psicoterapia breve psicodinâmica no idoso - Rui Grilo peritia 2012
Esquizofrenia - Os principais aspectos da doença mental grave
1. Índice
Esquizofrenia
(Breves Noções)
I - Nota Introdutória
Rui Grilo II - Evolução Histórica Do Conceito de
Psicólogo Clínico Doença Mental
III - Esquizofrenia
- Definição
- Uma visão Histórica da Esquizofrenia
- As Causas
- Sintomatologia
- Formas Clínicas
- Aspectos Epidemiológicos e Evolução
- Aspectos terapêuticos
- Noção Breve de Psicose
IV - Estigma
- Alguns Conceitos Errados Sobre a
Doença Mental
V - Considerações Finais
VI – Referências Bibliográficas
“ Na realidade não é a pessoa que se
expressa através da personagem, mas a
personagem que parece manter viva a
pessoa.”
I – Nota Introdutória
Badaracco (1986)
Neste trabalho, pretende-se apenas a
construção de uma base sólida de
conceitos e conhecimentos relacionados
com a esquizofrenia, na medida em que
irão ser úteis quando falarmos
posteriormente (numa melhoria e
complemento deste trabalho) em
psicoterapia psicanalítica na psicose.
Assim sendo, viso essencialmente
aspectos e noções mais gerais desta
problemática, que atinge pelo menos 1%
da nossa população.
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2. A esquizofrenia é uma doença mental parte integrante do domínio da saúde
grave que se caracteriza classicamente mental”. (Mandlhate, 2002)
por um conjunto vasto de sintomas, entre
os quais se destacam alterações do
pensamento, alucinações (sobretudo
Perante a definição anteriormente
auditivas), delírios e embotamento
descrita, será importante fazer uma
emocional com perda de contacto com a
breve evolução do conceito de doença
realidade, causando uma disfunção social
mental ao longo dos tempos.
crónica.
Ao longo do trabalho, apresento uma Relatos primitivos mitológicos e
perspectiva bastante abrangente da religiosos demonstram que, as
temática, delineando aspectos relativos à perturbações mentais existiam há muitos
evolução histórica do conceito de doença milénios atrás, quando por exemplo o
mental e da esquizofrenia, como também “...Rei Nabucodonosor da Babilónia
as possíveis causas, sintomatologia, andava em quatro patas pensando ser
formas clínicas, aspectos um lobo,” ou quando “...o herói grego
epidemiológicos e evolução, aspectos Ajax esquartejou um rebanho de
terapêuticos e alguns errados sobre a carneiros que erradamente tomou pelos
doença mental potenciados pelo estigma. seus inimigos.” (Gleitman, 1986, p.806)
Através da Medicina grego – romana,
Hipócrates procurou introduzir a razão
em oposição às abordagens empíricas,
II – Evolução Histórica do Conceito de enfatizando que a explicação para as
Doença mental doenças deveria ser feita através do
raciocínio e da observação.
Empéclodes considerava a existência no
organismo de quatro elementos
Quando se define Saúde, é imperativo fundamentais, denominados de Humores
que se fale em Saúde Mental porque é (sangue, fleuma, bílis amarela e bílis
parte integrante dessa definição. Como negra). O equilíbrio do organismo era
tal, a OMS define Saúde Mental como alterado quando existia um predomínio
“...um equilíbrio da personalidade dos Humores ou da sua qualidade,
considerada na sua globalidade bio- originando desta forma uma ruptura, a
psicossocial. doença mental.
No século XII, durante a Idade Média,
As perturbações mentais são doenças deu-se lugar a concepções do tipo mítico
caracterizadas por perturbações de e religioso em que os “...loucos eram
ordem emocional, cognitiva e vistos como vítimas de possessão divina
comportamental, na medida em que ou demoníaca...” (Diniz, 1995). As
afectam a capacidade de pensar e pessoas eram possuídas por espíritos
adaptar-se à realidade, capacidade de malignos e a cura era a expulsão dos
desempenhar funções sociais, a mesmos através do exorcismo. Com
capacidade de lidar com a maior parte sorte, muitas dessas pessoas viam os
dos problemas da vida quotidiana... seus espíritos serem exorcizados através
Infelizmente o uso corrente do termo de rituais religiosos ou orações, mas por
Saúde Mental confunde saúde mental vezes, esses demónios teriam de ser
propriamente dita e perturbações expelidos através de uma saída material,
mentais. A prevenção, o tratamento e a através de um buraco no cérebro.
reabilitação das doenças mentais são Segundo São Tomás de Aquino, a
doença mental era um “...estado em que o
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3. homem perdia a razão, ficando fora de si III – Esquizofrenia
(Amens), delirante, violento, e inacessível
a uma relação humana (furiosus).”. Desta
forma perdia a alma espiritual e toda a
Definição
razão chegando ao conhecimento de
Deus.
