(1) O documento discute como um indivíduo pode aperfeiçoar-se espiritualmente através do ensino dos Espíritos sem ter acesso direto a esse ensinamento; (2) Ele argumenta que da mesma forma que os cristãos não precisam ouvir diretamente as palavras de Jesus, um estudante espírita não precisa de contato direto com os Espíritos; (3) A mediunidade é uma forma de receber esse ensinamento espiritual diretamente.
1. A MEDIUNIDADE E O SEU DESPERTAR
"Como pode um homem aperfeiçoar-se mediante o
ensino dos Espíritos,
quando não tem, nem por si mesmo, nem com o auxílio de
outros médiuns, os meios de receber de modo direto esse
ensinamento?
Não tem ele os livros, como tem o cristão o Evangelho?
Para praticar a moral
de Jesus, não é preciso que o cristão tenha ouvido as
palavras ao lhe saírem da boca."
Allan Kardec –
Livro dos Espíritos
A palavra aprimoramento é a mais indicada para expressar o esforço que o
médium realizará para aprender a controlar a sua hipersensibilidade. Seria
uma forma natural de entender como controlar essa faculdade. Allan
Kardec fala sobre isso no Livro dos Médiuns:
"O que há a fazer-se, quando uma faculdade dessa natureza se
desenvolve espontaneamente num indivíduo, é deixar que o
fenômeno siga o seu curso natural: a Natureza é mais prudente
do que os homens. Acresce que a Providência tem seus
desígnios e aos maiores destes pode servir de instrumento a
mais pequenina das criaturas”.
A palavra desenvolvimento deixa no "ar" uma idéia de que mediunidade é
igual a aprender um esporte, basta pegar uma raquete e bolas, treinar e
partir para o jogo, mas na verdade as coisas não são assim, na
mediunidade não se brinca e somente aqueles que nasceram com a
mediunidade aflorada devem trabalhá-la.
Não é aconselhado o desenvolvimento de nenhuma faculdade mediúnica.
Em um centro espírita SÉRIO as reuniões de aferimento mediúnico buscam
o controle e equilíbrio da(s) faculdade(s) latentes no médium.
Desencorajamos qualquer forma, prática ou ato que busque o
desenvolvimento prematuro das faculdades mediúnicas, as conseqüências
desses atos podem ser muito sérias, podendo levar até a loucura. Conheci
uma pessoa que passou por isso e até onde sei não conseguiu se
recuperar. Allan Kardec foi muito claro sobre isso no Livro dos Médiuns
quando falou sobre a clarividência:
2. "A faculdade de ver os Espíritos pode, sem dúvida,
desenvolver-se, mas é uma das de que convém esperar o
desenvolvimento natural, sem o provocar, em não se querendo
ser joguete da própria imaginação. Quando o gérmen de uma
faculdade existe, ela se manifesta de si mesma. Em princípio,
devemos contentar-nos com as que Deus nos outorgou, sem
procurarmos o impossível, por isso que, pretendendo ter muito,
corremos o risco de perder o que possuímos”.
O aprimoramento mediúnico nunca deve ocorrer enquanto o médium está
desequilibrado, ele deve passar pelas seguintes etapas:
Tratamento espiritual, para se harmonizar, recebendo passes e bebendo
água fluidificada. A maior parte dos obsessores são afastados no
tratamento.
Assistir durante algum tempo as palestras públicas.
Buscar livros que ajudem a formar a base de conhecimento necessária
para o início do desenvolvimento mediúnico, sem essa formação o médium
pode ser facilmente fascinado ou deixar que sua vaidade e orgulho o
dominem. Indicamos a leitura dos seguintes livros: Livro dos Espíritos,
série de André Luiz psicografados por Chico Xavier, Evangelho Segundo o
Espiritismo, Violetas na Janela.
Quando o médium se sentir preparado deve ingressar no grupo de
aprendizes, o nome aprendiz é utilizado somente para facilitar a
diferenciação entre os médiuns experientes e aqueles que estão iniciando o
aprimoramento.
