Isaac Newton desenvolveu o cálculo, a lei da gravitação universal e estudou a natureza da luz. Gottfried Leibniz também desenvolveu o cálculo independentemente e teve uma disputa com Newton sobre prioridade. Ambos foram importantes matemáticos e físicos do século XVII.
1. NEWTON
“Se eu enxerguei mais longe de Descartes e porque me sustentei sobre
os ombros de gigantes.” (Newton)
Isaac Newton, matemático, filósofo e físico, nasceu aos 4 de janeiro de 1643,
pelo calendário gregoriano, em Woolsthorpe, ano da morte de Galilei.[1] Órfão de pai
desde que nasceu, sua mãe casou-se novamente quando ele tinha três anos. Foi educado
pela avó e por um tio materno, que se formara em Cambrige, e que percebeu em Isaac
um talento matemático incomum. Convenceu sua mãe a matriculá-lo nessa instituição.[2]
Durante sua vida estudou Euclides, Descartes, Schooten, Kepler, Viète,
sobretudo, Arithimetica infinitorum de Wallis.[2]
Em outubro de 1665, uma epidemia de peste forçou a universidade a fechar suas
portas. Newton, então, voltou para Woolsthorpe. [1] Os dois anos passados em sua cidade
natal foram extremamente produtivos e, neles, Isaac fez suas principais descobertas: o
teorema binomial, o cálculo, a lei da gravitação e a natureza das cores. [2]
O teorema binomial foi descoberto em 1664 ou 1665 e descrito em duas cartas
de Newton para Henry Oldenburg, secretário da Royal Society. Foi publicado em 1685,
por Wallis, em Álgebra.[2]
Nos estudos ópticos, Newton estudou a refração da luz e demonstrou que a luz
branca pode decompor-se em um espectro de cores ao atravessar um prisma, e vice-
versa. Ele mostrou que a luz colorida não altera suas propriedades, mostrando que
independentemente da cor incidida, o objeto permaneceu com a mesma cor. Concluiu
que a cor é a interação de objetos já coloridos com a luz. É chamado de Teoria da cor.
O cientista propôs uma teoria para a natureza da luz, a natureza corpuscular, onde a luz
é formada por partículas, que ficou abandonada pela comunidade científica por longo
período de tempo, prevalecendo a teoria ondulatória. Os estudos de óptica foram
publicados no livro Opticks.[3]
Descobriu seu método das séries infinitas e o cálculo. Em 1687, imprimiu
Philosophiae naturalis principia mathematica, onde expos o calculus. Esse livro é
geralmente descrito como apresentando os fundamentos da física e da astronomia na
linguagem geométrica pura, apesar de constar bastantes informações analíticas. Newton
não foi o primeiro a diferenciar ou integrar. Sua descoberta consistiu na consolidação
desses elementos num algoritmo geral aplicável a todas as funções. Leibniz realizou
trabalhos semelhantes, independentes e posteriores.[2]
As mais populares contribuições de Newton foram na física, com a lei da
gravitação – combinação das ideias de Galileu, acerca o movimento, da lei de Kepler,
da astronomia, e da lei de Huygens, da força centrípeta. Não foi o primeiro a formular a
lei, mas sim, a prová-la matematicamente de modo convincente.
Rodrigo Thiago Passos Silva
Bacharelando em Ciência e Tecnologia
2. Em 1689, Isaac Newton foi eleito membro do parlamento da Universidade de
Cambrige. Foi nomeado, em 1703, presidente da Royal Society, ocupando essa função
até a morte.[1]
Como muitos gênios, era propenso à depressão e era amargo com outros
cientistas. Apesar disso, foi uma importante figura científica na Europa, durante o
século XVIII.[2] Faleceu aos 31 de março de 1727 e foi enterrado na Abadia de
Westminster.[3]
LEIBNIZ
“Tomando a matemática desde o início do mundo até o tempo de Newton, o que ele fez
é de longe a melhor metade.” (Leibniz)
Gottfried Wilhelm Leibniz, filósofo e matemático, nasceu em Leipzig, onde aos
quinze anos entrou na universidade e aos dezessete obteve o grau de bacharel. [2]
Ainda criança perdeu seu pai, então sua mãe encarregou-se de sua educação.
