Este documento discute vários tópicos relacionados à nutrição e saúde, incluindo: 1) a evolução contínua do homem e dos alimentos funcionais; 2) as controvérsias em torno de diversas dietas populares e seus possíveis efeitos na esclerose múltipla; 3) a importância de nutrientes como a vitamina D e os ômega-3.
5. Desde a descoberta das vitaminas e outros nutrientes essenciais
Decréscimo das doenças causadas por deficiência a
nutrientes entre as populações humanas
Actualmente acção dos alimentos e nutrientes nas
doenças crónicas como o cancro, osteoporose e doenças
cardiovasculares
Optimização da saúde
6. ALIMENTOS FUNCIONAIS
TAL COMO O HOMEM, TAMBÉM OS
ALIMENTOS...
ESTILO DE VIDA
ALIMENTOS “LIGEIROS”
ALIMENTOS “LIGHT”
E
ALIMENTOS “DIET”
9. Deveríamos comer para viver!
Mas .....
O prazer que obtemos comendo ultrapassa
apenas o simples objectivo de comermos
unicamente uma quantidade suficiente
para nos nutrirmos...
12. Então mas nada me serve?
Tenho que fazer dieta!
Ai! Quem me acode, pareço uma elefanta!
Está decidido.
A partir de amanhã só como alface.
13.
14. Já ouviste falar da dieta do limão?
Não! Então como é que é ?
Olha, é muito fácil às 2ªs, 4ªs e 6ªs só comes coisas de limão,
e o resto dos dias podes comer de tudo.
Ai sim, e resulta?
Não sei, mas a minha vizinha experimentou e
deu um resultadão!
Diálogo das dietas
15. toca a ler tudo quanto é dietas
nas revistas !
Como se não bastasse .....
16.
17. Todo o ganho ponderal envolve alguma síntese de massa muscular
Toda a perda de peso faz sempre perder massa muscular
O que importa é o predomínio de cada processo
20. “Dieta” Swank
Redução da ingestão de gordura (<30g), em especial gordura saturada (<8-10g por
dia)
21.
22. Princípios gerais
• Redução da ingestão de gorduras adicionadas
• Preferência por alimentos de baixo teor lipídico
• Sugestão de uma alimentação mais baseada em produtos de origem
vegetal (quase vegetariano)
• Suplementação com vitamina A, D e E
• Óleo de fígado de bacalhau
23. Instruções gerais (fonte: Swank MS Foundation)
1. Não ingira alimentos processados que tenham óleos hidrogenados ou fontes de
gordura saturada (por exemplo: manteiga)
2. Não deve ingerir mais de 15g de gordura saturada por dia e cerca de 20-50g de
gordura insaturada
3. Pode ingerir indiscriminadamente frutas e verduras
4. Não coma carne vermelha no primeiro ano, depois desse período pode comer
1 vez por semana 90g de carne
5. Pode comer frango e outros cortes de carne magros e sem pele assim como
peixe gordo mas não ingira mais de 50g de peixe gordo/dia.
6. Deve preferir leite e derivados com 1% ou menos de gordura
7. Aposte em cereais e derivados pouco processados
8. Snacks de fruta e frutos secos são uma boa opção para manter os níveis de
energia ao longo do dia
9. Tome um suplemento de óleo de fígado de bacalhau e um multivitamínico
diariamente
24. Base científica
• Não existem resultados com evidência científica de doentes que
tenham seguido este modelo durante tempo suficiente
• É difícil encontrar marcadores de progressão de doença que possam
avaliar a sua eficácia no prognóstico clínico
• O modelo (e os seus conselhos) são meramente orientativos, não
ajudam um indivíduo a encontrar uma solução personalizada, o que
dificulta a adesão
25. “Dieta sem glúten”
E se retirarmos os anti-nutrientes e alergéneos da alimentação?
27. Alguns pacientes de doenças do foro neurológico
apresentam anticorpos anti-gliadina
Neste estudo foram avaliados os valores de anticorpos
anti-gliadina e anti-transglutaminase em 98 doentes de
EM
7 pacientes com EM tinham os referidos anticorpos (não
significativo)
No entanto, esta análise pode ser fundamental para
avaliar a possibilidade de aplicar a exclusão do glúten
Gluten Sensitivity in Multiple Sclerosis
Experimental Myth or Clinical Truth?
Shor, D. et al. Annals of the New York Academy of Sciences
28. Vários estudos documentaram a presença de anticorpos antigliadinas em doentes de EM
A doença celíaca apresenta algumas consequências neurológicas igualmente afetas à matéria branca no
cérebro, tal como a EM, por exemplo a ataxia, a neuropatia periférica e a epilepsia.
Paralelamente importa referir que alguns doentes de EM apresentam sintomas gastrointestinais comuns à
doença celíaca como a obstipação e a deficiência crónica em ferro, sem razão aparente
Neste artigo apresenta-se o caso de uma mulher, doente de EM, medicada com interferon que foi seguida
durante 7 anos até lhe descobrirem a origem das complicações gastrointestinais: sensibilidade ao glúten
tendo todos os sintomas melhorado quando adoptou uma alimentação isenta de glúten
33. • O Homem é o único animal que bebe leite na idade adulta
• Também é o único que trabalha e faz as suas escolhas alimentares
“conscientes”
• Actualmente não bebemos leite produzido de forma “natural”
• A ingestão de cálcio a partir do leite é sobrevalorizada
• Podemos encontrar outros factores importantes no seu metabolismo
• A massa óssea é formada sobretudo até aos 21 anos
• Estamos geneticamente programados para deixar de tolerar a
lactose...
