O documento discute a história e conceitos da certificação florestal, incluindo: 1) A ideia surgiu na década de 1960 após poluição de rios, ganhando força na década de 1990 com boicotes; 2) Podem ser certificados produtores, processadores e cadeias de custódia; 3) A certificação impacta positivamente o mercado por meio da diferenciação e acesso a mercados.
2. Certificação Florestal:
1. Histórico da certificação: de onde surgiu a ideia; o que é
(sustentabilidade)?
2. Quem faz parte? Quem pode ser certificado?
3. Impacto no mercado
4. Principais certificações
5. Tipos de certificação
6. O que é exigido (é justo?)
7. Como se adaptar
8. Operacionalização e custos (quem e como se paga?)
a. Certificação x barreira não-tarifária
b. Evolução de qualidade atrativa para qualidade
compulsória
9. Principais dificuldades
10.Papel do profissional de florestas no processo
02/35
4. Certificação Florestal
O que é Certificação Florestal?
“É um processo voluntário, no qual uma
organização busca o reconhecimento, através
da garantia dada aos seus clientes e à
sociedade, por meio da Certificação, de que
seu produto tem origem em florestas
adequadamente manejadas, quanto aos
aspectos ambiental, social e econômico”.
Fonte: Luís Antônio Silva, 2005.
04/35
5. Certificação Florestal
1. Histórico da certificação: de onde surgiu a ideia?
Cuyahoga River, final década de 1960
Década de 1980 (a década do fogo), levando aos boicotes
no Hemisfério Norte, no início dos anos 1990
ISO 14001, início dos anos 1990
Eco-92, Agenda 21, Sutentabilidade
Certificações de grupos de usuários locais de madeira
WARP - Woodworkers Alliance for the Rainforest
Protection
05/35
6. Certificação Florestal
1. Histórico da certificação: de onde surgiu a ideia?
Efeitos dos boicotes do início dos anos 1990
06/35
7. Certificação Florestal
1. Histórico da certificação: de onde surgiu a ideia?
Efeitos dos boicotes do início dos anos 1990
07/35
8. Certificação Florestal
1. Histórico da certificação: de onde surgiu a ideia?
Efeitos dos boicotes do início dos anos 1990, queda
da renda nos países produtores
08/35
9. Certificação Florestal
1. Histórico da certificação: de onde surgiu a ideia?
Efeitos dos boicotes do início dos anos 1990, queda
da renda nos países produtores
09/35
10. Certificação Florestal
1. Histórico da certificação: de onde surgiu a ideia?
Fundação do FSC, 1993. Brasil foi o país com maior
representação.
Abertura da possibilidade de certificação de florestas
plantadas no FSC, 1994 => Restrição a plantio em
áreas desmatadas após 1994 => Imagens de satélite
da Mata Atlântica.
Criação do CERFLOR 2002.
10/35
11. Certificação Florestal
1. Histórico da certificação:
O que é
sustentabilidade?
11/35
13. Certificação Florestal
2. Quem faz parte? Quem pode ser certificado?
Produtores primários, extrativistas (produtos madeireiros
e não-madeireiros)
Processadores
Prestadores de serviço à cadeia
Cadeia de custódia
13/35
14. Certificação Florestal
2. Quem faz parte? Quem pode ser certificado?
Cadeia de custódia
Fonte: Loire Consultores
14/35
15. Certificação Florestal
2. Quem faz parte? Quem pode ser certificado?
Cadeia de custódia
Fonte: Caminhos da Mudança, IMAFLORA
15/35
16. Certificação Florestal
2. Quem faz parte? Quem pode ser certificado?
Cadeia de custódia
Fonte: Caminhos da Mudança, IMAFLORA
16/35
17. Certificação Florestal:
3. Impacto no mercado
Revalorização dos produtos oriundos de florestas
tropicais, desde que certificados (resposta aos boicotes)
Diferenciação (maior valorização) de produtos de
florestas plantadas, desde que certificados
Facilitação de acesso aos mercados (dos produtos
primários e dos produtos finais obtidos a partir de
matéria-prima certificada – cadeia de custódia)
17/35
18. Certificação Florestal
4. Principais Certificações no Brasil:
CERFLOR – INMETRO – Normas ISO e NBRs
FSC – Princípios e conceitos – Certificadoras acreditadas
Atenção: Não confundir orgãos acreditadores
com certificadoras!
