SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  38
Universidade do Estado do
Amazonas
Análise da Conversação
Linguística II
Prof.ª Ms. Jeiviane Justiniano
Manaus – AM
2014
Equipe
• Adriano Ferreira
• Fabíolo Hilton
• Fabrício Silva
• Samantha Nonato
Abordagens:
1. Origens da Análise da Conversação (AC);
2. Objetos do estudo;
3. Corpus;
4. Justificativa dos estudos da conversação ;
5. Tópico discursivo;
6. Os turnos;
7. Organização das sequências na conversação ;
8. Marcadores Conversacionais MCs;
9. MCs linguísticos;
10.Estratégias de compreensão.
Origens da Análise da Conversação (AC)
• A análise da conversação (AC) teve origem na década de
1960, ligada aos estudos sociológicos, ou, mais
especificamente, à Etnometodologia, com os estudos de
Harold Garfinkel, Harvey Sacks, Emanuel Schegolff e Gail
Jefferson. (DIONÍSIO. 2001, p. 70)
• Segundo (Clark, 1996; Marcuschi, 1998a In: Dionísio): os
estudos mais recentes na área de interação verbal definem a
linguagem como uma forma de ação conjunta.
• 1980 – foi publicado no Brasil o primeiro livro nesta área:
Análise da Conversação (Luiz Antônio Marcuschi). Segundo
ele “ela é o exercício prático das potencialidades cognitivas
do ser humano em suas relações interpessoais, tornando-se
assim um dos melhores testes para a organização e
funcionamento da cognição na complexa atividade da
comunicação humana [...]”. (DIONÍSIO. 2001, p. 70)
Objeto de estudo da A.C.
• A conversação natural, produzida em situação natural, variando em
graus de formalidade.
• Pressupõe, portanto, o uso e a prática social da língua.
Ao abordar as diferenças entre a fala e a escrita, Marcuschi (1995)
afirma que elas acontecem em um “continuum tipológico” de situações
concretas de práticas sociais e não em dicotomia de dois polos opostos.
Corpus
• Comprovação de análises a partir de observação e transcrição de
gravações ou filmagens das conversações
• Normas de transcrição – orientada pelo Projeto NURC (Projeto de
Estudo Coordenado da Norma Urbana Linguística Culta)
• A Análise da Conversação estuda materiais empíricos, orais,
contextuais, considerando expressões faciais, entonação, hesitações,
repetições, para a construção do sentido do enunciado linguístico no
processo de interação face-a-face. Ou seja, são analisados os aspectos
verbal e não-verbal que ocorrem na prática da conversação.
Justificativa dos estudos da conversação
• Prática social mais comum do ser humano;
• Desempenha papel privilegiado na construção de identidades
sociais e relações interpessoais;
• Exige uma enorme coordenação de ações que fortalecem não só
habilidade linguística dos falantes;
• Permite abordar questões envolvendo a sistematicidade da língua
presente em seu uso e a construção das teorias para enfrentar
essas questões. (DIONÍSIO 2001, p. 71)
Hilgert (1989) – níveis de enfoque da estrutura
conversacional
• Macronível – estudo das fases conversacionais: abertura,
fechamento e parte central, temas e subtemas;
• Nível médio – estudo dos turnos, atos de fala e os marcadores
conversacionais;
• Micronível – análise dos elementos internos do ato de fala
estrutura sintática; lexical; fonológica e prosódia;
Tópico discursivo
• Pode ser definido como uma atividade em que há uma certa
correspondência de objetivos entre os interlocutores. (p. 71)
• Existência de algo e sobre qual duas pessoas, pelo menos,
estão conversando: assunto.
Conversação natural ou espontânea
• Atividade coprodutiva construída a cada intervenção dos
interlocutores em um contexto e uso determinado pela prática
social, no mesmo eixo temporal (localmente planejada, mas
construída no momento da interação);
• Varia em graus de maior ou menor formalidade, dependendo
do contexto situacional;
Conversação artificial – planejamento discursivo previamente
elaborado
Ocorrências Sinais Exemplificação
1. Indicação dos falantes Letras ou sigla convencional
H28
M33
Doc.
Inf.
2. Pausas ... não...isso é besteira...
3. Ênfase MAIÚSCULAS ele comprou um OSSO
4. Alongamento de vogal
: (pequeno)
:: (médio)
::: (grande)
eu não tô querendo é dizer que...é: o
eu fico até:: o: tempo todo
5. Segmento incompreensível ou
ininteligível
( )
ininteligível
bora gente...tenho aula... ( ) daqui
6. Superposição de vozes [
H28. é... existe... [você ( ) do homem...
M33. [pera ai... você acha... Pera aí...
7. Simultaneidade de vozes [[
M33. [[mas eu garanto que muita coisa
M28. [[eu acho eu acho é a autoridade
Ocorrências Sinais Exemplificação
8. Silabação - do-minadora
9. Interrogação ?
ela é contra a mulher maschista...
sabia?
10. Citações “ ”
“mai Jandira eu vô dizê a Anja
agora que ela vai apanhá a profissão
de madrinha agora mermo”
11. Ortografia tô, tá, vô, ahã, mhm
12. Trancamento de palavras / eu... pre/ pretendo comprar
13. Comentário do transcritor (( )) M.H... é ((rindo))
Exemplo texto (1)
(1)
oJosué: Eu vou sozinho.
oDora: Eu já disse que eu vou com você.
oJosué: Eu não quero ir com você.
oDora: E por quê?
oJosué: Porque eu não gosto de você.
oDora (aflita): E por quê?
(fonte: Central do Brasil, 1998, PP.44-45)
• Exemplo texto (2)
• Contexto: Três alunos (duas mulheres – M33 e M34 e um homem – H28) do curso de Letras
conversando em uma sala, esperando a aula começar. Sabem da gravação.
• 01 H28 bora gente...tenho aula...( ) daqui a ( ) minutos
• 02 M33 sinceramente...se fosse se fosse uma oculta era muito melhor
• 03 H28 não...isso é besteira...o papo rola...a gente já falou aqui quem
• 04 é feminista...[M.H.
• 05 M34 [M.H...é ((rindo))
• 06 H28 é você
• 07 M34 não tem nada a ver
• 08 H28 [do-minadora
• 09 M34 [dominadora não...é o seguinte...eu acho que...é um assunto
• 10 que não se entra em discussão porque são direitos iguais e
• 11 acabou-se se...então não tem o que discutir...
• 12 H28 mas...mas eu noto assim
• 13 M33 [[mas eu garanto que muita coisa
• 14 H28 [[eu acho eu acho é a autoridade
• 15 M33 você você você é a favor do do machismo
• 16 por isso eu digo por isso eu digo que eu sou meio feminista
• 17 H28 você é uma feminista machista
• 18 M34 isso não existe
• 19 H28 é...existe...[você ( ) do homem...
• 20 M33 [pera aí...você acha...pera aí...pera aí
• 21 H28 você acha machismo do homem...mas você é assim...veja
• 22 bem...você acha assim o machismo do homem...mas você tem que analisar
• 23 assim a mulher pode ser machista pelo lado dela [tá entendendo?
• 24 M34 [lógico...admito
• 25 ser que a mulher pode machista só que eu tô querendo dizer é o
• 26 seguinte que [eu não sou feminista
• 27 M33 [mas ela é contra a mulher machista...sabia?
