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FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DESIGN, COMPUTAÇÃO GRÁFICA E
MULTIMÍDIA
ALVARO TRIANO DA SILVA
O DESIGN GRÁFICO APLICADO NA CONCEPÇÃO DA IDENTIDADE
VISUAL DO IESAM: UM ESTUDO DA MARCA E SUA
APLICABILIDADE.
BELÉM – PA
2015
FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DESIGN, COMPUTAÇÃO GRÁFICA E
MULTIMÍDIA
ALVARO TRIANO DA SILVA
O DESIGN GRÁFICO APLICADO NA CONCEPÇÃO DA IDENTIDADE
VISUAL DO IESAM: UM ESTUDO DA MARCA E SUA
APLICABILIDADE.
Artigo apresentado ao Curso de Pós-
graduação em Design, Computação Gráfica e
Multimídia como requisito de avaliação para
obtenção do Grau de Especialista em Design,
Computação Gráfica e Multimídia.
Orientador: MSc. José Fonteles
BELÉM – PA
2015
Autorização para Publicação Eletrônica de Trabalhos Acadêmicos
Na qualidade de titular dos direitos autorais do trabalho citado, em consonância com a
Lei nº 9610/98, autorizo a Faculdade Estácio de Belém a disponibilizar gratuitamente em sua
Biblioteca Digital, e por meios eletrônicos, em particular pela Internet, extrair cópia sem
ressarcimento dos direitos autorais, o referido documento de minha autoria, para leitura,
impressão e/ou download, conforme permissão concedida.
1
O DESIGN GRÁFICO APLICADO NA CONCEPÇÃO DA IDENTIDADE
VISUAL DO IESAM: UM ESTUDO DA MARCA E SUA
APLICABILIDADE.
Alvaro TRIANO da Silva1
José FONTELES2
Pós-graduação em Design, Computação Gráfica e Multimídia. Faculdade Estácio de Belém.
Av. Gov. José Malcher, 1148, Nazaré - CEP 66055-260. Belém, PA
Endereço Eletrônico: trianokadosh@yahoo.com.br, Jose.fonteles@estacio.br
RESUMO – O objetivo deste artigo é fazer uma análise gráfica da antiga identidade visual do IESAM.
Realizou-se uma pesquisa documental e bibliográfica do referente objeto de estudo em um período estabelecido.
Essa pesquisa foi apurada e analisada dentro dos conceitos do design contemporâneo e conclui-se que a
expressividade da marca da instituição caiu em desuso por muitos fatores estabelecidos.
Palavras-chave: IESAM. Design Gráfico. Logotipo. Identidade Visual. Marca.
THE GRAPHIC DESIGN APPLIED IN THE DESIGN OF THE VISUAL IDENTITY OF
IESAM: A STUDY OF THE BRAND AND ITS APPLICABILITY.
ABSTRACT - The purpose of this article is to make a graphical analysis of the former branding of IESAM.
There was a documentary and bibliographical research concerning object of study in an established period. This
research was ascertained and analyzed within the contemporary design concepts and concluded that the
expressiveness of the brand of the institution fell into disuse for many established factors.
KeyWords: IESAM. Graphic Design. Logo. Visual Identity. Brand.
1 INTRODUÇÃO
O design é um termo oriundo da língua inglesa e significa desenho e/ou projeto, segundo
Cardoso (2008) o estudo da história do design é um fenômeno recente, com seus primeiros
ensaios datado de 1920, porém, só ganhou notoriedade e maturidade acadêmica nos últimos
vinte anos.
Sua importância trouxe ao mercado, não só, características visuais como agregou valor as
marcas, produtos e serviços que utilizam o conceito como um alavancador de vendas em um
mercado globalizado. A inovação e funcionalidade estão presentes como um catalisador do
profissional, que passou a ser visto, no século XXI, mais como um solucionador de problemas
do que um artista nato, como diz Fuentes (2009) design gráfico e arte são atividades humanas
totalmente diferentes, que apesar de possuírem um vinculo, não devem ser confundidas.
É de praxe que a evolução tecnológica tem contribuído para o avanço do design como
uma profissão importante nos aspectos estéticos da sociedade. Hoje vivemos na era do visual,
1
Bacharel em Comunicação Social : Hab. Publicidade e Propaganda, UNAMA 2012.
2
Mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, PUC-SP 2013.
2
um produto não pode ser, apenas, funcional, mas precisa agregar um valor estético para atrair
a atenção do consumidor. Pensando nesses fatores, o design evoluiu e se adaptou a outras
áreas do conhecimento, como Informática, Marketing e Publicidade para acompanhar as
tendências mercadológicas.
Mas apesar da novidade do mundo das novas tecnologias na sua configuração,
compreensão e uso, há pouca coisa nova. De fato o design sempre esteve ligado à
tecnologia de seu tempo, dependendo dela para poder desenvolver sua linguagem e,
com isso, ter espaços de comunicação para atuar. Assim, cada vez que surge um
novo meio (filho direto de uma determinada tecnologia), aparece um novo espaço de
ação e a disciplina do design reformula suas ferramentas físicas e conceituais.
(ROYO, JAVIER, 2008, p. 13)
O design tem lugar em todos os aspectos da vida diária. Em praticamente todas as
formas modernas de comunicação e produção, desde roupas, prédios e bens de
consumo até materiais escritos, passando por entretenimento, ambientes internos e
externos, o design gráfico ocupa um papel central. É quase impossível não ser
bombardeado por mensagens visuais. (GORDON, BOB; MAGGIE, 2012, p. 8)
Originou-se, dessa forma, as ramificações da área como: Design Gráfico, Design de
Produto, Design Multimídia, Design de Moda, Design de Games, Design de Interface, Design
de Web entre outros. O presente artigo tem como foco o design gráfico aplicado na concepção
da identidade visual do IESAM, onde usaremos de subsídios o estudo de caso da marca,
aliado ao design gráfico, além de conceitos referentes à informática, marketing e publicidade,
três grandes áreas correlatas ao desenvolvimento do nicho.
Levaremos em consideração o grau de importância do logotipo do IESAM e sua
abrangência no cenário das marcas no mercado. O projeto de pesquisa busca fazer um estudo
da instituição, levando em consideração a construção e aplicação da marca.
O objetivo geral deste trabalho tende a analisar o logotipo da instituição de ensino
superior IESAM e sua aplicabilidade em alguns meios utilizados pela IES, passando por um
breve histórico da instituição até a concepção da marca. Não faz parte da linha de pesquisa
elaborar uma identidade visual compatível com a nova fase da instituição, até porque a
mesma já possui uma assinatura conjunta à empresa que comprou o instituto. Cabe a pesquisa
destrinchar a estrutura visual do logotipo em um aspecto ergonômico, visual e mercadológico,
levando em consideração conceitos técnicos e um referencial teórico do design.
No procedimento metodológico será adotada uma pesquisa bibliográfica de caráter
exploratória e qualitativa. A coleta de dados será feita de forma documental indireta,
explorando no objeto de estudo fontes secundárias para a construção teórica do artigo.
3
2 BREVE HISTÓRICO DO IESAM
Há 15 anos nascia o Instituto de Estudos Superiores da Amazônia – IESAM3
, com o
objetivo de contribuir para o desenvolvimento sustentável do Estado do Pará no campo do
Ensino Superior. A implementação do Instituto foi idealizada pelos professores João Batista
Sena Costa, José Antônio Gomes de Souza Alves, José Carlos Simões Fontes e Mecenas
Pantoja Gonçalves.
Em seu ano de fundação, meados de 2000, já existia uma grande euforia pela exploração
dos recursos naturais da região Amazônica. As oportunidades se mostravam como um desafio
a ser superado pela criatividade e responsabilidade com foco em promover o desenvolvimento
econômico e social. Fez-se necessário a busca pela mão de obra local especializada. Levando
em consideração estes aspectos, o processo de criação do IESAM atentou para uma nova
gama de profissões e perfis de profissionais para região.
A análise regional levou o Instituto a atuar nas áreas de Gestão de Recursos Naturais e
Tecnologia da Informação, que influenciou diretamente na construção de sua missão como
Instituto Superior da Amazônia: formar profissionais alinhados com as exigências do mercado
de trabalho e capacitados para contribuir no desenvolvimento e uso de tecnologia e na
preservação do meio ambiente.
O IESAM oferece cursos de graduação e pós-graduação nos diversos segmentos
produtivos, promovendo a interação entre academia e empresa, dentro de sua linha de
atuação: formar profissionais capazes de integrar conteúdos das ciências naturais,
tecnológicas, sociais e humanas para apoiar as necessidades do desenvolvimento sustentável
da Amazônia.
Em 2014, o Instituto de Estudos Superiores da Amazônia – IESAM foi adquirido pela
instituição Estácio de Sá, fato este, que ocasionou toda uma adaptação em seu quadro
funcional, processos pedagógicos e identidade visual.
