1. O documento apresenta guias de conduta para infecções em pacientes submetidos a transplantes de órgãos.
2. Inclui recomendações para avaliação pré-operatória, antibioticoprofilaxia cirúrgica, profilaxia para Pneumocystis jirovecii, citomegalovírus e infecções fúngicas.
3. O guia destina-se a uniformizar condutas e estabelecer protocolos clínicos específicos para cada tipo de transplante e infecção.
Informar; orientar; presta- Guia de Conduta nas Infecções em Pacientes Submetidos a Transplante Leia tudo pagador de impostos!
1. 1
Guia de Conduta nas
Infecções em Pacientes
Submetidos a Transplante
DIRETORIA CLÍNICA
2005-2008
2. 2
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE
DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE
DE SÃO PAULO
Guia de Conduta nas Infecções em
Pacientes Submetidos a Transplante
Elaboração
Grupo de Trabalho para Normatizar e Estabelecer
Protocolo Clínico Específico para cada
Infecção em Transplante da Diretoria Clínica
Manual aprovado em reunião da
Comissão de Transplante de Órgão e Tecidos,
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e
Subcomissão de Avaliação de Fármacos e Medicamentos da
Comissão de Avaliação de Tecnologia em Saúde
São Paulo
2005 - 2008
3. 3
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Governador
Dr. Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
Secretário
Dr. Luiz Roberto Barradas Barata
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Presidente do Conselho Deliberativo
Prof. Dr. Giovanni Guido Cerri
Diretor Clínico
Prof. Dr. Marcos Boulos
Superintendente
Dr. José Manoel Camargo Teixeira
4. 4
GRUPO DE TRABALHO PARA NORMATIZAR E ESTABELECER
PROTOCOLO CLÍNICO ESPECÍFICO PARA CADA INFECÇÃO EM
TRANSPLANTE
2005 – 2008
David Everson Uip
Coordenador
Carla Tanamati
Edson Abdala
Eliane Moraes Pinto
José Ulysses Amigo Filho
Ligia Câmera Pierrotti
Luiz Sérgio Fonseca de Azevedo
Maria Zilda de Aquino
Marisa Roma Herson
Marta Heloísa Lopes
Paulo Manoel Pêgo Fernandes
Pedro Takanori
Tânia Mara Varejão Strabelli
Willian Carlos Nahas
5. 5
APRESENTAÇÃO
Os avanços na área de pesquisa e os investimentos em tecnologia possibi-
litaram o desenvolvimento de programas de transplantes de órgãos em diversos
centros médicos brasileiros.
O Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo, com seu pioneirismio e reconhecida liderança viabilizou o sonho de
transplantadores, receptores e famílias de anônimos doadores.
No contexto desses programas, a principal causa da morbi-mortalidade nos
receptores é o desbalanço da interação Infecção e imunodepressão.
Com o intuito de uniformizar condutas, estabelecer protocolos clínicos e divulgar
aspectos inusitados a Diretoria Clinica do HCFMUSP criou um Grupo de
Trabalho Multiprofissional e Multidisciplinar envolvendo clínicos e cirurgiões
especializados, infectologistas, laboratoristas e farmacêuticos acompanhados
de extensas revisões de literatura e uma boa dose de experiência adquirida
no acompanhamento de pacientes transplantados.
Do consenso ao filho há tanto esperado: GUIA DE CONDUTA NAS INFEC-
ÇÕES EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE.
Prof. Dr. David Everson Uip
6. 6
Introdução .........................................................................................................
Avaliação pré-operatória para infecção em receptores e doadores de
órgãos .......................................................................................................................
Antibioticoprofilaxia cirúrgica em transplante de orgãos ...................................
Profilaxia para pneumocystis carinii .....................................................................
Profilaxia para infecção fúngica .............................................................................
Terapêutica empírica em infecção fúngica ...........................................................
Citomegalovírus em transplante de orgãos .........................................................
1. Transplante renal .................................................................................................
2. Transplante de fígado em crianças ...................................................................
3. Transplante cardíaco (adulto e infantil) ...........................................................
4. Transplante de fígado em adultos .....................................................................
5. Transplante de pulmão ........................................................................................
Profilaxia para tuberculose .....................................................................................
Recomendação para imunização em adultos candidatos a transplante
de órgãos sólidos ....................................................................................................
Recomendação para imunização em adultos após transplante de
órgãos sólidos ..................................................................................................