Quando falamos em esquizofrenia, damo-
Os chamados “loucos” sempre foram, e
nos conta da enorme diversidade de
continuam a ser, discriminados e
definições existentes. Tendo em conta
isolados da sociedade devido às
este aspecto, de seguida irão ser expostas
características bizarras da própria
algumas dessas definições.
doença. Exemplos dessa discriminação,
foram a criação até aos finais do século
XIX de Hospitais Gerais e “
Workhouses”. As pessoas com doença Cardoso, refere que a esquizofrenia é “ o
mental eram aí mantidas e fechadas com termo usado para designar um grupo de
os vagabundos, prostitutas e portadores doenças cuja etiologia é desconhecida,
de doenças venéreas, uma vez que assim, apresentando sintomas mentais
evitavam a possível desorganização e característicos que levam à fragmentação
mau estar na sociedade. da personalidade”. A doença é
Com o aparecimento da recorrente, aumentando em cada crise a
Revolução Francesa e de todos os ideais incapacidade crónica e o resultado final,
libertadores, surgem as primeiras passa muitas vezes pela excentricidade e
críticas às práticas de internamento, inadaptação social necessitando
iniciando-se aqui um movimento de frequentemente de hospitalização
conquista dos direitos de igualdade das prolongada. (Cardoso; 2002, p.112)
pessoas com doença mental.
Pinel, através da libertação dos O Manual de Diagnóstico e Estatístico das
“loucos” em Bicêtre, contribuiu de forma Perturbações Mentais caracteriza a
decisiva para que as pessoas com doença esquizofrenia “ como perturbação que
mental pudessem, aos poucos, ter acesso dura pelo menos seis meses e inclui pelo
a assistência médica e para que a menos um mês de fase de sintomas
sociedade finalmente tomasse activos (isto é, dois ou mais dos
consciência do que era a doença mental. seguintes: ideias delirantes, alucinações,
A intervenção junto dos doentes discurso desorganizado, comportamento
vai-se individualizando cada vez mais, e a marcadamente desorganizado ou
partir dos anos 60 encontramo-nos catatónico, sintomas negativos)” (DSM-
“...perante uma ideologia de IV; 1996, p.279)
desinstitucionalização paradoxalmente
apoiada pelo desenvolvimento da Em 2002, Afonso enfatiza que “ a
psicofarmacologia.” (Diniz, 1995). esquizofrenia é uma doença que afecta
Os fármacos permitem a libertação e a profundamente a família e o meio em que
diminuição de internamentos o doente vive... é uma das mais
hospitalares, visando o desenvolvimento importantes doenças mentais. A sua
de competências e a reinserção das prevalência de aproximadamente 1% faz
pessoas com Doença Mental na prever que haja cerca de 100 000
sociedade, através da criação de doentes com esquizofrenia em
estruturas de suporte social. Portugal...” (Afonso, 2002, p.14 e 15)
A Classificação Internacional de
Doenças (ICD 10) para a esquizofrenia
orienta-se por duas vertentes: Ter ideias
bizarras ou um sintoma de 1ª ordem de
K. Schneider, ou ter pelo menos dois dos
sintomas característicos (alucinações
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4. com ideias delirantes, sintomas negativos Emil kraeplin em 1887, constata duas
ou catatónicos) e requer, apenas um mês classificações. Na primeira classificação
de duração. (Cardoso; 2002, p.114). aborda a esquizofrenia através de
psicoses curáveis de causa orgânica;
Ainda outra definição é-nos psicoses incuráveis de causa interna e
fornecida pelo Gleitman, assinalando que psicoses psicogénicas (quase sempre
“ uma das perturbações mais graves de curáveis). Numa segunda classificação, e
toda a psicopatologia é a esquizofrenia através do seu Tratado de Psiquiatria em
(do grego schizo, «fenda, corte» e phrene, 1893, refere-se à Demência Precoce
«mente»... a esquizofrenia, como muitas através da hebefrenia, catatonia e
outras perturbações, varia em grau de paranóide (quadro clínico designado por
severidade)” (Gleitman, 1986, p.819 e si).
p.832)
“...a doença era descrita como uma série
de estados, com a característica comum
da destruição das ligações internas da
Uma visão histórica sobre a
personalidade psíquica. Estas alterações
esquizofrenia
tinham como consequência várias
Tomando em consideração a história da perturbações da vida mental ao nível da
doença mental anteriormente descrita, esfera emocional e da vontade”. (Afonso,
no que diz respeito à esquizofrenia, a 2002, p.21). Estes três quadros clínicos
primeira referencia em termos científicos tinham uma mesma raiz pertencendo a
dá-se na época renascentista em 1602 um mesmo grupo nosográfico.
pelo médico e anatomista Willis,
Em 1911 surge Eugen Bleuler com uma
descrevendo-a como uma forma de
perspectiva psicopatológica, através de
“estupidez adquirida” que afectava a
um modelo clínico descritivo. Foi este
juventude na sua maioria.
