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Re-design como solução de problema do implemento agrícola Hércules 5.0 da empresa
STARA.


Fernandes Azevedo, Wendel, Designer. ULBRA – Carazinho.
Halley Krüger, Djonatan, Designer. ULBRA – Carazinho.


RESUMO
O presente artigo trata do projeto de re-design de um implemento agrícola, tendo as técnicas
de mescraí e métodos de Bonsiepe como principais referências para criação. Tendo em vista a
necessidade de solucionar uma falha técnica referente às entradas de ar da carenagem do
implemento e somando a necessidade de um apelo estético diferenciado no mercado de
implementos e máquinas agrícolas em geral.


PALAVRAS-CHAVE
Re-design; auto-propelido; projeto de produto.


INTRODUÇÃO
       Este artigo é resultado de um estudo de caso realizado na empresa Stara, localizada na
cidade de Não-Me-Toque / RS e apresentado como requerimento para avaliação de grau 2 na
disciplina de projeto de produtos, no curso de design, da ULBRA - Universidade Luterana do
Brasil – campus de Carazinho - RS. Neste estudo, pretendeu-se desenvolver melhorias na
carenagem dianteira do distribuidor auto-propelido Hércules 5.0.
       O tema central do projeto foi o re-design da carenagem dianteira do implemento,
visando solucionar falhas técnicas e proporcionar um design inovador, que se destaque frente
aos seus concorrentes.
       A problemática do projeto se refere a dois pontos: superaquecimento do motor devido
à carenagem que não possibilita refrigeração adequada e design pouco atrativo, similar aos
encontrados nos distribuidores concorrentes.


APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
       De acordo com informações adquiridas no site da empresa, a mesma iniciou suas
atividades no ano de 1953 na cidade de Não-Me-Toque / RS, quando Johannes Bernardus
Stapelbroek e Gerrit Jan Rauwers, fundaram uma ferraria com o nome de Stapelbroek,
Rauwers & Cia. Ltda.; que tinha como principal atividade a montagem e a manutenção de
máquinas e implementos agrícolas importados.
          Em 1960 essa sociedade foi desfeita por acordo, fazendo surgir a Stapelbroek & Cia.
Ltda. Foi a partir desse momento então, que Johannes Bernardus Stapelbroek e os filhos
Johannes e Harrie começaram a fabricar máquinas agrícolas. Esse é o início da tradição da
Stara em criar soluções para os agricultores, uma tradição que se mantém ativa até os dias
atuais.
          Atualmente a empresa STARA está presente nos 5 continentes. Sua missão é manter
essa presença no cenário internacional e também ser líder na América latina nos seguimentos
em que atuar. Seus objetivos (Visão 2015) são: "Fornecer soluções inteligentes para o
agronegócio, atendendo o mercado global com excelência em produtos e serviços,
proporcionando satisfação aos clientes, orgulho aos colaboradores e rentabilidade aos
acionistas" (STARA, 2011).


METODOLOGIA
          Para a realização desse projeto, foram utilizadas metodologias projetuais de design,
bem como levantamento bibliográfico e estudo de caso.
          Ao que se refere à metodologia projetual foram utilizados as referencias de Baxter
(1998) e Bonsiepe (1986), conforme organograma abaixo.




                     Organograma para aplicação de metodologia projetual.
                                       Fonte: os autores.
Projeto de Produto:
       De acordo com Lobach (2001) “Os produtos industriais são objetos destinados a cobrir
determinadas necessidades e são produzidos de forma idêntica para um grande número de
pessoas”.
       Ainda segundo Lobach (2001), uma das definições para o termo design, é a de que
design compreende a concretização de uma idéia em forma de projetos.
       Para um melhor entendimento do que é realmente um problema de design, segundo a
definição de Archer (1967, apud Munari, 1998) “O problema de design resulta de uma
necessidade”. Por essa definição, entende-se que dentre outros fatores, um produto tem um
problema de design a partir do momento em que se têm uma necessidade para ser suprida.
       Baxter (1998) complementa essa definição, onde diz que a análise do problema serve
para conhecer suas causas básicas e ajuda na elaboração do problema e definição de metas e
objetivos.
       Segundo Bonsiepe (1986) “A metodologia não tem finalidade em si mesma, é só uma
ajuda no processo projetual, dando uma orientação no procedimento do processo e oferecendo
técnicas e métodos que podem ser usados em certas etapas”.


Problema:
       A carroceria dianteira do distribuidor auto-propelido HÉRCULES 5.0 da empresa
STARA, proporciona pouca refrigeração para o motor, durante o trabalho. Em certas
condições de uso, o produto em questão, sofre com superaquecimento do motor, devido às
poucas e ineficientes entradas de ar da carenagem. As jornadas excessivas de trabalho,
somadas a temperaturas elevadas no local de uso, agravam essa condição.