• 28 M34 eu sou a favor de direitos iguais...com isso eu não to querendo
• 29 é dizer que...é: o homem num deva...num possa ser cavalheiro [porque...
• 30 M33 [mas
• 31 M34 isso aí ele ta deixando...tá...não...
• 32 M33 isso faz parte do machismo...
• 33 M34 o cavalheirismo num faz parte do machismo
(Fonte: Projeto Linguagem da Mulher, UFPE, 1989)
Sistematização por Steinberg (1988) dos recursos não-
verbais normalmente usados pelos falantes em uma dada
interação:
• Paralinguagem: sons emitidos pelo aparelho fonador, mas
que não fazem parte do sistema sonoro da língua usada (ex:
sons onomatopéicos);
• Cinésicos: movimentos do corpo (gestos, postura, expressão
facial, olhar e riso);
• Proxêmica: a distância mantida entre os interlocutores;
• Tacêsica: o uso de toques durante a interação;
• Silêncio: ausência de construções linguísticas e de recursos
da paralinguagem.
Os turnos, quanto ao desenvolvimento do
tópico:
• Nucleares – dão andamento ao tópico, pois exigem que as
intervenções subsequentes estejam relacionadas com o turno
anterior. Exemplos de turnos nucleares no diálogo citado: 02, 03,
07, 08, 11, 12, 13 e 14. São considerados nucleares porque estão
dando andamento ao tópico (comportamento de M34)
• Inseridos – produções marginais em relação ao desenvolvimento
tópico da conversa (exercem função meramente interacional).
Exemplos: 04, 05, 06, 09 e 10. Os turnos inseridos podem ser
classificados como turno de esclarecimento, avaliação,
concordância, discordância, entre outros.
Trecho do texto 2
01 H28 bora gente...tenho aula...( ) daqui a ( ) minutos
02 M33 sinceramente...se fosse se fosse uma oculta era muito melhor
03 H28 não...isso é besteira...o papo rola...a gente já falou aqui quem
04 é feminista...[M.H.
05 M34 [M.H...é ((rindo))
06 H28 é você
07 M34 não tem nada a ver
08 H28 [do-minadora
09 M34 [dominadora não...é o seguinte...eu acho que...é um assunto que
10 não se entra em discussão porque são direitos iguais e
11 acabou-se se...então não tem o que discutir...
12 H28 mas...mas eu noto assim
13 M33 [[mas eu garanto que uma coisa
14 H28 [[eu acho eu acho é a autoridade...
Gestão de turnos
• Diz respeito à troca dos falantes, através de passagem de turno e de assalto ao turno, e à sustentação da fala.
• A troca de turno pode ser requerida pelo falante (quando este entrega o turno de forma explícita) ou consentida
(quando a entrega é implícita).
Assalto de turno
• Com deixa – acontece durante hesitações, alongamentos, entonação descendente, pausas pelo falante que
possui o turno;
• Sem deixa – intervenções bruscas, provocando sobreposições de vozes , desistência do turno por um dos
interlocutores que deixa que o outro o assuma.
• Exemplo
13 M33 [[mas eu garanto que muita coisa → turno 10
14 H28 [[eu acho eu acho é a autoridade → turno 11
15 M33 você você você é a favor do do machismo → turno 12
16 por isso eu digo por isso eu digo que eu sou meio feminista
• Sustentação da fala – tentativa do falante de garantir a posse do
turno. Recorre, para isso, aos marcadores discursivos, aos
alongamentos, repetições e à elevação de voz. No caso de entrevistas
formais, como no NURC, o documentador não toma o turno, pois
seu papel era o de conduzir a interação, numa relação assimétrica.
Organização das sequências na conversação
Na terminologia de Sacks, Schegloff & Jefferson, pares adjacentes (pergunta e
resposta), ou “pares dialógicos”, compõem a unidade fundamental da organização
conversacional, podendo ter várias formas de realização.
Urbano et al. (1993) abordam essencialmente dois tipos de perguntas:
oFechadas (sim/não)
oAbertas (sobre algo)
Segundo Urbano, as perguntas fechadas caracterizam-se como um enunciado, que
conduz para uma resposta que a princípio, pode ser sim ou não. Elas têm carga semântica
e as respostas consistem apenas numa confirmação ou não do que foi questionado.
Verifica-se ainda que algumas têm função meramente interacional.
As perguntas abertas contêm marcadores interrogativos que tendem a orientar o
discurso informante, quanto à autodescrição da fala. As respostas, nesse caso, devem estar
compatíveis com a circunstância expressa no marcador.
Contexto: entrevista com um engenheiro, 28 anos, sobre a existência ou não de
diferenças na fala do homem e da mulher.
o 01. Doc. e você? como é que você descreveria SUA fala? (p. aberta)
o 02. InfH. eita... ((ri demonstrando nervosismo)) a minha voz é muito baixa
o 03. Doc. sua voz é baixa? (p. fechada)
o 04. InfH. é
o 05. Doc. o que mais? (p. aberta)
o 06. InfH. tenho uns vícios de linguagem
o 07. Doc. vícios de linguagem? (p. fechada)
o 08. InfH. é
o 09. Doc. que vícios? (p. aberta)
o 10. InfH. éh: ... deixe-me ver ...uma coisa que eu me/
o me fiscalizo muito é: concordância...fiscalizo demais
o 11. Doc. por que você se fiscaliza? (p. aberta)
Marcadores Conversacionais MCs
(ou discursivos)
• Recursos que são traços característicos da fala com função de interação. São
produzidos pelos falantes (para sustentar o turno, reorganizar e reorientar o
discurso, corrigir-se. Ex: “Veja bem”, “Entendeu?”, “Bom”) e pelos ouvintes
(para orientar o falante quanto à recepção, por meio de convergência, como
“sim”, “claro”, “uhrum”, e de divergência, como “peraí”, “calma”, “não”)
Exemplo (2)
21 H28 você acha machismo do homem...mas você é assim...veja
bem...você acha
22 assim o machismo do homem...mas você tem que analisar assim a mulher
23 pode ser machista pelo lado dela [tá entendendo?
Os interlocutores, durante a interação, podem recorrer a MCs
linguísticos (verbais e prosódicos) e paralinguísticos (não-verbais).
Marcadores linguísticos
• Verbais: são conjunto de partículas , palavras, sintagmas,
expressões estereotipadas e orações ou ainda expressões não
lexicadas: ahã, uhrum, ué. Não contribuem propriamente com
informações novas para o desenvolvimento do tópico.
• Prosódicos: são de caráter não verbal - os contos entonacionais,
as pausas, o tom de voz (os principais), o ritmo, a velocidade, os
alongamentos de vogais etc.
• Paralinguísticos: estabelecem, mantém e regulam a interação, por
meio de risos, olhares, gestos, meneios de cabeça.
Formas em que se apresenta os MCs linguísticos: 4 grupos
• MCs simples: realizam-se com um só item lexical: mas, éh, olhar,
exatamente, agora, aí, então etc...
• MCs composto: realizam-se como sintagmas, geralmente estereotipados:
“sim mas”, “bom mas aí”, “e então”, “tudo bem mas etc”.
• MCs oracionais: realizam-se como pequenas orações: “eu acho que”, “não