psiquiatra suíço que introduziu pela
Em 1810, Pinel e Esquirol referem-se à primeira vez a palavra esquizofrenia
esquizofrenia como “ idiotia congénita e (schizo, « fenda, corte» e phrene,
adquirida”. Este tipo de abordagens «mente») e que explorou de uma forma
começou a ser alterada e o doente mental descritiva o mundo interior de um
começou a ser respeitado como doente. esquizofrénico. O seu diagnóstico
precoce baseava-se nas dissociações do
Através do livro “ Tratado de doenças pensamento, autismo e ambivalência
mentais”, Morel em 1850, fala da afectiva.
esquizofrenia como sendo uma “
Demência Precoce”. Refere ainda que É descrito por Kasanin em 1933 outro
esta demência atinge uma população quadro clínico atípico da esquizofrenia
mais jovem, com aparecimento agudo e designado por esquizoafectiva, em que
que evolui no sentido de uma perda ocorrem simultaneamente sintomas da
cognitiva das faculdades mentais. linha afectiva e sintomas típicos da
esquizofrenia.
Posteriormente, foi descrito um quadro
clínico designado de hebefrenia em 1871 Posteriormente seguiram-se outras
por Hecker. A tendência era em aparecer descrições que se assemelhavam co a
em pessoas mais jovens caracterizando- esquizofrenia descrita por Bleuler, como
se através de comportamentos Baforadas delirantes; Psicoses histéricas e
regressivos e deterioração mental. Uns psicogénicas, entre outras.
anos mais tarde, Kahlbaum refere-se a
outro quadro clínico caracterizado por
perturbações motoras e do
comportamento, designado de catatonia.
As causas
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5. A causa da esquizofrenia é ainda È uma substancia que actua no cérebro e
desconhecida por ser uma das doenças é utilizada para a comunicação entre as
mentais mais complexas da actualidade. células nervosas, mais propriamente, na
Talvez não exista apenas uma causa, mas fenda sináptica. O facto deste
variadas que possam explicar o neurotransmissor estar associado à
aparecimento da doença. etiologia da doença, deve-se à
possibilidade de existir em elevada
Todavia, existem algumas hipóteses que quantidade no sistema nervoso central.
surgiram como tentativas explicativas da Mais uma vez, esta teoria por si só não
esquizofrenia e que poderão ter algum explica a causa da esquizofrenia, uma vez
fundamento, mas que individualmente, que não foi demonstrado que existe
não especificam a causa. realmente um aumento desta substância
(Afonso, 2002, p27)
- Hipótese genética
Parece estar envolvida na doença uma Serotonina
componente genética, em que os genes
em conjunto com factores ambientais,
poderão contribuir para o aparecimento Algumas substâncias como o LSD, ao
da esquizofrenia. Aqui a componente da actuarem nos receptores de serotonina
transmissão hereditária e das poderão provocar um quadro clínico
características multifactoriais está bem semelhante à esquizofrenia. (Afonso,
presente e sabe-se hoje em dia que, a “...a 2002, p.28). Os antipsicóticos bloqueiam
probabilidade de uma pessoa ter a acção da dopamina e são antagonistas
esquizofrenia aumenta se houver um serotoninérgicos e, em combinação com
familiar atingido”. (Afonso; 2002, p.25). os neurolépticos, reduzem os efeitos
Caso não exista nenhum familiar com secundários e melhoram a
esquizofrenia, não impede de forma sintomatologia negativa da
alguma que um dos familiares possa vir a esquizofrenia.
ter. Os factores genéticos não são de todo
decisivos, e perante estudos realizados
com gémeos mono e dizigóticos em que
pelo menos um dos elementos tinha
esquizofrenia, exclui-se a transmissão - Hipótese associada ao
tipo mendliano uma vez que os gémeos vírus (Influenza A2)
monozigóticos têm uma taxa de
concordância de 48% e os dizigóticos de
17%. Indivíduos cujas mães estiveram
infectadas com um vírus da gripe
(Influenza A2- gripe materna), tiveram
uma maior predisposição para virem a
sofrer de esquizofrenia. No entanto,
- Hipótese associada aos alguns trabalhos realizados não
neurotransmissores permitem a verificação de uma relação
directa entre o vírus e a doença. Os
retrovírus foram também associados
como causa (Afonso, 2002, p 29)
Dopamina
Sintomatologia
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6. A sintomatologia característica da sociedade. Os delírios têm diversas
esquizofrenia é bastante complexa, e temáticas, onde, temas de perseguição ou
envolvem áreas ligadas à forma e ameaça são predominantes. Delírios
conteúdo do pensamento; à percepção; místico ou religioso são também muito
ao rendimento cognitivo; à afectividade e frequentes, bem como ideias delirantes
ao comportamento. Todos estes aspectos megalómanas. Poderá ainda existir,
conduzem inevitavelmente numa delírio de roubo e divulgação do
deterioração ao nível do estabelecimento pensamento e de controlo.