Recomendação para imunização em crianças submetidas a
transplantes autólogos e alogênicos de medula óssea ..............................
Recomendação para vacinação em crianças no período
pós-transplante de órgãos .....................................................................................
Imunização de familiares em contato domiciliar com transplantados ..............
Imunização de profissionais da área de saúde com transplantados ........
SUMÁRIO
7
9
10
12
14
15
16
16
17
17
18
18
19
20
23
26
28
28
29
7. 7
INTRODUÇÃO
A ocorrência de infecção após o transplante de órgãos sólidos é um fator
determinante na evolução dos pacientes. Sua incidência varia de acordo com
o tipo de órgão transplantado, o grau de imunodepressão, a necessidade de
terapêuticas anti-rejeição adicionais e a ocorrência de complicações técnicas
ou cirúrgicas.
A região anatômica do órgão transplantado determina em grande parte o tipo
de infecção que pode ocorrer. Além disso, vários pesquisadores têm
demonstrado que as infecções virais, como citomegalovírus (CMV) e hepatite
C, influem no tipo de infecção oportunista (bacteriana ou fúngica). Estas
infecções contribuem para aumentar o grau de imunodepressão dos pacientes,
o que também acontece quando eles recebem terapêutica adicional para
rejeição (pulsoterapia).
Outro fator importante é a exposição do receptor a um patógeno primariamente
transmitido pelo enxerto, pelo fato de não haver imunidade anterior a este
agente. Cita-se como exemplo a infecção primária e a doença por CMV, em
que o risco de complicações e de doença grave é muito maior do que na
reativação em todos os grupos de transplante.
A maioria das infecções que ocorre no primeiro mês após o transplante está
relacionada ao procedimento cirúrgico. Pacientes transplantados de rim e pân-
creas podem apresentar hematoma próximo ao enxerto, linfoceles e alterações
urinárias. Transplantados de fígado têm risco de trombose da veia porta, oclusão
da veia hepática, trombose da artéria hepática e obstrução biliar. Já os
transplantados cardíacos podem evoluir com mediastinite ou pneumonia, e os
de pulmão, deiscência da anastomose brônquica.
8. 8
A figura abaixo mostra um panorama das infecções após transplante de acordo
com o tempo decorrido.
FIGURA 1: Tempo em que ocorrem as infecções relacionadas aos
transplantes de órgãos
(CMV – citomegalovírus; HHV 6 – herpes virus humano tipo 6; EB – Epstein Barr)
HEPATITE B, C
1 2 3 4 5 6 7 8
CITOMEGALOVÍRUS RETINITE CMV
HERPES
SIMPLEX
VARICELLA
ZOSTER
VIRUS EB
HHV 6
JC/BK
>
>
>
>
>
>
>
TRANSPLANTE MESES APÓS TRANSPLANTE
ADENOVÍRUS
9. 9
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA PARA INFECÇÃO EM
RECEPTORES E DOADORES DE ÓRGÃOS
Devido ao risco de reativação de infecções latentes e da transmissão de infec-
ções pelo órgão transplantado, é importante se conhecer o perfil sorológico
do paciente antes da operação, inclusive para planejar as condutas profiláticas.
Listamos abaixo os exames indicados rotineiramente para os receptores:
••••• sorologia para HIV, citomegalovírus, vírus Epstein Barr, vírus A, B e C da
hepatite e HTLV
••••• sorologia para Doença de Chagas
••••• sorologia para sífilis
••••• sorologia para Toxoplasma gondi
••••• PPD
PPPPPara o doador deve ser coletado sangue para :ara o doador deve ser coletado sangue para :ara o doador deve ser coletado sangue para :ara o doador deve ser coletado sangue para :ara o doador deve ser coletado sangue para :
Sorologia para: HIV, sífilis, vírus B e C da hepatite, Chagas, toxoplasmose,
citomegalovírus, Epstein Barr e HTLV.
