, que vejais
Esqueceram-se gregos e romanos,
Pelos ilustres feitos que esta gente
Há de fazer nas partes do Oriente.”
26. Canto III
Em Melinde;
Invocação à Calíope;
Narração de Vasco
da Gama;
Início da História de
Portugal;
Episódio de Inês de
Castro.
27. Trecho Lírico
“Tu só, puro amor, com força crua,
Que dos corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se for a pérfida inimiga,
Se dizem, fero amor, que a seta tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano”
28. Canto IV
Continua a História de Portugal;
Sonho de Dom Manuel;
Narra o dia da partida da frota;
Episódio do Velho do Restelo.
29. Velho do Restelo
“- Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
Com uma aura popular que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas.
Que crueldades neles experimentas!”
30. Canto V
Narra a viagem pela
Costa Africana;
Episódio de Fernão
Veloso;
Episódio do Gigante
Adamastor;
Voz de Camões
Crítica aos que não
valorizam a poesia.
31. A lírica camoniana
Influência da tradição popular portuguesa →
redondilhas, cantigas,...
Influência da Antigüidade Clássica;
Sonetos Medida Nova→
Platonismo amoroso;
Visão idealizada da mulher;
Análise do contraditório;
Desconcerto do mundo;
32. Amor Platônico
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento Etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa sem remédio de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
33. Inconstância
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E enfim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.
34. Análise do contraditório
Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco, e nada aperto.
É tudo quanto sinto um desconcerto:
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio;
Agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao Céu voando;
Num'hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar um'hora.
Se me pergunta alguém porque assi ando,
Respondo que não sei, porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.