3
<http://www.iesam.com.br/revista_eletronica/Revista_10anos/revista_10_anos.pdf>
4
3 O DESIGN GRÁFICO DO LOGOTIPO DO IESAM: CONSTRUÇÃO E
APLICABILIDADE
Entendemos como Logotipo o conjunto de elementos gráficos que simbolizam/significam
a empresa/produto/serviço. Em um contexto etimológico temos Logo que significa palavra +
Typo significando letra ou caracter. Isto é, um Logotipo é quando atribuímos uma
identificação à marca/produto/serviço, apenas, pelo Lettering4
.
Segundo Healey (2012, p.6):
A palavra “logo” é derivada da palavra grega logos, que significa palavra e razão.
Portanto, é até um paradoxo que o significado de logo, geralmente aceito em inglês e
em outras línguas, seja “um signo pictórico”, normalmente associado a uma marca.
Até mesmo uma marca, como a maioria das invenções humanas, é inicialmente
comunicada por um nome e, posteriormente, por imagens. Um logotipo funciona
verdadeiramente como um signo ou um pictograma, uma marca visual mais ou
menos abstrata, referindo-se a uma palavra.
O logotipo é o elemento principal da identidade visual de uma marca, pois a partir dele
será atribuído toda a filosofia da empresa ou instituição.
Conforme Strunck (2012, p.81):
Quando um nome ou ideia é sempre representado visualmente sob determinada
forma, podemos dizer que ele tem uma identidade visual.
Quando as várias embalagens de uma linha de produtos foram programadas
visualmente para apresentarem uma consistência em si, esse produto tem uma
identidade visual.
Quando uma empresa, que presta algum tipo de serviço, apresenta uma mesma
imagem em seus impressos, uniformes, veículos, etc., essa empresa tem uma
identidade visual, que nesses casos, pode também ser chamada de identidade
empresarial ou corporativa.
A identidade visual é o conjunto de elementos gráficos que irão formalizar a
personalidade visual de um nome, ideia, produto ou serviço. Estes elementos agem
mais ou menos como as roupas e as formas de as pessoas se comportarem. Devem
informar, substancialmente, à primeira vista. Estabelecer com quem os vê um nível
ideal de comunicação.
Definido tais conceitos, apresentamos o objeto de nossa pesquisa na figura 2 abaixo:
4
A arte de desenhar letras.
5
Figura 1: Primeiro logo IESAM.
Fonte: IESAM, 2015.
Figura 2: Logo IESAM.
Fonte: IESAM, 2015.
A figura 1 representa o primeiro logotipo criado em Corel Draw 4.0 pelo designer gráfico
Davi Almeida5
, e utilizado pela instituição. Esse mesmo logotipo, segundo seu criador, foi
registrado no ano de 2006. Em sua composição visual, podemos perceber no canto inferior
esquerdo da palavra IES, a presença de 3 linhas geométricas em forma de “L”, que faziam
alusão ao 3º grau (Nível Superior). Essas linhas foram retiradas ao longo dos anos pela
agência Líquida, devido questões de reprodutibilidade gráfica6
. Alinhado a direita está a
nomenclatura “Instituto de Estudos Superiores da Amazônia”, fazendo referência a palavra
IESAM.
5
Especialista em Design Gráfico pelo IESAM.
6
Técnica de reprodução do material em diversos meios, levando em consideração a sua redução ou ampliação.
6
O logo também apresenta a imagem retangular de vitórias-régias, buscando sintetizar ou
aproximar a instituição da Amazônia. A figura 2 representa a forma ainda utilizada da marca
nas mídias digitais, principalmente no site, nota-se que foi abolida a imagem de vitórias-
régias do conjunto visual do logotipo.
Logo abaixo apresentaremos a descrição de todos os aspectos gráficos da marca.
Figura 3: Logo descrito.
Fonte: IESAM, 2015.
O logotipo na figura 3 é a representação gráfica que foi utilizada, durante muito tempo,
pelo IESAM em diversas mídias, o mesmo se constitui em 3 partes textuais (Tipografia):
Sigla (IESAM), Nomenclatura (Instituto de Estudos Superiores da Amazônia) e Slogan
(Excelência em Meio Ambiente e Tecnologia).
3.1 CONSTRUÇÃO DA TIPOGRAFIA
O estudo da grafia vem desde os primórdios da escrita, sendo que foram os gregos que
nos legaram o alfabeto como o conhecemos na atualidade e cuja a disseminação foi efetuada
pelos romanos mediante a expansão do seu império. Dessa época, o desenho e o formato das
letras sofreu diversas alterações, ainda assim, a essência dos símbolos e a sua forma de
utilização se manteve. Logo, a tipografia é a combinação de duas palavras no grego typos
“forma” e graphein “grafia”, que significam a escrita da forma.
Denominamos tipos o conjunto formado pelas letras do alfabeto, numerais, sinais
diacríticos7
e de pontuação. Segundo Ambrose e Harris (2011, p.6):
7
Sinal gráfico que se coloca sobre, sob ou através de uma letra para alterar a sua fonética, isto é, o seu som, ou
para marcar qualquer outra característica linguística.
7
A tipografia é o meio pelo qual é dada uma forma visual para uma ideia escrita.
Devido ao volume e à variedade de fontes disponíveis, a seleção dos componentes
desta forma visual pode afetar drasticamente a leiturabilidade da ideia e os
sentimentos do leitor em relação a ela. A tipografia é um dos elementos que mais
influencia o caráter e a qualidade emocional de um projeto. Ela pode produzir um
efeito neutro ou despertar paixões, simbolizar movimentos artísticos, políticos ou
filosóficos, ou ainda expressar a personalidade de um indivíduo ou organização.
Fontes e tipos são duas coisas distintas que para muitos são tomados como sinônimos, na
maioria das vezes não existe mal nenhum nessa confusão semântica, porque, tal substituição é
praticamente universal.
Um tipo é um conjunto de caracteres, letras, números, símbolos, pontuação (e assim
por diante) que tem um design comum e distinto.
Uma fonte é o meio físico utilizado para criar o tipo, seja ele código de computador,
fotolito, metal ou gravação em madeira. (AMBROSE, GAVIN; HARRIS, PAUL,
2011, p.17)
A Sigla IESAM foi desenvolvida pelo auxílio tipográfico da fonte STOPD regular, uma
fonte grátis que pode ser adquirida pela internet. A sua composição visual remete a
tecnologia, porquanto se trata de uma fonte futurista, classificada como Sans Serif (Sem
Serifa8
), a mesma possui os principais sinais diacríticos e caracteres alfanuméricos de A a Z e
0 a 9 , somente na forma de Caixa-Alta, ou seja, maiúsculas, o que pode ser um ponto
negativo no quesito de legibilidade da fonte. STOPD possui uma falha em seu Kerning9
, o
que demonstra um certo afastamento de alguns pares de letras como o S e A.
A figura 3 nos mostra ainda a hierarquia visual imposta pelas três tipografias que fazem
parte da composição visual da marca. Em um primeiro plano de visão temos a sigla IESAM,
cuja as letras IES foram separadas em um retângulo verde, gerando um efeito de vazado como
conhecemos nas artes gráficas, e conforme Ambrose e Harris (2009) é quando se utiliza o
branco (ou a cor) da página ou suporte para que a cor impressa torne-se a cor de fundo ou de
base. Acredito que essa interação tenha sido proposital para separar a sigla maior em duas
siglas menores como IES e AM que remetem, respectivamente, a Instituto de Estudos
Superiores e Amazônia, além de que, podemos perceber que houve uma alteração na letra I
que passou a ter um símbolo de capelo no lugar do tradicional pingo. Essa modificação na
estrutura tipográfica foi pensada com o intuito de transferir o conceito de nível superior, dado
8
Pequeno traço no final de um traço principal vertical ou horizontal.
9
Ou compensação diz respeito ao espaço entre duas letras.
8
que o chapéu é usado nas solenidades de formatura, agregando assim um valor tangível para o
logotipo.
A sigla IESAM possui um forte apelo visual, devido todo esse conjunto de significados
presentes na estrutura semiótica do logo. Não é só a palavra escrita, mas uma série de
modificações no contexto da leitura visual. Podemos descrever esse processo como uma das
Leis da Gestalt10
conhecida como Segregação.
Para Gomes (2009, p.30) a segregação se apresenta como:
A capacidade perceptiva de separar, identificar, evidenciar, notar ou destacar
unidades, em um todo compositivo ou em partes deste todo, dentro de relações
formais, dimensionais de posicionamento.
Naturalmente, pode-se separar uma ou mais unidades, dependendo da desigualdade
dos estímulos produzidos pelo campo visual – em função das forças de um ou mais
tipos de contrastes. A segregação de elementos visuais pode ser feita por diversos
meios: pontos, linhas planos, volumes, cores, sombras, brilhos, texturas, relevos e
outros.
Para efeito de leitura visual, pode-se também estabelecer níveis de segregação. Por
exemplo, identificando-se apenas as unidades principais de um todo mais complexo,
desde que seja suficiente para o objetivo desejado de analise e interpretação visual
da forma do objeto.
