SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  15
Télécharger pour lire hors ligne
Equidade entre as escolas das redes municipais
  Uma análise com base nos dados de IDEB para municípios e escolasi



                                     1. Introdução


       Os aspectos mais abordados em análises sobre a Educação no Brasil são
relacionados aos desafios quanto ao acesso, à qualidade e à equidade. Estes três fatores
constituem o fundamento do direito à Educação e devem ser objeto prioritário das
políticas públicas.
       O acesso à Educação foi o tema predominante no debate até maior parte da
década de 1990 por ser visto como essencial para acelerar o desenvolvimento do Brasil.
Mais recentemente, com a aprovação da Emenda Constitucional 59/09 que institui a
obrigatoriedade de ensino para todas as crianças e jovens de 4 a 17 anos no Brasil, o
acesso a pré-escolas e a continuidade dos estudos no Ensino Médio são os principais
desafios enfrentados.
       Com a melhoria do acesso, a qualidade da Educação se tornou prioridade.
Aspectos como rendimento de alunos em provas aplicadas pelo governo, níveis de
aprovação/reprovação, características de escolas e professores que podem afetar o
aprendizado, dentre outros, são objeto de análise por uma ampla gama de especialistas e
pelo governo, que buscam identificar quais fatores mais influenciam a qualidade da
Educação.
       Além destes aspectos, a partir do final da década de 90, a equidade passou a ser
tema essencial no debate a respeito do direito à Educação. Conforme afirmou Castro,
       “Com ritmos e ênfases diferenciados, respeitando as
       peculiaridades locais e regionais, é possível afirmar que o Brasil já
       ultrapassou a etapa de prioridade exclusiva à política de expansão

Equidade entre as escolas das redes municipais                                        1
do acesso à escola e, portanto, de investimento prioritário na rede
          física. A busca da qualidade e a promoção de maior equidade do
          sistema passaram a ocupar lugar de destaque na nova agenda das
          políticas de educação básica.” (Castro, 1999, p. 17).

          Apesar disso, as questões relacionadas à equidade ainda são pouco trabalhadas
no Brasil. Muito se deve ao fato da dificuldade de definir o que se entende por equidade
na Educação. As pesquisas que buscam separar equidade dos demais temas a
relacionam a questões de igualdade de oportunidade e justiça social, equiparando as
condições de êxito entre todas as crianças e jovens de diferentes setores sociais.
Aspectos socioeconômicos, raciais, de gênero e até mesmo relacionados à estrutura
física da escola, são também vistos como importantes quando se analisa a equidade.
Entende-se que, somente quando todos, independentemente destes fatores de
diversidade, tiverem acesso a uma Educação de qualidade de maneira igualitária, se
alcançará a equidade na Educação no Brasil.
          O INEP define equidade como “distribuição das oportunidades educacionais.
(...) Um dos indicadores da equidade em Educação é a justa distribuição dos serviços
educacionais entre os diferentes grupos sociais” (INEP, 2010). Neste estudo a
distribuição de serviços educacionais será observada por meio das diferenças de
resultados educacionais das escolas medidos por meio do IDEB. Para que uma rede de
escolas seja equitativa, todas as escolas devem oferecer as mesmas condições de
aprendizado aos seus alunos. Para analisar o grau de equidade de uma rede pode-se,
portanto, observar se há uma grande disparidade de resultados educacionais entre
escolas da rede, ou seja, se todas as escolas proporcionam níveis semelhantes de
aprendizado. Em países com maior desenvolvimento na área da Educação, como a
Finlândia, verifica-se uma maior equidade na oferta de serviços educacionais aos
alunos.
          A análise de equidade em educação só é válida quando se estipula um nível
mínimo de qualidade, sendo este pré-requisito de atendimento do direito à Educação.
Por isto, este estudo se restringirá a analisar a equidade dentro de redes municipais que
apresentaram resultado igual ou superior à média nacional (4,2), utilizando os dados do
IDEB. A análise se restringirá aos anos iniciais do Ensino Fundamental e são
investigadas as capitais brasileiras, pela representatividade de suas redes e para uma
avaliação da equidade a nível nacional. Além deste grupo, são analisados os dados dos
10 municípios do estado de São Paulo com mais de 15 escolas que obtiveram os



Equidade entre as escolas das redes municipais                                        2
maiores IDEBs em 2007, permitindo a avaliação de redes menores e de cidades do
interior do estado mais rico do país.
       Desta forma, este estudo buscará observar se, dentre escolas da rede municipal
de um mesmo município, há uma disparidade de resultados educacionais auferidos pelo
IDEB. Entende-se que uma rede apresentará sinais de ter maior equidade quando a
diferença entre os resultados alcançados por suas escolas na avaliação for baixa. Isto
significará que, naquele município, todos os alunos que estudam em escolas municipais
têm a mesma possibilidade de estudar em uma escola que lhe proporcione um bom nível
de aprendizado.


                                        2. Metodologia


       Neste trabalho são utilizados os indicadores de IDEB em 2007 das escolas e
redes municipais de ensino para as séries iniciais do Ensino Fundamental, extraídos do
site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).
Por meio destes indicadores, alguns gráficos e estatísticas são feitos para analisar a
equidade dos IDEBs entre as escolas .
       Com base em tais indicadores, diversas análises são feitas. Primeiro, é
investigada, por meio de gráficos de dispersão, a relação entre os IDEBs das escolas e
os IDEBs dos municípios. Esta análise busca identificar se as escolas que fazem parte
de   municípios    que   apresentam      níveis   educacionais   semelhantes   apresentam
desempenhos parecidos. A análise permite também ver se há uma equidade no
desempenho dos municípios e escolas do país como um todo.
       Em seguida é feito um aprofundamento na análise com os dados das capitais do
país que apresentaram desempenho igual ou acima da média do Brasil no IDEB, sendo
considerado como ponto de partida no caminho para uma Educação de qualidade. Para
evitar que possíveis erros de cálculo do IDEB ou de preenchimento na planilha
divulgada pelo INEP gerem análises falsas, foram descartadas no gráfico com estes
municípios as escolas que estão entre as 10% melhores ou piores de seu município. Essa
exclusão também faz com que a análise não se perca em casos isolados.
       Também é feita uma análise com os 10 municípios do estado de São Paulo com
mais de 15 escolas que apresentaram os melhores resultados no IDEB. Esse
levantamento busca analisar se nesse estado, que possui vários municípios entre os
melhores colocados no IDEB para os anos iniciais do ensino fundamental, existe uma


Equidade entre as escolas das redes municipais                                        3
equidade entre as escolas quanto ao desempenho. No gráfico com estes municípios
também são excluídas as escolas que estão entre as 10% melhores ou piores de seu
município.
       Tanto para as capitais quanto para os melhores municípios no IDEB com pelo
menos 15 escolas do estado de São Paulo é calculado o desvio padrão das notas das
escolas, que é dado pela seguinte fórmula:




       Sendo      o IDEB de cada escola,      a média de IDEB destas escolas e n o
número de escolas.
       O objetivo do cálculo do desvio padrão é verificar a variabilidade de
desempenho entre as escolas, sendo esta tomada como uma medida de equidade da rede.
       Para facilitar o entendimento da discrepância encontrada dentro das redes
municipais, também é calculada a diferença entre os resultados obtidos pela melhor e
pela pior escola municipal dentre as consideradas nos gráficos que ilustram a situação
de equidade nas capitais e nos municípios de São Paulo que se destacaram no IDEB.
       Para verificar se a desigualdade das escolas dos municípios se deve a
desigualdades socioeconômicas é apresentado um gráfico relacionando o coeficiente de
variação (que é o desvio padrão das escolas sobre a média das mesmas) e o coeficiente
de Gini, que é um indicador de desigualdade de renda, onde 0 corresponde à completa
igualdade de renda (toda população tendo os mesmos rendimentos) e 1 corresponde à
completa desigualdade (uma pessoa com todo o rendimento e o restante da população
sem nada). Os dados de coeficiente de Gini se referem ao ano de 2003 e foram obtidos
no mapa da pobreza e desigualdade do IBGE.
       Ele pode ser expresso pela seguinte fórmula:

                     n −1
       G = 1 − ∑ ( X k +1 − X k ).(Yk +1 + Yk )
                     k =1



       Sendo X a proporção acumulada da variável "população" e Y a proporção
acumulada da variável "rendimento".


Equidade entre as escolas das redes municipais                                      4
Assim, é ilustrado se a desigualdade entre as escolas do município pode estar
sendo reflexo de sua desigualdade socioeconômica.
       Neste trabalho se considera como número de escolas de um município a
quantidade de escolas que teve o seu IDEB divulgado em 2007 pelo INEP. E para o
cálculo do desvio padrão e do coeficiente de variação é considerado como média o
desempenho médio das escolas com IDEB divulgado, para evitar problemas maiores na
análise devido a uma inconsistência entre os dados da escola e dos municípios. Estes
problemas de inconsistência podem ocorrer por diversos motivos: a não divulgação do
desempenho de todas as escolas que tem IDEB na planilha oficial divulgada pelo INEP,
arredondamento dos indicadores e erros de digitação. No entanto, nos gráficos que
relacionam os IDEBs das escolas com os IDEBs dos municípios se considera o
resultado oficial divulgado pelo INEP, tanto para os indicadores das escolas, como
também o resultado oficial divulgado para os municípios.


