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MATERIAL ORGANIZADO PELAS PROFESSORAS

                            Chafiha Maria Suiti Laszkiewicz
                                 Clélia Maria da Silva
                             Jacy do Nascimento Floriano
                              Ligia Ramo de |Souza Rosa
                             Maria Aparecida Silva Salim


  ALUNO: ________________________________________________ RA: _____________

  CURSO ________________________________________________ SALA ____________




                           1º SEMESTRE DE 2011
1. COMO LER TEXTOS
2

Aula inicial
Estudar para o sucesso ou estudar para ser feliz?
Por Roseli Martins Coelho*
Publicado em 20/07/2006 - 10:19

        O sociólogo inglês T.H. Marshall, autor do primeiro livro sobre o tema da cidadania, - CLASSE
SOCIAL, STATUS E CIDADANIA, de 1949 - demonstra como os diretos que compõem a cidadania foram
nascendo e se firmando ao longo de três séculos: os direitos civis no Século XVIII, os direitos políticos no
Século XIX e os direitos sociais no Século XX.
        (...)
        É exatamente esse o objetivo central deste texto (direito de estudar), elaborado para reforçar a energia
intelectual dos alunos que em breve irão enfrentar o desafio da escolha de uma faculdade e de uma carreira
profissional. De início, convém enfrentar uma questão terrível: por que os jovens - salvo exceções - não
gostam de estudar? Sabemos que existem milhares de razões individuais e/ou familiares, como falta de tempo,
ambiente familiar tumultuado, falta de dinheiro, problemas de saúde, entre tantos outros. Porém, existe uma
explicação geral para essa ausência de gosto pelos estudos, qual seja, jovens - e adultos também! - não
gostam de estudar porque não aprendemos a tirar prazer do ato de adquirir conhecimento (grifo nosso).
Desde cedo somos levados a acreditar que a felicidade mora lá fora, na praia, no sol, no carnaval, no futebol
ou na balada noturna. Estudar, por sua vez, é encarado como um pesado fardo do qual precisamos nos livrar o
mais rápido possível.
        (...)
        Aproximadamente metade dos alunos que estão se preparando para ingressar na faculdade irá escolher
cursos das áreas de exatas ou biológicas. No entanto, a área de humanidades tem uma propriedade que deve
ser aproveitada por todos os alunos, sejam eles futuros historiadores ou futuros engenheiros: a ênfase na
linguagem, tanto no que diz respeito à pratica de redação, quanto na tarefa de ler e interpretar o texto escrito.
Esse foco das disciplinas da área de humanidades deve ser aproveitado por todos os alunos, não apenas porque
a redação tem peso decisivo nos exames de acesso às faculdades de um modo geral, ou porque sem
desenvoltura na leitura e na interpretação ninguém é capaz de compreender os enunciados de questões de
matemática, física, ou de quaisquer outras disciplinas. Mas, sobretudo, porque a linguagem é instrumento de
desenvolvimento da consciência e do raciocínio. Além disso, a linguagem é o plasma da vida em sociedade, e
todas as profissões são exercidas nos marcos da sociedade, com suas conquistas e suas injustiças.
        Aqui entra o papel da Literatura. É preciso dizer com todas as letras que ignorar a tradição literária de
um povo tem conseqüências deletérias, pois não é possível formar um bom químico, por exemplo, sem uma
dose de Machado de Assis. A literatura não apenas expressa quem somos nós, povo brasileiro, como situa os
traços de personalidade de cada um de nós - e dos personagens - numa chave universal de humanidade. Um
dos mais brilhantes intelectuais que o Brasil já produziu, Antonio Candido, no texto "Direito à Literatura",
enfatiza um mérito da Literatura que geralmente passa despercebido: a obra literária é um fator de ajuda na
organização de nossos pensamentos e de nossos sentimentos.
        Uma vez que o texto literário nos ajuda na compreensão da sociedade e aprofunda nosso entendimento
3

das relações pessoais, a convivência com as obras literárias pode ser importante instrumento na conquista da
"inteligência emocional", uma das características pessoais mais valorizadas pelo mercado de trabalho, que
nada mais é do que a capacidade de conviver com pessoas diferentes e de absorver decepções de modo
civilizado e não auto-destrutivo. A obra literária pode ser uma aliada importante para o profissional de nossos
dias, que não pode cogitar parar de estudar, porque a Literatura mantém a mente preparada para a inclusão de
novos conhecimentos, pois "ela nos organiza, nos liberta dos caos e nos humaniza", para usar as palavras de
Antonio Candido.
        Apesar de toda apologia que se possa fazer à ampliação do conhecimento, basta observar a realidade
para saber que estudar não garante automaticamente um futuro profissional maravilhoso. Porém, todo mundo
da área da educação sabe que há uma relação direta entre escolaridade e nível de renda, conforme já foi
comprovado por diversas pesquisas. Independentemente da profissão, o salário - ou a renda, caso se torne um
profissional liberal ou um empresário - estará relacionado ao número de anos passados na escola e, é claro, aos
cursos de fato concluídos. Essa relação entre escolaridade e renda é verificável até mesmo entre trabalhadores
de ocupações idênticas: um caixa de banco que estudou 18 anos ganha mais do que um colega que estudou 16
anos. Entre profissionais que concluíram o ensino superior está igualmente presente essa tendência: um
médico que, depois de formado, fez cursos de especialização tem renda mais alta do que um colega que parou
de estudar quando recebeu o diploma. Não por acaso, a reputação de "médico de ricos" - equivalente, é claro,
à reputação de excelente médico - é construída a partir de títulos obtidos formalmente na universidade, como
mestrado ou doutorado. Além da renda propriamente dita, quase todas as realizações que podem ser extraídas
de uma carreira profissional dependem da quantidade de anos investidos nos estudos e dos diplomas obtidos.
Que fique claro, portanto, que sem educação formal não existe possibilidade de sucesso profissional.
        Resta tentar responder à segunda parte da pergunta que relaciona estudo e felicidade. O processo de
ampliação do conhecimento habilita cada um a enxergar o mundo e a si próprio com olhos críticos, pois
fornece subsídios para a análise apurada das relações sociais que determinam o lugar de cada indivíduo na
sociedade. A compreensão dos diversos fatores que compõem a estrutura social permite que o jovem do
ensino médio - ou de qualquer estágio da escolarização - se situe de maneira realista diante de uma das
perversidades da sociedade contemporânea, que é a integração social pelo consumo. Como a ditadura do
consumo nunca pode ser plenamente satisfeita - há sempre um celular novo, um tênis mais bonito ou outro
objeto de consumo - a frustração constante pode levar à diminuição da auto-estima e à erosão de relações
sociais e familiares. A ampliação do conhecimento facilita a tarefa de desmontar as armadilhas do
consumismo, tarefa essa da qual ninguém está liberado, nem mesmo os muito ricos, como fica evidente nos
exemplos de milionários que perderam tudo.
        O posicionamento crítico diante da realidade social não significa diminuir a capacidade de sonhar. Os
sonhos - de realização profissional, de bem-estar material, ou de felicidade afetiva - são o ponto de partida
necessário de um projeto a ser perseguido. É claro que esse duplo exercício mental - um olho na realidade e
um olho nos projetos de vida - é constantemente submetido a provações de toda ordem. De um lado, os
supostos exemplos de jovens que se tornaram muito ricos com o futebol ou com a música, por exemplo. De
4

outro, as dificuldades concretas vivenciadas pelos jovens e suas famílias, e que muitas vezes são motivos reais
de abandono ou de adiamento de projetos. Entretanto, o desenvolvimento pessoal, resultado da ampliação do
conhecimento, poderá assegurar a capacidade de se manter, de modo realista, na perspectiva da construção de
um projeto profissional.
          Para encerrar com o mesmo autor, T.H. Marshall define a cidadania como um "conjunto formidável
de direitos", no qual está o "direito de participar, por completo, na herança social e levar a vida de um ser
civilizado de acordo com os padrões que prevalecem na sociedade". E os padrões que prevalecem na
sociedade, sabemos todos, são aqueles de valorização absoluta do conhecimento. Quem está impedido de
participar da herança social devido a insuficiências da formação profissional não pode conquistar a felicidade.
Em outros termos, estudar é imprescindível para ser feliz.
* Roseli Aparecida Martins Coelho é professora da cadeira de Teoria Política da FESPSP (Fundação
Escola de Sociologia e Política de São Paulo). Doutora em Filosofia Política e Mestre em Ciências Sociais.
Disponível em: http://www.universia.com.br/docente/materia.jsp?materia=11664.(02/02/2010)




    1     LEITURA: O ENTENDIMENTO DO TEXTO
          Um dos grandes desafios no estudo da leitura tem sido como interpretar de modo adequado o
significado dos textos a que somos diariamente expostos, já que vivemos em uma sociedade letrada.
          Esse desafio se acentua quando, em sala de aula, é proposta a análise e a discussão de um texto,
prática comum, especialmente no ensino superior. Uma das grandes queixas dos alunos é que suas
considerações só estão corretas quando vão ao encontro do que os professores pensam.
          Isso não é verdade, os textos trazem idéias reveladas explicitamente, ou de maneira implícita (mas que
podem ser depreendidas); fazem referências a verdades externas ao texto ou a outros textos e ainda trazem
idéias periféricas cuja função é dar sustentação à ideia central. Esses aspectos são a base da interpretação e
compreensão que, portanto, devem ser percebidos e utilizados no processo de leitura e entendimento dos
textos.
          Até mesmo as questões da área de exatas pedem senso crítico e compreensão de enunciados, muitas
vezes erra-se uma questão de física por não entender o que foi pedido. Trata-se então de interpretação de
textos, que se torna exigência de todas as disciplinas e também da vida profissional.


                           Quando você for buscar uma vaga no mercado de trabalho, a criticidade, a
                           capacidade de comunicação e de compreensão do mundo serão atributos importantes
                           nessa concorrência.      ( RUSSO, 2004:15)
          Assim, nossos estudos visam a minimizar esse problema. Para iniciar esse processo é necessário
ampliar o conhecimento de mundo, ou seja, ler um pouco de tudo e entrar em contato com algumas técnicas
de leitura que, certamente, o auxiliarão em seus estudos.
5

2 ESTRATÉGIAS DE LEITURA I
        Há procedimentos que podem ser utilizadas na leitura de um texto. Observe:
a) o texto deve ser lido na íntegra, ou seja, a leitura se inicia no título e termina na fonte de onde foi retirado o
texto. Essas referências, muitas vezes, estão ao final do texto. Recomenda-se uma primeira sem interrupções
para que se tome conhecimento do texto como um todo (skimming).
b) uma segunda leitura deve ser feita com o auxílio do dicionário, a fim de dirimir dúvidas em relação a uma
ou outra palavra cujo significado não se pôde apreender pela leitura do todo.
c) observar palavras repetidas ou retomadas, já que elas orientam a identificação do tema abordado no texto.
d) perceber as evidências tipográficas que também nos oferecem informações relevantes à compreensão dos
textos como, por exemplo, letras maiúsculas, negrito, itálico, aspas.
e) muitas vezes, lemos com o objetivo de encontrar informações específicas no texto, os procedimentos dos
itens anteriores certamente favorecerão a localização dessas informações (scanning).
f) a verificação de palavras do mesmo contexto semântico (índices, inflação, taxa de juros, porcentagem,
longo prazo), a observação de elementos do contexto não-lingüístico como gravuras, gráficos, tabelas,
números e até a própria estrutura do texto ( a divisão de parágrafos e a disposição das imagens) nos auxiliam a
inferir o conteúdo do texto - trata-se de acionar nosso conhecimento prévio, nosso conhecimento de mundo
(prediction).


EXERCÍCIOS
    1. Observe o texto a seguir, em dinamarquês, e veja se você consegue responder às questões:
CASINO AALBORG
Velkommen til Danmarks mest venlige kasino




    Ved Stranden, 14-16 Tlf. 98 10 15 50. Glaed dig til spaendende og morsomme timer i selskab med festlige
mennesker i en international atmosfaere. Aben alle ugens dage fra kl. 20.00 – 04.00. Entré DKK 50,00,-. Der
er legitimationspligt i henhold til dansk lov. Ingen adgang for unge under 18 ar. (exercício extraído de:
Munhoz, Inglês Instrumental: estratégias de leitura. 2003 p.18)


    a) Qual é o horário de atendimento do cassino?
6

      b) Quanto custa o ingresso?
      c) Qual é o telefone do cassino?
      d) Quem pode freqüentar o cassino?


  2.1 ERROS COMUNS NA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS


          As questões em relação a textos podem ser estruturadas de várias maneiras, entre elas:
      a) perguntas que exigem respostas diretas, pois incidem sobre o texto como um todo.
      b) questões que incidem sobre trechos específicos do texto, o que exige um volta ao texto.
          Entretanto, quando as questões são discursivas, a atenção aos enunciados é de extrema importância
  para que você responda exatamente o que lhe foi perguntado e não incorra em erros muito comuns como a
  extrapolação, a redução ou a contradição.
          Segundo Amaral, Severino & Patrocínio (1991) , esses processos podem ser definidos da seguinte
  maneira:


  Extrapolação
      Ocorre extrapolação quando se vai além do texto, fazendo outras associações ou evocando outros
elementos, quando se cria a partir do que foi lido, quando se dá asas à imaginação e à memória, abandonando o
texto que era o objeto de interpretação.
    A extrapolação é muitas vezes um exercício de criatividade inadequada - porque leva a perder o contexto
que está em questão. Geralmente, o processo de extrapolação se realiza por associações evocativas, por relações
analógicas: uma idéia lembra outra semelhante e assim o pensamento se encaminha para fora do texto. Outras
vezes, a extrapolação acontece pela preocupação de se descobrir pressupostos das idéias do texto, pontos de
partida bem anteriores ao pensamento expresso, ou, ainda, pela preocupação de se tirar conclusões decorrentes
das idéias do texto, mas já pertencentes a outros contextos, a outros campos de discussão.
      Reconhecer os momentos de extrapolação - sejam analógicos ou lógicos - significa conquistar maior
lucidez, maior capacidade de compreensão objetiva dos textos, do contexto que está em questão. Essa clareza é
necessária e é criadora: significa, inclusive, uma liberdade maior de imaginação e de raciocínio, porque os vôos
para fora dos textos tornam-se conscientes, por opção, serão realizados por um projeto intencional, e não mais
por incapacidade de reconhecer os limites de um texto colocado em questão, nem por incapacidade de distinguir
as próprias idéias das idéias apresentadas por um texto lido.


  Redução
      Outro erro exercícios de entendimento de texto, oposto à extrapolação, é o que se chama de redução ou
particularização indevida. Neste caso, ao invés de acrescentar outros elementos, faz-se o inverso: aborda-se
apenas uma parte, um detalhe, um aspecto do texto, dissociando-o do contexto. Seria privilegiar um elemento
(ou uma relação) que é verdadeiro, mas não é suficiente diante do conjunto, ou então que se torna falso porque
passa ser descontextualizado. Desse modo, o leitor detém-se a um aspecto menos relevante do conjunto,
7

perdendo de vista os elementos e as relações principais. Reconhecer os processos de redução representa também
um salto de qualidade em nossa capacidade de ler e entender textos, assim como em nossa capacidade de
perceber e compreender conjuntos de qualquer tipo, reconhecendo seus elementos e suas relações.


  Contradição
        O mais grave de todos, é o da contradição. Por algum motivo - uma leitura desatenta, a não percepção de
algumas relações, a incompreensão de um raciocínio, o esquecimento de uma idéia, a perda de uma passagem no
desenvolvimento do texto - leva a uma conclusão contrária ao texto. Como esse erro tende a ser mais facilmente
reconhecido - por apresentar idéias opostas às idéias expressas pelos textos - os testes de interpretação muitas
vezes são organizados com uma espécie de armadilha: uma alternativa apresenta muitas palavras do texto,
apresenta até expressões inteiras do texto, mas com um sentido contrário. Um leitor desatento ou/e ansioso
provavelmente escolherá essa alternativa, por ser a mais “parecida” com o texto. Por ser a que apresenta mais
literalmente, mas “ao pé da letra”, elementos presentes no texto.


  EXERCÍCIOS
      Leia o texto, pelo menos duas vezes, selecione a ideias as idéias centrais. Em seguida, discuta com seus
colegas as questões abordadas no texto.

                                       Einstein x Newton: uma boa briga
                                                                                                  Paulo Markun
    Britanicamente, às seis e meia da tarde de quarta-feira, 23 de novembro de 2005, lorde Robert May,
  presidente da Royal Society apresentou os resultados da pesquisa feita entre os 345 cientistas associados e
  1363 ingleses e que procurava saber qual fora o cientista mais importante para a humanidade: Albert Einstein
  ou Isaac Newton?
     Se houvesse uma bolsa de apostas, o autor da célebre equação E=MC2 seria o favorito, já que o evento
  integrava as comemorações do cinqüentenário de suas descobertas. Mas Newton venceu de ponta a ponta,
  como diria um locutor de turfe. Quando perguntado sobre quem deu a maior contribuição para a ciência,
  61,8% do público votou em Newton e 38,2% em Einstein. Entre os cientistas, a vitória foi ainda mais
  expressiva: 86,2% para Newton e 13,8% para Einstein. Diante da questão que procurava estabelecer quem der
  a maior contribuição positiva para a humanidade, o resultado foi empate técnico entre o público (50,1% de
  Newton e 49,9% para Einstein) enquanto os cientistas preferiram Newton claramente: 60,9% a 39,1%.
    Impressionado com a repercussão da enquete, lorde May olhou para diante: “Muitos diriam que comparam
  Newton e Einstein é como comparar maçãs e laranjas, mas o que realmente importa é que as pessoas estão
  apreciando a enorme importância que estes dois físicos tiveram e constatar que o impacto do trabalho deles se
  espalhou muito além dos laboratórios e das equações. Mas o que realmente importa é saber de onde virão os
  futuros Newtons e Einsteins.”
    Ciência e a religião são mundos paralelos, que podem conviver tranquilamente, desde que um não interfira
  no outro.É o que pregava o paleontólogo norte-americano Stephem Jay Gould, um dos mais reconhecidos
8

divulgadores científicos do século XX e um incansável combatente da pseudociência. Para Gould, ciência e
religião são “Magistérios Não Interferentes.” O magistério da ciência é o conhecimento factual do mundo
natural. O da religião trata dos desígnios do homem, sua conduta moral e ética. Sendo assim o único conflito
possível entre ciência e religião se dá quando uma tenta invadir o território da outra. Para ele, essas invasões
não são muito freqüentes e podem acontecer de um lado e de outro, embora os cientistas costumem fazer
estardalhaço sobre a ação dos religiosos, omitindo seus próprios pecados, digamos.
  Gould reuniu um elenco de religiosos que foram ardorosos defensores do método científico e no outro
corner um time de cientistas que permitiram a interferência do pensamento religioso em sua investigação
científica. E quem está entre estes? Isaac Newton, que numa série de cartas a Thomas Burnet defendeu a idéia
deque a Terra fora criada em seis dias. Tese rejeitada pelo destinatário, um reverendo que era confessor do rei
e empregou argumentos verdadeiramente científicos para enfrentar as convicções de Newton. (Hoje, tanto
Newton quanto Burnet são relacionados numa impressionante lista dos cientistas que acreditavam piamente
que a Bíblia tinha razão.)
  O debate sobre o uso de células-tronco embrionárias é tão apaixonado quanto o do ensino do criacionismo,
mas ao contrário deste – que e inscreve no campo da fé – está na fronteira entre os dois magistérios de Gould.
Seu uso tem tudo a ver com moralidade de nossas ações. Devem ser elas uma decorrência de nossas
convicções religiosas ou de nossas certezas científicas?
  A resposta para essE dilema certamente mobilizará os futuros Einsteins e Newtons com que se preocupava
lorde May. Uns e outros sairão das universidades e centros de pesquisas, não de conventos, mesquitas ou
sinagogas e carregarão consigo novas dúvidas e dilemas, porque assim caminha a humanidade. De tropeço em
tropeço, ante a imensidão do como uma criança pequena que dá seus primeiros passos.
  Por tudo isso, prefiro ficar com Albert Einstein, que assim definiu nosso maior desafio: “O esforço humano
mais importante é o esforço para imprimir moralidade a nossas ações. Nosso equilíbrio interior e nossa
existência dependem disso. Somente a moralidade de nossas ações pode dar beleza e dignidade à vida. Tornar
essa força viva, deixando seu papel claro na consciência das pessoas é a principal tarefa da educação. O
fundamento da moralidade não deve depender de mito, nem estar vinculado a qualquer autoridade para que
dúvidas sobre o mito, ou sobre a legitimidade da autoridade na comprometam o bom julgamento da ação.”
___________________________________________________________
Paulo Markun é editor e presidente do Conselho Editorial do Jornal de Debates que circula internamente na
Uninove.