A segunda tipografia na ordem de pesos visuais é composta pela fonte FUTURA MD BT
bold, uma fonte moderna, alfanumérica, sem serifa e com os principais sinais diacríticos. A
escolha da Futura é acertada para o contexto da marca por se tratar de uma família tipográfica
legível e de grande leiturabilidade, no entanto, nota-se na composição do logotipo que a
referida fonte sofreu uma alteração brusca de achatamento e esticamento, prejudicando a sua
anatomia e tornando a construção da marca passível de erros de reprodução. Como diz
Samara (2011) que mudanças na largura das letras pode alterar a cadência ou o andamento de
uma composição textual, quebrando todo uma estrutura lógica desenvolvida para facilitar a
leitura e decodificação da mensagem verbal.
Esse foi um erro gravíssimo, levando em consideração toda a estética conceitual do
design gráfico no desenvolvimento de logotipos. A futura possui uma vasta família de tipos e
não havia necessidade de distorcer a fonte manualmente, visto que, essa grande variedade
pode ser adquirida pela internet. Em contra partida, o contraponto que a FUTURA MD BT
faz com a fonte STOPD é bem relevante para a direção de arte no que diz respeito a
hierarquia visual do projeto, uma vez que temos o balanceamento de uma fonte mais
10
Escola de psicologia experimental que estuda a forma ou figura na formação de imagens, levando em
consideração o equilíbrio, clareza e harmonia visual.
9
encorpada para uma menos encorpada, causando um efeito visual interessante para a
composição.
Já a assinatura “Excelência em meio ambiente e tecnologia” é composta pela tipografia
DEARJOE, uma fonte script ou cursiva, que comparamos como uma escrita manual
assimilada pelo computador, ela tem características alfanuméricas e possui alguns sinais
diacríticos. A fonte é a terceira na ordem de hierarquia visual do projeto e se constitui como
Slogan11
da marca. As características primordiais de uma tipografia cursiva é adicionar uma
qualidade decorativa aos materiais digitais, dando um toque de elegância e sofisticação, uma
vez que possuem aparência de manuscrito reproduzido com pena caligráfica ou pincel, além
de refletir a casualidade em certos momentos.
Esse tipo de tipografia é relevante ao conjunto visual do projeto, já que, quebra a
monotonia da identidade visual ao assimilar a escrita e se diferenciar das demais fontes, no
entanto, extrapola a quantidade ideal de fontes para a construção de um logotipo, o correto
seria trabalhar com um lettering ou mesmo uma família tipográfica, variando seus pesos em
todas as aplicações do projeto.
3.2 CONSTRUÇÃO DA COR
A cor se constitui um elemento importante dentro do processo de design, se a tipografia é
um dos elementos que mais influencia o caráter e a qualidade emocional de um projeto, a cor
é a forma mais imediata de comunicação não verbal, é a forma visual mais impactante aos
olhos dentro do contexto mercadológico, peça fundamental para a publicidade e marketing em
geral.
Na concepção de Ambrose e Harris (2009, p.6):
A cor é usada para representar pensamentos e emoções de uma forma que nenhum
outro elemento do design consegue, e pode chamar a atenção de modo instantâneo
no papel, na tela ou na prateleira do supermercado. Assim, a cor é um aspecto
importante do design contemporâneo.
Os mesmo autores continuam o discurso, enfatizando ainda mais a importância da cor
no design gráfico.
A cor é um dos primeiros elementos que registramos quando vemos algo pela
primeira vez. Nosso condicionamento e desenvolvimento cultural nos levam a
realizar associações baseadas nas cores, que nos indicam como devemos reagir a
objetos e designs coloridos. As cores imprimem significado, e nossa interpretação
11
Frase de efeito ou de fácil memorização que representa as características de uma marca, produto ou serviço.
10
do mesmo dependerá de fatores como bagagem cultural, tendências, idade e
preferências individuais.
A cor é um dos elementos mais importantes do design gráfico, uma ferramenta que
pode ser usada para chamar a atenção, direcionar e guiar o leitor e informá-lo sobre
o tipo de reação que deve ter em relação às informações expostas. (AMBROSE,
GAVIN; HARRIS, PAUL, 2009, p.11)
As cores utilizadas no logotipo da instituição em análise não foram muitas. Utilizou-se,
apenas, uma variação de verde na quadricomia12
do CMYK, quando falamos de cor para
impressão. Esse aspecto pode ser melhor observado na figura 4 abaixo, que abrange os outros
sistemas cromáticos em questão.
Figura 4: Sistemas cromáticos.
Fonte: IESAM, 2015.
12
Processo gráfico que utiliza 4 tintas de impressão: Cyan, Magenta, Yellow e Black (Key).
11
A construção cromática da marca IESAM foi feita pensando em uma relação direta com a
palavra Amazônia que no imaginário popular está, intrinsecamente, ligada a cor verde que
representa a mata brasileira. Cor esta presente também na bandeira nacional.
Os dois sistemas de cores mais utilizados para a produção gráfica e digital são o CMYK e
RGB, respectivamente. São dois sistemas de extrema importância para os designers, que
através deles podem reproduzir diversas combinações de cores em seus projetos.
Para Ambrose e Harris (2009, p.29):
Estão disponíveis diversas estruturas e sistemas cromáticos com os quais os
designers podem trabalhar. A seleção de um sistema cromático específico quase
sempre depende de como o design final será produzido e/ou apresentado, pois
sistemas diferentes possuem limitações e opções distintas. É importante reconhecer
e entender que o design final precisa incorporar o sistema cromático adequado.
Os dois sistemas cromáticos mais conhecidos e usados são RGB (vermelho, verde e
azul) e CMYK (ciano, magenta, amarelo e preto). O RGB em geral é utilizado para
publicações digitais e designs iniciais, enquanto o CMYK é usado para publicações
impressas. Conhecer os limites de cada sistema permite que o designer tenha certeza
de que seu trabalho será reproduzido com precisão e exatamente como pretendia.
Analisando a marca da instituição, podemos perceber que o verde utilizado no projeto do
logotipo recebe diretamente a mistura de outras cores na composição de sua escala, portanto,
não é um verde puro composto de 100% Ciano e 100% Amarelo, como podemos observar na
figura 4. Isso acarreta dizer que pode haver variações tonais quando se trata do processo de
impressão (CMYK), pois dependendo da localização e evolução tecnológica de um prestador
de serviços gráficos, vamos ter diversos tons desse mesmo verde em uma determinada
reprodução. Isso ocorre pela diversidade de máquinas utilizadas nas gráficas, algumas já
utilizam um sistema de gerenciamento de cores digital, o que garante maior fidelidade nas
cores impressas, outras ainda utilizam máquinas analógicas que podem prejudicar a
reprodutibilidade da cor original.
A escala monocromática é bem mais simples de reproduzir devido trabalhar, apenas, com
o preto puro, ou seja, 100% preto, favorecendo sua impressão em qualquer material.
Geralmente o branco vazado (Negativo) não será reproduzido por tinta, mas sim pelo fundo
do papel em que será impresso a marca.
No que tange as cores para web13
, podemos dizer que essas misturas tonais não vão
interferir na reprodução da cor, a não ser que seu monitor esteja descalibrado, a tal ponto, de
13
Compreendem as cores utilizadas nas publicações e websites na internet (RGB e Hexadecimal).
12
modificar os tons de verde presente no logotipo. Isso vale diretamente para a escala
hexadecimal, utilizada geralmente nos códigos de websites na internet.
Todos esses detalhes técnicos precisam ser observados na elaboração de um logotipo, já
que, a menor falha possível pode prejudicar de forma permanente a marca no mercado,
causando um transtorno muito grande para o designer, que terá que redesenhar todo o projeto.
3.3 CONSTRUÇÃO DO GRID
As linhas de construção são a fase inicial para a elaboração e fundamentação técnica de
qualquer projeto feito pelo homem. Partindo desse pressuposto, para Samara (2007) o grid
tipográfico se constitui um princípio organizador no design gráfico cuja a influência está
arraigada na prática diária e para alguns designers gráficos, ele é parte incontestável do
processo de trabalho, oferecendo precisão, ordem e clareza.
O grid é a base sobre a qual um design é construído. Ele permite que o designer
organize de modo eficiente diversos elementos em uma página. Em essência, é o
esqueleto de um trabalho. Grids adicionam a ordem e estrutura aos designs, sejam
eles simples, ou com grande quantidade de informação, como os encontrados em
sites de jornais. (AMBROSE, GAVIN; HARRIS, PAUL, 2009, p.6)
Levando em consideração a estrutura modular de um grid, percebemos que o logotipo do
IESAM não utilizou a técnica estrutural para a execução do projeto, entretanto, foi aplicado
uma malha ou sistema de grelha na marca para observarmos as lacunas espaciais presentes na
construção. Conforme a figura 5 abaixo.
Figura 5: Sistema de grelha modular.
Fonte: Alvaro Triano, 2015.
13
Um grid modular no embasamento de Ambrose e Harris (2009) é composto de módulos,
ou seja, caixas ou unidades discretas dentro de um sistema de grid usadas para conter e
agrupar determinados elementos de texto e imagem. Partindo dessa interpretação do sistema
podemos avaliar o nosso objeto de estudo presente na figura 5 e descrito abaixo.