                             3. Resultados e Discussão


       A primeira etapa do estudo observa a dispersão das notas do IDEB relacionando
o desempenho das escolas e dos municípios. Os gráficos da figura 1 relacionam o IDEB
da rede de cada município com os respectivos IDEBs de suas escolas. Todos os gráficos
mostram que existe uma baixa equidade tanto entre os municípios quanto entre as
escolas que pertencem a municípios com faixas de IDEB semelhantes, ou seja, os
resultados das escolas diferem muito do resultado médio do município.
       Outra inferência que pode ser feita por meio da figura é que poucos municípios
já alcançaram os patamares almejados pelo governo brasileiro para 2021, isto é, com um
IDEB igual ou superior a 6, e que os municípios que estão acima desse patamar (que
estão acima da linha azul dos gráficos) possuem redes bem pequenas, com menos de 15
escolas.
       Ao considerar apenas os municípios com 15 ou mais escolas, percebe-se que são
excluídos os municípios com pior média no IDEB, que estavam num patamar abaixo de
2,5, assim como os melhores, com média acima de 6. Esta tendência é confirmada
quanto maior é o tamanho da rede, como pode-se observar por meio do “achatamento”
que ocorre com os gráficos com o aumento do tamanho da rede e a centralização dos
pontos entre as linhas referentes às notas 6 e 2,5 no IDEB (ver gráficos A, B C e D da



Equidade entre as escolas das redes municipais                                     5
figura 1). A partir disto pode-se concluir que os piores e melhores resultados do IDEB
no Brasil são encontrados em redes com um pequeno número de escolas (menos de 15).


 Figura 1: Relação entre o IDEB da rede municipal dos municípios e suas escolas




       Para facilitar a análise e servir como exemplo, foram destacados em linhas
laranja no gráfico D da figura 1 os resultados de municípios cujo IDEB médio foi 5,1 e
cujos resultados das escolas variaram de menos de 3 pontos até quase 7,5 pontos. Nota-
se que nestes gráficos os municípios não podem ser identificados isoladamente, visto
que mais de um município pode ter obtido mesmo resultado médio no IDEB, o que faz
com que as suas escolas estejam representadas na mesma linha. Deve-se atentar também




Equidade entre as escolas das redes municipais                                     6
que os pontos ilustrados nos gráficos não necessariamente representam somente uma
escola, pois pode existir uma sobreposição de resultados.
        Um ponto importante destacado por este estudo é que, mesmo em municípios
que apresentam média no IDEB superior àquela alcançada no Brasil, há uma grande
desigualdade na qualidade de educação dentro da rede municipal. Mesmo nos
municípios que atingiram desempenhos próximos ou superiores a 5 no IDEB, nem todas
suas escolas encontram-se nesse mesmo patamar de qualidade. Enquanto há algumas
escolas que apresentam resultados muito acima da média nacional, com desempenhos
acima de 6, verificam-se outras escolas que estão muito abaixo deste desempenho
médio nacional, apresentando um resultado abaixo de 3 pontos.
        O segundo momento da pesquisa analisa casos específicos das capitais
brasileiras, com foco na relação entre o IDEB das escolas e o do município. Ao observar
a figura 2 e na tabela 1 pode-se analisar a equidade das escolas da rede municipal das
capitais brasileiras que estão iguais ou acima da média do país (IDEB ≥ 4,2), visando
constatar se há equidade de desempenho entre as escolas dessas redes. Para verificação
da consistência dos dados, previamente ao estudo, cada desvio padrão dos municípios
analisados foi comparado aos de 2005, não sendo verificadas grandes mudanças.
        Na figura 2 as capitais estão agrupadas de acordo com seu IDEB e ordenadas de
acordo com o desvio padrão observado dentro da rede. Esta figura mostra que existe
uma grande variabilidade de resultados entre as escolas da rede municipal das capitais.
Observa-se, por exemplo, que dentre as três capitais com melhor resultado no IDEB
(Campo Grande, Curitiba e Florianópolis), a última é a que apresenta menor dispersão,
indicando uma maior equidade nesta rede, quando comparada com as das outras
capitais.




Equidade entre as escolas das redes municipais                                      7
Figura 2: Relação entre o IDEB da rede municipal de algumas capitais e suas
                                        escolas




       É interessante notar que, entre 5 capitais que obtiveram IDEB igual a 4,4,
encontram-se a capital com menor desvio padrão (Boa Vista) e aquela com o segundo
maior desvio padrão (Belo Horizonte) de todas as capitais estudadas.
       Esta discrepância entre os municípios também se verifica ao comparar as escolas
com melhor e pior resultado na rede municipal. A diferença de resultados encontrada
em Belo Horizonte é de cerca de 48%, enquanto em Boa Vista é aproximadamente 17%.
Isto nos permite afirmar que apesar de terem resultado igual no IDEB, a equidade
dentro das redes é muito diferente nesses municípios.




Equidade entre as escolas das redes municipais                                     8
Tabela 1: IDEB e desvio padrão das redes municipais das capitais com
                 desempenho no IDEB igual ou superior à média do país


                                                                   Comparação entre
                                                                   a melhor (A) e pior
                                   IDEB da                         (B) escola (% que
                                     rede            Desvio         A foi melhor que
                                                                              1
                 Município         municipal         padrão                B)
               Belo Horizonte         4,4              0,73              48,57%
                 Boa Vista            4,4             0,319              17,50%
               Campo Grande           5,1             0,543              26,09%
                   Curitiba           5,1             0,582              31,11%
                Florianópolis          5              0,513              20,00%
                   Goiânia            4,2             0,561              40,00%
                   Palmas             4,4             0,513              30,77%
                 Rio Branco           4,4             0,479              28,21%
               Rio de Janeiro         4,5             0,627              42,11%
                 São Paulo            4,3             0,535              38,89%
                  Teresina            4,4             0,576              37,84%
                   Vitória            4,2             0,766              51,43%


        A tabela 1 mostra que o município de Boa Vista, dentre as redes municipais das
capitais que obtiveram desempenho superior ou igual à média do Brasil, possui uma
maior equidade2 entre as suas escolas, enquanto Vitória é o município cuja rede
apresenta maiores diferenças entre os resultados de suas escolas. Isto é demonstrado por
meio da diferença entre o maior e o menor resultado no IDEB de escolas dentro da rede.
Enquanto em Boa Vista esta diferença é de cerca de 17%, em Vitória é
aproximadamente 51%. Mesmo desconsiderando as escolas que estão entre as 10%
melhores ou 10% piores de seu município verifica-se que há uma grande discrepância
entre o resultado da melhor e da pior escola que são consideradas no gráfico.
        O problema de diferenças de rendimento entre escolas não é verificado apenas
nas capitais, que geralmente possuem redes mais extensas. O problema estende-se para
todo o país, independentemente da região. A figura 3 e a tabela 2 ilustram esta
afirmação ao mostrar que, para os municípios do estado de São Paulo com no mínimo
15 escolas e que possuem os IDEBs mais altos do estado, a situação é a mesma
verificada nas capitais.

1
  Esses números, assim como na figura 2, não consideram as escolas que estão entre as 10% melhores ou
10% piores de seu município.
2
  A comparação de equidade entre redes é mais bem medida por meio do cálculo de coeficiente de
variação do resultado das escolas no IDEB. No entanto, para facilitar o entendimento e como a média das
redes municipais analisadas não difere muito, neste estudo utilizamos os dados do desvio padrão. Os
exemplos mencionados foram verificados também por meio do cálculo do coeficiente de variação.


Equidade entre as escolas das redes municipais                                                      9
Observa-se que em Jundiaí a variabilidade dos resultados das escolas é bem alta,
mesmo desconsiderando as escolas que estão entre as 10% piores ou 10% melhores do
município. A análise com todas as escolas aponta um desvio padrão de quase 0,8, sendo
que a diferença entre o menor e o maior resultado no IDEB dentro da rede é de 47,62%,
mesmo desconsiderando os resultados extremos. Entre municípios que obtiveram o
mesmo resultado no IDEB também existe uma grande diferença de desvio padrão. Por
exemplo, enquanto Mogi Guaçu e São José do Rio Preto tiveram resultado 5,5 no IDEB,
o desvio padrão encontrado no segundo município é bem maior do que o encontrado no
primeiro, assim como a diferença entre a pior e a melhor escola.


Figura 3: Relação entre o IDEB da rede municipal de municípios do estado de São
            Paulo que se destacaram na pontuação do IDEB e suas escolas


                          5,72
                            5,7
   Santa Bárbara d'Oeste (5,8)
                          5,68
                          5,66
                           5,64
              Indaiatuba (5,6)
                           5,62
                          5,6
   São José dos Campos (5,6)
                           5,58
                 Marília (5,6)
                           5,56
                         5,54
             Mogi Guaçu (5,5)
                         5,52
                            5,5
   São José do Rio Preto (5,5)
                           5,48
                          5,46
                          5,44
                          5,42
                            5,4
              Votorantim (5,4)
              Rio Claro (5,4)
                          5,38
                          5,36
                          5,34
              Araçatuba (5,3)
                          5,32
                Jundiaí (5,3)
                           5,3
                          5,28
                          5,26
                          5,24
                                  4   4,25   4,5     4,75    5    5,25   5,5   5,75     6   6,25   6,5

                                                   IDEB das escolas da rede municipal




Equidade entre as escolas das redes municipais                                                     10
Por sua vez, os resultados mostram que existem alguns municípios em que é
verificada ao menos uma razoável homogeneidade nos resultados das escolas da rede
municipal. Indaiatuba e Santa Bárbara d’Oeste são bons exemplos. O desvio padrão
calculado é de 0,34 para Indaiatuba e 0,4 para Santa Bárbara d’Oeste, e as diferenças de
resultados entre a pior e a melhor escola em suas redes são inferiores a 13%. Além de
apresentarem resultados significativamente superiores à média nacional no IDEB (5,6 e
5,8 respectivamente) os municípios garantem uma boa homogeneidade de resultados em
sua rede.