                             MOMENTO DE PRODUÇÃO EM GRUPO
   Leia, com atenção, o texto abaixo e, em seguida, relacione as idéias básicas nele apresentadas.
                               (Este exercício compõe nota da Av1 - 1,0)
9




                                                  O mistério
    O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência verdadeira.
Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as colinas, sentindo-se cheio de
surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O que fez nascer a religião foi essa
vivência do misterioso - embora mesclado de terror. Saber que existe algo insondável, sentir a presença de
algo profundamente racional e radiantemente belo, algo que compreenderemos apenas em forma muito
rudimentar - é esta a experiência que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente
neste sentido pertenço aos homens profundamente religiosos.          (Albert Einstein - Como vejo o mundo)




3 ESTRATÉGIAS DE LEITURA II - INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS
        Segundo Fiorin e Platão (1995), um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a
verificação de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das informações explicitamente
enunciadas, existem outras que ficam subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o
leitor deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos.
        Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso contrário, ele pode passar por cima
de significados importantes ou decisivos ou – o que é pior – pode concordar com coisas que rejeitaria se as
percebesse.
        Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e com intenções falaciosas, esses
aspectos subentendidos e pressupostos.
        Pressupostos são aquelas idéias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor pode perceber a
partir de certas palavras ou expressões contidas na frase.
 Observe:
              Jorge tornou-se um homem feliz.
     Nessa frase, há uma informação explícita:
Ele não era feliz.
     Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os pressupostos, pois seu uso é um
dos recursos argumentativos utilizados intenção de levar o leitor a aceitar o que está sendo comunicado.


EXERCÍCIO
    1. Leia o trecho e as notícias abaixo em seguida faça a identificação dos pressupostos e teça um
        comentário sobre os objetivos do autor, a coerência e estrutura do texto.
10

Texto I
             O modelo agrário brasileiro, embora com inúmeros defeitos, possui uma característica que
merece ser destacada, elogiada e preservada: a produção agropecuária brasileira é a última atividade
econômica ainda totalmente nas mãos de brasileiros. Pouco se fala disso, mas o fato é que não encontramos
multinacionais responsáveis por qualquer parcela significativa da produção. Também não encontramos, no
campo, as famigeradas empresas estatais. Embora existam multinacionais proprietárias de terra, o percentual
de produção rural em suas mãos não é significativo. A produção rural, na verdade, é o reduto final da livre
iniciativa brasileira. Com a nossa economia cada vez mais estatizada e desnacionalizada, a agropecuária
permaneceu uma atividade essencialmente de brasileiros. (CAMARGO NETO, Pedro de. A burocracia da
terra. Veja, 7 ago. 1985.)
Texto II




4 VERBOS-COMANDO : VOCÊ FAZ REALMENTE O QUE SE PEDE?

 Material organizado pelos professores: Patrícia Quel e Jorge Luís Torresan

      Para medir o nível do aproveitamento e o desenvolvimento dos alunos em sala de aula, o professor

 pode utilizar vários instrumentos de avaliação. Entre esses instrumentos, é muito comum o emprego de
 provas e/ou testes dissertativos nos quais os alunos têm um espaço para mostrar, sobre algum assunto
 determinado, a sua capacidade de análise, criação, comparação, identificação, conceituação etc. É muito
 comum nas discussões entre professores comentários sobre a dificuldade que os alunos têm diante do
 momento de dissertar numa prova, mesmo que ela seja composta por questões breves. Essa dificuldade
 pode ocorrer, muitas vezes, porque eles não conseguem compreender exatamente o que é pedido numa
11

questão. Se observarmos com atenção, todas as questões geralmente se iniciam ou se desenvolvem tendo
como base um verbo-comando (quase sempre na forma do imperativo) que especifica para o aluno a forma
como ele deve responder a uma questão. A tabela abaixo demonstra alguns dos verbos-comando mais
utilizados.

Verbos-       Definição dos verbos (com base no Moderno      Especificação dos procedimentos
comando       Dicionários da Língua Portuguesa de Michaelis)
Analise       Determinar os componentes ou elementos               Exige a elaboração de um texto
              fundamentais de alguma idéia, teoria, fato etc;      próprio como resposta.
              determinar por discernimento a natureza, os aspectos
              do que está sendo examinado.
Justifique    Explicar ou demonstrar a veracidade ou não de algum Exige a elaboração de um texto
              fato ou ocorrência por meio de elementos/argumentos próprio como resposta.
              plausíveis.
Transcreva    Reproduzir, extrair, copiar algum trecho de algum      A resposta não pode ser elaborada e
              texto sem qualquer tipo de modificação.                sim apenas recortada utilizando-se
                                                                     sinais adequados com as aspas
Compare       Examinar, simultaneamente, as particularidades de      Exige a elaboração de um texto
              duas ou mais idéias, fatos, ocorrências.               próprio como resposta.
Explique      Tornar claro, fazer entender de forma coerente         Exige a elaboração de um texto
              particularidades de fatos, idéias ou ocorrências.      próprio como resposta.
Diferencie    Estabelecer características que não sejam semelhantes Exige a elaboração de um texto
              entre dois ou mais fatos, idéias ou ocorrências.      próprio como resposta. Diferenciar
                                                                    não é o mesmo que definir.
Defina        Expor com precisão características ou                  Exige a elaboração de um texto
              particularidades de algum fato, idéia ou ocorrência.   próprio como resposta.
Conceitue     Formar uma idéia, noção ou entendimento de forma       Exige a elaboração de um texto
              clara sobre algum fato ou ocorrência.                  próprio como resposta. Conceituar
                                                                     não é o mesmo que justificar.
Destaque      Separar, de dentro de um todo (de um texto por         Pode ser apenas uma transcrição de
              exemplo), uma ou mais informações, idéias ou           um trecho de um texto ou a exposição
              conceitos mais relevantes ou não.                      de um trecho seguido de um texto-
                                                                     comentário.
Cite          Transcrever ou apontar fatos, idéias, ocorrências ou   Pode ser apenas uma transcrição de
              características de algum elemento.                     um trecho de um texto ou a exposição
                                                                     de um trecho seguido de um texto-
                                                                     comentário.
Confronte     Observar o comportamento, atitude, opinião de duas     Exige a elaboração de um texto
              ou mais pessoas, teorias ou posicionamentos a fim de   próprio como resposta. Confrontar
              se estabelecer alguns juízos e/ou relações como por    está intimamente ligado ao ato de
              exemplo de igualdades, de diferenças etc.              comparar.
Critique      Examinar com muito critério alguma idéia, noção ou Exige a elaboração de um texto
              entendimento tentando perceber qualidades e ou     próprio como resposta. Importante
              defeitos, pontos negativos e/ou positivos etc.     observar que criticar não é somente
                                                                 levantar aspectos negativos do que se
                                                                 está observando – a crítica pode ser
                                                                 também de caráter
                                                                 positivo/construtivo.
12




                      Sugestões para responder melhor às questões dissertativas

        Leia atentamente, se necessário várias vezes, os enunciados das questões detectando os verbos-
        comando que estruturam as questões.
        Responda exatamente o que está sendo pedido, não tente  complementar
                                                                       “       suas respostas
                                                                                        ”

        com informações desnecessárias achando que elas irão compensar o que você não souber
        responder.
        Não se esqueça de que uma resposta a uma questão dissertativa, por menor que seja, é sempre um
        texto, sendo assim, seja claro, coeso, coerente.
        Não responda às questões utilizando frases inteiras de textos, leia atentamente o material que está
        sendo analisado e construa a resposta com o seu próprio discurso. Os recortes de frases devem ser
        feitos apenas quando se tratar de verbos-comando como transcreva, retire etc.
        Respeite o número de linhas especificado para as suas respostas. Não seja muito sucinto nem
        muito prolixo –responda de maneira que você dê conta do que está sendo pedido.
        Todo boa resposta geralmente se inicia com traços da questão que a originou. Veja:

        Pergunta: De acordo com o texto, qual o nível financeiro daquela população?

         Resposta: De acordo com o texto, o nível financeiro daquela população é muito baixo.



* Não utilize em suas respostas gírias ou construções típicas da linguagem coloquial.




                             MOMENTO DE PRODUÇÃO EM GRUPO
  Leia com atenção o texto e, em seguida, responda ao que se pede. Procure responder exatamente
o que foi solicitado nos enunciados.
                                 (Este exercício compõe nota da Av1 – 2.0)
13


CONSUMO JOVEM


Como abordar um público afluente, mas avesso às mensagens comerciais.


      Uma das tendências mais instigantes do marketing na atualidade é a segmentação dos consumidores.
Dez anos atrás, os especialistas ainda pensavam em sexo e idade quando saíam em busca de nichos de
clientes. Uma enxurrada de pesquisas a respeito das nuances do público feminino desaguou nos
departamentos de marketing até meados dos anos 90. Com a incorporação das ferramentas etnográficas ao
arsenal de pesquisas, o conceito acabou por se alargar. Fala-se agora em estilo de vida, tribos, atitudes. Num
recente estudo, a consultoria McKinsey constatou a existência de 250 fatores tangíveis e intangíveis que
cercam uma marca.
        O mercado fragmentado tornou mais complexa a tarefa de “acessar” os clientes, para usar um jargão
da moda. E é com os jovens, aqui e lá fora, que os pesquisadores vêm se ocupando nos últimos tempos. Por
quê? Estima-se em 30 bilhões de reais o poder de consumo dos 28 milhões de brasileiros na faixa de 15 a 22
anos (movimentam o triplo desse valor, em dólar, nos Estados Unidos). Segundo um levantamento do
instituto Ipsos/Marplan, são consumidores ávidos que freqüentam cinemas, viajam e gostam de comprar
roupa em proporção bem acima da média da população. Trocam seu aparelho celular uma vez por ano,
enquanto os mais velhos o fazem a cada dois anos.
        Foi mirando nesse público que o finlandês Nokia acelerou suas vendas de celulares no Brasil. Os
aparelhos possuem opções de cor e toques personalizáveis, o que casa com a busca de afirmação do jovem. A
marca conquistou o prêmio Top Teen como a mais lembrada (47%) entre jovens de 16 a 24 anos. O Top Teen
é um prêmio especial da pesquisa Top of Mind, do instituto Datafolha.
        Além de consumidores vorazes, os jovens também são hábeis pilotos de computadores, DVSs e todo
tipo de novidade tecnológica. Nessa condição, passaram a ser influenciadores, quando não decisores de
compras domésticas. Oito em cada dez aparelhos de som passam pelo crivo dos filhos antes de serem
comprados.
        Desafiada no ano passado por um de seus clientes, a Semp Toshiba, que lidera as vendas de
televisores, a desenhar uma estratégia que ampliasse as vendas de aparelhos de som, a agência de propaganda
Talent mergulhou no mundo das tribos adolescentes. Dele emergiu com a idéia de uma campanha publicitária
centrada não exatamente nos atributos do equipamento, mas na linguagem capaz de unir a juventude: a
música. “O jovem não gosta de quem quer parecer jovem nem de sentir que estão vendendo algo para eles”,
afirma o relatório da Talent. Sintonizados com essa tendência, os comerciais de TV, inspirados em
videoclips, são coerentes com um dos mandamentos da juventude no que diz respeito à propaganda: em vez
de slogans vendedores ou mensagens informativas, há música, uma sucessão de danças e imagens divertidas.
Num dos filmes, uma galeria com orelhas de cães de diferentes raças é sobreposta aos rostos da garotada. Os
aparelhos só aparecem nas últimas cenas, como se fossem personagens também embalados pelo ritmo tecno.
        “Até então o mercado de áudio buscava apelos diferenciais na potência e nos acessórios”. Afirma
14

Oswaldo Ubrig, diretor de propaganda da Semp Toshiba. Lançada no início do ano com investimento de 7
milhões de reais (pouco menos da metade da verba publicitária anual da Semp), a campanha Toshiba Planet
inclui anúncios em revistas, spots em rádios e patrocínio de um festival de bandas. Qual foi o retorno? “Num
ano em que as vendas no mercado de som caíram 4%, crescemos quase 15%”, diz Luís Freitas, diretor de
vendas da Semp Toshiba. São 2 milhões de aparelhos que devem representar cerca de um terço do
faturamento da empresa, acima de 1 bilhão de reais. (Revista Exame – 10/12/2003, p. 135)


Questões
a)Qual é o assunto do texto acima?
b) Cite a mudança de estratégia que os profissionais de marketing fizeram para buscar clientes
c) Justifique o fato de que os pesquisadores vêm, ultimamente, se preocupando muito mais com os jovens.
d) Diferencie, de acordo com o texto, a atitude dos jovens e dos adultos em relação ao consumo.
e) Explique por que a empresa Talent apostou na linguagem jovem e não nos atributos do equipamento para
produzir uma campanha publicitária para a Semp Toshiba.
f) Transcreva do texto um trecho em que fique comprovada a eficiência da mudança de atitude da talente para
anunciar um produto da Semp Toshiba.
g) Critique a forte presença da publicidade de produtos e/ou serviços no nosso meio


5 GRAMÁTICA DE USO I

EMIGRANTE          O que sai de um país                TAXA                           Imposto

IMIGRANTE          O que entra em um país              TACHA                          Prego



EMINÊNCIA          Figura ilustre                      TRÁFEGO                        Relativo a trânsito

IMINÊNCIA          Proximidade                         TRÁFICO                        Negócios fraudulentos
IMINENTE           Prestes a ocorrer



APRESSAR           Acelerar                            SOAR                           Produzir som

APREÇAR            Perguntar, ajustar o preço de       SUAR                           Transpirar



INFLIGIR           Aplicar pena                        ASSESSÓRIO                     Relativo a assessor

INFRINGIR          Transgredir, violar                 ACESSÓRIO                      Supérfluo
15




INTERCESSÃO        Ato de interceder, intervenção     CASSAR                       Tirar os direitos de

INTERSEÇÃO         Ato de cortar                      CAÇAR                        Perseguir a caça




MANDADO            Ordem      escrita    de   uma     DEFERIR                      Conceder, concordar
                   autoridade judicial

MANDATO            Delegação, procuração              DIFERIR                      Discordar, ser diferente



EMPOSSAR           Tomar posse                        DESCRIÇÃO                    Ato de descrever

EMPOÇAR            Formar poça                        DISCRIÇÃO                    Qualidade, ser discreto




RATIFICAR          Confirmar, corroborar              DESTRATAR                    Insultar

RETIFICAR          Corrigir                           DISTRATAR                    Desfazer contrato




POR QUE, POR QUÊ, PORQUE OU PORQUÊ?




POR QUE – Utilizado no início de frases interrogativas. Com sentido de razão / motivo pelo(a) qual.

       Por que você não foi à festa?

Gostaria de saber por que você não foi à festa.



POR QUÊ – Utilizado no final de frases interrogativas ou quando estiver isolado.

        Você não foi à festa, por quê?



PORQUE – Utilizado em respostas, na introdução de causa ou explicação.

        Não fui à festa porque estava doente.



PORQUÊ – Com valor substantivo, precedido de determinante. Pode ser substituído por motivo.
16

          Quero saber o porquê de tanta gritaria.




GRAMÁTICA DE USO – TESTE I



1. Meus avós saíram do Japão e vieram para o Brasil em 1933. Portanto, aqui no Brasil, eles podem ser
considerados ____________.
a) emigrantes             b) imigrantes


2. Na __________ de erupção do vulcão Etna, os habitantes da Sicília foram retirados de suas casas pelo
governo italiano.
a) eminência              b) iminência


3. Com o ajuste no preço da gasolina marcado para a próxima semana, muitos consumidores _____________-
se em encher o tanque dos seus automóveis.
a) apressaram             b) apreçaram


4. Por (I) o limite de velocidade, os guardas rodoviários (II) advertências e multas aos motoristas mais
descuidados.
(I) a) infligirem           b) infringirem
(II) a) infligem           b) infringem


5. A __________ de Hugo Chávez foi decisiva na libertação dos seqüestrados pelas FARC.
a) intercessão             b) interseção


6. Vinte e quatro horas após terem prestado depoimentos, o casal recebeu ____________ de prisão preventiva.
a) mandado                 b) mandato


7. O novo ministro, ao (I) no Palácio do Planalto, jurou comprometimento e transparência até o fim de seu
(II).
(I) a) empossar            b) empoçar
(II) a) mandado            b) mandato


8. Correndo sem parar debaixo desse sol, as crianças __________ muito e se desidratam.
a) soam                    b) suam


9. O IGPM e o INPC, assim como outras tantas _________, foram anunciados com moderados aumentos.
17

a) taxas                      b) tachas


10. Com o (I) de drogas descendo os morros e invadindo a cidade, o (II) nas principais avenidas tem se
intensificado devido às constantes blitze policiais.
(I) a) tráfego                      b) tráfico
(II) a) tráfego                     b) tráfico


11. Espera-se que os _____________ mantenham a paz no estádio no clássico de domingo.
a) expectadores                    b) espectadores




12. Com a (I) de um novo prédio, todas as audiências acontecerão somente na (II) de Audiências e poderão ser
realizadas em mais de uma (III).
(I) a) seção           b) sessão        c) cessão
(II) a) Seção          b) Sessão        c) Cessão
(III) a) seção         b) sessão        c) cessão


13. Cumprindo (I) preventivo, a suspeita do crime foi colocada em (II) individual para não sofrer agressões de
outras presidiárias.
(I) a) mandado                      b) mandato
(II) a) sela                        b) cela


14. Os organizadores das Olimpíadas em Pequim já encerraram as medições dos (I) de todas as pistas de
atletismo. Estão todas de acordo com o (II) dos regulamentos.
(I) a) comprimentos                 b) cumprimentos
(II) a) comprimento                  b) cumprimento


15. Comprar um carro zero com seus ________ pode ficar até R$ 6.000,00 mais caro.
a) assessórios                     b) acessórios


16. Apesar de ter passado por um impeachment e seus direitos políticos terem sido __________, o ex-
presidente elegeu-se senador na última eleição.
a) cassados                        b) caçados


17. Embora o pedido tenha sido (I) pelo reitor, os alunos (II) em suas opiniões quanto à (III) de almoço
gratuito para estudantes de baixa renda.
(I) a) deferido                      b) diferido
(II) a) deferem                      b) diferem
18

(III) a) seção    b) sessão   c) cessão


18. Gostaria de saber _________ libertaram os suspeitos do crime.
a) por que   b) por quê   c) porque    d) porquê


19. (I) libertaram os suspeitos do crime? Todos questionam o (II) dessa ação.


(I) a) por que b) por quê c) porque d) porquê
(II)a) por que b) por quê c) porque d) porquê


20. Libertaram os principais suspeitos do crime. _________ ?!
a) por que   b) por quê   c) porque   d) porquê


21. Libertaram os principais suspeitos do crime _________ a justiça alega que eles não interferem nas
investigações.

a) por que   b) por quê   c) porque   d) porquê
19

6 PARÁGRAFO PADRÃO

         Segundo Garcia (1983, p. 203), “Parágrafo padrão é a unidade de composição (de texto) constituída
por um ou mais períodos, em que se desenvolve determinada idéia central, a que se agarram outras,
secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.” Assim, cada parágrafo
deve apresentar um aspecto (representado pelo tópico frasal) acerca do tema abordado no texto, as idéias
secundárias nada mais são do que a exemplificação ou a explicação dessa idéia central. Desse modo, ao se
encerrar um “tópico”, deve-se imediatamente criar novo parágrafo.
         Graficamente, os parágrafos devem ser assinalados graficamente em textos manuscritos pelo
adentramento (distanciamento entre a margem a o início da frase, em média 2 cm) e no computador pela tecla
tab ( é comum verificar que há textos na internet que não utilizam o recuo, e sim pulando uma linha entre cada
bloco de idéias – sugerimos a utilização do parágrafo tradicional tanto em textos manuscritos quanto em
trabalhos digitados).
         Quanto à extensão, não se pode determinar um número específico de linhas para cada parágrafo,
entretanto os parágrafos mais longos são característicos dos textos científicos e acadêmicos, pois são mais
complexos, tornando-se necessário um raciocínio mais elaborado na demonstração das ideias.


6.1 QUALIDADE DO PARÁGRAFO


         Assim como o texto, o parágrafo deve apresentar as seguintes características:
    a)   Unidade: deve-se apresentar apenas um aspecto em relação ao tema em questão, omitindo-se tudo o
         que não se relaciona com idéia predominante do parágrafo.
    b)   Coerência e coesão: é preciso escrever de modo que haja ligação e lógica entre as idéias
         apresentadas. É preciso conhecer palavras e expressões que promovem o encadeamento das ideias
         (seja dentro do parágrafo, seja para relacionar parágrafo): logo, portanto, porque, entretanto, por outro
         lado, além disso. outro recurso é a utilização de palavras de referência que nos remetem a elementos
         já mencionados anteriormente no texto: os sinônimos, os tempos verbais, os pronomes (ele, esse,
         aquele).
    c)   Clareza: trata-se de expressar-se de modo tal que só se possa obter uma única interpretação do que foi
         apresentado. Para se alcançar a clareza desejada deve-se utilizar um vocabulário simples, objetivo,
         sem expressões vagas como negócio, coisa.
    d)   Concisão: deve-se apresentar apenas o que é essencial, sem rodeios ou pormenores desnecessários ou
         divagações.
    e)   Correção: é preciso dominar e empregar as normas gramaticais, bem como o nível adequado de
         linguagem.
20

6.2 O TÓPICO FRASAL
          A idéia central do parágrafo é enunciada através do tópico frasal que é considerado o período mestre,
uma vez que orienta, ou governa o desenvolvimento períodos secundários. Reconhecer o tópico frasal auxilia
o leitor a identificar o caminho, o raciocínio do escritor.