de relações, numa perda de contacto com
a realidade, conduzindo habitualmente Alterações da percepção – Alucinações
ao isolamento. em que é atribuído um significado
delirante perante uma percepção real. As
A descrição dos sintomas feita por mais frequentes são as auditivo – verbais
Bleuler incide sobre duas vertentes. A tendo uma conotação ameaçadora para o
primeira denomina-se de Sintomas doente, mas podem acontecer em
primários ou fundamentais onde está qualquer modalidade sensorial como
patente a ambivalência, o autismo, a visual, táctil, olfactiva e cinestésica.
perturbação do afecto e a perturbação da
associação de ideias e que se podem Alterações da linguagem e
verificar em qualquer fase da doença. Por comunicação – Poderão ocorrer
outro lado, fala também em Sintomas bloqueios do pensamento, salada de
secundários ou acessórios que se palavras e neologismos.
evidenciam em certos períodos da
Afectos – Ambivalência, rigidez e
doença. (Afonso, 2002, p33)
discordância afectiva são alguns dos
Kurt Schneider dividiu em sintomas de sintomas que poderão alterar a
primeira ordem onde inclui a percepção afectividade.
delirante, pensamentos audíveis,
Alterações do comportamento – são
alucinações auditivo – verbais,
característicos comportamentos
alucinações somáticas, entre outras, e em
desorganizados. Esses comportamentos
Sintomas de segunda ordem
podem-se manifestar através da
caracterizados por alterações do humor
agressividade, isolamento ou bizarria.
depressivas ou eufóricas, sentimentos de
Pode ocorrer uma total desadequação do
embotamento emocional, ideias
comportamento através de cropolalia
delirantes repentinas, entre outras.
(palavras obscenas) ou até risos
(Cardoso, 2000, p120).
imotivados situados fora do contexto.
Segundo a DSM-IV, a divisão dos
sintomas está divido em positivos e
negativos. Negativos – Reflectem uma diminuição
ou perda das funções normais. Este tipo
de sintomas, acompanham a evolução da
Positivos – reflectem uma distorção das doença e reflectem um défice ao nível das
funções normais e estão presentes na relações interpessoais, conduzindo ao
fase aguda da doença. Os sintomas são: isolamento e apatia. São característicos
quadros amotivacionais, abulia,
Alterações do pensamento indutivo – anedonia, isolamento social,
Delírios que são ideias individuais que embotamento afectivo, alogia e avolição.
não permitem nenhum tipo de Os tempos são passados em monotonia,
argumentação por parte de outrem. A evidenciando-se falta de interesse pela
sociedade tende a não compreender vida e incapacidade em terem
estas ideias, então, nunca se deve sentimentos prazerosos perante
confundir estas ideias delirantes com as actividades diárias (DSM IV, 1996, p 280,
características culturais de cada 281)
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7. imobilidade motora à actividade motora
excessiva. É também característico, a
Formas Clínicas Flexibilidade cérea, mutismo,
negativismo extremo, estereotipias,
ecolalia ou ecopraxia. É ainda observado
Tipo Paranóide –
com muita frequência risos imotivados
(DSM IV, 1996, p295).
Esta é a forma mais comum de
esquizofrenia e também a que tem
melhor prognóstico. As características
essenciais são ideias delirantes Tipo Residual
dominantes e persecutórias ou
alucinações auditivas, e esta é uma das
formas mais usuais da esquizofrenia.
Existe um predomínio dos sintomas O diagnóstico deste tipo de esquizofrenia
positivos e estes doentes geralmente são não é muito preciso, na medida em que
muito desconfiados, podendo por vezes não existe um predomínio de sintomas
ser agressivos. O sujeito pode ainda positivos. O foco situa-se na
apresentar uma postura de sintomatologia do tipo negativo,
superioridade ou de comando. (DSM IV, evidenciando embotamento afectivo,
1996, p 293) pobreza do discurso ou avolição e
isolamento social. A esquizofrenia
residual pode permanecer durante vários
anos e geralmente é encontrada em
doentes que têm longos internamentos
em hospitais (DSM IV, 1996, p 297).
Tipo Desorganizado ou Hebefrénica-
Este tipo de esquizofrenia apresenta um
prognóstico mais sombrio. É Aspectos Epidemiológicos e Evolução
característico o comportamento
desorganizado e o afecto inapropriado.
A esquizofrenia atinge cerca de 1% da
Existe uma clara regressão das
população (100 000 pessoas) e tende a
faculdades mentais, e o contacto com a
manifestar-se normalmente no final da
realidade é bastante pobre.
adolescência, e embora não faça
Através dos seus comportamentos distinção entre sexos, raças ou culturas,
inadequados e irritabilidade, poderão ter as populações mais afectadas são as
atitudes agressivas (DSM IV, 1996, p rurais e os grupos sociais com baixo nível
294). sócio – económico e cultural.