10. 10
ANTIBIOTICOPROFILAXIA CIRÚRGICA EM TRANSPLANTE
DE ÓRGÂOS
TTTTTransplante - Transplante - Transplante - Transplante - Transplante - TXXXXX MedicamentoMedicamentoMedicamentoMedicamentoMedicamento
Cefazolina 1 g IV
8/8hs
Cefuroxima
50mg/kg IV
ataque e
50mg/kg 6/6 hs
Cefuroxima 1,5g
IV ataque e
750mg 6/6 hs
Ampicilina 1g IV
6/6hs +
cefotaxima 1g IV
6/6 hs
Ampicilina
200mg/kg/dia +
cefotaxima
(50mg/kg
8/8 hs)
DuraçãoDuraçãoDuraçãoDuraçãoDuração
Iniciar 1h antes
da operação,
mantido por
5 dias
(até retirada da
sonda vesical)
Iniciar na
indução
anéstesica;
mantido por
48 horas
Iniciar na
indução
anéstesica;
mantido por 48
horas
Iniciar na
indução
anéstesica;
mantido por 48
horas
4 dias
ObservaçãoObservaçãoObservaçãoObservaçãoObservação
Dose
reajustada de
acordo com
função renal
Indicada
profilaxia
antes de
colangiografia
e de biópsia
hepática
Rim
Coração
(criança)
Coração
(adulto)
Fígado
(adulto)
Fígado
(criança)
11. 11
10 dias
48 horas, até
resultado da
cultura de
secreção do
coto brônquico
do doador
24 horas
Ampicilina 1g IV
6/6hs +
ceftriaxone 2g
IV/dia +
metronidazol
500mg IV 6/6hs
+ fluconazol
200mg IV
12/12hs
Cefuroxima 1,5g
IV 8/8hs
*
Não há
procedimento
cirúrgico
Pâncreas
Pulmão
(doença não
supurativa)
Pele
Medula óssea
Em doença
supurativa,
faz-se
terapêutica
antimicrobiana
individualizada
MedicamentoMedicamentoMedicamentoMedicamentoMedicamento DuraçãoDuraçãoDuraçãoDuraçãoDuração ObservaçãoObservaçãoObservaçãoObservaçãoObservaçãoTTTTTransplante - Transplante - Transplante - Transplante - Transplante - TXXXXX
* escolha do medicamento baseada em swab de cultura qualitativa do leito da
pele
12. 12
PROFILAXIA PARA PNEUMOCYSTIS CARINII
TTTTTransplante - Transplante - Transplante - Transplante - Transplante - TXXXXX
Rim
Coração
(criança)
Coração
(adulto)
Fígado (adulto)
Fígado (criança)
Pâncreas
Pulmão (doença
não supurativa)
MedicamentoMedicamentoMedicamentoMedicamentoMedicamento
SXT TMP*
(800mg)
1 cp VO 3x/
semana
Não indicada
Não indicada
SXT TMP
(400mg)
1 cp VO todos
os dias
SXT TMP
50mg/kg/dia
VO 3x semana
DuraçãoDuraçãoDuraçãoDuraçãoDuração
6 meses após
TX, no paciente
com azatioprina
A partir da 2a
semana até 6
meses após TX
A partir da alta
hospitalar, por
12 meses após
TX
A partir da 2a
semana até 6
meses após TX
Indeterminado
ObservaçãoObservaçãoObservaçãoObservaçãoObservação
Paciente com
nicofenolato –
sem profilaxia
Reintroduzido
quanto
aumentada a
imunossupressão
em qualquer
momento da
evolução
SXT TMP(400mg)
1 cp VO todos os
dias
SXTTMP(800mg)
1 cp VO
3x/semana
*SXT TMP sulfametoxazol trimetroprim
13. 13
** Reintroduzido quando neutrófilos acima de 1000 céls/mm3, na dose de
800mg/dia 2 vezes por semana até 6 meses no mínimo ou CD4 > 200.
*** Nos pacientes com doença do enxerto contra hospedeiro (DEHC) crônica
em uso de imunossupressores, dar SXT TMP até 3 meses após a data da
suspensão destes medicamentos. Quando não for possível a retirada da
imunossupressão, o SXT TMP será administrado indefinidamente.