OBSERVAÇÃO: Cada um dos parágrafos do texto deve apresentar necessariamente um tópico
frasal.



          Observe o parágrafo a seguir em que estão destacados cada um dos elementos que constituem o
parágrafo.


                                                     Tópico frasal
                                                                                                     desenvolvimento



          A comunicação por computador ameniza as distâncias - físicas ou de hierarquias.
    Um jornalista americano surpreendeu-se ao descobrir que o mais humilde empregado de Bill
    Gates, o mitológico criador e presidente da Microsoft, empresa que domina o Mercado
    mundial de programas de computador, pode facilmente comunicar-se com ele apenas
    enviando uma mensagem para o endereço eletrônico. A tendência é cada vez mais empresas
    terem as próprias redes internas de comunicação eletrônica. Desse modo, pode-se prever que
    haverá uma revolução nos sistemas de administração baseados em níveis hierárquicos.

                                                                                 conclusão



          Vejamos no texto a seguir como os tópicos frasais podem ser identificados.




                              Falta de engenheiros é gargalo ao desenvolvimento
          Os gargalos na infraestrutura nacional, como estradas e portos, constituem entraves ao desenvolvimento
e há muito tempo ocupam as discussões sobre como retomar o crescimento no Brasil. Com o reaquecimento da
atividade econômica no segundo semestre de 2009, veio à tona outro sério obstáculo à expansão, assim como à
inovação e ao avanço científico e tecnológico: a escassez de mão de obra qualificada. Tendo em vista as obras e
projetos previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a situação tende a se tornar ainda mais
crítica. Além desse, os projetos da Copa do Mundo de 2010, das Olimpíadas de 2016 e a exploração do petróleo
da camada do pré-sal são indicativos de oportunidades na área de engenharia.
          No caso do pré-sal, serão, no mínimo, 200 mil novos postos de trabalho para engenheiros. Por isso
mesmo, no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento e a Superação da Crise”, lançado em 2009,
21

a FNE – Federação Nacional dos Engenheiros alerta para a necessidade urgente de multiplicar a mão de obra
qualificada.
        O cenário atual era previsível. Ao longo de mais de duas décadas de estagnação, a engenharia perdeu
relevância, e os profissionais se viram sem espaço para atuar. Com isso, para os estudantes, a engenharia não era
tão atraente.
        Porém, hoje, o cenário é outro. Por isso, precisamos fazer com que os jovens enxerguem a engenharia
como a profissão do momento e do futuro. Preocupada e comprometida com esse novo panorama, a FNE lança
um vídeo, que será veiculado durante o ano letivo, destinado aos estudantes de 2° grau, que elucida a profissão
de engenharia. A ideia é estimular os estudantes a optarem pelo curso, que tem um leque enorme de opções e
especializações. O desenvolvimento contínuo do País tem que servir de estímulo para o ingresso na carreira de
engenharia.
        O Ministério da Educação percebe a necessidade de mais profissionais no mercado e pretende aumentar
em 50% o número de vagas nas universidades, nos próximos seis anos. Hoje, entre os 140 mil alunos que entram
para a faculdade de engenharia, apenas 40 mil se formam anualmente. Há necessidade de dobrar esse número
para acompanhar o desenvolvimento iminente do País. Essa atual demanda é um desafio que a sociedade
brasileira deverá enfrentar com otimismo e determinação. É importante requalificar os profissionais disponíveis
e garantir que mais jovens optem pelos cursos de engenharia, assegurando a esses formação de qualidade.
        Comprometida com o desenvolvimento nacional, a FNE alerta para a necessidade iminente de
profissionais qualificados na área de engenharia e dá a sua colaboração para ajudar a sanar o problema.
____________________________________________________
                     Murilo Celso de Campos Pinheiro – presidente da Federação Nacional dos Engenheiros

(Disponível em:
http://www.fne.org.br/fne/index.php/fne/institucional/palavra_do_presidente/falta_de_engenheiros_e_gargalo_a
o_desenvolvimento)




        AGORA É SUA VEZ – ESTE EXERCÍCIO COMPÕE NOTA DA AV2- 2.0
        Reúna-se com seu grupo para resolver as seguintes questões:
    a) O texto teve propositalmente omitida a marcação dos parágrafos, leia-o com atenção e faça a divisão
        adequada ( para entregar anote apenas as palavras iniciais e finais de cada parágrafo).
    b) Que ideia Dalmo de Abreu Dallari defende em seu texto?
    c) No texto, o autor nos apresenta uma série de argumentos, ordenados logicamente, a fim de convencer o
        leitor. Quais são esses argumentos e como eles nos são apresentados?
    d) Qual a função do último parágrafo? Que ideias são agora apresentadas?
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                                          Viver em sociedade

A sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de se ajudarem umas às outras,
a fim de que possam garantir a continuidade da vida e satisfazer seus interesses e desejos. Sem vida em
sociedade, as pessoas não conseguiriam sobreviver, pois o ser humano, durante muito tempo, necessita
de outros para conseguir alimentação e abrigo. E no mundo moderno, com a grande maioria das pessoas
morando na cidade, com hábitos que tornam necessários muitos bens produzidos pela indústria, não há
quem não necessite dos outros muitas vezes por dia. Mas as necessidades dos seres humanos não são
apenas de ordem material, como os alimentos, a roupa, a moradia, os meios de transportes e os cuidados
de saúde. Elas são também de ordem espiritual e psicológica. Toda pessoa humana necessita de afeto,
precisa amar e sentir-se amada, quer sempre que alguém lhe dê atenção e que todos a respeitem. Além
disso, todo ser humano tem suas crenças, tem sua fé em alguma coisa, que é a base de suas esperanças.
Os seres humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque escolhem esse modo de
vida; mas porque a vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana. Assim, por exemplo, se
dependesse apenas da vontade, seria possível uma pessoa muito rica isolar-se em algum lugar, onde
tivesse armazenado grande quantidade de alimentos. Mas essa pessoa estaria, em pouco tempo,
sentindo falta de companhia, sofrendo a tristeza da solidão, precisando de alguém com quem falar e
trocar idéias, necessitada de dar e receber afeto. E muito provavelmente ficaria louca se continuasse
sozinha por muito tempo. Mas, justamente porque vivendo em sociedade é que a pessoa humana pode
satisfazer suas necessidades, é preciso que a sociedade seja organizada de tal modo que sirva,
realmente, para esse fim. E não basta que a vida social permita apenas a satisfação de algumas
necessidades da pessoa humana ou de todas as necessidades de apenas algumas pessoas. A sociedade
organizada com justiça é aquela em que se procura fazer com que todas as pessoas possam satisfazer
todas as suas necessidades, é aquela em que todos, desde o momento em que nascem, têm as mesmas
oportunidades, aquela em que os benefícios e encargos são repartidos igualmente entre todos. Para que
essa repartição se faça com justiça, é preciso que todos procurem conhecer seus direitos e exijam que
eles sejam respeitados, como também devem conhecer e cumprir seus deveres e suas responsabilidades
sociais.
                     (DALLARI, Dalmo de D Viver em sociedade. São Paulo: Moderna, 1985. p. 5-6)
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MAIS ALGUNS EXERCÍCIOS


1. Desenvolva os seguintes tópicos frasais.

     Pagam o preço do progresso aqueles que menos desfrutam deles




     A intervenção humana no meio ambiente afeta o futuro do planeta




2. Elabore, para a conclusão apresentada a seguir, o tópico frasal e o desenvolvimento do período.




                                                                    .É por isso que a sociedade se encontra nessas condições.




3. Leia com atenção o texto abaixo e, em seguida, elabore um parágrafo que apresente seu ponto de vista sobre
a questão abordada pelo autor. Grife, em seu texto, o tópico frasal, o desenvolvimento e a conclusão.
24


                                     Oscar também para o coadjuvante
                    Para brilhar no ambiente corporativo, nem sempre é preciso ser o líder.

Preste atenção: nos programas humorísticos há sempre um comediante que prepara toda a piada para que um
outro, geralmente mais famoso, conclua e arranque risos - e aplausos – do público. Por ficar em segundo
plano, o chamado escada nem sempre tem a mesma popularidade do astro principal, mas isso não quer dizer
que ele seja menos importante. O que seria do Didi sem o Dedé? E do Magro sem o Gordo?
No mundo do trabalho, isso também ocorre, e os jovens precisam ter consciência de que nem sempre eles
serão os líderes do seu grupo. Essa descoberta pode ser frustrante, especialmente porque cultura ocidental
tende a valorizar demais as estrelas, e os coadjuvantes são sempre os menos importantes. Basta que se avalie a
passagem do piloto Rubens Barrichello pela Ferrari, criticado por ficar sempre à sombra do alemão Michael
Schumacher, seu companheiro de escuderia.
Entretanto, foi graças a essa estratégia que a Ferrari conseguiu, entre 2000 e 2005, ser vitoriosa por cinco anos
consecutivos no campeonato mundial de construtores, em que se conta o somatório de pontos de todos os
pilotos da equipe. E, de quebra, Barrichello sagrou-se como o segundo melhor piloto de Fórmula Um por três
vezes.
Em artigo do jornal espanhol Expansión, Plácido Fajardo, sócio da agência de recrutamento de executivos
Leaders Trust, assegura que “uma boa parte do êxito do líder se deve a quem está atrás, menos visível, porém
eficiente”. Ele faz questão de destacar que a figura do segundo nem sempre é a daquele que não pôde chegar a
ser primeiro e que, por isso, é um profissional frustrado. “Às vezes, quem desempenha o papel coadjuvante
realmente prefere isso”, diz Fajardo, detalhando que essa posição é relativamente mais cômoda, menos exposta
e serve de refúgio às inclemências que o líder tem de enfrentar. A segunda posição é tão valorizada que certas
organizações criam treinamentos específicos para cargos coadjuvantes. A matéria do periódico espanhol
exemplifica o caso com o programa da Goldam Sachs, que prepara seus candidatos à codireção, para dar-lhes
mais experiências em comum.
Assim, quando fizer parte de um grupo de estagiários e, naturalmente, um ou outro se sobressair – não sendo
você-, saiba que isso não é o fim do mundo ou a garantia de que a efetivação não virá. A palavra de ordem
deve ser sempre eficiência, profissionalismo e autoconfiança; afinal, o Oscar também vai para os coadjuvantes.
                      Revista Agitação, CIEE. Ano XIV, nº 85 – jan/fev. 2009. Suplemento especial.
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7 GRAMÁTICA DE USO II



A FIM DE ou AFIM?

A FIM DE – Com intuito

Nós procuramos a fim de estabelecermos relações comerciais.



AFIM – Com afinidade

São pessoas afins.



ONDE ou AONDE?

ONDE – Usado quando o verbo indica permanência (em que lugar).

Onde está o meu carro?



AONDE – Usado quando o verbo indica movimento (a que lugar).

Aonde você vai agora?

EU ou MIM

O pronome EU representa o agente, ou seja, o responsável pela ação verbal.

       O diretor pediu para eu fazer o relatório.

       O relatório é para eu fazer.

O pronome MIM exerce a função de receptor das ações expressas pelo verbo.

       O diretor pediu que o relatório fosse entregue para mim.

Se o pronome que representa a 1º pessoa estiver precedido da preposição entre deve-se utilizar a forma MIM.

       Entre ele e mim não há segredos.

HÁ CERCA DE, ACERCA DE ou CERCA DE?

HÁ CERCA DE – Indica tempo decorrido.

       A peça teatral está sendo apresentada há cerca de dois anos.

ACERCA DE – a respeito de.

       Falávamos acerca de sua demissão

CERCA DE – Indica arredondamento (perto de, coisa de, por volta de, em torno de, aproximadamente)
26

       Cerca de 10 mil pessoas compareceram à manifestação.

Obs: Não usar para números exatos. Ex.: “Cerca de 543 pessoas...”



HAJA VISTO ou HAJA VISTA?

A expressão correta é HAJA VISTA, mesmo antes de palavras masculinas.



Vamos repetir a demonstração. Haja vista o interesse dos participantes.



TAMPOUCO ou TÃO POUCO?

TAMPOUCO – Também não.

       Não compareci a festa tampouco ao almoço.



TÃO POUCO – Muito pouco.

       Tenho tão pouco tempo disponível para essa tarefa.



A ou HÁ?

A – Preposição, indica tempo futuro, idéia de distância e na expressão a tempo.

       Ele chegará daqui a duas semanas.

       A cidade fica a 20 km daqui.

       Não chegaremos a tempo de ver o espetáculo.



HÁ – Indica tempo decorrido, passado.

       Há tempo que não trabalho tanto quanto agora.

       Saiu há pouco do Rio de Janeiro.



A PAR ou AO PAR?

A PAR – Estar ciente de, sabedor.

       Estou a par do ocorrido.

AO PAR – Termo usado em Operadores de Mercado Financeiro (indica paridade ou igualdade).
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       O lançamento de ações foi feito ao par (com base no valor nominal).



MENOS ou MENAS?

Forma correta é : “Há menos pessoas aqui do que lá”.



Não esqueça que NÃO existe a forma MENAS.



MÁS, MAS ou MAIS?

MÁS – Ruins.

       Essas pessoas são muito más.

MAS – Conjunção coordenativa adversativa: entretanto, porém.

       A virtude é comunicável. Mas o vício é contagioso.

MAIS – Antônimo de menos.

       O jornal de hoje publicou mais fotos da vencedora do festival.



MAL ou MAU?

MAL – Antônimo de bem.

       A criança estava passando mal desde ontem.

MAU – Antônimo de bom.

       Houve mau uso dos equipamentos eletrônicos.



A PRINCÍPIO ou EM PRINCÍPIO?

A PRINCÍPIO – Significa inicialmente, no começo, num primeiro momento.

       A princípio havia um homem e uma mulher.



EM PRINCÍPIO – Quer dizer em tese, por princípios, teoricamente.

       Em princípio, sou contra a pena de morte.

Ou use simplesmente:

       Em tese, sou contra a pena de morte.
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EM DOMICÍLIO ou A DOMICÍLIO?

       O correto é entregas em domicílio. É o mesmo que fazer entregas em casa, no escritório.

       Fazemos entregas em domicílio.



Obs.: Só usamos a domicílio com verbos de movimento.

       Conduziram o doente a domicílio (melhor: ...ao seu domicílio).



SE NÃO ou SENÃO?

SE NÃO – Pode ser substituído por caso não.

       Devolva o relatório se não estiver de acordo.



SENÃO – Pode ser substituído por somente, apenas.

       Não vejo outra alternativa senão concordar.



SENÃO – Substantivo, significando contratempo.

       O show não teve nenhum senão.



PORISSO ou POR ISSO?

NÃO existe a forma PORISSO.

A forma correta é POR ISSO.



É por isso que você não vai mais errar.



AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A?

AO ENCONTRO DE – Designa uma situação favorável.

       Nossas propostas vão ao encontro das atuais tendências do mercado.



DE ENCONTRO A – Dá a idéia de oposição, contrariedade, choque.

      Temos pontos de vista diferentes: minhas idéias vão de encontro às suas.
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COM CERTEZA OU CONCERTEZA?

Com certeza, é com certeza, separado!



CONTUDO OU COM TUDO?

COM TUDO – Faz referência a algo mencionado anteriormente, invariavelmente acompanhado do pronome
ISSO.

         Com tudo isso é possível perceber que estudar é essencial!

CONTUDO – Introduz uma idéia oposta ao que foi mencionado anteriormente, pode ser substituído por
entretanto, porém, todavia, mas.

         Contudo não é possível afirmar que todas as pessoas são felizes.

DERREPENTE OU DE REPENTE?

Só existe a forma DE REPENTE.



INFELIZMENTE OU INFELISMENTE?

Grafa-se infeliz com Z, portanto o advérbio INFELIZMENTE, derivado de infeliz, deve também ser grafado
com Z.



OQUE OU O QUE?

Trata-se de uma expressão formada por duas palavras, portanto O QUE.

   A falta de desenvolvimento sustentável é O QUE acarreta tantos problemas ao meio ambiente.



QUIZ OU QUIS?

O verbo querer deve ser grafado com S, assim:

   Eu não QUIS incomodar você. Ele também não QUIS. Talvez os outros QUISESSEM...



AGENTE OU A GENTE?

AGENTE – é substantivo.

 Este é o AGENTE 007.

 Ele é um AGENTE da Polícia Federal.
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 A GENTE – forma oral que na linguagem coloquial substitui o pronome NÓS.

 - Vocês preferem ir ao cinema ou ao teatro?

 - É claro que A GENTE preferi ir ao cinema.



 OPNIÃO OU OPINIÃO? / OPITAR OU OPTAR? CORRUPTO OU CORRUPITO?

As formas corretas são OPTAR, OPINIÃO E CORRUPTO.



ATENÇÃO À PRONÚNCIA E ESCRITA DE ALGUMAS PALAVRAS:

Aeronáutica      Bicarbonato          Lagartixa         Rubrica          Superstição     Caderneta

Bandeja          Problema             Receoso           Subsídio         Digladiar       Misto

Emagrecer        Salsicha             Xifópagos         Dignitário       Mortadela       Cabeleireiro

Progresso        Próprio              Cinquenta         Asterisco        Privilégio      Empecilho

Coincidência     Perturbar            Mendigo           Prazerosamente   Reivindicação   Estupro

Advogado         Frustrado            Meteorologia      Irrequieto       Ignorante       Beneficente



 GRAMÁTICA DE USO – TESTE II


1. Os alunos fizeram uma pesquisa prévia sobre o assunto _______ de escreverem seus artigos.
a) a fim                    b) afim


2. (I) você foi? Eu o procurei ali por (II) você costuma estar, mas não o encontrei.
a) Onde     b) Aonde     c) a e b são possíveis
a) onde     b) aonde    c) a e b são possíveis


3. (I) dez anos, não se falava (II) celulares, DVDs, i-pods e MP 3. No entanto, (III) 70% de crianças da classe
média possuem um ou mais desses eletrônicos em casa.
(I) a) Há cerca de     b) Acerca de       c) Cerca de
(II) a) há cerca de    b) acerca de      c) cerca de
(III) a) há cerca de   b) acerca de      c) cerca de
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4. O prefeito já pensa em instituir um outro tipo de rodízio de veículos, (I) o intenso (II) na capital nos últimos
meses.
(I) a) haja visto         b) haja vista
(II) a) tráfego           b) tráfico


5. Tenho (I) tempo disponível durante a semana que não consigo estudar (II) ler o livro recomendado pela
professora.


(I) a) tampouco          b) tão pouco
(II) a) tampouco          b) tão pouco


6. (I) muitos anos, o homem sonhou em pisar na lua. Hoje (II) aqueles que já podem fazer suas reservas para
uma (III) espacial.
(I) a) A                b) Há
(II) a) a               b) há             c) hão
(III) a) viagem         b) viajem


7. Já (I) anos que trabalho nesta empresa. (II), vim substituir um funcionário afastado, (III) acabei sendo
efetivado.
(I) a) faz              b) fazem
(II) a) Em princípio     b) A princípio
(III) a) mais           b) más            c) mas


8. Quando ficou (I) das causas da doença, o governador verificou também que, cada vez mais, (II) pessoas
seguem as medidas de prevenção.
(I) a) ao par             b) a par
(II) a) menas            b) menos


9. Os alunos que foram (I) na prova disseram que seu (II) desempenho deveu-se ao fato de terem perdido
muitas aulas.
(I) a) mal                b) mau
(II) a) mal               b) mau


10. O técnico preferiu realizar uma (I) de condicionamento físico (II) treino com bola.
(I) a) seção             b) sessão
(II) a) ao invés de      b) em vez de
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11. As medidas preventivas instituídas ___________ estadual podem ajudar no combate à dengue.
a) a nível              b) em nível


12. Muitas pizzarias devem corrigir suas placas para: “Fazemos entregas ______________.”


a) em domicílio          b) a domicílio


13. Nosso escritório situa-se (I) Avenida Nações Unidas, mas residimos (II) Avenida Higienópolis.
(I) a) na                b) à
(II) a) na               b) à


14. O dia a dia do paulistano fica cada vez mais curto com o tempo gasto no seu deslocamento pela cidade. (I),
este tempo tende a aumentar (II).
(I) a) infelizmente      b) infelismente
(II) a) dia a dia       b) dia-a-dia


15. _________ estiver de acordo com as exigências do cliente, a encomenda poderá ser devolvida e reposta
por outro produto.
a) Senão                  b) Se não


16. O professor contraiu uma virose e está de cama. _____________ a aula de hoje foi cancelada.
a) Porisso                b) Por isso


17. Não adianta você querer ir _________________ novos projetos do diretor. Ele já decidiu colocá-los em
prática.
a) ao encontro dos        b) de encontro aos


18. _____________ o diretor não vai mudar de idéia. Sabemos o quanto ele é irredutível.
a) Com certeza            b) Concerteza


19. Hoje em dia, o jovem tem acesso a muita informação devido aos sites de pesquisa na internet, os canais
por assinatura e aos aparelhos eletrônicos de alta tecnologia. (I) isso, o jovem atual pode crescer melhor
preparado para a vida e para o mercado de trabalho. (II), alguns jovens ainda se negam a estudar.
(I) a) Contudo             b) Com tudo
(II) a) Contudo            b) Com tudo


20. A noite caía normalmente. Os postes se (I), os maridos voltavam às casas e as portas e portões eram (II)
até que, (III), ouviu-se um grito ecoando pela vizinhança.
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(I) a) acendiam            b) ascendiam
(II) a) serrados           b) cerrados
(II) a) derrepente         b) de repente


21. – Desculpe, não (I) incomodar você, mas talvez as crianças (II) sair um pouco para passear.
(I) a) quis                 b) quiz
(II) a) quisessem          b) quizessem


22. O (I) da Polícia Federal perguntou se (II) viajava a negócios ou como turistas.
(I) a) a gente              b) agente
(II) a) a gente             b) agente


23. O (I) tinha a intenção de investigar a (II) da sociedade brasileira (III) da legalização do porte de armas por
qualquer indivíduo.
(I) a) plebicito            b) plebiscito
(II) a) opnião              b) opinião
(III) a) há cerca           b) acerca


24. Os eleitores (I) pelo político (II) e se deixaram levar pela sua boa imagem.
(I) a) optaram             b) opitaram
(II) a) corrupto           b) corrupito


8 VARIEDADES LINGUÍSTICAS

         Como falantes da Língua Portuguesa, percebemos que existem situações em que a língua apresenta-se
sob uma forma bastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nos meios de comunicação.
Essa diferença pode manifestar-se tanto pelo vocabulário utilizado, como pela pronúncia ou organização da
frase.

         Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma forma. Isso ocorre porque as línguas
naturais são sistemas dinâmicos e extremamente sensíveis a fatores como, por exemplo, a região geográfica, o
sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do contexto. Essas diferenças constituem as
variações lingüísticas.

         Entre as variedades da língua, há uma que tem maior prestígio: a variedade padrão conhecida
também como língua padrão e norma culta. Essa variedade é utilizada nos livros, jornais, textos científicos e
didáticos e é ensinada na escola. As outras variedades lingüísticas são chamadas de variedades não padrão.

         Tanto na fala, quanto na escrita, a linguagem de uma pessoa pode variar, ou seja, passar de culta ou
padrão à coloquial ou até mesmo à vulgar. O gramático Evanildo Bechara ensina que é preciso ser “poliglota
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de nossa língua”. Poliglota é a pessoa que fala várias línguas. No caso, ser poliglota do português significa ter
domínio do maior número possível de variedades lingüísticas e saber utilizá-las nas mais diferentes situações.

        A linguagem culta é aquela utilizada pelas pessoas de instrução, niveladas pela escola. Ela é mais
restrita, pois constitui privilégio e conquista cultural de um número reduzido de falantes.

        Já a linguagem coloquial pode ser considerada um tipo de linguagem espontânea, ou seja, utilizada
para satisfazer as necessidades vitais do falante sem muita preocupação com as formas lingüísticas. É a
língua cotidiana, que comete pequenos – mas perdoáveis – deslizes gramaticais.

        A linguagem vulgar, porém, é própria das pessoas sem instrução. É natural, expressiva, livre de
convenções sociais.

Exercício
       Elabore os textos de duas mensagens eletrônicas – uma para o coordenador de seu curso e outra para
um colega de turma. Os textos devem apresentar:
    a) o destinatário (vocativo);
    b) sua identificação;
    c) uma solicitação;
    d) as razões dessa solicitação;
    e) encerramento
    f) assinatura


        Veja, a seguir, uma reportagem acerca do mau uso do e-mail publicada no Diário de São Paulo,
    13/09/90. pp. 3-5 no caderno Talento e Sucesso.
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    9 TEXTO VERBAL E NÃO-VERBAL

         A capacidade humana ligada ao pensamento que se manifesta por meio de palavras (verbum, em
latim) de uma determinada língua caracteriza o texto ou linguagem verbal.

         Existem, porém, outras formas de linguagem de que o homem lança mão para representar o mundo,
expressar-se, comunicar-se: os gestos, a música, a pintura, a mímica, as cores. Trata-se da linguagem ou do
texto não-verbal.

         É possível apontar semelhanças e diferenças entre os dois tipos de textos. A análise criteriosa (leitura)
dos signos utilizados nos textos não-verbais permite que o sentido seja apreendido e que se estabeleça
comunicação, mesmo que a correspondência não seja absoluta e um mesmo tipo de mecanismo assuma
contornos específicos em cada tipo de linguagem.

         A utilização de recursos não-verbais na comunicação é freqüente e exige que o leitor esteja atento a
essas formas de interação que, muitas vezes tomam o lugar dos textos verbais -ou a eles se associam -com o
objetivo de produzir sentido de maneira mais rápida e eficiente – é o caso das tabelas, dos gráficos, dos sinais
de trânsito, charges.

Observe a mensagem transmitida com a charge abaixo:




http://www.patodelaranja.com/colunistas/clauro/cla_070205.php




 EXERCÍCIO

Analise as capas da revista Veja, apresentadas abaixo, associe a linguagem verbal e a linguagem não-verbal.
Analise-as e comente as mensagens transmitidas.
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Edição 2141. 2 de dezembro de 2009




 http://veja.abril.com.br/161209/sumario.shtml
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Edição 2143. 16 de dezembro de 2009




 http://veja.abril.com.br/161209/sumario.shtml
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10 COESÃO e COERÊNCIA TEXTUAL

        Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas pelo encadeamento, pelo
sentido, pelas relações entre as idéias que criam uma trama de significados a que damos o nome de
textualidade. Esse encadeamento é a coesão textual.

        Uma das maneiras de se alcançar a coesão textual se dá pela recuperação de elementos de uma oração
em orações posteriores. Observe:

        “Pegue três maçãs e coloque-as sobre a mesa.”. Se perguntarmos a um falante de língua portuguesa se
as duas sentenças formam um texto, sua resposta será afirmativa. Se lhe perguntarmos o motivo, dirá que
ambas tratam da mesma coisa. Se lhe perguntarmos ainda se existe algo na segunda sentença que a possa ligar
à primeira, ele nos apontará o pronome as. De fato, o pronome as recupera o termo três maçãs. Eis aí um
exemplo de coesão textual. (Abreu, 2001:12)

        è importante ainda ressaltar que há inúmeras formas de se estabelecer coesão entre as sentenças de um
texto diferentes do desagradável procedimento que é o uso de expressões como: o mesmo, a repetição de
artigos e o uso abusivo do pronome qual. Observe:

        Pegue as três maçãs. Coloque as mesmas sobre a mesa.

        Prefira:

Pegue três maçãs e coloque-as sobre a mesa.

        Pedi uma cerveja. Uma cerveja veio sem gelo. / Pedi uma cerveja a qual veio sem gelo.

        Prefira:

        Pedi uma cerveja que veio sem gelo. / Pedi uma cerveja. Ela veio sem gelo.



10.1 USO DOS OPERADORES ARGUMENTATIVOS.

        Vejamos abaixo os principais conectivos com os seus respectivos sentidos:




Relações Lógicas                   Palavras e Expressões Articuladoras que podem ser usadas


Adição, seqüência de               E, nem, não só...mas também, não só...como também, bem como etc.
informações


Oposição de idéias                 Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não etc.


Alternativas, escolhas             Ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, seja...seja
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Conclusão                         Logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim, para concluir,
                                  finalmente, em resumo.


Causa, justificativa ou explicação Que, porque, pois, porquanto, como, pois que, uma vez que, visto que, já
de um fato                        que etc.


Contradição e concessão           Ainda que, apesar de que, embora, mesmo que, conquanto que, se bem que,
                                  por mais que, posto que etc.


Condição ou hipótese necessária Se, contanto que, salvo se, desde que, a menos que, a não ser que, caso etc.
para que se realize um fato


Conformidade entre pensamentos Conforme, segundo, consoante


Finalidade ou objetivo do fato    Para que, a fim de que


Proporcionalidade                 À medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto mais,
                                  quanto menos


Tempo                             Quando, enquanto, assim que, logo que, todas as vezes que, desde que,
                                  depois que, sempre que, assim que, previamente, subseqüentemente,
                                  simultaneamente, recentemente


Comparação                        Como, assim como, tal como


Conseqüência                      De sorte que, de modo que, de forma que, sem que, tanto que etc.


Verossimilhança                   Na verdade


Similaridade                      Igualmente, também da mesma forma, assim como


Exemplo                           Por exemplo, para ilustrar


Evidências adicionais             Ademais, além disso, igualmente importante, adicionalmente, também




EXERCÍCIOS

1 - Relacione as sentenças abaixo, em um só período, articulando-as da maneira que julgar mais
adequada. Faça isso três vezes, dando relevância, alternadamente, a cada uma das idéias.
43

Grupo A

   a) Muitas empresas multinacionais estão decepcionadas com alguns aspectos da nova
Constituição.

   b) Muitas empresas multinacionais continuarão a investir no Brasil.

   c) Muitas empresas multinacionais acreditam no futuro do Brasil.

Grupo B




2 - Faça o mesmo exercício, agora apenas uma vez, obedecendo às indicações entre parênteses.

a) O fogo é, paradoxalmente, um importante regenerador de matas naturais. (idéia principal)

b) O fogo destrói a matéria orgânica necessária à formação do humo do solo. (concessão à
primeira)

c) O fogo destrói o excesso de material combustível acumulado no chão. (causa da primeira)
44




11
11
11
11   O TEXTO DESCRITIVO

         A descrição é uma espécie de retrato verbal de um determinado objeto. É descritivo o texto que tem
por finalidade retratar algo, de forma que o interlocutor possa, por meio das palavras, criar mentalmente a
imagem do objeto descrito.
         É importante ressaltar que como não há escrita sem intenção, descreve-se para atingir determinados
objetivos, tais como:
     o   exaltar ou criticar.
     o   analisar conteúdos.
     o   fazer conhecer, direta ou indiretamente, objeto, processos laboratoriais   –   por exemplo - e ambientes.

         Ao descrever, a pessoa seleciona as palavras que pretende usar para que possa convencer o
interlocutor. Se há um desejo de convencer, de fazer com que o interlocutor enxergue de acordo com a visão
de mundo do enunciador, o texto descritivo possui uma função argumentativa.
         Sendo assim, a descrição pretende ser um retrato verbal, mostrar aquilo que os olhos do enunciador
veem, portanto:
         a linguagem deve ser objetiva   –   vocabulário denotativo;

         as frases devem ser curtas e, preferencialmente, na ordem direta;
         os verbos devem ser utilizados em 3 pessoa.

Como construir um texto descritivo
         É muito comum a dificuldade na criação de um texto descritivo, pois a sensação é de que há muito a
dizer e não se sabe por onde começar, ou ainda, definir o que é ou não relevante para que se atinja o objetivo
do texto.
         Uma boa maneira de solucionar esses problemas é observar, analisar e classificar as idéias que se tem
acerca do objeto da descrição.
45

       Elaborar uma lista (ou um quadro) com idéias que vão ocorrendo sobre o que se quer descrever e, a
seguir, organizar essas informações, separando-as em grupos que se coordenam é um bom começo.
       A descrição técnica deve apresentar precisão vocabular e exatidão de pormenores. Deve esclarecer,
convencendo. Pode-se descrever objetos, mecanismos ou processos, fenômenos, fatos, lugares, eventos.
       Determinar o ponto de vista e o objetivo do texto são muito importantes na construção da descrição,
deles depende a estrutura do texto: o que será descrito? que aspecto será destacado? quais são os pormenores
mais importantes? que ordem será adotada para a descrição? a quem se destina o texto: ao técnico ou ao leigo?
       Veja, na ilustração a seguir, o resultado de uma descrição mal feita.




Descrição técnica de objeto: passo a passo

Introdução – 1º parágrafo:
        No 1º período, apresente o objeto como um todo (nome), função, campo de utilização. No 2º período,
apresente as partes que compõem o objeto, procure adotar um ponto de vista, uma sequência para que o leitor
possa, à medida que lê, visualizar o objeto descrito
Parágrafos de desenvolvimento:
46

Elabore um parágrafo para cada parte, procure adotar a sequência que estabelece a ligação entre elas de modo,
agora, a ir montando o objeto na mente do leitor, apresente as características mais relevantes (função, formato,
dimensões, cor – quando isso for relevante, como no caso de fios -, material (flexibilidade, dureza). Em
seguida, indique a que outra parte se liga. Passe então para o próximo parágrafo e assim sucessivamente.

Conclusão - último parágrafo:

        Retome o objeto como um todo ( repita o nome), apresente, então mais alguma característica geral
como o peso, a eficácia ou o preço, por exemplo. Traga mais alguma informação sobre o funcionamento, a
segurança no uso ou a manutenção e encerre.


Descrição técnica de processo: passo a passo

Introdução – 1º parágrafo:
        No 1º período, cite o nome do processo, sua função, campo de utilização. No 2º período, indique
quantas e quais são as etapas do processo. Em seguida apresente os materiais, as ferramentas ou equipamentos
que são utilizados. Procure descrever a sequência em que vão ocorrendo os passos, para que o leitor possa, à
medida que lê, visualizar e compreender o que está sendo descrito.
Parágrafos de desenvolvimento:
        Elabore um parágrafo para apresentar o preparo para a realização do processo.
        Elabore, em seguida, o número de parágrafos necessários para descrever como se dá o
desenvolvimento do processo.

Conclusão - último parágrafo:


       Retome o nome do processo, sua validade, eficiência, utilidade ou finalidade. È possível acrescentar
também comentários acerca da segurança da execução do trabalho.


        Lembre-se de:
    a) impessoalizar o texto, ou seja, utilize expressões como: misturou-se..., procedeu-se a ... No
        caso de manuais de instrução, os verbos devem ser utilizados no modo imperativo: faça,
        pegue, cole etc
    b) utilizar expressões correlacionais como: em primeiro lugar, primeiramente, logo após, em
        seguida, depois disso, feito isso, a partir disso, posteriormente, por último, finalmente, por
        fim.


Descrição técnica de ambiente: passo a passo

Introdução – 1º parágrafo:
        Apresente, inicialmente, o nome do ambiente, a que se destina, sua localização, área.
47

Parágrafos de desenvolvimento:
        Elabore um parágrafo para detalhar as características da construção: portas, janelas, paredes teto,
chão. Lembre-se de adotar um ponto de vista: a leitura do texto deve ser um verdadeiro retrato do ambiente,
escolha indicar a partir da porta onde está localizada a janela, por exemplo.
        No parágrafo seguinte, faça o detalhamento dos móveis e objetos que estão no ambiente, localizando
sua posição no espaço. Lembre-se novamente de adotar uma sequência, quanto mais organizado a disposição
das informações mais claramente a imagem se constrói na mente do leitor.

Conclusão - último parágrafo:


       Retome o nome do ambiente, e teça comentários acerca da adequação, acesso, ventilação, segurança,
iluminação do local.

        Veja, a seguir, alguns exemplos de descrição.




    DESCRIÇÃO TÉCNICA DE OBJETO
    TEXTO I
    O motor está montado na traseira do carro, fixado por quatro parafusos à caixa de câmbio, a qual,
    por sua vez, está fixada nos coxins de borracha na extremidade bifurcada do chassi. Os cilindros
    estão dispostos horizontalmente e opostos dois a dois. Cada par de cilindros tem um cabeçote
    comum de metal leve. As válvulas, situadas nos cabeçotes, são comandadas por meio de tuchos e
    balancins. O virabrequim, livre de vibrações, de comprimento reduzido, com têmpera especial nos
    colos, gira em quatro pontos de apoio e aciona o eixo excêntrico por meio de engrenagens
    oblíquas. As bielas contam com mancais de chumbo-bronze e os pistões são fundidos de uma liga
    de metal leve.
               (Manual de instruções (Volkswagem). In: Comunicação em prosa moderna. GARCIA
    Othon, Rio de janeiro: Editora FGV, 1996, p.388.)
48



TEXTO II

                                           Mesa de Rolos

EFACEC
        Mesas de rolos são tipicamente usadas em aplicações onde seja necessário acumular e
manusear um número relativamente grande de malas, como no final de coletoras em pequenos
terminais, no final de rampas, ou após a saída de máquinas de inspeção. Esses transportadores possuem
rolos livres e operam baseados no princípio da força de gravidade.
        A estruturas, reforçadas com contrafortes montados na parte inferior a intervalos nunca
maiores do que 1m, são construídas a partir de chapas de aço macio quinado, com 3 mm de espessura,
com robustez e rigidez suficientes para suportar as cargas exigidas e serem fáceis de manusear. São
projetadas para suportar uma carga estática de 1500N/m. Todos os elementos do transportador são
capazes de suportar uma carga singular concentrada de 1150N.
        Os rolos são fabricados em aço zincado, possuem rolamentos internos e estão equipados com
veios facetados. O diâmetro é de 60 mm.de Rolos
        Os rolos estão inseridos em ranhuras existentes na estrutura do transportador, espaçadas entre
si de 80 mm.
        Os rolamentos internos dos rolos são de precisão, do tipo esferas, com lubrificação para a sua
vida útil.
        Os elementos estruturais dos transportadores são construídas com aço pré-galvanizado e
pintado. Todas as partes estruturais serão pintadas segundo um processo de pintura eletrostática a pó.
Os suportes dos rolamentos, esticadores e outros acessórios são zincados. Partes maquinadas estão
protegidas contra a ferrugem com pintura inibidora ou então fosfatadas e passivadas.
        As guardas laterais são feitas de chapa de aço macio quinada com 2mm de espessura, altura
entre 350-600mm e largura de 40mm, com robustez e rigidez suficientes para suportar impactos
laterais. Nas áreas públicas, as guardas laterais são feitas em chapa de aço inoxidável com 2 mm de
espessura, com acabamento e polimento de acordo com os requisitos do cliente. Localizam-se em
ambos os lados do transportador, exceto em áreas de carga e descarga onde as guardas só existem no
lado oposto ao do operador. As guardas laterais são aparafusadas entre si e à estrutura do transportador
e são reforçadas com contrafortes a intervalos inferiores a 3m, em pontos sujeitos a impactos
constantes. Nas áreas de carga e descarga, do lado do operador, guardas laterais tapam a estrutura do
transportador até o chão.
        Todos os transportadores são equipados com proteções de segurança, para que as bagagens não
caiam no chão. Essa proteção pode ser um rolo proeminente ou uma superfície de borracha com 5mm
de espessura. Como acessórios, os transportadores de rolos estão identificados com uma placa
contendo as indicações mais importantes. Além disso, um par de suportes para fotocélulas e refletores
49

está incluído em cada equipamento.
           Esses produtos apresentam versões adequadas às diferentes aplicações, com diversas opções,
como sejam diferentes diâmetros de rolos ou dispositivo de travagem passiva. De acordo com o
modelo, podem variar em tamanho tendo comprimento entre 1000-20000mm; largura entre 800-
1200mm; altura da superfície de transporte: 300mm no mínimo e ângulo de inclinação ± 3º máximo.
(Adaptado de material disponível em:
http://www.efacec.pt/PresentationLayer/ResourcesUser/CatalogoOnline/PDFs/Descri%C3%A7%C3%A3o%20T
%C3%A9cnica%20-%20Mesa%20de%20Rolos.pdf 19/11/2010, 17h30)




II   –
     –
     –
     –   DESCRIO TÉCNICA DE PROCESSO


                                   Transmissão de um programa de rádio

Os sons que se produzem dentro do campo de ação do microfone são por estes captados e
transformados em corrente elétrica equivalente. Estas correntes, devido ao fato de serem
extremamente fracas, são conduzidas a um pré-amplificador de                microfone, que as amplifica
convenientemente, depois do que são transferidas para um amplificador de grandes dimensões,
chamado modulador. Existe no equipamento transmissor um circuito gerador de alta freqüência, que
fornece a onda a ser irradiada pela Estação. Esta onda R. F. (alta freqüência) será misturada com as
correntes de som amplificadas pelo modulador e transmitidas no espaço por meio de antena
transmissora.


(Martins,   º   N., Curso pratico de rádio, p. 127. In: Comunicação em prosa moderna. GARCIA Othon, Rio de

janeiro: Editora FGV, 1996, p.398.)




                                        MOMENTO DE PRODUÇÃO
         Nas aulas de Metodologia, vocês tiveram a oportunidade conhecer os laboratórios do curso de
engenharia da unidade em que estuda. A seguir, apresentamos fotos dos laboratórios das outras
unidades. Vamos aproveitar que conhece pessoalmente alguns deles e treinar a descrição técnica.
Selecione uma das imagens e crie uma descrição de ambiente, objeto ou processo que pode ser
executado nesses laboratórios. (Este trabalho compõe a nota da AV3 2.0).
  Fotos cedidas pela supervisora Catia Regina Wellichan do Departamento de Ciências Exatas.
50

Laboratório de Química - Memorial




                                     (Wellichan, 2010)




Laboratórios Prédio K – Vila Maria




                                         (Wellichan, 2010)
51


Laboratório de Física – Vergueiro




                                         (Wellichan, 2010)




Laboratório de Automação – Santo Amaro




                                                        (Wellichan, 2010)

12 EXERCÍCIOS – ENADE
52



   A estrutura dos exercícios a seguir é muito semelhante à das questões solicitadas no Exame Nacional de
Desempenho Estudantil. Faça-os com atenção, pode ser um bom treino!

