Os documentos discutem vários casos de corrupção no Brasil, incluindo o escândalo do Mensalão, a Operação Porto Seguro e o caso Sanasa em Campinas. A imprensa internacional destacou os problemas de corrupção e infraestrutura que afetam a economia brasileira. Estima-se que o Brasil responda por até 43% da corrupção mundial, com prejuízos de bilhões de reais por ano.
1. http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+brasil,corrupcao-no-brasil-e-
destaque-na-imprensa-internacional,137387,0.htm
Corrupção no Brasil é destaque na
imprensa internacional
Jornal 'The Independent' e revista 'Time' citam a Operação Porto Seguro e o julgamento do
Mensalão
07 de dezembro de 2012 | 16h 42
• Notícia
Clarissa Mangueira, da Agência Estado
SÃO PAULO - A economia do Brasil está sendo prejudicada pela corrupção e
por problemas de infraestrutura, afirma o jornal The Independent, em artigo
publicado nesta quinta-feira. A corrupção também é tema de uma reportagem
da revista Time, que compara Brasil e México, afirmando que, apesar do último
ser um lugar mais fácil para se fazer negócios, o primeiro é mais transparente.
Segundo o The Independent, a infraestrutura pobre, preocupações sobre
intervenção do governo na economia e dados fracos do Produto Interno Bruto
(PIB) são alguns dos ventos contrários que ameaçam o maior país da América
Latina. O jornal destaca também que, com a proximidade da Copa do Mundo de
2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o Brasil tem um trabalho difícil a fazer se
quiser atingir seu potencial total.
Um outro problema citado pelo The Independent foi a corrupção. A publicação
destacou a Operação Porto Seguro da Polícia Federal que prendeu seis pessoas e
indiciou 19 acusadas de atuarem em várias agências reguladoras intermediando
interesses de empresas privadas mediante pagamento de propina.
A revista Time, por sua vez, afirma que, embora o Brasil tenha ficado em 9º
lugar entre os mais corruptos dos 26 países da América Latina e do Caribe no
ranking anual de percepção de corrupção da Transparência Internacional, e o
México tenha ficado em 16º, o País ainda tem um longo caminho a percorrer.
Uma evidência disso, diz a revista, é o escândalo do mensalão, que envolveu
milhões de dólares em propinas para membros do Congresso e que resultou no
maior julgamento de corrupção na história do Brasil.
A organização não-governamental Transparência Internacional divulgou na
quarta-feira o ranking anual de percepção de corrupção, no qual o Brasil subiu
quatro posições, para 69º lugar, de 73º no ano passado. A nota do país
melhorou para 43 este ano, de 38 em 2011, onde zero significa "altamente
corrupto" e 100 pontos mostra um país "muito limpo". Foram analisados 176
países.
A Time ressalta que, apesar de os negócios e a burocracia serem considerados
mais fáceis no México, segundo o Banco Mundial, no Brasil esses fatores são
mais transparentes. Segundo a publicação, o fato de 38 acusados no caso do
mensalão terem sido julgados e a maioria deles, incluindo José Dirceu, braço
direito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ter sido condenada, "ajudou a
campanha anticorrupção da atual presidente Dilma Rousseff".
2. Segundo a revista, o México, enquanto isso, ainda pode ser visto como um país
que se nega a reconhecer a corrupção enraizada, que segundo o Banco Mundial,
custa 9% de seu PIB de trilhões de dólares a cada ano.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2011/07/18/internas_econo
mia,261620/brasil-abriga-ate-43-da-corrupcao-do-mundo.shtml
Brasil abriga até 43% da corrupção do mundo
Vera Batista
Publicação: 18/07/2011 08:00 Atualização:
Nos últimos anos, a economia brasileira avançou e virou referência para as nações ricas
em crise, mas a chaga da corrupção ainda insiste em fazer sangrar parcela importante de
tudo o que é pago pelo contribuinte. Dados da organização Transparência Internacional
e projeções da Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) revelam que, no
cenário mais otimista, o Brasil responde por 26% de todo o dinheiro movimentado pela
corrupção no mundo. Na pior hipótese, esse índice alcança 43%. Enquanto as perdas
médias globais anuais com o problema giraram perto dos R$ 160 bilhões nos últimos
seis anos, o prejuízo nacional pode ter chegado a R$ 70 bilhões por ano — ou 2,3% do
Produto Interno Bruto (PIB).
