SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  11
Télécharger pour lire hors ligne
1
Entropia
Até o momento não apresentamos uma forma quantitativa (equação)
para a segunda lei da termodinâmica, vimos apenas que ela está
relacionada com o sentido de ocorrência dos fenômenos termodinâmicos.
Em outras palavras, ela trata da impossibilidade de ocorrência de alguns
fenômenos, mesmo que a energia interna se conserve.
Veremos agora que uma relação quantitativa pode ser obtida
considerando-se o conceito de entropia (transformação em grego), que
está relacionado com a desordem do sistema.
Exemplos: - o fluxo de calor irreversível aumenta a desordem das
moléculas, pelo aumento da temperatura.
- a expansão livre de um gás aumenta a desordem, posições
mais aleatórias.
Vamos considerar uma expansão isotérmica de um gás ideal, onde:
0U∆ = , então: d Q d W PdV′ ′= = e
nRT
P
V
=
Logo:
dV d Q
V nRT
′
=
Depois de receber uma quantidade de calor d Q′ , o gás passa para
um estado mais desordenado porque agora as moléculas se movem num
volume maior (posições mais aleatórias). Então, a variação relativa do
volume /dV V oferece uma estimativa do aumento da desordem, e isso é
proporcional à grandeza /d Q T′ .
2
Definimos S entropia→ como sendo esta grandeza, portanto, a
variação infinitesimal da entropia para uma temperatura absoluta T é
dada por:
d Q
dS
T
′
=
Portanto, a variação de entropia entre um estado inicial ( i ) e um estado
final ( f ) é obtida integrando-se a expressão acima, ou seja,
f
i
d Q
S
T
′
∆ = ∫ f iS S S∆ = −
OBS: O cálculo desta integral exige que o processo de transferência de
calor seja reversível, ou seja, d Q′ é uma quantidade infinitesimal de
calor transferido.
Então, a variação de entropia pela transferência de uma quantidade
de calor Q em um processo isotérmico (T cte→ ) reversível é dada
por:
f i
Q
S S S
T
∆ = − = (processo isotérmico reversível)
Lembrando da relação da primeira lei da termodinâmica:
dU d Q d W′ ′= − , para um processo reversível d W PdV′ = , então:
dU PdV
d Q dU d W dS
T T
′ ′= + → = +
Que representa a forma diferencial da segunda lei da termodinâmica.
3
Exemplos:
1) Vimos que nas transições de fase a temperatura é constante, onde:
Q mL= . Então a variação de entropia na fusão de 1 Kg de gelo é:
3(1,0 )(333,5 / )
1,2 10 / .
273
mL Kg KJ Kg
S J K
T K
∆ = = = ×
2) Numa transformação adiabática reversível a variação de entropia é
igual a zero, pois 0d Q′ = .
0S∆ = (processo adiabático reversível)
3) Quando um flluido incompressível (sem dilatação) sofre uma
variação de temperatura i fT T→ sem alterar o volume e numa
pressão constante, temos: MVd Q nC dT′ = , então:
ln .
f
f
MV MV
ii
TdT
S nC nC
T T
 
∆ = =  
 
∫
4) Vamos determinar a variação de entropia de um gás ideal, para isso
vamos utilizar
dU PdV
dS
T T
= + , onde:
PdV VdP nRdT+ = e MVdU nC dT=
- para um processo a pressão constante: /P nRT V= . Fazendo a
integral obtemos:
ln ln .f f
MV
i i
T V
S nC nR
T V
   
∆ = +   
   
4
- para um processo a volume constante: PdV VdP nRdT= − +
( )MVn C R dT VdP
dS
T T
+
= − , mas / /V T nR P=
Então:
ln ln .f f
MP
i i
T P
S nC nR
T P
   
∆ = −   
   
- para um processo isotérmico de um gás ideal é fácil ver que as
expressões acima se reduzem para:
ln
f
i
V
S nR
V
 