          1. Para responder às questões 1 e 2, leia os textos a seguir.

Texto 1




                               Quase 50% da população vive em cidades

           ______________________________________________________________



     Um novo relatório da Organização das nações unidas (ONU) indica que quase metade da
população mundial vive hoje em cidades, onde está conectada a uma rede econômica global em franca
expansão.. No entanto essa máquina urbana de prosperidade pode ser brutal. Mais de 1 bilhão de
pessoas vivem em favelas e áreas invadidas em todo o mundo.

     Istanbul- O relatório situação das Cidades do Mundo, divulgado ontem chega cinco anos depois
de um evento no qual esses problemas foram discutidos, a 2ª conferência da nações Unidas sobre os
Assentamentos Humanos, a Habitar 2. Na conferência, em Istambul, na Turquia, representantes de
mais de 170 países firmaram o compromisso como o de lutar pelo desenvolvimento sustentável de
suas cidades e providenciar teto adequado a seus habitantes. [...]

     O relatório da ONU mostra a urgência de se cumprirem metas da declaração de Istanbul.
“Houve, definitivamente, algum progresso desde 1996, mas o xix da questão é que 1,2 bilhão de
pessoas continuam sem teto adequado.” Diz a diretora executiva do Centro habitar, Anna Tabaijuka.

Consumo – Enquanto o Terceiro Mundo luta para providenciar moradia, emprego e serviços básicos,
países industrializados tentam conter o consumo em suas cidades. O mundo usa cinco vezes mais
combustível fóssil e duas vezes mais água potável do que em meados do século 20. A essa taxa de
crescimento, tais recursos estarão exauridos ao final do século.

    “Uma criança nascida no mundo industrializado consome e polui durante a vida mais do que 30 a
50 crianças em países em desenvolvimento; ainda assim, o dano ambiental derivado do consumo em
escala global recai mais sobre os pobres”, diz o relatório da ONU.

                                                         O Estado de São Paulo, São Paulo, 5 de junho
de 2001. (Fragmento)
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Material lpti 2011 1fev14

