SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  36
Fernando Pessoa
Ortónimo e Heterónimos
FERNANDO
PESSOA
Fernando Pessoa
 Fernando António Nogueira Pessoa;
 13 de Junho de 1888 —30 de Novembro de
1935
 Poeta, escritor e tradutor;
 Solitário
 Muito retraído

 Pouca vida amorosa/social
 Bem sucedido
Caraterísticas Temáticas
Identidade perdida
Nostalgia da infância
Dor de viver
Dor de pensar
Ironia
Caraterísticas Temáticas
Tentativa de superação da dor através de:
 Evocação da infância;
 Refúgio no sonho;

 Ocultismo (correspondência entre o visível e o invisível);
 Criação dos heterónimos
Fernando Pessoa – O que me dói não é
O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...
São as formas sem forma
Que passam sem que a dor
As possa conhecer
Ou as sonhar o amor.
São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Analise interna

O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão... Ausência
São as formas sem forma Ocultismo
Que passam sem que a dor
As possa conhecer
Ou as sonhar o amor. Refugio no sonho
São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Quadra Quadra Quadra

Analise externa
O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...
São as formas sem forma
Que passam sem que a dor
As possa conhecer
Ou as sonhar o amor.
São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.

Redondilha menor

Cruzada

Cruzada

Cruzada
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
ALBERTO CAEIRO
Caraterísticas Temáticas

Objectivismo

Sensacionismo

Anti-metafísico

Panteísmo Naturalista
Caraterísticas estilísticas
 Discurso em verso livre;
 Ausência de preocupações estilísticas;
 Indisciplina
espontâneo;

formal

e

ritmo

lento

mas

 Vocabulário simples e familiar;
 Número reduzido de vocábulos e de classes de
palavras;
 Pouca adjectivação, predomínio de substantivos
concretos, uso de verbos no presente do
indicativo ou no gerúndio;

 Frases predominantemente coordenadas;
 Uso de paralelismos
comparações simples;

de

construção,

de
Alberto Caeiro – Guardador de Rebanhos
O que nós vemos das cousas são as cousas.
Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?
Por que é que ver e ouvir seriam iludirmo-nos
Se ver e ouvir são ver e ouvir?
O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa.
Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!),
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender
E uma sequestração na liberdade daquele convento
De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas
E as flores as penitentes convictas de um só dia,
Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
Nem as flores senão flores,
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores.
RICARDO REIS
Caraterísticas Temáticas
 É um poeta clássico e romântico, da serenidade
epicurista
 Tem crença nos deuses enquanto as nossas emoções e
sentimentos
 Estoicista
Caraterísticas Temáticas

 A filosofia do poeta é de um epicurismo triste
 Ataraxista (tranquilidade
perturbação)
 Carpe Diem

capaz

de

evitar

a
Caraterísticas Temáticas
 Ricardo Reis acredita que a felicidade e a tranquilidade
não é 100% alcançável
 Tem um ideal ético de apatia que permite a ausência da
paixão e a liberdade.
 É um poeta Inexorável
Ricardo Reis – Amor o que vejo
Amo o que vejo porque deixarei
Qualquer dia de o ver.
Amo-o também porque é.
No plácido intervalo em que me sinto,
Do amar, mais que ser,
Amo o haver tudo e a mim.
Melhor me não dariam, se voltassem,
Os primitivos deuses,
Que também, nada sabem.
Ricardo Reis, in "Odes" (Inédito)
Análise Externa
Divisão Métrica

A/mo/ o /que/ ve/jo/ por/que/ dei/xa/rei (Decassílabo)
Estrofes
Tem três estrofes, cada estrofe composta por três versos

chamando-as de Terceto.
Rimas
Este poema é composto por versos soltos e por uma rima
interpolada (“(…) dia de o ver,/(…)mais que ser,”)
Análise Externa
Recursos Estilísticos

Eufemismo (“Amo o que vejo porque deixarei/Qualquer dia
de o ver.”)
Hipérbato (“Melhor não me dariam (…)”)
Hipérbole (“(…) amo o haver tudo e a mim.”)
Perífrase (“No plácido intervalo em que me sinto, (…)”)
Análise Interna
O poema tem como principais características:
 Efemeridade da vida