∆ =  
 
ou
ln .
f
i
P
S nR
P
 
∆ = −  
 
Entropia em processos cíclicos:
No estudo de máquinas térmicas, vimos que o Ciclo de Carnot é o
mais eficiente por se tratar de um ciclo reversível, onde:
f f
q q
Q T
Q T
= − ou seja, 0f q
f q
Q Q
T T
+ =
Afirmamos agora que qualquer ciclo reversível é equivalente a um
conjunto de ciclos de Carnot, podendo ser escrito como uma seqüência de
curvas isotérmicas e adiabáticas alternadas.
5
Logo: 0RQ
T
=∑ , (o índice R → reversível)
No limite onde as diferenças de temperatura das isotermas são
infinitesimais, podemos escrever a somatória como uma integral num
circuito fechado:
0Rd Q
T
′
=∫
Como esta integral é nula em qualquer caminho fechado, a grandeza
integrada independe do caminho, mas depende apenas dos estados inicial e
final. Vimos acima que esta grandeza é dS , logo:
0dS =∫ (processos cíclicos reversíveis)
Isso demonstra que como no caso da energia interna U , a entropia
S também é uma função de estado, associada a um estado de equilíbrio.
Dessa forma, ela também pode ser determinada com qualquer par das
variáveis P , V e T .
Entropia em processos irreversíveis:
Por definição, a variação de entropia pode ser calculada apenas
quando o processo de transferência de calor for reversível:
f
i
d Q
S
T
′
∆ = ∫ (processos reversíveis)
Mas então como podemos determinar S∆ para processos
irreversíveis, visto que eles representam a maioria dos processos naturais?
6
Dado um processo irreversível, a técnica consiste em imaginar um
processo reversível que relacione os mesmos estados inicial e final (que na
prática nem sempre é fácil). Isso pode ser feito porque a variação de
entropia depende apenas destes extremos.
Mas então qual é a diferença se o resultado será o mesmo em ambos
os casos?
O fato é que embora S∆ seja o mesmo para o sistema, isso não é
verdade para a sua vizinhança.
Vimos que numa expansão isotérmica de um gás ideal a variação da
entropia do gás é dada por:
ln
f
i
V
S nR
V
 
∆ =  
 
, sendo que 0S∆ > para f iV V> .
Sendo que o gás absorve uma quantidade de calor ln f
i
V
Q nRT
V
 
=  
 
,
ou seja, a variação da entropia do gás pode ser escrita como
/gásS Q T∆ = + . Entretanto, esta mesma quantidade de calor abandona o
reservatório térmico (que representa a vizinhança do gás): /vizS Q T∆ = − .
Portanto, a variação de entropia do conjunto (sistema + vizinhança), a qual
vamos denominar de “universo” é nula.
. . 0univ gás vizS S S∆ = ∆ + ∆ = (processo reversível)
A variação de entropia do universo num processo reversível é nula!!
7
Vamos analisar agora a variação de entropia numa expansão livre
de um gás ideal termicamente isolado, que se trata de um processo
irreversível, para o qual 0U∆ = , 0Q = e 0W = . A princípio seríamos
induzidos a pensar que da mesma forma 0S∆ = !!!! , mas aí está o
problema, este processo é irreversível !!!!
O fato é que este problema é idêntico a expansão isotérmica
abordado acima, se tomarmos a mesma variação no volume, ou seja,
ln f
gás
i
V
S nR
V
 
∆ =  
 
.
Mas neste caso, não existe nenhuma variação da vizinhança
( . 0vizS∆ = ), então:
. 0univ gásS S∆ = ∆ > , (processo irreversível)
Ou seja, a entropia do universo aumentou.
Num processo irreversível a entropia do universo aumenta!!
Exemplo:
1) Colisão inelástica de um bloco de massa m que cai de uma
altura h .
Este é um processo irreversível, em que a energia potencial se
transforma em energia interna, aumentando-a de uma quantidade
mgh .
8
Podemos imaginar um processo reversível em que é fornecido
uma quantidade de calor Q mgh= a temperatura constante. Ou
seja, . . 0sist univ
Q mgh
S S
T T
∆ = = = ∆ >
O fato é que esta energia T S∆ é uma energia que ficou
indisponível, ela não pode mais ser aproveitada !!!, costuma-se dizer
que é um “trabalho perdido” .
O aumento da entropia do “universo” num processo irreversível
reflete a degradação da energia !!!
2) Condução de calor (processo irreversível).
Considerando que uma quantidade de calor Q abandona um
reservatório quente a temperatura qT e entra num reservatório frio a
fT , a variação de entropia dos reservatórios é a mesma num
processo reversível ou irreversível. Então,
q
q
Q
S
T
∆ = − e f
f
Q
S
T
∆ = + e a variação da entropia do
“universo”:
.univ q f
f q
Q Q
S S S
T T
∆ = ∆ + ∆ = −
Como . 0q f univT T S> → ∆ >
9
Resumindo: . 0univS∆ = (processo reversível)
. 0univS∆ > (processo irreversível)
Princípio do aumento da entropia:
“A entropia de um sistema termicamente isolado (universo) nunca
decresce; ela não é afetada por processos reversíveis e cresce com
processos irreversíveis”.
Este princípio tem como conseqüência que o estado de
equilíbrio de um sistema termicamente isolado é o de máxima
entropia. Portanto, o princípio do aumento da entropia permite dizer
o sentido dos fenômenos naturais: tendem sempre a aumentar a
entropia.
Como a condição de equilíbrio em termos da energia está
relacionada com a energia mínima, podemos dizer que ambos estão
relacionados. Ou seja, quando um sistema é deslocado de uma
posição de equilíbrio estável, ele tende a adotar a condição de
máxima entropia e mínima energia.
Entropia e probabilidade:
A entropia é uma medida da desordem que está relacionada
com efeitos probabilísticos. Vimos que os processos naturais vão no
sentido da máxima entropia, portanto essa condição descreve o
sentido mais provável de observação.
10
O estado de máxima entropia é estatisticamente o estado mais
provável !!!
Entretanto, flutuações em torno da posição de equilíbrio
podem fazer com que a entropia não aumente em todos os processos
espontâneos, para tempos suficientemente grandes. Ou seja, mesmo
os estados mais improváveis podem ocorrer. Portanto, a segunda lei
mostra o curso mais provável dos acontecimentos naturais, mas não
os únicos possíveis !!
Por exemplo, é muito pouco provável que todo o ar desta sala,
se acumule espontaneamente num canto da sala, causando vácuo no
restante.
Exemplo:
Vamos considerar um gás com 10 moléculas, que ocupa o volume
total de um recipiente.
A probabilidade de uma molécula ser encontrada numa metade do
recipiente é
1
2
; a probabilidade de que duas moléculas estejam daquele
lado é então
2
1 1 1 1
2 2 4 2
 