O logotipo foi aplicado em uma proporção de 2/2, onde cada quadrado da grelha equivale
a 2 cm de largura por 2 cm de altura, totalizando 12 na horizontal e 7 na vertical. O propósito
dessa aplicação técnica foi demonstrar a estrutura irregular do logotipo, porquanto o mesmo
não obedece uma ordem de proporções em sua malha. Podemos observar diversos
espaçamentos não calculados entre os 3 tipos de tipografia, não existe um padrão matemático
nessas divisões, o que predispõe um mau uso de sua aplicação em qualquer escala ou
proporção.
Qualquer pessoa poderia utilizar a marca de acordo com suas necessidades de espaço,
porque, não existe uma especificação de Área de Respiro14
entre as letras e muito menos entre
outras marcas quando se aplica em conjunto. Daí a importância da elaboração de um Manual
de Identidade Visual15
que determine o grid do logotipo, pois através dele podemos ter uma
reprodução exata dos elementos que compõe o layout da marca.
Como diz Samara (2007, p.9):
O grid tipográfico – postulado fundamental do chamado “Estilo Internacional” – é
um sistema de planejamento ortogonal que divide a informação em partes
manuseáveis. O pressuposto desse sistema é que as relações de escala e distribuição
entre os elementos informativos – imagens ou palavras – ajudam o observador a
entender o seu significado.
Itens parecidos são distribuídos de maneiras parecidas para que suas semelhanças
ganhem destaque e possam ser identificadas. O grid converte os elementos sob seu
controle num campo neutro de regularidade que facilita acessá-los – o observador
sabe onde localizar a informação procurada porque os pontos onde se cruzam as
divisões horizontais e verticais funcionam como sinalizadores daquela informação.
O sistema ajuda o observador a entender seu uso. Em certo sentido o grid é como
um fichário visual.
Considerando o ponto de vista de Samara (2007) a principal função de um sistema de
grelha é justamente a facilidade visual de organização que o grid oferece para o projeto, seja
ele impresso ou digital. Torna-se o elemento fundamental da estrutura espacial, facilitando e
sinalizando para o observador a localização exata dos elementos que compõem o logotipo em
sua totalidade.
14
Espaço em branco ou estrutural presente em um layout ou diagramação.
15
Conjunto de elementos institucionais e as regras que irão reger sua aplicação a todos os itens do projeto do
logotipo.
14
3.4 APLICABILIDADE
Devido a falta de vários elementos no processo construtivo do logotipo da instituição em
análise, inclusive, do Manual de Identidade Visual, torna-se quase inviável dizer que o mesmo
será aplicado de forma correta nos mais diversos meios de comunicação. Todavia, podemos
estabelecer, embasado nas peças publicitárias que a instituição utilizava, que a marca
apresenta, apenas, uma orientação espacial em sua aplicação, ou seja, o logotipo se apresenta
na forma vertical, conforme descrito na figura 6 abaixo.
Figura 6: Aplicação do logotipo.
.
Fonte: Alvaro Triano, 2015.
A orientação da marca é importante dentro do processo de aplicação da identidade visual,
visto que, é ela quem determina a noção de espaço dentro de um layout gráfico. Nesse sentido
se faz importante observar a área de proteção despendida pelo logotipo na vertical, que é bem
menor que uma aplicação incorreta na horizontal.
Como diz Strunck (2012, p.134-135):
15
Quando se projeta uma identidade visual, é aconselhável estabelecer uma área
mínima de proteção em torno do logotipo e do símbolo. O objetivo dessa área é
maximizar o impacto da identidade, evitando que outros elementos interfiram em
sua visualização.
Essa área de exclusão deve ser observada em relação a quaisquer elementos, outras
marcas, textos, desenhos, etc. As dimensões que delimitam a área de proteção
normalmente são relacionadas a uma dimensão qualquer, do logotipo ou do símbolo,
que possa ser facilmente identificada.
A área de proteção serve também para limitar um espaço de cor ideal para a
visibilidade da assinatura visual, quando esta tiver que ser aplicada sobre fundos
cujas cores não permitam sua boa leitura.
Digamos que aplicar a marca do IESAM em sua orientação vertical é a melhor forma de
leitura, porque ela foi projetada nesse sentido, não dando margem para uma orientação
horizontal que tornaria o logotipo algo confuso e incoerente visualmente.
4 A MARCA NO CONTEXTO DO MARKETING E PUBLICIDADE
Nas palavras de Strunck (2012, p.24), podemos definir marca como:
Um nome, normalmente representado por um desenho (logotipo e/ou símbolo), que,
com o tempo, devido as experiências reais ou virtuais, objetivas ou subjetivas que
vamos relacionando a ela, passa a ter um valor específico.
Quando nos referimos a marcas, quase sempre nos lembramos de empresas, seus
produtos ou serviços, mas são igualmente importantes para designar religiões,
partidos políticos, instituições, clubes esportivos e até pessoas (Pelé, Xuxa, etc),
além de uma infinidade de outras atividades humanas.
Para Martins (2006, p.8):
Podemos dizer que é a união de atributos tangíveis e intangíveis, simbolizados num
logotipo, gerenciados de forma adequada e que criam influência e geram valor.
Trata-se de um sistema integrado que promete e entrega soluções desejadas pelas
pessoas.
Toda marca para se situar no mercado, necessita de um posicionamento, que para Martins
(2006) representa os recursos materiais e imateriais que serão utilizados como subsídios de
conquista de espaço na mente do consumidor. Posicionamento é tudo aquilo que o público
pensa sobre determinada marca, produto ou serviço.
Levando em consideração os autores citados acima, podemos dizer que o posicionamento
da marca da instituição IESAM, apresenta-se ao mercado através da roupagem tecnológica e
regional, seu foco como uma instituição de ensino é repassar o conhecimento nas áreas de
Gestão de Recursos Naturais e Tecnologia da Informação, formando profissionais de acordo
16
com as exigências do mercado de trabalho, capacitando e alinhando para contribuir no
desenvolvimento e uso de tecnologias e na preservação do meio ambiente.
A tecnologia e a Amazônia sempre foi o carro-chefe da instituição, por isso a
configuração do logotipo com uma tipologia futurística e cor peculiar para agregar esse valor
a imagem do instituto, que passou a vender esse conceito durante esses 15 anos de existência.
Todos os materiais publicitários da instituição estavam agregados com a identidade visual
e sempre buscavam representar esses conceitos de forma evidente em suas mensagens, como
uma estratégia de marketing para fortalecer a marca, veja figura 7. Nesse sentido, foi
importante essa integração visual para dar credibilidade e continuidade ao projeto gráfico
elaborado.
Figura 7: Anúncios publicitários antigos.
Fonte: IESAM, 2015.
Segundo Strunck (2012) o gerenciamento das marcas é uma das principais tarefas dos
profissionais que trabalham com marketing, assim como é a dos designers representá-las
visualmente, e dos publicitários explicitar seus valores e vendê-las. Partindo desse princípio
17
universal, podemos relacionar o conceito de Branding como uma poderosa ferramenta de
gestão das marcas.
Definimos branding como sendo:
O conjunto de ações ligadas à administração das marcas. São ações que, tomadas
com conhecimento e competência, levam as marcas além da natureza econômica,
passando a fazer parte da cultura, e influenciar a vida das pessoas. Ações com a
capacidade de simplificar e enriquecer nossas vidas num mundo cada vez mais
confuso e complexo. (MARTINS, JOSÉ ROBERTO, 2006, p.8)
Toda essa integração conceitual passou a fazer parte do IESAM, a partir do momento que
sua identidade visual foi posicionada no mercado, mesmo com a ausência do branding,
criando uma marca conhecida e alinhada as ciências tecnológicas e ambientais que prega.
Todavia, o inicio do ano de 2014 trouxe um novo patamar mercadológico para a instituição,
que foi adquirida pela Faculdade Estácio de Sá.
Deixando de ser, somente, IESAM a instituição adotou a assinatura “Estácio IESAM”,
como mostra a figura 8, e passou a utilizar uma nova identidade visual, representada pelo
diamante da Estácio, sua família tipografia e sua cor, predominantemente, azul. Adequando-
se, de forma brusca, a um novo posicionamento estratégico.
Figura 8: Nova assinatura.
Fonte: IESAM, 2015.
As novas peças publicitárias e o reposicionamento da marca ainda estão sendo definidos
pela instituição que detém o IESAM, mas já é possível ver a utilização da marca em conjunto
com a Estácio na figura 9, é possível verificar a aplicação no modo monocromático (Negativo
e Positivo) do logotipo, visto que, a tendência é utilizar bastante o azul no fundo como cor
institucional dessa nova gestão.
18
Figura 9: Anúncios publicitários atuais.
Fonte: IESAM, 2015.
Provavelmente, o novo posicionamento de marketing da Estácio IESAM, será abranger
os cursos da instituição fora do eixo gestão e tecnologia, ampliando dessa forma o target16
.
Essa é uma das estratégias que as empresas tem realizado ultimamente para evitar o declínio
nesse mercado competitivo. O reposicionamento de marca, então, torna-se a solução mais
coerente e viável para a nova gestão em vigor.
16
É uma expressão usada no marketing para designar o público-alvo de um produto ou serviço.
19
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise da antiga identidade visual do IESAM, baseou-se em um estudo de caso para
exemplificar a importância do design gráfico dentro da construção de marca. Notou-se com a
elaboração deste artigo, que a ausência de um Manual de Identidade Visual ou Manual de
Marca foi o critério determinante para alguns erros presentes no projeto.