mas sabe”, “sim mas me diga”, “então eu acho que”, “porque eu acho que”
etc.
• MCs prosódicos: realizam-se como recursos prosódicos (entonação, pausa,
hesitação, tom de voz) e geralmente acompanhados por alguns MC verbal.
Construção da compreensão no texto falado
• Segundo Marcuschi, (1998b), “admite-se, hoje, que a
compreensão, na interação verbal face a face, resulta de
um projeto conjunto de interlocutores em atividades
colaborativas e coordenadas de co-produção de sentido e
não de uma simples interpretação semântica de enunciados
proferidos.”
• O autor ressalta ainda que colaboração não implica
concordância. À análise de interação face-a-face cabe a
identificação dos processos de compreensão, que em
caráter colaborativo, há estratégias e resoluções para
prosseguimento do tópico, sem, no entanto, ser necessária
a concordância entre os interlocutores.
Texto (12)
• Contexto: A pesquisadora (p01) conversa com um dos moradores da comunidade (H05 sobre o tamanho do seu lote de terra. Ambos estão no terreno e H05
aponta para linhas limites da terra.
• 625 P01 eu sigo esse caminho: eu sigo esse pé de laranja como é que é?
• 626 H05 num ta veno num ta veno é: essa Carrera de capim? ((indica algumas touceiras de
• 627 capim plantadas acompanhando o trilho que leva até as duas casas acima))
• 628 P01 tô
• 629 H05 eu me dirijo por aqui ((indica na direção do capim)) poraqui inté ali ((indicação
• 630 imprecisa)) agora chegano ali [...] agora quano chega ali já vai lá: a linha vai sê lá
• 631 P01 [sim]
• 632 H05 aquele pezim de pau que sobe lá pá casa do Oto fii ((apesar dele indicar
• 633 H05 com um pau a direção fica impossível precisar o “pezim de pau” porque
• 634 há várias árvores))
• 635 P01 qual? Aquele pé lá de cima?
• 636 H05 sim
• 637 P01 então eu posso dizê que a linha é esse caminho? [não?
• 638 H05 [é pó/ NÃO assim oxente
• 639 fica meu pá cá ainda
• 640 P01 ah: assim eu to dando sua terra pros outros ((sorrir))
• 641 H05 é...é ((sorrir)
• 642 P01 então vem por onde? Aqui por esse baxio é?
• 643 H05 vocês querem i lá em: Maria agora qué?
644 P01 bora...já ta aqui (Fonte: Tese Imagens na oralidade, Ângela Dionísio, UFPE, 1998)
Estratégias de Compreensão
• Para Marcushi (1998b) o analista de interações verbais não deve apenas
identificar e admitir que há compreensão. Ele deve apontar como esta
compreensão se estabelece entre os falantes. Para isso apresenta cinco
estratégias, elaboradas a partir dos materiais do corpus do NURC-SP. São
elas:
• Estratégias 1: Negociação;
• Estratégias 2: Construção de um foco comum;
• Estratégias 3: Demonstração de (des)interesse e (não-)partilhamento;
• Estratégias 4: existência e diversidade de expectativas;
• Estratégias 5: Marcas de atenção.
1. Negociação
Refere-se ao “aspecto central para a produção de sentido na interação verbal enquanto projeto
conjunto”. A discórdia entre falantes será o caminho para a obtenção de um consenso,
doravante chamado foco comum.
Exemplo:
121 M02 vei uma mulé: naquela mulé de ( ) ela vei no carro... como é o nome daquele
carro
122 Van? ((Van é apelido de M22))
123 M22 uma pampa
124 M02 aí quedê subi a ladera
125 M06 uma tampa?
126 M22 uma PAMpa
127 M02 é ((sorrindo))
128 M06 eu entendi uma tampa
129 M02 (...) aí mulé veii de Campina dana: Denise
130 M06 veii ( ) com Pampa ((continua a sorrir com o nome do carro))
131 M02 aí cadê subi a ladera... arente ficô olhano ela butava o carro... descia logo
(fonte: tese Imagens na oralidade, Ângela Dionísio, UFPE, 1998)
2. Construção de um foco comum
• existência ou construção de interesses comuns e referentes partilhados
no processo de interação (“sintonia referencial”) – o que nem sempre é
possível em interações face a face.
3. Demonstração de (des)interesse e (não-)partilhamento
• verifica-se que o não-partilhamento se desfaz na medida em que a
interação progride. No exemplo 13, há explicitação de falta de
interesse pelo assunto, embora denotação de entendimento. Marcuschi
(1998b) afirma que “trocas deste tipo são utilizadas intencionalmente
para produzir humor ou então construir piadas ou chistes, pois
mostram interlocutores jogando em campos diversos, sem sintonia
cognitiva”.
Texto (13)
• 663 L1 outro dia aí então o (Fábio) contando umas
• 664 histórias de um: ...de um boy barato aí né?...
• 665 carro envenenadíssimo então temos que quando o cara
• 666 vai acelerar assim::...ele aGArra a direção assim::
• 667 pisa no acelerador:: ...e faz um movimento assim como
• 668 estivesse caval/cavalgando
• 669 L2 ahn ((ri))
• 670 L1 e agarra a máquina [assim ((ri))
• 671 L2 [queria estar num cavalo
• 672 L1 por quê?...analogia...ele está cavalgando ne?
• 673 É o::... o:...
• 674 L2 ((ri)) o rei do oeste ahn
• 675 L1 não tem oeste aqui...((ri))
• 676 L2 não tudo bem:: eu entendi
(D2-Inq. 343, PP. 33-34)
4. Existência e diversidade de expectativas
• Em processo de interação com pelo menos dois interlocutores, há
expectativas diversificadas e prévias, as quais estão intimamente ligadas ao
contexto, às diferentes perspectivas que os interlocutores possuem. O
falante sempre procura estratégias para fazer com que suas expectativas
prévias ocorram, bem como fica atento à reação do seu interlocutor.
5. Existência e diversidade de expectativas
• Em processo de interação com pelo menos dois interlocutores, há
expectativas diversificadas e prévias, as quais estão intimamente ligadas ao
contexto, às diferentes perspectivas que os interlocutores possuem. O
falante sempre procura estratégias para fazer com que suas expectativas
prévias ocorram, bem como fica atento à reação do seu interlocutor.
Considerações finais
• Analisar a conversação é reconhecer o valor que as interações sociais
tem na via de um falante.
Conversar é a atividade social que aprendemos a desenvolver desde a
infância, ou seja, todo ser humano que vive em sociedade precisa
dessas interações para estabelecer uma comunicação. Os estudos nesta
área da linguística nos proporciona compreender de forma essas
interações acontecem e quais são as suas particularidades.
“Os limites do meu mundo são os limites da minha
linguagem.”
(Wittingenstein)
• Introdução à linguística: domínios e fronteiras, v. 2 / Fernanda
Mussalim, Anna Chistina Bentes (orgs.) – 2. ed. – São Paulo:
Cortez, 2001a
• Introdução à linguística: domínios e fronteiras, v. 2 / Fernanda
Mussalim, Anna Chistina Bentes (orgs.) – 2. ed. – São Paulo:
Cortez, 2012b
• MARCUSCHI, Antônio Luiz. Análise da Conversação. 5. ed.: São
Paulo: Ática, 2003