O aprimoramento mediúnico deve ser composto por estudos e práticas, no
estudo o médium deve se aprofundar nos conhecimentos espirituais, lendo
obras que o auxiliem na compreensão das suas sensações e que evitem
que ele seja mistificado por espíritos obsessores.
O livro dos médiuns é obra obrigatória para preparação do médium. Temas
como perispírito (corpo astral e mental), duplo etérico, chakras, obsessão,
passes magnéticos e espirituais, etc devem ser estudados.
Nos exercícios práticos o médium é levado a harmonização interior para
elevar sua vibração e sentir a aproximação do mentor, que buscará o
contado espiritual de acordo com a aptidão do médium, seja pela visão
(clarividência), fala (psicofonia), escrita (psicografia), ouvido
(clariaudiência),...
Como falei acima, no aprimoramento o médium é levado a SOZINHO
buscar o equilíbrio e SOZINHO sentir e reconhecer a proximidade do seu
mentor. Aqui digo sozinho porque em alguns lugares as pessoas realizam
3. passes nos chakras (pontos chaves para comunicação com os planos
superiores) para aumentar a sensibilidade. Na minha opinião, que também
é seguida pela casa que freqüento, isso não deve ser feito.
O médium deve buscar o afinamento mediúnico para que reconheça a
proximidade do seu mentor e também para criar a confiança necessária
para executar a sua tarefa.
De forma alguma, em qualquer hipótese, em circunstância nenhuma o
médium em aprimoramento mediúnico deve realizar exercícios fora do
centro, somente exercícios de harmonização QUE SEJAM INDICADOS pelos
responsáveis pela reunião devem ser realizados em casa.
O Lar não é o lugar indicado para aprimoramento mediúnico, mesmo para
aqueles que acham que sua casa é o "lugar ideal", o ambiente familiar está
sempre sujeito a desavenças, discussões irritações, etc, e por isso não
deve ser utilizado, já que não possui a mesma proteção e amparo que um
centro. Se insistirem nesse erro, provavelmente abrirão brechas para o
contato com espíritos inferiores.
Para se ter idéia do perigo dessas práticas, até para os médiuns mais
experientes não é indicado o contato mediúnico no lar, salvo em casos
específicos, onde o mentor procura o médium e esse por ter desenvolvido
sua sensibilidade reconhece-o e tem confiança no que está sentindo.
É comum chegarem médiuns nas palestras públicas falando que Precisam
Trabalhar, geralmente alguém falou para eles que se trabalharem passarão
a se sentir melhor, criando toda essa expectativa e ansiedade.
A maior parte dos "médiuns apressados" não aceita a idéia de primeiro
passar pelo tratamento, estudar, se aprimorar e depois de preparado
iniciar seu trabalho. Seja por vaidade, orgulho ou teimosia eles acham que
já estão prontos. A mediunidade deles pode até estar pronta, a flor da
pele, mas eles não se encontram preparados para dominá-la.
Nenhum centro sério aceita médium sem preparo porque eles sabem que
terão mais trabalho do que benefícios prejudicarão mais pacientes do que
auxiliarão e serão o ponto fraco para o ataque dos espíritos inferiores.
Alguns raros irmãos realizam trabalhos em casa, a grande maioria é de
psicografia e somente com autorização da espiritualidade superior isso é
possível, porque espíritos terão que proteger e limpar o ambiente. Na
verdade é um caso a parte, e deve ser tratado com muita cautela devido
aos perigos que o médium se expõe.
Se desejar fazer uma reunião em casa realize o Evangelho no Lar, com
certeza os espíritos amigos estarão presentes e você e sua família serão
beneficiados.
4. 5.1 No centro espírita ou Templo de Umbanda
Ao contrário do que os médiuns desequilibrados acham, o aprimoramento
mediúnico abranda e às vezes cessa as sensações incômodas da
mediunidade, transformando-as em contatos suaves e agradáveis, muitas
vezes imperceptíveis. Vamos explicar...
O despertamento muitas vezes acontece com o médium obsediado e/ou
em um estado emocional descontrolado, por isso as sensações são muito
intensas e de baixo teor vibratório, gerando incômodo e algumas vezes
descontrole.