  • 1. MATERIAL ORGANIZADO PELAS PROFESSORAS Chafiha Maria Suiti Laszkiewicz Clélia Maria da Silva Jacy do Nascimento Floriano Ligia Ramo de |Souza Rosa Maria Aparecida Silva Salim ALUNO: ________________________________________________ RA: _____________ CURSO ________________________________________________ SALA ____________ 1º SEMESTRE DE 2011 1. COMO LER TEXTOS
  • 2. 2 Aula inicial Estudar para o sucesso ou estudar para ser feliz? Por Roseli Martins Coelho* Publicado em 20/07/2006 - 10:19 O sociólogo inglês T.H. Marshall, autor do primeiro livro sobre o tema da cidadania, - CLASSE SOCIAL, STATUS E CIDADANIA, de 1949 - demonstra como os diretos que compõem a cidadania foram nascendo e se firmando ao longo de três séculos: os direitos civis no Século XVIII, os direitos políticos no Século XIX e os direitos sociais no Século XX. (...) É exatamente esse o objetivo central deste texto (direito de estudar), elaborado para reforçar a energia intelectual dos alunos que em breve irão enfrentar o desafio da escolha de uma faculdade e de uma carreira profissional. De início, convém enfrentar uma questão terrível: por que os jovens - salvo exceções - não gostam de estudar? Sabemos que existem milhares de razões individuais e/ou familiares, como falta de tempo, ambiente familiar tumultuado, falta de dinheiro, problemas de saúde, entre tantos outros. Porém, existe uma explicação geral para essa ausência de gosto pelos estudos, qual seja, jovens - e adultos também! - não gostam de estudar porque não aprendemos a tirar prazer do ato de adquirir conhecimento (grifo nosso). Desde cedo somos levados a acreditar que a felicidade mora lá fora, na praia, no sol, no carnaval, no futebol ou na balada noturna. Estudar, por sua vez, é encarado como um pesado fardo do qual precisamos nos livrar o mais rápido possível. (...) Aproximadamente metade dos alunos que estão se preparando para ingressar na faculdade irá escolher cursos das áreas de exatas ou biológicas. No entanto, a área de humanidades tem uma propriedade que deve ser aproveitada por todos os alunos, sejam eles futuros historiadores ou futuros engenheiros: a ênfase na linguagem, tanto no que diz respeito à pratica de redação, quanto na tarefa de ler e interpretar o texto escrito. Esse foco das disciplinas da área de humanidades deve ser aproveitado por todos os alunos, não apenas porque a redação tem peso decisivo nos exames de acesso às faculdades de um modo geral, ou porque sem desenvoltura na leitura e na interpretação ninguém é capaz de compreender os enunciados de questões de matemática, física, ou de quaisquer outras disciplinas. Mas, sobretudo, porque a linguagem é instrumento de desenvolvimento da consciência e do raciocínio. Além disso, a linguagem é o plasma da vida em sociedade, e todas as profissões são exercidas nos marcos da sociedade, com suas conquistas e suas injustiças. Aqui entra o papel da Literatura. É preciso dizer com todas as letras que ignorar a tradição literária de um povo tem conseqüências deletérias, pois não é possível formar um bom químico, por exemplo, sem uma dose de Machado de Assis. A literatura não apenas expressa quem somos nós, povo brasileiro, como situa os traços de personalidade de cada um de nós - e dos personagens - numa chave universal de humanidade. Um dos mais brilhantes intelectuais que o Brasil já produziu, Antonio Candido, no texto "Direito à Literatura", enfatiza um mérito da Literatura que geralmente passa despercebido: a obra literária é um fator de ajuda na organização de nossos pensamentos e de nossos sentimentos. Uma vez que o texto literário nos ajuda na compreensão da sociedade e aprofunda nosso entendimento
  • 3. 3 das relações pessoais, a convivência com as obras literárias pode ser importante instrumento na conquista da "inteligência emocional", uma das características pessoais mais valorizadas pelo mercado de trabalho, que nada mais é do que a capacidade de conviver com pessoas diferentes e de absorver decepções de modo civilizado e não auto-destrutivo. A obra literária pode ser uma aliada importante para o profissional de nossos dias, que não pode cogitar parar de estudar, porque a Literatura mantém a mente preparada para a inclusão de novos conhecimentos, pois "ela nos organiza, nos liberta dos caos e nos humaniza", para usar as palavras de Antonio Candido. Apesar de toda apologia que se possa fazer à ampliação do conhecimento, basta observar a realidade para saber que estudar não garante automaticamente um futuro profissional maravilhoso. Porém, todo mundo da área da educação sabe que há uma relação direta entre escolaridade e nível de renda, conforme já foi comprovado por diversas pesquisas. Independentemente da profissão, o salário - ou a renda, caso se torne um profissional liberal ou um empresário - estará relacionado ao número de anos passados na escola e, é claro, aos cursos de fato concluídos. Essa relação entre escolaridade e renda é verificável até mesmo entre trabalhadores de ocupações idênticas: um caixa de banco que estudou 18 anos ganha mais do que um colega que estudou 16 anos. Entre profissionais que concluíram o ensino superior está igualmente presente essa tendência: um médico que, depois de formado, fez cursos de especialização tem renda mais alta do que um colega que parou de estudar quando recebeu o diploma. Não por acaso, a reputação de "médico de ricos" - equivalente, é claro, à reputação de excelente médico - é construída a partir de títulos obtidos formalmente na universidade, como mestrado ou doutorado. Além da renda propriamente dita, quase todas as realizações que podem ser extraídas de uma carreira profissional dependem da quantidade de anos investidos nos estudos e dos diplomas obtidos. Que fique claro, portanto, que sem educação formal não existe possibilidade de sucesso profissional. Resta tentar responder à segunda parte da pergunta que relaciona estudo e felicidade. O processo de ampliação do conhecimento habilita cada um a enxergar o mundo e a si próprio com olhos críticos, pois fornece subsídios para a análise apurada das relações sociais que determinam o lugar de cada indivíduo na sociedade. A compreensão dos diversos fatores que compõem a estrutura social permite que o jovem do ensino médio - ou de qualquer estágio da escolarização - se situe de maneira realista diante de uma das perversidades da sociedade contemporânea, que é a integração social pelo consumo. Como a ditadura do consumo nunca pode ser plenamente satisfeita - há sempre um celular novo, um tênis mais bonito ou outro objeto de consumo - a frustração constante pode levar à diminuição da auto-estima e à erosão de relações sociais e familiares. A ampliação do conhecimento facilita a tarefa de desmontar as armadilhas do consumismo, tarefa essa da qual ninguém está liberado, nem mesmo os muito ricos, como fica evidente nos exemplos de milionários que perderam tudo. O posicionamento crítico diante da realidade social não significa diminuir a capacidade de sonhar. Os sonhos - de realização profissional, de bem-estar material, ou de felicidade afetiva - são o ponto de partida necessário de um projeto a ser perseguido. É claro que esse duplo exercício mental - um olho na realidade e um olho nos projetos de vida - é constantemente submetido a provações de toda ordem. De um lado, os supostos exemplos de jovens que se tornaram muito ricos com o futebol ou com a música, por exemplo. De
  • 4. 4 outro, as dificuldades concretas vivenciadas pelos jovens e suas famílias, e que muitas vezes são motivos reais de abandono ou de adiamento de projetos. Entretanto, o desenvolvimento pessoal, resultado da ampliação do conhecimento, poderá assegurar a capacidade de se manter, de modo realista, na perspectiva da construção de um projeto profissional. Para encerrar com o mesmo autor, T.H. Marshall define a cidadania como um "conjunto formidável de direitos", no qual está o "direito de participar, por completo, na herança social e levar a vida de um ser civilizado de acordo com os padrões que prevalecem na sociedade". E os padrões que prevalecem na sociedade, sabemos todos, são aqueles de valorização absoluta do conhecimento. Quem está impedido de participar da herança social devido a insuficiências da formação profissional não pode conquistar a felicidade. Em outros termos, estudar é imprescindível para ser feliz. * Roseli Aparecida Martins Coelho é professora da cadeira de Teoria Política da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo). Doutora em Filosofia Política e Mestre em Ciências Sociais. Disponível em: http://www.universia.com.br/docente/materia.jsp?materia=11664.(02/02/2010) 1 LEITURA: O ENTENDIMENTO DO TEXTO Um dos grandes desafios no estudo da leitura tem sido como interpretar de modo adequado o significado dos textos a que somos diariamente expostos, já que vivemos em uma sociedade letrada. Esse desafio se acentua quando, em sala de aula, é proposta a análise e a discussão de um texto, prática comum, especialmente no ensino superior. Uma das grandes queixas dos alunos é que suas considerações só estão corretas quando vão ao encontro do que os professores pensam. Isso não é verdade, os textos trazem idéias reveladas explicitamente, ou de maneira implícita (mas que podem ser depreendidas); fazem referências a verdades externas ao texto ou a outros textos e ainda trazem idéias periféricas cuja função é dar sustentação à ideia central. Esses aspectos são a base da interpretação e compreensão que, portanto, devem ser percebidos e utilizados no processo de leitura e entendimento dos textos. Até mesmo as questões da área de exatas pedem senso crítico e compreensão de enunciados, muitas vezes erra-se uma questão de física por não entender o que foi pedido. Trata-se então de interpretação de textos, que se torna exigência de todas as disciplinas e também da vida profissional. Quando você for buscar uma vaga no mercado de trabalho, a criticidade, a capacidade de comunicação e de compreensão do mundo serão atributos importantes nessa concorrência. ( RUSSO, 2004:15) Assim, nossos estudos visam a minimizar esse problema. Para iniciar esse processo é necessário ampliar o conhecimento de mundo, ou seja, ler um pouco de tudo e entrar em contato com algumas técnicas de leitura que, certamente, o auxiliarão em seus estudos.
  • 5. 5 2 ESTRATÉGIAS DE LEITURA I Há procedimentos que podem ser utilizadas na leitura de um texto. Observe: a) o texto deve ser lido na íntegra, ou seja, a leitura se inicia no título e termina na fonte de onde foi retirado o texto. Essas referências, muitas vezes, estão ao final do texto. Recomenda-se uma primeira sem interrupções para que se tome conhecimento do texto como um todo (skimming). b) uma segunda leitura deve ser feita com o auxílio do dicionário, a fim de dirimir dúvidas em relação a uma ou outra palavra cujo significado não se pôde apreender pela leitura do todo. c) observar palavras repetidas ou retomadas, já que elas orientam a identificação do tema abordado no texto. d) perceber as evidências tipográficas que também nos oferecem informações relevantes à compreensão dos textos como, por exemplo, letras maiúsculas, negrito, itálico, aspas. e) muitas vezes, lemos com o objetivo de encontrar informações específicas no texto, os procedimentos dos itens anteriores certamente favorecerão a localização dessas informações (scanning). f) a verificação de palavras do mesmo contexto semântico (índices, inflação, taxa de juros, porcentagem, longo prazo), a observação de elementos do contexto não-lingüístico como gravuras, gráficos, tabelas, números e até a própria estrutura do texto ( a divisão de parágrafos e a disposição das imagens) nos auxiliam a inferir o conteúdo do texto - trata-se de acionar nosso conhecimento prévio, nosso conhecimento de mundo (prediction). EXERCÍCIOS 1. Observe o texto a seguir, em dinamarquês, e veja se você consegue responder às questões: CASINO AALBORG Velkommen til Danmarks mest venlige kasino Ved Stranden, 14-16 Tlf. 98 10 15 50. Glaed dig til spaendende og morsomme timer i selskab med festlige mennesker i en international atmosfaere. Aben alle ugens dage fra kl. 20.00 – 04.00. Entré DKK 50,00,-. Der er legitimationspligt i henhold til dansk lov. Ingen adgang for unge under 18 ar. (exercício extraído de: Munhoz, Inglês Instrumental: estratégias de leitura. 2003 p.18) a) Qual é o horário de atendimento do cassino?
  • 6. 6 b) Quanto custa o ingresso? c) Qual é o telefone do cassino? d) Quem pode freqüentar o cassino? 2.1 ERROS COMUNS NA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS As questões em relação a textos podem ser estruturadas de várias maneiras, entre elas: a) perguntas que exigem respostas diretas, pois incidem sobre o texto como um todo. b) questões que incidem sobre trechos específicos do texto, o que exige um volta ao texto. Entretanto, quando as questões são discursivas, a atenção aos enunciados é de extrema importância para que você responda exatamente o que lhe foi perguntado e não incorra em erros muito comuns como a extrapolação, a redução ou a contradição. Segundo Amaral, Severino & Patrocínio (1991) , esses processos podem ser definidos da seguinte maneira: Extrapolação Ocorre extrapolação quando se vai além do texto, fazendo outras associações ou evocando outros elementos, quando se cria a partir do que foi lido, quando se dá asas à imaginação e à memória, abandonando o texto que era o objeto de interpretação. A extrapolação é muitas vezes um exercício de criatividade inadequada - porque leva a perder o contexto que está em questão. Geralmente, o processo de extrapolação se realiza por associações evocativas, por relações analógicas: uma idéia lembra outra semelhante e assim o pensamento se encaminha para fora do texto. Outras vezes, a extrapolação acontece pela preocupação de se descobrir pressupostos das idéias do texto, pontos de partida bem anteriores ao pensamento expresso, ou, ainda, pela preocupação de se tirar conclusões decorrentes das idéias do texto, mas já pertencentes a outros contextos, a outros campos de discussão. Reconhecer os momentos de extrapolação - sejam analógicos ou lógicos - significa conquistar maior lucidez, maior capacidade de compreensão objetiva dos textos, do contexto que está em questão. Essa clareza é necessária e é criadora: significa, inclusive, uma liberdade maior de imaginação e de raciocínio, porque os vôos para fora dos textos tornam-se conscientes, por opção, serão realizados por um projeto intencional, e não mais por incapacidade de reconhecer os limites de um texto colocado em questão, nem por incapacidade de distinguir as próprias idéias das idéias apresentadas por um texto lido. Redução Outro erro exercícios de entendimento de texto, oposto à extrapolação, é o que se chama de redução ou particularização indevida. Neste caso, ao invés de acrescentar outros elementos, faz-se o inverso: aborda-se apenas uma parte, um detalhe, um aspecto do texto, dissociando-o do contexto. Seria privilegiar um elemento (ou uma relação) que é verdadeiro, mas não é suficiente diante do conjunto, ou então que se torna falso porque passa ser descontextualizado. Desse modo, o leitor detém-se a um aspecto menos relevante do conjunto,
  • 7. 7 perdendo de vista os elementos e as relações principais. Reconhecer os processos de redução representa também um salto de qualidade em nossa capacidade de ler e entender textos, assim como em nossa capacidade de perceber e compreender conjuntos de qualquer tipo, reconhecendo seus elementos e suas relações. Contradição O mais grave de todos, é o da contradição. Por algum motivo - uma leitura desatenta, a não percepção de algumas relações, a incompreensão de um raciocínio, o esquecimento de uma idéia, a perda de uma passagem no desenvolvimento do texto - leva a uma conclusão contrária ao texto. Como esse erro tende a ser mais facilmente reconhecido - por apresentar idéias opostas às idéias expressas pelos textos - os testes de interpretação muitas vezes são organizados com uma espécie de armadilha: uma alternativa apresenta muitas palavras do texto, apresenta até expressões inteiras do texto, mas com um sentido contrário. Um leitor desatento ou/e ansioso provavelmente escolherá essa alternativa, por ser a mais “parecida” com o texto. Por ser a que apresenta mais literalmente, mas “ao pé da letra”, elementos presentes no texto. EXERCÍCIOS Leia o texto, pelo menos duas vezes, selecione a ideias as idéias centrais. Em seguida, discuta com seus colegas as questões abordadas no texto. Einstein x Newton: uma boa briga Paulo Markun Britanicamente, às seis e meia da tarde de quarta-feira, 23 de novembro de 2005, lorde Robert May, presidente da Royal Society apresentou os resultados da pesquisa feita entre os 345 cientistas associados e 1363 ingleses e que procurava saber qual fora o cientista mais importante para a humanidade: Albert Einstein ou Isaac Newton? Se houvesse uma bolsa de apostas, o autor da célebre equação E=MC2 seria o favorito, já que o evento integrava as comemorações do cinqüentenário de suas descobertas. Mas Newton venceu de ponta a ponta, como diria um locutor de turfe. Quando perguntado sobre quem deu a maior contribuição para a ciência, 61,8% do público votou em Newton e 38,2% em Einstein. Entre os cientistas, a vitória foi ainda mais expressiva: 86,2% para Newton e 13,8% para Einstein. Diante da questão que procurava estabelecer quem der a maior contribuição positiva para a humanidade, o resultado foi empate técnico entre o público (50,1% de Newton e 49,9% para Einstein) enquanto os cientistas preferiram Newton claramente: 60,9% a 39,1%. Impressionado com a repercussão da enquete, lorde May olhou para diante: “Muitos diriam que comparam Newton e Einstein é como comparar maçãs e laranjas, mas o que realmente importa é que as pessoas estão apreciando a enorme importância que estes dois físicos tiveram e constatar que o impacto do trabalho deles se espalhou muito além dos laboratórios e das equações. Mas o que realmente importa é saber de onde virão os futuros Newtons e Einsteins.” Ciência e a religião são mundos paralelos, que podem conviver tranquilamente, desde que um não interfira no outro.É o que pregava o paleontólogo norte-americano Stephem Jay Gould, um dos mais reconhecidos
  • 8. 8 divulgadores científicos do século XX e um incansável combatente da pseudociência. Para Gould, ciência e religião são “Magistérios Não Interferentes.” O magistério da ciência é o conhecimento factual do mundo natural. O da religião trata dos desígnios do homem, sua conduta moral e ética. Sendo assim o único conflito possível entre ciência e religião se dá quando uma tenta invadir o território da outra. Para ele, essas invasões não são muito freqüentes e podem acontecer de um lado e de outro, embora os cientistas costumem fazer estardalhaço sobre a ação dos religiosos, omitindo seus próprios pecados, digamos. Gould reuniu um elenco de religiosos que foram ardorosos defensores do método científico e no outro corner um time de cientistas que permitiram a interferência do pensamento religioso em sua investigação científica. E quem está entre estes? Isaac Newton, que numa série de cartas a Thomas Burnet defendeu a idéia deque a Terra fora criada em seis dias. Tese rejeitada pelo destinatário, um reverendo que era confessor do rei e empregou argumentos verdadeiramente científicos para enfrentar as convicções de Newton. (Hoje, tanto Newton quanto Burnet são relacionados numa impressionante lista dos cientistas que acreditavam piamente que a Bíblia tinha razão.) O debate sobre o uso de células-tronco embrionárias é tão apaixonado quanto o do ensino do criacionismo, mas ao contrário deste – que e inscreve no campo da fé – está na fronteira entre os dois magistérios de Gould. Seu uso tem tudo a ver com moralidade de nossas ações. Devem ser elas uma decorrência de nossas convicções religiosas ou de nossas certezas científicas? A resposta para essE dilema certamente mobilizará os futuros Einsteins e Newtons com que se preocupava lorde May. Uns e outros sairão das universidades e centros de pesquisas, não de conventos, mesquitas ou sinagogas e carregarão consigo novas dúvidas e dilemas, porque assim caminha a humanidade. De tropeço em tropeço, ante a imensidão do como uma criança pequena que dá seus primeiros passos. Por tudo isso, prefiro ficar com Albert Einstein, que assim definiu nosso maior desafio: “O esforço humano mais importante é o esforço para imprimir moralidade a nossas ações. Nosso equilíbrio interior e nossa existência dependem disso. Somente a moralidade de nossas ações pode dar beleza e dignidade à vida. Tornar essa força viva, deixando seu papel claro na consciência das pessoas é a principal tarefa da educação. O fundamento da moralidade não deve depender de mito, nem estar vinculado a qualquer autoridade para que dúvidas sobre o mito, ou sobre a legitimidade da autoridade na comprometam o bom julgamento da ação.” ___________________________________________________________ Paulo Markun é editor e presidente do Conselho Editorial do Jornal de Debates que circula internamente na Uninove. MOMENTO DE PRODUÇÃO EM GRUPO Leia, com atenção, o texto abaixo e, em seguida, relacione as idéias básicas nele apresentadas. (Este exercício compõe nota da Av1 - 1,0)
  • 9. 9 O mistério O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as colinas, sentindo-se cheio de surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O que fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso - embora mesclado de terror. Saber que existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e radiantemente belo, algo que compreenderemos apenas em forma muito rudimentar - é esta a experiência que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido pertenço aos homens profundamente religiosos. (Albert Einstein - Como vejo o mundo) 3 ESTRATÉGIAS DE LEITURA II - INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS Segundo Fiorin e Platão (1995), um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos. Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso contrário, ele pode passar por cima de significados importantes ou decisivos ou – o que é pior – pode concordar com coisas que rejeitaria se as percebesse. Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos. Pressupostos são aquelas idéias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou expressões contidas na frase. Observe: Jorge tornou-se um homem feliz. Nessa frase, há uma informação explícita: Ele não era feliz. Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os pressupostos, pois seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados intenção de levar o leitor a aceitar o que está sendo comunicado. EXERCÍCIO 1. Leia o trecho e as notícias abaixo em seguida faça a identificação dos pressupostos e teça um comentário sobre os objetivos do autor, a coerência e estrutura do texto.
  • 10. 10 Texto I O modelo agrário brasileiro, embora com inúmeros defeitos, possui uma característica que merece ser destacada, elogiada e preservada: a produção agropecuária brasileira é a última atividade econômica ainda totalmente nas mãos de brasileiros. Pouco se fala disso, mas o fato é que não encontramos multinacionais responsáveis por qualquer parcela significativa da produção. Também não encontramos, no campo, as famigeradas empresas estatais. Embora existam multinacionais proprietárias de terra, o percentual de produção rural em suas mãos não é significativo. A produção rural, na verdade, é o reduto final da livre iniciativa brasileira. Com a nossa economia cada vez mais estatizada e desnacionalizada, a agropecuária permaneceu uma atividade essencialmente de brasileiros. (CAMARGO NETO, Pedro de. A burocracia da terra. Veja, 7 ago. 1985.) Texto II 4 VERBOS-COMANDO : VOCÊ FAZ REALMENTE O QUE SE PEDE? Material organizado pelos professores: Patrícia Quel e Jorge Luís Torresan Para medir o nível do aproveitamento e o desenvolvimento dos alunos em sala de aula, o professor pode utilizar vários instrumentos de avaliação. Entre esses instrumentos, é muito comum o emprego de provas e/ou testes dissertativos nos quais os alunos têm um espaço para mostrar, sobre algum assunto determinado, a sua capacidade de análise, criação, comparação, identificação, conceituação etc. É muito comum nas discussões entre professores comentários sobre a dificuldade que os alunos têm diante do momento de dissertar numa prova, mesmo que ela seja composta por questões breves. Essa dificuldade pode ocorrer, muitas vezes, porque eles não conseguem compreender exatamente o que é pedido numa
  • 11. 11 questão. Se observarmos com atenção, todas as questões geralmente se iniciam ou se desenvolvem tendo como base um verbo-comando (quase sempre na forma do imperativo) que especifica para o aluno a forma como ele deve responder a uma questão. A tabela abaixo demonstra alguns dos verbos-comando mais utilizados. Verbos- Definição dos verbos (com base no Moderno Especificação dos procedimentos comando Dicionários da Língua Portuguesa de Michaelis) Analise Determinar os componentes ou elementos Exige a elaboração de um texto fundamentais de alguma idéia, teoria, fato etc; próprio como resposta. determinar por discernimento a natureza, os aspectos do que está sendo examinado. Justifique Explicar ou demonstrar a veracidade ou não de algum Exige a elaboração de um texto fato ou ocorrência por meio de elementos/argumentos próprio como resposta. plausíveis. Transcreva Reproduzir, extrair, copiar algum trecho de algum A resposta não pode ser elaborada e texto sem qualquer tipo de modificação. sim apenas recortada utilizando-se sinais adequados com as aspas Compare Examinar, simultaneamente, as particularidades de Exige a elaboração de um texto duas ou mais idéias, fatos, ocorrências. próprio como resposta. Explique Tornar claro, fazer entender de forma coerente Exige a elaboração de um texto particularidades de fatos, idéias ou ocorrências. próprio como resposta. Diferencie Estabelecer características que não sejam semelhantes Exige a elaboração de um texto entre dois ou mais fatos, idéias ou ocorrências. próprio como resposta. Diferenciar não é o mesmo que definir. Defina Expor com precisão características ou Exige a elaboração de um texto particularidades de algum fato, idéia ou ocorrência. próprio como resposta. Conceitue Formar uma idéia, noção ou entendimento de forma Exige a elaboração de um texto clara sobre algum fato ou ocorrência. próprio como resposta. Conceituar não é o mesmo que justificar. Destaque Separar, de dentro de um todo (de um texto por Pode ser apenas uma transcrição de exemplo), uma ou mais informações, idéias ou um trecho de um texto ou a exposição conceitos mais relevantes ou não. de um trecho seguido de um texto- comentário. Cite Transcrever ou apontar fatos, idéias, ocorrências ou Pode ser apenas uma transcrição de características de algum elemento. um trecho de um texto ou a exposição de um trecho seguido de um texto- comentário. Confronte Observar o comportamento, atitude, opinião de duas Exige a elaboração de um texto ou mais pessoas, teorias ou posicionamentos a fim de próprio como resposta. Confrontar se estabelecer alguns juízos e/ou relações como por está intimamente ligado ao ato de exemplo de igualdades, de diferenças etc. comparar. Critique Examinar com muito critério alguma idéia, noção ou Exige a elaboração de um texto entendimento tentando perceber qualidades e ou próprio como resposta. Importante defeitos, pontos negativos e/ou positivos etc. observar que criticar não é somente levantar aspectos negativos do que se está observando – a crítica pode ser também de caráter positivo/construtivo.
