Classificação Decimal Universal: História e Fundamentos
1. CLASSIFICAÇÃO DECIMAL
UNIVERSAL
História e fundamentos
UFSCar
Disciplina: Representação Temática 2 - 2011
Raquel J. P. L. de Sousa
2. HISTÓRICO
Paul Otlet e Henry La Fontaine (século
XIX).
Lista abrangente de todas as
publicações, desde a invenção da
prensa.
Répertoire Bibliographique Universal.
Lista em cartões, organizados
sistematicamente.
Decidiram adaptar a CDD, expandindo-
a.
3. HISTÓRICO
Características básicas da CDD:
◦ Linguagem universal dos algarismos
arábicos.
◦ Representação da estrutura hierárquica.
Incorporou-se outra característica:
◦ Conceito de relação, com representação
através da síntese.
Formação de notações compostas:
novos assuntos não existentes no
sistema.
4. HISTÓRICO
Institut International de Bibliographie
(Instituto de Bruxelas).
Década de 20: dificuldades financeiras.
1931: transferência para Haia (Holanda
do Sul).
1937: Fédération International de
Documentation (FID).
1991: direitos cedidos a várias
organizações, em um consórcio
conhecido como UDC Consortium.
9. HISTÓRICO
Primeira edição completa: de 1905 a
1907.
◦ Manuel du Répertoire Bibliographique
Universal.
◦ 33.000 subdivisões em índice alfabético e
38.000 entradas.
Segunda edição:1927-1933.
70.000 entradas.
Base para edições e traduções
posteriores.
10. HISTÓRICO
Edição-padrão Internacional, conhecida
como MRF – Master Reference File
(Arquivo-mestre de Referência).
Base para as edições médias a partir de
1993.
O MRF é mantido na sede da UDC
Consortium (Biblioteca Real em Haia).
68.000 classes.
Atualizado uma vez por ano (dezembro /
janeiro).
Extensões e correções para a CDU.
11. NATUREZA DA
CLASSIFICAÇÃO
Cobertura da totalidade do
conhecimento humano.
Classificação geral:
◦ Incorpora todos os campos do
conhecimento.
◦ Aplica-se em coleções que cobrem todo o
conhecimento.
Universalidade: utilização em todo o
mundo.
Aplicação prática em diversos países.
13. FUNDAMENTOS
A CDU é baseada em classes: conjunto
cujos membros mantêm semelhanças.
Classe simples: subdivisão direta.
◦ Ex. : Botânica, em que cada uma das
plantas seria uma classe.
Classe composta: interseção de dois
ou mais conceitos.
◦ Ex.: Fisiologia Botânica, Ecologia Botânica.
Um fenômeno pode ocorrer em mais de
uma classe.
◦ Ex.: Ovos
(ornitologia, acasalamento, culinária).
14. CARACTERÍSTICAS
ESTRUTURAIS
Decimalidade.
Universalidade.
Hierarquia.
Síntese.
Junção dos Sistemas enumerativos do
passado, aos poli-ierárquicos e
multifacetados.
Precedeu, mas também foi influenciada
pelas ideias de
Ranganathan/Classification Research
Group.
15. DECIMALIDADE
Conhecimento dividido em dez
grandes classes.
Cada classe é subdivisível em outras.
Notação se amplia de acordo com o
sistema decimal.
Cada dígito é uma fração decimal.
5 será seguido por 50 até 59.
59 será seguido po 590 até 599.
Entre 591 e 592 há subdivisões até
591.9.
16. DECIMALIDADE
O ponto facilita a leitura.
Divide-se por pontos a cada três
números (regra geral).
Tamanho geralmente reflete o nível
hierárquico.
Conceitos de nível equivalente, em
geral, têm notação de mesmo
tamanho.
17. DECIMALIDADE
6 Ciências aplicadas.
62 Engenharia.
622 Mineração.
622.2 Operações de mineração.
622.23 Escavações de minas.
622.233 Perfuração para explosão.
622.233. Perfuradores de martelo.
4
18. UNIVERSALIDADE
Pretensão e capacidade de
representar a totalidade do
conhecimento.
Previsão de espaço para acomodar
novos conhecimento, isoladamente ou
em suas relações.
Usa símbolos (numéricos e não
numéricos) de conhecimento e
emprego unívocos em todo o planeta.
19. ESTRUTURA HIERÁQUICA
Relações genéricas.
373 Tipos de escolas que
ministram educação geral.
Divisão em
Renque
373.3 Escola primária. Nível
cadeia
elementar.
s
373.5 Escola secundária.
373.54 Escolas que levam ao
preenchimento dos requisitos
para ingresso numa
20. ESTRUTURA HIERÁQUICA
Relações partitivas.
(1-928) Regiões físicas da América do
Sul. América do Sul como
região física.
(1-928.1) Andes setentrionais.
(1-928.2) Andes centrais.
(1-928. Andes subtropicais.
3)
(1-928.4) Andes da Patagônia.
21. SÍNTESE
Classes compostas e complexas
podem ser formadas por mecanismos
de notação.
Permite a combinação, sem depender
dos geradores da classificação.
