Este documento apresenta os resultados de uma pesquisa sobre estudos brasileiros sobre internet e política entre 2000-2011. A pesquisa analisou 299 artigos de 11 eventos e mostrou que a maioria foi escrita por um autor e teve abordagem social. A maior parte usou métodos qualitativos e análise de conteúdo, e concluiu de forma otimista.
Análise dos estudos brasileiros sobre internet e política (2000-2011
1. INTERNET E POLÍTICA EM ANÁLISE:
levantamento sobre o perfil dos estudos
brasileiros apresentados entre 2000 e 2011
Rachel Callai Bragatto
Maria Alejandra Nicolás
Rafael Cardoso Sampaio
Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho Comunicação e Política do XXI
Encontro da Compós, na Universidade Federal de Juiz de Fora,
Juiz de Fora, de 12 a 15 de junho de 2012
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2. Estructura de la presentación
(1) Objetivos
(2) Metodologia
(3) Resultados
(4) Conclusões gerais
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3. (1) Objetivos
Apresentar resultados de nossa
pesquisa em andamento sobre a
apropriação da temática “internet e
política” como objeto de estudo pelas
ciências sociais brasileiras,
especialmente pela sociologia, ciência
política e comunicação;
Analisar os artigos apresentados sobre
o assunto em alguns dos principais
eventos realizados em território
brasileiro de 2000 até 2011
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4. (2) Metodologia
Analisamos 299 artigos apresentados em 11
eventos: Compós, Anpocs, Compolítica, CBS,
ABCP, Seminário Nacional de Sociologia &
Política (UFPR), Fórum Brasileiro de Ciência
Política (Ufscar), Seminário Nacional de Ciência
Política (UFRGS), Abciber, Intercom e Wapor.
O período de abrangência dos artigos
compreende 2000 até 2011.
Variáveis coletadas: Autores e instituições,
tipo de vertente, abordagem teórica, objeto
tecnológico, objeto político, variáveis
metodológicas (tipo de abordagem, método,
técnica empírica, estatística) e conclusões. 4
6. (3) Resultados: (a) Instituições e autores
282 pesquisadores participaram da produção
dos 299 artigos. Com relação a autoria dos
artigos, uma quantidade considerável foi
escrita por somente um autor (66,2%),
representando mais da metade do corpus.
Embora, parte considerável tenha sido
apresentada em co-autoria (33,8%), uma
quantidade muito modesta fez parceria entre
instituições (8%).
Os primeiros vinte autores produziram, em
média, quatro artigos no período analisado,
representando 28% da produção total.
7. (3) Resultados: (b) Vertentes,
abordagens e objetos
Em relação às informações sobre o tipo de
vertente dos artigos, percebe-se uma maior
parte deles localizada na vertente social
(56,5%);
Com relação às vertentes e instituições
acadêmicas líderes. Destacam-se a UFBA e a
UFPR com maioria dos artigos pertencentes à
vertente institucional. Por outro lado, UFMG,
USP e UFRJ apresentaram pesquisas
significativamente mais voltadas para a
vertente social.
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11. (3) Resultados:
(c) Variáveis metodológicas
Uma maior parte de estudos de cunho
empírico (65,9%);
Uma quantidade considerável de artigos foi de
cunho qualitativo (40,5%), seguida de artigos
bibliográficos (33,1%) e, por fim, artigos
quantitativos (26,4%);
Somente uma porcentagem pequena aplicou
algum tipo de estatística (27,8%). Dos 83
artigos que utilizaram estatística cabe
destacar a preponderância de frequências
simples (69,9%),
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12. (3) Resultados:
(c) Variáveis metodológicas
Com relação ao tipo de técnica empírica
utilizada, uma robusta quantidade de artigos
utilizaram “análise de conteúdo” (72,0%);
Sobre as conclusões dos artigos, mais da
metade dos pesquisadores chegam a
conclusões otimistas em seus artigos (51%),
seguidos de uma parte considerável que não
se posiciona claramente (27%) e, por fim,
uma menor quantidade de céticos(22%).
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13. (3) Resultados:
(d) Provas estatísticas de significação
1) Verificamos a relação entre o tipo de vertente
(social e institucional) dos artigos mapeados e a
aplicação de estatística (sim e não) neles:
O teste de Qui-Quadrado mostrou um sig. de 0,000
abaixo do limite crítico, pelo que pode-se dizer
que há uma diferença significativa entre o tipo de
vertente e ter aplicado estatística. O coeficiente de
contingência revelou 23,3% de associação entre o
tipo de vertente e a aplicação de estatística. E os
resíduos padronizados indicaram que há uma
predominância de uso de estatística na vertente
institucional.
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14. (3) Resultados:
(d) Provas estatísticas de significação
2) Também indagamos a seguinte
questão:será que os artigos da vertente social
tendem a predominar em conclusões
otimistas?
O coeficiente de Q de Yule representou 35%
mais de chances de encontrar artigos de
vertente social que possuam conclusões
otimistas.
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15. (4) Conclusões
A pesquisa indica inúmeras disparidades e
concentrações, especialmente no que se
refere a autoria;
Em relação às vertentes (Gomes, 2007),
houve leve preponderância da social (56,5%)
sobre a institucional (43,5%);
O objeto tecnológico foi o que mais sofreu
mudança ao longo dos tempos. Os
pesquisadores brasileiros inicialmente se
focaram em grandes questionamentos e
pesquisas a respeito do objeto “internet”. Com
o passar do tempo, objetos mais específicos
começaram a ser abordados;
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16. (4) Conclusões
Sobre as variáveis metodológicas, percebe-se
que o corpus é composto por 65,9% de
estudos empíricos, mas que houve grande
variação de 2000 a 2011. Inicialmente,
haveria preponderância de artigos teóricos e,
atualmente, a grande maioria se concentra
em estudos empírico;
Poucos aplicam alguma técnica estatística
(27,8%) e dentre estes, a maior parte
(69,9%) aplica apenas frequência simples;
Mais da metade das pesquisas foi classificada
como otimista (51%) contra apenas 22% de
céticos;
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17. (4) Conclusões
No geral, a pesquisa sobre “Internet e Política”
no Brasil está significativamente crescendo. E
percebe-se maior maturidade do campo.
Para alcançar e manter tal maturidade, esta
pesquisa indica que falta maior investimento
em parcerias interinstitucionais,
especialmente entre instituições líderes e
instituições em consolidação, e também na
utilização de testes estatísticos mais
sofisticados e modelos causais mais precisos
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18. Obrigada pela atenção!
Rachel Callai Bragatto, doutoranda em Sociologia pela
UFPR. rachelbragatto@gmail.com
Maria Alejandra Nicolás, doutoranda em Sociologia pela
UFPR, alejandranicolas@gmail.com
Rafael Cardoso Sampaio, doutorando em Comunicação e
Cultura Contemporâneas (UFBA),
cardososampaio@gmail.com
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