  • 12. 12 Sugestões para responder melhor às questões dissertativas Leia atentamente, se necessário várias vezes, os enunciados das questões detectando os verbos- comando que estruturam as questões. Responda exatamente o que está sendo pedido, não tente complementar “ suas respostas ” com informações desnecessárias achando que elas irão compensar o que você não souber responder. Não se esqueça de que uma resposta a uma questão dissertativa, por menor que seja, é sempre um texto, sendo assim, seja claro, coeso, coerente. Não responda às questões utilizando frases inteiras de textos, leia atentamente o material que está sendo analisado e construa a resposta com o seu próprio discurso. Os recortes de frases devem ser feitos apenas quando se tratar de verbos-comando como transcreva, retire etc. Respeite o número de linhas especificado para as suas respostas. Não seja muito sucinto nem muito prolixo –responda de maneira que você dê conta do que está sendo pedido. Todo boa resposta geralmente se inicia com traços da questão que a originou. Veja: Pergunta: De acordo com o texto, qual o nível financeiro daquela população? Resposta: De acordo com o texto, o nível financeiro daquela população é muito baixo. * Não utilize em suas respostas gírias ou construções típicas da linguagem coloquial. MOMENTO DE PRODUÇÃO EM GRUPO Leia com atenção o texto e, em seguida, responda ao que se pede. Procure responder exatamente o que foi solicitado nos enunciados. (Este exercício compõe nota da Av1 – 2.0)
  • 13. 13 CONSUMO JOVEM Como abordar um público afluente, mas avesso às mensagens comerciais. Uma das tendências mais instigantes do marketing na atualidade é a segmentação dos consumidores. Dez anos atrás, os especialistas ainda pensavam em sexo e idade quando saíam em busca de nichos de clientes. Uma enxurrada de pesquisas a respeito das nuances do público feminino desaguou nos departamentos de marketing até meados dos anos 90. Com a incorporação das ferramentas etnográficas ao arsenal de pesquisas, o conceito acabou por se alargar. Fala-se agora em estilo de vida, tribos, atitudes. Num recente estudo, a consultoria McKinsey constatou a existência de 250 fatores tangíveis e intangíveis que cercam uma marca. O mercado fragmentado tornou mais complexa a tarefa de “acessar” os clientes, para usar um jargão da moda. E é com os jovens, aqui e lá fora, que os pesquisadores vêm se ocupando nos últimos tempos. Por quê? Estima-se em 30 bilhões de reais o poder de consumo dos 28 milhões de brasileiros na faixa de 15 a 22 anos (movimentam o triplo desse valor, em dólar, nos Estados Unidos). Segundo um levantamento do instituto Ipsos/Marplan, são consumidores ávidos que freqüentam cinemas, viajam e gostam de comprar roupa em proporção bem acima da média da população. Trocam seu aparelho celular uma vez por ano, enquanto os mais velhos o fazem a cada dois anos. Foi mirando nesse público que o finlandês Nokia acelerou suas vendas de celulares no Brasil. Os aparelhos possuem opções de cor e toques personalizáveis, o que casa com a busca de afirmação do jovem. A marca conquistou o prêmio Top Teen como a mais lembrada (47%) entre jovens de 16 a 24 anos. O Top Teen é um prêmio especial da pesquisa Top of Mind, do instituto Datafolha. Além de consumidores vorazes, os jovens também são hábeis pilotos de computadores, DVSs e todo tipo de novidade tecnológica. Nessa condição, passaram a ser influenciadores, quando não decisores de compras domésticas. Oito em cada dez aparelhos de som passam pelo crivo dos filhos antes de serem comprados. Desafiada no ano passado por um de seus clientes, a Semp Toshiba, que lidera as vendas de televisores, a desenhar uma estratégia que ampliasse as vendas de aparelhos de som, a agência de propaganda Talent mergulhou no mundo das tribos adolescentes. Dele emergiu com a idéia de uma campanha publicitária centrada não exatamente nos atributos do equipamento, mas na linguagem capaz de unir a juventude: a música. “O jovem não gosta de quem quer parecer jovem nem de sentir que estão vendendo algo para eles”, afirma o relatório da Talent. Sintonizados com essa tendência, os comerciais de TV, inspirados em videoclips, são coerentes com um dos mandamentos da juventude no que diz respeito à propaganda: em vez de slogans vendedores ou mensagens informativas, há música, uma sucessão de danças e imagens divertidas. Num dos filmes, uma galeria com orelhas de cães de diferentes raças é sobreposta aos rostos da garotada. Os aparelhos só aparecem nas últimas cenas, como se fossem personagens também embalados pelo ritmo tecno. “Até então o mercado de áudio buscava apelos diferenciais na potência e nos acessórios”. Afirma
  • 14. 14 Oswaldo Ubrig, diretor de propaganda da Semp Toshiba. Lançada no início do ano com investimento de 7 milhões de reais (pouco menos da metade da verba publicitária anual da Semp), a campanha Toshiba Planet inclui anúncios em revistas, spots em rádios e patrocínio de um festival de bandas. Qual foi o retorno? “Num ano em que as vendas no mercado de som caíram 4%, crescemos quase 15%”, diz Luís Freitas, diretor de vendas da Semp Toshiba. São 2 milhões de aparelhos que devem representar cerca de um terço do faturamento da empresa, acima de 1 bilhão de reais. (Revista Exame – 10/12/2003, p. 135) Questões a)Qual é o assunto do texto acima? b) Cite a mudança de estratégia que os profissionais de marketing fizeram para buscar clientes c) Justifique o fato de que os pesquisadores vêm, ultimamente, se preocupando muito mais com os jovens. d) Diferencie, de acordo com o texto, a atitude dos jovens e dos adultos em relação ao consumo. e) Explique por que a empresa Talent apostou na linguagem jovem e não nos atributos do equipamento para produzir uma campanha publicitária para a Semp Toshiba. f) Transcreva do texto um trecho em que fique comprovada a eficiência da mudança de atitude da talente para anunciar um produto da Semp Toshiba. g) Critique a forte presença da publicidade de produtos e/ou serviços no nosso meio 5 GRAMÁTICA DE USO I EMIGRANTE O que sai de um país TAXA Imposto IMIGRANTE O que entra em um país TACHA Prego EMINÊNCIA Figura ilustre TRÁFEGO Relativo a trânsito IMINÊNCIA Proximidade TRÁFICO Negócios fraudulentos IMINENTE Prestes a ocorrer APRESSAR Acelerar SOAR Produzir som APREÇAR Perguntar, ajustar o preço de SUAR Transpirar INFLIGIR Aplicar pena ASSESSÓRIO Relativo a assessor INFRINGIR Transgredir, violar ACESSÓRIO Supérfluo
  • 15. 15 INTERCESSÃO Ato de interceder, intervenção CASSAR Tirar os direitos de INTERSEÇÃO Ato de cortar CAÇAR Perseguir a caça MANDADO Ordem escrita de uma DEFERIR Conceder, concordar autoridade judicial MANDATO Delegação, procuração DIFERIR Discordar, ser diferente EMPOSSAR Tomar posse DESCRIÇÃO Ato de descrever EMPOÇAR Formar poça DISCRIÇÃO Qualidade, ser discreto RATIFICAR Confirmar, corroborar DESTRATAR Insultar RETIFICAR Corrigir DISTRATAR Desfazer contrato POR QUE, POR QUÊ, PORQUE OU PORQUÊ? POR QUE – Utilizado no início de frases interrogativas. Com sentido de razão / motivo pelo(a) qual. Por que você não foi à festa? Gostaria de saber por que você não foi à festa. POR QUÊ – Utilizado no final de frases interrogativas ou quando estiver isolado. Você não foi à festa, por quê? PORQUE – Utilizado em respostas, na introdução de causa ou explicação. Não fui à festa porque estava doente. PORQUÊ – Com valor substantivo, precedido de determinante. Pode ser substituído por motivo.
  • 16. 16 Quero saber o porquê de tanta gritaria. GRAMÁTICA DE USO – TESTE I 1. Meus avós saíram do Japão e vieram para o Brasil em 1933. Portanto, aqui no Brasil, eles podem ser considerados ____________. a) emigrantes b) imigrantes 2. Na __________ de erupção do vulcão Etna, os habitantes da Sicília foram retirados de suas casas pelo governo italiano. a) eminência b) iminência 3. Com o ajuste no preço da gasolina marcado para a próxima semana, muitos consumidores _____________- se em encher o tanque dos seus automóveis. a) apressaram b) apreçaram 4. Por (I) o limite de velocidade, os guardas rodoviários (II) advertências e multas aos motoristas mais descuidados. (I) a) infligirem b) infringirem (II) a) infligem b) infringem 5. A __________ de Hugo Chávez foi decisiva na libertação dos seqüestrados pelas FARC. a) intercessão b) interseção 6. Vinte e quatro horas após terem prestado depoimentos, o casal recebeu ____________ de prisão preventiva. a) mandado b) mandato 7. O novo ministro, ao (I) no Palácio do Planalto, jurou comprometimento e transparência até o fim de seu (II). (I) a) empossar b) empoçar (II) a) mandado b) mandato 8. Correndo sem parar debaixo desse sol, as crianças __________ muito e se desidratam. a) soam b) suam 9. O IGPM e o INPC, assim como outras tantas _________, foram anunciados com moderados aumentos.
  • 17. 17 a) taxas b) tachas 10. Com o (I) de drogas descendo os morros e invadindo a cidade, o (II) nas principais avenidas tem se intensificado devido às constantes blitze policiais. (I) a) tráfego b) tráfico (II) a) tráfego b) tráfico 11. Espera-se que os _____________ mantenham a paz no estádio no clássico de domingo. a) expectadores b) espectadores 12. Com a (I) de um novo prédio, todas as audiências acontecerão somente na (II) de Audiências e poderão ser realizadas em mais de uma (III). (I) a) seção b) sessão c) cessão (II) a) Seção b) Sessão c) Cessão (III) a) seção b) sessão c) cessão 13. Cumprindo (I) preventivo, a suspeita do crime foi colocada em (II) individual para não sofrer agressões de outras presidiárias. (I) a) mandado b) mandato (II) a) sela b) cela 14. Os organizadores das Olimpíadas em Pequim já encerraram as medições dos (I) de todas as pistas de atletismo. Estão todas de acordo com o (II) dos regulamentos. (I) a) comprimentos b) cumprimentos (II) a) comprimento b) cumprimento 15. Comprar um carro zero com seus ________ pode ficar até R$ 6.000,00 mais caro. a) assessórios b) acessórios 16. Apesar de ter passado por um impeachment e seus direitos políticos terem sido __________, o ex- presidente elegeu-se senador na última eleição. a) cassados b) caçados 17. Embora o pedido tenha sido (I) pelo reitor, os alunos (II) em suas opiniões quanto à (III) de almoço gratuito para estudantes de baixa renda. (I) a) deferido b) diferido (II) a) deferem b) diferem
  • 18. 18 (III) a) seção b) sessão c) cessão 18. Gostaria de saber _________ libertaram os suspeitos do crime. a) por que b) por quê c) porque d) porquê 19. (I) libertaram os suspeitos do crime? Todos questionam o (II) dessa ação. (I) a) por que b) por quê c) porque d) porquê (II)a) por que b) por quê c) porque d) porquê 20. Libertaram os principais suspeitos do crime. _________ ?! a) por que b) por quê c) porque d) porquê 21. Libertaram os principais suspeitos do crime _________ a justiça alega que eles não interferem nas investigações. a) por que b) por quê c) porque d) porquê
  • 19. 19 6 PARÁGRAFO PADRÃO Segundo Garcia (1983, p. 203), “Parágrafo padrão é a unidade de composição (de texto) constituída por um ou mais períodos, em que se desenvolve determinada idéia central, a que se agarram outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.” Assim, cada parágrafo deve apresentar um aspecto (representado pelo tópico frasal) acerca do tema abordado no texto, as idéias secundárias nada mais são do que a exemplificação ou a explicação dessa idéia central. Desse modo, ao se encerrar um “tópico”, deve-se imediatamente criar novo parágrafo. Graficamente, os parágrafos devem ser assinalados graficamente em textos manuscritos pelo adentramento (distanciamento entre a margem a o início da frase, em média 2 cm) e no computador pela tecla tab ( é comum verificar que há textos na internet que não utilizam o recuo, e sim pulando uma linha entre cada bloco de idéias – sugerimos a utilização do parágrafo tradicional tanto em textos manuscritos quanto em trabalhos digitados). Quanto à extensão, não se pode determinar um número específico de linhas para cada parágrafo, entretanto os parágrafos mais longos são característicos dos textos científicos e acadêmicos, pois são mais complexos, tornando-se necessário um raciocínio mais elaborado na demonstração das ideias. 6.1 QUALIDADE DO PARÁGRAFO Assim como o texto, o parágrafo deve apresentar as seguintes características: a) Unidade: deve-se apresentar apenas um aspecto em relação ao tema em questão, omitindo-se tudo o que não se relaciona com idéia predominante do parágrafo. b) Coerência e coesão: é preciso escrever de modo que haja ligação e lógica entre as idéias apresentadas. É preciso conhecer palavras e expressões que promovem o encadeamento das ideias (seja dentro do parágrafo, seja para relacionar parágrafo): logo, portanto, porque, entretanto, por outro lado, além disso. outro recurso é a utilização de palavras de referência que nos remetem a elementos já mencionados anteriormente no texto: os sinônimos, os tempos verbais, os pronomes (ele, esse, aquele). c) Clareza: trata-se de expressar-se de modo tal que só se possa obter uma única interpretação do que foi apresentado. Para se alcançar a clareza desejada deve-se utilizar um vocabulário simples, objetivo, sem expressões vagas como negócio, coisa. d) Concisão: deve-se apresentar apenas o que é essencial, sem rodeios ou pormenores desnecessários ou divagações. e) Correção: é preciso dominar e empregar as normas gramaticais, bem como o nível adequado de linguagem.
  • 20. 20 6.2 O TÓPICO FRASAL A idéia central do parágrafo é enunciada através do tópico frasal que é considerado o período mestre, uma vez que orienta, ou governa o desenvolvimento períodos secundários. Reconhecer o tópico frasal auxilia o leitor a identificar o caminho, o raciocínio do escritor. OBSERVAÇÃO: Cada um dos parágrafos do texto deve apresentar necessariamente um tópico frasal. Observe o parágrafo a seguir em que estão destacados cada um dos elementos que constituem o parágrafo. Tópico frasal desenvolvimento A comunicação por computador ameniza as distâncias - físicas ou de hierarquias. Um jornalista americano surpreendeu-se ao descobrir que o mais humilde empregado de Bill Gates, o mitológico criador e presidente da Microsoft, empresa que domina o Mercado mundial de programas de computador, pode facilmente comunicar-se com ele apenas enviando uma mensagem para o endereço eletrônico. A tendência é cada vez mais empresas terem as próprias redes internas de comunicação eletrônica. Desse modo, pode-se prever que haverá uma revolução nos sistemas de administração baseados em níveis hierárquicos. conclusão Vejamos no texto a seguir como os tópicos frasais podem ser identificados. Falta de engenheiros é gargalo ao desenvolvimento Os gargalos na infraestrutura nacional, como estradas e portos, constituem entraves ao desenvolvimento e há muito tempo ocupam as discussões sobre como retomar o crescimento no Brasil. Com o reaquecimento da atividade econômica no segundo semestre de 2009, veio à tona outro sério obstáculo à expansão, assim como à inovação e ao avanço científico e tecnológico: a escassez de mão de obra qualificada. Tendo em vista as obras e projetos previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a situação tende a se tornar ainda mais crítica. Além desse, os projetos da Copa do Mundo de 2010, das Olimpíadas de 2016 e a exploração do petróleo da camada do pré-sal são indicativos de oportunidades na área de engenharia. No caso do pré-sal, serão, no mínimo, 200 mil novos postos de trabalho para engenheiros. Por isso mesmo, no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento e a Superação da Crise”, lançado em 2009,
  • 21. 21 a FNE – Federação Nacional dos Engenheiros alerta para a necessidade urgente de multiplicar a mão de obra qualificada. O cenário atual era previsível. Ao longo de mais de duas décadas de estagnação, a engenharia perdeu relevância, e os profissionais se viram sem espaço para atuar. Com isso, para os estudantes, a engenharia não era tão atraente. Porém, hoje, o cenário é outro. Por isso, precisamos fazer com que os jovens enxerguem a engenharia como a profissão do momento e do futuro. Preocupada e comprometida com esse novo panorama, a FNE lança um vídeo, que será veiculado durante o ano letivo, destinado aos estudantes de 2° grau, que elucida a profissão de engenharia. A ideia é estimular os estudantes a optarem pelo curso, que tem um leque enorme de opções e especializações. O desenvolvimento contínuo do País tem que servir de estímulo para o ingresso na carreira de engenharia. O Ministério da Educação percebe a necessidade de mais profissionais no mercado e pretende aumentar em 50% o número de vagas nas universidades, nos próximos seis anos. Hoje, entre os 140 mil alunos que entram para a faculdade de engenharia, apenas 40 mil se formam anualmente. Há necessidade de dobrar esse número para acompanhar o desenvolvimento iminente do País. Essa atual demanda é um desafio que a sociedade brasileira deverá enfrentar com otimismo e determinação. É importante requalificar os profissionais disponíveis e garantir que mais jovens optem pelos cursos de engenharia, assegurando a esses formação de qualidade. Comprometida com o desenvolvimento nacional, a FNE alerta para a necessidade iminente de profissionais qualificados na área de engenharia e dá a sua colaboração para ajudar a sanar o problema. ____________________________________________________ Murilo Celso de Campos Pinheiro – presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (Disponível em: http://www.fne.org.br/fne/index.php/fne/institucional/palavra_do_presidente/falta_de_engenheiros_e_gargalo_a o_desenvolvimento) AGORA É SUA VEZ – ESTE EXERCÍCIO COMPÕE NOTA DA AV2- 2.0 Reúna-se com seu grupo para resolver as seguintes questões: a) O texto teve propositalmente omitida a marcação dos parágrafos, leia-o com atenção e faça a divisão adequada ( para entregar anote apenas as palavras iniciais e finais de cada parágrafo). b) Que ideia Dalmo de Abreu Dallari defende em seu texto? c) No texto, o autor nos apresenta uma série de argumentos, ordenados logicamente, a fim de convencer o leitor. Quais são esses argumentos e como eles nos são apresentados? d) Qual a função do último parágrafo? Que ideias são agora apresentadas?
  • 22. 22 Viver em sociedade A sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de se ajudarem umas às outras, a fim de que possam garantir a continuidade da vida e satisfazer seus interesses e desejos. Sem vida em sociedade, as pessoas não conseguiriam sobreviver, pois o ser humano, durante muito tempo, necessita de outros para conseguir alimentação e abrigo. E no mundo moderno, com a grande maioria das pessoas morando na cidade, com hábitos que tornam necessários muitos bens produzidos pela indústria, não há quem não necessite dos outros muitas vezes por dia. Mas as necessidades dos seres humanos não são apenas de ordem material, como os alimentos, a roupa, a moradia, os meios de transportes e os cuidados de saúde. Elas são também de ordem espiritual e psicológica. Toda pessoa humana necessita de afeto, precisa amar e sentir-se amada, quer sempre que alguém lhe dê atenção e que todos a respeitem. Além disso, todo ser humano tem suas crenças, tem sua fé em alguma coisa, que é a base de suas esperanças. Os seres humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque escolhem esse modo de vida; mas porque a vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana. Assim, por exemplo, se dependesse apenas da vontade, seria possível uma pessoa muito rica isolar-se em algum lugar, onde tivesse armazenado grande quantidade de alimentos. Mas essa pessoa estaria, em pouco tempo, sentindo falta de companhia, sofrendo a tristeza da solidão, precisando de alguém com quem falar e trocar idéias, necessitada de dar e receber afeto. E muito provavelmente ficaria louca se continuasse sozinha por muito tempo. Mas, justamente porque vivendo em sociedade é que a pessoa humana pode satisfazer suas necessidades, é preciso que a sociedade seja organizada de tal modo que sirva, realmente, para esse fim. E não basta que a vida social permita apenas a satisfação de algumas necessidades da pessoa humana ou de todas as necessidades de apenas algumas pessoas. A sociedade organizada com justiça é aquela em que se procura fazer com que todas as pessoas possam satisfazer todas as suas necessidades, é aquela em que todos, desde o momento em que nascem, têm as mesmas oportunidades, aquela em que os benefícios e encargos são repartidos igualmente entre todos. Para que essa repartição se faça com justiça, é preciso que todos procurem conhecer seus direitos e exijam que eles sejam respeitados, como também devem conhecer e cumprir seus deveres e suas responsabilidades sociais. (DALLARI, Dalmo de D Viver em sociedade. São Paulo: Moderna, 1985. p. 5-6)
  • 23. 23 MAIS ALGUNS EXERCÍCIOS 1. Desenvolva os seguintes tópicos frasais. Pagam o preço do progresso aqueles que menos desfrutam deles A intervenção humana no meio ambiente afeta o futuro do planeta 2. Elabore, para a conclusão apresentada a seguir, o tópico frasal e o desenvolvimento do período. .É por isso que a sociedade se encontra nessas condições. 3. Leia com atenção o texto abaixo e, em seguida, elabore um parágrafo que apresente seu ponto de vista sobre a questão abordada pelo autor. Grife, em seu texto, o tópico frasal, o desenvolvimento e a conclusão.
  • 24. 24 Oscar também para o coadjuvante Para brilhar no ambiente corporativo, nem sempre é preciso ser o líder. Preste atenção: nos programas humorísticos há sempre um comediante que prepara toda a piada para que um outro, geralmente mais famoso, conclua e arranque risos - e aplausos – do público. Por ficar em segundo plano, o chamado escada nem sempre tem a mesma popularidade do astro principal, mas isso não quer dizer que ele seja menos importante. O que seria do Didi sem o Dedé? E do Magro sem o Gordo? No mundo do trabalho, isso também ocorre, e os jovens precisam ter consciência de que nem sempre eles serão os líderes do seu grupo. Essa descoberta pode ser frustrante, especialmente porque cultura ocidental tende a valorizar demais as estrelas, e os coadjuvantes são sempre os menos importantes. Basta que se avalie a passagem do piloto Rubens Barrichello pela Ferrari, criticado por ficar sempre à sombra do alemão Michael Schumacher, seu companheiro de escuderia. Entretanto, foi graças a essa estratégia que a Ferrari conseguiu, entre 2000 e 2005, ser vitoriosa por cinco anos consecutivos no campeonato mundial de construtores, em que se conta o somatório de pontos de todos os pilotos da equipe. E, de quebra, Barrichello sagrou-se como o segundo melhor piloto de Fórmula Um por três vezes. Em artigo do jornal espanhol Expansión, Plácido Fajardo, sócio da agência de recrutamento de executivos Leaders Trust, assegura que “uma boa parte do êxito do líder se deve a quem está atrás, menos visível, porém eficiente”. Ele faz questão de destacar que a figura do segundo nem sempre é a daquele que não pôde chegar a ser primeiro e que, por isso, é um profissional frustrado. “Às vezes, quem desempenha o papel coadjuvante realmente prefere isso”, diz Fajardo, detalhando que essa posição é relativamente mais cômoda, menos exposta e serve de refúgio às inclemências que o líder tem de enfrentar. A segunda posição é tão valorizada que certas organizações criam treinamentos específicos para cargos coadjuvantes. A matéria do periódico espanhol exemplifica o caso com o programa da Goldam Sachs, que prepara seus candidatos à codireção, para dar-lhes mais experiências em comum. Assim, quando fizer parte de um grupo de estagiários e, naturalmente, um ou outro se sobressair – não sendo você-, saiba que isso não é o fim do mundo ou a garantia de que a efetivação não virá. A palavra de ordem deve ser sempre eficiência, profissionalismo e autoconfiança; afinal, o Oscar também vai para os coadjuvantes. Revista Agitação, CIEE. Ano XIV, nº 85 – jan/fev. 2009. Suplemento especial.
  • 25. 25 7 GRAMÁTICA DE USO II A FIM DE ou AFIM? A FIM DE – Com intuito Nós procuramos a fim de estabelecermos relações comerciais. AFIM – Com afinidade São pessoas afins. ONDE ou AONDE? ONDE – Usado quando o verbo indica permanência (em que lugar). Onde está o meu carro? AONDE – Usado quando o verbo indica movimento (a que lugar). Aonde você vai agora? EU ou MIM O pronome EU representa o agente, ou seja, o responsável pela ação verbal. O diretor pediu para eu fazer o relatório. O relatório é para eu fazer. O pronome MIM exerce a função de receptor das ações expressas pelo verbo. O diretor pediu que o relatório fosse entregue para mim. Se o pronome que representa a 1º pessoa estiver precedido da preposição entre deve-se utilizar a forma MIM. Entre ele e mim não há segredos. HÁ CERCA DE, ACERCA DE ou CERCA DE? HÁ CERCA DE – Indica tempo decorrido. A peça teatral está sendo apresentada há cerca de dois anos. ACERCA DE – a respeito de. Falávamos acerca de sua demissão CERCA DE – Indica arredondamento (perto de, coisa de, por volta de, em torno de, aproximadamente)
  • 26. 26 Cerca de 10 mil pessoas compareceram à manifestação. Obs: Não usar para números exatos. Ex.: “Cerca de 543 pessoas...” HAJA VISTO ou HAJA VISTA? A expressão correta é HAJA VISTA, mesmo antes de palavras masculinas. Vamos repetir a demonstração. Haja vista o interesse dos participantes. TAMPOUCO ou TÃO POUCO? TAMPOUCO – Também não. Não compareci a festa tampouco ao almoço. TÃO POUCO – Muito pouco. Tenho tão pouco tempo disponível para essa tarefa. A ou HÁ? A – Preposição, indica tempo futuro, idéia de distância e na expressão a tempo. Ele chegará daqui a duas semanas. A cidade fica a 20 km daqui. Não chegaremos a tempo de ver o espetáculo. HÁ – Indica tempo decorrido, passado. Há tempo que não trabalho tanto quanto agora. Saiu há pouco do Rio de Janeiro. A PAR ou AO PAR? A PAR – Estar ciente de, sabedor. Estou a par do ocorrido. AO PAR – Termo usado em Operadores de Mercado Financeiro (indica paridade ou igualdade).
  • 27. 27 O lançamento de ações foi feito ao par (com base no valor nominal). MENOS ou MENAS? Forma correta é : “Há menos pessoas aqui do que lá”. Não esqueça que NÃO existe a forma MENAS. MÁS, MAS ou MAIS? MÁS – Ruins. Essas pessoas são muito más. MAS – Conjunção coordenativa adversativa: entretanto, porém. A virtude é comunicável. Mas o vício é contagioso. MAIS – Antônimo de menos. O jornal de hoje publicou mais fotos da vencedora do festival. MAL ou MAU? MAL – Antônimo de bem. A criança estava passando mal desde ontem. MAU – Antônimo de bom. Houve mau uso dos equipamentos eletrônicos. A PRINCÍPIO ou EM PRINCÍPIO? A PRINCÍPIO – Significa inicialmente, no começo, num primeiro momento. A princípio havia um homem e uma mulher. EM PRINCÍPIO – Quer dizer em tese, por princípios, teoricamente. Em princípio, sou contra a pena de morte. Ou use simplesmente: Em tese, sou contra a pena de morte.
  • 28. 28 EM DOMICÍLIO ou A DOMICÍLIO? O correto é entregas em domicílio. É o mesmo que fazer entregas em casa, no escritório. Fazemos entregas em domicílio. Obs.: Só usamos a domicílio com verbos de movimento. Conduziram o doente a domicílio (melhor: ...ao seu domicílio). SE NÃO ou SENÃO? SE NÃO – Pode ser substituído por caso não. Devolva o relatório se não estiver de acordo. SENÃO – Pode ser substituído por somente, apenas. Não vejo outra alternativa senão concordar. SENÃO – Substantivo, significando contratempo. O show não teve nenhum senão. PORISSO ou POR ISSO? NÃO existe a forma PORISSO. A forma correta é POR ISSO. É por isso que você não vai mais errar. AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A? AO ENCONTRO DE – Designa uma situação favorável. Nossas propostas vão ao encontro das atuais tendências do mercado. DE ENCONTRO A – Dá a idéia de oposição, contrariedade, choque. Temos pontos de vista diferentes: minhas idéias vão de encontro às suas.