• Mas poderá um “açúcar” ser a causa de todos os problemas?
35. • Vários estudos da década de 90 documentaram uma prevalência aumentada de EM quanto maior fosse a
ingestão de leite
• No entanto, não existe evidência científica de que a ingestão de leite / derivados aumente o risco de EM
• Acrescente-se também que os indivíduos que bebem leite ou consomem derivados tendem a ter uma
alimentação e estilo de vida mais saudáveis o que pode contribuir para a redução do risco de doença
MALOSSE, D. PERRON, H.; SASCO, A. et al. Neuroepidemiology; 11(4-6):304-12, 1992.
MALOSSE, D.; PERRON, H. Neuroepidemiology; 12(1):15-27, 1993
42. Essencialmente...
• Não existe evidência científica sobre a alimentação, a nível
quantitativo e qualitativo dos primórdios da humanidade (dito pelo
próprio Loren Cordain)
• Existe uma clara tentativa de ignorar o factor quantidade e o estilo de
vida, e suas mudanças no risco de doenças do século XXI
• A alimentação do paleolítico, nos dias de hoje, é quase impraticável
porque o Homem não caça e não tem ameaças prementes à sua vida
43.
44. Conclusões
• A maioria das dietas da moda tiveram origem na busca incessante...
• Não existe qualquer evidência científica de que qualquer um destes
modelos trate / atenue os sintomas da EM
• Manter a humildade científica! No seu caso pode melhorar ou não, mas isso não é
uma certeza para a população
• Algumas exclusões e opções alimentares dificultam muito a vida nos
tempos modernos
• Outras pressupõem a compra de produtos especiais...
45. E há uma alimentação certa?
• Preferir alimentos minimamente processados
• Reduzir ingestão de gordura hidrogenada e açúcar
• Incluir frutas e verduras em quantidade suficiente
• Promover uma opção por fontes de hidratos de carbono ricas em
fibra
• Variar os cereais
• Manter uma ingestão moderada de produtos de origem animal
• Sobretudo com maior teor de gordura
Inflamação
Stress oxidativo
Inflamação
47. Sobre a vitamina D
O potencial efeito protector na EM foi sugerido por diversos dados
• Distribuição geográfica da prevalência da doença
Países com menor exposição solar apresentavam uma incidência mais
elevada
• Papel polivalente da Vitamina D
• Imunomodulador
• Anti-inflamatório
• Resultados de estudos experimentais na EM
J Neuroimmunol. 2008;194(1-2):7-17
49. A deficiência em Vitamina D é um factor de risco para a EM e os doentes nem sempre têm a resposta esperada com a
suplementação
Parece haver um efeito menos significativo da suplementação nos níveis de vitamina D
51. • Prática de actividade física ao ar livre
• Ingestão de peixe gordo
Associada a um menor risco de EM
Journal of Neurology, 2007. 254(4): p. 471-477
Riscos da suplementação com vitamina D
• Hipercalcémia
• Falha renal
52. Ácidos gordos ómega 3
Papel protector polivalente
• Anti-inflamatórios J Cardiol. 2015 Sep 7. pii: S0914-5087(15)00230-0
• Previnem a neurodegeneração Nutr Neurosci. 2011 Sep;14(5):216-25
• Imunomoduladores Prostaglandins Leukot Essent Fatty Acids. 2013 Nov-Dec;89(6):379-90
Equilibrar ratio ómega 3/ómega 6 para prevenir a inflamação
Biomed Pharmacother. 2002 Oct;56(8):365-79
53. Não há uma diferença significativa mas parece haver uma tendência de melhoria no grupo com
ácidos gordos ómega 3.
54. Não parece haver um efeito significativo nos outcomes clínicos mas os ómega 3 parecem reduzir a
frequência de surtos no espaço de 2 anos.
Uma das controvérsias associadas a estes resultados prende-se com a qualidade dos suplementos
de ómega 3.
55. Suplementação: vantagens e riscos
• Possibilidade de atingir doses
consideradas terapêuticas (2-3g)
• Facilidade de inclusão a longo
prazo
• Manipulação dos constituintes:
EPA ou DHA
• Qualidade dos suplementos
• Legislação aplicável
• Possibilidades de contaminação
• Riscos da sobredosagem
(hemorragia)
Verifique análises de um laboratório isento: https://labdoor.com/rankings/fish-oil
56. Fontes alimentares de ómega 3
1 colher de sopa Linhaça (~7g) 1597mg
100g Sardinha ~320 a 4039 mg
100g Salmão do Atlântico ~5622 mg
100g Nozes ~9079 mg
28g (~14 metades) ~2565mg
1 colher de sopa Chia (~10g) 1790mg 1 colher de sopa Spirulina (~10g) 57mg