O documento discute a teoria do sonho de Sigmund Freud. De acordo com Freud, o sonho é a satisfação de um desejo inconsciente. O documento também aborda brevemente a biografia de Freud e o desenvolvimento de sua teoria psicanalítica.
1. “O sonho é a satisfação de que o
desejo se realize.”
Faculdade Ruy Barbosa
Curso de Direito
Ciências Humanas e Sociais
2. Biografia
Nasceu em 06 de maio de 1856
Mudou-se para a Inglaterra em 1938
Freud formou-se em Medicina e especializou-se
no tratamento de perturbações neuróticas (tais
como a cegueira e a paralisia) começando a utilizar
a hipnose como método terapêutico.
3. Freud desenvolveu um método de tratamento que
possibilitava e “exigia” que o paciente falasse acerca
de si mesmo livremente, de modo a fornecer pistas
que permitissem desocultar as memórias enterradas
no seu inconsciente – interpretação dos sonhos.
O aspecto mais importante da sua teoria é o
conceito de Inconsciente dinâmico – vários
processos mentais inconscientes interagem
determinando, sem que nos apercebamos,
pensamentos, sentimentos e comportamentos.
4. A prática clínica de Freud esteve na base de uma
teoria do desenvolvimento psico-afectivo em que
se destaca a tese da existência de sexualidade
infantil (num sentido lato).
Freud lutou por muitos anos contra um câncer na boca
e morreu por eutanásia em 23 de setembro de 1939 com
grande influência na cultura do século XX.
5. Influências
“Dentre os inúmeros nomes ligados ao iluminismo e
que exerceram forte influência sobre Freud, podemos
mencionar alguns: Spinoza, Voltaire, Diderot, Darwin ,
Feuerbach, todos pensadores que já haviam se
dedicado ao estudo do fenômeno religioso. Dentre
esses, destacamos dois especificamente; Darwin e
Feuerbach.
6. Darwin
O evolucionismo além de ser uma teoria científica
revolucionária, foi alçado como um estandarte na luta
contra o conservadorismo religioso, ao assestar duros
golpes contra doutrinas tradicionais como as da
providência divina ou da bondade intrínseca da
criação (DRAWIN, 2005, p.45)
7. Feuerbach
No século XIX, o filósofo Feuerbach criticou a religião
como alienação. Os seres humanos vivem, desde
sempre, numa relação com a natureza e, desde muito
cedo, sentem necessidade de explicá-la e o fazem
analisando a origem das coisas.
8. NIETZSCHE
Encontramos semelhança na questão do inconsciente,
onde podemos ver alguma relação entre Freud e Nietzsche.
Por assim dizer, o inconsciente diz respeito àquilo que não
encontrou resguardo pela linguagem, pode se dizer que o
desconhecido constitui o homem. Em Nietzsche as
questões mais fundamentais são desconhecidas pelo
homem e inatingíveis pela linguagem, aqui pode se ter uma
perspectiva de aproximação no que diz respeito ao papel da
linguagem enquanto inatingível àquilo que se passa em um
caos que não é consciente ao homem.
9. Tanto para Freud como para Nietzsche, até aqui, a
consciência diz respeito à linguagem, a uma ordenação
que o homem vê no mundo; e o inconsciente é a parte
mais primordial da experiência singular que está
restrita à representação verbal.
Podemos dizer que em ambos o inconsciente é aquilo
que não diz respeito ao Outro dominante.
11. Id, Ego e Superego
• Nos termos de Sigmund Freud, nosso psiquismo é composto de três
instâncias: ID, EGO e SUPEREGO.
12. ID
O ID é o aspecto inconsciente da nossa personalidade e é regido pelo
princípio do prazer (onde as exigências demandam gratificações
imediatas). Ao nascermos somos apenas ID. O bebê ao sentir fome
chora até ter sua demanda satisfeita. Entretanto, se crescêssemos
regidos pelo princípio do prazer não teríamos condições de viver em
sociedade, pois arrancaríamos das mãos do outro aquilo que fosse
necessário para satisfazer nossos próprios desejos.
O ID é o reservatório de toda a nossa energia psíquica e embora seus
conteúdos sejam inconscientes, influenciam nosso psiquismo.
13. Ego
O EGO se desenvolve a partir do
ID e é a instância psíquica que
lida com a realidade externa. O
EGO opera regido pelo princípio
da realidade, que mede a relação
custo benefício de uma ação antes
de colocá-la em prática.
O EGO possui funções tanto
conscientes, como por exemplo, a
percepção, o juízo de valor, a
linguagem... como também
possui funções inconscientes,
como é o caso dos mecanismos de
defesa, que serão abordados em
um próximo artigo.
14. Superego
O SUPEREGO é a última porção de nossa
personalidade a se constituir e se forma não
a partir do ID, mas a partir do EGO. O
SUPEREGO é o depositário de nossos valores
morais, de nossas regras de conduta, que se
formam a partir do que nos é passado pelos
nossos pais e pela sociedade. O SUPEREGO
atua como um juiz sobre nossos
pensamentos e ações, nos alertando acerca
do que é certo ou errado, do que podemos ou
não fazer. Segundo Freud, o SUPEREGO se
forma a partir dos cinco anos de idade
aproximadamente.
