1. Desenho
"Antes eu desenhava como Rafael, mas precisei de toda uma
existência para aprender a desenhar como as crianças". (Picasso)
2. Descoberta de um Universo: A Evolução do Desenho Infantil
O estudo do desenho infantil da criança começou após a
Revolução francesa, o que significa que anda ligado aos
princípios da liberdade.
A partir desta altura a criança deixa de ser vista como um
adulto em ponto pequeno que era necessário criar com todos
os requintes da educação autoritária.
A educação começa a ir de encontro ao interesse natural
da criança, de forma a torná-la feliz.
3. O pedagogo ROUSSEAU, defende que a escola :
• deve ser uma escola activa.
• deve assegurar o desenvolvimento das faculdades
naturais da criança.
• não deve usar a repressão.
• o ambiente deve promover e desenvolver as faculdades
infantis.
Uma vez que a criança não é um recipiente vazio que se
vai enchendo.
4. Alguns pedagogos defendem que:
• “ Não pode ensinar-se a criança a desenvolver-se, o que pode
fazer-se, sim, é oferecer-lhe muitas e muitas ocasiões de promover e
estimular o seu desenvolvimento.” Abreu, R. (1961)
• “ O educador, não pode forçar o botão a desenvolver. Tem de
esperar que a natureza o revele no momento próprio. E, até lá, vai-se
alimentando a planta, vai-se tirando, delicadamente, as folhas secas
… e respeite e estimule tudo quanto for espontâneo.”
5. • A criança tem de viver o seu mundo, o mundo infantil,
que deve exigir ao adulto respeito e compreensão.
• A criança tem de experimentar, manipular, fazer,
descobrir.
6. Desenho Infantil
O desenho infantil é uma das principais manifestações da
criança. A linguagem gráfica, tal como a linguagem oral, é uma das
formas que a criança tem de comunicar com os outros. Através dela
mostra o seu próprio modo de pensar, aprender e brincar.
Os desenhos das crianças, são importantes não como “obras de arte”,
mas sim como reflexo do seu pensamento e sentimento da criança.
7. • O Educador de Infância e o Assistente de Acção Educativa
ao formar a criança, devem criar condições para que surjam
aprendizagens, orientá-la, fornecer estratégias, materiais
para que a criança adquira a aprendizagem por si própria.
8. Para desenvolver competências é necessário colocar o aluno em
situações complexas, que exigem e treinam a mobilização dos seus
conhecimentos: um enigma a descobrir, um problema a resolver, uma
decisão a tomar, um projecto a conceber e desenvolver.” (Perrenoud,
2001:23)
As creches, os jardins de infância e os Atl, bem apetrechados, com
espaços bem planeados, organizados, dão plena satisfação às
necessidades das crianças.
Devem criar-lhes interesse e, portanto, despertar-lhe a curiosidade é
estimular-lhes o desejo de saber e agir.
9.
10. O desenho é uma actividade lúdica
• As crianças gostam de desenhar, sem demonstrar aborrecimento.
• As crianças demonstram grande interesse em desenhar se lhe for
dada toda a liberdade.
• Não tem dificuldades.
• Não necessitam de pedir ajuda nem informações ao professor.
• Desenham com prazer.
Uma criança que não gosta de desenhar revela anomalia,
pelo que necessita de observação clínica.
11. FASES DO DESENHO
De 1 a 3 anos
É a idade das famosas garatujas: simples riscos ainda desprovidos de controle
motor, a criança ignora os limites do papel e mexa todo o corpo para desenhar,
avançando os traçados pelas paredes e chão.
As primeiras garatujas são linhas longitudinais que, com o tempo, vão se tornando
circulares e, por fim, se fecham em formas independentes.
Figuras humanas com cabeça e olhos..
12. De 3 a 4 anos
conquistou a forma e os seus desenhos têm a intenção de reproduzir
algo.
respeita melhor os limites do papel.
desenho um ser humano com pernas, braços, pescoço e tronco.
13. De 4 a 5 anos
É uma fase de temas clássicos do desenho infantil, como paisagens, casinhas,
flores, super-heróis, veículos e animais
Varia no uso das cores e procura um certo realismo.