18/35
19. Certificação Florestal
4. Principais Certificações no Brasil:
FSC - Exemplo de princípio, critério e indicadores:
Princípio 1 - OBEDIÊNCIA ÀS LEIS E AOS PRINCIPIOS DO FSC
P1. O Manejo Florestal deve respeitar toda legislação aplicável no País
onde ocorre, os tratados e acordos internacionais dos quais o País é
signatário e cumprir com todos os Princípios e Critérios do FSC.
P1.c1.O manejo florestal deve respeitar todas as leis nacionais e locais,
bem como as exigências administrativas.
P1.c1.i1. Não há evidências de descumprimento da legislação aplicável e
exigências administrativas.
P1.c1.i2. e P1.c1.i3. (aplicáveis apenas a nativas)
P1.c1.i4. Qualquer pendência relacionada ao cumprimento da legislação
(exemplo: ambiental, legislação que regulamenta o manejo florestal, entre
outros) está sendo resolvida ou em processo de resolução, junto às
autoridades responsáveis.
19/35
20. Certificação Florestal
4. Principais Certificadoras no Brasil:
BRTÜV Avaliações da Qualidade LTDA (CERFLOR)
Bureau Veritas Certification (FSC e CERFLOR)
GFA Consulting Group (FSC)
IMO - Instituto de Mercado Ecológico (FSC)
Imaflora/Rainforest Alliance - Programa Smart Wood (FSC)
SCS - Scientific Certification System, Inc. Programa Forest
Conservation (FSC)
SGS ICS Certificadora Ltda (FSC e CERFLOR)
Skal International - Control Union Certification (FSC)
TECPAR - Instituto de Tecnologia do Paraná (CERFLOR)
Fonte: CIFlorestas
20/35
21. Certificação Florestal
5. Tipos de certificação?
Individual, de manejo
Em grupo, de manejo
Conceito de SLIMF
Certificação de cadeia de custódia
Certificação de Produto (ex. FSC Fontes Mistas, pelo
menos 70% originado de florestas certificadas)
21/35
22. Certificação Florestal
6. O que é exigido? É justo?
Tripé da sustentabilidade
Respeito à legislação trabalhista, ambiental (o que
comprova cumprimento? =>indicador e/ou verificador)
Controle financeiro, comprovando sustentabilidade
Legislação de cada país
Verificadores podem variar entre certificadoras
22/35
23. Certificação Florestal
7. Como se adaptar?
Certificação em grupo
Adaptação de estruturas da fazenda (NR 31)
Adaptação de prestadores de serviço
Adequação ambiental
Consulta e informação a comunidades circunvizinhas e
outros stakeholders
Conceito de SLIMF => Muito importante para o Extr.
Sul/BA
23/35
24. Certificação Florestal
8. Operacionalização e custos?
Passo a passo para a Certificação:
Requerimento e proposta para certificação;
Pré-avaliação (opcional);
Consulta a lideranças locais/regionais - consulta pública;
Auditoria principal;
Relatório e revisão do processo;
Disponibilizar aos interessados um resumo público
referente à certificação;
Monitoramento anual;
Renovação da certificação.
24/35
25. Certificação Florestal:
8. Operacionalização e custos (quem e como se paga?)
Adaptação mais visitas técnicas e auditorias –
consultores, gestores de grupo (técnicos das empresas) e
certificadoras
Diagnóstico (porte), visitas técnicas, recomendações,
vistoria=>certificação. Certificação renovada a cada 5
anos. Exemplo para grupo com 2500 ha: R$ 72,80 por
hectare por ciclo de 5 anos de certificação ou R$ 14,56
/ha/ano
Adaptação => o x da questão?
Consultoria ou gestão dos grupos => empresas
E as prestadoras, quem paga sua adaptação?
25/35
26. Certificação Florestal:
8. Operacionalização e Custos (quem e como se paga?)
Exemplo Suzano-BA: bonificação de R$ 1,36/m³ de
madeira certificada => +- R$ 326,40 por ha/ciclo ou R$
54,40 por ha/ano (colheita aos 6 anos). Paga e bem, até
quando?
Quem paga sempre é o produto !!