 A inevitabilidade da morte e por sua vez a sua aceitação
calma e serena da ordem das coisas
ÁLVARO DE
CAMPOS
Biografia
 Nasceu a 15 de Outubro de 1890, em Tavira, por volta das
13:30;
 Altura: 1,75m;
 Magro;
 Cabelo liso pertado ao lado;
 Cara tapada, tipo judeu português;
 Educação vulgar de Liceu;
 Extremo oposto a Ricardo Reis.
Caraterísticas Temáticas

Fase decadentista

Fase
futurista/sensacionista

Fase intimista
e pessoa
Fase decadentista
 Fase de tédio, da abulia e do cansaço
 Procura de novas sensações

“É antes do ópio que a minh'alma é doente.
Sentir a vida convalesce e estiola
E eu vou buscar ao ópio que consola
Um Oriente ao oriente do Oriente. “
Opiário
Fase futurista/sensacionista
Atração pelas máquinas, pelo progresso e pela vida moderna

Sensações provocadas por esta atração

Angústia existencial
Fase futurista/sensacionista

“...
Deixai-me partir a cabeça de encontro às vossas esquinas,
E ser levado da rua cheio de sangue
Sem ninguém saber quem eu sou!”
Ode Triunfal
Fase intimista e pessoa
Apatia, melancólica e abulia, angustia, tédio, cansaço
Encontro com Pessoa ortónimo

 Nostalgia da infância
 Dor de pensar
 Fragmentação do eu
 Angústia existencial
Fase intimista e pessoa
“NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer. “

Lisbon Revisited (1923)
Álvaro De campos – Ode triunfal
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.

Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De os ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão contemporâneo de vós, ó máquinas!
Ode triunfal
Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro.
Porque o presente é todo o passado e todo o futuro
E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes eléctricas
Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão,
E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta,
Átomos que hão-de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século
cem,
Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por
estes volantes,
Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferrejando,
Fazendo-me um excesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma.
Ode triunfal

Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento
A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!
Analise externa e interna
Bárbaro

Quadra

Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,

Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.

Rima branca

À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Nona

Analise externa e interna

Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De os ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão contemporâneo de vós, ó máquinas!

Rima
Cruzada
Irregular

Analise externa e interna
Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro.
Rima
Porque o presente é todo o passado e todo o futuro
Emparelhada
E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes eléctricas
Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão,
E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta,
Átomos que hão-de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do
século cem,
Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e
por estes volantes,
Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferrejando,
Fazendo-me um excesso de carícias ao corpo numa só carícia à
alma.
Sétima (redondilha maior)

Analise externa e interna

Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento
A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!

Rima
Emparelhada
FIM

Contenu connexe

Tendances

Miguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasMiguel Torga - Poemas
Miguel Torga - Poemas
Ana Tapadas
 
O heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto CaeiroO heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto Caeiro
guest155834
 
Análise de poemas de Fernando Pessoa
Análise de poemas de Fernando PessoaAnálise de poemas de Fernando Pessoa
Análise de poemas de Fernando Pessoa
Margarida Rodrigues
 
ComemD. João I in Mensagem, de Fernando Pessoa
ComemD. João I in  Mensagem, de Fernando Pessoa ComemD. João I in  Mensagem, de Fernando Pessoa
ComemD. João I in Mensagem, de Fernando Pessoa
Ana Cristina Matias
 

Tendances (20)

Características poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo ReisCaracterísticas poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo Reis
 
Síntese fernando pessoa
Síntese fernando pessoaSíntese fernando pessoa
Síntese fernando pessoa
 
heteronimos
heteronimosheteronimos
heteronimos
 
Miguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasMiguel Torga - Poemas
Miguel Torga - Poemas
 
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/PoéticoFernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
 
Fernando Pessoa-Ortónimo
Fernando Pessoa-OrtónimoFernando Pessoa-Ortónimo
Fernando Pessoa-Ortónimo
 