Componentes principais:
◦ Termo: descrição da classe em linguagem
natural.
◦ Notação: símbolo („número‟) de classe.
22. FLEXIBILIDADE
Permite mudar a ordem de citação.
622+669 Mineração e metalurgia
669+622 Metalurgia e mineração
58(035) Botânica (manuais)
(035)58 Manuais de botânica
Grande especificidade.
Adaptação a necessidades
individuais.
23. ANALÍTICO-SINTÉTICO
Análise: subdivisão em elementos
simples.
Síntese: combinação de elementos.
União de uma parte da classificação
com qualquer outra: classificação
analítico-sintética.
Classificação facetada:
◦ Exige a representação de conceitos por
termos simples.
◦ Não permite a listagem de combinações
na própria tabela.
24. FACETAS
“A CDU não é totalmente facetada, mas
os princípios da análise facetada são
inerentes à sua estrutura [...]”
(McILWAINE, 1998, p. 18).
“A CDU [...] é uma classificação por
aspectos, na qual um fenômeno é
classificado segundo o contexto ou
disciplina em que é considerado. Por isso
seus vários aspectos encontram-se em
25. ASPECTOS
Exemplo:
Carvão
◦ 552.574: aspecto petrológico.
◦ 553.94: aspecto da geologia econômica.
◦ 622.23: aspecto da mineração.
◦ 622.411.52: forma de pó.
◦ 631.878: aspecto combustível.
◦ Etc.
26. NÚMERO DE
CLASSIFICAÇÃO
Parte notacional da entrada de
classe/conceito.
Determina o local da classe dentro do
esquema.
Pode ser:
◦ Algarismo arábico único (nível mais alto).
◦ Sequência de algarismos.
◦ Algarismos e sinais próprios: notação
mista.
28. TABELAS
Tabelas principais ou sistemáticas:
conhecimento arranjado em dez
classes.
◦ Números simples (3, 5, 7) indicam maior
extensão e são superordenados.
◦ Números de mesma extensão (33, 55 ou
111, 333) são coordenados.
Tabelas auxiliares: completa as
tabelas principais, com o uso de sinais
auxiliares.
Índice.
29. TABELA SISTEMÁTICA
0 Generalidades: o Conhecimento, a Cultura, a
Ciência, o Saber, a Escrita, etc.
1 Filosofia. Psicologia.
2 Religião. Teologia.
3 Ciências Sociais.
4 (Vaga).
5 Ciências matemáticas, físicas e naturais.
Ecologia.
6 Ciências aplicadas. Tecnologia.
7 Artes. Divertimentos. Lazer. Esportes.
8 Línguas. Linguística. Filologia. Literatura.
9 Geografia. Biografia. História e ciências
auxiliares.
30. SÍMBOLOS
+ adição
/ barra inclinada
: dois pontos
:: dois pontos duplos
[] colchetes
= igual
(0...) parênteses zero
(1/9) parênteses um barra nove
(=...) parênteses igual
"..." aspas
* asterisco
A/Z a barra z (ou extensão alfabética)
.00 ponto zero zero
-03 e -05 hífen zero três e hífen zero cinco
-1/-9 hífen um a hífen nove
.0 ponto zero
' apóstrofo
...1/...9 reticências um barra reticências nove
32. AUXILIARES COMUNS
TABELA 1a
Seção I: adição, coordenação +
Liga dois ou mais números.
Indica assunto composto para o qual
não existe número simples.
Não exige relação mútua entre os
assuntos.
53+913 Física e Geografia
622+669 Mineração e metalurgia
33. AUXILIARES COMUNS
TABELA 1a
Seção 2: extensão consecutiva /
Liga o primeiro e todos os demais
números até o último, em uma série.
Forma conceito mais abrangente.
592/599 Zoologia sistemática
546.32/.35 Metais alcalinos de
potássio a rubídio
34. OBSERVAÇÃO
Se o número depois da barra tem
mais de 3 dígitos e repete o mesmo
grupo de números do
precedente, pode-se omitir os dígitos
comuns.
Deve-se manter o ponto, para indicar
a subdivisão.
546.32 a 546.35= 546.32/.35
35. AUXILIARES COMUNS
TABELA 1b
Seção 1: relação simples :
Liga dois ou mais números, indicando
relação mútua.
Relações A:B ou B:A têm o mesmo
valor.
Restringe os assuntos.
17:7 Ética em relação à arte
36. AUXILIARES COMUNS
TABELA 1b
Seção 2: subagrupamento [ ]
Necessário quando um assunto
indicado por dois ou mais números
ligados por símbolos (+, /, :) se
relaciona a um outro número através de
:.
783:[283/289] Música de igreja
protestante
37. AUXILIARES COMUNS
TABELA 1b
Seção 3: ordenação ::
Indica que o conceito após :: tem uma
relação subordinada ao conceito
anterior.
Irreversível: fixa a ordem dos assuntos.
77.044::355 Fotografia de guerra
025.45CDU::027.021 A CDU e seu
uso nas Bibliotecas
39. AUXILIARES COMUNS
TABELA 1c
Documentos multilíngues: =00 ou pelos
auxiliares das línguas.