O aparecimento da doença é mais
precoce em indivíduos do sexo masculino
(entre os 15 e os 25 anos) e mais tardia
em pessoas do sexo feminino (entre os
Tipo Catatónico- 25 e os 30 anos). Geralmente a
esquizofrenia tem um aparecimento
agudo nas formas paranóide, e apenas
É muito pouco frequente actualmente, e é um terço dos casos, aparece de forma
lenta no tipo hebefrénica.
reversível graças à acção de fármacos.
Existe alteração da actividade
psicomotora, que pode ir desde à
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8. - Fase Aguda Aspectos terapêuticos
Esta é a fase onde predominam os
sintomas característicos da O tratamento da esquizofrenia passa pela
esquizofrenia, os sintomas positivos e os aplicação de uma abordagem
sintomas negativos. Quando estes farmacológica, psicológica e social.
doentes vão à consulta de Psiquiatria Devido á cronocidade da doença, torna-
geralmente acompanhados pelos seus se necessário elaborar um projecto de
familiares, evidenciam claramente uma tratamento e de reabilitação a longo
evolução bastante significativa, tornando prazo. Estando sempre inerente a
inevitável o internamento. A maioria das terapêutica farmacológica, nas
vezes o doente não tem consciência do abordagens psicológicas tenta-se
seu estado, tornando difícil a adesão à combinar as psicoterapias individuais
terapêutica farmacológica e ao com os grupos terapêuticos.
internamento (Afonso, 2002, p60). Relativamente ao aspecto social, a
reintegração na sociedade é aqui o factor
- Fase de estabilização preponderante.
Uma vez instituída a terapêutica
farmacológica, e existindo uma melhoria Psicofarmacologia
e um controlo dos sintomas psicóticos,
segue-se a prevenção das recaídas. O Os fármacos e as formas de tratamento
psiquiatra tem como objectivo ir da esquizofrenia, têm vindo a sofrer
alterando a medicação à medida que alterações ao longo dos tempos. Na
persistem alguns sintomas em menor década de 50, as terapêuticas aplicadas
intensidade. Esta fase de manutenção incidiam sobre choques insulínicos e
pode durar um tempo indeterminado, lobotomias e eram utilizados opióides,
sendo a medicação essencial para a barbíturicos e anti- histamínicos.
prevenção de recaídas (Afonso, 2002, Segui-se a terapia convulsivante e
p60). posteriormente a
electroconvulsivoterapia através de
- Recaída choques eléctricos.
O objectivo do tratamento da Com o aparecimento da clorpromazina,
esquizofrenia é prolongar a fase de surgiram um novo tipo de fármacos,
estabilização, mas por vezes é impossível designados de antipsicóticos clássicos.
evitar recaídas e voltar-se de novo á fase Estes medicamentos actuam ao nível da
mais aguda da doença. Alguns sinais de dopamina e revelam-se particularmente
recaída são a “...agitação, agressividade eficazes no controlo dos sintomas
ou medo, descuido da higiene pessoal ou positivos da doença, como as ideias
aparência, ideias estranhas ou discurso delirantes e as alucinações. Verificou-se
incoerente, abuso de álcool ou outras também, uma considerável melhoria na
substâncias”. (Afonso, 2002, p.62). agitação e nos comportamentos destes
Como tal, terá que se fazer uma sujeitos.
intervenção farmacológica precoce no Mas estes medicamentos tinham a
sentido da diminuição de internamentos. particularidade de não actuar sobre os
Uma das principais causas ou motivos de sintomas negativos e tinham efeitos
recaída são o incumprimento secundários muito incómodos. Então,
terapêutico, devido aos “...efeitos surgiram os antipsicóticos atípicos que
secundários da medicação, consumo de não só actuam ao nível dos sintomas
álcool ou drogas ou dificuldades no positivos, como incidem também nos
relacionamento médico – família – sintomas negativos e diminuem os
doente” (Afonso, 2002, p62). efeitos secundários.
Em suma, a adesão aos fármacos é
essencial para que a pessoa com
esquizofrenia possa ter uma vida diária
minimamente aceitável, e para que possa
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9. viver em sociedade (Afonso, 2002, p 69- Este processo deve ser contínuo, visando
72) o aumento da autonomia, realização
pessoal e qualidade de vida. Alguns dos
Electroconvulsivoterapia objectivos são ainda, a diminuição das
incapacidade resultantes da própria
O objectivo é induzir, através de um doença, proporcionar uma maior
estimulo eléctrico na zona bifrontal ou autonomia socioeconómica, melhorar o
frontoparietal, uma crise convulsiva no desempenho dos papéis sociais e a
doente. Na aplicação desta técnica, diminuição do número de recaídas e de
recorre-se à anestesia geral, ao internamentos hospitalares.