    Tabela 2: IDEB e Coeficiente de variação das redes municipais dos municípios do
    estado de São Paulo com pelo menos 15 escolas que obtiveram a maior pontuação
                                             no IDEB


                                                                    Comparação entre
                                         IDEB da                    a melhor (A) e pior
                                           rede         Desvio     (B) escola (% que A
                                                                                      3
                  Município              municipal      padrão      foi melhor que B)
                   Araçatuba                5,3          0,529           31,82%
                  Indaiatuba                5,6          0,342           11,76%
                    Jundiaí                 5,3          0,779           47,62%
                    Marília                 5,6          0,518           29,17%
                  Mogi Guaçu                5,5          0,444           15,69%
                   Rio Claro                5,4          0,643           33,33%
             Santa Bárbara d’Oeste          5,8          0,402           12,73%
             São José do Rio Preto          5,5          0,602           28,00%
             São José dos Campos            5,6          0,517           28,57%
                  Votorantim                5,4          0,552           24,49%


         Um argumento que pode ser apresentado pelos gestores locais de educação é que
a iniquidade apresentada dentro de sua rede de Educação é um reflexo da desigualdade
socioeconômica existente no município, e que medidas para diminuir a iniquidade
envolvem ações muito mais abrangentes do que sua área de atuação. Certamente alguns
aspectos relacionados à equidade refletem problemas mais abrangentes encontrados nos
municípios, mas não se pode restringir o problema da equidade à desigualdade. Ao
analisar o coeficiente de variação dos IDEBs das escolas (desvio padrão dividido pela
média municipal) e o coeficiente de desigualdade no município procura-se estabelecer



3
 Esses números, assim como na figura 3, não consideram as escolas que estão entre as 10% melhores ou
10% piores do município.


Equidade entre as escolas das redes municipais                                                    11
se há uma relação entre diferenças de rendimento escolar dentro de uma rede municipal
e a desigualdade socioeconômica encontrada no município.
       O coeficiente utilizado para medir a desigualdade no município é o coeficiente
de Gini, que é parâmetro internacional usado para medir a desigualdade de distribuição
de renda e varia entre 0 e 1, sendo que quanto mais próximo do zero menor é a
desigualdade de renda.


Figura 4: Relação entre coeficiente de variação dos resultados municipais no IDEB
e coeficiente de Gini municipal das capitais

                                     0,200
                                     0,180
           coeficiente de variação




                                     0,160
                                     0,140
                                     0,120
                                     0,100
                                     0,080
                                     0,060
                                     0,040
                                     0,020
                                     0,000
                                          0,37   0,41          0,45           0,49   0,53

                                                        coeficiente de GINI



       Observa-se que, ao contrário do que se poderia esperar, não há uma relação clara
entre iniquidade na educação e desigualdade socioeconômica. Ao contrário, municípios
que apresentam coeficiente de Gini bastante similar possuem coeficientes de variação
de rendimento na educação bem diferentes. Mesmo sem aprofundar a discussão a
respeito do impacto da diferença entre coeficientes, a dispersão dos pontos no gráfico
mostra que não é possível estabelecer uma relação linear entre os dois coeficientes.
       O mesmo é observado na figura 5, que mostra a relação de coeficiente de Gini e
a variação de resultado na Educação entre municípios do estado de São Paulo. Por
exemplo, dois municípios que apresentam exatamente o mesmo coeficiente de Gini
(0,39) apresentam variações dos resultados na educação muito diferentes (0,08 e 0,146).
Ao mesmo tempo, existem casos nos quais há similaridade de resultado, como os




Equidade entre as escolas das redes municipais                                              12
municípios que possuem Gini igual a 0,47 e seu coeficiente de variação praticamente o
mesmo (0,102 e 0,109).


Figura 5: Relação entre coeficiente de variação dos resultados municipais no IDEB
e coeficiente de Gini municipal dos municípios com maior IDEB de São Paulo



                                     0,160

                                     0,140
           coeficiente de variação




                                     0,120

                                     0,100

                                     0,080

                                     0,060

                                     0,040

                                     0,020

                                     0,000
                                         0,37   0,41            0,45    0,49

                                                coeficiente de GINI




       Assim, conclui-se que, apesar de não ser descartada a influência da distribuição
de renda sobre as diferenças de resultado na educação, este não é o único fator que a
determina, visto que não é possível estabelecer uma relação clara entre estes dois
coeficientes.


                                                4. Conclusões


       Os indicadores de IDEB das escolas das redes municipais e de seus municípios
mostram que existe uma grande variabilidade nos resultados entre as escolas
pertencentes a municípios com um desempenho no IDEB semelhante. Ao analisar
separadamente alguns municípios, sejam capitais ou municípios do estado de São Paulo
que se destacaram nas pontuações de IDEB, verificou-se que, salvo algumas exceções,
existe uma grande diferença entre os resultados das escolas.
       Esta variabilidade aponta para um problema que permeia grande parte das redes
de escolas municipais no Brasil: a qualidade da Educação oferecida em um município



Equidade entre as escolas das redes municipais                                      13
difere muito entre as diferentes escolas. Isto significa que há pouca equidade na oferta
de Educação para alunos da rede municipal. Este problema é histórico. Castro afirma
que “o sistema educacional brasileiro apresenta um déficit muito acentuado no que
tange à garantia de condições mínimas de equidade, tanto do ponto de vista do acesso
quanto da qualidade do ensino ofertado pelas escolas públicas.” (Castro, 1999, p. 35).
       Os resultados desse estudo servem para ilustrar a variação dos resultados
atingidos por escolas dentro das redes municipais, mas não é possível afirmar qual seu
grau de iniquidade, visto que não há, até o momento, uma definição quanto a um valor
considerado ideal para o desvio padrão e para o coeficiente de variação de resultados na
educação. Isto deve ser estabelecido pelos gestores públicos, em parceria com os
estudiosos e pesquisadores da área da Educação.
       A diferença na equidade na educação não pode ser atribuída somente a fatores
relacionados à desigualdade socioeconômica. Quando analisada a dispersão dos
resultados em comparação com a desigualdade socioeconômica dos municípios, pode-se
observar que tal desigualdade não justifica a iniquidade na educação, visto que
municípios que apresentam mesmo coeficiente de Gini (mesmo grau de desigualdade)
apresentaram diferentes graus de dispersão quanto à qualidade da educação ofertada.
       Os resultados indicam que existe uma falta de equidade nas redes municipais do
país e que a equidade é um tema que deve ser levado à pauta nas discussões sobre
Educação. As causas de tal iniquidade não foram objeto deste estudo, devido à ampla
variabilidade das mesmas. No entanto, cabe a cada gestor público da Educação buscar
identificar quais são estas causas em sua região e adotar as medidas adequadas para
saná-las. Conforme afirmado por Soares e Andrade, “a equidade, por ser de mais difícil
caracterização, não é usualmente considerada quando a sociedade avalia a escola, mas é
crucial para os gestores públicos interessados em implementar políticas públicas
educacionais inclusivas.” (Soares e Andrade, 2006, p 110).
       A garantia ao acesso e a uma educação de qualidade deve ser para todos,
independente de qualquer aspecto que os diferencie. Tal equidade somente será
alcançada quando patamares mínimos de Educação forem alcançados por todas as
escolas públicas do país. O tratamento equitativo exige que seja dado tratamento
especial para as escolas que apresentam mais dificuldade para atingir a qualidade
esperada na Educação, visando equilibrar seus resultados em comparação com as
demais.



Equidade entre as escolas das redes municipais                                           14
O direito à Educação está vinculado diretamente à garantia ao acesso de todos a
uma Educação de qualidade, de forma equitativa. “Idealmente não basta que a escola
seja boa; ela deve ser boa para todos os seus alunos, independente do nível econômico,
cor da pele e gênero.” (Soares e Andrade, 2006, p. 110). O município deve oferecer
condições para que todas as escolas obtenham resultados satisfatórios, garantindo a toda
criança as mesmas oportunidades de acesso a uma Educação de qualidade.
        Assim, este estudo sugere que, ao analisar o resultado de um município no
IDEB, o gestor deve também observar a dispersão dos resultados dentro da rede de
escolas. A preocupação com a equidade é tão importante quanto o aumento do IDEB e
deve ser também prioridade no momento de construção das políticas públicas.


                                5. Referências Bibliográficas


CASTRO, Maria Helena Guimarães de. A Educação para o século XXI: o desafio da
qualidade e da equidade / Maria Helena Guimarães de Castro. – Brasília: Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 1999.


INEP. Disponível em:
http://www.inep.gov.br/pesquisa/thesaurus/thesaurus.asp?te1=31674&te2=38719&te3=
32169&te4=31107&te5=32184&te6=147182, acessado em 23 de Abril de 2010.


SOARES, José Francisco e ANDRADE, Renato Júdice. Nível socioeconômico,
qualidade e equidade das escolas de Belo Horizonte. In: Ensaio: aval. pol. públ. Educ.,
Rio de Janeiro, v.14, n.50, p. 107-126, jan./mar. 2006.



i
 Estudo realizado pela equipe de analistas de conteúdo técnico do movimento Todos Pela Educação em
Abril de 2010.