Olhando pela ótica do design, se constitui fora dos padrões para qualquer empresa ou
instituição, elaborar todo um plano de negócio sem a consolidação de seu projeto gráfico.
Todo o produto em escala industrial não sai da fábrica para o consumidor sem o seu manual,
isso é totalmente válido para o design e suas vertentes. Todo o produto proveniente de um
designer, precisa de sua especificação técnica e seu modo de uso, facilitando assim sua
execução e reprodução por outras pessoas que desconhecem as artes gráficas.
Erros primários poderiam ter sido evitados se a instituição priorizasse a construção de sua
identidade visual desde o inicio, visto que, a partir da criação do logotipo, se tem o
desdobramento de todas as peças visuais. O processo de pensar o design e aplicá-lo em todas
as etapas produtivas de um negócio, favorece o crescimento do projeto no âmbito global,
reduzindo as possíveis margens de erro.
Como nosso objeto de estudo não passou por uma construção sensata em termos gráficos
e administrativos, foi possível perceber que toda a gestão envolvida na marca não foi
executada de forma a perdurar no mercado. Se a marca aplicasse o branding em seu
desenvolvimento, com certeza, não seria esquecida ou excluída por uma necessidade de
mercado, proveniente de uma transação financeira. Talvez nem fosse necessário toda uma
estratégia mercadológica de reposicionamento, porquanto estaríamos tratando de uma marca
com uma imagem melhor estabelecida.
Diante de todos esses argumentos apresentados, fica certo que a nova detentora da marca
vai abolir a utilização da mesma, passando a assinar todo o seu material publicitário, apenas,
com o logotipo Estácio, sem a utilização da sigla IESAM. Posteriormente, a Instituição de
Ensino Superior da Amazônia (IESAM) será franqueada como Estácio Belém, e essa nova
assinatura passará a ser utilizada no mercado.
20
REFERÊNCIAS
AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Design básico: tipografia. Porto Alegre: Bookman,
2011.
AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Design básico: impressão e acabamento. Porto Alegre:
Bookman, 2009.
AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Design básico: cor. Porto Alegre: Bookman, 2009.
AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Design básico: grids. Porto Alegre: Bookman, 2009.
CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. 3ª. ed. São Paulo: Blucher, 2008.
DEZ ANOS IESAM. Belém, 2010. Disponível em:
<http://www.iesam.com.br/revista_eletronica/Revista_10anos/revista_10_anos.pdf>. Acesso
em: 7 de out. 2015.
FUENTES, Rodolfo. A prática do design gráfico: uma metodologia criativa. São Paulo:
Edições Rosari, 2009.
GORDON, Bob; Maggie. O essencial do design gráfico. São Paulo: Editora Senac São
Paulo, 2012.
GOMES, João Filho. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. 9ª.ed. São Paulo:
Escrituras Editora, 2009.
HEALEY, Matthew. Design de logotipos + de 300 cases internacionais desconstruídos &
analisados. São Paulo: Rosari, 2012.
MARTINS, José Roberto. Branding: um manual para você criar, avaliar e gerenciar marcas.
3ª.ed. São Paulo: GlobalBrands, 2006.
ROYO, Javier. Fundamentos do design: design digital. 1ª.ed. São Paulo: Edições Rosari,
2008.
STRUNCK, Gilberto. Como criar identidades visuais para marcas de sucesso. 4ª.ed. Rio
de Janeiro: Rio Books, 2012.
21
SAMARA, Timothy. Grid: construção e desconstrução. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
SAMARA, Timothy. Guia de tipografia: manual prático para o uso de tipos no design
gráfico. Porto Alegre: Bookman, 2011.
22

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O design gráfico aplicado na concepção da identidade visual do IESAM: Um estudo da marca e sua aplicabilidade

  • 1.
  • 2. FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DESIGN, COMPUTAÇÃO GRÁFICA E MULTIMÍDIA ALVARO TRIANO DA SILVA O DESIGN GRÁFICO APLICADO NA CONCEPÇÃO DA IDENTIDADE VISUAL DO IESAM: UM ESTUDO DA MARCA E SUA APLICABILIDADE. BELÉM – PA 2015
  • 3. FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DESIGN, COMPUTAÇÃO GRÁFICA E MULTIMÍDIA ALVARO TRIANO DA SILVA O DESIGN GRÁFICO APLICADO NA CONCEPÇÃO DA IDENTIDADE VISUAL DO IESAM: UM ESTUDO DA MARCA E SUA APLICABILIDADE. Artigo apresentado ao Curso de Pós- graduação em Design, Computação Gráfica e Multimídia como requisito de avaliação para obtenção do Grau de Especialista em Design, Computação Gráfica e Multimídia. Orientador: MSc. José Fonteles BELÉM – PA 2015
  • 4. Autorização para Publicação Eletrônica de Trabalhos Acadêmicos Na qualidade de titular dos direitos autorais do trabalho citado, em consonância com a Lei nº 9610/98, autorizo a Faculdade Estácio de Belém a disponibilizar gratuitamente em sua Biblioteca Digital, e por meios eletrônicos, em particular pela Internet, extrair cópia sem ressarcimento dos direitos autorais, o referido documento de minha autoria, para leitura, impressão e/ou download, conforme permissão concedida.
  • 5. 1 O DESIGN GRÁFICO APLICADO NA CONCEPÇÃO DA IDENTIDADE VISUAL DO IESAM: UM ESTUDO DA MARCA E SUA APLICABILIDADE. Alvaro TRIANO da Silva1 José FONTELES2 Pós-graduação em Design, Computação Gráfica e Multimídia. Faculdade Estácio de Belém. Av. Gov. José Malcher, 1148, Nazaré - CEP 66055-260. Belém, PA Endereço Eletrônico: trianokadosh@yahoo.com.br, Jose.fonteles@estacio.br RESUMO – O objetivo deste artigo é fazer uma análise gráfica da antiga identidade visual do IESAM. Realizou-se uma pesquisa documental e bibliográfica do referente objeto de estudo em um período estabelecido. Essa pesquisa foi apurada e analisada dentro dos conceitos do design contemporâneo e conclui-se que a expressividade da marca da instituição caiu em desuso por muitos fatores estabelecidos. Palavras-chave: IESAM. Design Gráfico. Logotipo. Identidade Visual. Marca. THE GRAPHIC DESIGN APPLIED IN THE DESIGN OF THE VISUAL IDENTITY OF IESAM: A STUDY OF THE BRAND AND ITS APPLICABILITY. ABSTRACT - The purpose of this article is to make a graphical analysis of the former branding of IESAM. There was a documentary and bibliographical research concerning object of study in an established period. This research was ascertained and analyzed within the contemporary design concepts and concluded that the expressiveness of the brand of the institution fell into disuse for many established factors. KeyWords: IESAM. Graphic Design. Logo. Visual Identity. Brand. 1 INTRODUÇÃO O design é um termo oriundo da língua inglesa e significa desenho e/ou projeto, segundo Cardoso (2008) o estudo da história do design é um fenômeno recente, com seus primeiros ensaios datado de 1920, porém, só ganhou notoriedade e maturidade acadêmica nos últimos vinte anos. Sua importância trouxe ao mercado, não só, características visuais como agregou valor as marcas, produtos e serviços que utilizam o conceito como um alavancador de vendas em um mercado globalizado. A inovação e funcionalidade estão presentes como um catalisador do profissional, que passou a ser visto, no século XXI, mais como um solucionador de problemas do que um artista nato, como diz Fuentes (2009) design gráfico e arte são atividades humanas totalmente diferentes, que apesar de possuírem um vinculo, não devem ser confundidas. É de praxe que a evolução tecnológica tem contribuído para o avanço do design como uma profissão importante nos aspectos estéticos da sociedade. Hoje vivemos na era do visual, 1 Bacharel em Comunicação Social : Hab. Publicidade e Propaganda, UNAMA 2012. 2 Mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, PUC-SP 2013.