relaxamento muscular e à monitorização
dos principais sinais vitais. Actualmente Psicoterapia
a utilização desta terapia é rara e só é
utilizada em doentes que criam A abordagem psicoterapêutica sem
resistências face à medicação, ou em acompanhamento de fármacos é
casos em que a utilização de desaconselhada, uma vez que os
antipsicóticos esteja contra- indicada, fármacos têm um papel preponderante
como por exemplo na gravidez. na fase de manutenção e estabilização da
Esta é uma técnica considerada bárbara doença.
por muitos, mas a verdade é que a A psicoterapia “...ajuda o doente a
electroconvulsivoterapia traduz-se numa elaborar e a integrar a sua experiência
elevada eficácia (Afonso, 2002, p77). psicótica”. (Afonso, 2002, p.78).
Através desta forma terapêutica, o
psicólogo deve proporcionar ao sujeito
Psicoeducação uma organização das suas ideias, deve
perceber a desadaptação e o mau estar
A psicoeducação revela-se de extrema da pessoa. A psicoterapia tem inúmeros
importância, porque visa um objectivos que devem ser compreendidos
melhoramento da compreensão da em função do tipo de clientes e as
doença por parte do doente e das desejadas mudanças que a pessoa
famílias. Assim, pretende-se que a pessoa pretende. Como tal, os objectivos passam
com doença mental adquira um maior por “...um restabelecimento do equilíbrio
conhecimento sobre a doença, de forma a psicológico, melhorar a adaptação ao
ter um papel activo na sua própria meio, reforçar os mecanismos de defesa
reabilitação. Através da informação que é adaptativos, adopção de medidas que
fornecida, o doente e a sua família poderá visam o alívio dos sintomas, promoção
detectar e intervir precocemente nas do crescimento emocional e a aquisição
recaídas, adoptar estratégias concretas de maturidade emocional através da
durante a crise psicótica e melhorar a promoção de autonomia...” (Leal, 2000,
adesão terapêutica (Afonso, 2002, p 80). p.137)
Reabilitação na comunidade
Através da reabilitação de pessoas com
doença mental na comunidade, promove-
se a desinstitucionalização diminuindo o
número de internamentos prolongados. Segundo Zanini, são 10 os grandes
Pretende-se a reinserção na vida diária e objectivos da psicoterapia com a pessoa
a minimização do estigma e da exclusão com esquizofrenia.
social. È indispensável elaborar projectos
de reabilitação individuais porque cada 1. Oferecer continência e suporte.
caso tem as suas particularidades
clínicas.
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10. 2. Oferecer informações sobre a doença e 8. Conquista de maior autonomia e
formas de lidar com ela. independência. Aumentando-se a
capacidade de gerir a própria vida,
melhora-se também a auto-estima.
3. Restabelecer o contacto com a
realidade. O paciente deve ser capaz de
reconhecer experiências reais e 9. Diminuição do isolamento. Outro
diferenciá-las das alucinatórias ou sintoma proeminente nos pacientes
delirantes. Isso pode ser alcançado esquizofrénicos é o autismo. Em geral,
através do teste de realidade, feito pela estes pacientes apresentam pouca
intervenção directa do terapeuta ou possibilidade de troca e de registo de
pelos próprios pacientes no caso da experiências negativas no contacto com
psicoterapia em grupo. as pessoas – geralmente paranóides. A
oportunidade de experimentarem
contactos positivos, individualmente ou
em grupo,pode possibilitar a diminuição
4. Integrar a experiência psicótica no
do autismo.
contexto de vida do paciente, ou seja, dar
um sentido à experiência psicótica.
10. Observação dos pacientes. Pode-se
observar, durante o processo
5. Identificar factores stressantes e
psicoterapêutico, o funcionamento e o
instrumentalizar o paciente a lidar com as
comportamento dos pacientes - de
diversas situações da vida. Os factores
esquiva, de inibição, de desconfiança ou
desencadeantes de crises estão
de inadequação - como também, a
intimamente relacionados com as
presença de sintomas psicopatológicos -
recaídas e o prognóstico da doença.
delírios, alucinações, auto-referência,
Discutir formas de suportar, modificar ou
depressão, entre outros. Essa observação
compreender melhor as situações vividas
pode ajudar o clínico na avaliação de
pelos pacientes podem ajudá-los a ter
determinado paciente. É mais
uma melhor evolução na sua doença.
aconselhável que a consulta clínica seja
Algumas estratégias usadas são a busca
realizada por um psiquiatra que não seja
de solução de problemas e o
o terapeuta do paciente. O que modifica
planeamento de metas, conseguidas pela
as características dos diferentes tipos de
orientação directa do terapeuta ou
intervenção será a ênfase dada a um ou
através de discussões grupais.
outro objectivo.