Equidade entre as escolas das redes municipais                                                   15

Contenu connexe

Tendances

Sistema de Escrita Alfabética - PNAIC
Sistema de Escrita Alfabética - PNAICSistema de Escrita Alfabética - PNAIC
Sistema de Escrita Alfabética - PNAICVera Marlize Schröer
 
Coordenação Pedagogica
Coordenação PedagogicaCoordenação Pedagogica
Coordenação Pedagogicaserradourado
 
Apresentação escolas tempo integral escola de formação
Apresentação escolas tempo integral  escola de formaçãoApresentação escolas tempo integral  escola de formação
Apresentação escolas tempo integral escola de formaçãoangelagjsilva
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL IIESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL IIFábio Ribeiro Silva
 
143313395 plano-de-intervencao-pedagogica-2012
143313395 plano-de-intervencao-pedagogica-2012143313395 plano-de-intervencao-pedagogica-2012
143313395 plano-de-intervencao-pedagogica-2012Selma Coimbra
 
O Papel Do Professor
O Papel Do ProfessorO Papel Do Professor
O Papel Do Professorpaula lopes
 
OFICINA: O LÚDICO COMO REFORÇO NA APRENDIZAGEM
OFICINA: O LÚDICO COMO REFORÇO NA APRENDIZAGEMOFICINA: O LÚDICO COMO REFORÇO NA APRENDIZAGEM
OFICINA: O LÚDICO COMO REFORÇO NA APRENDIZAGEMMargarete Nogueira
 
Coordenador Pedagógico
Coordenador PedagógicoCoordenador Pedagógico
Coordenador PedagógicoNailson Rocha
 
Ações do professor coordenador
Ações do professor coordenadorAções do professor coordenador
Ações do professor coordenadorsitedcoeste
 
Ficha diagnóstica - LÍNGUA PORTUGUESA
Ficha diagnóstica - LÍNGUA PORTUGUESAFicha diagnóstica - LÍNGUA PORTUGUESA
Ficha diagnóstica - LÍNGUA PORTUGUESAjosivaldopassos
 
Apresentação alfabetização e letramento
Apresentação alfabetização e letramentoApresentação alfabetização e letramento
Apresentação alfabetização e letramentoVivi Veloso
 
Projeto da e.e.antônio nogueira da fonseca 1º ao 5º ano
Projeto da e.e.antônio nogueira da fonseca 1º ao 5º anoProjeto da e.e.antônio nogueira da fonseca 1º ao 5º ano
Projeto da e.e.antônio nogueira da fonseca 1º ao 5º anoNayane Mertens
 
Práticas em Supervisão Escolar
Práticas em Supervisão EscolarPráticas em Supervisão Escolar
Práticas em Supervisão Escolardelicia2
 
Alfabetização e letramento (slide)
Alfabetização e letramento (slide)Alfabetização e letramento (slide)
Alfabetização e letramento (slide)PamelaAschoff
 
Angela proposta coordenação 2012
Angela proposta coordenação 2012Angela proposta coordenação 2012
Angela proposta coordenação 2012Angela Silva
 

Tendances (20)

Sistema de Escrita Alfabética - PNAIC
Sistema de Escrita Alfabética - PNAICSistema de Escrita Alfabética - PNAIC
Sistema de Escrita Alfabética - PNAIC
 
Plano de gestão feito
Plano de gestão feitoPlano de gestão feito
Plano de gestão feito
 
Coordenação Pedagogica
Coordenação PedagogicaCoordenação Pedagogica
Coordenação Pedagogica
 
Apresentação escolas tempo integral escola de formação
Apresentação escolas tempo integral  escola de formaçãoApresentação escolas tempo integral  escola de formação
Apresentação escolas tempo integral escola de formação
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL IIESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II
 
143313395 plano-de-intervencao-pedagogica-2012
143313395 plano-de-intervencao-pedagogica-2012143313395 plano-de-intervencao-pedagogica-2012
143313395 plano-de-intervencao-pedagogica-2012
 
O Papel Do Professor
O Papel Do ProfessorO Papel Do Professor
O Papel Do Professor
 
OFICINA: O LÚDICO COMO REFORÇO NA APRENDIZAGEM
OFICINA: O LÚDICO COMO REFORÇO NA APRENDIZAGEMOFICINA: O LÚDICO COMO REFORÇO NA APRENDIZAGEM
OFICINA: O LÚDICO COMO REFORÇO NA APRENDIZAGEM
 
Plano de-aula prof-fabiana
Plano de-aula prof-fabianaPlano de-aula prof-fabiana
Plano de-aula prof-fabiana
 
Coordenador Pedagógico
Coordenador PedagógicoCoordenador Pedagógico
Coordenador Pedagógico
 
Ações do professor coordenador
Ações do professor coordenadorAções do professor coordenador
Ações do professor coordenador
 
Ficha diagnóstica - LÍNGUA PORTUGUESA
Ficha diagnóstica - LÍNGUA PORTUGUESAFicha diagnóstica - LÍNGUA PORTUGUESA
Ficha diagnóstica - LÍNGUA PORTUGUESA
 
Pré projeto
Pré projetoPré projeto
Pré projeto
 
Apresentação alfabetização e letramento
Apresentação alfabetização e letramentoApresentação alfabetização e letramento
Apresentação alfabetização e letramento
 
Projeto da e.e.antônio nogueira da fonseca 1º ao 5º ano
Projeto da e.e.antônio nogueira da fonseca 1º ao 5º anoProjeto da e.e.antônio nogueira da fonseca 1º ao 5º ano
Projeto da e.e.antônio nogueira da fonseca 1º ao 5º ano
 
Práticas em Supervisão Escolar
Práticas em Supervisão EscolarPráticas em Supervisão Escolar
Práticas em Supervisão Escolar
 
Alfabetização e letramento (slide)
Alfabetização e letramento (slide)Alfabetização e letramento (slide)
Alfabetização e letramento (slide)
 
Práticas de alfabetização
Práticas de alfabetizaçãoPráticas de alfabetização
Práticas de alfabetização
 
BNCC_EDUC_INF.pptx
BNCC_EDUC_INF.pptxBNCC_EDUC_INF.pptx
BNCC_EDUC_INF.pptx
 
Angela proposta coordenação 2012
Angela proposta coordenação 2012Angela proposta coordenação 2012
Angela proposta coordenação 2012
 

En vedette

tecologia e esola - Eduardo Chaves
tecologia e esola - Eduardo Chavestecologia e esola - Eduardo Chaves
tecologia e esola - Eduardo Chavesgandhiferrari
 
IDEB 2009 - Estados da Federação
IDEB 2009 - Estados da FederaçãoIDEB 2009 - Estados da Federação
IDEB 2009 - Estados da FederaçãoThiago Peixoto
 
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) Gleisi Hoffmann
 
Bons Resultados no Ideb
Bons Resultados no Ideb Bons Resultados no Ideb
Bons Resultados no Ideb Iasmin Marinho
 
Olhares sobre o Ideb
Olhares sobre o Ideb Olhares sobre o Ideb
Olhares sobre o Ideb Rubens Junior
 
Ideb, Prova Brasil
Ideb, Prova BrasilIdeb, Prova Brasil
Ideb, Prova Brasilzearaujo
 
Ideias para a melhoria do IDEB
Ideias para a melhoria do IDEBIdeias para a melhoria do IDEB
Ideias para a melhoria do IDEBJorge Elarrat
 
A escola diante dos indicadores
A escola diante dos indicadoresA escola diante dos indicadores
A escola diante dos indicadoresEditora Moderna
 
Prova Brasil ApresentaçãO
Prova Brasil ApresentaçãOProva Brasil ApresentaçãO
Prova Brasil ApresentaçãOescola
 
Simulado prova-brasil- 2º ano
Simulado prova-brasil- 2º ano Simulado prova-brasil- 2º ano
Simulado prova-brasil- 2º ano Mara Sueli
 

En vedette (13)

tecologia e esola - Eduardo Chaves
tecologia e esola - Eduardo Chavestecologia e esola - Eduardo Chaves
tecologia e esola - Eduardo Chaves
 
IDEB 2009 - Estados da Federação
IDEB 2009 - Estados da FederaçãoIDEB 2009 - Estados da Federação
IDEB 2009 - Estados da Federação
 
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)
 
Bons Resultados no Ideb
Bons Resultados no Ideb Bons Resultados no Ideb
Bons Resultados no Ideb
 
Pesquisa UNESCO
Pesquisa UNESCOPesquisa UNESCO
Pesquisa UNESCO
 
Avaliações externas
Avaliações externasAvaliações externas
Avaliações externas
 
Olhares sobre o Ideb
Olhares sobre o Ideb Olhares sobre o Ideb
Olhares sobre o Ideb
 
Ideb, Prova Brasil
Ideb, Prova BrasilIdeb, Prova Brasil
Ideb, Prova Brasil
 
Ideias para a melhoria do IDEB
Ideias para a melhoria do IDEBIdeias para a melhoria do IDEB
Ideias para a melhoria do IDEB
 
Provinha brasil blog
Provinha brasil   blogProvinha brasil   blog
Provinha brasil blog
 
A escola diante dos indicadores
A escola diante dos indicadoresA escola diante dos indicadores
A escola diante dos indicadores
 
Prova Brasil ApresentaçãO
Prova Brasil ApresentaçãOProva Brasil ApresentaçãO
Prova Brasil ApresentaçãO
 
Simulado prova-brasil- 2º ano
Simulado prova-brasil- 2º ano Simulado prova-brasil- 2º ano
Simulado prova-brasil- 2º ano
 

Similaire à Equidade entre as escolas

Relatório ideb recife final
Relatório ideb recife finalRelatório ideb recife final
Relatório ideb recife finalJamildo Melo
 