  • 29. 29 COM CERTEZA OU CONCERTEZA? Com certeza, é com certeza, separado! CONTUDO OU COM TUDO? COM TUDO – Faz referência a algo mencionado anteriormente, invariavelmente acompanhado do pronome ISSO. Com tudo isso é possível perceber que estudar é essencial! CONTUDO – Introduz uma idéia oposta ao que foi mencionado anteriormente, pode ser substituído por entretanto, porém, todavia, mas. Contudo não é possível afirmar que todas as pessoas são felizes. DERREPENTE OU DE REPENTE? Só existe a forma DE REPENTE. INFELIZMENTE OU INFELISMENTE? Grafa-se infeliz com Z, portanto o advérbio INFELIZMENTE, derivado de infeliz, deve também ser grafado com Z. OQUE OU O QUE? Trata-se de uma expressão formada por duas palavras, portanto O QUE. A falta de desenvolvimento sustentável é O QUE acarreta tantos problemas ao meio ambiente. QUIZ OU QUIS? O verbo querer deve ser grafado com S, assim: Eu não QUIS incomodar você. Ele também não QUIS. Talvez os outros QUISESSEM... AGENTE OU A GENTE? AGENTE – é substantivo. Este é o AGENTE 007. Ele é um AGENTE da Polícia Federal.
  • 30. 30 A GENTE – forma oral que na linguagem coloquial substitui o pronome NÓS. - Vocês preferem ir ao cinema ou ao teatro? - É claro que A GENTE preferi ir ao cinema. OPNIÃO OU OPINIÃO? / OPITAR OU OPTAR? CORRUPTO OU CORRUPITO? As formas corretas são OPTAR, OPINIÃO E CORRUPTO. ATENÇÃO À PRONÚNCIA E ESCRITA DE ALGUMAS PALAVRAS: Aeronáutica Bicarbonato Lagartixa Rubrica Superstição Caderneta Bandeja Problema Receoso Subsídio Digladiar Misto Emagrecer Salsicha Xifópagos Dignitário Mortadela Cabeleireiro Progresso Próprio Cinquenta Asterisco Privilégio Empecilho Coincidência Perturbar Mendigo Prazerosamente Reivindicação Estupro Advogado Frustrado Meteorologia Irrequieto Ignorante Beneficente GRAMÁTICA DE USO – TESTE II 1. Os alunos fizeram uma pesquisa prévia sobre o assunto _______ de escreverem seus artigos. a) a fim b) afim 2. (I) você foi? Eu o procurei ali por (II) você costuma estar, mas não o encontrei. a) Onde b) Aonde c) a e b são possíveis a) onde b) aonde c) a e b são possíveis 3. (I) dez anos, não se falava (II) celulares, DVDs, i-pods e MP 3. No entanto, (III) 70% de crianças da classe média possuem um ou mais desses eletrônicos em casa. (I) a) Há cerca de b) Acerca de c) Cerca de (II) a) há cerca de b) acerca de c) cerca de (III) a) há cerca de b) acerca de c) cerca de
  • 31. 31 4. O prefeito já pensa em instituir um outro tipo de rodízio de veículos, (I) o intenso (II) na capital nos últimos meses. (I) a) haja visto b) haja vista (II) a) tráfego b) tráfico 5. Tenho (I) tempo disponível durante a semana que não consigo estudar (II) ler o livro recomendado pela professora. (I) a) tampouco b) tão pouco (II) a) tampouco b) tão pouco 6. (I) muitos anos, o homem sonhou em pisar na lua. Hoje (II) aqueles que já podem fazer suas reservas para uma (III) espacial. (I) a) A b) Há (II) a) a b) há c) hão (III) a) viagem b) viajem 7. Já (I) anos que trabalho nesta empresa. (II), vim substituir um funcionário afastado, (III) acabei sendo efetivado. (I) a) faz b) fazem (II) a) Em princípio b) A princípio (III) a) mais b) más c) mas 8. Quando ficou (I) das causas da doença, o governador verificou também que, cada vez mais, (II) pessoas seguem as medidas de prevenção. (I) a) ao par b) a par (II) a) menas b) menos 9. Os alunos que foram (I) na prova disseram que seu (II) desempenho deveu-se ao fato de terem perdido muitas aulas. (I) a) mal b) mau (II) a) mal b) mau 10. O técnico preferiu realizar uma (I) de condicionamento físico (II) treino com bola. (I) a) seção b) sessão (II) a) ao invés de b) em vez de
  • 32. 32 11. As medidas preventivas instituídas ___________ estadual podem ajudar no combate à dengue. a) a nível b) em nível 12. Muitas pizzarias devem corrigir suas placas para: “Fazemos entregas ______________.” a) em domicílio b) a domicílio 13. Nosso escritório situa-se (I) Avenida Nações Unidas, mas residimos (II) Avenida Higienópolis. (I) a) na b) à (II) a) na b) à 14. O dia a dia do paulistano fica cada vez mais curto com o tempo gasto no seu deslocamento pela cidade. (I), este tempo tende a aumentar (II). (I) a) infelizmente b) infelismente (II) a) dia a dia b) dia-a-dia 15. _________ estiver de acordo com as exigências do cliente, a encomenda poderá ser devolvida e reposta por outro produto. a) Senão b) Se não 16. O professor contraiu uma virose e está de cama. _____________ a aula de hoje foi cancelada. a) Porisso b) Por isso 17. Não adianta você querer ir _________________ novos projetos do diretor. Ele já decidiu colocá-los em prática. a) ao encontro dos b) de encontro aos 18. _____________ o diretor não vai mudar de idéia. Sabemos o quanto ele é irredutível. a) Com certeza b) Concerteza 19. Hoje em dia, o jovem tem acesso a muita informação devido aos sites de pesquisa na internet, os canais por assinatura e aos aparelhos eletrônicos de alta tecnologia. (I) isso, o jovem atual pode crescer melhor preparado para a vida e para o mercado de trabalho. (II), alguns jovens ainda se negam a estudar. (I) a) Contudo b) Com tudo (II) a) Contudo b) Com tudo 20. A noite caía normalmente. Os postes se (I), os maridos voltavam às casas e as portas e portões eram (II) até que, (III), ouviu-se um grito ecoando pela vizinhança.
  • 33. 33 (I) a) acendiam b) ascendiam (II) a) serrados b) cerrados (II) a) derrepente b) de repente 21. – Desculpe, não (I) incomodar você, mas talvez as crianças (II) sair um pouco para passear. (I) a) quis b) quiz (II) a) quisessem b) quizessem 22. O (I) da Polícia Federal perguntou se (II) viajava a negócios ou como turistas. (I) a) a gente b) agente (II) a) a gente b) agente 23. O (I) tinha a intenção de investigar a (II) da sociedade brasileira (III) da legalização do porte de armas por qualquer indivíduo. (I) a) plebicito b) plebiscito (II) a) opnião b) opinião (III) a) há cerca b) acerca 24. Os eleitores (I) pelo político (II) e se deixaram levar pela sua boa imagem. (I) a) optaram b) opitaram (II) a) corrupto b) corrupito 8 VARIEDADES LINGUÍSTICAS Como falantes da Língua Portuguesa, percebemos que existem situações em que a língua apresenta-se sob uma forma bastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nos meios de comunicação. Essa diferença pode manifestar-se tanto pelo vocabulário utilizado, como pela pronúncia ou organização da frase. Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma forma. Isso ocorre porque as línguas naturais são sistemas dinâmicos e extremamente sensíveis a fatores como, por exemplo, a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do contexto. Essas diferenças constituem as variações lingüísticas. Entre as variedades da língua, há uma que tem maior prestígio: a variedade padrão conhecida também como língua padrão e norma culta. Essa variedade é utilizada nos livros, jornais, textos científicos e didáticos e é ensinada na escola. As outras variedades lingüísticas são chamadas de variedades não padrão. Tanto na fala, quanto na escrita, a linguagem de uma pessoa pode variar, ou seja, passar de culta ou padrão à coloquial ou até mesmo à vulgar. O gramático Evanildo Bechara ensina que é preciso ser “poliglota
  • 34. 34 de nossa língua”. Poliglota é a pessoa que fala várias línguas. No caso, ser poliglota do português significa ter domínio do maior número possível de variedades lingüísticas e saber utilizá-las nas mais diferentes situações. A linguagem culta é aquela utilizada pelas pessoas de instrução, niveladas pela escola. Ela é mais restrita, pois constitui privilégio e conquista cultural de um número reduzido de falantes. Já a linguagem coloquial pode ser considerada um tipo de linguagem espontânea, ou seja, utilizada para satisfazer as necessidades vitais do falante sem muita preocupação com as formas lingüísticas. É a língua cotidiana, que comete pequenos – mas perdoáveis – deslizes gramaticais. A linguagem vulgar, porém, é própria das pessoas sem instrução. É natural, expressiva, livre de convenções sociais. Exercício Elabore os textos de duas mensagens eletrônicas – uma para o coordenador de seu curso e outra para um colega de turma. Os textos devem apresentar: a) o destinatário (vocativo); b) sua identificação; c) uma solicitação; d) as razões dessa solicitação; e) encerramento f) assinatura Veja, a seguir, uma reportagem acerca do mau uso do e-mail publicada no Diário de São Paulo, 13/09/90. pp. 3-5 no caderno Talento e Sucesso.
  • 35. 35
  • 36. 36
  • 37. 37
  • 38. 38 9 TEXTO VERBAL E NÃO-VERBAL A capacidade humana ligada ao pensamento que se manifesta por meio de palavras (verbum, em latim) de uma determinada língua caracteriza o texto ou linguagem verbal. Existem, porém, outras formas de linguagem de que o homem lança mão para representar o mundo, expressar-se, comunicar-se: os gestos, a música, a pintura, a mímica, as cores. Trata-se da linguagem ou do texto não-verbal. É possível apontar semelhanças e diferenças entre os dois tipos de textos. A análise criteriosa (leitura) dos signos utilizados nos textos não-verbais permite que o sentido seja apreendido e que se estabeleça comunicação, mesmo que a correspondência não seja absoluta e um mesmo tipo de mecanismo assuma contornos específicos em cada tipo de linguagem. A utilização de recursos não-verbais na comunicação é freqüente e exige que o leitor esteja atento a essas formas de interação que, muitas vezes tomam o lugar dos textos verbais -ou a eles se associam -com o objetivo de produzir sentido de maneira mais rápida e eficiente – é o caso das tabelas, dos gráficos, dos sinais de trânsito, charges. Observe a mensagem transmitida com a charge abaixo: http://www.patodelaranja.com/colunistas/clauro/cla_070205.php EXERCÍCIO Analise as capas da revista Veja, apresentadas abaixo, associe a linguagem verbal e a linguagem não-verbal. Analise-as e comente as mensagens transmitidas.
  • 39. 39 Edição 2141. 2 de dezembro de 2009 http://veja.abril.com.br/161209/sumario.shtml
  • 40. 40 Edição 2143. 16 de dezembro de 2009 http://veja.abril.com.br/161209/sumario.shtml
  • 41. 41 10 COESÃO e COERÊNCIA TEXTUAL Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas pelo encadeamento, pelo sentido, pelas relações entre as idéias que criam uma trama de significados a que damos o nome de textualidade. Esse encadeamento é a coesão textual. Uma das maneiras de se alcançar a coesão textual se dá pela recuperação de elementos de uma oração em orações posteriores. Observe: “Pegue três maçãs e coloque-as sobre a mesa.”. Se perguntarmos a um falante de língua portuguesa se as duas sentenças formam um texto, sua resposta será afirmativa. Se lhe perguntarmos o motivo, dirá que ambas tratam da mesma coisa. Se lhe perguntarmos ainda se existe algo na segunda sentença que a possa ligar à primeira, ele nos apontará o pronome as. De fato, o pronome as recupera o termo três maçãs. Eis aí um exemplo de coesão textual. (Abreu, 2001:12) è importante ainda ressaltar que há inúmeras formas de se estabelecer coesão entre as sentenças de um texto diferentes do desagradável procedimento que é o uso de expressões como: o mesmo, a repetição de artigos e o uso abusivo do pronome qual. Observe: Pegue as três maçãs. Coloque as mesmas sobre a mesa. Prefira: Pegue três maçãs e coloque-as sobre a mesa. Pedi uma cerveja. Uma cerveja veio sem gelo. / Pedi uma cerveja a qual veio sem gelo. Prefira: Pedi uma cerveja que veio sem gelo. / Pedi uma cerveja. Ela veio sem gelo. 10.1 USO DOS OPERADORES ARGUMENTATIVOS. Vejamos abaixo os principais conectivos com os seus respectivos sentidos: Relações Lógicas Palavras e Expressões Articuladoras que podem ser usadas Adição, seqüência de E, nem, não só...mas também, não só...como também, bem como etc. informações Oposição de idéias Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não etc. Alternativas, escolhas Ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, seja...seja
  • 42. 42 Conclusão Logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim, para concluir, finalmente, em resumo. Causa, justificativa ou explicação Que, porque, pois, porquanto, como, pois que, uma vez que, visto que, já de um fato que etc. Contradição e concessão Ainda que, apesar de que, embora, mesmo que, conquanto que, se bem que, por mais que, posto que etc. Condição ou hipótese necessária Se, contanto que, salvo se, desde que, a menos que, a não ser que, caso etc. para que se realize um fato Conformidade entre pensamentos Conforme, segundo, consoante Finalidade ou objetivo do fato Para que, a fim de que Proporcionalidade À medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto mais, quanto menos Tempo Quando, enquanto, assim que, logo que, todas as vezes que, desde que, depois que, sempre que, assim que, previamente, subseqüentemente, simultaneamente, recentemente Comparação Como, assim como, tal como Conseqüência De sorte que, de modo que, de forma que, sem que, tanto que etc. Verossimilhança Na verdade Similaridade Igualmente, também da mesma forma, assim como Exemplo Por exemplo, para ilustrar Evidências adicionais Ademais, além disso, igualmente importante, adicionalmente, também EXERCÍCIOS 1 - Relacione as sentenças abaixo, em um só período, articulando-as da maneira que julgar mais adequada. Faça isso três vezes, dando relevância, alternadamente, a cada uma das idéias.
  • 43. 43 Grupo A a) Muitas empresas multinacionais estão decepcionadas com alguns aspectos da nova Constituição. b) Muitas empresas multinacionais continuarão a investir no Brasil. c) Muitas empresas multinacionais acreditam no futuro do Brasil. Grupo B 2 - Faça o mesmo exercício, agora apenas uma vez, obedecendo às indicações entre parênteses. a) O fogo é, paradoxalmente, um importante regenerador de matas naturais. (idéia principal) b) O fogo destrói a matéria orgânica necessária à formação do humo do solo. (concessão à primeira) c) O fogo destrói o excesso de material combustível acumulado no chão. (causa da primeira)
  • 44. 44 11 11 11 11 O TEXTO DESCRITIVO A descrição é uma espécie de retrato verbal de um determinado objeto. É descritivo o texto que tem por finalidade retratar algo, de forma que o interlocutor possa, por meio das palavras, criar mentalmente a imagem do objeto descrito. É importante ressaltar que como não há escrita sem intenção, descreve-se para atingir determinados objetivos, tais como: o exaltar ou criticar. o analisar conteúdos. o fazer conhecer, direta ou indiretamente, objeto, processos laboratoriais – por exemplo - e ambientes. Ao descrever, a pessoa seleciona as palavras que pretende usar para que possa convencer o interlocutor. Se há um desejo de convencer, de fazer com que o interlocutor enxergue de acordo com a visão de mundo do enunciador, o texto descritivo possui uma função argumentativa. Sendo assim, a descrição pretende ser um retrato verbal, mostrar aquilo que os olhos do enunciador veem, portanto: a linguagem deve ser objetiva – vocabulário denotativo; as frases devem ser curtas e, preferencialmente, na ordem direta; os verbos devem ser utilizados em 3 pessoa. Como construir um texto descritivo É muito comum a dificuldade na criação de um texto descritivo, pois a sensação é de que há muito a dizer e não se sabe por onde começar, ou ainda, definir o que é ou não relevante para que se atinja o objetivo do texto. Uma boa maneira de solucionar esses problemas é observar, analisar e classificar as idéias que se tem acerca do objeto da descrição.
  • 45. 45 Elaborar uma lista (ou um quadro) com idéias que vão ocorrendo sobre o que se quer descrever e, a seguir, organizar essas informações, separando-as em grupos que se coordenam é um bom começo. A descrição técnica deve apresentar precisão vocabular e exatidão de pormenores. Deve esclarecer, convencendo. Pode-se descrever objetos, mecanismos ou processos, fenômenos, fatos, lugares, eventos. Determinar o ponto de vista e o objetivo do texto são muito importantes na construção da descrição, deles depende a estrutura do texto: o que será descrito? que aspecto será destacado? quais são os pormenores mais importantes? que ordem será adotada para a descrição? a quem se destina o texto: ao técnico ou ao leigo? Veja, na ilustração a seguir, o resultado de uma descrição mal feita. Descrição técnica de objeto: passo a passo Introdução – 1º parágrafo: No 1º período, apresente o objeto como um todo (nome), função, campo de utilização. No 2º período, apresente as partes que compõem o objeto, procure adotar um ponto de vista, uma sequência para que o leitor possa, à medida que lê, visualizar o objeto descrito Parágrafos de desenvolvimento:
  • 46. 46 Elabore um parágrafo para cada parte, procure adotar a sequência que estabelece a ligação entre elas de modo, agora, a ir montando o objeto na mente do leitor, apresente as características mais relevantes (função, formato, dimensões, cor – quando isso for relevante, como no caso de fios -, material (flexibilidade, dureza). Em seguida, indique a que outra parte se liga. Passe então para o próximo parágrafo e assim sucessivamente. Conclusão - último parágrafo: Retome o objeto como um todo ( repita o nome), apresente, então mais alguma característica geral como o peso, a eficácia ou o preço, por exemplo. Traga mais alguma informação sobre o funcionamento, a segurança no uso ou a manutenção e encerre. Descrição técnica de processo: passo a passo Introdução – 1º parágrafo: No 1º período, cite o nome do processo, sua função, campo de utilização. No 2º período, indique quantas e quais são as etapas do processo. Em seguida apresente os materiais, as ferramentas ou equipamentos que são utilizados. Procure descrever a sequência em que vão ocorrendo os passos, para que o leitor possa, à medida que lê, visualizar e compreender o que está sendo descrito. Parágrafos de desenvolvimento: Elabore um parágrafo para apresentar o preparo para a realização do processo. Elabore, em seguida, o número de parágrafos necessários para descrever como se dá o desenvolvimento do processo. Conclusão - último parágrafo: Retome o nome do processo, sua validade, eficiência, utilidade ou finalidade. È possível acrescentar também comentários acerca da segurança da execução do trabalho. Lembre-se de: a) impessoalizar o texto, ou seja, utilize expressões como: misturou-se..., procedeu-se a ... No caso de manuais de instrução, os verbos devem ser utilizados no modo imperativo: faça, pegue, cole etc b) utilizar expressões correlacionais como: em primeiro lugar, primeiramente, logo após, em seguida, depois disso, feito isso, a partir disso, posteriormente, por último, finalmente, por fim. Descrição técnica de ambiente: passo a passo Introdução – 1º parágrafo: Apresente, inicialmente, o nome do ambiente, a que se destina, sua localização, área.
  • 47. 47 Parágrafos de desenvolvimento: Elabore um parágrafo para detalhar as características da construção: portas, janelas, paredes teto, chão. Lembre-se de adotar um ponto de vista: a leitura do texto deve ser um verdadeiro retrato do ambiente, escolha indicar a partir da porta onde está localizada a janela, por exemplo. No parágrafo seguinte, faça o detalhamento dos móveis e objetos que estão no ambiente, localizando sua posição no espaço. Lembre-se novamente de adotar uma sequência, quanto mais organizado a disposição das informações mais claramente a imagem se constrói na mente do leitor. Conclusão - último parágrafo: Retome o nome do ambiente, e teça comentários acerca da adequação, acesso, ventilação, segurança, iluminação do local. Veja, a seguir, alguns exemplos de descrição. DESCRIÇÃO TÉCNICA DE OBJETO TEXTO I O motor está montado na traseira do carro, fixado por quatro parafusos à caixa de câmbio, a qual, por sua vez, está fixada nos coxins de borracha na extremidade bifurcada do chassi. Os cilindros estão dispostos horizontalmente e opostos dois a dois. Cada par de cilindros tem um cabeçote comum de metal leve. As válvulas, situadas nos cabeçotes, são comandadas por meio de tuchos e balancins. O virabrequim, livre de vibrações, de comprimento reduzido, com têmpera especial nos colos, gira em quatro pontos de apoio e aciona o eixo excêntrico por meio de engrenagens oblíquas. As bielas contam com mancais de chumbo-bronze e os pistões são fundidos de uma liga de metal leve. (Manual de instruções (Volkswagem). In: Comunicação em prosa moderna. GARCIA Othon, Rio de janeiro: Editora FGV, 1996, p.388.)
  • 48. 48 TEXTO II Mesa de Rolos EFACEC Mesas de rolos são tipicamente usadas em aplicações onde seja necessário acumular e manusear um número relativamente grande de malas, como no final de coletoras em pequenos terminais, no final de rampas, ou após a saída de máquinas de inspeção. Esses transportadores possuem rolos livres e operam baseados no princípio da força de gravidade. A estruturas, reforçadas com contrafortes montados na parte inferior a intervalos nunca maiores do que 1m, são construídas a partir de chapas de aço macio quinado, com 3 mm de espessura, com robustez e rigidez suficientes para suportar as cargas exigidas e serem fáceis de manusear. São projetadas para suportar uma carga estática de 1500N/m. Todos os elementos do transportador são capazes de suportar uma carga singular concentrada de 1150N. Os rolos são fabricados em aço zincado, possuem rolamentos internos e estão equipados com veios facetados. O diâmetro é de 60 mm.de Rolos Os rolos estão inseridos em ranhuras existentes na estrutura do transportador, espaçadas entre si de 80 mm. Os rolamentos internos dos rolos são de precisão, do tipo esferas, com lubrificação para a sua vida útil. Os elementos estruturais dos transportadores são construídas com aço pré-galvanizado e pintado. Todas as partes estruturais serão pintadas segundo um processo de pintura eletrostática a pó. Os suportes dos rolamentos, esticadores e outros acessórios são zincados. Partes maquinadas estão protegidas contra a ferrugem com pintura inibidora ou então fosfatadas e passivadas. As guardas laterais são feitas de chapa de aço macio quinada com 2mm de espessura, altura entre 350-600mm e largura de 40mm, com robustez e rigidez suficientes para suportar impactos laterais. Nas áreas públicas, as guardas laterais são feitas em chapa de aço inoxidável com 2 mm de espessura, com acabamento e polimento de acordo com os requisitos do cliente. Localizam-se em ambos os lados do transportador, exceto em áreas de carga e descarga onde as guardas só existem no lado oposto ao do operador. As guardas laterais são aparafusadas entre si e à estrutura do transportador e são reforçadas com contrafortes a intervalos inferiores a 3m, em pontos sujeitos a impactos constantes. Nas áreas de carga e descarga, do lado do operador, guardas laterais tapam a estrutura do transportador até o chão. Todos os transportadores são equipados com proteções de segurança, para que as bagagens não caiam no chão. Essa proteção pode ser um rolo proeminente ou uma superfície de borracha com 5mm de espessura. Como acessórios, os transportadores de rolos estão identificados com uma placa contendo as indicações mais importantes. Além disso, um par de suportes para fotocélulas e refletores
  • 49. 49 está incluído em cada equipamento. Esses produtos apresentam versões adequadas às diferentes aplicações, com diversas opções, como sejam diferentes diâmetros de rolos ou dispositivo de travagem passiva. De acordo com o modelo, podem variar em tamanho tendo comprimento entre 1000-20000mm; largura entre 800- 1200mm; altura da superfície de transporte: 300mm no mínimo e ângulo de inclinação ± 3º máximo. (Adaptado de material disponível em: http://www.efacec.pt/PresentationLayer/ResourcesUser/CatalogoOnline/PDFs/Descri%C3%A7%C3%A3o%20T %C3%A9cnica%20-%20Mesa%20de%20Rolos.pdf 19/11/2010, 17h30) II – – – – DESCRIO TÉCNICA DE PROCESSO Transmissão de um programa de rádio Os sons que se produzem dentro do campo de ação do microfone são por estes captados e transformados em corrente elétrica equivalente. Estas correntes, devido ao fato de serem extremamente fracas, são conduzidas a um pré-amplificador de microfone, que as amplifica convenientemente, depois do que são transferidas para um amplificador de grandes dimensões, chamado modulador. Existe no equipamento transmissor um circuito gerador de alta freqüência, que fornece a onda a ser irradiada pela Estação. Esta onda R. F. (alta freqüência) será misturada com as correntes de som amplificadas pelo modulador e transmitidas no espaço por meio de antena transmissora. (Martins, º N., Curso pratico de rádio, p. 127. In: Comunicação em prosa moderna. GARCIA Othon, Rio de janeiro: Editora FGV, 1996, p.398.) MOMENTO DE PRODUÇÃO Nas aulas de Metodologia, vocês tiveram a oportunidade conhecer os laboratórios do curso de engenharia da unidade em que estuda. A seguir, apresentamos fotos dos laboratórios das outras unidades. Vamos aproveitar que conhece pessoalmente alguns deles e treinar a descrição técnica. Selecione uma das imagens e crie uma descrição de ambiente, objeto ou processo que pode ser executado nesses laboratórios. (Este trabalho compõe a nota da AV3 2.0). Fotos cedidas pela supervisora Catia Regina Wellichan do Departamento de Ciências Exatas.
  • 50. 50 Laboratório de Química - Memorial (Wellichan, 2010) Laboratórios Prédio K – Vila Maria (Wellichan, 2010)
  • 51. 51 Laboratório de Física – Vergueiro (Wellichan, 2010) Laboratório de Automação – Santo Amaro (Wellichan, 2010) 12 EXERCÍCIOS – ENADE
  • 52. 52 A estrutura dos exercícios a seguir é muito semelhante à das questões solicitadas no Exame Nacional de Desempenho Estudantil. Faça-os com atenção, pode ser um bom treino! 1. Para responder às questões 1 e 2, leia os textos a seguir. Texto 1 Quase 50% da população vive em cidades ______________________________________________________________ Um novo relatório da Organização das nações unidas (ONU) indica que quase metade da população mundial vive hoje em cidades, onde está conectada a uma rede econômica global em franca expansão.. No entanto essa máquina urbana de prosperidade pode ser brutal. Mais de 1 bilhão de pessoas vivem em favelas e áreas invadidas em todo o mundo. Istanbul- O relatório situação das Cidades do Mundo, divulgado ontem chega cinco anos depois de um evento no qual esses problemas foram discutidos, a 2ª conferência da nações Unidas sobre os Assentamentos Humanos, a Habitar 2. Na conferência, em Istambul, na Turquia, representantes de mais de 170 países firmaram o compromisso como o de lutar pelo desenvolvimento sustentável de suas cidades e providenciar teto adequado a seus habitantes. [...] O relatório da ONU mostra a urgência de se cumprirem metas da declaração de Istanbul. “Houve, definitivamente, algum progresso desde 1996, mas o xix da questão é que 1,2 bilhão de pessoas continuam sem teto adequado.” Diz a diretora executiva do Centro habitar, Anna Tabaijuka. Consumo – Enquanto o Terceiro Mundo luta para providenciar moradia, emprego e serviços básicos, países industrializados tentam conter o consumo em suas cidades. O mundo usa cinco vezes mais combustível fóssil e duas vezes mais água potável do que em meados do século 20. A essa taxa de crescimento, tais recursos estarão exauridos ao final do século. “Uma criança nascida no mundo industrializado consome e polui durante a vida mais do que 30 a 50 crianças em países em desenvolvimento; ainda assim, o dano ambiental derivado do consumo em escala global recai mais sobre os pobres”, diz o relatório da ONU. O Estado de São Paulo, São Paulo, 5 de junho de 2001. (Fragmento)