No dia a dia, não faltam episódios para engrossar as estatísticas que destroem a imagem
brasileira mundo afora. O mais recente e, sem dúvida, o mais vultoso, envolve o
Ministério dos Transportes. O escândalo que derrubou o ministro Alfredo Nascimento e
vários assessores trouxe à tona, mais uma vez, prática antiga no mundo da corrupção: o
superfaturamento. As suspeitas são de que, entre março de 2010 e junho de 2011, houve
desvios de R$ 4,5 bilhões por meio de suspeitos aditivos em contratos referentes a 46
obras de ferrovias.
Mesmo se essa irregularidade for confirmada, a quantia só entrará nas projeções da
Fiesp mais à frente. Por ora, a entidade conhece os números até 2008, ano em que a
sangria chegou a R$ 41,5 bilhões, ou 1,38% do PIB. No mundo, entre 1990 e 2005,
foram desviados em torno de US$ 300 bilhões (R$ 472,5 bilhões a valores da última
sexta-feira), quantia que pode ter dobrado nos últimos seis anos, para US$ 600 bilhões
(ou R$ 945 bilhões), conforme o Relatório Global da Corrupção, da Transparência
Internacional.
Setor privado
Denúncias de superfaturamento em obras, como as de rodovias e ferroviárias, ou
qualquer outro esquema de desvio de verbas, não passariam impunes se houvesse maior
controle prévio dos acordos entre agentes públicos e companhias privadas no Brasil —
que ocupa a 75ª colocação no ranking da corrupção elaborado pela Transparência
Nacional. No mundo, há exemplos bem-sucedidos. Recém-aprovada, a legislação da
Inglaterra chega a ser mais dura do que a dos Estados Unidos, onde a multa chega a
20% do benefício conseguido pelos corruptos. “O pagamento, na Inglaterra, é ilimitado
e a indenização pode ser milionária”, afirma José Francisco Compagno, sócio da área de
3. investigação de fraudes e suporte a litígios (FIDS) da Consultoria Ernst & Young Terco.
No Brasil, mais de 110 propostas se arrastam no Congresso Nacional para punir com
mais rigor os casos de corrupção. Mas a aprovação esbarra na atuação dos próprios
parlamentares. “Se tentamos aprovar uma lei mais dura, os próprios deputados jogam os
projetos na gaveta. Eles se elegem com o dinheiro que vem da corrupção e isso cria um
ciclo vicioso”, critica David Fleischer, professor de ciências políticas da Universidade
de Brasília (UnB). “Os casos são descobertos, mas ninguém vai para a cadeia. Não há
punição”, acrescenta.
Um dos projetos de lei em andamento que mais se aproxima da legislação aprovada no
Reino Unido é o de nº 6.826/2010, que responsabiliza pessoas jurídicas pela prática de
corrupção contra a administração pública nacional e estrangeira. A iniciativa é do
Executivo, mas segue emperrada pela burocracia. Foi apresentada em fevereiro do ano
passado, passou por várias comissões e aguarda encaminhamento da Câmara, apesar de
a presidente Dilma Rousseff ter dado carta branca, em maio, para a constituição de uma
comissão especial destinada a analisar o assunto. Só falta os partidos indicarem
representantes — um movimento no qual eles não parecem engajados.
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,procuradoria-rastreia-dinheiro-desviado-
no-caso-sanasa,973076,0.htm
Procuradoria rastreia dinheiro
desviado no caso Sanasa
13 de dezembro de 2012 | 9h 21
• Notícia
RICARDO BRANDT - Agência Estado
O Grupo Especial de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do
Ministério Público Estadual, começou a rastrear o dinheiro desviado dos cofres
públicos no Caso Sanasa - escândalo de corrupção da Prefeitura de Campinas.