Ceifeira
CeifeiraCeifeira
Ceifeira
 
O heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto CaeiroO heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto Caeiro
 
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
 
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimocaracterísticas temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
 
Sebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & MensagemSebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
 
"As Ilhas Afortunadas" - análise
"As Ilhas Afortunadas" - análise"As Ilhas Afortunadas" - análise
"As Ilhas Afortunadas" - análise
 
Análise de poemas de Fernando Pessoa
Análise de poemas de Fernando PessoaAnálise de poemas de Fernando Pessoa
Análise de poemas de Fernando Pessoa
 
Intertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
Intertextualidade entre Os Lusíadas e MensagemIntertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
Intertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
 
Poemas de Alberto Caeiro
Poemas de Alberto CaeiroPoemas de Alberto Caeiro
Poemas de Alberto Caeiro
 
ComemD. João I in Mensagem, de Fernando Pessoa
ComemD. João I in  Mensagem, de Fernando Pessoa ComemD. João I in  Mensagem, de Fernando Pessoa
ComemD. João I in Mensagem, de Fernando Pessoa
 
Ricardo reis
Ricardo reisRicardo reis
Ricardo reis
 
Alberto caeiro eu nunca guardei rebanhos- análise
Alberto caeiro   eu nunca guardei rebanhos- análiseAlberto caeiro   eu nunca guardei rebanhos- análise
Alberto caeiro eu nunca guardei rebanhos- análise
 
Análise do poema Nao sei quantas almas tenho
Análise do poema Nao sei quantas almas tenhoAnálise do poema Nao sei quantas almas tenho
Análise do poema Nao sei quantas almas tenho
 
Autopsicografia e Isto
Autopsicografia e IstoAutopsicografia e Isto
Autopsicografia e Isto
 

En vedette

Fernando Pessoa e seus heterónimos
Fernando Pessoa e seus heterónimosFernando Pessoa e seus heterónimos
Fernando Pessoa e seus heterónimos
guest40b640
 
Trabalho De Grupo "Fernando Pessoa"
Trabalho De Grupo "Fernando Pessoa"Trabalho De Grupo "Fernando Pessoa"
Trabalho De Grupo "Fernando Pessoa"
guest5761d7
 
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
FilipaFonseca
 
Tratamento De áGuas Residuais
Tratamento De áGuas ResiduaisTratamento De áGuas Residuais
Tratamento De áGuas Residuais
guest3c1e728
 

En vedette (16)

Fernando Pessoa e seus heterónimos
Fernando Pessoa e seus heterónimosFernando Pessoa e seus heterónimos
Fernando Pessoa e seus heterónimos
 
Fernando Pessoa
Fernando PessoaFernando Pessoa
Fernando Pessoa
 
Análise de poemas
Análise de poemasAnálise de poemas
Análise de poemas
 
DNA fingerprint
DNA fingerprintDNA fingerprint
DNA fingerprint
 
Trabalho etar
Trabalho etarTrabalho etar
Trabalho etar
 
Trabalho De Grupo "Fernando Pessoa"
Trabalho De Grupo "Fernando Pessoa"Trabalho De Grupo "Fernando Pessoa"
Trabalho De Grupo "Fernando Pessoa"
 
Fernando Pessoa e heterónimos
Fernando Pessoa e heterónimosFernando Pessoa e heterónimos
Fernando Pessoa e heterónimos
 
Sistematização - F. Pessoa Ortónimo
Sistematização - F. Pessoa OrtónimoSistematização - F. Pessoa Ortónimo
Sistematização - F. Pessoa Ortónimo
 
Poema Liberdade, de Fernando Pessoa
Poema Liberdade, de Fernando PessoaPoema Liberdade, de Fernando Pessoa
Poema Liberdade, de Fernando Pessoa
 
Fernando Pessoa
Fernando PessoaFernando Pessoa
Fernando Pessoa
 
ÁLvaro de campos
ÁLvaro de camposÁLvaro de campos
ÁLvaro de campos
 
Poesias fernando pessoa
Poesias fernando pessoaPoesias fernando pessoa
Poesias fernando pessoa
 