× = = 
 
(isso é igual a probabilidade de jogar uma
moeda duas vezes e dar duas caras). Então, a probabilidade das 10
moléculas estarem ao mesmo tempo naquela metade do recipiente é:
10
1 1
0,097%
2 1024
 
= = 
 
. Que representa uma chance em 1024 das 10
moléculas estarem todas de um lado do recipiente. Embora a chance é
pequena, não seria uma surpresa tão grande se isso acontecesse.
Este fato violaria a segunda lei da termodinâmica!!!
11
Mas não faz sentido pensar em um gás constituído de 10 moléculas,
pois tanto a temperatura como a pressão são variáveis macroscópicas, ou
seja, os processos termodinâmicos lidam com um número muito grande de
moléculas.
E vemos que a probabilidade cai drasticamente com o número de
moléculas, imagine a probabilidade de um mol de moléculas (1023
moléculas) !!
A probabilidade da entropia diminuir seria tão pequena que a
distinção entre improvável e impossível não é bem definida. Portanto,
podemos afirmar que o futuro aponta na direção em que a entropia tende a
aumentar, pois os sistemas sempre tendem no sentido ordem-desordem.
No universo cosmológico → aumento da entropia.
Em 1929 Hubble → expansão do universo. Isso remete ao passado
para um estado de densidade máxima, resultando no modelo do Big-Bang.
Com a expansão do universo a densidade de matéria passa a ser
maior que a densidade de radiação (chamada de radiação de fundo
primordial), a qual vai se esfriando. Cálculos sugeriram que esta radiação
deveria estar atualmente em torno de alguns Kelvin, em 1965 medidas
experimentais encontraram um valor de 3K. Sendo esta uma das provas
mais importantes do modelo do Big-Bang.
O desequilíbrio entre a densidade de matéria e a radiação térmica
podem levar a grandes flutuações, resultando num processo de contração.
Problema:
Estes resultados trazem grandes extrapolações das leis físicas, e os
dados além de escassos trazem grandes incertezas, de modo que é preciso
analisá-los com cautela !!!

Contenu connexe

Tendances

Mecânica dos fluídos i capitulo 4
Mecânica dos fluídos i   capitulo 4Mecânica dos fluídos i   capitulo 4
Mecânica dos fluídos i capitulo 4Bruno Gava
 
Equilíbrio de fases em sistema simples (1)
Equilíbrio de fases em sistema simples (1)Equilíbrio de fases em sistema simples (1)
Equilíbrio de fases em sistema simples (1)Raineldes Cruz
 
Estática e dinâmica dos fluídos
Estática e dinâmica dos fluídosEstática e dinâmica dos fluídos
Estática e dinâmica dos fluídosAlline Professora
 
Conteúdo de Transferência de Calor
Conteúdo de Transferência de Calor Conteúdo de Transferência de Calor
Conteúdo de Transferência de Calor Thomas Willams
 
Relatório 2ª lei de newton turma t5
Relatório 2ª lei de newton   turma t5Relatório 2ª lei de newton   turma t5
Relatório 2ª lei de newton turma t5Roberto Leao
 
1 destilaçâo-tecnologia quimica
1 destilaçâo-tecnologia quimica1 destilaçâo-tecnologia quimica
1 destilaçâo-tecnologia quimicaFersay
 
Capitulo 2 balanço de massa
Capitulo 2   balanço de massaCapitulo 2   balanço de massa
Capitulo 2 balanço de massaPk Keller
 
Fluidos problemas resolvidos e propostos
Fluidos problemas resolvidos e propostosFluidos problemas resolvidos e propostos
Fluidos problemas resolvidos e propostosValdineilao Lao
 