Os promotores apuram se parte do dinheiro foi usada na compra de imóveis e
de um shopping center em Miami, nos Estados Unidos, pela família do prefeito
cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT), o Dr. Hélio. O Ministério Público apura
se houve desvios em contratos que somam mais de R$ 600 milhões.
A mulher de Dr. Hélio, a ex-primeira-dama Rosely Santos, é a principal acusada
no processo que julga a suposta quadrilha formada no governo Hélio para
fraudar contratos e cobrar propina de empresários na Sociedade de
4. Abastecimento de Água e Esgoto de Campinas (Sanasa). O escândalo terminou
com a cassação do prefeito, 11 presos, entre eles a ex-primeira-dama e o vice-
prefeito Demétrio Villagra (PT), e 22 denunciados por formação de quadrilha e
corrupção.
O delator do esquema, o ex-presidente da Sanasa Luiz Castrilon de Aquino,
afirmou em depoimento à Justiça no mês passado que todos os contratos
apurados eram alvo de cobrança de porcentuais que variavam de 5% a 12%.
Além dos imóveis e do shopping, são foco da investigação uma transportadora
que esteve registrada em nome da ex-primeira-dama - a Solução Transporte e
Logística, que tinha como sede um escritório político do prefeito - e imóveis
rurais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,ex-superintendente-atuou-com-
valdemar-para-doar-terrenos-,971113,0.htm
Ex-superintendente atuou com
Valdemar para doar terrenos
09 de dezembro de 2012 | 2h 02
• Notícia
JULIA DUAILIBI - O Estado de S.Paulo
A ex-superintendente da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) em São
Paulo Evangelina de Almeida Pinho, indiciada na Operação Porto Seguro da
Polícia Federal, atuou com o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) para
liberar imóveis da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA) a prefeitos do
interior paulista. Ela também assinou um termo que devolvia à cidade de Mogi
das Cruzes, base eleitoral de Valdemar, terreno de 10 mil metros quadrados que
estava com a União.
Em uma das cerimônias para oficializar o repasse dos terrenos, Evangelina e
Valdemar foram acompanhados do ex-diretor da ANA (Agência Nacional de
Águas) Paulo Rodrigues Viera, apontado pela Polícia Federal como chefe da
quadrilha que encomendava pareceres públicos, investigada pela Polícia
Federal. Vieira tinha pretensões políticas e queria se candidatar a deputado com
a ajuda de Valdemar, segundo relatório da PF.
Extinta em 2007, a rede ferroviária federal teve bens imóveis não operacionais,
como terrenos e galpões, repassados para a União. Os ativos começaram a ser
5. vendidos ou cedidos a terceiros por meio da SPU. Em São Paulo, a
responsabilidade sobre o destino dos terrenos era de Evangelina, militante
petista, que, na esteira do escândalo, foi exonerada do cargo de assessora do
Ministério do Planejamento em Brasília, onde atuava desde o começo de 2012,
quando deixou o escritório paulista da SPU.
Os imóveis da antiga rede ferroviária, cerca de 50 mil em todo País, são alvo de
empresários, que almejam fazer negócios com os terrenos, e de prefeitos, que
querem municipalizar áreas remanescentes da antiga Fepasa e incorporadas à
RFFSA. Entre 2009 e hoje, 65 cidades paulistas receberam 117 imóveis da antiga
rede que pertenciam à União. O Estado apurou que prefeitos procuraram
Valdemar para pedir ajuda a fim de conseguir assinar o termo de cessão dos
imóveis com a SPU, que, por meio de Evangelina, tocava o Programa de
Destinação do Patrimônio da Antiga RFFSA no Estado.
Base. Em 2011, o Estado revelou que Valdemar atuou em órgãos públicos para
conseguir a liberação dos terrenos a prefeitos. Em 2010, ele esteve com Vieira e
Evangelina em uma cerimônia em Barretos, no interior paulista, para assinar
um termo de guarda provisória, no qual o município receberia uma área onde
havia funcionado um pátio de manobras e uma garagem de carros da antiga
Fepasa.
Procurada, a Prefeitura de Barretos disse não ter convidado Valdemar nem
Paulo Vieira para a cerimônia. Apenas Evangelina, como representante da SPU.