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
 
Analise de poemas
Analise de poemasAnalise de poemas
Analise de poemas
 
Tratamento De áGuas Residuais
Tratamento De áGuas ResiduaisTratamento De áGuas Residuais
Tratamento De áGuas Residuais
 
OraçõEs
OraçõEsOraçõEs
OraçõEs
 

Similaire à Fernando pessoa ortónimo e heterónimos

Modernismo em Portugal
Modernismo em PortugalModernismo em Portugal
Modernismo em Portugal
litegatuga
 
Figuras de linguagem slide
Figuras de linguagem slideFiguras de linguagem slide
Figuras de linguagem slide
Ivana Bastos
 
Introdução texto poético
Introdução texto poéticoIntrodução texto poético
Introdução texto poético
armindaalmeida
 
Augusto dos anjos_eu_e_outros_poemas
Augusto dos anjos_eu_e_outros_poemasAugusto dos anjos_eu_e_outros_poemas
Augusto dos anjos_eu_e_outros_poemas
ericasilveira
 

Similaire à Fernando pessoa ortónimo e heterónimos (20)

Modernismo em Portugal
Modernismo em PortugalModernismo em Portugal
Modernismo em Portugal
 
Gênero lírico - Profª Vivian Trombini
Gênero lírico - Profª Vivian TrombiniGênero lírico - Profª Vivian Trombini
Gênero lírico - Profª Vivian Trombini
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Construção de poemas
Construção de poemasConstrução de poemas
Construção de poemas
 
SIMBOLISMO.pptx
SIMBOLISMO.pptxSIMBOLISMO.pptx
SIMBOLISMO.pptx
 
Pessoa heteronimos
Pessoa heteronimosPessoa heteronimos
Pessoa heteronimos
 
FPessoa Heterónimos
FPessoa HeterónimosFPessoa Heterónimos
FPessoa Heterónimos
 
Fernando Pessoa - Heterónimos
Fernando Pessoa - HeterónimosFernando Pessoa - Heterónimos
Fernando Pessoa - Heterónimos
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Figurasdelinguagem slide-120914120327-phpapp02
Figurasdelinguagem slide-120914120327-phpapp02Figurasdelinguagem slide-120914120327-phpapp02
Figurasdelinguagem slide-120914120327-phpapp02
 
Figuras de linguagem slide
Figuras de linguagem slideFiguras de linguagem slide
Figuras de linguagem slide
 
A obra eterniza o poeta (f. pessoa)
A obra eterniza o poeta (f. pessoa)A obra eterniza o poeta (f. pessoa)
A obra eterniza o poeta (f. pessoa)
 
Introdução texto poético
Introdução texto poéticoIntrodução texto poético
Introdução texto poético
 
Ocidentais
OcidentaisOcidentais
Ocidentais
 
Entrevista: Descobrindo os segredos do livro "As mulheres de Poe"
Entrevista: Descobrindo os segredos do livro "As mulheres de Poe"Entrevista: Descobrindo os segredos do livro "As mulheres de Poe"
Entrevista: Descobrindo os segredos do livro "As mulheres de Poe"
 
fernando pessoa
 fernando pessoa fernando pessoa
fernando pessoa
 
Vanguardas europeias
Vanguardas europeias Vanguardas europeias
Vanguardas europeias
 
Poema _ aula sobre poema.docx
Poema _ aula sobre poema.docxPoema _ aula sobre poema.docx
Poema _ aula sobre poema.docx
 
Augusto dos anjos_eu_e_outros_poemas
Augusto dos anjos_eu_e_outros_poemasAugusto dos anjos_eu_e_outros_poemas
Augusto dos anjos_eu_e_outros_poemas
 
Gênero Lírico
Gênero LíricoGênero Lírico
Gênero Lírico
 

Plus de Ricardo Amaral (10)

A última ceia
A última ceia A última ceia
A última ceia
 
Ultima ceia trabalho
Ultima ceia trabalhoUltima ceia trabalho
Ultima ceia trabalho
 