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.UFMT
 
Trocador de calor
Trocador de calorTrocador de calor
Trocador de calorHelderVaz07
 
TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA
TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSATRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA
TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSAThomas Willams
 
Resumo aulas iniciais
Resumo aulas iniciaisResumo aulas iniciais
Resumo aulas iniciaisandré
 
introdução ao balanço de massa
introdução ao balanço de massaintrodução ao balanço de massa
introdução ao balanço de massamlbf23
 

Tendances (20)

Cap1 parte i
Cap1 parte iCap1 parte i
Cap1 parte i
 
Mecânica dos fluídos i capitulo 4
Mecânica dos fluídos i   capitulo 4Mecânica dos fluídos i   capitulo 4
Mecânica dos fluídos i capitulo 4
 
Equilíbrio de fases em sistema simples (1)
Equilíbrio de fases em sistema simples (1)Equilíbrio de fases em sistema simples (1)
Equilíbrio de fases em sistema simples (1)
 
Estática e dinâmica dos fluídos
Estática e dinâmica dos fluídosEstática e dinâmica dos fluídos
Estática e dinâmica dos fluídos
 
Conteúdo de Transferência de Calor
Conteúdo de Transferência de Calor Conteúdo de Transferência de Calor
Conteúdo de Transferência de Calor
 
Relatório 2ª lei de newton turma t5
Relatório 2ª lei de newton   turma t5Relatório 2ª lei de newton   turma t5
Relatório 2ª lei de newton turma t5
 
1 destilaçâo-tecnologia quimica
1 destilaçâo-tecnologia quimica1 destilaçâo-tecnologia quimica
1 destilaçâo-tecnologia quimica
 
Capitulo 2 balanço de massa
Capitulo 2   balanço de massaCapitulo 2   balanço de massa
Capitulo 2 balanço de massa
 
distribuição-t-student
distribuição-t-studentdistribuição-t-student
distribuição-t-student
 
Fluidos problemas resolvidos e propostos
Fluidos problemas resolvidos e propostosFluidos problemas resolvidos e propostos
Fluidos problemas resolvidos e propostos
 
Escoamento em dutos
Escoamento em dutosEscoamento em dutos
Escoamento em dutos
 
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.
 
Trocador de calor
Trocador de calorTrocador de calor
Trocador de calor
 
Condução de calor
Condução de calorCondução de calor
Condução de calor
 
TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA
TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSATRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA
TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA
 
Relatório expansão
Relatório expansãoRelatório expansão
Relatório expansão
 
Resumo aulas iniciais
Resumo aulas iniciaisResumo aulas iniciais
Resumo aulas iniciais
 
5.operacoes unitarias slides
5.operacoes unitarias slides5.operacoes unitarias slides
5.operacoes unitarias slides
 
introdução ao balanço de massa
introdução ao balanço de massaintrodução ao balanço de massa
introdução ao balanço de massa
 
Probabilidade - Estatística I
Probabilidade - Estatística IProbabilidade - Estatística I
Probabilidade - Estatística I
 

En vedette

Entropia e Segunda lei da termodinâmica
Entropia e Segunda lei da termodinâmicaEntropia e Segunda lei da termodinâmica
Entropia e Segunda lei da termodinâmicaAnderson Formiga
 
Teorema de Nernst - terceira lei da termodinâmica
Teorema de Nernst - terceira lei da termodinâmicaTeorema de Nernst - terceira lei da termodinâmica
Teorema de Nernst - terceira lei da termodinâmicaVictor Said
 
Conceito entropia
Conceito entropiaConceito entropia
Conceito entropia16111972
 
Cap07 termodinâmica a segunda e a terceira leis
Cap07   termodinâmica a segunda e a terceira leisCap07   termodinâmica a segunda e a terceira leis
Cap07 termodinâmica a segunda e a terceira leisKleyton Renato
 
Segunda Lei da Termodinâmica e Máquinas Térmicas
Segunda Lei da Termodinâmica e Máquinas TérmicasSegunda Lei da Termodinâmica e Máquinas Térmicas
Segunda Lei da Termodinâmica e Máquinas TérmicasCarlos Alberto Alves
 
A 2ª lei da termodinâmica
A 2ª lei da termodinâmicaA 2ª lei da termodinâmica
A 2ª lei da termodinâmicanatyloyra
 
Macromoléculas biológicas
Macromoléculas biológicasMacromoléculas biológicas
Macromoléculas biológicase6c6c5
 

En vedette (9)

Entropia e Segunda lei da termodinâmica
Entropia e Segunda lei da termodinâmicaEntropia e Segunda lei da termodinâmica
Entropia e Segunda lei da termodinâmica
 
Aula 12-entropia-2010
Aula 12-entropia-2010Aula 12-entropia-2010
Aula 12-entropia-2010
 
