SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  22
Universidade do Minho
                Instituto de Ciências Sociais
                  Licenciatura em História


O Terramoto de 1755




Gravura holandesa representando efeitos do terramoto de 1
de Novembro de 1755 sobre Lisboa


                                                Docente: Prof. Dr. Paulo Nossa
                                                Luís Feliciano
                                                António Marques
Índice
• Introdução
• Sismos e sismologia: noções
• A sismicidade em Portugal Continental
• O Terramoto de 1755
    – Descrição dos factos: uma aproximação
    – Impacto e consequências do Terramoto de 1755
• Conclusão
• Bibliografia
• Sitografia
Sismos e sismologia: noções
• Os sismos constituem um fenómeno geológico que sempre aterrorizou as
  populações que vivem em determinadas zonas da Terra, e a Humanidade
  desde sempre presenciou a sua enorme capacidade de destruição (exemplo
  disso é o terramoto de 1755).
• Mas o que é um sismo?
   – Sismos, igualmente designados de terramotos, são abalos naturais da
      crosta terrestre que ocorrem num período de tempo restrito, em
      determinado local, e que se propagam em todas as direcções (Ondas
      Sísmicas), dentro e à superfície da crosta terrestre, sempre que a
      energia elástica (movimento ao longo do plano de Falha) se liberta
      bruscamente nalgum ponto (Foco ou Hipocentro). Ao ponto que, na
      mesma vertical do hipocentro, se encontra à superfície terrestre dá-se o
      nome de Epicentro, quase sempre rodeado pela região macrossísmica,
      que abrange todos os pontos onde o abalo possa ser sentido pelo
      Homem.
Ilustração 1 - Bloco-diagrama mostrando uma representação esquemática do foco ou
epicentro, plano da falha e epicentro




               Fonte: http: //domingos.home.sapo.pt/sismos _2.html.
• As ondas sísmicas
  – As ondas sísmicas classificam-se em dois tipos
    principais:
     • as ondas que se geram nos focos sísmicos e se
       propagam no interior do globo, designadas ondas
       interiores, volumétricas ou profundas (ondas P e S);
     • as que são geradas com a chegada das ondas interiores
       à superfície terrestre, designadas por ondas superficiais
       (ondas L e R).




       Ondas P                            Ondas S
• Ilustração 2 - Ondas P


       Ondas L                                       Ondas R

          Fonte: http://domingos.home.sapo.pt/sismos_2.html
• Tipologia dos sismos:
   –   Sismos naturais;
   –   Sismos vulcânicos;
   –   Sismos de colapso ou implosão;
   –   Sismos artificiais ou induzidos;
   –   Sismos premonitórios.

• No mar, os abalos sísmicos podem provocar violenta agitação das
águas – maremoto ou “tsunami” – fenómeno tão conhecido pelas suas
trágicas consequências, nas populações ribeirinhas e na navegação.

• A maior parte dos terramotos acontecem nas fronteiras entre
  placas tectónicas ou em falhas entre dois blocos rochosos.

• Para medir a quantidade de energia libertada de um sismo há varias
  escalas:
   – Intensidade;
   – Magnitude.
Tabela 1 - Comparação aproximada entre intensidades e magnitudes sísmicas e número de abalos por ano
                       (adaptado de Carvalho, 1977 e de Press & Siever, 1986)
                                           Intensidade      Magnitude
                 Efeitos característicos                                 Número de sismos/ano
                                           aproximada       aproximada
                 Destruição quase total
                                               XII            ≥ 8,0             0,1-0,2
                 ou total.
                 Destruição muito
                                               XI             ≥ 7,4               4
                 acentuada.
                 Grandes danos, torção
                 nos carris das vias-          X              7,0-7,3             15
                 férreas.
                 Danos consideráveis
                                             VIII-IX          6,2-6,9            100
                 em edifícios.
                 Ligeiros danos nos
                                             VI-VII           5,5-6,1            500
                 edifícios.
                 Sentido por toda a
                                               V              4,9-5,4           1400
                 população.
                 Sentido dentro dos
                 edifícios, podendo
                                               IV             4,3-4,8           4800
                 levar as pessoas a
                 despertar do sono.
                 Sentido por um
                 pequeno número de            II-III          3,5-4,2           30000
                 pessoas.
                 Não sentido, apenas
                 registado pelos                I             2,0-3.4          800000
                 aparelhos.