Coleta de Dados:
       O auto-propelido Hércules, pesa aproximadamente 5mil kg, tem capacidade de carga
para 7, 640 kg. Suas dimensões aproximadas são 8,670 m de comprimento e 2,842 m de
largura. O motor que equipa a máquina é um MWM turbo diesel com 6 cilindros, que pode
gerar até 185cv de potência. O Hércules 5.0, vem equipado com piloto automático, GPS e
controlador Topper 4500. A identidade visual do produto segue os padrões da empresa Stara,
onde na carenagem dianteira predomina a cor laranja com adesivos e demais detalhes nas
cores verde e branco.
Imagens da máquina-atual.
                        Fonte: empresa STARA / depto. marketing.


DIACRÔNICA / SINCRÔNICA
       Conforme descrição de Bonsiepe (1984), análises diacrônicas tem por objetivo
Reconhecer o desenvolvimento histórico do produto e as sincrônicas, conhecer o universo
atual do segmento onde o mesmo está inserido.
Análises: diacrônica e sincrônica.
                                 Fonte: arquivo dos autores.




ESTRUTURAL / FUNCIONAL / MORFOLÓGICA:
       Ainda conforme Bonsiepe (1984), as análises estruturais, funcionais e morfológicas,
são de grande importância para entendermos e conhecermos melhor o produto em questão.
       A análise estrutural serve para compreender o tipo das peças empregadas na carroceria
da máquina.
       A análise funcional serve para compreendermos as características de uso de um
produto, o que inclui as funções técnicas por exemplo.
       A análise morfológica nos ajuda a compreender, por exemplo, a sua composição,
partindo de elementos geométricos.
Análises: estrutural, funcional e morfológica.
                         Fonte: empresa STARA / depto. engenharia.


Descrição dos itens enumerados:
01 – A carenagem dianteira apresenta uma forma geral, que remete a um retângulo com
ângulos e cantos arredondados. Os vincos (entradas de ar laterais) são curvilíneos. A grade
dianteira tem filetes retos, dispostos horizontalmente.


02 – O capo é basculante e serve para proteger o motor.


03 e 04 – As laterais são fixos junto à base e servem para proteger o motor também.


05 – A base é fixa junto ao chassi. Serve como suporte para as demais peças e também para
proteger o motor de eventuais objetos, pedras e terra, que venham do chão.


06 – A grade não é fixa, ela é um fechamento frontal que pode ser removido. Sua função é
oferecer refrigeração ao motor e também proteger que objetos como pedras por exemplo,
atinjam o motor.
GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS:
       Os sketches foram desenhados manualmente e em softwares 3D, seguindo os métodos
de Bonsiepe e técnicas como Mescraí de Baxter, onde buscam analogias, servem para
aumentar variedade de soluções utilizando casos similares em outras áreas, na natureza, ou
submetendo os componentes a transformações. Por exemplo: utilizar em diferentes maneiras,
adaptar casos paralelos, modificar, aumentar, reduzir, inverter e combinar.
       A seguir, uma imagem com as gerações feitas manualmente e colorizada em software
gráfico e outra feita em softwares de CAD, próprios para projetos 3D.




                                   Geração de alternativas.
                                      Fonte: os autores.




                                   Geração de alternativas.
                                      Fonte: os autores.
Como pode ser visto nas gerações de alternativas, a carenagem é dividida em 2 partes,
sendo a base fixa ao chassis e a parte superior, basculante. A carenagem é feita no material
plástico injetável e as grades são de telas de metal. O material escolhido para os faróis, foi o
led, devido a sua durabilidade, baixo custo e menor consumo de energia, além de ser mais
eficiente.


PROJETO FINAL:
        Com o re-design da carenagem dianteira, os problemas apresentados foram
solucionados. O novo projeto apresenta mais e maiores entradas de ar, o que faz com o que o
motor receba maior refrigeração e não sofra com superaquecimento. Outro objetivo atingido
foi o de oferecer um produto com visual diferenciado, mais arrojado e utilizando novas
tecnologias, como é o caso dos faróis.




                                           Projeto final.
                                         Fonte: os autores.