Herdou de seu pai uma extensa biblioteca, onde empreendeu leituras de diversos temas:
poesia, filosofia, direito, matemática, história e teologia. [4] Isso o tornou um dos
cientistas mais universalistas, comparado à Aristóteles. Leibniz é autor de vasta
produção bibliográfica, hoje na Gottfried Wilhelm Leibniz Bibliothek, com cerca de 50
000 itens, em cerca de 150 mil a 200 mil folhas. [5]
Aos 20 anos já estava preparado para o grau de doutor em Direito, entretanto lhe
foi recusado pela pouca idade. Então saiu de Leipzig e obteve o título de doutor na
Universidade de Altdorf. Entrou para o serviço diplomático, onde trabalhou por mais de
quarenta anos.
Em viagens oficiais conheceu Huygens, que sugeriu a ele ler Pascal. Em
Londres, comprou um exemplar de Lectiones geometricae, de Isaac Barrow, que foi
professor de Newton. Huygens lhe propôs o problema de achar a soma dos recíprocos
dos números triangulares, isto é, 2/n(n+1). Escreveu
( )
e concluiu que a soma dos primeiros n termos é
( )
e, portanto, que a soma da série infinita é 2.
Inocentemente, concluiu que poderia achar a soma de quase todas as séries
infinitas.
Leibniz, por volta de 1676 tinha chegado à mesma conclusão de Newton –
encontrando uma forma geral para o cálculo diferencial, funcional em funções racionais,
irracionais, algébricas etc. Fixou dx e dy para as menores diferenças possível
Rodrigo Thiago Passos Silva
Bacharelando em Ciência e Tecnologia
3. (diferenciais) e ∫ , para a soma das ordenadas sob uma curva (o sinal de integral
representa uma lembra s aumentada, de soma). Achar tangentes exigia utilização do
calculus differentialis e quadraturas o calculus integralis.
Publicou, em 1684, o Nova methodus pro maximis et minimis, itemque
tangentibus, qua nec irrationales quantitates moratur (Um novo método para máximos
e mínimos e também para tangentes, que não é obstruído por quantidades irracionais).
Neste, Leibniz deu algumas fórmulas bem conhecidas atualmente, como
. Dois anos mais tarde, publicou explicações sobre o cálculo integral,
ressaltando a relação inversa entre diferenciação e integração.
Apesar de consagrado pela sua contribuição no cálculo, ao cientista alemão se
credita o determinante – a representação de equações simultâneas em linhas e colunas.
Foi também um dos maiores criadores de notação, estabelecendo o ponto como símbolo
multiplicativo e ~ para “semelhante a”. A ele é devida a palavra “função”, praticamente
no mesmo sentido atual.[2]
Foi acusado de plágio e protestou por prioridade na publicação, na Royal
Society, dos estudos sobre cálculo. Em 1712, a Commercium epistolicum, comissão
para estudar o plágio, chegou à conclusão e que Newton fora o primeiro inventor.
Estimulado pelo nacionalismo, em 1726, Newton retirou todas as referencias que fazia a
Leibnizna terceira edição do Principia, uma das mais importantes publicações do
físico.[2] Morreu, aos 21 de junho de 1716, em Hanover.[4]
_______________________
[1] BBC. Historic figures: Isaac Newton. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/history/historic_figures/
newton_isaac.shtml>. Acesso em: 16 set. 2010.
[2] BOYLER, Carl B. GOMIDE, Elza F(trad.). Newton e Leibniz. In:______. História da Matemática.
2. ed. São Paulo: Edgard Blüncher, 1996. cap. 19, p. 269-285. ISBN 85-212-0023-4.
[3] WIKIPEDIA. Isaac Newton. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Isaac_Newton>. Acesso
em: 16 set. 2010.
[4] Vida de Leibniz. Disponivel em: <http://www.leibnizbrasil.pro.br/leibniz-vida.htm>. Acesso em 16
set. 2010.
[5] UNESCO. Letters from and to Gottfried Wilhelm Leibniz within the collection of manuscript papers
os Gottfried Wilhelm Leibniz. Disponível em: <http://portal.unesco.org/ci/en/ev.php-
URL_ID=22464&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html>. Acesso em: 16 set. 2010.
Rodrigo Thiago Passos Silva
Bacharelando em Ciência e Tecnologia