Contenu connexe

Tendances

Estrutura das palavras
Estrutura das palavras Estrutura das palavras
Estrutura das palavras
colveromachado
 
Poesia e poema
Poesia e poemaPoesia e poema
Poesia e poema
ionasilva
 
Gêneros e tipos textuais
Gêneros e tipos textuaisGêneros e tipos textuais
Gêneros e tipos textuais
marlospg
 
Fonética e fonologia
Fonética e fonologiaFonética e fonologia
Fonética e fonologia
Sadrak Silva
 
O emprego da vírgula
O emprego da vírgulaO emprego da vírgula
O emprego da vírgula
Rita Cunha
 

Tendances (20)

Estrutura das palavras
Estrutura das palavras Estrutura das palavras
Estrutura das palavras
 
Semântica
SemânticaSemântica
Semântica
 
Lingua e-linguagem2
Lingua e-linguagem2Lingua e-linguagem2
Lingua e-linguagem2
 
Elementos da narrativa 2016.2
Elementos da narrativa 2016.2Elementos da narrativa 2016.2
Elementos da narrativa 2016.2
 
Orações adjetivas
Orações adjetivasOrações adjetivas
Orações adjetivas
 
Análise da conversação
Análise da conversaçãoAnálise da conversação
Análise da conversação
 
Poesia e poema
Poesia e poemaPoesia e poema
Poesia e poema
 
Quiz parônimos e homônimos
Quiz parônimos e homônimosQuiz parônimos e homônimos
Quiz parônimos e homônimos
 
Sintagma nominal slide
Sintagma nominal slideSintagma nominal slide
Sintagma nominal slide
 
Semântica
Semântica Semântica
Semântica
 
Figuras de linguagem completo
Figuras de linguagem completoFiguras de linguagem completo
Figuras de linguagem completo
 
Texto narrativo
Texto narrativoTexto narrativo
Texto narrativo
 
Gêneros e tipos textuais
Gêneros e tipos textuaisGêneros e tipos textuais
Gêneros e tipos textuais
 
Funções da Linguagem
Funções da LinguagemFunções da Linguagem
Funções da Linguagem
 
Linguagem e comunicação I
Linguagem e comunicação ILinguagem e comunicação I
Linguagem e comunicação I
 
Figuras de sintaxe
Figuras de sintaxeFiguras de sintaxe
Figuras de sintaxe
 
Tipologia textual - Professor Jason Lima
Tipologia textual - Professor Jason LimaTipologia textual - Professor Jason Lima
Tipologia textual - Professor Jason Lima
 
Fonética e fonologia
Fonética e fonologiaFonética e fonologia
Fonética e fonologia
 
O emprego da vírgula
O emprego da vírgulaO emprego da vírgula
O emprego da vírgula
 
Estrutura do-artigo-de-opinião
Estrutura do-artigo-de-opiniãoEstrutura do-artigo-de-opinião
Estrutura do-artigo-de-opinião
 

Similaire à Análise da conversação ac

1) a linguagem forense aula para inicio
1) a linguagem forense aula para inicio1) a linguagem forense aula para inicio
1) a linguagem forense aula para inicio
Agassis Rodrigues
 
1) a linguagem forense aula para inicio
1) a linguagem forense aula para inicio1) a linguagem forense aula para inicio
1) a linguagem forense aula para inicio
Agassis Rodrigues
 
Parte 3 linguística geral apresentação 2012
Parte 3   linguística geral apresentação 2012Parte 3   linguística geral apresentação 2012
Parte 3 linguística geral apresentação 2012
Mariana Correia
 
O que é discurso helena brandão
O que é discurso helena brandãoO que é discurso helena brandão
O que é discurso helena brandão
Rose Moraes
 
O uso do tópico na fala de alunos de escola pública em campo grande ms gelc...
O uso do tópico na fala de alunos de escola pública em campo grande ms   gelc...O uso do tópico na fala de alunos de escola pública em campo grande ms   gelc...
O uso do tópico na fala de alunos de escola pública em campo grande ms gelc...
Diana Pilatti
 
Mecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua falada
Mecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua faladaMecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua falada
Mecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua falada
Letícia J. Storto
 
Mecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua falada
Mecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua faladaMecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua falada
Mecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua falada
UENP
 

Similaire à Análise da conversação ac (20)

Vozes superpostas em duetos e solos
Vozes superpostas em duetos e solosVozes superpostas em duetos e solos
Vozes superpostas em duetos e solos
 
11 livro florense
11 livro florense11 livro florense
11 livro florense
 
dokumen.pub_do-signo-ao-discurso-introduao-a-filosofia-da-linguagem-978858845...
dokumen.pub_do-signo-ao-discurso-introduao-a-filosofia-da-linguagem-978858845...dokumen.pub_do-signo-ao-discurso-introduao-a-filosofia-da-linguagem-978858845...
dokumen.pub_do-signo-ao-discurso-introduao-a-filosofia-da-linguagem-978858845...
 