SLIDES IDEB.ppt
SLIDES IDEB.pptSLIDES IDEB.ppt
SLIDES IDEB.pptFabioPaz10
 
Sistemas Nacionais de Avaliação e de Informações Educacionais. São Paulo em P...
Sistemas Nacionais de Avaliação e de Informações Educacionais. São Paulo em P...Sistemas Nacionais de Avaliação e de Informações Educacionais. São Paulo em P...
Sistemas Nacionais de Avaliação e de Informações Educacionais. São Paulo em P...Soares Junior
 
Avaliação duja
Avaliação dujaAvaliação duja
Avaliação dujaprefjarinu
 
Relatório Analítico e Estatítico.pptx
Relatório Analítico e Estatítico.pptxRelatório Analítico e Estatítico.pptx
Relatório Analítico e Estatítico.pptxNatalinaChikushi
 
Bons Resultados no Ideb - Ceará
Bons Resultados no Ideb - CearáBons Resultados no Ideb - Ceará
Bons Resultados no Ideb - CearáIasmin Marinho
 
Informe resultados inaf2011_versao final_12072012b (1)
Informe resultados inaf2011_versao final_12072012b (1)Informe resultados inaf2011_versao final_12072012b (1)
Informe resultados inaf2011_versao final_12072012b (1)Carla Fernanda Matté Marengo
 
Saeb prova e provinha brasil
Saeb prova e provinha brasilSaeb prova e provinha brasil
Saeb prova e provinha brasilEDILENE CABRAL
 
RE(VCSS)78752248291EXXII_21_07_2021.docx
RE(VCSS)78752248291EXXII_21_07_2021.docxRE(VCSS)78752248291EXXII_21_07_2021.docx
RE(VCSS)78752248291EXXII_21_07_2021.docxVanessa Cardoso
 
1_Mozart_Neves.pptx
1_Mozart_Neves.pptx1_Mozart_Neves.pptx
1_Mozart_Neves.pptxmocardoso
 
Módulo 3 (Educação 6)
Módulo 3 (Educação 6)Módulo 3 (Educação 6)
Módulo 3 (Educação 6)guestd395ed
 
4012-Texto do Artigo-18769-18586-10-20161222.pdf
4012-Texto do Artigo-18769-18586-10-20161222.pdf4012-Texto do Artigo-18769-18586-10-20161222.pdf
4012-Texto do Artigo-18769-18586-10-20161222.pdfAlexLeao4
 
Prova brasil matriz2
Prova brasil matriz2Prova brasil matriz2
Prova brasil matriz2Raquel Becker
 
Freitas, luiz carlos. sobre avaliacao de sistema
Freitas, luiz carlos. sobre avaliacao de sistemaFreitas, luiz carlos. sobre avaliacao de sistema
Freitas, luiz carlos. sobre avaliacao de sistemaMariano Marchitiello
 

Similaire à Equidade entre as escolas (20)

Relatório ideb recife final
Relatório ideb recife finalRelatório ideb recife final
Relatório ideb recife final
 
IDEB 2017 -
IDEB 2017 - IDEB 2017 -
IDEB 2017 -
 
SLIDES IDEB.ppt
SLIDES IDEB.pptSLIDES IDEB.ppt
SLIDES IDEB.ppt
 
Sistemas Nacionais de Avaliação e de Informações Educacionais. São Paulo em P...
Sistemas Nacionais de Avaliação e de Informações Educacionais. São Paulo em P...Sistemas Nacionais de Avaliação e de Informações Educacionais. São Paulo em P...
Sistemas Nacionais de Avaliação e de Informações Educacionais. São Paulo em P...
 
Avaliação duja
Avaliação dujaAvaliação duja
Avaliação duja
 
Relatório Analítico e Estatítico.pptx
Relatório Analítico e Estatítico.pptxRelatório Analítico e Estatítico.pptx
Relatório Analítico e Estatítico.pptx
 
Bons Resultados no Ideb - Ceará
Bons Resultados no Ideb - CearáBons Resultados no Ideb - Ceará
Bons Resultados no Ideb - Ceará
 
Informe resultados inaf2011_versao final_12072012b (1)
Informe resultados inaf2011_versao final_12072012b (1)Informe resultados inaf2011_versao final_12072012b (1)
Informe resultados inaf2011_versao final_12072012b (1)
 
Saeb prova e provinha brasil
Saeb prova e provinha brasilSaeb prova e provinha brasil
Saeb prova e provinha brasil
 
RE(VCSS)78752248291EXXII_21_07_2021.docx
RE(VCSS)78752248291EXXII_21_07_2021.docxRE(VCSS)78752248291EXXII_21_07_2021.docx
RE(VCSS)78752248291EXXII_21_07_2021.docx
 
1_Mozart_Neves.pptx
1_Mozart_Neves.pptx1_Mozart_Neves.pptx
1_Mozart_Neves.pptx
 
Módulo 3 (Educação 6)
Módulo 3 (Educação 6)Módulo 3 (Educação 6)
Módulo 3 (Educação 6)
 
4012-Texto do Artigo-18769-18586-10-20161222.pdf
4012-Texto do Artigo-18769-18586-10-20161222.pdf4012-Texto do Artigo-18769-18586-10-20161222.pdf
4012-Texto do Artigo-18769-18586-10-20161222.pdf
 
Prova brasil matriz2
Prova brasil matriz2Prova brasil matriz2
Prova brasil matriz2
 
Prova brasil matriz
Prova brasil matrizProva brasil matriz
Prova brasil matriz
 
Paula rocha bonadia trabalho
Paula rocha bonadia trabalhoPaula rocha bonadia trabalho
Paula rocha bonadia trabalho
 
Rankings 2011 - 2012
Rankings 2011 - 2012Rankings 2011 - 2012
Rankings 2011 - 2012
 
Kit de imprensa Sonhação 2016
Kit de imprensa Sonhação 2016Kit de imprensa Sonhação 2016
Kit de imprensa Sonhação 2016
 
Freitas, luiz carlos. sobre avaliacao de sistema
Freitas, luiz carlos. sobre avaliacao de sistemaFreitas, luiz carlos. sobre avaliacao de sistema
Freitas, luiz carlos. sobre avaliacao de sistema
 
IDEB e a Educação em Caucaia, Ceará.
IDEB e a Educação em Caucaia, Ceará.IDEB e a Educação em Caucaia, Ceará.
IDEB e a Educação em Caucaia, Ceará.
 

Plus de Thiago Peixoto

Valor dos impostos sobre os produtos
Valor dos impostos sobre os produtosValor dos impostos sobre os produtos
Valor dos impostos sobre os produtosThiago Peixoto
 
GO não repassou R$ 2,6 mi ao FUNDEB
GO não repassou R$ 2,6 mi ao FUNDEBGO não repassou R$ 2,6 mi ao FUNDEB
GO não repassou R$ 2,6 mi ao FUNDEBThiago Peixoto
 
Educação: o desafio de mudar
Educação: o desafio de mudar Educação: o desafio de mudar
Educação: o desafio de mudar Thiago Peixoto
 
Impacto Econômico de BSB no Centro-Oeste
Impacto Econômico de BSB no Centro-OesteImpacto Econômico de BSB no Centro-Oeste
Impacto Econômico de BSB no Centro-OesteThiago Peixoto
 
Educação: o desafio de mudar
Educação: o desafio de mudar Educação: o desafio de mudar
Educação: o desafio de mudar Thiago Peixoto
 
Mudanças Climáticas e Consumo Responsável
Mudanças Climáticas e Consumo ResponsávelMudanças Climáticas e Consumo Responsável
Mudanças Climáticas e Consumo ResponsávelThiago Peixoto
 
Salário Mínimo Regional
Salário Mínimo RegionalSalário Mínimo Regional
Salário Mínimo RegionalThiago Peixoto
 
Impactos Salário Regional
Impactos Salário RegionalImpactos Salário Regional
Impactos Salário RegionalThiago Peixoto
 
Iniciativas de Sucesso - Reciclagem
Iniciativas de Sucesso - ReciclagemIniciativas de Sucesso - Reciclagem
Iniciativas de Sucesso - ReciclagemThiago Peixoto
 
Brasileiro desconhece políticos
Brasileiro desconhece políticosBrasileiro desconhece políticos
Brasileiro desconhece políticosThiago Peixoto
 
Horário Coleta Seletiva em Goiânia
Horário Coleta Seletiva em GoiâniaHorário Coleta Seletiva em Goiânia
Horário Coleta Seletiva em GoiâniaThiago Peixoto
 
Uso de computadores nas Escolas
Uso de computadores nas EscolasUso de computadores nas Escolas
Uso de computadores nas EscolasThiago Peixoto
 
Economia do Conhecimento
Economia do ConhecimentoEconomia do Conhecimento
Economia do ConhecimentoThiago Peixoto
 
A Independência dos Poderes
A Independência dos PoderesA Independência dos Poderes
A Independência dos PoderesThiago Peixoto
 

Plus de Thiago Peixoto (20)

De olho nas metas
De olho nas metasDe olho nas metas
De olho nas metas
 
Valor dos impostos sobre os produtos
Valor dos impostos sobre os produtosValor dos impostos sobre os produtos
Valor dos impostos sobre os produtos
 
Brasília: 50 anos
Brasília: 50 anosBrasília: 50 anos
Brasília: 50 anos
 
IDEB 2009
IDEB 2009IDEB 2009
IDEB 2009
 
GO não repassou R$ 2,6 mi ao FUNDEB
GO não repassou R$ 2,6 mi ao FUNDEBGO não repassou R$ 2,6 mi ao FUNDEB
GO não repassou R$ 2,6 mi ao FUNDEB
 
Educação: o desafio de mudar
Educação: o desafio de mudar Educação: o desafio de mudar
Educação: o desafio de mudar
 