Fernando Pessoa
Fernando PessoaFernando Pessoa
Fernando Pessoa
 
Documentos comerciais
Documentos comerciais Documentos comerciais
Documentos comerciais
 
Parlamento europeu
Parlamento europeuParlamento europeu
Parlamento europeu
 
Lisboa no Estado Novo
Lisboa no Estado NovoLisboa no Estado Novo
Lisboa no Estado Novo
 
Estado novo
Estado novoEstado novo
Estado novo
 
Suécia
Suécia  Suécia
Suécia
 
Cubo - Geometria
Cubo - GeometriaCubo - Geometria
Cubo - Geometria
 
tap
taptap
tap
 

Dernier

Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
azulassessoria9
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
HELENO FAVACHO
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
WagnerCamposCEA
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
CleidianeCarvalhoPer
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
edelon1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
azulassessoria9
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
FabianeMartins35
 

Dernier (20)

Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdfatividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 

Fernando pessoa ortónimo e heterónimos

  • 3. Fernando Pessoa  Fernando António Nogueira Pessoa;  13 de Junho de 1888 —30 de Novembro de 1935  Poeta, escritor e tradutor;  Solitário  Muito retraído  Pouca vida amorosa/social  Bem sucedido
  • 4. Caraterísticas Temáticas Identidade perdida Nostalgia da infância Dor de viver Dor de pensar Ironia
  • 5. Caraterísticas Temáticas Tentativa de superação da dor através de:  Evocação da infância;  Refúgio no sonho;  Ocultismo (correspondência entre o visível e o invisível);  Criação dos heterónimos
  • 6. Fernando Pessoa – O que me dói não é O que me dói não é O que há no coração Mas essas coisas lindas Que nunca existirão... São as formas sem forma Que passam sem que a dor As possa conhecer Ou as sonhar o amor. São como se a tristeza Fosse árvore e, uma a uma, Caíssem suas folhas Entre o vestígio e a bruma. Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
  • 7. Analise interna O que me dói não é O que há no coração Mas essas coisas lindas Que nunca existirão... Ausência São as formas sem forma Ocultismo Que passam sem que a dor As possa conhecer Ou as sonhar o amor. Refugio no sonho São como se a tristeza Fosse árvore e, uma a uma, Caíssem suas folhas Entre o vestígio e a bruma. Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
  • 8. Quadra Quadra Quadra Analise externa O que me dói não é O que há no coração Mas essas coisas lindas Que nunca existirão... São as formas sem forma Que passam sem que a dor As possa conhecer Ou as sonhar o amor. São como se a tristeza Fosse árvore e, uma a uma, Caíssem suas folhas Entre o vestígio e a bruma. Redondilha menor Cruzada Cruzada Cruzada Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
  • 11. Caraterísticas estilísticas  Discurso em verso livre;  Ausência de preocupações estilísticas;  Indisciplina espontâneo; formal e ritmo lento mas  Vocabulário simples e familiar;  Número reduzido de vocábulos e de classes de palavras;  Pouca adjectivação, predomínio de substantivos concretos, uso de verbos no presente do indicativo ou no gerúndio;  Frases predominantemente coordenadas;  Uso de paralelismos comparações simples; de construção, de
  • 12. Alberto Caeiro – Guardador de Rebanhos O que nós vemos das cousas são as cousas. Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra? Por que é que ver e ouvir seriam iludirmo-nos Se ver e ouvir são ver e ouvir? O essencial é saber ver, Saber ver sem estar a pensar, Saber ver quando se vê, E nem pensar quando se vê Nem ver quando se pensa. Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!), Isso exige um estudo profundo, Uma aprendizagem de desaprender E uma sequestração na liberdade daquele convento De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas E as flores as penitentes convictas de um só dia, Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas Nem as flores senão flores, Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores.
  • 14. Caraterísticas Temáticas  É um poeta clássico e romântico, da serenidade epicurista  Tem crença nos deuses enquanto as nossas emoções e sentimentos  Estoicista
  • 15. Caraterísticas Temáticas  A filosofia do poeta é de um epicurismo triste  Ataraxista (tranquilidade perturbação)  Carpe Diem capaz de evitar a
  • 16. Caraterísticas Temáticas  Ricardo Reis acredita que a felicidade e a tranquilidade não é 100% alcançável  Tem um ideal ético de apatia que permite a ausência da paixão e a liberdade.  É um poeta Inexorável