                                               Fonte: Polidoro, 2004
A sismicidade em Portugal
                 Continental
• De uma forma introdutória podemos dizer que a sismicidade de uma área é
  essencialmente condicionada pelo seu enquadramento geológico no
  contexto da tectónica de placas.
• Neste sentido, o território de Portugal Continental encontra-se situado nas
  proximidades do contacto entre as placas Euroasiática e Africana, mais
  especificamente no interior da placa litosférica Euroasiática, muito próximo
  da placa Africana, sendo a interacção entre elas, a principal responsável por
  uma actividade sísmica significativa no território.
• Por outro lado, o facto de Portugal se situar na fachada ocidental da
  Península Ibérica, estimula a actividade sísmica, visto que, coincide com
  uma área de cruzamento entre uma margem continental submeridiana,
  resultante da abertura do Atlântico Norte, e a zona de fronteira entre as
  placas Euroasiática e Africana, de direcção geral E-W, frequentemente
  designada no seu sector atlântico por fronteira de placas Açores – Gibraltar.
Enquadramento do território continental português no contexto da distribuição regional das
          placas litosféricas. Geometria considerada para a fronteira entre as placas eurasiática (EU) e
          africana (AF) desde o arquipélago dos Açores (Aç) à região de Gibraltar
          (Gi), a sul da Península Ibérica (IB), representando-se curvas batimétricas a 200 e 1000 m, e com
          equidistância de 1000 m para profundidades superiores.
          AM, placa americana; FG, falha de Gloria; Go, banco submarino de Goringe; P, Portugal
          continental; T, monte submarino de Tore.

Fonte: João Cabral, «Sismotectónica de Portugal»,http://zircon.dcsa.fct.unl.pt/dspace/bitstream/123456789/225/1/18 – 4.PDF, 1995, p. 44.
• A nível mundial:
   – Maiores sismos registados:
       • foram o do Chile ocorrido em 1960, com uma magnitude de 8,5;
       • do Alaska em 1964, em que a magnitude atingiu 8,6 apresentando
          como efeitos característicos uma destruição quase total.

    – Principais zonas sísmicas:
       • O arco circum-Pacífico (75 a 80 % do tal de energia libertada);
       • A zona mediterrânica-transasiática (15 a 20 %);
       • O sistema das cristas oceânicas (3 a 7 %).
       • A restante parte da terra é considerada como sendo assísmica.
          Todavia, nenhuma região está completamente livre da possibilidade
          da ocorrência de sismos.
            – 1 % da sismicidade global corresponde à sismicidade
              intraplacas. Apesar de menos frequentes são igualmente
              destruidores (Ex. Sismos ocorridos no interior dos EUA e
              Japão).
Distribuição dos sismos, assinalados pelos pontos negros, registados
                         no último século.

    Fonte: http://domingos.home.sapo.pt/sismos_2.html
Terramoto de 1755
• Descrição dos factos: uma aproximação
   – 9h40 (manhã): Lisboa sentiu um terramoto de extrema violência.
   – 10h00 – coincidindo com a primeira réplica, as vagas de um tsunami
     gerado aquando do sismo das 9h40, chegavam a Lisboa.
   – 12h – sentiu-se um terceiro choque, mais suave;
   – 16h – as águas subiram em Creston Ferry (Inglaterra), demorando cerca
     de 8 minutos para a água voltar ao seu normal;
   – 19h30 – a primeira onda do tsunami atinge Antígua, a 6000 km de
     Lisboa (costa americana).

• O terramoto que atingiu Lisboa data do dia 1 de Novembro de 1755 (dia de
  Todos os Santos).
• É considerado um dos sismos mais energéticos de todo o globo e apresenta-
  se como um dos mais documentados da História.
• A devastação da capital ocorreu devido à conjugação do sismo, do
  maremoto e dos incêndios.
• Os efeitos deste sismo foram sentidos:
   – em toda a Península Ibérica: com maior intensidade nas regiões de
      Lisboa, Setúbal e parte Ocidental do Algarve (graus IX e X);
   – Açores e a Madeira;
   – Marrocos;
   – Europa do norte (Finlândia, Escócia, Irlanda, Bélgica, Holanda);
   – o Norte de Itália;
   – a Catalunha;
   – o sul de França;
   – a Suíça;
   – o Brasil;
   – as Antilhas;
   – Antígua;
   – Martinica;
   – Barbados;
   – Golfo de Cádis, bem como Gibraltar, Sevilha, através do rio
      Guadalquivir, Cádis, Huelva e Ceuta.
• Este sismo alcançou uma amplitude entre os 8 e os 9 na Escala
  de Richter e uma correspondente intensidade entre X-XI, na
  Escala de Mercalli.
• O tsunami que o secundou alcançou alturas que variam entre
  os 5, 15, 20 a 30 metros segundo as fontes e os relatos coevos.
• A penetração da água rondou os 250m.
• O grau de perceptibilidade deste sismo foi cerca de 2500 km.
• Das descrições efectuadas por pessoas que vivenciaram o
  terramoto conclui-se que o sismo teve uma duração bastante
  elevada (cerca de seis minutos, o que acontece em sismos de
  grande magnitude) e grande número de réplicas.
Impacto e consequências do Terramoto
              de 1755
• Para além das perdas humanas e materiais, o terramoto teve
  graves consequências sociais, religiosas, morais, filosóficas,
  urbanísticas, políticas…
• Vítimas apontadas:
   – O seu número oscila de fontes para fontes, entre os 40 000
     e os 80 000 pessoas;
   Em Lisboa: dos 200 000 habitantes terão morrido 20 000;
     outros dizem que das 275 000 habitantes morreram cerca
     de 90 000.
• Consequências materiais:
   – Das 20 000 casas existentes apenas 3 000 podiam ser
     utilizadas após o sismo.
• Os elevados danos materiais e humanos deveram-se não só à
  destruição provocada pela vibração do solo, como também
  devido à acção do tsunami (ou maremoto) e aos vários
  incêndios que deflagraram em Lisboa e que duraram seis dias.
• A norte de Lisboa, as intensidades sentidas atenuaram-se mais
  rapidamente. Em Coimbra, por exemplo, não se registaram
  danos sérios. Em Braga e tal como em Guimarães, o terramoto
  também foi sentido, mas os danos não ultrapassaram fendas
  nas paredes.
• O cataclismo que se verificou gerou medos irracionais,
  sustentados por sentimentos de culpabilização, ligados à
  religião, não apenas na população portuguesa, mas também
  europeia.
   – O terramoto foi encarado e explicado como obra da mão
      pesada de Deus;
   – Este fenómeno abalou o pensamento europeu, iluminista,
      criando um verdadeiro terramoto filosófico sobre a
      Providência, a Natureza e a Ciência e sobre o livre arbítrio
      (Exemplo: Famoso poema de Voltaire).
Voltaire VS Rousseau
• A contenda principiou com Poema sobre o desastre de Lisboa,
  no qual Voltaire expõe a fatalidade dos fenómenos naturais,
  pondo em causa Deus.
• Rousseau contra-atacou, perguntando a Voltaire: que culpa
  tinha a providência se as gentes de Lisboa decidiram viver à
  beira do Tejo amontoados em vinte mil casas, algumas de seis
  ou sete andares?
• Contrariando a concepção fatalista de Voltaire, Rousseau
  afirmava que os lisboetas teriam sido, antes de mais, vítimas
  do seu próprio modo de viver.
• ASSIM: O pessimismo voltairiano confrontava-se com a fé
  optimista na Providência de Rousseau.
Caricatura sátira inglesa. Um clérigo católico pergunta como se
poderão evitar catástrofes como a de Lisboa, ao que o clérigo
anglicano responde que talvez tenham de deixar de queimar
pessoas.