6. Desenvolver maior capacidade de
diferenciar, reconhecer e lidar com
diferentes sensações e sentimentos.
7. Crescimento emocional associado à
mudança nos padrões de comportamento,
I- Estigma
resultando numa melhoria na qualidade
de vida e na adaptação social fora do
setting terapêutico.
A doença mental é com frequência
relacionada com o sem abrigo ou o
mendigo que vagueia pelas ruas, que fala
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11. sozinho, com as pessoas que aparecem são aprendidos muito cedo. Todas estas
na TV a dizerem que têm múltiplas ideias estão muito difundidas e parecem
personalidades e com o psicopata “louco” ser muito difíceis de serem alteradas.
que aparece nos filmes.
A doença mental ligeira é
Palavras como “esquizofrénico”, provocada pela pressão social, caso esta
“maluco”, “homicida”, são palavras diminua, há melhorias. Provoca nos
correntes utilizadas no dia-a-dia. outros pena e empatia e pode acontecer a
qualquer pessoa próxima. No entanto a
As pessoas pensam e dizem: “isto doença mental grave e por vezes
não me vai acontecer de modo nenhum, incapacitante, tem uma causa biológica e
não sou maluco, venho de uma família genética, é incurável, provoca nos outros
estável com uma base sólida”, ou então, medo e só acontece aos outros e aos que
“a doença mental não me afecta porque são diferentes.
isso é um problema dos outros”.
A discriminação pode tomar
O Estigma relacionado com a várias formas. Como tal, tomemos por
doença mental provém do medo do exemplo o caso de uma mulher que
desconhecido e dum conjunto de falsas trabalhou seis meses como recepcionista.
crenças que origina o desconhecimento e Quando disse ao patrão que iria faltar
a falta de compreensão. Ninguém duvida algumas vezes ao trabalho por estar a
que há um estigma inerente a quem tem fazer uma nova medicação para a sua
doença mental. Mas o que é o estigma? doença mental, foi despedida.
Pode ser considerado um preconceito
que isola o indivíduo em relação aos Com base neste tipo de
outros, como se estivesse marcada pelo acontecimentos, aqueles que de alguma
passado de doença. Então, o estigma forma se recompuseram da sua doença
abrange aqueles que tiveram ou têm mental, escondem-se frequentemente
doença mental. As relações sociais ficam atrás de uma “máscara”, de modo a
quase sempre prejudicadas, como se o manter o seu passado secreto, quando se
doente fosse um ser à parte, objecto, por candidatam a novos empregos. A
isso, de uma discriminação rejeitante. necessidade de esconder resulta de um
receio fundado de se ser rejeitado e
Geralmente o estigma tem uma desvalorizado, devido a uma doença,
conotação negativa, que incide sobre o como se esta fosse um mal.
doente, a doença, a instituição
psiquiátrica e a ciência psiquiátrica. Mesmo o uso generalizado do
Muitas vezes é a sociedade que arranja rótulo “doente mental” para classificar as
um bode expiatório para as suas pessoas com doenças mentais, pode
dificuldades, em que a pessoa com tornar-se estigmatizante para as pessoas,
doença mental é que acaba por ser vítima tornando-as membros de um grupo
da sociedade. indesejável e recusando-lhes o direito de
serem considerados cidadãos como os
É interessante analisar algumas outros.
ideias que comprovaram que os doentes
mentais eram retratados de uma forma Os media, podem contribuir para
negativa. Os pacientes que sofriam de irradicar o estigma, promovendo a
doenças psicóticas eram apresentados compreensão e a educação da sociedade
como criminosos violentos, violadores ou acerca destas doenças, não divulgando
assassinos. Os que sofriam de doenças conceitos errados e negativos que
não psicóticas eram objecto de ridículo, ajudem a reforçar o estigma.
mais dignos de dó ou motivo de conversa
entre os incompreendidos. As pessoas O mais importante a reter é que
com doença mental eram descritas de os doentes mentais são pessoas como
acordo com estereótipos flagrantes, que todas as outras. As pessoas deverão ser
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12. julgadas pelos seus méritos próprios e As pessoas que receberam tratamento
não, pela doença que sofrem e pelo psiquiátrico são instáveis podendo perder
estigma associado. Tornando-nos mais o controlo a qualquer momento?
atentos a estas problemáticas, podemos
contribuir para criar as merecidas
oportunidades a estas pessoas,
A maioria das pessoas com doença
permitindo-lhes levar uma vida normal e
mental, tem maior tendência para se
um regresso à comunidade como
afastarem do contacto social do que se
membros auto-confiantes e capazes de
confrontarem agressivamente com os
desenvolverem o seu potencial.
outros. Geralmente as recaídas aparecem
gradualmente e não de uma forma
abrupta. Se os médicos, família e amigos
mais próximos estiverem atentos aos
sinais premonitórios da doenças, as
Alguns conceitos errados sobre a crises podem ser detectadas e facilmente
doença mental tratadas e evitar-se a perda de controlo.