53(035)=00 Manuais multilíngues de física
53(035)=111=112.2=133.1 Manuais de física em
IN, GER, FR
Os documentos traduzidos trazem o símbolo
=03 (traduzido do)
002=40 A documentação em língua francesa
002=03.40 A documentação traduzida do francês
40. AUXILIAR DE LÍNGUA
Entra com 811 para compor línguas
como objeto de estudo, seguida de .,
mas sem =.
811.131.1 Estudo da língua
italiana
811.161.1 Estudo da língua
russa
Entra com 821 para compor literatura
específica , seguida de ., mas sem =.
821.131.1 Literatura italiana
41. AUXILIARES COMUNS
TABELA 1d
• Auxiliares comuns de forma: (0...)
• Indicam a forma documentária.
58(035) Manuais de botânica
54(038) Dicionários química
(038) 54 Dicionário química
42. AUXILIARES COMUNS
TABELA 1e
• Auxiliares comuns de lugar: (1/9)
• Indicam o âmbito
geográfico, localização ou outro
aspecto espacial de um assunto
indicado por um número principal.
339.5(73:81) Comércio entre EUA e
Brasil
338.47(81) Economia dos transportes
43. AUX. COMUNS DE LUGAR
Não constitui mais a base para formar
a história e a geografia dos lugares.
História: acrescenta-se o local a 94.
94(44) História da França
94(160.27) História dos polos
Geografia: acrescenta-se o local a
913.
913(44) Geografia da França
913(160.27) Geografia dos polos
44. AUXILIARES COMUNS
TABELA 1f
• Auxiliares comuns de grupos étnicos
e nacionalidade: (=...)
• Indicam os aspectos étnicos ou a
nacionalidade de um assunto
representado por um número principal.
159.0(=581) Psicologia do povo chinês
39(=97) Folclore ameríndio do
norte
45. AUXILIARES COMUNS
TABELA 1g
• Auxiliares comuns de tempo: “...”
• Indicam data, ponto no tempo ou período.
• Abrange tempos cronológico e
fenomenológico.
• Não indica data de publicação do
documento.
34“198” O direito na década de 80 do séc.
XX
46. AUXILIARES COMUNS
TEMPO
Período anterior à era cristã:
precedido pelo sinal -.
94“-0033”(37) História de Roma no ano
33 a.C.
Datas são indicadas pela ordem:
ano, mês, dia, hora, minuto e
segundo.
“2008.12.31.23.50.05”
23:50:05 de 31/12/2008
48. AUXILIARES COMUNS
TABELA 1h
• Notação de fontes que não
pertencem à CDU: *
• Introduz número não autorizado pela
CDU.
• Introduz palavra, símbolo ou número de
uma fonte diferente.
546.42.027*90Estrôncio 90 (nº da massa
atômica)
Obs.: aconselhável explicar a fonte em
49. AUXILIARES COMUNS
TABELA 1h
• Especificação alfabética direta: A/Z
• Introduz nomes, abreviaturas e
acrônimos.
• Adiciona-se diretamente.
025.45CDU Class. Decimal
Universal
929NAPOLEÃO I Biografia de Napoleão
I
50. AUXILIARES COMUNS
TABELA 1i
• Auxiliares comuns de ponto de vista:
.00
• Indica pontos de vista mais gerais que os
assuntos podem ser considerados.
681.32.002.6 Computadores como
produto
681.32.004 Computadores como
agentes
51. AUXILIARES COMUNS
TABELA 1k
• Auxiliar comum de material: -03
• Indicam os materiais de que são feitos
ou de que são constituídos os objetos ou
produtos.
732.2-034.3 Medalhas de cobre
732.2-034.22 Medalhas de prata
732.2-034.3‟22 Medalhas de cobre e
prata
52. AUXILIARES COMUNS
TABELA 1k
• Auxiliar comum de pessoas e
características pessoais: -05
• Indicam as pessoas e suas
características.
294.3 Budismo
294.3-05 Budistas
53. OBSERVAÇÃO
Número com menos de três
dígitos, acrescido de Subdivisões Auxiliares
com .00 ou com .0:
Não há alteração, basta justapor a
Subdivisão Auxiliar ao número principal.
7 Arte
001.5 Ponto de Vista da pesquisa
7.001.5 Pesquisa sobre Arte
72 Arquitetura
.01 Estética. Teoria
72.01 Estética em Arquitetura. Teoria da
Arquitetura
54. REFERÊNCIAS
McILWAINE, I. C. Guia para utilização da CDU: um
guia introdutório para o uso e aplicação da
Classificação Decimal Universal. Tradução de
Gercina A. B. Lima. Brasília: MCT; CNPq;
IBICT, 1998.
SOUZA, S. CDU: como entender e utilizar a edição-
padrão internacional em língua portuguesa. 2. ed.
Brasília: Thesaurus, 2010.
UDC CONSORTIUM. Classificação Decimal
Universal: edição-pradrão em língua portuguesa.
Tradução do original inglês de Francisco F. L. de
Albuquerque e Maria T. G. F. de Albuquerque.
Revisão de Antonio A. B. de Lemos. Brasília:
IBICT, 1997.