1) a linguagem forense aula para inicio
1) a linguagem forense aula para inicio1) a linguagem forense aula para inicio
1) a linguagem forense aula para inicio
 
1) a linguagem forense aula para inicio
1) a linguagem forense aula para inicio1) a linguagem forense aula para inicio
1) a linguagem forense aula para inicio
 
Oficina de história oral
Oficina de história oralOficina de história oral
Oficina de história oral
 
Parte 3 linguística geral apresentação 2012
Parte 3   linguística geral apresentação 2012Parte 3   linguística geral apresentação 2012
Parte 3 linguística geral apresentação 2012
 
Teorias do uso da língua - Pragmática
Teorias do uso da língua - PragmáticaTeorias do uso da língua - Pragmática
Teorias do uso da língua - Pragmática
 
Entretecendo fios entre fala e escrita
Entretecendo fios entre fala e escritaEntretecendo fios entre fala e escrita
Entretecendo fios entre fala e escrita
 
Coesão textual.ppt
Coesão textual.pptCoesão textual.ppt
Coesão textual.ppt
 
O que é discurso helena brandão
O que é discurso helena brandãoO que é discurso helena brandão
O que é discurso helena brandão
 
COMUNICACÃO VERBAL E NÃO VERBAL
COMUNICACÃO VERBAL E NÃO VERBALCOMUNICACÃO VERBAL E NÃO VERBAL
COMUNICACÃO VERBAL E NÃO VERBAL
 
O uso do tópico na fala de alunos de escola pública em campo grande ms gelc...
O uso do tópico na fala de alunos de escola pública em campo grande ms   gelc...O uso do tópico na fala de alunos de escola pública em campo grande ms   gelc...
O uso do tópico na fala de alunos de escola pública em campo grande ms gelc...
 
Aula vi introdução á análise da conversação
Aula vi   introdução á análise da conversaçãoAula vi   introdução á análise da conversação
Aula vi introdução á análise da conversação
 
Apostila redacaodiscursiva fcc
Apostila redacaodiscursiva fccApostila redacaodiscursiva fcc
Apostila redacaodiscursiva fcc
 
Pronomes.pptx
Pronomes.pptxPronomes.pptx
Pronomes.pptx
 
Mecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua falada
Mecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua faladaMecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua falada
Mecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua falada
 
Formalismo x funcionalismo
Formalismo x funcionalismoFormalismo x funcionalismo
Formalismo x funcionalismo
 
Mecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua falada
Mecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua faladaMecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua falada
Mecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua falada
 
Recursos retóricos
Recursos retóricosRecursos retóricos
Recursos retóricos
 

Dernier

Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
rfmbrandao
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
sh5kpmr7w7
 

Dernier (20)

O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
 
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdf
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdfCaderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdf
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdf
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
Missa catequese para o dia da mãe 2025.pdf
Missa catequese para o dia da mãe 2025.pdfMissa catequese para o dia da mãe 2025.pdf
Missa catequese para o dia da mãe 2025.pdf
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
 
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedAula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
 
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
 
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
 
Falando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introdFalando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introd
 
Slides Lição 06, Central Gospel, O Anticristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 06, Central Gospel, O Anticristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 06, Central Gospel, O Anticristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 06, Central Gospel, O Anticristo, 1Tr24.pptx
 
Questões de Língua Portuguesa - gincana da LP
Questões de Língua Portuguesa - gincana da LPQuestões de Língua Portuguesa - gincana da LP
Questões de Língua Portuguesa - gincana da LP
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
 