Fonte: http://www.slideshare.net/ladonordeste/terramoto-de-1755-164521.
• A Família Real ficou ilesa de tudo. O rei D. José I e a corte encontravam-se
  em Santa Maria de Belém, nos arredores de Lisboa.
• Após a catástrofe e tendo-se ganho pavor a recintos fechados construiu a
  ilustra Barraca Real.
• Em termos políticos, Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido
  por Marquês de Pombal viu o seu poder e influência aumentar.
• Em termos arquitectónicos e urbanísticos, o Marquês de Pombal foi o
  principal protagonista, obreiro da reconstrução de Lisboa.
• Surgiu a inovadora (para a época) técnica construtiva antisísmica, com a
  gaiola pombalina, modelo de estrutura anti-sísmica desenvolvida na
  reconstrução da Baixa Pombalina.
Bibliografia
• Cabral, João. «Sismotectónica de Portugal»,
  http://zircon.dcsa.fct.unl.pt/dspace/bitstrea m/123456789/225/1/18 –
  4.PDF, 1995.

• Exposição: «Voz do Céu retumbando na Terra com os formidáveis ecos do
  horroso terramoto que se ouviu no 1 de Novembro de 1755»,
  Universidade do Minho e Sociedade Martins Sarmento,
  http://www.csarmento.uminho.pt/dcs/sms/exposiçoes/TerrmotosCatalog
  oWeb.pdf. Janeiro de 2006.

• Fernando Polidoro, «O megassismo de 1 de Novembro de 1755 na região
  de Abrantes: aspectos históricos e geológicos», http://www.esec-
  manuelfernandes.rcts.pt/pdf/sismos-abrantes.pdf, 2004.

• Senos, Maria Luísa e Fernando Carrilho. «Sismicidade de Portugal
  Continental», Física de la Tierra,
  revistas.ucm.es/fis/02144557/articulos/FITE0303110093A.PDF, 2003.
Sitografia
•   http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_terramotos;
•   http://www.spes-sismica.org/p1755.htm;
•   www-ext.lnec.pt/LNEC/DE/NESDE/divulgacao/tectonica.html;
•   http://www.prof2000.pt/users/esf_cnat/teoriasismos.htm;
•   http: //domingos.home.sapo.pt/sismos _2.html.;
•   http://www.meteo.pt/pt/sismologia/actividade/.