O contato com uma casa espírita afasta, aos poucos, os obsessores que
entravam em contato de forma "agressiva", e no seu lugar entram o(s)
mentor(es), que primeiramente harmonizam seu pupilo para depois se
aproximarem e entrarem em contato.
Também é comum o médium desenvolver durante o tratamento um tipo de
mediunidade que não aflorou inicialmente, isso pode acontecer.
O mais importante é que o contato com o mentor é suave e agradável,
inspirativo e tranqüilizante, é um bálsamo porque ele derrama com muito
amor suas vibrações amorosas, bem diferente do obsessor, que buscava
vampirizar e derramava suas energias degradantes na aura do médium.
Em um centro existem pessoas preparadas para auxiliar os médiuns e
equipes espirituais experimentadas no assunto, por isso, por mais
demorado que aparente, o centro é o meio mais seguro e tranqüilo de
aprimorar a mediunidade.
Allan Kardec nos alerta sobre isso no Livro dos Médiuns:
"Algumas pessoas, na impaciência de verem desenvolver-se
em si as faculdades mediúnicas, desenvolvimento que
consideram muito demorado, se lembram de buscar o auxílio
de um Espírito qualquer, ainda que mau, contando despedi-lo
logo. Muitas hão tido plenamente satisfeitos seus desejos e
escrito imediatamente. Porém, o Espírito, pouco se
incomodando com o ter sido chamado na pior das hipóteses,
menos dócil se mostrou em ir-se do que em vir. Diversas
conhecemos, que foram punidas da presunção de se julgarem
bastante fortes para afastá-los quando o quisessem, por anos
de obsessões de toda espécie, pelas mais ridículas
5. mistificações, por uma fascinação tenaz e, até, por desgraças
materiais e pelas mais cruéis decepções. O Espírito se mostrou,
a princípio, abertamente mau, depois hipócrita, a fim de fazer
crer na sua conversão, ou no pretendido poder do seu
subjugado, para repeli-lo à vontade."
5.2 Os Vícios
Para o médium trabalhar com as energias sutis do mundo espiritual ele
deve largar os vícios que abaixam sua vibração e perturbam o seu
equilíbrio físico e espiritual.
Entre os principais que podemos citar estão o álcool, fumo, sexo
desregrado, drogas e quaisquer tipos de compulsão.
André Luiz nos fala sobre a importância da renovação e força de vontade
para o médium no livro Nos Domínios da Mediunidade:
"Médiuns repontam em toda parte, entretanto, raros já se
desvencilharam do passado sombrio para servir no presente à
causa comum da Humanidade, sem os enigmas do caminho
que lhes é particular. E como ninguém avança para diante, com
a serenidade possível, sem pagar os tributos que deve à
retaguarda, saibamos tolerar e ajudar, edificando com o
bem...”.
Se o médium insistir em trabalhar quando está desequilibrado então ele
prejudicará a casa que freqüenta e também as pessoas que ele tenta
ajudar, vamos pensar em alguns casos:
Médiuns Passistas doarão energias negativas e de baixo padrão,
prejudicando o paciente. Em alguns casos ele pode até absorver energias
positivas do paciente.
Médiuns de Caridade – Reunião de Desobsessão – Ao se tornarem
escravos dos vícios também se tornam escravos dos obsessores e criam
uma brecha no trabalho espiritual. Muitas vezes se ligam a espíritos
durante a sessão e não conseguem se desvencilhar, gerando trabalho e
preocupação para o dirigente da reunião.
Médiuns que trabalham no atendimento ou em passes. Existem casos de
médiuns extremamente desequilibrados na parte sexual que aproveitam a
fragilidade dos pacientes para obter algum benefício próprio. Geralmente
estão sendo assediados por obsessores que tudo fazem para afastá-lo do
centro, além de comprometer o trabalho da casa de caridade.
6. 5.3 Paciência, Perseverança, Instrução e Humildade
Muitos médiuns ficam extremamente ansiosos ao aceitarem a sua
faculdade, iludem-se achando que serão uma janela aberta para as mais
lindas mensagens do céu e que tudo acontecerá como que por encanto.