Em setembro de 2009, Evangelina autorizou o repasse para Mogi das Cruzes,
base eleitoral de Valdemar, de um terreno de mais de 10 mil metros quadrados.
O imóvel pertencia ao município, mas havia sido adquirido pelo governo federal
em 1959. Valdemar atuou nos bastidores para conseguir o termo de "reversão de
doação", já que o local havia pertencido à prefeitura.
Quando conseguiu o aval da SPU, assinou o termo como testemunha, ao lado de
Evangelina. "Agradeço à Evangelina, que não mediu esforços para dar agilidade
a um processo de tamanha importância, e também ao deputado Valdemar Costa
Neto, que nos últimos seis meses fez um trabalho sigiloso e árduo em torno
disso", declarou o prefeito da cidade, Marco Bertaiolli (PSD), na época.
Laços. Valdemar e Vieira eram próximos. A polícia identificou pelo menos 1.169
ligações feitas de um restaurante japonês de Vieira para o PR, partido do
deputado condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no escândalo do
mensalão. E-mails interceptados pela PF indicam ainda que Paulo Vieira
tentava articular a compra de terrenos da antiga RFFSA em Santos, que ficavam
sob a responsabilidade de Evangelina. Ele trocou mensagens sobre o assunto
com o ex-senador Gilberto Miranda, em 2009, e com o advogado Marco
Antonio Martorelli, em 2010.
Ainda em 2009, Vieira conseguiu indicar o inventariante da rede ferroviária,
José Francisco da Silva Cruz, com a ajuda de Rosemary Noronha, então chefe de
gabinete da Presidência da República em São Paulo, responsável pela nomeação
6. 20. Chile (7,4)
(...)
22. França, Espanha (7,1)
28. Uruguai (6,2)
41. Costa Rica (4,9)
51. El Salvador, República Tcheca, Trinidad e Tobago (4,2)
59. Brasil (3,9)
60. Belize, Colômbia (3,8)
62. Cuba, Panamá (3,7)
67. Peru, Croácia, Polônia, Sri Lanka (3,5)
87. República Dominicana, Irã, Romênia (2,9)
97. Argélia, Líbano, Macedônia, Nicarágua, Sérvia e Montenegro (2,7)
108. Argentina, Líbia e Autoridade Palestina (2,5)
112. Equador (2,4)
114. Honduras, Venezuela (2,3)
122. Bolívia, Guatemala, Sudão (2,2)
129. Iraque, Camarões, Quênia, Paquistão (2,1)
140. Paraguai, Azerbaijão (1,9)
144. Nigéria (1,6)
145. Haiti, Bangladesh (1,5)
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http://opiniaoenoticia.com.br/brasil/politica/corrupcao-no-brasil-repercute-
na-economist/
Política
Corrupção no Brasil repercute na
‘Economist’
Para revista, caso do envolvimento do senador
Demóstenes Torres com o bicheiro Carlinhos
Cachoeira deve 'espalhar mais sujeira do que o
normal'
3 de maio, 2012
7. do ex-diretor da ANA. Ligada ao Ministério dos Transportes, feudo do PR, a
inventariança da RFFSA tem como obrigação levantar e identificar bens,
direitos e obrigações da extinta rede e repassar eventuais recursos ao Tesouro.
Cruz também perdeu o cargo logo que a Operação Porto Seguro foi deflagrada,
assim como Evangelina, Vieira e Rosemary. Oficialmente, Valdemar não é
investigado pela PF, já que, por ser deputado, tem foro privilegiado. /
COLABOROU BRUNO BOGHOSSIA
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http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI406145-EI306,00-
Veja+o+ranking+de+corrupcao+no+mundo.html
Veja o ranking de corrupção no
mundo
20 de outubro de 2004 • 08h45 • atualizado às 08h45
O Brasil é o 59º país colocado no ranking de corrupção, com uma classificação de 3,9 pontos,
segundo o relatório anual da entidade Transparência Internacional sobre corrupção entre
nações. O levantamento foi e baseado na percepção de empresários, universitários e analistas.
No relatório, a nota 10 corresponde ao menor grau de corrupção.