Teorema de Nernst - terceira lei da termodinâmica
Teorema de Nernst - terceira lei da termodinâmicaTeorema de Nernst - terceira lei da termodinâmica
Teorema de Nernst - terceira lei da termodinâmica
 
Conceito entropia
Conceito entropiaConceito entropia
Conceito entropia
 
Cap07 termodinâmica a segunda e a terceira leis
Cap07   termodinâmica a segunda e a terceira leisCap07   termodinâmica a segunda e a terceira leis
Cap07 termodinâmica a segunda e a terceira leis
 
Segunda Lei da Termodinâmica e Máquinas Térmicas
Segunda Lei da Termodinâmica e Máquinas TérmicasSegunda Lei da Termodinâmica e Máquinas Térmicas
Segunda Lei da Termodinâmica e Máquinas Térmicas
 
A 2ª lei da termodinâmica
A 2ª lei da termodinâmicaA 2ª lei da termodinâmica
A 2ª lei da termodinâmica
 
Segunda Lei Da TermodinâMica
Segunda Lei Da TermodinâMicaSegunda Lei Da TermodinâMica
Segunda Lei Da TermodinâMica
 
Macromoléculas biológicas
Macromoléculas biológicasMacromoléculas biológicas
Macromoléculas biológicas
 

Similaire à Apresentacao entropia

Termodinâmica segunda e terceira lei, gases reais
Termodinâmica   segunda e terceira lei, gases reaisTermodinâmica   segunda e terceira lei, gases reais
Termodinâmica segunda e terceira lei, gases reaisPaula Fabiana
 
Termodinâmica - Física - Conceitos e exemplos
Termodinâmica - Física - Conceitos e exemplosTermodinâmica - Física - Conceitos e exemplos
Termodinâmica - Física - Conceitos e exemplosPamella Woodson
 
termodinamica Escola.pptx, aulas, física
termodinamica Escola.pptx, aulas, físicatermodinamica Escola.pptx, aulas, física
termodinamica Escola.pptx, aulas, físicassuserb11a6b
 
Termodinâmica primeira lei
Termodinâmica   primeira leiTermodinâmica   primeira lei
Termodinâmica primeira leiPaula Fabiana
 
Apostilade quimica metalurgica
Apostilade quimica metalurgicaApostilade quimica metalurgica
Apostilade quimica metalurgicaadalberto miran
 
Manual_Instaladores Solar.pdf
Manual_Instaladores Solar.pdfManual_Instaladores Solar.pdf
Manual_Instaladores Solar.pdfhafp hafp
 
Estudo dos-gases-teoria
Estudo dos-gases-teoriaEstudo dos-gases-teoria
Estudo dos-gases-teoriaLaerciolns12
 
Termodinâmica (entropia e diagrama)
Termodinâmica (entropia e diagrama)Termodinâmica (entropia e diagrama)
Termodinâmica (entropia e diagrama)Valter Bravim Jr.
 
Apostila de físico química
Apostila de físico químicaApostila de físico química
Apostila de físico químicaMarcelo Lima
 
Termodinamica joanesantana
Termodinamica   joanesantanaTermodinamica   joanesantana
Termodinamica joanesantanaJoane Santana
 
Termodinamica joanesantana
Termodinamica   joanesantanaTermodinamica   joanesantana
Termodinamica joanesantanaJoane Santana
 
1ª Série - Física - 1 Ano - Modulo. 4.pdf
1ª Série - Física - 1 Ano - Modulo. 4.pdf1ª Série - Física - 1 Ano - Modulo. 4.pdf
1ª Série - Física - 1 Ano - Modulo. 4.pdfssuser704b7e
 
aula_2_primeira_lei_termodinamica_2.pdf
aula_2_primeira_lei_termodinamica_2.pdfaula_2_primeira_lei_termodinamica_2.pdf
aula_2_primeira_lei_termodinamica_2.pdfMarcosPaulo734507
 

Similaire à Apresentacao entropia (20)

Termodinâmica segunda e terceira lei, gases reais
Termodinâmica   segunda e terceira lei, gases reaisTermodinâmica   segunda e terceira lei, gases reais
Termodinâmica segunda e terceira lei, gases reais
 
Termodinâmica - Física - Conceitos e exemplos
Termodinâmica - Física - Conceitos e exemplosTermodinâmica - Física - Conceitos e exemplos
Termodinâmica - Física - Conceitos e exemplos
 
GASES 2 ANO.ppt
GASES 2 ANO.pptGASES 2 ANO.ppt
GASES 2 ANO.ppt
 
Pedro Fisica 1
Pedro Fisica 1Pedro Fisica 1
Pedro Fisica 1
 
termodinamica Escola.pptx, aulas, física
termodinamica Escola.pptx, aulas, físicatermodinamica Escola.pptx, aulas, física
termodinamica Escola.pptx, aulas, física
 