Análise da conversação ac

  • 1. Universidade do Estado do Amazonas Análise da Conversação Linguística II Prof.ª Ms. Jeiviane Justiniano Manaus – AM 2014
  • 2. Equipe • Adriano Ferreira • Fabíolo Hilton • Fabrício Silva • Samantha Nonato
  • 3. Abordagens: 1. Origens da Análise da Conversação (AC); 2. Objetos do estudo; 3. Corpus; 4. Justificativa dos estudos da conversação ; 5. Tópico discursivo; 6. Os turnos; 7. Organização das sequências na conversação ; 8. Marcadores Conversacionais MCs; 9. MCs linguísticos; 10.Estratégias de compreensão.
  • 4. Origens da Análise da Conversação (AC) • A análise da conversação (AC) teve origem na década de 1960, ligada aos estudos sociológicos, ou, mais especificamente, à Etnometodologia, com os estudos de Harold Garfinkel, Harvey Sacks, Emanuel Schegolff e Gail Jefferson. (DIONÍSIO. 2001, p. 70)
  • 5. • Segundo (Clark, 1996; Marcuschi, 1998a In: Dionísio): os estudos mais recentes na área de interação verbal definem a linguagem como uma forma de ação conjunta. • 1980 – foi publicado no Brasil o primeiro livro nesta área: Análise da Conversação (Luiz Antônio Marcuschi). Segundo ele “ela é o exercício prático das potencialidades cognitivas do ser humano em suas relações interpessoais, tornando-se assim um dos melhores testes para a organização e funcionamento da cognição na complexa atividade da comunicação humana [...]”. (DIONÍSIO. 2001, p. 70)
  • 6. Objeto de estudo da A.C. • A conversação natural, produzida em situação natural, variando em graus de formalidade. • Pressupõe, portanto, o uso e a prática social da língua. Ao abordar as diferenças entre a fala e a escrita, Marcuschi (1995) afirma que elas acontecem em um “continuum tipológico” de situações concretas de práticas sociais e não em dicotomia de dois polos opostos.
  • 7. Corpus • Comprovação de análises a partir de observação e transcrição de gravações ou filmagens das conversações • Normas de transcrição – orientada pelo Projeto NURC (Projeto de Estudo Coordenado da Norma Urbana Linguística Culta) • A Análise da Conversação estuda materiais empíricos, orais, contextuais, considerando expressões faciais, entonação, hesitações, repetições, para a construção do sentido do enunciado linguístico no processo de interação face-a-face. Ou seja, são analisados os aspectos verbal e não-verbal que ocorrem na prática da conversação.
  • 8. Justificativa dos estudos da conversação • Prática social mais comum do ser humano; • Desempenha papel privilegiado na construção de identidades sociais e relações interpessoais; • Exige uma enorme coordenação de ações que fortalecem não só habilidade linguística dos falantes; • Permite abordar questões envolvendo a sistematicidade da língua presente em seu uso e a construção das teorias para enfrentar essas questões. (DIONÍSIO 2001, p. 71)
  • 9. Hilgert (1989) – níveis de enfoque da estrutura conversacional • Macronível – estudo das fases conversacionais: abertura, fechamento e parte central, temas e subtemas; • Nível médio – estudo dos turnos, atos de fala e os marcadores conversacionais; • Micronível – análise dos elementos internos do ato de fala estrutura sintática; lexical; fonológica e prosódia;
  • 10. Tópico discursivo • Pode ser definido como uma atividade em que há uma certa correspondência de objetivos entre os interlocutores. (p. 71) • Existência de algo e sobre qual duas pessoas, pelo menos, estão conversando: assunto.
  • 11. Conversação natural ou espontânea • Atividade coprodutiva construída a cada intervenção dos interlocutores em um contexto e uso determinado pela prática social, no mesmo eixo temporal (localmente planejada, mas construída no momento da interação); • Varia em graus de maior ou menor formalidade, dependendo do contexto situacional; Conversação artificial – planejamento discursivo previamente elaborado
  • 12. Ocorrências Sinais Exemplificação 1. Indicação dos falantes Letras ou sigla convencional H28 M33 Doc. Inf. 2. Pausas ... não...isso é besteira... 3. Ênfase MAIÚSCULAS ele comprou um OSSO 4. Alongamento de vogal : (pequeno) :: (médio) ::: (grande) eu não tô querendo é dizer que...é: o eu fico até:: o: tempo todo 5. Segmento incompreensível ou ininteligível ( ) ininteligível bora gente...tenho aula... ( ) daqui 6. Superposição de vozes [ H28. é... existe... [você ( ) do homem... M33. [pera ai... você acha... Pera aí... 7. Simultaneidade de vozes [[ M33. [[mas eu garanto que muita coisa M28. [[eu acho eu acho é a autoridade
  • 13. Ocorrências Sinais Exemplificação 8. Silabação - do-minadora 9. Interrogação ? ela é contra a mulher maschista... sabia? 10. Citações “ ” “mai Jandira eu vô dizê a Anja agora que ela vai apanhá a profissão de madrinha agora mermo” 11. Ortografia tô, tá, vô, ahã, mhm 12. Trancamento de palavras / eu... pre/ pretendo comprar 13. Comentário do transcritor (( )) M.H... é ((rindo))
  • 14. Exemplo texto (1) (1) oJosué: Eu vou sozinho. oDora: Eu já disse que eu vou com você. oJosué: Eu não quero ir com você. oDora: E por quê? oJosué: Porque eu não gosto de você. oDora (aflita): E por quê? (fonte: Central do Brasil, 1998, PP.44-45)
  • 15. • Exemplo texto (2) • Contexto: Três alunos (duas mulheres – M33 e M34 e um homem – H28) do curso de Letras conversando em uma sala, esperando a aula começar. Sabem da gravação. • 01 H28 bora gente...tenho aula...( ) daqui a ( ) minutos • 02 M33 sinceramente...se fosse se fosse uma oculta era muito melhor • 03 H28 não...isso é besteira...o papo rola...a gente já falou aqui quem • 04 é feminista...[M.H. • 05 M34 [M.H...é ((rindo)) • 06 H28 é você • 07 M34 não tem nada a ver • 08 H28 [do-minadora • 09 M34 [dominadora não...é o seguinte...eu acho que...é um assunto • 10 que não se entra em discussão porque são direitos iguais e • 11 acabou-se se...então não tem o que discutir... • 12 H28 mas...mas eu noto assim • 13 M33 [[mas eu garanto que muita coisa • 14 H28 [[eu acho eu acho é a autoridade • 15 M33 você você você é a favor do do machismo
  • 16. • 16 por isso eu digo por isso eu digo que eu sou meio feminista • 17 H28 você é uma feminista machista • 18 M34 isso não existe • 19 H28 é...existe...[você ( ) do homem... • 20 M33 [pera aí...você acha...pera aí...pera aí • 21 H28 você acha machismo do homem...mas você é assim...veja • 22 bem...você acha assim o machismo do homem...mas você tem que analisar • 23 assim a mulher pode ser machista pelo lado dela [tá entendendo? • 24 M34 [lógico...admito • 25 ser que a mulher pode machista só que eu tô querendo dizer é o • 26 seguinte que [eu não sou feminista • 27 M33 [mas ela é contra a mulher machista...sabia? • 28 M34 eu sou a favor de direitos iguais...com isso eu não to querendo • 29 é dizer que...é: o homem num deva...num possa ser cavalheiro [porque... • 30 M33 [mas • 31 M34 isso aí ele ta deixando...tá...não... • 32 M33 isso faz parte do machismo... • 33 M34 o cavalheirismo num faz parte do machismo (Fonte: Projeto Linguagem da Mulher, UFPE, 1989)
