[1] O documento discute o papel das tecnologias na educação e como professores precisam se adaptar às novas gerações de alunos que cresceram com a tecnologia;
[2] Embora algumas tecnologias possam ser prejudiciais, outras como canais educacionais na TV a cabo podem beneficiar alunos e professores se usadas corretamente;
[3] Professores precisam experimentar novas tecnologias de forma gradual e trabalhar junto com alunos para aprender com suas habilidades digitais e encontrar nov
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Reinaldo mayer tecnologias e_youtube
1. AS TECNOLOGIAS E O VELHO OESTE AMERICANO, AGORA, NO YOUTUBE
Reinaldo Afonso Mayer
O professor precisa buscar esta formação? É possível lecionar sem o
aprofundamento destas novas competências? Esta formação deveria fazer parte de
políticas públicas ou se restringe a uma busca individual pelo conhecimento?
Amigos, outro dia me pediram para ler dois textos e estabelecer comparações que
pudessem nos integrar a esta discussão com algumas vantagens interessantes e claras,
para fortalecer a intenção velada da busca individual pelo conhecimento por isso eu os
divido com vocês, ao rodapé da página inicial.
Li os textos dos mestres Valdemar1
e Moran2
, tão antagônicos que nos fazem lembrar
os tempos do velho oeste americano, quando xerifes e desordeiros se enfrentavam na
rua principal da cidade. Posso afirmar que não concordo e discordo totalmente com
nenhum dos dois, pois não posso acreditar que “a TV e outros meios tecnológicos não
devem fazer parte do lar, pois destroem a vida familiar e que não é um veículo
educacional, pois, por ignorância dos educadores, ela nunca funcionou nas escolas”.
Porém posso afirmar que já tivemos bons momentos familiares vendo um filme, a
exemplo dos famosos TITANIC, AVATAR e SELMA, mais recentemente.
E quantas lições dali poderiam ir para uma sala de aula, se não fizéssemos o mesmo
tiroteio em nossas escolas!
Mas o que realmente nos incomoda é que estes alunos estão trazendo novidades para
a sala de aula, como bonés, brincos, tatuagens, tabletes e celulares, que nos causam
repentinos “frios na espinha” quando eles “pedem a nossa ajuda” em caso de
necessidades urgentes, sobre algo que travou ou que não deu certo em suas discretas
“maneiradas”...
Embora Moran afirme que “Os modelos de educação tradicional não nos servem mais,
então é importante experimentar algo novo em cada semestre”, posso rebater que
nem sempre isto é possível, pois vários autores ou filósofos nos dizem sempre:
evoluam, “mas não se esqueçam das lutas do passado” e foi assim que nós chegamos
até aqui, felizmente ouvindo bons conselhos e seguindo alguns velhos exemplos e
felizmente hoje temos, resultado de nosso esforço, mesmo que seja aos 60 anos, a
nossa casa, o nosso carro, tudo comprado com evolução educacional, sem contar o
emprego de professor, tão arduamente conquistado nos concursos públicos onde a
média mínima era sete e as provas eram escritas e tínhamos que fazer até desenhos
geométricos com compasso e transferidor.
1
Textos completos disponíveis em http://www.antroposofy.com.br/wordpress/um-minuto-a-mais-na-
tv/ e http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/TVeViolencia.html .
2
Texto completo disponível em http://penta3.ufrgs.br/MIE-ModIntrod-
CD/pdf/etapa2_Tec_com_e_interacao.pdf
2. Confesso que também não vou seguir esta máxima do amigo Val: “tomar a única
atitude possível: impedir o acesso de todos da família a esse aparelho
verdadeiramente diabólico”, usando a referência de que “as crianças e os jovens
sabem inconscientemente que não têm experiência de vida e que precisam ser guiados.
E que a primeira coisa a fazer é eliminar de casa o que é prejudicial do ponto de vista
educacional...”.
Claro, ele vende o seu peixe, cuspindo palavras, difamando a televisão, mas aí podemos
discutir o verdadeiro valor da televisão aberta, que infelizmente é a única disponível e que
quase não pode ser aproveitada educacionalmente para todas as classes sociais. Mas os
assuntos que realmente podem ser transferidos para qualquer ambiente, fazendo uma
diferença considerável, estão nos canais da televisão paga, as skys e as nets, que já podem
ser vistos até nos dispositivos móveis.
Ali, há conteúdos formativos libertadores, educacionais ou culturais que beneficiam o
cidadão, seja ele aluno ou professor. Que podem ser em outra discussão mais profunda, cujo
aproveitamento com certeza passa pela instituição de políticas públicas que a transfiram
daquelas telas de 10, 20 ou 30 polegadas para telas maiores, para que os 40 ou 50 alunos,
vindos do fundo do bairro, que estão apinhados no fundo da sala, possam assistir e
participar até interativamente, dos conteúdos apresentados. Mas hoje notamos que apesar
da popularização da Internet, nem mesmo ela está disponível em todas as escolas públicas e
quando está, a senha está sempre na mão de quem não está presente para fornecê-la e até
a chave do laboratório sumiu daquele prego da parede onde deveria estar.