A vida real é mais dura e difícil, o médium terá que estudar e
aprender a lidar com o seu tipo de mediunidade terá que arregaçar
as mangas e passar a vida estudando e se aprimorando.
Retirei trechos do Livro dos Médiuns que mostram a necessidade de
estudo, paciência e perseverança:
“... O desejo natural de todo aspirante a médium é o de poder
confabular com os Espíritos das pessoas que lhe são caras;
deve, porém, moderara sua impaciência, porquanto a
comunicação com determinado Espírito apresenta muitas vezes
dificuldades materiais que a tornam impossível ao principiante.
Para que um Espírito possa comunicar-se, preciso é que haja
entre ele e o médium relações fluídicas, que nem sempre se
estabelecem instantaneamente. Só à medida que a faculdade
se desenvolve, é que o médium adquire pouco a pouco a
aptidão necessária para pôr-se em comunicação com o Espírito
que se apresente. Pode dar-se, pois, que aquele com quem o
médium deseje comunicar-se, não esteja em condições
propícias a fazê-lo, embora se ache presente, como também
pode acontecer que não tenha possibilidade, nem permissão
para acudir ao chamado que lhe é dirigido. Convém, por isso,
que no começo ninguém se obstine em chamar determinado
Espírito, com exclusão de qualquer outro, pois amiúde sucede
não ser com esse que as relações fluídicas se estabelecem mais
facilmente, por maior que seja a simpatia que lhe vote o
encarnado. Antes, pois, de pensar em obter comunicações de
tal ou tal Espírito, importa que o aspirante leve a efeito o
desenvolvimento da sua faculdade, para o que deve fazer um
apelo geral e dirigir-se principalmente ao seu anjo guardião.
Suponhamos agora que a faculdade mediúnica esteja
completamente
desenvolvida; que o médium escreva com facilidade; que seja,
em suma, o que se chama um médium feito. Grande erro de
sua parte fora crer-se dispensado de qualquer instrução mais,
porquanto apenas terá vencido uma resistência material. Do
ponto a que chegou é que começam as verdadeiras
dificuldades, é que ele mais do que nunca precisa dos
conselhos da prudência e da experiência, se não quiser cair nas
7. mil armadilhas que lhe vão ser preparadas. Se pretender muito
cedo voar com suas próprias asas, não tardará em ser vítima
de Espíritos mentirosos, que não se descuidarão de lhe
explorar a presunção.
... a facilidade de execução é uma questão de hábito e que
muitas vezes se adquire em pouco tempo, enquanto que a
experiência resulta de um estudo sério de todas as dificuldades
que se apresentam na prática do Espiritismo. A experiência dá
ao médium o tato necessário para apreciar a natureza dos
Espíritos que se manifestam, para lhes apreciar as qualidades
boas ou más, pelos mais minuciosos sinais, para distinguir o
embuste dos Espíritos zombeteiros, que se acobertam com as
aparências da verdade. Facilmente se compreende a
importância desta qualidade, sem a qual todas as Outras ficam
destituídas de real utilidade. O mal é que muitos médiuns
confundem a experiência, fruto do estudo, com a aptidão,
produto da organização física. Julgam-se mestres, porque
escrevem com facilidade; repelem todos os conselhos e se
tomam presas de Espíritos mentirosos e hipócritas, que os
captam, lisonjeando-lhes o orgulho.
As reuniões de estudo são, além disso, de imensa utilidade
para os médiuns
de manifestações inteligentes, para aqueles, sobretudo, que
seriamente desejam aperfeiçoar-se e que a elas não
comparecerem dominados por tola presunção de infalibilidade.
Constituem um dos grandes tropeços da mediunidade, como já
tivemos ocasião de dizer, a obsessão e a fascinação. Eles, pois,
podem iludir-se de muito boa-fé, com relação ao mérito do que
alcançam e facilmente se concebe que os Espíritos
enganadores têm o caminho aberto, quando apenas lidam com
um cego. Por essa razão é que afastam o seu médium de toda
fiscalização; que chegam mesmo, se for preciso, a fazê-lo
tomar aversão a quem quer que o possa esclarecer. Graças ao
insulamento e à fascinação, conseguem sem dificuldade levá-lo
a aceitar tudo o que eles queiram.