  • 17. Ricardo Reis – Amor o que vejo Amo o que vejo porque deixarei Qualquer dia de o ver. Amo-o também porque é. No plácido intervalo em que me sinto, Do amar, mais que ser, Amo o haver tudo e a mim. Melhor me não dariam, se voltassem, Os primitivos deuses, Que também, nada sabem. Ricardo Reis, in "Odes" (Inédito)
  • 18. Análise Externa Divisão Métrica A/mo/ o /que/ ve/jo/ por/que/ dei/xa/rei (Decassílabo) Estrofes Tem três estrofes, cada estrofe composta por três versos chamando-as de Terceto. Rimas Este poema é composto por versos soltos e por uma rima interpolada (“(…) dia de o ver,/(…)mais que ser,”)
  • 19. Análise Externa Recursos Estilísticos Eufemismo (“Amo o que vejo porque deixarei/Qualquer dia de o ver.”) Hipérbato (“Melhor não me dariam (…)”) Hipérbole (“(…) amo o haver tudo e a mim.”) Perífrase (“No plácido intervalo em que me sinto, (…)”)
  • 20. Análise Interna O poema tem como principais características:  Efemeridade da vida  A inevitabilidade da morte e por sua vez a sua aceitação calma e serena da ordem das coisas
  • 22. Biografia  Nasceu a 15 de Outubro de 1890, em Tavira, por volta das 13:30;  Altura: 1,75m;  Magro;  Cabelo liso pertado ao lado;  Cara tapada, tipo judeu português;  Educação vulgar de Liceu;  Extremo oposto a Ricardo Reis.
  • 24. Fase decadentista  Fase de tédio, da abulia e do cansaço  Procura de novas sensações “É antes do ópio que a minh'alma é doente. Sentir a vida convalesce e estiola E eu vou buscar ao ópio que consola Um Oriente ao oriente do Oriente. “ Opiário
  • 25. Fase futurista/sensacionista Atração pelas máquinas, pelo progresso e pela vida moderna Sensações provocadas por esta atração Angústia existencial
  • 26. Fase futurista/sensacionista “... Deixai-me partir a cabeça de encontro às vossas esquinas, E ser levado da rua cheio de sangue Sem ninguém saber quem eu sou!” Ode Triunfal
  • 27. Fase intimista e pessoa Apatia, melancólica e abulia, angustia, tédio, cansaço Encontro com Pessoa ortónimo  Nostalgia da infância  Dor de pensar  Fragmentação do eu  Angústia existencial
  • 28. Fase intimista e pessoa “NÃO: Não quero nada. Já disse que não quero nada. Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer. “ Lisbon Revisited (1923)
  • 29. Álvaro De campos – Ode triunfal À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, De os ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressão contemporâneo de vós, ó máquinas!
  • 30. Ode triunfal Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro. Porque o presente é todo o passado e todo o futuro E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes eléctricas Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão, E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta, Átomos que hão-de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século cem, Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por estes volantes, Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferrejando, Fazendo-me um excesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma.
  • 31. Ode triunfal Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma máquina! Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo! Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento A todos os perfumes de óleos e calores e carvões Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!
  • 32. Analise externa e interna Bárbaro Quadra Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. Rima branca À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
  • 33. Nona Analise externa e interna Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, De os ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressão contemporâneo de vós, ó máquinas! Rima Cruzada
  • 34. Irregular Analise externa e interna Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro. Rima Porque o presente é todo o passado e todo o futuro Emparelhada E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes eléctricas Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão, E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta, Átomos que hão-de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século cem, Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por estes volantes, Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferrejando, Fazendo-me um excesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma.
  • 35. Sétima (redondilha maior) Analise externa e interna Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma máquina! Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo! Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento A todos os perfumes de óleos e calores e carvões Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável! Rima Emparelhada
  • 36. FIM