Contenu connexe

Tendances

Trabalho sobre o terramoto 11º e
Trabalho sobre o terramoto 11º eTrabalho sobre o terramoto 11º e
Trabalho sobre o terramoto 11º eCarla Teixeira
 
Terramoto de 1755 em Lisboa
Terramoto de 1755 em LisboaTerramoto de 1755 em Lisboa
Terramoto de 1755 em LisboaJorge Almeida
 
Reformas pombalinas urbanismo1
Reformas pombalinas urbanismo1Reformas pombalinas urbanismo1
Reformas pombalinas urbanismo1Maria Gomes
 
Marquês de Pombal
Marquês de PombalMarquês de Pombal
Marquês de PombalInês Lucas
 
Romanico em portugal
Romanico em portugalRomanico em portugal
Romanico em portugalcattonia
 
Romanização da Península Ibérica
Romanização da  Península IbéricaRomanização da  Península Ibérica
Romanização da Península IbéricaCarlos Pinheiro
 
A Arquitectura do Ferro no século XIX
A Arquitectura do Ferro no século XIXA Arquitectura do Ferro no século XIX
A Arquitectura do Ferro no século XIXJorge Almeida
 
Marquês de pombal power-point
Marquês de pombal  power-pointMarquês de pombal  power-point
Marquês de pombal power-pointPAFB
 
Módulo 7 caso pratico 2 lisboa pombalina
Módulo 7   caso pratico 2 lisboa pombalinaMódulo 7   caso pratico 2 lisboa pombalina
Módulo 7 caso pratico 2 lisboa pombalinaCarla Freitas
 
A governação do Marquês de Pombal
A governação do Marquês de PombalA governação do Marquês de Pombal
A governação do Marquês de PombalZé Mário
 
A arquitetura do ferro e do vidro
A arquitetura do ferro e do vidroA arquitetura do ferro e do vidro
A arquitetura do ferro e do vidroCarlos Pinheiro
 
Acção do marquês de pombal
Acção do marquês de pombalAcção do marquês de pombal
Acção do marquês de pombalmariainesguterres
 
Resumo de matéria de História 10º ano
Resumo de matéria de História 10º anoResumo de matéria de História 10º ano
Resumo de matéria de História 10º anojorgina8
 
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo JoaninoD. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo JoaninoBarbaraSilveira9
 
Baixa Pombalina
Baixa PombalinaBaixa Pombalina
Baixa Pombalinahcaslides
 

Tendances (20)

Trabalho sobre o terramoto 11º e
Trabalho sobre o terramoto 11º eTrabalho sobre o terramoto 11º e
Trabalho sobre o terramoto 11º e
 
O Terramoto de 1755
O Terramoto de 1755O Terramoto de 1755
O Terramoto de 1755
 
Terramoto de 1755 em Lisboa
Terramoto de 1755 em LisboaTerramoto de 1755 em Lisboa
Terramoto de 1755 em Lisboa
 
Reformas pombalinas urbanismo1
Reformas pombalinas urbanismo1Reformas pombalinas urbanismo1
Reformas pombalinas urbanismo1
 
Marquês de Pombal
Marquês de PombalMarquês de Pombal
Marquês de Pombal
 
Romanico em portugal
Romanico em portugalRomanico em portugal
Romanico em portugal
 
Romanização da Península Ibérica
Romanização da  Península IbéricaRomanização da  Península Ibérica
Romanização da Península Ibérica
 
A Arquitectura do Ferro no século XIX
A Arquitectura do Ferro no século XIXA Arquitectura do Ferro no século XIX
A Arquitectura do Ferro no século XIX
 
Lisboa Pombalina
Lisboa PombalinaLisboa Pombalina
Lisboa Pombalina
 
Marques de Pombal
Marques de Pombal Marques de Pombal
Marques de Pombal
 
Marquês de pombal power-point
Marquês de pombal  power-pointMarquês de pombal  power-point
Marquês de pombal power-point
 
Módulo 7 caso pratico 2 lisboa pombalina
Módulo 7   caso pratico 2 lisboa pombalinaMódulo 7   caso pratico 2 lisboa pombalina
Módulo 7 caso pratico 2 lisboa pombalina
 
A governação do Marquês de Pombal
A governação do Marquês de PombalA governação do Marquês de Pombal
A governação do Marquês de Pombal
 
A arquitetura do ferro e do vidro
A arquitetura do ferro e do vidroA arquitetura do ferro e do vidro
A arquitetura do ferro e do vidro
 
Acção do marquês de pombal
Acção do marquês de pombalAcção do marquês de pombal
Acção do marquês de pombal
 
Resumo de matéria de História 10º ano
Resumo de matéria de História 10º anoResumo de matéria de História 10º ano
Resumo de matéria de História 10º ano
 
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo JoaninoD. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
 
D.João V
D.João VD.João V
D.João V
 
25 de Abril de 1974
25 de Abril de 197425 de Abril de 1974
25 de Abril de 1974
 
Baixa Pombalina
Baixa PombalinaBaixa Pombalina
Baixa Pombalina
 

Similaire à O terramoto de 1755

Iii 03 - Sismologia
Iii 03 - SismologiaIii 03 - Sismologia
Iii 03 - Sismologiaessg
 
O terramoto de 1755 de joão m
O terramoto de 1755 de joão mO terramoto de 1755 de joão m
O terramoto de 1755 de joão mCarmo Silva
 
Sismologia
SismologiaSismologia
SismologiaMINEDU
 
Tsunamis beatriz,cristiana e manuel
Tsunamis beatriz,cristiana e manuelTsunamis beatriz,cristiana e manuel
Tsunamis beatriz,cristiana e manuel8_c_clube
 
Sismos o que são?, como acontecem/porque?
Sismos o que são?, como acontecem/porque?Sismos o que são?, como acontecem/porque?
Sismos o que são?, como acontecem/porque?duroruben4
 