TTTTTransplante - Transplante - Transplante - Transplante - Transplante - TXXXXX MedicamentoMedicamentoMedicamentoMedicamentoMedicamento DuraçãoDuraçãoDuraçãoDuraçãoDuração ObservaçãoObservaçãoObservaçãoObservaçãoObservação
Pele
Medula óssea
Não
SXT TMP
(800 mg)
1 cp VO 2x/dia
Inicia no
condicionamento
e mantém até 2
dias antes da
infusão da
medula**
**
***
14. 14
PROFILAXIA PARA INFECÇÃO FÚNGICA
TTTTTransplante - Transplante - Transplante - Transplante - Transplante - TXXXXX
Rim
Coração (criança)
Coração (adulto)
Fígado (adulto)
Fígado (criança)
Pâncreas
Pulmão (doença
não supurativa)
Pele
Medula óssea
MedicamentoMedicamentoMedicamentoMedicamentoMedicamento
Não indicado
Não indicado
Não indicado
Nistatina VO
Anfotericina B IV
(0,5mg/kg/dia)
Fluconazol
(8mg/kg/dia)
Fluconazol IV
(200 mg/dia)
Nistatina VO
Não indicado
Fluconazol IV
DuraçãoDuraçãoDuraçãoDuraçãoDuração
4 meses
14 dias
4o
ao 40o
pós-TX
5 a 7 dias
100 dias
Dia +1 até
“pega” da
medula
ObservaçãoObservaçãoObservaçãoObservaçãoObservação
Todos os
pacientes > risco
de Aspergillus:
retransplante
antes de 30 dias,
hepatite
fulminante,
indicação de
diálise após TX
Adulto =
200mg/dia
Criança =
5 mg/kg/dia
15. 15
TERAPÊUTICA EMPÍRICA EM INFECÇÃO FÚNGICA
É fundamental tentar isolar o agente causal, para ser feita a identificação e,
preferencialmente, o perfil de sensibilidade aos antifúngicos.
Nos transplantados em que não tiver sido feita profilaxia (cardíaco ou renal)
ou que tiverem recebido nistatina oral (fígado/adultos ou pulmão), quando
houver evidência ou suspeita de infecção fúngica, iniciar fluconazol (200mg/dia
em adultos ; 5 mg/kg/dia para crianças) ou anfotericina B convencional (1mg/
kg/dia).
Nos transplantados que receberam fluconazol profilático, a evidência ou
suspeita de infecção fúngica levará ao uso de anfotericina B convencional.
O uso de anfotericina B dispersão coloidal está indicado nos pacientes com
creatinina > 2 mg/dl em adultos ou acima de 1 mg/dl em crianças até 12
anos. A indicação e a prescrição deste medicamento deve ser feita mediante
discussão com o médico infectologista do grupo em questão.
16. 16
CITOMEGALOVÍRUS EM TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS
1. TRANSPLANTE RENAL
Indicações de profilaxia:
Receptor CMV negativo e doador positivo
Pacientes que receberem ATG ou OKT3
Esquema:Esquema:Esquema:Esquema:Esquema:
Uso de ganciclovir por via venosa (5 mg/kg 2 vezes ao dia) por 2 semanas.
Ajuste da dose de acordo com função renal (tabela 1).
Manutenção ambulatorial: dose única endovenosa de 5mg/kg (com ajuste
para nível de função renal), 3 vezes por semana até completar 3 meses de
transplante.
Alternativamente, manutenção com ganciclovir oral com 750 mg 3 vezes ao
dia até completar 3 meses (tabela 2).
TABELA 1: Correção da dose de ganciclovir endovenoso pelo nível de
função renal
Creatinina (depuração)Creatinina (depuração)Creatinina (depuração)Creatinina (depuração)Creatinina (depuração)
mg/dl (ml/min)mg/dl (ml/min)mg/dl (ml/min)mg/dl (ml/min)mg/dl (ml/min)
< 2 (>50)
2-3 (25-49)
3-5 (10-24)
>5 (<10)
hemodiálise
diálise peritoneal
Dose (mg/kg)Dose (mg/kg)Dose (mg/kg)Dose (mg/kg)Dose (mg/kg)
5
5
2,5
2,5
5
2,5
IntervaloIntervaloIntervaloIntervaloIntervalo
12/12 h
24 h
24 h
dias alternados
pós-HD
cada 24 h
17. 17
TABELA 2: Correção da dose de ganciclovir oral pelo nível de função renal.