5.4 Aptidões Mediúnicas
Deixo nas palavras de Allan Kardec o aviso para os médiuns:
8. "Todas estas variedades de médiuns apresentam uma
infinidade de graus em
sua intensidade. Muitas há que, a bem dizer, apenas
constituem matizes, mas que, nem por isso, deixam de ser
efeito de aptidões especiais. Concebe-se que há de ser muito
raro esteja a faculdade de um médium rigorosamente
circunscrita a um só gênero. Um médium pode, sem dúvida, ter
muitas aptidões, havendo, porém, sempre uma dominante. Ao
cultivo dessa é que, se for útil, deve ele aplicar-se. Em erro
grave incorre quem queira forçar de todo modo o
desenvolvimento de uma faculdade que não possua.
Deve a pessoa cultivar todas aquelas de que reconheça possuir
os gérmens. Procurar ter as outras é, acima de tudo, perder
tempo e, em segundo lugar, perder talvez, enfraquecer com
certeza, as de que seja dotado.
Quando existe o princípio, o gérmen de uma faculdade, esta se
manifesta
sempre por sinais inequívocos. Limitando-se à sua
especialidade, pode o médium tornar-se excelente e obter
grandes e belas coisas; ocupando-se de todo, nada de bom
obterá.
Notai, de passagem, que o desejo de ampliar indefinidamente o
âmbito de suas
faculdades é uma pretensão orgulhosa, que os Espíritos nunca
deixam impune. Os bons abandonam o presunçoso, que se
torna então joguete dos mentirosos. Infelizmente, não é raro
verem-se médiuns que, não contentes com os dons que
receberam, aspiram, por amor-próprio, ou ambição, a possuir
faculdades excepcionais, capazes de os tornarem notados. Essa
pretensão lhes tira a qualidade mais preciosa: a de médiuns
seguros. - (SÓCRATES.) “
5.5 Confiança
"... preocupar com o saber se esse pensamento promana
do seu Espírito ou de uma fonte diversa: a experiência
lhe ensinará a distinguir.
Aliás, é freqüente acontecer que o movimento mecânico
se desenvolva ulteriormente.
Dissemos acima haver casos em que é indiferente saber
o médium se o pensamento vem de si próprio, ou de
outro Espírito. Isso ocorre quando, sendo ele puramente
9. intuitivo ou inspirado, executa por si mesmo um trabalho
de imaginação.
Pouco importa atribua a si próprio um pensamento que
lhe foi sugerido; se lhe acodem boas idéias, agradeça ao
seu bom gênio, que não deixará de lhe sugerir outros. Tal
é a inspiração dos poetas, dos filósofos e dos sábios."
Allan Kardec - Livro dos Médiuns
A confiança é importantíssima para o sucesso do contato espiritual, será
uma das conquistas mais importantes do médium e somente será adquirida
com muito esforço, discernimento e vontade.
Trecno retirado do livro Nos Domínios da Mediunidade, de Chico Xavier:
"Não será, porém, tão fácil estabelecer a diferença entre a
criação mental que nos pertence daquela que se nos incorpora
à cabeça... - ponderou meu colega intrigado.
- Sua afirmativa carece de base - exclamou o Assistente. —
Qualquer pessoa que saiba manejar a própria atenção
observará a mudança, de vez que o nosso pensamento vibra
em certo grau de freqüência, a concretizar-se em nossa
maneira especial de expressão, no círculo dos hábitos e dos
pontos de vista, dos modos e do estilo que nos são peculiares."
5.6 Desenvolvimento Mediúnico Forçado
Em alguns centros, principalmente de Quimbanda e Candomblé, o
desenvolvimento dos médiuns é forçado, ou seja, ele realiza rituais, recebe
passes magnéticos nos seus chakras, raspa a cabeça, faz juramentos, etc..