1 leitermodinâmica.ppt
1 leitermodinâmica.ppt1 leitermodinâmica.ppt
1 leitermodinâmica.ppt
 
Termodinâmica primeira lei
Termodinâmica   primeira leiTermodinâmica   primeira lei
Termodinâmica primeira lei
 
Slide de fisica
Slide de fisicaSlide de fisica
Slide de fisica
 
Slide de fisica
Slide de fisicaSlide de fisica
Slide de fisica
 
Apostilade quimica metalurgica
Apostilade quimica metalurgicaApostilade quimica metalurgica
Apostilade quimica metalurgica
 
Manual_Instaladores Solar.pdf
Manual_Instaladores Solar.pdfManual_Instaladores Solar.pdf
Manual_Instaladores Solar.pdf
 
Fisica khamylla
Fisica khamyllaFisica khamylla
Fisica khamylla
 
Estudo dos-gases-teoria
Estudo dos-gases-teoriaEstudo dos-gases-teoria
Estudo dos-gases-teoria
 
Termodinâmica (entropia e diagrama)
Termodinâmica (entropia e diagrama)Termodinâmica (entropia e diagrama)
Termodinâmica (entropia e diagrama)
 
Apostila de físico química
Apostila de físico químicaApostila de físico química
Apostila de físico química
 
Termodinamica joanesantana
Termodinamica   joanesantanaTermodinamica   joanesantana
Termodinamica joanesantana
 
Termodinamica joanesantana
Termodinamica   joanesantanaTermodinamica   joanesantana
Termodinamica joanesantana
 
1ª Série - Física - 1 Ano - Modulo. 4.pdf
1ª Série - Física - 1 Ano - Modulo. 4.pdf1ª Série - Física - 1 Ano - Modulo. 4.pdf
1ª Série - Física - 1 Ano - Modulo. 4.pdf
 
çEngel capitulo 14
çEngel   capitulo 14çEngel   capitulo 14
çEngel capitulo 14
 
aula_2_primeira_lei_termodinamica_2.pdf
aula_2_primeira_lei_termodinamica_2.pdfaula_2_primeira_lei_termodinamica_2.pdf
aula_2_primeira_lei_termodinamica_2.pdf
 