Citomegalovírus em Transplante de Órgãos
Dose profiláticaDose profiláticaDose profiláticaDose profiláticaDose profilática
(mg)(mg)(mg)(mg)(mg)
750 8/8 h
1.000 12/12 h
500 12/12 h
500 3x/semana
Dose terapêuticaDose terapêuticaDose terapêuticaDose terapêuticaDose terapêutica
(mg)(mg)(mg)(mg)(mg)
2.000 8/8 h
2.000 12/12 h
1.000 12/12 h
1.000 3x/semana
Creatinina (depuração)Creatinina (depuração)Creatinina (depuração)Creatinina (depuração)Creatinina (depuração)
mg/dl (ml/min)mg/dl (ml/min)mg/dl (ml/min)mg/dl (ml/min)mg/dl (ml/min)
< 2 (>50)
2-3 (25-49)
3-5 (10-24)
>5 (<10)
2. TRANSPALANTE DE FÍGADO EM CRIANÇAS
Os pacientes do Instituto da Criança submetidos a transplante de fígado
começam a receber profilaxia com ganciclovir IV logo após a estabilização
dos parâmetros hemodinâmicos, por 14 dias e em seguida, com aciclovir por
quatro meses.
Está sendo elaborado um protocolo, sendo o Dr. Nelson Gibelli o coordenador,
com a seguinte sugestão:::::
a) Utilizar ganciclovir, nos primeiros 14 dias;
b) Após este período, realizar antigenemia seriada (uma a cada quinze dias) e,
quando positivo, introdução de ganciclovir preemptivo, e não utilizar aciclovir
aleatoriamente.
3. TRANSPLANTE CARDÍACO (ADULTO E INFANTIL)
• S• S• S• S• Sorologia pré-transplante do doador e do receptororologia pré-transplante do doador e do receptororologia pré-transplante do doador e do receptororologia pré-transplante do doador e do receptororologia pré-transplante do doador e do receptor
receptor negativo / doador positivo: não é critério de exclusão ou profilaxia de
rotina. Controle semanal de antigenemia para CMV até alta hospitalar
• Rotina:• Rotina:• Rotina:• Rotina:• Rotina:
controle semanal da antigenemia para CMV até alta hospitalar
se receber pulsoterapia e/ou ATGam = controle de antigenemia
18. 18
• T• T• T• T• Tratamento preemptivo:ratamento preemptivo:ratamento preemptivo:ratamento preemptivo:ratamento preemptivo:
antigenemia > 10 células/campo = ganciclovir (5 mg/kg/dose 12/12 hs),
via venosa, por pelo menos 14 dias ou até negativação da antigenemia
4. TRANSPLANTE DE FÍGADO EM ADULTOS
Profilaxia indicada para receptores soronegativos e pacientes em uso de anti-
corpos (OKT3), conforme descrito abaixo:::::
Ganciclovir por via venosa (5 mg/kg/dose 12/12 hs) durante 21 dias e 5mg/
kg/dose 3 vezes por semana por 3 meses a seguir.
5. TRANSPLANTE DE PULMÃO
Receptor negativo/doador negativo = profilaxia para Herpes: aciclovir 400mg
VO 8/8hs durante 90 dias
Receptor positivo/ doador positivo ou negativo: ganciclovir por via venosa (5 mg/
kg/dose 12/12 hs) por 14 dias. No 15 dia, iniciar ganciclovir (1g VO 8/8hs
ou 5 mg/kg IV 3x/semana) durante 12 semanas
Receptor negativo/ doador positivo: ganciclovir por via venosa (5 mg/kg/
dose 12/12 hs) durante 21 dias e 5mg/kg/dose 3 vezes por semana por 3
meses a seguir
••••• O uso de gamaglobulina hiperimune pode estar indicado em casos de difícil
controle. Alto custo. Dose: 15 mg/kg via venosa na 2a
semana de pós-
operatório; 7,5 mg/kg via venosa na 4a
, 6a
, 8a
, 10 e 12 semana após
transplante.
Citomegalovírus em Transplante de Órgãos
19. 19
PROFILAXIA PARA TUBERCULOSE
Para investigação epidemiológica antes do transplante, questionar sobre:::::
••••• história prévia de doença tuberculosa
••••• exposição domiciliar a paciente com tuberculose
••••• vacinação com BCG
Recomenda-se:Recomenda-se:Recomenda-se:Recomenda-se:Recomenda-se:
fazer PPD em todos os pacientes antes do transplante
PPD + (> 10mm) : pesquisar doença ativa e tratá-la antes do transplante.
PPD + e ausência de doença ativa, seguir as orientações abaixo, de acordo
com a localização do órgão a ser transplantado:
Medula óssea:Medula óssea:Medula óssea:Medula óssea:Medula óssea: se antecedente de tuberculose no passado, profilaxia com
isoniazida desde o condicionamento até a “pega” da medula.
RimRimRimRimRim: sem profilaxia.