  • 17. Sistematização por Steinberg (1988) dos recursos não- verbais normalmente usados pelos falantes em uma dada interação: • Paralinguagem: sons emitidos pelo aparelho fonador, mas que não fazem parte do sistema sonoro da língua usada (ex: sons onomatopéicos); • Cinésicos: movimentos do corpo (gestos, postura, expressão facial, olhar e riso); • Proxêmica: a distância mantida entre os interlocutores; • Tacêsica: o uso de toques durante a interação; • Silêncio: ausência de construções linguísticas e de recursos da paralinguagem.
  • 18. Os turnos, quanto ao desenvolvimento do tópico: • Nucleares – dão andamento ao tópico, pois exigem que as intervenções subsequentes estejam relacionadas com o turno anterior. Exemplos de turnos nucleares no diálogo citado: 02, 03, 07, 08, 11, 12, 13 e 14. São considerados nucleares porque estão dando andamento ao tópico (comportamento de M34) • Inseridos – produções marginais em relação ao desenvolvimento tópico da conversa (exercem função meramente interacional). Exemplos: 04, 05, 06, 09 e 10. Os turnos inseridos podem ser classificados como turno de esclarecimento, avaliação, concordância, discordância, entre outros.
  • 19. Trecho do texto 2 01 H28 bora gente...tenho aula...( ) daqui a ( ) minutos 02 M33 sinceramente...se fosse se fosse uma oculta era muito melhor 03 H28 não...isso é besteira...o papo rola...a gente já falou aqui quem 04 é feminista...[M.H. 05 M34 [M.H...é ((rindo)) 06 H28 é você 07 M34 não tem nada a ver 08 H28 [do-minadora 09 M34 [dominadora não...é o seguinte...eu acho que...é um assunto que 10 não se entra em discussão porque são direitos iguais e 11 acabou-se se...então não tem o que discutir... 12 H28 mas...mas eu noto assim 13 M33 [[mas eu garanto que uma coisa 14 H28 [[eu acho eu acho é a autoridade...
  • 20. Gestão de turnos • Diz respeito à troca dos falantes, através de passagem de turno e de assalto ao turno, e à sustentação da fala. • A troca de turno pode ser requerida pelo falante (quando este entrega o turno de forma explícita) ou consentida (quando a entrega é implícita). Assalto de turno • Com deixa – acontece durante hesitações, alongamentos, entonação descendente, pausas pelo falante que possui o turno; • Sem deixa – intervenções bruscas, provocando sobreposições de vozes , desistência do turno por um dos interlocutores que deixa que o outro o assuma. • Exemplo 13 M33 [[mas eu garanto que muita coisa → turno 10 14 H28 [[eu acho eu acho é a autoridade → turno 11 15 M33 você você você é a favor do do machismo → turno 12 16 por isso eu digo por isso eu digo que eu sou meio feminista
  • 21. • Sustentação da fala – tentativa do falante de garantir a posse do turno. Recorre, para isso, aos marcadores discursivos, aos alongamentos, repetições e à elevação de voz. No caso de entrevistas formais, como no NURC, o documentador não toma o turno, pois seu papel era o de conduzir a interação, numa relação assimétrica.
  • 22. Organização das sequências na conversação Na terminologia de Sacks, Schegloff & Jefferson, pares adjacentes (pergunta e resposta), ou “pares dialógicos”, compõem a unidade fundamental da organização conversacional, podendo ter várias formas de realização. Urbano et al. (1993) abordam essencialmente dois tipos de perguntas: oFechadas (sim/não) oAbertas (sobre algo) Segundo Urbano, as perguntas fechadas caracterizam-se como um enunciado, que conduz para uma resposta que a princípio, pode ser sim ou não. Elas têm carga semântica e as respostas consistem apenas numa confirmação ou não do que foi questionado. Verifica-se ainda que algumas têm função meramente interacional. As perguntas abertas contêm marcadores interrogativos que tendem a orientar o discurso informante, quanto à autodescrição da fala. As respostas, nesse caso, devem estar compatíveis com a circunstância expressa no marcador.
  • 23. Contexto: entrevista com um engenheiro, 28 anos, sobre a existência ou não de diferenças na fala do homem e da mulher. o 01. Doc. e você? como é que você descreveria SUA fala? (p. aberta) o 02. InfH. eita... ((ri demonstrando nervosismo)) a minha voz é muito baixa o 03. Doc. sua voz é baixa? (p. fechada) o 04. InfH. é o 05. Doc. o que mais? (p. aberta) o 06. InfH. tenho uns vícios de linguagem o 07. Doc. vícios de linguagem? (p. fechada) o 08. InfH. é o 09. Doc. que vícios? (p. aberta) o 10. InfH. éh: ... deixe-me ver ...uma coisa que eu me/ o me fiscalizo muito é: concordância...fiscalizo demais o 11. Doc. por que você se fiscaliza? (p. aberta)
  • 24. Marcadores Conversacionais MCs (ou discursivos) • Recursos que são traços característicos da fala com função de interação. São produzidos pelos falantes (para sustentar o turno, reorganizar e reorientar o discurso, corrigir-se. Ex: “Veja bem”, “Entendeu?”, “Bom”) e pelos ouvintes (para orientar o falante quanto à recepção, por meio de convergência, como “sim”, “claro”, “uhrum”, e de divergência, como “peraí”, “calma”, “não”) Exemplo (2) 21 H28 você acha machismo do homem...mas você é assim...veja bem...você acha 22 assim o machismo do homem...mas você tem que analisar assim a mulher 23 pode ser machista pelo lado dela [tá entendendo?
  • 25. Os interlocutores, durante a interação, podem recorrer a MCs linguísticos (verbais e prosódicos) e paralinguísticos (não-verbais). Marcadores linguísticos • Verbais: são conjunto de partículas , palavras, sintagmas, expressões estereotipadas e orações ou ainda expressões não lexicadas: ahã, uhrum, ué. Não contribuem propriamente com informações novas para o desenvolvimento do tópico. • Prosódicos: são de caráter não verbal - os contos entonacionais, as pausas, o tom de voz (os principais), o ritmo, a velocidade, os alongamentos de vogais etc. • Paralinguísticos: estabelecem, mantém e regulam a interação, por meio de risos, olhares, gestos, meneios de cabeça.
  • 26. Formas em que se apresenta os MCs linguísticos: 4 grupos • MCs simples: realizam-se com um só item lexical: mas, éh, olhar, exatamente, agora, aí, então etc... • MCs composto: realizam-se como sintagmas, geralmente estereotipados: “sim mas”, “bom mas aí”, “e então”, “tudo bem mas etc”. • MCs oracionais: realizam-se como pequenas orações: “eu acho que”, “não mas sabe”, “sim mas me diga”, “então eu acho que”, “porque eu acho que” etc. • MCs prosódicos: realizam-se como recursos prosódicos (entonação, pausa, hesitação, tom de voz) e geralmente acompanhados por alguns MC verbal.