Apresentacao entropia

  • 1. 1 Entropia Até o momento não apresentamos uma forma quantitativa (equação) para a segunda lei da termodinâmica, vimos apenas que ela está relacionada com o sentido de ocorrência dos fenômenos termodinâmicos. Em outras palavras, ela trata da impossibilidade de ocorrência de alguns fenômenos, mesmo que a energia interna se conserve. Veremos agora que uma relação quantitativa pode ser obtida considerando-se o conceito de entropia (transformação em grego), que está relacionado com a desordem do sistema. Exemplos: - o fluxo de calor irreversível aumenta a desordem das moléculas, pelo aumento da temperatura. - a expansão livre de um gás aumenta a desordem, posições mais aleatórias. Vamos considerar uma expansão isotérmica de um gás ideal, onde: 0U∆ = , então: d Q d W PdV′ ′= = e nRT P V = Logo: dV d Q V nRT ′ = Depois de receber uma quantidade de calor d Q′ , o gás passa para um estado mais desordenado porque agora as moléculas se movem num volume maior (posições mais aleatórias). Então, a variação relativa do volume /dV V oferece uma estimativa do aumento da desordem, e isso é proporcional à grandeza /d Q T′ .
  • 2. 2 Definimos S entropia→ como sendo esta grandeza, portanto, a variação infinitesimal da entropia para uma temperatura absoluta T é dada por: d Q dS T ′ = Portanto, a variação de entropia entre um estado inicial ( i ) e um estado final ( f ) é obtida integrando-se a expressão acima, ou seja, f i d Q S T ′ ∆ = ∫ f iS S S∆ = − OBS: O cálculo desta integral exige que o processo de transferência de calor seja reversível, ou seja, d Q′ é uma quantidade infinitesimal de calor transferido. Então, a variação de entropia pela transferência de uma quantidade de calor Q em um processo isotérmico (T cte→ ) reversível é dada por: f i Q S S S T ∆ = − = (processo isotérmico reversível) Lembrando da relação da primeira lei da termodinâmica: dU d Q d W′ ′= − , para um processo reversível d W PdV′ = , então: dU PdV d Q dU d W dS T T ′ ′= + → = + Que representa a forma diferencial da segunda lei da termodinâmica.
  • 3. 3 Exemplos: 1) Vimos que nas transições de fase a temperatura é constante, onde: Q mL= . Então a variação de entropia na fusão de 1 Kg de gelo é: 3(1,0 )(333,5 / ) 1,2 10 / . 273 mL Kg KJ Kg S J K T K ∆ = = = × 2) Numa transformação adiabática reversível a variação de entropia é igual a zero, pois 0d Q′ = . 0S∆ = (processo adiabático reversível) 3) Quando um flluido incompressível (sem dilatação) sofre uma variação de temperatura i fT T→ sem alterar o volume e numa pressão constante, temos: MVd Q nC dT′ = , então: ln . f f MV MV ii TdT S nC nC T T   ∆ = =     ∫ 4) Vamos determinar a variação de entropia de um gás ideal, para isso vamos utilizar dU PdV dS T T = + , onde: PdV VdP nRdT+ = e MVdU nC dT= - para um processo a pressão constante: /P nRT V= . Fazendo a integral obtemos: ln ln .f f MV i i T V S nC nR T V     ∆ = +       
  • 4. 4 - para um processo a volume constante: PdV VdP nRdT= − + ( )MVn C R dT VdP dS T T + = − , mas / /V T nR P= Então: ln ln .f f MP i i T P S nC nR T P     ∆ = −        - para um processo isotérmico de um gás ideal é fácil ver que as expressões acima se reduzem para: ln f i V S nR V   ∆ =     ou ln . f i P S nR P   ∆ = −     Entropia em processos cíclicos: No estudo de máquinas térmicas, vimos que o Ciclo de Carnot é o mais eficiente por se tratar de um ciclo reversível, onde: f f q q Q T Q T = − ou seja, 0f q f q Q Q T T + = Afirmamos agora que qualquer ciclo reversível é equivalente a um conjunto de ciclos de Carnot, podendo ser escrito como uma seqüência de curvas isotérmicas e adiabáticas alternadas.
  • 5. 5 Logo: 0RQ T =∑ , (o índice R → reversível) No limite onde as diferenças de temperatura das isotermas são infinitesimais, podemos escrever a somatória como uma integral num circuito fechado: 0Rd Q T ′ =∫ Como esta integral é nula em qualquer caminho fechado, a grandeza integrada independe do caminho, mas depende apenas dos estados inicial e final. Vimos acima que esta grandeza é dS , logo: 0dS =∫ (processos cíclicos reversíveis) Isso demonstra que como no caso da energia interna U , a entropia S também é uma função de estado, associada a um estado de equilíbrio. Dessa forma, ela também pode ser determinada com qualquer par das variáveis P , V e T . Entropia em processos irreversíveis: Por definição, a variação de entropia pode ser calculada apenas quando o processo de transferência de calor for reversível: f i d Q S T ′ ∆ = ∫ (processos reversíveis) Mas então como podemos determinar S∆ para processos irreversíveis, visto que eles representam a maioria dos processos naturais?
  • 6. 6 Dado um processo irreversível, a técnica consiste em imaginar um processo reversível que relacione os mesmos estados inicial e final (que na prática nem sempre é fácil). Isso pode ser feito porque a variação de entropia depende apenas destes extremos. Mas então qual é a diferença se o resultado será o mesmo em ambos os casos? O fato é que embora S∆ seja o mesmo para o sistema, isso não é verdade para a sua vizinhança. Vimos que numa expansão isotérmica de um gás ideal a variação da entropia do gás é dada por: ln f i V S nR V   ∆ =     , sendo que 0S∆ > para f iV V> . Sendo que o gás absorve uma quantidade de calor ln f i V Q nRT V   =     , ou seja, a variação da entropia do gás pode ser escrita como /gásS Q T∆ = + . Entretanto, esta mesma quantidade de calor abandona o reservatório térmico (que representa a vizinhança do gás): /vizS Q T∆ = − . Portanto, a variação de entropia do conjunto (sistema + vizinhança), a qual vamos denominar de “universo” é nula. . . 0univ gás vizS S S∆ = ∆ + ∆ = (processo reversível) A variação de entropia do universo num processo reversível é nula!!