CONSIDERAÇÕES FINAIS:
        A finalidade do presente trabalho foi apresentar uma solução para o problema de
superaquecimento do motor do auto-propelido Hércules 5.0 da empresa Stara.
        Com o problema já bem especificado, foram feitos estudos sobre a atual carroceria da
máquina, bem como análises sobre máquinas concorrentes e similares.
A metodologia utilizada foi a que melhor se adequou ao projeto devido a sua
simplicidade e objetividade quanto às etapas necessárias para o re-design de um produto.
       Além de solucionar o problema, o projeto de re-design apresentado, oferece à empresa
uma possibilidade de se diferenciar dos demais concorrentes devido ao seu design moderno e
arrojado.


REFERÊNCIAS:
BAXTER, Mike. Projeto de Produto: Guia prático para o design de novos produtos. São
Paulo: Edgard Blücher, 1998.


BONSIEPE, Gui e outros. Metodologia Experimental: Desenho Industrial. Brasília: CNPq /
Coordenação Editorial, 1986.

LÖBACH, Bernd. Design Industrial: Bases para a configuração dos produtos industriais.
São Paulo: Edgard Blücher, 2001.

MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas / Bruno Munari; tradução [de] José Manuel de
Vasconcelos. Lisboa: Ed. 70, 2004. 388p., il. (Arte e comunicação; 16).

STARA. Não me toque - RS. Disponível em: <http://www.stara.com.br> Acesso em: 15 jun.
2011.