Mercador tomador de preço
Lucro supernormal atraindo entrantes
Equilíbrio de preços
Tendência de queda a longo prazo
Certicação versus Barreira Não-Tarifária
26/35
27. Certificação Florestal:
8. Operacionalização e custos (quem e como se paga?)
Evolução de qualidade atrativa para qualidade compulsória
Gráfico: Nakano e Colaboradores, citados por Cheng, 1995
27/35
28. Certificação Florestal
9. Principais dificuldades:
Legislação trabalhista, NR 31
Estruturas na fazenda
Mão-de-obra fixa
Prestadores => certificação, tabelas engessadas
Legislação Ambiental
Entraves na Bahia
Novo Código Florestal
28/35
29. Certificação Florestal
10. Papel do profissional de florestas no processo:
Níveis hierárquicos das decisões e da gestão
Nível
Estratégico
Nível Tático ou
Gerencial
Nivel Operacional
Fonte: HICKS (1986), citado por VALE (2003).
29/35
30. Certificação Florestal
10. Papel do profissional de florestas no processo:
Nível Estratégico:
Escolha da certificação
Definição de diretrizes e metas
Identificação de necessidades de adaptação
Escolha entre certificação individual ou em grupo?
Para quê usar a certificação
30/35
31. Certificação Florestal
10. Papel do profissional de florestas no processo:
Nível Tático:
Consultoria ou emprego?
Definição de táticas e ferramentas para adaptação
Definição de metas, com prazos para adaptação
Criação ou escolha de formulários ou outros
controles
Definição de processos e controles
Definição de formas de motivação (certificação é
processo voluntário!)
31/33
32. Certificação Florestal
10. Papel do profissional de florestas no processo:
Nível Operacional:
Coordenação e vistoria de obras para adaptação
Preenchimento, recolhimento e verificação da
fidedignidade da informação contida em formulários
ou outros controles
Verificação de obediência aos processos e sua
repetibilidade
Motivação (certificação é processo voluntário!) e
cobrança
32/35
33. Certificação Florestal
Para ler mais:
Cuyahoga River, http://en.wikipedia.org/wiki/Cuyahoga_River
Certificação Florestal, Luís Antônio Guerra Conceição Silva, 2005 .
http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/1431/certificacao_florestal_silva.pdf?s
equence=1
O que é certificação florestal?,
http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/certificacao_florestal/
Caminhos para a mudança / Sérgio Adeodato – Piracicaba, SP: Imaflora,
2009. 152 p. http://www.imaflora.org/index.php/biblioteca/detalhe/130
Brasil certificado : a história da certificação florestal no Brasil / Imaflora. -
Piracicaba, SP . Imaflora, 2005.
http://www.imaflora.org/index.php/biblioteca/detalhe/409
Dificuldades para a Certificação Florestal no Brasil.
http://www.ciflorestas.com.br/arquivos/doc_dificuldades_brasil_28806.pdf
Certificação Florestal, INMETRO.
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/cerflor.asp
33/35
34. Certificação Florestal
Para ler mais:
Padrão de Certificação do FSC para o Manejo Florestal em Pequena Escala e
de Baixa Intensidade - SLIMF - Versão 1.0
http://www.florestascertificadas.org.br/consulta-publica
NR 31 Comentada - http://www.riscorural.com.br/nr-31-comentada
Cristiano Zaranza, Assessor Jurídico da CNA – Palestra sobre NR 31 -
http://www.abiove.com.br/palestras/palestra_sojaplus_NR31.pdf
FISCHER, A. Incentivos em Programas de Fomento Florestal na Indústria de
Celulose. São Paulo: USP, 2007. 260 f. Tese (Doutorado em Administração)
FEA- USP.
http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CE8QFjAA&url=http%3A%2F%
2Fwww.teses.usp.br%2Fteses%2Fdisponiveis%2F12%2F12139%2Ftde-04052007-
112459%2Fpublico%2FINCENTIVOSFOMENTOFLORESTAL.pdf&ei=OtPET_XLFaag6QHRz6WsCg&usg=AFQjCNF1OBl
fusY7nhEwBQeCyi4mBxAt7Q&sig2=EoBKv3zRa4qgQorfEOY6Cw
BASSO, V. Certificação de Manejo em Programas de Fomento. Viçosa: UFV,
2011. 133P. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) UFV.
http://www.tede.ufv.br/tedesimplificado/tde_busca/index.php
34/35
35. Certificação Florestal
Muito
Obrigado!
Renato Fernandes
renato.h.fernandes@gmail.com
http://www.slideshare.net/RenatoFernandes