  • 7. 7 Vamos analisar agora a variação de entropia numa expansão livre de um gás ideal termicamente isolado, que se trata de um processo irreversível, para o qual 0U∆ = , 0Q = e 0W = . A princípio seríamos induzidos a pensar que da mesma forma 0S∆ = !!!! , mas aí está o problema, este processo é irreversível !!!! O fato é que este problema é idêntico a expansão isotérmica abordado acima, se tomarmos a mesma variação no volume, ou seja, ln f gás i V S nR V   ∆ =     . Mas neste caso, não existe nenhuma variação da vizinhança ( . 0vizS∆ = ), então: . 0univ gásS S∆ = ∆ > , (processo irreversível) Ou seja, a entropia do universo aumentou. Num processo irreversível a entropia do universo aumenta!! Exemplo: 1) Colisão inelástica de um bloco de massa m que cai de uma altura h . Este é um processo irreversível, em que a energia potencial se transforma em energia interna, aumentando-a de uma quantidade mgh .
  • 8. 8 Podemos imaginar um processo reversível em que é fornecido uma quantidade de calor Q mgh= a temperatura constante. Ou seja, . . 0sist univ Q mgh S S T T ∆ = = = ∆ > O fato é que esta energia T S∆ é uma energia que ficou indisponível, ela não pode mais ser aproveitada !!!, costuma-se dizer que é um “trabalho perdido” . O aumento da entropia do “universo” num processo irreversível reflete a degradação da energia !!! 2) Condução de calor (processo irreversível). Considerando que uma quantidade de calor Q abandona um reservatório quente a temperatura qT e entra num reservatório frio a fT , a variação de entropia dos reservatórios é a mesma num processo reversível ou irreversível. Então, q q Q S T ∆ = − e f f Q S T ∆ = + e a variação da entropia do “universo”: .univ q f f q Q Q S S S T T ∆ = ∆ + ∆ = − Como . 0q f univT T S> → ∆ >
  • 9. 9 Resumindo: . 0univS∆ = (processo reversível) . 0univS∆ > (processo irreversível) Princípio do aumento da entropia: “A entropia de um sistema termicamente isolado (universo) nunca decresce; ela não é afetada por processos reversíveis e cresce com processos irreversíveis”. Este princípio tem como conseqüência que o estado de equilíbrio de um sistema termicamente isolado é o de máxima entropia. Portanto, o princípio do aumento da entropia permite dizer o sentido dos fenômenos naturais: tendem sempre a aumentar a entropia. Como a condição de equilíbrio em termos da energia está relacionada com a energia mínima, podemos dizer que ambos estão relacionados. Ou seja, quando um sistema é deslocado de uma posição de equilíbrio estável, ele tende a adotar a condição de máxima entropia e mínima energia. Entropia e probabilidade: A entropia é uma medida da desordem que está relacionada com efeitos probabilísticos. Vimos que os processos naturais vão no sentido da máxima entropia, portanto essa condição descreve o sentido mais provável de observação.
  • 10. 10 O estado de máxima entropia é estatisticamente o estado mais provável !!! Entretanto, flutuações em torno da posição de equilíbrio podem fazer com que a entropia não aumente em todos os processos espontâneos, para tempos suficientemente grandes. Ou seja, mesmo os estados mais improváveis podem ocorrer. Portanto, a segunda lei mostra o curso mais provável dos acontecimentos naturais, mas não os únicos possíveis !! Por exemplo, é muito pouco provável que todo o ar desta sala, se acumule espontaneamente num canto da sala, causando vácuo no restante. Exemplo: Vamos considerar um gás com 10 moléculas, que ocupa o volume total de um recipiente. A probabilidade de uma molécula ser encontrada numa metade do recipiente é 1 2 ; a probabilidade de que duas moléculas estejam daquele lado é então 2 1 1 1 1 2 2 4 2   × = =    (isso é igual a probabilidade de jogar uma moeda duas vezes e dar duas caras). Então, a probabilidade das 10 moléculas estarem ao mesmo tempo naquela metade do recipiente é: 10 1 1 0,097% 2 1024   = =    . Que representa uma chance em 1024 das 10 moléculas estarem todas de um lado do recipiente. Embora a chance é pequena, não seria uma surpresa tão grande se isso acontecesse. Este fato violaria a segunda lei da termodinâmica!!!
  • 11. 11 Mas não faz sentido pensar em um gás constituído de 10 moléculas, pois tanto a temperatura como a pressão são variáveis macroscópicas, ou seja, os processos termodinâmicos lidam com um número muito grande de moléculas. E vemos que a probabilidade cai drasticamente com o número de moléculas, imagine a probabilidade de um mol de moléculas (1023 moléculas) !! A probabilidade da entropia diminuir seria tão pequena que a distinção entre improvável e impossível não é bem definida. Portanto, podemos afirmar que o futuro aponta na direção em que a entropia tende a aumentar, pois os sistemas sempre tendem no sentido ordem-desordem. No universo cosmológico → aumento da entropia. Em 1929 Hubble → expansão do universo. Isso remete ao passado para um estado de densidade máxima, resultando no modelo do Big-Bang. Com a expansão do universo a densidade de matéria passa a ser maior que a densidade de radiação (chamada de radiação de fundo primordial), a qual vai se esfriando. Cálculos sugeriram que esta radiação deveria estar atualmente em torno de alguns Kelvin, em 1965 medidas experimentais encontraram um valor de 3K. Sendo esta uma das provas mais importantes do modelo do Big-Bang. O desequilíbrio entre a densidade de matéria e a radiação térmica podem levar a grandes flutuações, resultando num processo de contração. Problema: Estes resultados trazem grandes extrapolações das leis físicas, e os dados além de escassos trazem grandes incertezas, de modo que é preciso analisá-los com cautela !!!