Nos termos de Freud, o segredo para uma
personalidade saudável é o equilíbrio da
interação entre as três instâncias psíquicas.
15. O Mal-estar da civilização
A busca incessante pelos artifícios materiais (bens de
consumo), em detrimento do que realmente importa :
causa um mal estar na sociedade porque a lacuna
provocada pela ausência desses bens nunca será
completamente preenchida. Para Freud, arte, ciência e
religião são recursos para lidar com o mal estar da
civilização – satisfações substutivas.
“Aquele que tem ciência e arte, tem religião: o que não
tem nenhuma delas, que tenha religião!” (Goethe).
16. Sentimento de religiosidade: para Freud, é uma ilusão, sem
lógica, despido da ciência com que Freud enxerga o
mundo (sensação de eternidade – sentido da vida).
A religiosidade é vista como uma necessidade humana,
todos necessitam ser religiosos em alguma escala para
sobreviver, porém, a verdadeira religiosidade é mal
interpretada e consiste em um sentimento peculiar,
uma sensação de eternidade, o sentimento de algo
ilimitado, sem fronteiras, oceânico:
(...) uma pessoa, embora rejeite toda a crença e toda a
ilusão, pode corretamente chamar a si mesma de religiosa
com fundamento apenas nesse sentimento oceânico.
17. O ateísmo está presente em toda a literatura freudiana,
e é a principal causa do rompimento com Jung. Deus é
comparado a um dramaturgo : há a sensação de que a
humanidade é apenas um enredo na brincadeira do
pânico, da morte e da falta de sentido a que estamos
submetidos.
18. O papel da consciência: é o que nos distingue um dos
outros: o mundo x o eu.
O amor é outra ilusão, que apresenta os sintomas
físicos e psicológicos de uma patologia.
19. Princípio da existência humana - todas as decisões
humanas são motivadas pela fuga da dor e busca do
prazer. O ego e o mundo exterior têm distâncias
bastante nítidas, exceto no amor, quando o ego se
iguala e se funde ao objeto amado. Assim, até o
sentimento de ego está sujeito a distúrbios (como nas
patologias) e as fronteiras não são permanentes.
O princípio do prazer vai de encontro ao princípio da
realidade: quando o sujeito percebe que não pode
satisfazer todos os seus desejos.
Todo prazer reprimido transforma-se em distúrbio ou
sofre um deslocamento , uma sublimação: arte,
trabalho, estudo etc.
20. A rejeição aos perigos do mundo por parte do ego faz com que
apelemos ao sentimento religioso, utilizado, neste caso, como
consolo (fuga da dor e busca do prazer).
“Uma satisfação irrestrita de todas as necessidades apresenta-se
como o método mais tentador de conduzir nossas vidas; isso,
porém, significa colocar o gozo antes da cautela, acarretando
logo o seu próprio castigo”.
A incapacidade do homem de conviver com o próprio desamparo
e com a impossibilidade de lidar com a felicidade contínua:
“A felicidade constitui um problema da economia da libido do
indivíduo.”
“Nada é mais difícil de suportar que uma sucessão de dias belos.”
21. O gozo precisa ser lacunar, o estado de alegria, em si,
não se prolonga. A mente humana não está preparada
para o gozo permanente.
O sofrimento é muito menos difícil de suportar – ele é
inerente à própria fragilidade do corpo, à hostilidade
do mundo exterior e à incapacidade de relacionar-se
verdadeiramente com outros seres humanos - no fim
de tudo, estamos sós.
22. Por que a felicidade é algo tão difícil aos seres
humanos?
Há três possíveis causas: o poder superior da natureza,
a fragilidade de nossos próprios corpos e a
inadequação das regras que procuram ajustar os
relacionamentos mútuos dos seres humanos na
família, no Estado e na sociedade.
Para a psicanálise, a morte de Deus é o renascimento
do homem.
23. Civilização = cultura
A civilização é feita para proteger o homem do próprio
homem.
A proibição do incesto é a base da civilização:
incorporação de Édipo e Eletra.
24. Não há civilização sem lei: a lei substitui a figura
paterna atribuída a Deus, ela é o sustentáculo da
civilização.
A supervalorização do sentimento de culpa é o que
mantém os seres humanos unidos, fortalecendo seu
superego e incentivando o crescimento da civilização,
cuja cultura sempre irá provocar um mal-estar
generalizado nos indivíduos, por seu próprio
antagonismo com os desejos do eu.
25. Freud e Jung
“Um homem caminha por uma estrada e encontra dois
outros homens. O primeiro lhe pergunta de onde ele vem, o
segundo, para onde ele vai. Esses dois homens são Freud e
Jung.”
26. Semelhanças de pensamento entre Freud e Jung
Os impulsos inconscientes
Incompatibilidade de ideias e a ruptura
Sexualidade: mãe dos problemas psicológicos
27. Jung não aceita a ideia de que o ser humano é movido
por impulsos sexuais.
Teoria do inconsciente coletivo de Jung
Crítica de Jung ao método mecanicista de Freud
Interesse de Jung pelo ocultismo