  • 6. 2 um produto não pode ser, apenas, funcional, mas precisa agregar um valor estético para atrair a atenção do consumidor. Pensando nesses fatores, o design evoluiu e se adaptou a outras áreas do conhecimento, como Informática, Marketing e Publicidade para acompanhar as tendências mercadológicas. Mas apesar da novidade do mundo das novas tecnologias na sua configuração, compreensão e uso, há pouca coisa nova. De fato o design sempre esteve ligado à tecnologia de seu tempo, dependendo dela para poder desenvolver sua linguagem e, com isso, ter espaços de comunicação para atuar. Assim, cada vez que surge um novo meio (filho direto de uma determinada tecnologia), aparece um novo espaço de ação e a disciplina do design reformula suas ferramentas físicas e conceituais. (ROYO, JAVIER, 2008, p. 13) O design tem lugar em todos os aspectos da vida diária. Em praticamente todas as formas modernas de comunicação e produção, desde roupas, prédios e bens de consumo até materiais escritos, passando por entretenimento, ambientes internos e externos, o design gráfico ocupa um papel central. É quase impossível não ser bombardeado por mensagens visuais. (GORDON, BOB; MAGGIE, 2012, p. 8) Originou-se, dessa forma, as ramificações da área como: Design Gráfico, Design de Produto, Design Multimídia, Design de Moda, Design de Games, Design de Interface, Design de Web entre outros. O presente artigo tem como foco o design gráfico aplicado na concepção da identidade visual do IESAM, onde usaremos de subsídios o estudo de caso da marca, aliado ao design gráfico, além de conceitos referentes à informática, marketing e publicidade, três grandes áreas correlatas ao desenvolvimento do nicho. Levaremos em consideração o grau de importância do logotipo do IESAM e sua abrangência no cenário das marcas no mercado. O projeto de pesquisa busca fazer um estudo da instituição, levando em consideração a construção e aplicação da marca. O objetivo geral deste trabalho tende a analisar o logotipo da instituição de ensino superior IESAM e sua aplicabilidade em alguns meios utilizados pela IES, passando por um breve histórico da instituição até a concepção da marca. Não faz parte da linha de pesquisa elaborar uma identidade visual compatível com a nova fase da instituição, até porque a mesma já possui uma assinatura conjunta à empresa que comprou o instituto. Cabe a pesquisa destrinchar a estrutura visual do logotipo em um aspecto ergonômico, visual e mercadológico, levando em consideração conceitos técnicos e um referencial teórico do design. No procedimento metodológico será adotada uma pesquisa bibliográfica de caráter exploratória e qualitativa. A coleta de dados será feita de forma documental indireta, explorando no objeto de estudo fontes secundárias para a construção teórica do artigo.
  • 7. 3 2 BREVE HISTÓRICO DO IESAM Há 15 anos nascia o Instituto de Estudos Superiores da Amazônia – IESAM3 , com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento sustentável do Estado do Pará no campo do Ensino Superior. A implementação do Instituto foi idealizada pelos professores João Batista Sena Costa, José Antônio Gomes de Souza Alves, José Carlos Simões Fontes e Mecenas Pantoja Gonçalves. Em seu ano de fundação, meados de 2000, já existia uma grande euforia pela exploração dos recursos naturais da região Amazônica. As oportunidades se mostravam como um desafio a ser superado pela criatividade e responsabilidade com foco em promover o desenvolvimento econômico e social. Fez-se necessário a busca pela mão de obra local especializada. Levando em consideração estes aspectos, o processo de criação do IESAM atentou para uma nova gama de profissões e perfis de profissionais para região. A análise regional levou o Instituto a atuar nas áreas de Gestão de Recursos Naturais e Tecnologia da Informação, que influenciou diretamente na construção de sua missão como Instituto Superior da Amazônia: formar profissionais alinhados com as exigências do mercado de trabalho e capacitados para contribuir no desenvolvimento e uso de tecnologia e na preservação do meio ambiente. O IESAM oferece cursos de graduação e pós-graduação nos diversos segmentos produtivos, promovendo a interação entre academia e empresa, dentro de sua linha de atuação: formar profissionais capazes de integrar conteúdos das ciências naturais, tecnológicas, sociais e humanas para apoiar as necessidades do desenvolvimento sustentável da Amazônia. Em 2014, o Instituto de Estudos Superiores da Amazônia – IESAM foi adquirido pela instituição Estácio de Sá, fato este, que ocasionou toda uma adaptação em seu quadro funcional, processos pedagógicos e identidade visual. 3 <http://www.iesam.com.br/revista_eletronica/Revista_10anos/revista_10_anos.pdf>
  • 8. 4 3 O DESIGN GRÁFICO DO LOGOTIPO DO IESAM: CONSTRUÇÃO E APLICABILIDADE Entendemos como Logotipo o conjunto de elementos gráficos que simbolizam/significam a empresa/produto/serviço. Em um contexto etimológico temos Logo que significa palavra + Typo significando letra ou caracter. Isto é, um Logotipo é quando atribuímos uma identificação à marca/produto/serviço, apenas, pelo Lettering4 . Segundo Healey (2012, p.6): A palavra “logo” é derivada da palavra grega logos, que significa palavra e razão. Portanto, é até um paradoxo que o significado de logo, geralmente aceito em inglês e em outras línguas, seja “um signo pictórico”, normalmente associado a uma marca. Até mesmo uma marca, como a maioria das invenções humanas, é inicialmente comunicada por um nome e, posteriormente, por imagens. Um logotipo funciona verdadeiramente como um signo ou um pictograma, uma marca visual mais ou menos abstrata, referindo-se a uma palavra. O logotipo é o elemento principal da identidade visual de uma marca, pois a partir dele será atribuído toda a filosofia da empresa ou instituição. Conforme Strunck (2012, p.81): Quando um nome ou ideia é sempre representado visualmente sob determinada forma, podemos dizer que ele tem uma identidade visual. Quando as várias embalagens de uma linha de produtos foram programadas visualmente para apresentarem uma consistência em si, esse produto tem uma identidade visual. Quando uma empresa, que presta algum tipo de serviço, apresenta uma mesma imagem em seus impressos, uniformes, veículos, etc., essa empresa tem uma identidade visual, que nesses casos, pode também ser chamada de identidade empresarial ou corporativa. A identidade visual é o conjunto de elementos gráficos que irão formalizar a personalidade visual de um nome, ideia, produto ou serviço. Estes elementos agem mais ou menos como as roupas e as formas de as pessoas se comportarem. Devem informar, substancialmente, à primeira vista. Estabelecer com quem os vê um nível ideal de comunicação. Definido tais conceitos, apresentamos o objeto de nossa pesquisa na figura 2 abaixo: 4 A arte de desenhar letras.
  • 9. 5 Figura 1: Primeiro logo IESAM. Fonte: IESAM, 2015. Figura 2: Logo IESAM. Fonte: IESAM, 2015. A figura 1 representa o primeiro logotipo criado em Corel Draw 4.0 pelo designer gráfico Davi Almeida5 , e utilizado pela instituição. Esse mesmo logotipo, segundo seu criador, foi registrado no ano de 2006. Em sua composição visual, podemos perceber no canto inferior esquerdo da palavra IES, a presença de 3 linhas geométricas em forma de “L”, que faziam alusão ao 3º grau (Nível Superior). Essas linhas foram retiradas ao longo dos anos pela agência Líquida, devido questões de reprodutibilidade gráfica6 . Alinhado a direita está a nomenclatura “Instituto de Estudos Superiores da Amazônia”, fazendo referência a palavra IESAM. 5 Especialista em Design Gráfico pelo IESAM. 6 Técnica de reprodução do material em diversos meios, levando em consideração a sua redução ou ampliação.
  • 10. 6 O logo também apresenta a imagem retangular de vitórias-régias, buscando sintetizar ou aproximar a instituição da Amazônia. A figura 2 representa a forma ainda utilizada da marca nas mídias digitais, principalmente no site, nota-se que foi abolida a imagem de vitórias- régias do conjunto visual do logotipo. Logo abaixo apresentaremos a descrição de todos os aspectos gráficos da marca. Figura 3: Logo descrito. Fonte: IESAM, 2015. O logotipo na figura 3 é a representação gráfica que foi utilizada, durante muito tempo, pelo IESAM em diversas mídias, o mesmo se constitui em 3 partes textuais (Tipografia): Sigla (IESAM), Nomenclatura (Instituto de Estudos Superiores da Amazônia) e Slogan (Excelência em Meio Ambiente e Tecnologia). 3.1 CONSTRUÇÃO DA TIPOGRAFIA O estudo da grafia vem desde os primórdios da escrita, sendo que foram os gregos que nos legaram o alfabeto como o conhecemos na atualidade e cuja a disseminação foi efetuada pelos romanos mediante a expansão do seu império. Dessa época, o desenho e o formato das letras sofreu diversas alterações, ainda assim, a essência dos símbolos e a sua forma de utilização se manteve. Logo, a tipografia é a combinação de duas palavras no grego typos “forma” e graphein “grafia”, que significam a escrita da forma. Denominamos tipos o conjunto formado pelas letras do alfabeto, numerais, sinais diacríticos7 e de pontuação. Segundo Ambrose e Harris (2011, p.6): 7 Sinal gráfico que se coloca sobre, sob ou através de uma letra para alterar a sua fonética, isto é, o seu som, ou para marcar qualquer outra característica linguística.
