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Reflexão Estratégica (4)

Chegamos à análise do conjunto de fontes que determinam a intensidade e as
tendências da quinta Força Competitiva: a Rivalidade entre as Empresas
Existentes.

Antes, porém, considero importante refletirmos sobre os limites territoriais da
concorrência. Conforme apresentado em texto anterior, a Indústria e,
consequentemente, a concorrência nela instalada serão caracterizadas pelo
conjunto de empresas fabricantes de produtos que são substitutos bastante
aproximados entre si. Esse entendimento deve ser tomado sob o ponto de vista
dos Clientes das empresas de uma Indústria, o que faz da qualificação e
quantificação dos concorrentes em uma Indústria um grande desafio. A
principal razão para que se tenha esse cuidado ao fazer a análise dos
concorrentes está na atual – e crescente – facilidade com que Clientes
conseguem acessar produtos e serviços de diversas regiões do mundo. Em
resumo, as fronteiras da concorrência não devem ser vistas sob o ponto de
vista da oferta, mas sob o ponto de vista dos mercados.

São fontes da Força Competitiva Rivalidade entre as Empresas Existentes:
1. Quando uma Indústria for composta por um grande número de
empresas ou essas empresas estiverem relativamente equilibradas em
termos de tamanho e recursos, será maior a probabilidade de
movimentos estratégicos de disputas entre elas, aumentando a
intensidade da concorrência;
2. Se a Indústria enfrenta uma fase de crescimento lento, a disputa por
participação no mercado terá como foco a retirada de parcela de
mercado de outras empresas, elevando a intensidade da concorrência;
3. Quando as empresas de determinada Indústria operam com custos fixos
ou de armazenagem muito altos, haverá a tendência de acelerar o giro
de estoques, a fim de favorecer o fluxo de caixa e o uso pleno da
capacidade instalada. Isso aumenta a probabilidade de guerras de preço
sempre que houver capacidade produtiva ociosa, o que aumenta a
Rivalidade entre as Empresas Existentes;
4. Se os Clientes não percebem diferenciação entre os produtos das
empresas de uma Indústria ou se são baixos os custos de mudança
para que Clientes procurem outros Fornecedores, haverá um aumento
da Rivalidade entre as Empresas Existentes;
5. Quando as empresas da Indústria operam, ou procuram operar, em
Economias de Escala, podem surgir desequilíbrios de oferta / procura
decorrentes da capacidade aumentada por grandes incrementos,
forçando a redução de preços e aumentando a intensidade da
concorrência;
6. Quando a Indústria é ocupada por empresas com visões divergentes da
realidade ou objetivos divergentes, estes parecerão irracionais para os
demais concorrentes, levando a conflitos sobre as bases da competição
na Indústria e aumentando, assim, a Rivalidade entre as Empresas
Existentes;
Essa observação será especialmente importante ao tratarmos da
Análise da Concorrência.

7. Quando participam da Indústria empresas poderosas e com grandes
interesses estratégicos, a concorrência tende a ser “irracional” em
diversos momentos, principalmente quando as demais empresas
desconhecem estes interesses, repercutindo no que foi apontado no
item anterior;
8. Barreiras de Saída contribuem para a permanência dos concorrentes na
Indústria, ou seja, o excesso de capacidade não desaparece, o que
reduz a rentabilidade de toda Indústria e eleva a intensidade da
concorrência. Assim como explicado sobre as Barreiras de Entrada,
também no caso das Barreiras de Saída de uma Indústria devemos
analisar suas fontes. São elas:
a. Empresas com ativos altamente especializados;
b. Custos de saída, como questões trabalhistas ou contratos;
c. Inter-relações estratégicas entre a Unidade que deixaria a
Indústria e outras Unidades do grupo Econômico;
d. Barreiras emocionais;
e. Pressões governamentais ou sociais.

São, portanto, 35 as fontes descritas por Porter que determinam a intensidade
e as tendências das 5 Forças Competitivas:
1. Poder de Negociação dos Compradores ............. 9
2. Rivalidade entre as Empresas Existentes ............ 8
3. Poder de Negociação dos Fornecedores ........... 7
4. Ameaça de Novos Entrantes .............................. 9
5. Ameaça de Produtos Substitutos ........................ 2

Adicionalmente, deve-se fazer a análise da influência do Governo sobre todos
os aspectos da estrutura da Indústria. Potencialmente, o Governo, entendido
aqui como o conjunto de Poderes da República – Executivo, Legislativo e
Judiciário –, tem instrumentos para reconfigurar qualquer uma das fontes das
Forças Competitivas, alterando, muitas vezes radicalmente, sua intensidade e
tendências e, assim, redefinindo a atratividade das Indústrias aos olhos das
empresas já instaladas e de potenciais concorrentes.

Vimos que diversas Forças Competitivas de uma Indústria são influenciadas
por fontes originárias de outras regiões ou mesmos países. Neste sentido,
também é imperioso acompanhar os movimentos dos governos de outros
territórios, ainda que distantes daquele em que sua empresa está instalada.

Ratifico minha opinião de que o Governo não é uma fonte determinante da
intensidade ou das tendências que qualquer das Forças Competitivas, mas sim
agente com potencial de influenciar tais fontes.