Impacto Econômico de BSB no Centro-Oeste
Impacto Econômico de BSB no Centro-OesteImpacto Econômico de BSB no Centro-Oeste
Impacto Econômico de BSB no Centro-Oeste
 
Educação: o desafio de mudar
Educação: o desafio de mudar Educação: o desafio de mudar
Educação: o desafio de mudar
 
Mudanças Climáticas e Consumo Responsável
Mudanças Climáticas e Consumo ResponsávelMudanças Climáticas e Consumo Responsável
Mudanças Climáticas e Consumo Responsável
 
Salário Mínimo Regional
Salário Mínimo RegionalSalário Mínimo Regional
Salário Mínimo Regional
 
Impactos Salário Regional
Impactos Salário RegionalImpactos Salário Regional
Impactos Salário Regional
 
Iniciativas de Sucesso - Reciclagem
Iniciativas de Sucesso - ReciclagemIniciativas de Sucesso - Reciclagem
Iniciativas de Sucesso - Reciclagem
 
Brasileiro desconhece políticos
Brasileiro desconhece políticosBrasileiro desconhece políticos
Brasileiro desconhece políticos
 
Horário Coleta Seletiva em Goiânia
Horário Coleta Seletiva em GoiâniaHorário Coleta Seletiva em Goiânia
Horário Coleta Seletiva em Goiânia
 
Goianésia
GoianésiaGoianésia
Goianésia
 
Uso de computadores nas Escolas
Uso de computadores nas EscolasUso de computadores nas Escolas
Uso de computadores nas Escolas
 
Economia do Conhecimento
Economia do ConhecimentoEconomia do Conhecimento
Economia do Conhecimento
 
Anápolis
AnápolisAnápolis
Anápolis
 
Aragoiânia
AragoiâniaAragoiânia
Aragoiânia
 
A Independência dos Poderes
A Independência dos PoderesA Independência dos Poderes
A Independência dos Poderes
 

Dernier

COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAHELENO FAVACHO
 
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdfatividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdfLuizaAbaAba
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasSocorro Machado
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 

Dernier (20)

COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdfatividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 