Terremotos, vulcões e tsunamis
Terremotos, vulcões e tsunamisTerremotos, vulcões e tsunamis
Terremotos, vulcões e tsunamisCarol Pereira
 
Atividade sísmica; riscos e proteções para sismos- Ciências 7ºano
Atividade sísmica; riscos e proteções para sismos- Ciências 7ºanoAtividade sísmica; riscos e proteções para sismos- Ciências 7ºano
Atividade sísmica; riscos e proteções para sismos- Ciências 7ºanoMafaldacmm
 
Sismos e vulcões
Sismos e vulcõesSismos e vulcões
Sismos e vulcõesFilipe Leal
 
Trabalho de Geografia - Áreas de instabilidade geológica
Trabalho de Geografia - Áreas de instabilidade geológicaTrabalho de Geografia - Áreas de instabilidade geológica
Trabalho de Geografia - Áreas de instabilidade geológicaSousaLeitee
 
Traabalho filipe plácido
Traabalho filipe plácidoTraabalho filipe plácido
Traabalho filipe plácidoprotecaocivil
 
História e geografia de portugal
História e geografia de portugalHistória e geografia de portugal
História e geografia de portugalMaria João Vicente
 

Similaire à O terramoto de 1755 (20)

Iii 03 - Sismologia
Iii 03 - SismologiaIii 03 - Sismologia
Iii 03 - Sismologia
 
Sismos 1
Sismos 1Sismos 1
Sismos 1
 
O terramoto de 1755 de joão m
O terramoto de 1755 de joão mO terramoto de 1755 de joão m
O terramoto de 1755 de joão m
 
Sismologia
SismologiaSismologia
Sismologia
 
Tsunamis beatriz,cristiana e manuel
Tsunamis beatriz,cristiana e manuelTsunamis beatriz,cristiana e manuel
Tsunamis beatriz,cristiana e manuel
 
Sismos o que são?, como acontecem/porque?
Sismos o que são?, como acontecem/porque?Sismos o que são?, como acontecem/porque?
Sismos o que são?, como acontecem/porque?
 
Sismos
SismosSismos
Sismos
 
Terremotos, vulcões e tsunamis
Terremotos, vulcões e tsunamisTerremotos, vulcões e tsunamis
Terremotos, vulcões e tsunamis
 
Atividade sísmica; riscos e proteções para sismos- Ciências 7ºano
Atividade sísmica; riscos e proteções para sismos- Ciências 7ºanoAtividade sísmica; riscos e proteções para sismos- Ciências 7ºano
Atividade sísmica; riscos e proteções para sismos- Ciências 7ºano
 
Terremotos
TerremotosTerremotos
Terremotos
 
Sismos e vulcões
Sismos e vulcõesSismos e vulcões
Sismos e vulcões
 
Trabalho de Geografia - Áreas de instabilidade geológica
Trabalho de Geografia - Áreas de instabilidade geológicaTrabalho de Geografia - Áreas de instabilidade geológica
Trabalho de Geografia - Áreas de instabilidade geológica
 
Cartilha sismologia
Cartilha sismologiaCartilha sismologia
Cartilha sismologia
 
Terremotos 1 A
Terremotos 1 ATerremotos 1 A
Terremotos 1 A
 
Traabalho filipe plácido
Traabalho filipe plácidoTraabalho filipe plácido
Traabalho filipe plácido
 
Sismos
SismosSismos
Sismos
 
História e geografia de portugal
História e geografia de portugalHistória e geografia de portugal
História e geografia de portugal
 
Tsunami
TsunamiTsunami
Tsunami
 
Os Sismos
Os SismosOs Sismos
Os Sismos
 
Sismologia
SismologiaSismologia
Sismologia
 

Dernier

Falando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introdFalando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introdLeonardoDeOliveiraLu2
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...marcelafinkler
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxMarcosLemes28
 
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfMESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdf
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdfCaderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdf
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdfJuliana Barbosa
 
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022LeandroSilva126216
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
aprendizagem significatica, teórico David Ausubel
aprendizagem significatica, teórico David Ausubelaprendizagem significatica, teórico David Ausubel
aprendizagem significatica, teórico David Ausubeladrianaguedesbatista
 
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaApresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaCentro Jacques Delors
 
Aprender as diferentes formas de classificar as habilidades motoras é de extr...
Aprender as diferentes formas de classificar as habilidades motoras é de extr...Aprender as diferentes formas de classificar as habilidades motoras é de extr...
Aprender as diferentes formas de classificar as habilidades motoras é de extr...azulassessoria9
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...PatriciaCaetano18
 
Questões de Língua Portuguesa - gincana da LP
Questões de Língua Portuguesa - gincana da LPQuestões de Língua Portuguesa - gincana da LP
Questões de Língua Portuguesa - gincana da LPEli Gonçalves
 
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024azulassessoria9
 
Missa catequese para o dia da mãe 2025.pdf
Missa catequese para o dia da mãe 2025.pdfMissa catequese para o dia da mãe 2025.pdf
Missa catequese para o dia da mãe 2025.pdfFbioFerreira207918
 