  • 11. 7 A tipografia é o meio pelo qual é dada uma forma visual para uma ideia escrita. Devido ao volume e à variedade de fontes disponíveis, a seleção dos componentes desta forma visual pode afetar drasticamente a leiturabilidade da ideia e os sentimentos do leitor em relação a ela. A tipografia é um dos elementos que mais influencia o caráter e a qualidade emocional de um projeto. Ela pode produzir um efeito neutro ou despertar paixões, simbolizar movimentos artísticos, políticos ou filosóficos, ou ainda expressar a personalidade de um indivíduo ou organização. Fontes e tipos são duas coisas distintas que para muitos são tomados como sinônimos, na maioria das vezes não existe mal nenhum nessa confusão semântica, porque, tal substituição é praticamente universal. Um tipo é um conjunto de caracteres, letras, números, símbolos, pontuação (e assim por diante) que tem um design comum e distinto. Uma fonte é o meio físico utilizado para criar o tipo, seja ele código de computador, fotolito, metal ou gravação em madeira. (AMBROSE, GAVIN; HARRIS, PAUL, 2011, p.17) A Sigla IESAM foi desenvolvida pelo auxílio tipográfico da fonte STOPD regular, uma fonte grátis que pode ser adquirida pela internet. A sua composição visual remete a tecnologia, porquanto se trata de uma fonte futurista, classificada como Sans Serif (Sem Serifa8 ), a mesma possui os principais sinais diacríticos e caracteres alfanuméricos de A a Z e 0 a 9 , somente na forma de Caixa-Alta, ou seja, maiúsculas, o que pode ser um ponto negativo no quesito de legibilidade da fonte. STOPD possui uma falha em seu Kerning9 , o que demonstra um certo afastamento de alguns pares de letras como o S e A. A figura 3 nos mostra ainda a hierarquia visual imposta pelas três tipografias que fazem parte da composição visual da marca. Em um primeiro plano de visão temos a sigla IESAM, cuja as letras IES foram separadas em um retângulo verde, gerando um efeito de vazado como conhecemos nas artes gráficas, e conforme Ambrose e Harris (2009) é quando se utiliza o branco (ou a cor) da página ou suporte para que a cor impressa torne-se a cor de fundo ou de base. Acredito que essa interação tenha sido proposital para separar a sigla maior em duas siglas menores como IES e AM que remetem, respectivamente, a Instituto de Estudos Superiores e Amazônia, além de que, podemos perceber que houve uma alteração na letra I que passou a ter um símbolo de capelo no lugar do tradicional pingo. Essa modificação na estrutura tipográfica foi pensada com o intuito de transferir o conceito de nível superior, dado 8 Pequeno traço no final de um traço principal vertical ou horizontal. 9 Ou compensação diz respeito ao espaço entre duas letras.
  • 12. 8 que o chapéu é usado nas solenidades de formatura, agregando assim um valor tangível para o logotipo. A sigla IESAM possui um forte apelo visual, devido todo esse conjunto de significados presentes na estrutura semiótica do logo. Não é só a palavra escrita, mas uma série de modificações no contexto da leitura visual. Podemos descrever esse processo como uma das Leis da Gestalt10 conhecida como Segregação. Para Gomes (2009, p.30) a segregação se apresenta como: A capacidade perceptiva de separar, identificar, evidenciar, notar ou destacar unidades, em um todo compositivo ou em partes deste todo, dentro de relações formais, dimensionais de posicionamento. Naturalmente, pode-se separar uma ou mais unidades, dependendo da desigualdade dos estímulos produzidos pelo campo visual – em função das forças de um ou mais tipos de contrastes. A segregação de elementos visuais pode ser feita por diversos meios: pontos, linhas planos, volumes, cores, sombras, brilhos, texturas, relevos e outros. Para efeito de leitura visual, pode-se também estabelecer níveis de segregação. Por exemplo, identificando-se apenas as unidades principais de um todo mais complexo, desde que seja suficiente para o objetivo desejado de analise e interpretação visual da forma do objeto. A segunda tipografia na ordem de pesos visuais é composta pela fonte FUTURA MD BT bold, uma fonte moderna, alfanumérica, sem serifa e com os principais sinais diacríticos. A escolha da Futura é acertada para o contexto da marca por se tratar de uma família tipográfica legível e de grande leiturabilidade, no entanto, nota-se na composição do logotipo que a referida fonte sofreu uma alteração brusca de achatamento e esticamento, prejudicando a sua anatomia e tornando a construção da marca passível de erros de reprodução. Como diz Samara (2011) que mudanças na largura das letras pode alterar a cadência ou o andamento de uma composição textual, quebrando todo uma estrutura lógica desenvolvida para facilitar a leitura e decodificação da mensagem verbal. Esse foi um erro gravíssimo, levando em consideração toda a estética conceitual do design gráfico no desenvolvimento de logotipos. A futura possui uma vasta família de tipos e não havia necessidade de distorcer a fonte manualmente, visto que, essa grande variedade pode ser adquirida pela internet. Em contra partida, o contraponto que a FUTURA MD BT faz com a fonte STOPD é bem relevante para a direção de arte no que diz respeito a hierarquia visual do projeto, uma vez que temos o balanceamento de uma fonte mais 10 Escola de psicologia experimental que estuda a forma ou figura na formação de imagens, levando em consideração o equilíbrio, clareza e harmonia visual.
  • 13. 9 encorpada para uma menos encorpada, causando um efeito visual interessante para a composição. Já a assinatura “Excelência em meio ambiente e tecnologia” é composta pela tipografia DEARJOE, uma fonte script ou cursiva, que comparamos como uma escrita manual assimilada pelo computador, ela tem características alfanuméricas e possui alguns sinais diacríticos. A fonte é a terceira na ordem de hierarquia visual do projeto e se constitui como Slogan11 da marca. As características primordiais de uma tipografia cursiva é adicionar uma qualidade decorativa aos materiais digitais, dando um toque de elegância e sofisticação, uma vez que possuem aparência de manuscrito reproduzido com pena caligráfica ou pincel, além de refletir a casualidade em certos momentos. Esse tipo de tipografia é relevante ao conjunto visual do projeto, já que, quebra a monotonia da identidade visual ao assimilar a escrita e se diferenciar das demais fontes, no entanto, extrapola a quantidade ideal de fontes para a construção de um logotipo, o correto seria trabalhar com um lettering ou mesmo uma família tipográfica, variando seus pesos em todas as aplicações do projeto. 3.2 CONSTRUÇÃO DA COR A cor se constitui um elemento importante dentro do processo de design, se a tipografia é um dos elementos que mais influencia o caráter e a qualidade emocional de um projeto, a cor é a forma mais imediata de comunicação não verbal, é a forma visual mais impactante aos olhos dentro do contexto mercadológico, peça fundamental para a publicidade e marketing em geral. Na concepção de Ambrose e Harris (2009, p.6): A cor é usada para representar pensamentos e emoções de uma forma que nenhum outro elemento do design consegue, e pode chamar a atenção de modo instantâneo no papel, na tela ou na prateleira do supermercado. Assim, a cor é um aspecto importante do design contemporâneo. Os mesmo autores continuam o discurso, enfatizando ainda mais a importância da cor no design gráfico. A cor é um dos primeiros elementos que registramos quando vemos algo pela primeira vez. Nosso condicionamento e desenvolvimento cultural nos levam a realizar associações baseadas nas cores, que nos indicam como devemos reagir a objetos e designs coloridos. As cores imprimem significado, e nossa interpretação 11 Frase de efeito ou de fácil memorização que representa as características de uma marca, produto ou serviço.
  • 14. 10 do mesmo dependerá de fatores como bagagem cultural, tendências, idade e preferências individuais. A cor é um dos elementos mais importantes do design gráfico, uma ferramenta que pode ser usada para chamar a atenção, direcionar e guiar o leitor e informá-lo sobre o tipo de reação que deve ter em relação às informações expostas. (AMBROSE, GAVIN; HARRIS, PAUL, 2009, p.11) As cores utilizadas no logotipo da instituição em análise não foram muitas. Utilizou-se, apenas, uma variação de verde na quadricomia12 do CMYK, quando falamos de cor para impressão. Esse aspecto pode ser melhor observado na figura 4 abaixo, que abrange os outros sistemas cromáticos em questão. Figura 4: Sistemas cromáticos. Fonte: IESAM, 2015. 12 Processo gráfico que utiliza 4 tintas de impressão: Cyan, Magenta, Yellow e Black (Key).
  • 15. 11 A construção cromática da marca IESAM foi feita pensando em uma relação direta com a palavra Amazônia que no imaginário popular está, intrinsecamente, ligada a cor verde que representa a mata brasileira. Cor esta presente também na bandeira nacional. Os dois sistemas de cores mais utilizados para a produção gráfica e digital são o CMYK e RGB, respectivamente. São dois sistemas de extrema importância para os designers, que através deles podem reproduzir diversas combinações de cores em seus projetos. Para Ambrose e Harris (2009, p.29): Estão disponíveis diversas estruturas e sistemas cromáticos com os quais os designers podem trabalhar. A seleção de um sistema cromático específico quase sempre depende de como o design final será produzido e/ou apresentado, pois sistemas diferentes possuem limitações e opções distintas. É importante reconhecer e entender que o design final precisa incorporar o sistema cromático adequado. Os dois sistemas cromáticos mais conhecidos e usados são RGB (vermelho, verde e azul) e CMYK (ciano, magenta, amarelo e preto). O RGB em geral é utilizado para publicações digitais e designs iniciais, enquanto o CMYK é usado para publicações impressas. Conhecer os limites de cada sistema permite que o designer tenha certeza de que seu trabalho será reproduzido com precisão e exatamente como pretendia. Analisando a marca da instituição, podemos perceber que o verde utilizado no projeto do logotipo recebe diretamente a mistura de outras cores na composição de sua escala, portanto, não é um verde puro composto de 100% Ciano e 100% Amarelo, como podemos observar na figura 4. Isso acarreta dizer que pode haver variações tonais quando se trata do processo de impressão (CMYK), pois dependendo da localização e evolução tecnológica de um prestador de serviços gráficos, vamos ter diversos tons desse mesmo verde em uma determinada reprodução. Isso ocorre pela diversidade de máquinas utilizadas nas gráficas, algumas já utilizam um sistema de gerenciamento de cores digital, o que garante maior fidelidade nas cores impressas, outras ainda utilizam máquinas analógicas que podem prejudicar a reprodutibilidade da cor original. A escala monocromática é bem mais simples de reproduzir devido trabalhar, apenas, com o preto puro, ou seja, 100% preto, favorecendo sua impressão em qualquer material. Geralmente o branco vazado (Negativo) não será reproduzido por tinta, mas sim pelo fundo do papel em que será impresso a marca. No que tange as cores para web13 , podemos dizer que essas misturas tonais não vão interferir na reprodução da cor, a não ser que seu monitor esteja descalibrado, a tal ponto, de 13 Compreendem as cores utilizadas nas publicações e websites na internet (RGB e Hexadecimal).