Importante pensar que o uso das tecnologias, dos aplicativos locais e online que estão
disponíveis nos computadores e celulares, às vezes nos garante a vaga em um
concurso, a lembrança de um compromisso que tínhamos esquecido, uma conta que
podemos pagar diretamente sem sair de casa. Como poderemos deixar de concluir
que, a um toque, podemos salvar um dia, ou talvez uma aula ou quem sabe, o nosso
futuro ou de uma outra pessoa – que tal o do nosso aluno?
Enfim, acho que devemos misturar um pouco as coisas, como nos informar e aprender
mais com ações que nos permitam conhecer “novas tecnologias mais simples” e ir aos
poucos “assumindo atividades mais complexas”, conforme o blablabá de Moran,
porque convenhamos, não dá mais para ficar só no oba-oba ou mesmo nos assustar
com um “putz”, sem nos aprofundar nestas novas competências.
Por outro lado, esta convivência com as tecnologias podem nos levar a trabalhar juntos
com nossos filhos e alunos, que tem uma velocidade e uma atitude sempre criativa e
com certeza vão nos proporcionar outras trocas, então acredito que “teremos coragem
e iniciativa para experimentar e ver em nossas crianças resultados fantasticamente
positivos” MESMO se eles, por um momento, em casa ou na sala de aula, nos tomarem
os instrumentos tecnológicos – computador, celular, guitarra, tablete ou até aquele
controle remoto - para nos mostrar novidades que chegaram ou outras ferramentas
possíveis que vão influenciar ensino, aprendizagem, lazer, formação e principalmente a
3. comunicação, mesmo que o conhecimento não nos classifique como nerds3
alternativos.
A verdade é que não há mais campinhos para um bate-bola no bairro, o trânsito é
perigoso demais a partir do nosso portão e o pior de tudo: as drogas nos esperam em
cada esquina e nós, atualmente, só podemos simplesmente tomar providências tardias
com acidentes e incidentes que ser repetem e que nos levam a procurar médicos e
hospitais.
Então, que venha a tecnologia, de qualquer lugar ou aparelho possível, como naquela
propaganda da televisão que a mostra sendo instalada no convés de um navio. Assim,
vamos aos poucos nos adaptando, somos os velhos dinossauros, aos poucos
respirando novos ares e nos integrando com as gerações e o mais importante é
concluir que tudo o que possa nos ajudar a aprender ou ensinar, falar ou escutar, ou,
na última das alternativas, transmitir um conteúdo, de forma mais dinâmica e
participativa, deve ser utilizado.
Mas isso só não tem sido feito de maneira mais sistemática porque ainda temos
divisões sérias em nossos pensamentos e aspirações: que não precisamos destas
parafernálias, de que a tecnologia é para os técnicos, que ainda entendemos muito
pouco de computadores, então não iniciamos nenhum movimento em nossos lares ou
ambientes de trabalho e vamos levando a vida, aguardando uma aposentadoria que
mais parece desvinculada das nossas competências do que nossas próprias aulas sem
os instrumentos digitais que foram ou estão sendo desconsiderados propositadamente
por diversos “aspectos decisórios contemporâneos” .
Assim, já passados tantos anos e discussões, estamos reféns de um impasse e de uma
inércia que, pouco a pouco, vai rotular nossa sociedade como defasada ou
simplesmente, limitada, que escreve , lê e participa pouco, mas assiste passivamente
contrastes evidentes que tanto nos prejudicam educacionalmente.
Cada vez mais parecem normais e naturais, a cada dia, ações e notícias que ocultam
parâmetros normais de uma vida digna e produtiva e escancaram aproveitamentos
ilícitos e informações manipuladas. Fatos que podem ser enfrentados com a busca
contínua do conhecimento, com formação tecnológica adequada e práticas
comunicativas integradas que possam influenciar positivamente, a ação e a missão de
um educador.
Então não podemos jamais concluir que não podemos usar isso ou aquilo, sem provar
insistentemente se a equação funciona, na palavra de nossos interlocutores, que estão
em casa e em nossas escolas: nossos filhos e nossos alunos, que fazem uma cena de
filme do velho oeste americano ser recortado e postado como vídeo no Youtube.
3
Aquele cara que não obedece aos padrões vigentes da sociedade, principalmente os de cunho
intelectual, tornando-se às vezes uma pessoa marginalizada, tímida e solitária.