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)Centro Jacques Delors
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.denisecompasso2
 
tensoes-etnicas-na-europa-template-1.pptx
tensoes-etnicas-na-europa-template-1.pptxtensoes-etnicas-na-europa-template-1.pptx
tensoes-etnicas-na-europa-template-1.pptxgia0123
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasrfmbrandao
 
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Cabiamar
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...marcelafinkler
 

Dernier (20)

Falando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introdFalando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introd
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfMESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdf
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdfCaderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdf
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdf
 
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
aprendizagem significatica, teórico David Ausubel
aprendizagem significatica, teórico David Ausubelaprendizagem significatica, teórico David Ausubel
aprendizagem significatica, teórico David Ausubel
 
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaApresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
 
Aprender as diferentes formas de classificar as habilidades motoras é de extr...
Aprender as diferentes formas de classificar as habilidades motoras é de extr...Aprender as diferentes formas de classificar as habilidades motoras é de extr...
Aprender as diferentes formas de classificar as habilidades motoras é de extr...
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
Questões de Língua Portuguesa - gincana da LP
Questões de Língua Portuguesa - gincana da LPQuestões de Língua Portuguesa - gincana da LP
Questões de Língua Portuguesa - gincana da LP
 
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
 
Missa catequese para o dia da mãe 2025.pdf
Missa catequese para o dia da mãe 2025.pdfMissa catequese para o dia da mãe 2025.pdf
Missa catequese para o dia da mãe 2025.pdf
 
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
tensoes-etnicas-na-europa-template-1.pptx
tensoes-etnicas-na-europa-template-1.pptxtensoes-etnicas-na-europa-template-1.pptx
tensoes-etnicas-na-europa-template-1.pptx
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
 