Figuras humanas já dispõem de novos detalhes, como cabelos, pés e mãos, e a
distribuição dos desenhos no papel obedecem a uma certa lógica, do tipo céu no alto
da folha.
Aparece ainda a tendência à antropomorfização, ou seja, a emprestar
características humanas a elementos da natureza, como o famoso sol com olhos e
boca. Esta tendência deve se estender até 7 ou 8 anos.
14.
15.
16. De 5 a 6 anos
Os desenhos sempre se baseiam em roteiros com começo, meio e fim.
Figuras humanas aparecem vestidas.
Grande atenção a detalhes como as cores.
Os temas variam e o facto de não terem nada a ver com a vida dela são um indício
de desprendimento e capacidade de contar histórias sobre o mundo.
17. De 7 a 8 anos
O realismo é a marca desta fase, em que surge também a noção de perspectiva,
ou seja, os desenhos da criança já dão uma impressão de profundidade e distância.
Extremamente exigentes, muitas crianças deixam de desenhar, se acharem que
seus trabalhos não ficam bonitos.
Nota: O importante é respeitar os ritmos de cada criança e permitir que ela possa
desenhar livremente, sem intervenção directa, explorando diversos materiais,
suportes e situações.
18. Síntese:
Em todas as fases deve ser fomentando o sentido estético, o gosto pelo belo.
A expressão artística deve ser considerada como um registo da sua personalidade,
pelo que favorecer as suas experiências, é ajudar o seu desenvolvimento.
O Assistente deve encorajar, animar, estimular a criança a desenhar por si própria,
de forma livre para criar, exprimir ideias, cultivar o individualismo e originalidade e não
ser levada a desenhar a imitar/copiar e usar livros para colorir.
Não se deve desenhar para a criança, não alterar o trabalho da criança, nem
auxiliar, mas ajuda-la a clarificar o seu pensamento por meio de perguntas sobre as
suas ideias para que ela se orgulhe do seu trabalho final.
19. Materiais e Técnicas
"...O instrumento, seja ele um lápis, caneta, giz ou pincel fará
manchas características da sua natureza e estrutura e o material ou
meio manifestará uma resposta ... conforme a sua natureza..." Maurice
de Sausmarez
20. Quando existe um interesse especial da criança pelo desenho, pode-se orientá-la
acerca de algumas técnicas, oferecendo-lhe diferentes materiais para que os prove. A
técnica, no que ser refere ao domínio instrumental, não necessita ser ensinada.
Adquire-se com a prática e experiência. A criança que gosta muito de desenhar, cada
vez se sentirá atraída por outros materiais, e assim irá crescendo neste mundo tão
mágico que é o desenho. Conheça alguns materiais:
Lápis de cera: por ser de fácil e cómodo de manejar, é o lápis ideal para os
primeiros “desenhos” das crianças. Pode-se encontrar lápis de cera de distintas
formas. Com pontas finas ou arredondadas, e de todas as cores.
21. Giz: é um material suave, leve e que se quebra com facilidade, por isso exige
alguma habilidade nas crianças para sua utilização. Normalmente a partir dos dois
anos é interessante oferecer giz e um quadro à criança, pois ajudará a criança
controlar a intensidade do seu traço.
22. Marcadores de texto: são de distintas cores e grossuras. São ideais para os traços
e contornos, e podem ser utilizados em todo tipo de papel. Permite controlar a
pressão muscular, desenvolver a coordenação e exercitar o sentido de
responsabilidade. É difícil de apagar, e por isso exige muita responsabilidade.
23. Pintura com o pincel à mão: é muito divertida sua utilização para as crianças.
Permitem-lhes criar novos efeitos, descobrir as mesclas de cores, adquirir novos
movimentos de coordenação, exercer distintas pressões do traço, etc. Ao pintar com a
mão, a criança estará criando uma interacção física e directa com o material.
Desfrutará de sentidos como o tacto e aroma e favorecerá seu sentido de exploração.
Nota: Em todo caso, as crianças reagirão sempre de diferentes
maneiras dependendo do tipo de material que utilizem.
24. Em conclusão
O Desenho infantil é uma
linguagem que a criança
usa para se exprimir.