As pessoas que sofrem de doença mental
nunca irão recuperar?
As pessoas que foram tratadas de
perturbações mentais são empregadas de
As doenças mentais tratam-se e muitos baixa qualidade?
doentes podem recuperar a saúde, logo,
as doenças mentais devem ser encaradas
do mesmo modo como se olha para as
doenças físicas. Quando os cuidados e os Estas pessoas recuperadas
tratamentos são prestados, é de esperar revelam-se excelentes empregados,
uma melhoria ou recuperação, sendo muito pontuais e assíduos,
permitindo às pessoas regressarem à demonstrando motivação e qualidade no
comunidade e retomarem as vidas trabalho. Terá que se perceber que estas
normais. pessoas estão sujeitas a recaídas que
podem causar ausências dos seus
empregos. Todavia, através de horários
flexíveis que permitam este tipo de
interrupções, estas pessoas poderão ser
As pessoas com doenças mentais são empregados muito produtivos.
violentas e perigosas para a sociedade?
Estas pessoas apresentam tantos riscos
de crime como os outros elementos da
população em geral. Depois de
recuperados, estes doentes têm a XI – Considerações Finais
tendência para se mostrarem mais
tímidos e ansiosos, mais sujeitos a serem
vitimas de crimes, do que autores dos
mesmos. A investigação nesta área é
extremamente diversificada,
principalmente ao nível dos aspectos
psicoterapêuticos.
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13. Nesta perspectiva, pretendo abordar Afonso, P. (2002). Esquizofrenia.
num momento posterior, a psicoterapia Conhecer a Doença, 1ª edição, Lisboa,
psicanalítica no psicótico ou na pessoa Climepsi Editores
com esquizofrenia, de forma a
complementar o trabalho actualmente American Psychiatric association,(1996).
apresentado. Como tal, a interiorização DSM-IV, Manual de Diagnóstico e
do que é a esquizofrenia e de todos os Estatística das Perturbações Mentais,
aspectos que contemplam esta patologia, 4ªedição, Lisboa, Climepsi Editores.
são essenciais para que se possa intervir
a um nível mais pessoal e afectuoso, num A.P.D.D.M.D- Associação de Apoio aos
ambiente propício à catarse de dor e Doentes Depressivos e maníaco -
sofrimento, do real e do ilusório, o depressivos. Estigma – Doença e Saúde
contexto psicoterapêutico. mental.
Segundo Badaracco (1986), a pessoa com Badaracco, J. (1986). La Identification Y
esquizofrenia não se pode desenvolver Sus Vicisitudes En La Psicosis. La
baseando-se na sua espontaneidade ou Importancia Del Concepto “ Objeto
numa identidade consistente. Como Enloquecedor”, Int. J. Psycho-Anal, 67-
alternativa, constrói pseudo-identidades 133.
através de representações mentais. O Cardoso, C. (2002). Os Caminhos da
psicótico sente que a sua identidade está Esquizofrenia, 1ª edição, Lisboa, Climepsi
constantemente a ser testada quando Editores
entra em contacto com a realidade, e é
por isso que necessita de manter uma Diniz, A. (1995). A avaliação na
distância controlada em relação à instituição psiquiátrica: breve introdução
realidade ameaçadora. à história de um percurso. Avaliação
Psicológica: Formas e Contextos, Análise
Aqui a psicoterapia terá concerteza um Psicológica, 3: 133- 137
papel extremamente importante, na
medida em que irá ajudar o paciente a Fonseca, A. (1997). Psiquiatria e
questionar e a entender estas Psicopatologia, 1º volume, 2ª edição,
representações mentais. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
Podemos dizer que a pessoa Gleitman, H. (1986). Psicologia, 3ª edição,
esquizofrénica constitui-se como uma Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian
personagem desempenhando um papel.
Na realidade não é a pessoa que se Leal, I.(2000). Entrevista Clínica e
expressa através da personagem, mas a Psicoterapia de Apoio, 2ªedição, Lisboa,
personagem que parece manter viva a ISPA.
pessoa. OMS- Definição de Saúde Mental.
O surto psicótico produzir-se-à quando o Retirado em 22 de Maio de 2003 em
sujeito se confronta com as suas http://www.whoafro.org/mentalhealth/
carências, provocando angústias e publications/respostas_web_novas_esper
desintegração. Desta forma irá recorrer ancas.pdf
novamente às suas construções Zanini, Márcia H (2000). Psicoterapia na
delirantes com o intuito de garantir a sua esquizofrenia. Programa de Esquizofrenia
sobrevivência psíquica, embora nunca na (Proesq), Unifesp/EPM. Rev Bras
totalidade. (Badaracco, 1986) Psiquiatr 2000;22(Supl I):47-9
VI – Referências Bibliográficas
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