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
 

O terramoto de 1755

  • 1. Universidade do Minho Instituto de Ciências Sociais Licenciatura em História O Terramoto de 1755 Gravura holandesa representando efeitos do terramoto de 1 de Novembro de 1755 sobre Lisboa Docente: Prof. Dr. Paulo Nossa Luís Feliciano António Marques
  • 2. Índice • Introdução • Sismos e sismologia: noções • A sismicidade em Portugal Continental • O Terramoto de 1755 – Descrição dos factos: uma aproximação – Impacto e consequências do Terramoto de 1755 • Conclusão • Bibliografia • Sitografia
  • 3. Sismos e sismologia: noções • Os sismos constituem um fenómeno geológico que sempre aterrorizou as populações que vivem em determinadas zonas da Terra, e a Humanidade desde sempre presenciou a sua enorme capacidade de destruição (exemplo disso é o terramoto de 1755). • Mas o que é um sismo? – Sismos, igualmente designados de terramotos, são abalos naturais da crosta terrestre que ocorrem num período de tempo restrito, em determinado local, e que se propagam em todas as direcções (Ondas Sísmicas), dentro e à superfície da crosta terrestre, sempre que a energia elástica (movimento ao longo do plano de Falha) se liberta bruscamente nalgum ponto (Foco ou Hipocentro). Ao ponto que, na mesma vertical do hipocentro, se encontra à superfície terrestre dá-se o nome de Epicentro, quase sempre rodeado pela região macrossísmica, que abrange todos os pontos onde o abalo possa ser sentido pelo Homem.
  • 4. Ilustração 1 - Bloco-diagrama mostrando uma representação esquemática do foco ou epicentro, plano da falha e epicentro Fonte: http: //domingos.home.sapo.pt/sismos _2.html.
  • 5. • As ondas sísmicas – As ondas sísmicas classificam-se em dois tipos principais: • as ondas que se geram nos focos sísmicos e se propagam no interior do globo, designadas ondas interiores, volumétricas ou profundas (ondas P e S); • as que são geradas com a chegada das ondas interiores à superfície terrestre, designadas por ondas superficiais (ondas L e R). Ondas P Ondas S
  • 6. • Ilustração 2 - Ondas P Ondas L Ondas R Fonte: http://domingos.home.sapo.pt/sismos_2.html
  • 7. • Tipologia dos sismos: – Sismos naturais; – Sismos vulcânicos; – Sismos de colapso ou implosão; – Sismos artificiais ou induzidos; – Sismos premonitórios. • No mar, os abalos sísmicos podem provocar violenta agitação das águas – maremoto ou “tsunami” – fenómeno tão conhecido pelas suas trágicas consequências, nas populações ribeirinhas e na navegação. • A maior parte dos terramotos acontecem nas fronteiras entre placas tectónicas ou em falhas entre dois blocos rochosos. • Para medir a quantidade de energia libertada de um sismo há varias escalas: – Intensidade; – Magnitude.
  • 8. Tabela 1 - Comparação aproximada entre intensidades e magnitudes sísmicas e número de abalos por ano (adaptado de Carvalho, 1977 e de Press & Siever, 1986) Intensidade Magnitude Efeitos característicos Número de sismos/ano aproximada aproximada Destruição quase total XII ≥ 8,0 0,1-0,2 ou total. Destruição muito XI ≥ 7,4 4 acentuada. Grandes danos, torção nos carris das vias- X 7,0-7,3 15 férreas. Danos consideráveis VIII-IX 6,2-6,9 100 em edifícios. Ligeiros danos nos VI-VII 5,5-6,1 500 edifícios. Sentido por toda a V 4,9-5,4 1400 população. Sentido dentro dos edifícios, podendo IV 4,3-4,8 4800 levar as pessoas a despertar do sono. Sentido por um pequeno número de II-III 3,5-4,2 30000 pessoas. Não sentido, apenas registado pelos I 2,0-3.4 800000 aparelhos. Fonte: Polidoro, 2004
  • 9. A sismicidade em Portugal Continental • De uma forma introdutória podemos dizer que a sismicidade de uma área é essencialmente condicionada pelo seu enquadramento geológico no contexto da tectónica de placas. • Neste sentido, o território de Portugal Continental encontra-se situado nas proximidades do contacto entre as placas Euroasiática e Africana, mais especificamente no interior da placa litosférica Euroasiática, muito próximo da placa Africana, sendo a interacção entre elas, a principal responsável por uma actividade sísmica significativa no território. • Por outro lado, o facto de Portugal se situar na fachada ocidental da Península Ibérica, estimula a actividade sísmica, visto que, coincide com uma área de cruzamento entre uma margem continental submeridiana, resultante da abertura do Atlântico Norte, e a zona de fronteira entre as placas Euroasiática e Africana, de direcção geral E-W, frequentemente designada no seu sector atlântico por fronteira de placas Açores – Gibraltar.
  • 10. Enquadramento do território continental português no contexto da distribuição regional das placas litosféricas. Geometria considerada para a fronteira entre as placas eurasiática (EU) e africana (AF) desde o arquipélago dos Açores (Aç) à região de Gibraltar (Gi), a sul da Península Ibérica (IB), representando-se curvas batimétricas a 200 e 1000 m, e com equidistância de 1000 m para profundidades superiores. AM, placa americana; FG, falha de Gloria; Go, banco submarino de Goringe; P, Portugal continental; T, monte submarino de Tore. Fonte: João Cabral, «Sismotectónica de Portugal»,http://zircon.dcsa.fct.unl.pt/dspace/bitstream/123456789/225/1/18 – 4.PDF, 1995, p. 44.
  • 11. • A nível mundial: – Maiores sismos registados: • foram o do Chile ocorrido em 1960, com uma magnitude de 8,5; • do Alaska em 1964, em que a magnitude atingiu 8,6 apresentando como efeitos característicos uma destruição quase total. – Principais zonas sísmicas: • O arco circum-Pacífico (75 a 80 % do tal de energia libertada); • A zona mediterrânica-transasiática (15 a 20 %); • O sistema das cristas oceânicas (3 a 7 %). • A restante parte da terra é considerada como sendo assísmica. Todavia, nenhuma região está completamente livre da possibilidade da ocorrência de sismos. – 1 % da sismicidade global corresponde à sismicidade intraplacas. Apesar de menos frequentes são igualmente destruidores (Ex. Sismos ocorridos no interior dos EUA e Japão).
  • 12. Distribuição dos sismos, assinalados pelos pontos negros, registados no último século. Fonte: http://domingos.home.sapo.pt/sismos_2.html