CoraçãoCoraçãoCoraçãoCoraçãoCoração: sem profilaxia.
FígadoFígadoFígadoFígadoFígado: indicada profilaxia com isoniazida por 6 meses a partir da entrada na
lista de espera em pacientes com PPD > 10mm, com história prévia de tu-
berculose ou com seqüela radiológica de Tbc.
PPPPPulmãoulmãoulmãoulmãoulmão: indicada profilaxia com isoniazida se houver antecedente de doença
tuberculosa no passado por 6 meses.
20. 20
RECOMENDAÇÃO PARA IMUNIZAÇÃO EM ADULTOS
CANDIDATOS A TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS SÓLIDOS
VVVVVacinaacinaacinaacinaacina
Tétano-
Difteria (dT)
Sarampo-
Caxumba
Rúbeola
(MMR)
Pneumococo
H. influenzae
(Hib)
TTTTTipo daipo daipo daipo daipo da
vacinavacinavacinavacinavacina
Toxóide
Vírus vivo
atenuado
Polissacarídeos
Conjugada
NúmeroNúmeroNúmeroNúmeroNúmero
de dosesde dosesde dosesde dosesde doses
3 doses
1 dose
1 dose
2 doses
IntervaloIntervaloIntervaloIntervaloIntervalo
entre asentre asentre asentre asentre as
dosesdosesdosesdosesdoses
4
semanas
entre a
1a
e a 2a
doses e
6 meses
após a
2a
dose
2 meses
após a
1a
dose
BoosterBoosterBoosterBoosterBooster
10 anos
5 anos
ComentariosComentariosComentariosComentariosComentarios
Se possível
completar
vacinação
no mínimo 4
semanas
antes do
transplante.
Se possível
completar
vacinação
no mínimo 6
semanas
antes do
transplante.
21. 21
VVVVVacinaacinaacinaacinaacina TTTTTipo daipo daipo daipo daipo da
vacinavacinavacinavacinavacina
NúmeroNúmeroNúmeroNúmeroNúmero
de dosesde dosesde dosesde dosesde doses
IntervaloIntervaloIntervaloIntervaloIntervalo
entre asentre asentre asentre asentre as
dosesdosesdosesdosesdoses
BoosterBoosterBoosterBoosterBooster ComentariosComentariosComentariosComentariosComentarios
Influenza
Hepatite B
Hepatite A
Vírus
inativado
Recombinante
Vírus
inativado
1 dose
3 doses*
(dobro
da dose)
2 doses
4 e 24
semanas
após a
1a
dose
6 meses
após a
1a
dose
1 ano
Dependen-
te dos
níveis de
Anti-HBs
Imunização
anual
realizada
antes do
inicio da
estação da
gripe.
Se níveis
séricos de
anticorpos
após 1 mês
da última
dose < 10
IU/L
reiniciar
vacinação.
Recomendação para Imunização em Adultos Candidatos a Transplantes de Órgãos Sólidos
* Pacientes em hemodiálise e cirrose hepática: 4 doses (dose dobrada): 0-30-
60-180 dias;
22. 22
VVVVVacinaacinaacinaacinaacina TTTTTipo daipo daipo daipo daipo da
vacinavacinavacinavacinavacina
NúmeroNúmeroNúmeroNúmeroNúmero
de dosesde dosesde dosesde dosesde doses
IntervaloIntervaloIntervaloIntervaloIntervalo
entre asentre asentre asentre asentre as
dosesdosesdosesdosesdoses
BoosterBoosterBoosterBoosterBooster ComentariosComentariosComentariosComentariosComentarios
Varicela
Poliomielite
IPV (Salk)
Vírus vivo
atenuado
Vírus
inativado
2 doses
3 doses
30 dias
após a
1a
dose
4
semanas
e 6
meses
após a
2a
dose.
10 anos
em caso
de
exposição
Se possível
completar
vacinação
no mínimo 4
semanas
antes do
transplante.
Para
indivíduos
adultos não
vacinados
de alto
risco.