Equidade entre as escolas

  • 1. Equidade entre as escolas das redes municipais Uma análise com base nos dados de IDEB para municípios e escolasi 1. Introdução Os aspectos mais abordados em análises sobre a Educação no Brasil são relacionados aos desafios quanto ao acesso, à qualidade e à equidade. Estes três fatores constituem o fundamento do direito à Educação e devem ser objeto prioritário das políticas públicas. O acesso à Educação foi o tema predominante no debate até maior parte da década de 1990 por ser visto como essencial para acelerar o desenvolvimento do Brasil. Mais recentemente, com a aprovação da Emenda Constitucional 59/09 que institui a obrigatoriedade de ensino para todas as crianças e jovens de 4 a 17 anos no Brasil, o acesso a pré-escolas e a continuidade dos estudos no Ensino Médio são os principais desafios enfrentados. Com a melhoria do acesso, a qualidade da Educação se tornou prioridade. Aspectos como rendimento de alunos em provas aplicadas pelo governo, níveis de aprovação/reprovação, características de escolas e professores que podem afetar o aprendizado, dentre outros, são objeto de análise por uma ampla gama de especialistas e pelo governo, que buscam identificar quais fatores mais influenciam a qualidade da Educação. Além destes aspectos, a partir do final da década de 90, a equidade passou a ser tema essencial no debate a respeito do direito à Educação. Conforme afirmou Castro, “Com ritmos e ênfases diferenciados, respeitando as peculiaridades locais e regionais, é possível afirmar que o Brasil já ultrapassou a etapa de prioridade exclusiva à política de expansão Equidade entre as escolas das redes municipais 1
  • 2. do acesso à escola e, portanto, de investimento prioritário na rede física. A busca da qualidade e a promoção de maior equidade do sistema passaram a ocupar lugar de destaque na nova agenda das políticas de educação básica.” (Castro, 1999, p. 17). Apesar disso, as questões relacionadas à equidade ainda são pouco trabalhadas no Brasil. Muito se deve ao fato da dificuldade de definir o que se entende por equidade na Educação. As pesquisas que buscam separar equidade dos demais temas a relacionam a questões de igualdade de oportunidade e justiça social, equiparando as condições de êxito entre todas as crianças e jovens de diferentes setores sociais. Aspectos socioeconômicos, raciais, de gênero e até mesmo relacionados à estrutura física da escola, são também vistos como importantes quando se analisa a equidade. Entende-se que, somente quando todos, independentemente destes fatores de diversidade, tiverem acesso a uma Educação de qualidade de maneira igualitária, se alcançará a equidade na Educação no Brasil. O INEP define equidade como “distribuição das oportunidades educacionais. (...) Um dos indicadores da equidade em Educação é a justa distribuição dos serviços educacionais entre os diferentes grupos sociais” (INEP, 2010). Neste estudo a distribuição de serviços educacionais será observada por meio das diferenças de resultados educacionais das escolas medidos por meio do IDEB. Para que uma rede de escolas seja equitativa, todas as escolas devem oferecer as mesmas condições de aprendizado aos seus alunos. Para analisar o grau de equidade de uma rede pode-se, portanto, observar se há uma grande disparidade de resultados educacionais entre escolas da rede, ou seja, se todas as escolas proporcionam níveis semelhantes de aprendizado. Em países com maior desenvolvimento na área da Educação, como a Finlândia, verifica-se uma maior equidade na oferta de serviços educacionais aos alunos. A análise de equidade em educação só é válida quando se estipula um nível mínimo de qualidade, sendo este pré-requisito de atendimento do direito à Educação. Por isto, este estudo se restringirá a analisar a equidade dentro de redes municipais que apresentaram resultado igual ou superior à média nacional (4,2), utilizando os dados do IDEB. A análise se restringirá aos anos iniciais do Ensino Fundamental e são investigadas as capitais brasileiras, pela representatividade de suas redes e para uma avaliação da equidade a nível nacional. Além deste grupo, são analisados os dados dos 10 municípios do estado de São Paulo com mais de 15 escolas que obtiveram os Equidade entre as escolas das redes municipais 2
  • 3. maiores IDEBs em 2007, permitindo a avaliação de redes menores e de cidades do interior do estado mais rico do país. Desta forma, este estudo buscará observar se, dentre escolas da rede municipal de um mesmo município, há uma disparidade de resultados educacionais auferidos pelo IDEB. Entende-se que uma rede apresentará sinais de ter maior equidade quando a diferença entre os resultados alcançados por suas escolas na avaliação for baixa. Isto significará que, naquele município, todos os alunos que estudam em escolas municipais têm a mesma possibilidade de estudar em uma escola que lhe proporcione um bom nível de aprendizado. 2. Metodologia Neste trabalho são utilizados os indicadores de IDEB em 2007 das escolas e redes municipais de ensino para as séries iniciais do Ensino Fundamental, extraídos do site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Por meio destes indicadores, alguns gráficos e estatísticas são feitos para analisar a equidade dos IDEBs entre as escolas . Com base em tais indicadores, diversas análises são feitas. Primeiro, é investigada, por meio de gráficos de dispersão, a relação entre os IDEBs das escolas e os IDEBs dos municípios. Esta análise busca identificar se as escolas que fazem parte de municípios que apresentam níveis educacionais semelhantes apresentam desempenhos parecidos. A análise permite também ver se há uma equidade no desempenho dos municípios e escolas do país como um todo. Em seguida é feito um aprofundamento na análise com os dados das capitais do país que apresentaram desempenho igual ou acima da média do Brasil no IDEB, sendo considerado como ponto de partida no caminho para uma Educação de qualidade. Para evitar que possíveis erros de cálculo do IDEB ou de preenchimento na planilha divulgada pelo INEP gerem análises falsas, foram descartadas no gráfico com estes municípios as escolas que estão entre as 10% melhores ou piores de seu município. Essa exclusão também faz com que a análise não se perca em casos isolados. Também é feita uma análise com os 10 municípios do estado de São Paulo com mais de 15 escolas que apresentaram os melhores resultados no IDEB. Esse levantamento busca analisar se nesse estado, que possui vários municípios entre os melhores colocados no IDEB para os anos iniciais do ensino fundamental, existe uma Equidade entre as escolas das redes municipais 3
  • 4. equidade entre as escolas quanto ao desempenho. No gráfico com estes municípios também são excluídas as escolas que estão entre as 10% melhores ou piores de seu município. Tanto para as capitais quanto para os melhores municípios no IDEB com pelo menos 15 escolas do estado de São Paulo é calculado o desvio padrão das notas das escolas, que é dado pela seguinte fórmula: Sendo o IDEB de cada escola, a média de IDEB destas escolas e n o número de escolas. O objetivo do cálculo do desvio padrão é verificar a variabilidade de desempenho entre as escolas, sendo esta tomada como uma medida de equidade da rede. Para facilitar o entendimento da discrepância encontrada dentro das redes municipais, também é calculada a diferença entre os resultados obtidos pela melhor e pela pior escola municipal dentre as consideradas nos gráficos que ilustram a situação de equidade nas capitais e nos municípios de São Paulo que se destacaram no IDEB. Para verificar se a desigualdade das escolas dos municípios se deve a desigualdades socioeconômicas é apresentado um gráfico relacionando o coeficiente de variação (que é o desvio padrão das escolas sobre a média das mesmas) e o coeficiente de Gini, que é um indicador de desigualdade de renda, onde 0 corresponde à completa igualdade de renda (toda população tendo os mesmos rendimentos) e 1 corresponde à completa desigualdade (uma pessoa com todo o rendimento e o restante da população sem nada). Os dados de coeficiente de Gini se referem ao ano de 2003 e foram obtidos no mapa da pobreza e desigualdade do IBGE. Ele pode ser expresso pela seguinte fórmula: n −1 G = 1 − ∑ ( X k +1 − X k ).(Yk +1 + Yk ) k =1 Sendo X a proporção acumulada da variável "população" e Y a proporção acumulada da variável "rendimento". Equidade entre as escolas das redes municipais 4
  • 5. Assim, é ilustrado se a desigualdade entre as escolas do município pode estar sendo reflexo de sua desigualdade socioeconômica. Neste trabalho se considera como número de escolas de um município a quantidade de escolas que teve o seu IDEB divulgado em 2007 pelo INEP. E para o cálculo do desvio padrão e do coeficiente de variação é considerado como média o desempenho médio das escolas com IDEB divulgado, para evitar problemas maiores na análise devido a uma inconsistência entre os dados da escola e dos municípios. Estes problemas de inconsistência podem ocorrer por diversos motivos: a não divulgação do desempenho de todas as escolas que tem IDEB na planilha oficial divulgada pelo INEP, arredondamento dos indicadores e erros de digitação. No entanto, nos gráficos que relacionam os IDEBs das escolas com os IDEBs dos municípios se considera o resultado oficial divulgado pelo INEP, tanto para os indicadores das escolas, como também o resultado oficial divulgado para os municípios. 3. Resultados e Discussão A primeira etapa do estudo observa a dispersão das notas do IDEB relacionando o desempenho das escolas e dos municípios. Os gráficos da figura 1 relacionam o IDEB da rede de cada município com os respectivos IDEBs de suas escolas. Todos os gráficos mostram que existe uma baixa equidade tanto entre os municípios quanto entre as escolas que pertencem a municípios com faixas de IDEB semelhantes, ou seja, os resultados das escolas diferem muito do resultado médio do município. Outra inferência que pode ser feita por meio da figura é que poucos municípios já alcançaram os patamares almejados pelo governo brasileiro para 2021, isto é, com um IDEB igual ou superior a 6, e que os municípios que estão acima desse patamar (que estão acima da linha azul dos gráficos) possuem redes bem pequenas, com menos de 15 escolas. Ao considerar apenas os municípios com 15 ou mais escolas, percebe-se que são excluídos os municípios com pior média no IDEB, que estavam num patamar abaixo de 2,5, assim como os melhores, com média acima de 6. Esta tendência é confirmada quanto maior é o tamanho da rede, como pode-se observar por meio do “achatamento” que ocorre com os gráficos com o aumento do tamanho da rede e a centralização dos pontos entre as linhas referentes às notas 6 e 2,5 no IDEB (ver gráficos A, B C e D da Equidade entre as escolas das redes municipais 5
  • 6. figura 1). A partir disto pode-se concluir que os piores e melhores resultados do IDEB no Brasil são encontrados em redes com um pequeno número de escolas (menos de 15). Figura 1: Relação entre o IDEB da rede municipal dos municípios e suas escolas Para facilitar a análise e servir como exemplo, foram destacados em linhas laranja no gráfico D da figura 1 os resultados de municípios cujo IDEB médio foi 5,1 e cujos resultados das escolas variaram de menos de 3 pontos até quase 7,5 pontos. Nota- se que nestes gráficos os municípios não podem ser identificados isoladamente, visto que mais de um município pode ter obtido mesmo resultado médio no IDEB, o que faz com que as suas escolas estejam representadas na mesma linha. Deve-se atentar também Equidade entre as escolas das redes municipais 6
  • 7. que os pontos ilustrados nos gráficos não necessariamente representam somente uma escola, pois pode existir uma sobreposição de resultados. Um ponto importante destacado por este estudo é que, mesmo em municípios que apresentam média no IDEB superior àquela alcançada no Brasil, há uma grande desigualdade na qualidade de educação dentro da rede municipal. Mesmo nos municípios que atingiram desempenhos próximos ou superiores a 5 no IDEB, nem todas suas escolas encontram-se nesse mesmo patamar de qualidade. Enquanto há algumas escolas que apresentam resultados muito acima da média nacional, com desempenhos acima de 6, verificam-se outras escolas que estão muito abaixo deste desempenho médio nacional, apresentando um resultado abaixo de 3 pontos. O segundo momento da pesquisa analisa casos específicos das capitais brasileiras, com foco na relação entre o IDEB das escolas e o do município. Ao observar a figura 2 e na tabela 1 pode-se analisar a equidade das escolas da rede municipal das capitais brasileiras que estão iguais ou acima da média do país (IDEB ≥ 4,2), visando constatar se há equidade de desempenho entre as escolas dessas redes. Para verificação da consistência dos dados, previamente ao estudo, cada desvio padrão dos municípios analisados foi comparado aos de 2005, não sendo verificadas grandes mudanças. Na figura 2 as capitais estão agrupadas de acordo com seu IDEB e ordenadas de acordo com o desvio padrão observado dentro da rede. Esta figura mostra que existe uma grande variabilidade de resultados entre as escolas da rede municipal das capitais. Observa-se, por exemplo, que dentre as três capitais com melhor resultado no IDEB (Campo Grande, Curitiba e Florianópolis), a última é a que apresenta menor dispersão, indicando uma maior equidade nesta rede, quando comparada com as das outras capitais. Equidade entre as escolas das redes municipais 7