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  • 2. Rauwers & Cia. Ltda.; que tinha como principal atividade a montagem e a manutenção de máquinas e implementos agrícolas importados. Em 1960 essa sociedade foi desfeita por acordo, fazendo surgir a Stapelbroek & Cia. Ltda. Foi a partir desse momento então, que Johannes Bernardus Stapelbroek e os filhos Johannes e Harrie começaram a fabricar máquinas agrícolas. Esse é o início da tradição da Stara em criar soluções para os agricultores, uma tradição que se mantém ativa até os dias atuais. Atualmente a empresa STARA está presente nos 5 continentes. Sua missão é manter essa presença no cenário internacional e também ser líder na América latina nos seguimentos em que atuar. Seus objetivos (Visão 2015) são: "Fornecer soluções inteligentes para o agronegócio, atendendo o mercado global com excelência em produtos e serviços, proporcionando satisfação aos clientes, orgulho aos colaboradores e rentabilidade aos acionistas" (STARA, 2011). METODOLOGIA Para a realização desse projeto, foram utilizadas metodologias projetuais de design, bem como levantamento bibliográfico e estudo de caso. Ao que se refere à metodologia projetual foram utilizados as referencias de Baxter (1998) e Bonsiepe (1986), conforme organograma abaixo. Organograma para aplicação de metodologia projetual. Fonte: os autores.
  • 3. Projeto de Produto: De acordo com Lobach (2001) “Os produtos industriais são objetos destinados a cobrir determinadas necessidades e são produzidos de forma idêntica para um grande número de pessoas”. Ainda segundo Lobach (2001), uma das definições para o termo design, é a de que design compreende a concretização de uma idéia em forma de projetos. Para um melhor entendimento do que é realmente um problema de design, segundo a definição de Archer (1967, apud Munari, 1998) “O problema de design resulta de uma necessidade”. Por essa definição, entende-se que dentre outros fatores, um produto tem um problema de design a partir do momento em que se têm uma necessidade para ser suprida. Baxter (1998) complementa essa definição, onde diz que a análise do problema serve para conhecer suas causas básicas e ajuda na elaboração do problema e definição de metas e objetivos. Segundo Bonsiepe (1986) “A metodologia não tem finalidade em si mesma, é só uma ajuda no processo projetual, dando uma orientação no procedimento do processo e oferecendo técnicas e métodos que podem ser usados em certas etapas”. Problema: A carroceria dianteira do distribuidor auto-propelido HÉRCULES 5.0 da empresa STARA, proporciona pouca refrigeração para o motor, durante o trabalho. Em certas condições de uso, o produto em questão, sofre com superaquecimento do motor, devido às poucas e ineficientes entradas de ar da carenagem. As jornadas excessivas de trabalho, somadas a temperaturas elevadas no local de uso, agravam essa condição. Coleta de Dados: O auto-propelido Hércules, pesa aproximadamente 5mil kg, tem capacidade de carga para 7, 640 kg. Suas dimensões aproximadas são 8,670 m de comprimento e 2,842 m de largura. O motor que equipa a máquina é um MWM turbo diesel com 6 cilindros, que pode gerar até 185cv de potência. O Hércules 5.0, vem equipado com piloto automático, GPS e controlador Topper 4500. A identidade visual do produto segue os padrões da empresa Stara, onde na carenagem dianteira predomina a cor laranja com adesivos e demais detalhes nas cores verde e branco.
  • 4. Imagens da máquina-atual. Fonte: empresa STARA / depto. marketing. DIACRÔNICA / SINCRÔNICA Conforme descrição de Bonsiepe (1984), análises diacrônicas tem por objetivo Reconhecer o desenvolvimento histórico do produto e as sincrônicas, conhecer o universo atual do segmento onde o mesmo está inserido.
  • 5. Análises: diacrônica e sincrônica. Fonte: arquivo dos autores. ESTRUTURAL / FUNCIONAL / MORFOLÓGICA: Ainda conforme Bonsiepe (1984), as análises estruturais, funcionais e morfológicas, são de grande importância para entendermos e conhecermos melhor o produto em questão. A análise estrutural serve para compreender o tipo das peças empregadas na carroceria da máquina. A análise funcional serve para compreendermos as características de uso de um produto, o que inclui as funções técnicas por exemplo. A análise morfológica nos ajuda a compreender, por exemplo, a sua composição, partindo de elementos geométricos.
  • 6. Análises: estrutural, funcional e morfológica. Fonte: empresa STARA / depto. engenharia. Descrição dos itens enumerados: 01 – A carenagem dianteira apresenta uma forma geral, que remete a um retângulo com ângulos e cantos arredondados. Os vincos (entradas de ar laterais) são curvilíneos. A grade dianteira tem filetes retos, dispostos horizontalmente. 02 – O capo é basculante e serve para proteger o motor. 03 e 04 – As laterais são fixos junto à base e servem para proteger o motor também. 05 – A base é fixa junto ao chassi. Serve como suporte para as demais peças e também para proteger o motor de eventuais objetos, pedras e terra, que venham do chão. 06 – A grade não é fixa, ela é um fechamento frontal que pode ser removido. Sua função é oferecer refrigeração ao motor e também proteger que objetos como pedras por exemplo, atinjam o motor.
  • 7. GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS: Os sketches foram desenhados manualmente e em softwares 3D, seguindo os métodos de Bonsiepe e técnicas como Mescraí de Baxter, onde buscam analogias, servem para aumentar variedade de soluções utilizando casos similares em outras áreas, na natureza, ou submetendo os componentes a transformações. Por exemplo: utilizar em diferentes maneiras, adaptar casos paralelos, modificar, aumentar, reduzir, inverter e combinar. A seguir, uma imagem com as gerações feitas manualmente e colorizada em software gráfico e outra feita em softwares de CAD, próprios para projetos 3D. Geração de alternativas. Fonte: os autores. Geração de alternativas. Fonte: os autores.
  • 8. Como pode ser visto nas gerações de alternativas, a carenagem é dividida em 2 partes, sendo a base fixa ao chassis e a parte superior, basculante. A carenagem é feita no material plástico injetável e as grades são de telas de metal. O material escolhido para os faróis, foi o led, devido a sua durabilidade, baixo custo e menor consumo de energia, além de ser mais eficiente. PROJETO FINAL: Com o re-design da carenagem dianteira, os problemas apresentados foram solucionados. O novo projeto apresenta mais e maiores entradas de ar, o que faz com o que o motor receba maior refrigeração e não sofra com superaquecimento. Outro objetivo atingido foi o de oferecer um produto com visual diferenciado, mais arrojado e utilizando novas tecnologias, como é o caso dos faróis. Projeto final. Fonte: os autores. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A finalidade do presente trabalho foi apresentar uma solução para o problema de superaquecimento do motor do auto-propelido Hércules 5.0 da empresa Stara. Com o problema já bem especificado, foram feitos estudos sobre a atual carroceria da máquina, bem como análises sobre máquinas concorrentes e similares.
  • 9. A metodologia utilizada foi a que melhor se adequou ao projeto devido a sua simplicidade e objetividade quanto às etapas necessárias para o re-design de um produto. Além de solucionar o problema, o projeto de re-design apresentado, oferece à empresa uma possibilidade de se diferenciar dos demais concorrentes devido ao seu design moderno e arrojado. REFERÊNCIAS: BAXTER, Mike. Projeto de Produto: Guia prático para o design de novos produtos. São Paulo: Edgard Blücher, 1998. BONSIEPE, Gui e outros. Metodologia Experimental: Desenho Industrial. Brasília: CNPq / Coordenação Editorial, 1986. LÖBACH, Bernd. Design Industrial: Bases para a configuração dos produtos industriais. São Paulo: Edgard Blücher, 2001. MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas / Bruno Munari; tradução [de] José Manuel de Vasconcelos. Lisboa: Ed. 70, 2004. 388p., il. (Arte e comunicação; 16). STARA. Não me toque - RS. Disponível em: <http://www.stara.com.br> Acesso em: 15 jun. 2011.