O documento descreve cortejos realizados entre 1961-1963 na aldeia de Anta em Portugal para angariar fundos para a construção de um salão paroquial. Os cortejos envolveram diferentes lugares da aldeia e incluíram grupos vestidos em trajes regionais e apresentando músicas. No total foram arrecadados mais de 83 mil escudos para a construção do salão paroquial através destes eventos comunitários.
1. Anta
Terra com alma
SALÃO PAROQUIAL
Obra conseguida com a união e esforço de toda a população que com um
bairrismo salutar se organizou por lugares, organizando cortejos de oferendas,
que ao mesmo tempo eram uma demonstração de cultura popular quer pela
forma de vestir quer pelas letras, e musicas que acompanhavam sempre estes
defiles de carectar etnograficos.
Os primeiros tiveram como finalidade a angariação de fundos para a compra do
terreno.
Cortejos para a compra dos terrenos
Lugares da Guimbra 5 220$00
Anta,Estrad Quinta e Congosta 12 500$00
Esmojães, Cassufas e Carvalhal 17 500$00
Idanha, Ponte de Anta Mocho etc.
19 000$00
TOTAL 54 220$00
Respeito o esforço do autor cite a fonte
A. Sousa
2. Anta
Terra com alma
Cortejos para a sua construção
Os cortejos de oferendas tiveram inicio em 3/1/63
Lugares da Guimbra 4 730$00
Idanha, Ponte de Anta Mocho e outros. 16 670$00
Esmojães, Cassufas e Carvalhal 23 670$00
Anta,Estrada Quinta e Congosta 39 000$00
TOTAL 83 730$00
Cortejo dos lugares de Anta, Estarda,Quinta e Congôsta
( 8 de Janeiro de 1961 )
" Abria o cortejo um grupo de meninas e meninos envergando variados e
luxuosos trajes, conduzindo as suas ofertas, destacando-se um "Salão
Paroquial" em miniatura com um mealheiro, cujo portador ia arrecadando,
durante o percurso, alguns donativos.
Seguidamente um grupo de ceifeiras com cânticos adequados, dava um
aspecto alegre e vistoso ao numeroso cortejo, logo seguido de algumas
mulheres que trajavam de estudantes, a rigôr. A seguir dois "nobres
cabaleiros", faziam guarda de honra a uma camionete denominada
"Costureiras", onde figuravam diversas raparigas, que, entoando cânticos,
davam ao cortejo um aspecto engraçado e brilhante.
No prosseguimento do cortejo via-se uma camionete reproduzindo uma adega,
na qual figuravam alguns rapazes que, imitando os fregueses da mesma, iam
comendo e bebendo, esta era seguida por mais cabaleiros, destacando-se
entre eles, um que fazia publicidade do Gazcidla.Finalmente a encerrar o
importante cortejo, uma camionete com o título "Trajes e Cantares da Nossa
terra", caprichosamente ornamentada, e conduzindo um "Salão Paroquial" e
um corêto, ladeados por esbeltas moças e meninas vestidas a carácter,
representando diversasa regiões de Portugal, cantando quadras alusivas à
igreja e à freguesia, atirando confétis e serpentinas à multidão que aguardava a
sua passagem." E prosseguia - " é de salientar a tarefa incansável e esgotante
de diversas pessoas, entre as quais se destaca a senhorinha Celeste Rocha,
que evidenciou largos recursos como ensaiadora , bem como a colaboração
graciosa do Manuel Ribeiro de Espinho.
Respeito o esforço do autor cite a fonte
A. Sousa
3. Anta
Terra com alma
Cortejo dos lugares de Esmojães, Cassufas e Carvalhal
22 de Janeiro de 1961
Infelizmente não encontrei qualquer descrição permonorizada sobre este
cortejo.Apenas este pequeno apontamento:
" O último cortejo, pelos grupos que o constituiam, pelo entusiasmo da gente
nova que nele tomava parte, não desmereceu em nada, dos que antes se
haviam realizado".
Cortejo dos lugares de Idanha,Ponte de Anta, Môcho e Taboaça
5 de Fevereiro de 1961
" em nada desmereceu dos anteriormente realizados.Grupos de rapazes e
raparigas graciosamente vestidos e com o entusiasmo próprio da mocidade,
deram uma nota alegre ao cortejo, proporcionando a quantos a ele assistiram
uma tarde de verdadeira festa carnavalesca.
Abre o cortejo uma banda de musica infernal constituida por um grupo de
rapazes que trajavam a rigôr camisola vermelha, à campião, e saia
branca.Logo a seguir surge um longo grupo de rapazes e raparigas, e estas
com as suas oferendas à cabeça, garridamente vestidas e um magnifico grupo
de crianças, um nunca acabar, e que constituiam a representação dos lugares
da Ponte de anta,Môcho, Monte Lírio e Tabuaça.
Seguem depois as representações do lugar da Idanha, com variados e
animados grupos, não faltando o das mulheres casadas, que, em alegria e
entusiasmo, podia competor com qualquer grupo sem favor.
Com o cair da noite chegou a certeza consoladora de que mais 19 00$00 iam
entrar nos cofres da igreja, para saldar o seu débito, ultrapassando assim as
verbas realizadas por toas as outras zonas da freguesia.".
In - Jornal Defesa de Espinho.
Respeito o esforço do autor cite a fonte
A. Sousa