Recomendação para Imunização em Adultos Candidatos a Transplantes de Órgãos Sólidos
23. 23
NúmeroNúmeroNúmeroNúmeroNúmero
de dosesde dosesde dosesde dosesde doses
IntervaloIntervaloIntervaloIntervaloIntervalo
entre asentre asentre asentre asentre as
dosesdosesdosesdosesdoses
BoosterBoosterBoosterBoosterBooster ComentariosComentariosComentariosComentariosComentarios
RECOMENDAÇÃO PARA IMUNIZAÇÃO EM ADULTOS APÓS
TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS SÓLIDOS*
VVVVVacinaacinaacinaacinaacina
Tétano-
Difteria (dT)
Sarampo-
Caxumba
Rúbeola
(MMR)
TTTTTipo daipo daipo daipo daipo da
vacinavacinavacinavacinavacina
Toxóide
Vírus vivo
atenuado
3 doses
Contra-
indicada
4
semanas
entre a
1a
e a 2a
doses e
6 meses
após a
2a
dose
Contra-
indicada
10 anos
Contra-
indicada
Não deve
ser adminis-
trada em
indivíduos
severamente
imunodepri-
midos. Em
caso de
exposição a
sarampo
deverá
receber
imunoglobuli-
na (indepen-
dente da
situação
vacinal
prévia)
* Vacinas não devem ser administradas nos primeiros 6 meses após o transplante.
24. 24
VVVVVacinaacinaacinaacinaacina TTTTTipo daipo daipo daipo daipo da
vacinavacinavacinavacinavacina
NúmeroNúmeroNúmeroNúmeroNúmero
de dosesde dosesde dosesde dosesde doses
IntervaloIntervaloIntervaloIntervaloIntervalo
entre asentre asentre asentre asentre as
dosesdosesdosesdosesdoses
BoosterBoosterBoosterBoosterBooster ComentariosComentariosComentariosComentariosComentarios
Pneumococo
H. influenzae
(Hib)
Influenza
Hepatite B
Polissacarídeos
Conjugada
Vírus
inativado
Recombinante
1 dose
2 doses
1 dose
3 doses**
(dobro
da dose)
2 meses
após a
1a
dose
4 e 24
semanas
após a
1a
dose
Imunização
anual
realizada
antes do
início da
estação da
gripe.
Se níveis
séricos de
anticorpos
após 1 mês
da última
dose < 10
UI/L
reiniciar
vacinação.
5 anos
1 ano
Dependen-
te dos
níveis de
Anti-HBs
** Pacientes em hemodiálise e cirrose hepática: 4 doses (dose dobrada): 0-30-
60-180 dias;
Recomendação para Imunização em Adultos Após Transplantes de Órgãos Sólidos
25. 25
VVVVVacinaacinaacinaacinaacina TTTTTipo daipo daipo daipo daipo da
vacinavacinavacinavacinavacina
NúmeroNúmeroNúmeroNúmeroNúmero
de dosesde dosesde dosesde dosesde doses
IntervaloIntervaloIntervaloIntervaloIntervalo
entre asentre asentre asentre asentre as
dosesdosesdosesdosesdoses
BoosterBoosterBoosterBoosterBooster ComentariosComentariosComentariosComentariosComentarios
Hepatite A
Varicela
Vírus
inativado
Vírus vivo
atenuado
2 doses
Contra-
indicada
6 meses
após a
1a
dose
Contra-
indicada
10 anos
Contra-
indicada
Em caso de
exposição
em
indivíduos
suscetíveis,
indicada
vacinação.
Em caso de
exposição
em
indivíduos
suscetíveis,
indicada
imunoglobina
específica.
Recomendação para Imunização em Adultos Após Transplantes de Órgãos Sólidos
26. 26
RECOMENDAÇÃO PARA IMUNIZAÇÃO EM CRIANÇAS
SUBMETIDAS A TRANSPLANTES AUTÓLOGOS E
ALOGÊNICOS DE MEDULA ÓSSEA
Estas recomendações pressupõem que estes pacientes sejam imuno-
competentes 12 meses após o transplante, caso não estejam em terapêutica
imunossupressora e não tenham Doença Enxerto Contra Hospedeiro (DECH).
TITITITITIPO DPO DPO DPO DPO DEEEEE
VVVVVAAAAACCCCCIIIIINANANANANA
TETETETETEMMMMMPO APÓS O TRPO APÓS O TRPO APÓS O TRPO APÓS O TRPO APÓS O TRANANANANANSSSSSPPPPPLANTELANTELANTELANTELANTE
12 M12 M12 M12 M12 MESESESESESESESESESES 24 M24 M24 M24 M24 MESESESESESESESESESES14 M14 M14 M14 M14 MESESESESESESESESESES
OOOOOBBBBBSSSSSEEEEERVRVRVRVRVAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕES
VVVVVacinasacinasacinasacinasacinas
InativadasInativadasInativadasInativadasInativadas
ououououou
TTTTToooooxóidesxóidesxóidesxóidesxóides
Difteria
Tetano
Pertussis
Todas as vacinas inativadas ou toxóides, disponíveis e
indicadas, podem ser administradas às crianças submetidas a
Transplantes de Medula Óssea, independente do tipo de
transplante ou da presença de DECH.