  • 27.
  • 28. Construção da compreensão no texto falado • Segundo Marcuschi, (1998b), “admite-se, hoje, que a compreensão, na interação verbal face a face, resulta de um projeto conjunto de interlocutores em atividades colaborativas e coordenadas de co-produção de sentido e não de uma simples interpretação semântica de enunciados proferidos.” • O autor ressalta ainda que colaboração não implica concordância. À análise de interação face-a-face cabe a identificação dos processos de compreensão, que em caráter colaborativo, há estratégias e resoluções para prosseguimento do tópico, sem, no entanto, ser necessária a concordância entre os interlocutores.
  • 29. Texto (12) • Contexto: A pesquisadora (p01) conversa com um dos moradores da comunidade (H05 sobre o tamanho do seu lote de terra. Ambos estão no terreno e H05 aponta para linhas limites da terra. • 625 P01 eu sigo esse caminho: eu sigo esse pé de laranja como é que é? • 626 H05 num ta veno num ta veno é: essa Carrera de capim? ((indica algumas touceiras de • 627 capim plantadas acompanhando o trilho que leva até as duas casas acima)) • 628 P01 tô • 629 H05 eu me dirijo por aqui ((indica na direção do capim)) poraqui inté ali ((indicação • 630 imprecisa)) agora chegano ali [...] agora quano chega ali já vai lá: a linha vai sê lá • 631 P01 [sim] • 632 H05 aquele pezim de pau que sobe lá pá casa do Oto fii ((apesar dele indicar • 633 H05 com um pau a direção fica impossível precisar o “pezim de pau” porque • 634 há várias árvores)) • 635 P01 qual? Aquele pé lá de cima? • 636 H05 sim • 637 P01 então eu posso dizê que a linha é esse caminho? [não? • 638 H05 [é pó/ NÃO assim oxente • 639 fica meu pá cá ainda • 640 P01 ah: assim eu to dando sua terra pros outros ((sorrir)) • 641 H05 é...é ((sorrir) • 642 P01 então vem por onde? Aqui por esse baxio é? • 643 H05 vocês querem i lá em: Maria agora qué? 644 P01 bora...já ta aqui (Fonte: Tese Imagens na oralidade, Ângela Dionísio, UFPE, 1998)
  • 30. Estratégias de Compreensão • Para Marcushi (1998b) o analista de interações verbais não deve apenas identificar e admitir que há compreensão. Ele deve apontar como esta compreensão se estabelece entre os falantes. Para isso apresenta cinco estratégias, elaboradas a partir dos materiais do corpus do NURC-SP. São elas: • Estratégias 1: Negociação; • Estratégias 2: Construção de um foco comum; • Estratégias 3: Demonstração de (des)interesse e (não-)partilhamento; • Estratégias 4: existência e diversidade de expectativas; • Estratégias 5: Marcas de atenção.
  • 31. 1. Negociação Refere-se ao “aspecto central para a produção de sentido na interação verbal enquanto projeto conjunto”. A discórdia entre falantes será o caminho para a obtenção de um consenso, doravante chamado foco comum. Exemplo: 121 M02 vei uma mulé: naquela mulé de ( ) ela vei no carro... como é o nome daquele carro 122 Van? ((Van é apelido de M22)) 123 M22 uma pampa 124 M02 aí quedê subi a ladera 125 M06 uma tampa? 126 M22 uma PAMpa 127 M02 é ((sorrindo)) 128 M06 eu entendi uma tampa 129 M02 (...) aí mulé veii de Campina dana: Denise 130 M06 veii ( ) com Pampa ((continua a sorrir com o nome do carro)) 131 M02 aí cadê subi a ladera... arente ficô olhano ela butava o carro... descia logo (fonte: tese Imagens na oralidade, Ângela Dionísio, UFPE, 1998)
  • 32. 2. Construção de um foco comum • existência ou construção de interesses comuns e referentes partilhados no processo de interação (“sintonia referencial”) – o que nem sempre é possível em interações face a face.
  • 33. 3. Demonstração de (des)interesse e (não-)partilhamento • verifica-se que o não-partilhamento se desfaz na medida em que a interação progride. No exemplo 13, há explicitação de falta de interesse pelo assunto, embora denotação de entendimento. Marcuschi (1998b) afirma que “trocas deste tipo são utilizadas intencionalmente para produzir humor ou então construir piadas ou chistes, pois mostram interlocutores jogando em campos diversos, sem sintonia cognitiva”.
  • 34. Texto (13) • 663 L1 outro dia aí então o (Fábio) contando umas • 664 histórias de um: ...de um boy barato aí né?... • 665 carro envenenadíssimo então temos que quando o cara • 666 vai acelerar assim::...ele aGArra a direção assim:: • 667 pisa no acelerador:: ...e faz um movimento assim como • 668 estivesse caval/cavalgando • 669 L2 ahn ((ri)) • 670 L1 e agarra a máquina [assim ((ri)) • 671 L2 [queria estar num cavalo • 672 L1 por quê?...analogia...ele está cavalgando ne? • 673 É o::... o:... • 674 L2 ((ri)) o rei do oeste ahn • 675 L1 não tem oeste aqui...((ri)) • 676 L2 não tudo bem:: eu entendi (D2-Inq. 343, PP. 33-34)
  • 35. 4. Existência e diversidade de expectativas • Em processo de interação com pelo menos dois interlocutores, há expectativas diversificadas e prévias, as quais estão intimamente ligadas ao contexto, às diferentes perspectivas que os interlocutores possuem. O falante sempre procura estratégias para fazer com que suas expectativas prévias ocorram, bem como fica atento à reação do seu interlocutor. 5. Existência e diversidade de expectativas • Em processo de interação com pelo menos dois interlocutores, há expectativas diversificadas e prévias, as quais estão intimamente ligadas ao contexto, às diferentes perspectivas que os interlocutores possuem. O falante sempre procura estratégias para fazer com que suas expectativas prévias ocorram, bem como fica atento à reação do seu interlocutor.
  • 36. Considerações finais • Analisar a conversação é reconhecer o valor que as interações sociais tem na via de um falante. Conversar é a atividade social que aprendemos a desenvolver desde a infância, ou seja, todo ser humano que vive em sociedade precisa dessas interações para estabelecer uma comunicação. Os estudos nesta área da linguística nos proporciona compreender de forma essas interações acontecem e quais são as suas particularidades.
  • 37. “Os limites do meu mundo são os limites da minha linguagem.” (Wittingenstein)
  • 38. • Introdução à linguística: domínios e fronteiras, v. 2 / Fernanda Mussalim, Anna Chistina Bentes (orgs.) – 2. ed. – São Paulo: Cortez, 2001a • Introdução à linguística: domínios e fronteiras, v. 2 / Fernanda Mussalim, Anna Chistina Bentes (orgs.) – 2. ed. – São Paulo: Cortez, 2012b • MARCUSCHI, Antônio Luiz. Análise da Conversação. 5. ed.: São Paulo: Ática, 2003