No próximo texto, Análise da Concorrência.

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Análise das fontes da rivalidade entre empresas

  • 1. Reflexão Estratégica (4) Chegamos à análise do conjunto de fontes que determinam a intensidade e as tendências da quinta Força Competitiva: a Rivalidade entre as Empresas Existentes. Antes, porém, considero importante refletirmos sobre os limites territoriais da concorrência. Conforme apresentado em texto anterior, a Indústria e, consequentemente, a concorrência nela instalada serão caracterizadas pelo conjunto de empresas fabricantes de produtos que são substitutos bastante aproximados entre si. Esse entendimento deve ser tomado sob o ponto de vista dos Clientes das empresas de uma Indústria, o que faz da qualificação e quantificação dos concorrentes em uma Indústria um grande desafio. A principal razão para que se tenha esse cuidado ao fazer a análise dos concorrentes está na atual – e crescente – facilidade com que Clientes conseguem acessar produtos e serviços de diversas regiões do mundo. Em resumo, as fronteiras da concorrência não devem ser vistas sob o ponto de vista da oferta, mas sob o ponto de vista dos mercados. São fontes da Força Competitiva Rivalidade entre as Empresas Existentes: 1. Quando uma Indústria for composta por um grande número de empresas ou essas empresas estiverem relativamente equilibradas em termos de tamanho e recursos, será maior a probabilidade de movimentos estratégicos de disputas entre elas, aumentando a intensidade da concorrência; 2. Se a Indústria enfrenta uma fase de crescimento lento, a disputa por participação no mercado terá como foco a retirada de parcela de mercado de outras empresas, elevando a intensidade da concorrência; 3. Quando as empresas de determinada Indústria operam com custos fixos ou de armazenagem muito altos, haverá a tendência de acelerar o giro de estoques, a fim de favorecer o fluxo de caixa e o uso pleno da capacidade instalada. Isso aumenta a probabilidade de guerras de preço sempre que houver capacidade produtiva ociosa, o que aumenta a Rivalidade entre as Empresas Existentes; 4. Se os Clientes não percebem diferenciação entre os produtos das empresas de uma Indústria ou se são baixos os custos de mudança
  • 2. para que Clientes procurem outros Fornecedores, haverá um aumento da Rivalidade entre as Empresas Existentes; 5. Quando as empresas da Indústria operam, ou procuram operar, em Economias de Escala, podem surgir desequilíbrios de oferta / procura decorrentes da capacidade aumentada por grandes incrementos, forçando a redução de preços e aumentando a intensidade da concorrência; 6. Quando a Indústria é ocupada por empresas com visões divergentes da realidade ou objetivos divergentes, estes parecerão irracionais para os demais concorrentes, levando a conflitos sobre as bases da competição na Indústria e aumentando, assim, a Rivalidade entre as Empresas Existentes; Essa observação será especialmente importante ao tratarmos da Análise da Concorrência. 7. Quando participam da Indústria empresas poderosas e com grandes interesses estratégicos, a concorrência tende a ser “irracional” em diversos momentos, principalmente quando as demais empresas desconhecem estes interesses, repercutindo no que foi apontado no item anterior; 8. Barreiras de Saída contribuem para a permanência dos concorrentes na Indústria, ou seja, o excesso de capacidade não desaparece, o que reduz a rentabilidade de toda Indústria e eleva a intensidade da concorrência. Assim como explicado sobre as Barreiras de Entrada, também no caso das Barreiras de Saída de uma Indústria devemos analisar suas fontes. São elas: a. Empresas com ativos altamente especializados; b. Custos de saída, como questões trabalhistas ou contratos; c. Inter-relações estratégicas entre a Unidade que deixaria a Indústria e outras Unidades do grupo Econômico; d. Barreiras emocionais; e. Pressões governamentais ou sociais. São, portanto, 35 as fontes descritas por Porter que determinam a intensidade e as tendências das 5 Forças Competitivas: 1. Poder de Negociação dos Compradores ............. 9 2. Rivalidade entre as Empresas Existentes ............ 8
  • 3. 3. Poder de Negociação dos Fornecedores ........... 7 4. Ameaça de Novos Entrantes .............................. 9 5. Ameaça de Produtos Substitutos ........................ 2 Adicionalmente, deve-se fazer a análise da influência do Governo sobre todos os aspectos da estrutura da Indústria. Potencialmente, o Governo, entendido aqui como o conjunto de Poderes da República – Executivo, Legislativo e Judiciário –, tem instrumentos para reconfigurar qualquer uma das fontes das Forças Competitivas, alterando, muitas vezes radicalmente, sua intensidade e tendências e, assim, redefinindo a atratividade das Indústrias aos olhos das empresas já instaladas e de potenciais concorrentes. Vimos que diversas Forças Competitivas de uma Indústria são influenciadas por fontes originárias de outras regiões ou mesmos países. Neste sentido, também é imperioso acompanhar os movimentos dos governos de outros territórios, ainda que distantes daquele em que sua empresa está instalada. Ratifico minha opinião de que o Governo não é uma fonte determinante da intensidade ou das tendências que qualquer das Forças Competitivas, mas sim agente com potencial de influenciar tais fontes. No próximo texto, Análise da Concorrência.