  • 13. Terramoto de 1755 • Descrição dos factos: uma aproximação – 9h40 (manhã): Lisboa sentiu um terramoto de extrema violência. – 10h00 – coincidindo com a primeira réplica, as vagas de um tsunami gerado aquando do sismo das 9h40, chegavam a Lisboa. – 12h – sentiu-se um terceiro choque, mais suave; – 16h – as águas subiram em Creston Ferry (Inglaterra), demorando cerca de 8 minutos para a água voltar ao seu normal; – 19h30 – a primeira onda do tsunami atinge Antígua, a 6000 km de Lisboa (costa americana). • O terramoto que atingiu Lisboa data do dia 1 de Novembro de 1755 (dia de Todos os Santos). • É considerado um dos sismos mais energéticos de todo o globo e apresenta- se como um dos mais documentados da História.
  • 14. • A devastação da capital ocorreu devido à conjugação do sismo, do maremoto e dos incêndios. • Os efeitos deste sismo foram sentidos: – em toda a Península Ibérica: com maior intensidade nas regiões de Lisboa, Setúbal e parte Ocidental do Algarve (graus IX e X); – Açores e a Madeira; – Marrocos; – Europa do norte (Finlândia, Escócia, Irlanda, Bélgica, Holanda); – o Norte de Itália; – a Catalunha; – o sul de França; – a Suíça; – o Brasil; – as Antilhas; – Antígua; – Martinica; – Barbados; – Golfo de Cádis, bem como Gibraltar, Sevilha, através do rio Guadalquivir, Cádis, Huelva e Ceuta.
  • 15. • Este sismo alcançou uma amplitude entre os 8 e os 9 na Escala de Richter e uma correspondente intensidade entre X-XI, na Escala de Mercalli. • O tsunami que o secundou alcançou alturas que variam entre os 5, 15, 20 a 30 metros segundo as fontes e os relatos coevos. • A penetração da água rondou os 250m. • O grau de perceptibilidade deste sismo foi cerca de 2500 km. • Das descrições efectuadas por pessoas que vivenciaram o terramoto conclui-se que o sismo teve uma duração bastante elevada (cerca de seis minutos, o que acontece em sismos de grande magnitude) e grande número de réplicas.
  • 16. Impacto e consequências do Terramoto de 1755 • Para além das perdas humanas e materiais, o terramoto teve graves consequências sociais, religiosas, morais, filosóficas, urbanísticas, políticas… • Vítimas apontadas: – O seu número oscila de fontes para fontes, entre os 40 000 e os 80 000 pessoas; Em Lisboa: dos 200 000 habitantes terão morrido 20 000; outros dizem que das 275 000 habitantes morreram cerca de 90 000. • Consequências materiais: – Das 20 000 casas existentes apenas 3 000 podiam ser utilizadas após o sismo.
  • 17. • Os elevados danos materiais e humanos deveram-se não só à destruição provocada pela vibração do solo, como também devido à acção do tsunami (ou maremoto) e aos vários incêndios que deflagraram em Lisboa e que duraram seis dias. • A norte de Lisboa, as intensidades sentidas atenuaram-se mais rapidamente. Em Coimbra, por exemplo, não se registaram danos sérios. Em Braga e tal como em Guimarães, o terramoto também foi sentido, mas os danos não ultrapassaram fendas nas paredes. • O cataclismo que se verificou gerou medos irracionais, sustentados por sentimentos de culpabilização, ligados à religião, não apenas na população portuguesa, mas também europeia. – O terramoto foi encarado e explicado como obra da mão pesada de Deus; – Este fenómeno abalou o pensamento europeu, iluminista, criando um verdadeiro terramoto filosófico sobre a Providência, a Natureza e a Ciência e sobre o livre arbítrio (Exemplo: Famoso poema de Voltaire).
  • 18. Voltaire VS Rousseau • A contenda principiou com Poema sobre o desastre de Lisboa, no qual Voltaire expõe a fatalidade dos fenómenos naturais, pondo em causa Deus. • Rousseau contra-atacou, perguntando a Voltaire: que culpa tinha a providência se as gentes de Lisboa decidiram viver à beira do Tejo amontoados em vinte mil casas, algumas de seis ou sete andares? • Contrariando a concepção fatalista de Voltaire, Rousseau afirmava que os lisboetas teriam sido, antes de mais, vítimas do seu próprio modo de viver. • ASSIM: O pessimismo voltairiano confrontava-se com a fé optimista na Providência de Rousseau.
  • 19. Caricatura sátira inglesa. Um clérigo católico pergunta como se poderão evitar catástrofes como a de Lisboa, ao que o clérigo anglicano responde que talvez tenham de deixar de queimar pessoas. Fonte: http://www.slideshare.net/ladonordeste/terramoto-de-1755-164521.
  • 20. • A Família Real ficou ilesa de tudo. O rei D. José I e a corte encontravam-se em Santa Maria de Belém, nos arredores de Lisboa. • Após a catástrofe e tendo-se ganho pavor a recintos fechados construiu a ilustra Barraca Real. • Em termos políticos, Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido por Marquês de Pombal viu o seu poder e influência aumentar. • Em termos arquitectónicos e urbanísticos, o Marquês de Pombal foi o principal protagonista, obreiro da reconstrução de Lisboa. • Surgiu a inovadora (para a época) técnica construtiva antisísmica, com a gaiola pombalina, modelo de estrutura anti-sísmica desenvolvida na reconstrução da Baixa Pombalina.
  • 21. Bibliografia • Cabral, João. «Sismotectónica de Portugal», http://zircon.dcsa.fct.unl.pt/dspace/bitstrea m/123456789/225/1/18 – 4.PDF, 1995. • Exposição: «Voz do Céu retumbando na Terra com os formidáveis ecos do horroso terramoto que se ouviu no 1 de Novembro de 1755», Universidade do Minho e Sociedade Martins Sarmento, http://www.csarmento.uminho.pt/dcs/sms/exposiçoes/TerrmotosCatalog oWeb.pdf. Janeiro de 2006. • Fernando Polidoro, «O megassismo de 1 de Novembro de 1755 na região de Abrantes: aspectos históricos e geológicos», http://www.esec- manuelfernandes.rcts.pt/pdf/sismos-abrantes.pdf, 2004. • Senos, Maria Luísa e Fernando Carrilho. «Sismicidade de Portugal Continental», Física de la Tierra, revistas.ucm.es/fis/02144557/articulos/FITE0303110093A.PDF, 2003.
  • 22. Sitografia • http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_terramotos; • http://www.spes-sismica.org/p1755.htm; • www-ext.lnec.pt/LNEC/DE/NESDE/divulgacao/tectonica.html; • http://www.prof2000.pt/users/esf_cnat/teoriasismos.htm; • http: //domingos.home.sapo.pt/sismos _2.html.; • http://www.meteo.pt/pt/sismologia/actividade/.