  • 8. Figura 2: Relação entre o IDEB da rede municipal de algumas capitais e suas escolas É interessante notar que, entre 5 capitais que obtiveram IDEB igual a 4,4, encontram-se a capital com menor desvio padrão (Boa Vista) e aquela com o segundo maior desvio padrão (Belo Horizonte) de todas as capitais estudadas. Esta discrepância entre os municípios também se verifica ao comparar as escolas com melhor e pior resultado na rede municipal. A diferença de resultados encontrada em Belo Horizonte é de cerca de 48%, enquanto em Boa Vista é aproximadamente 17%. Isto nos permite afirmar que apesar de terem resultado igual no IDEB, a equidade dentro das redes é muito diferente nesses municípios. Equidade entre as escolas das redes municipais 8
  • 9. Tabela 1: IDEB e desvio padrão das redes municipais das capitais com desempenho no IDEB igual ou superior à média do país Comparação entre a melhor (A) e pior IDEB da (B) escola (% que rede Desvio A foi melhor que 1 Município municipal padrão B) Belo Horizonte 4,4 0,73 48,57% Boa Vista 4,4 0,319 17,50% Campo Grande 5,1 0,543 26,09% Curitiba 5,1 0,582 31,11% Florianópolis 5 0,513 20,00% Goiânia 4,2 0,561 40,00% Palmas 4,4 0,513 30,77% Rio Branco 4,4 0,479 28,21% Rio de Janeiro 4,5 0,627 42,11% São Paulo 4,3 0,535 38,89% Teresina 4,4 0,576 37,84% Vitória 4,2 0,766 51,43% A tabela 1 mostra que o município de Boa Vista, dentre as redes municipais das capitais que obtiveram desempenho superior ou igual à média do Brasil, possui uma maior equidade2 entre as suas escolas, enquanto Vitória é o município cuja rede apresenta maiores diferenças entre os resultados de suas escolas. Isto é demonstrado por meio da diferença entre o maior e o menor resultado no IDEB de escolas dentro da rede. Enquanto em Boa Vista esta diferença é de cerca de 17%, em Vitória é aproximadamente 51%. Mesmo desconsiderando as escolas que estão entre as 10% melhores ou 10% piores de seu município verifica-se que há uma grande discrepância entre o resultado da melhor e da pior escola que são consideradas no gráfico. O problema de diferenças de rendimento entre escolas não é verificado apenas nas capitais, que geralmente possuem redes mais extensas. O problema estende-se para todo o país, independentemente da região. A figura 3 e a tabela 2 ilustram esta afirmação ao mostrar que, para os municípios do estado de São Paulo com no mínimo 15 escolas e que possuem os IDEBs mais altos do estado, a situação é a mesma verificada nas capitais. 1 Esses números, assim como na figura 2, não consideram as escolas que estão entre as 10% melhores ou 10% piores de seu município. 2 A comparação de equidade entre redes é mais bem medida por meio do cálculo de coeficiente de variação do resultado das escolas no IDEB. No entanto, para facilitar o entendimento e como a média das redes municipais analisadas não difere muito, neste estudo utilizamos os dados do desvio padrão. Os exemplos mencionados foram verificados também por meio do cálculo do coeficiente de variação. Equidade entre as escolas das redes municipais 9
  • 10. Observa-se que em Jundiaí a variabilidade dos resultados das escolas é bem alta, mesmo desconsiderando as escolas que estão entre as 10% piores ou 10% melhores do município. A análise com todas as escolas aponta um desvio padrão de quase 0,8, sendo que a diferença entre o menor e o maior resultado no IDEB dentro da rede é de 47,62%, mesmo desconsiderando os resultados extremos. Entre municípios que obtiveram o mesmo resultado no IDEB também existe uma grande diferença de desvio padrão. Por exemplo, enquanto Mogi Guaçu e São José do Rio Preto tiveram resultado 5,5 no IDEB, o desvio padrão encontrado no segundo município é bem maior do que o encontrado no primeiro, assim como a diferença entre a pior e a melhor escola. Figura 3: Relação entre o IDEB da rede municipal de municípios do estado de São Paulo que se destacaram na pontuação do IDEB e suas escolas 5,72 5,7 Santa Bárbara d'Oeste (5,8) 5,68 5,66 5,64 Indaiatuba (5,6) 5,62 5,6 São José dos Campos (5,6) 5,58 Marília (5,6) 5,56 5,54 Mogi Guaçu (5,5) 5,52 5,5 São José do Rio Preto (5,5) 5,48 5,46 5,44 5,42 5,4 Votorantim (5,4) Rio Claro (5,4) 5,38 5,36 5,34 Araçatuba (5,3) 5,32 Jundiaí (5,3) 5,3 5,28 5,26 5,24 4 4,25 4,5 4,75 5 5,25 5,5 5,75 6 6,25 6,5 IDEB das escolas da rede municipal Equidade entre as escolas das redes municipais 10
  • 11. Por sua vez, os resultados mostram que existem alguns municípios em que é verificada ao menos uma razoável homogeneidade nos resultados das escolas da rede municipal. Indaiatuba e Santa Bárbara d’Oeste são bons exemplos. O desvio padrão calculado é de 0,34 para Indaiatuba e 0,4 para Santa Bárbara d’Oeste, e as diferenças de resultados entre a pior e a melhor escola em suas redes são inferiores a 13%. Além de apresentarem resultados significativamente superiores à média nacional no IDEB (5,6 e 5,8 respectivamente) os municípios garantem uma boa homogeneidade de resultados em sua rede. Tabela 2: IDEB e Coeficiente de variação das redes municipais dos municípios do estado de São Paulo com pelo menos 15 escolas que obtiveram a maior pontuação no IDEB Comparação entre IDEB da a melhor (A) e pior rede Desvio (B) escola (% que A 3 Município municipal padrão foi melhor que B) Araçatuba 5,3 0,529 31,82% Indaiatuba 5,6 0,342 11,76% Jundiaí 5,3 0,779 47,62% Marília 5,6 0,518 29,17% Mogi Guaçu 5,5 0,444 15,69% Rio Claro 5,4 0,643 33,33% Santa Bárbara d’Oeste 5,8 0,402 12,73% São José do Rio Preto 5,5 0,602 28,00% São José dos Campos 5,6 0,517 28,57% Votorantim 5,4 0,552 24,49% Um argumento que pode ser apresentado pelos gestores locais de educação é que a iniquidade apresentada dentro de sua rede de Educação é um reflexo da desigualdade socioeconômica existente no município, e que medidas para diminuir a iniquidade envolvem ações muito mais abrangentes do que sua área de atuação. Certamente alguns aspectos relacionados à equidade refletem problemas mais abrangentes encontrados nos municípios, mas não se pode restringir o problema da equidade à desigualdade. Ao analisar o coeficiente de variação dos IDEBs das escolas (desvio padrão dividido pela média municipal) e o coeficiente de desigualdade no município procura-se estabelecer 3 Esses números, assim como na figura 3, não consideram as escolas que estão entre as 10% melhores ou 10% piores do município. Equidade entre as escolas das redes municipais 11
  • 12. se há uma relação entre diferenças de rendimento escolar dentro de uma rede municipal e a desigualdade socioeconômica encontrada no município. O coeficiente utilizado para medir a desigualdade no município é o coeficiente de Gini, que é parâmetro internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de renda e varia entre 0 e 1, sendo que quanto mais próximo do zero menor é a desigualdade de renda. Figura 4: Relação entre coeficiente de variação dos resultados municipais no IDEB e coeficiente de Gini municipal das capitais 0,200 0,180 coeficiente de variação 0,160 0,140 0,120 0,100 0,080 0,060 0,040 0,020 0,000 0,37 0,41 0,45 0,49 0,53 coeficiente de GINI Observa-se que, ao contrário do que se poderia esperar, não há uma relação clara entre iniquidade na educação e desigualdade socioeconômica. Ao contrário, municípios que apresentam coeficiente de Gini bastante similar possuem coeficientes de variação de rendimento na educação bem diferentes. Mesmo sem aprofundar a discussão a respeito do impacto da diferença entre coeficientes, a dispersão dos pontos no gráfico mostra que não é possível estabelecer uma relação linear entre os dois coeficientes. O mesmo é observado na figura 5, que mostra a relação de coeficiente de Gini e a variação de resultado na Educação entre municípios do estado de São Paulo. Por exemplo, dois municípios que apresentam exatamente o mesmo coeficiente de Gini (0,39) apresentam variações dos resultados na educação muito diferentes (0,08 e 0,146). Ao mesmo tempo, existem casos nos quais há similaridade de resultado, como os Equidade entre as escolas das redes municipais 12
  • 13. municípios que possuem Gini igual a 0,47 e seu coeficiente de variação praticamente o mesmo (0,102 e 0,109). Figura 5: Relação entre coeficiente de variação dos resultados municipais no IDEB e coeficiente de Gini municipal dos municípios com maior IDEB de São Paulo 0,160 0,140 coeficiente de variação 0,120 0,100 0,080 0,060 0,040 0,020 0,000 0,37 0,41 0,45 0,49 coeficiente de GINI Assim, conclui-se que, apesar de não ser descartada a influência da distribuição de renda sobre as diferenças de resultado na educação, este não é o único fator que a determina, visto que não é possível estabelecer uma relação clara entre estes dois coeficientes. 4. Conclusões Os indicadores de IDEB das escolas das redes municipais e de seus municípios mostram que existe uma grande variabilidade nos resultados entre as escolas pertencentes a municípios com um desempenho no IDEB semelhante. Ao analisar separadamente alguns municípios, sejam capitais ou municípios do estado de São Paulo que se destacaram nas pontuações de IDEB, verificou-se que, salvo algumas exceções, existe uma grande diferença entre os resultados das escolas. Esta variabilidade aponta para um problema que permeia grande parte das redes de escolas municipais no Brasil: a qualidade da Educação oferecida em um município Equidade entre as escolas das redes municipais 13
  • 14. difere muito entre as diferentes escolas. Isto significa que há pouca equidade na oferta de Educação para alunos da rede municipal. Este problema é histórico. Castro afirma que “o sistema educacional brasileiro apresenta um déficit muito acentuado no que tange à garantia de condições mínimas de equidade, tanto do ponto de vista do acesso quanto da qualidade do ensino ofertado pelas escolas públicas.” (Castro, 1999, p. 35). Os resultados desse estudo servem para ilustrar a variação dos resultados atingidos por escolas dentro das redes municipais, mas não é possível afirmar qual seu grau de iniquidade, visto que não há, até o momento, uma definição quanto a um valor considerado ideal para o desvio padrão e para o coeficiente de variação de resultados na educação. Isto deve ser estabelecido pelos gestores públicos, em parceria com os estudiosos e pesquisadores da área da Educação. A diferença na equidade na educação não pode ser atribuída somente a fatores relacionados à desigualdade socioeconômica. Quando analisada a dispersão dos resultados em comparação com a desigualdade socioeconômica dos municípios, pode-se observar que tal desigualdade não justifica a iniquidade na educação, visto que municípios que apresentam mesmo coeficiente de Gini (mesmo grau de desigualdade) apresentaram diferentes graus de dispersão quanto à qualidade da educação ofertada. Os resultados indicam que existe uma falta de equidade nas redes municipais do país e que a equidade é um tema que deve ser levado à pauta nas discussões sobre Educação. As causas de tal iniquidade não foram objeto deste estudo, devido à ampla variabilidade das mesmas. No entanto, cabe a cada gestor público da Educação buscar identificar quais são estas causas em sua região e adotar as medidas adequadas para saná-las. Conforme afirmado por Soares e Andrade, “a equidade, por ser de mais difícil caracterização, não é usualmente considerada quando a sociedade avalia a escola, mas é crucial para os gestores públicos interessados em implementar políticas públicas educacionais inclusivas.” (Soares e Andrade, 2006, p 110). A garantia ao acesso e a uma educação de qualidade deve ser para todos, independente de qualquer aspecto que os diferencie. Tal equidade somente será alcançada quando patamares mínimos de Educação forem alcançados por todas as escolas públicas do país. O tratamento equitativo exige que seja dado tratamento especial para as escolas que apresentam mais dificuldade para atingir a qualidade esperada na Educação, visando equilibrar seus resultados em comparação com as demais. Equidade entre as escolas das redes municipais 14
  • 15. O direito à Educação está vinculado diretamente à garantia ao acesso de todos a uma Educação de qualidade, de forma equitativa. “Idealmente não basta que a escola seja boa; ela deve ser boa para todos os seus alunos, independente do nível econômico, cor da pele e gênero.” (Soares e Andrade, 2006, p. 110). O município deve oferecer condições para que todas as escolas obtenham resultados satisfatórios, garantindo a toda criança as mesmas oportunidades de acesso a uma Educação de qualidade. Assim, este estudo sugere que, ao analisar o resultado de um município no IDEB, o gestor deve também observar a dispersão dos resultados dentro da rede de escolas. A preocupação com a equidade é tão importante quanto o aumento do IDEB e deve ser também prioridade no momento de construção das políticas públicas. 5. Referências Bibliográficas CASTRO, Maria Helena Guimarães de. A Educação para o século XXI: o desafio da qualidade e da equidade / Maria Helena Guimarães de Castro. – Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 1999. INEP. Disponível em: http://www.inep.gov.br/pesquisa/thesaurus/thesaurus.asp?te1=31674&te2=38719&te3= 32169&te4=31107&te5=32184&te6=147182, acessado em 23 de Abril de 2010. SOARES, José Francisco e ANDRADE, Renato Júdice. Nível socioeconômico, qualidade e equidade das escolas de Belo Horizonte. In: Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v.14, n.50, p. 107-126, jan./mar. 2006. i Estudo realizado pela equipe de analistas de conteúdo técnico do movimento Todos Pela Educação em Abril de 2010. Equidade entre as escolas das redes municipais 15