Muito cuidado com essas práticas porque elas firmam o vínculo com
espíritos que, na maior parte das vezes, não são mentores, e em sua
maioria ainda vivem apegados ao mundo material.
Eles ainda não tem condições de realizar a preparação espiritual de um
médium. Na maior parte das vezes o seu contato mediúnico é interesseiro.
10. Os falsos mentores que se vinculam aos médiuns desprevenidos são
egoístas, interesseiros e orgulhosos, e como a maior parte dos encarnados
ainda não atingiram o padrão evolutivo dos espíritos superiores.
Os mentores responsáveis pela ajuda aos médiuns estão ligados em uma
cadeia ascendente de espíritos cada vez mais puros, e deles recebem
intuições, sugestões e permissões para intervir ou não nos problemas dos
encarnados. É por esse motivo que os mentores só realizam o bem, porque
eles estão sempre conectados com a vontade de nosso Pai.
Depois que o médium se vincula a um "falso mentor" fica MUITO
complicado se desligar desse espírito, já que por sua opção ele entrou em
contato e usufruiu "favores" desse espírito. É importante entender favores,
porque para os espíritos inferiores se você solicita alguma informação ou
ajuda então você pede um favor e fica em dívida com esse espírito (muito
humana essa forma de pensar).
Em contrapartida, quando você solicita a ajuda de um espírito superior ele
faz o que lhe for permitido sem o menor interesse de retribuição.
Isso nos faz pensar a diferença de abordagem: espíritos superiores nunca
fazem promessas de resolver problemas ou se comprometem com as
preocupações mesquinhas dos encarnados, eles sempre pregam a
necessidade de melhora interior e informam que farão o possível para
auxiliar, mas ele só fará o que Deus permitir.
O falso mentor se torna um obsessor implacável quando o médium deseja
se desligar de sua influência. São casos muito complicados de Possessão,
ou, como Allan Kardec designa, Subjugação. Para maiores informações
sobre esse assunto consulte a série de artigos que escrevi sobre Obsessão.
Abaixo copio uma mensagem que se aplica perfeitamente a esse
tema:
"Meus irmãos de fé, o médium não é um ser infalível, não é um
astro, uma estrela de cinema, muito pelo contrário, erram
aqueles que acham que ser médium é ser o centro das
atenções.
Muitos médiuns se tornam públicos e famosos, mas isso
também é uma prova. Lidar com a fama é uma prova como a
riqueza, o poder, etc.
Para Deus não importa se um médium cura 1.000 pacientes ou
se ora por 10.000 pessoas, o amor que ele canaliza no seu ato
o torna receptor das energias do alto.
11. Busque realizar a tarefa que lhe foi indicada com o maior amor
possível.
Se for recepcionista, busque atender os sofridos que chegam,
Jesus sabia como ninguém aconchegar os sofredores que lhe
procuravam.
Se atua na organização dos grupos faça com amor porque o
Mestre conhecia seus irmãos de caminhada como ninguém.
Se és responsável pela tesouraria esforça-te porque depende
de ti a continuidade do trabalho.
E olha para o céu e busca o teu Pai, porque muitos que se
encontram em posições inferiores e hoje obedecem, na vida
além-túmulo se tornam grandes, vivendo no verdadeiro reino
dos céus.
O amor pelo ato de ajuda ao próximo é que importa a Deus, a
recompensa está nas vibrações superiores que o seguidor do
Cristo recolhe como pagamento.
Seu júbilo não pode ser falado, só sentido.
A vaidade e o orgulho na posição ocupada é o pagamento do
que busca somente poder ou dominação enquanto ajuda o
próximo.
Faça sua parte e cresça porque Deus é misericórdia, compaixão
e amor."
Para os espíritos mistificadores e encarnados aproveitadores é interessante
que o médium que eles desejam explorar não se instrua e aprimore. Assim
se torna fácil mistificá-lo e subjugá-lo. Tome cuidado com lugares que não
preparam o corpo mediúnico e que não fazem continuamente um trabalho
aprimoramento do seu grupo de médiuns.