< 7 anos
> 7 anos
Hemophilus
influenzae b
conjugada
Pneumococo
DPT ou DT
dT
Hib
Pneumo 23
> 2 anos
Pneumo 7
Valente
em
< 2 anos
DPT ou DT
dT
Hib
DPT ou DT
dT
Hib
Pneumo 23
DT, se houver contra
indicação quanto à
Pertussis
27. 27
TITITITITIPO DPO DPO DPO DPO DEEEEE
VVVVVAAAAACCCCCIIIIINANANANANA
TETETETETEMMMMMPO APÓS O TRPO APÓS O TRPO APÓS O TRPO APÓS O TRPO APÓS O TRANANANANANSSSSSPPPPPLANTELANTELANTELANTELANTE
12 M12 M12 M12 M12 MESESESESESESESESESES 24 M24 M24 M24 M24 MESESESESESESESESESES14 M14 M14 M14 M14 MESESESESESESESESESES
OOOOOBBBBBSSSSSEEEEERVRVRVRVRVAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕES
Hepatite B
Hepatite A
Meningococo
conjugada
Influenza
Poliomielite
Sarampo
Rubéola
HepB HepB HepB
Administração de rotina não está
indicada
Administração de rotina não está
indicada
Anual iniciando 1 ano após o
transplante
Pode ser administrada
em 2 doses
Pode ser administrada
em 2 doses
IPV inativa
MMR
IPV inativa IPV inativa Sabin é contraindicada
Avaliar necessidade
de segunda dose – 6
meses após
1 dose < 13 anos (24 meses após
transplante)
2 doses > 13 anos (24 meses após
transplante)
A Pneumo 7 Valente é disponível, eficaz, e está indicada para crianças < 2 anos
Recomendações para Imunização em Crianças Submetidas
a Transplantes Autólogos e Alogênicos de Medula Óssea
28. 28
RECOMENDAÇÃO PARA VACINAÇÃO EM CRIANÇAS NO
PERÍODO PÓS-TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS
••••• Triplice bacteriana (DPT)
••••• Pólio - Salk
••••• Influenza
••••• Pneumococo
••••• < 2 anos - pneumo conjugada
••••• 2 anos - pneumo 23
••••• Meningo C conjugada
••••• H. influenzae b
••••• hepatite A e B
* Estão contra-indicadas as vacinações contra varicela, BCG e MMR (sarampo,
caxumba e rubéola).
IMUNIZAÇÃO DE FAMILIARES EM CONTATO DOMICILIAR
COM TRANSPLANTADOS
Familiares em contato com pacientes transplantados devem ser imunes ou
vacinados para:::::
••••• Influenza;
••••• Varicela;
••••• Varicela; Crianças familiares devem receber VIP (vacina inativada contra
pólio) e não VOP (Vacina oral contra pólio – Sabin)
••••• Hepatite A;
••••• Sarampo-Caxumba-Rubeola (MMR);
••••• Poliomielite IPV-SALK (crianças NÃONÃONÃONÃONÃO devem receber Sabin).
29. 29
IMUNIZAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE NA
ASSISTÊNCIA A TRANSPLANTADOS
Profissionais da área de saúde em contato com pacientes transplantados
devem ser imunes ou vacinados para:::::
••••• Influenza;
••••• Varicela ;
••••• Hepatite B;
••••• Sarampo-Caxumba-Rubeola (MMR).
30. 30
PROPOSTA DE INSERÇÃO/MODIFICAÇÃO DE CONDUTAS
1. Proponente
Nome:
Área/Clínica:
Telefone: Bip:
Celular: e-mail:
2. Proposta
3. Referências literatura (anexar textos)
4. Outras justificativas para a proposta:
5. Encaminhar esta folha a Diretoria Clínica do HC (5o
andar – Prédio da
Administração)
e-mail: diretoria.clinica@hcnet.usp.br