Entre os sul-americanos, o Chile é o mais bem colocado, aparecendo em 20º lugar com 7,4
pontos. A nação com menor porcentagem de corrupção é a Finlândia, com 9,7 pontos. Haiti e
Bangladesh são os últimos colocados:145º, com 1,5 ponto.
Veja a lista abaixo:
1. Finlândia (9,7)
2. Nova Zelândia (9,6)
3. Dinamarca, Islândia (9,5)
5. Cingapura (9,3)
6. Suécia (9,2)
7. Suíça (9,1)
8. Noruega (8,9)
9. Austrália (8,8)
10. Holanda (8,7)
11. Reino Unido (8,6)
12. Canadá (8,5)
13. Áustria, Luxemburgo (8,4)
15. Alemanha (8,2)
16. Hong Kong (8,2)
17. Bélgica, Irlanda, Estados Unidos (7,5)
8. vendidos ou cedidos a terceiros por meio da SPU. Em São Paulo, a
responsabilidade sobre o destino dos terrenos era de Evangelina, militante
petista, que, na esteira do escândalo, foi exonerada do cargo de assessora do
Ministério do Planejamento em Brasília, onde atuava desde o começo de 2012,
quando deixou o escritório paulista da SPU.
Os imóveis da antiga rede ferroviária, cerca de 50 mil em todo País, são alvo de
empresários, que almejam fazer negócios com os terrenos, e de prefeitos, que
querem municipalizar áreas remanescentes da antiga Fepasa e incorporadas à
RFFSA. Entre 2009 e hoje, 65 cidades paulistas receberam 117 imóveis da antiga
rede que pertenciam à União. O Estado apurou que prefeitos procuraram
Valdemar para pedir ajuda a fim de conseguir assinar o termo de cessão dos
imóveis com a SPU, que, por meio de Evangelina, tocava o Programa de
Destinação do Patrimônio da Antiga RFFSA no Estado.
Base. Em 2011, o Estado revelou que Valdemar atuou em órgãos públicos para
conseguir a liberação dos terrenos a prefeitos. Em 2010, ele esteve com Vieira e
Evangelina em uma cerimônia em Barretos, no interior paulista, para assinar
um termo de guarda provisória, no qual o município receberia uma área onde
havia funcionado um pátio de manobras e uma garagem de carros da antiga
Fepasa.
Procurada, a Prefeitura de Barretos disse não ter convidado Valdemar nem
Paulo Vieira para a cerimônia. Apenas Evangelina, como representante da SPU.
Em setembro de 2009, Evangelina autorizou o repasse para Mogi das Cruzes,
base eleitoral de Valdemar, de um terreno de mais de 10 mil metros quadrados.
O imóvel pertencia ao município, mas havia sido adquirido pelo governo federal
em 1959. Valdemar atuou nos bastidores para conseguir o termo de "reversão de
doação", já que o local havia pertencido à prefeitura.
Quando conseguiu o aval da SPU, assinou o termo como testemunha, ao lado de
Evangelina. "Agradeço à Evangelina, que não mediu esforços para dar agilidade
a um processo de tamanha importância, e também ao deputado Valdemar Costa
Neto, que nos últimos seis meses fez um trabalho sigiloso e árduo em torno
disso", declarou o prefeito da cidade, Marco Bertaiolli (PSD), na época.
Laços. Valdemar e Vieira eram próximos. A polícia identificou pelo menos 1.169
ligações feitas de um restaurante japonês de Vieira para o PR, partido do
deputado condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no escândalo do
mensalão. E-mails interceptados pela PF indicam ainda que Paulo Vieira
tentava articular a compra de terrenos da antiga RFFSA em Santos, que ficavam
sob a responsabilidade de Evangelina. Ele trocou mensagens sobre o assunto
com o ex-senador Gilberto Miranda, em 2009, e com o advogado Marco
Antonio Martorelli, em 2010.
Ainda em 2009, Vieira conseguiu indicar o inventariante da rede ferroviária,
José Francisco da Silva Cruz, com a ajuda de Rosemary Noronha, então chefe de
gabinete da Presidência da República em São Paulo, responsável pela nomeação