  • 16. 12 modificar os tons de verde presente no logotipo. Isso vale diretamente para a escala hexadecimal, utilizada geralmente nos códigos de websites na internet. Todos esses detalhes técnicos precisam ser observados na elaboração de um logotipo, já que, a menor falha possível pode prejudicar de forma permanente a marca no mercado, causando um transtorno muito grande para o designer, que terá que redesenhar todo o projeto. 3.3 CONSTRUÇÃO DO GRID As linhas de construção são a fase inicial para a elaboração e fundamentação técnica de qualquer projeto feito pelo homem. Partindo desse pressuposto, para Samara (2007) o grid tipográfico se constitui um princípio organizador no design gráfico cuja a influência está arraigada na prática diária e para alguns designers gráficos, ele é parte incontestável do processo de trabalho, oferecendo precisão, ordem e clareza. O grid é a base sobre a qual um design é construído. Ele permite que o designer organize de modo eficiente diversos elementos em uma página. Em essência, é o esqueleto de um trabalho. Grids adicionam a ordem e estrutura aos designs, sejam eles simples, ou com grande quantidade de informação, como os encontrados em sites de jornais. (AMBROSE, GAVIN; HARRIS, PAUL, 2009, p.6) Levando em consideração a estrutura modular de um grid, percebemos que o logotipo do IESAM não utilizou a técnica estrutural para a execução do projeto, entretanto, foi aplicado uma malha ou sistema de grelha na marca para observarmos as lacunas espaciais presentes na construção. Conforme a figura 5 abaixo. Figura 5: Sistema de grelha modular. Fonte: Alvaro Triano, 2015.
  • 17. 13 Um grid modular no embasamento de Ambrose e Harris (2009) é composto de módulos, ou seja, caixas ou unidades discretas dentro de um sistema de grid usadas para conter e agrupar determinados elementos de texto e imagem. Partindo dessa interpretação do sistema podemos avaliar o nosso objeto de estudo presente na figura 5 e descrito abaixo. O logotipo foi aplicado em uma proporção de 2/2, onde cada quadrado da grelha equivale a 2 cm de largura por 2 cm de altura, totalizando 12 na horizontal e 7 na vertical. O propósito dessa aplicação técnica foi demonstrar a estrutura irregular do logotipo, porquanto o mesmo não obedece uma ordem de proporções em sua malha. Podemos observar diversos espaçamentos não calculados entre os 3 tipos de tipografia, não existe um padrão matemático nessas divisões, o que predispõe um mau uso de sua aplicação em qualquer escala ou proporção. Qualquer pessoa poderia utilizar a marca de acordo com suas necessidades de espaço, porque, não existe uma especificação de Área de Respiro14 entre as letras e muito menos entre outras marcas quando se aplica em conjunto. Daí a importância da elaboração de um Manual de Identidade Visual15 que determine o grid do logotipo, pois através dele podemos ter uma reprodução exata dos elementos que compõe o layout da marca. Como diz Samara (2007, p.9): O grid tipográfico – postulado fundamental do chamado “Estilo Internacional” – é um sistema de planejamento ortogonal que divide a informação em partes manuseáveis. O pressuposto desse sistema é que as relações de escala e distribuição entre os elementos informativos – imagens ou palavras – ajudam o observador a entender o seu significado. Itens parecidos são distribuídos de maneiras parecidas para que suas semelhanças ganhem destaque e possam ser identificadas. O grid converte os elementos sob seu controle num campo neutro de regularidade que facilita acessá-los – o observador sabe onde localizar a informação procurada porque os pontos onde se cruzam as divisões horizontais e verticais funcionam como sinalizadores daquela informação. O sistema ajuda o observador a entender seu uso. Em certo sentido o grid é como um fichário visual. Considerando o ponto de vista de Samara (2007) a principal função de um sistema de grelha é justamente a facilidade visual de organização que o grid oferece para o projeto, seja ele impresso ou digital. Torna-se o elemento fundamental da estrutura espacial, facilitando e sinalizando para o observador a localização exata dos elementos que compõem o logotipo em sua totalidade. 14 Espaço em branco ou estrutural presente em um layout ou diagramação. 15 Conjunto de elementos institucionais e as regras que irão reger sua aplicação a todos os itens do projeto do logotipo.
  • 18. 14 3.4 APLICABILIDADE Devido a falta de vários elementos no processo construtivo do logotipo da instituição em análise, inclusive, do Manual de Identidade Visual, torna-se quase inviável dizer que o mesmo será aplicado de forma correta nos mais diversos meios de comunicação. Todavia, podemos estabelecer, embasado nas peças publicitárias que a instituição utilizava, que a marca apresenta, apenas, uma orientação espacial em sua aplicação, ou seja, o logotipo se apresenta na forma vertical, conforme descrito na figura 6 abaixo. Figura 6: Aplicação do logotipo. . Fonte: Alvaro Triano, 2015. A orientação da marca é importante dentro do processo de aplicação da identidade visual, visto que, é ela quem determina a noção de espaço dentro de um layout gráfico. Nesse sentido se faz importante observar a área de proteção despendida pelo logotipo na vertical, que é bem menor que uma aplicação incorreta na horizontal. Como diz Strunck (2012, p.134-135):
  • 19. 15 Quando se projeta uma identidade visual, é aconselhável estabelecer uma área mínima de proteção em torno do logotipo e do símbolo. O objetivo dessa área é maximizar o impacto da identidade, evitando que outros elementos interfiram em sua visualização. Essa área de exclusão deve ser observada em relação a quaisquer elementos, outras marcas, textos, desenhos, etc. As dimensões que delimitam a área de proteção normalmente são relacionadas a uma dimensão qualquer, do logotipo ou do símbolo, que possa ser facilmente identificada. A área de proteção serve também para limitar um espaço de cor ideal para a visibilidade da assinatura visual, quando esta tiver que ser aplicada sobre fundos cujas cores não permitam sua boa leitura. Digamos que aplicar a marca do IESAM em sua orientação vertical é a melhor forma de leitura, porque ela foi projetada nesse sentido, não dando margem para uma orientação horizontal que tornaria o logotipo algo confuso e incoerente visualmente. 4 A MARCA NO CONTEXTO DO MARKETING E PUBLICIDADE Nas palavras de Strunck (2012, p.24), podemos definir marca como: Um nome, normalmente representado por um desenho (logotipo e/ou símbolo), que, com o tempo, devido as experiências reais ou virtuais, objetivas ou subjetivas que vamos relacionando a ela, passa a ter um valor específico. Quando nos referimos a marcas, quase sempre nos lembramos de empresas, seus produtos ou serviços, mas são igualmente importantes para designar religiões, partidos políticos, instituições, clubes esportivos e até pessoas (Pelé, Xuxa, etc), além de uma infinidade de outras atividades humanas. Para Martins (2006, p.8): Podemos dizer que é a união de atributos tangíveis e intangíveis, simbolizados num logotipo, gerenciados de forma adequada e que criam influência e geram valor. Trata-se de um sistema integrado que promete e entrega soluções desejadas pelas pessoas. Toda marca para se situar no mercado, necessita de um posicionamento, que para Martins (2006) representa os recursos materiais e imateriais que serão utilizados como subsídios de conquista de espaço na mente do consumidor. Posicionamento é tudo aquilo que o público pensa sobre determinada marca, produto ou serviço. Levando em consideração os autores citados acima, podemos dizer que o posicionamento da marca da instituição IESAM, apresenta-se ao mercado através da roupagem tecnológica e regional, seu foco como uma instituição de ensino é repassar o conhecimento nas áreas de Gestão de Recursos Naturais e Tecnologia da Informação, formando profissionais de acordo
  • 20. 16 com as exigências do mercado de trabalho, capacitando e alinhando para contribuir no desenvolvimento e uso de tecnologias e na preservação do meio ambiente. A tecnologia e a Amazônia sempre foi o carro-chefe da instituição, por isso a configuração do logotipo com uma tipologia futurística e cor peculiar para agregar esse valor a imagem do instituto, que passou a vender esse conceito durante esses 15 anos de existência. Todos os materiais publicitários da instituição estavam agregados com a identidade visual e sempre buscavam representar esses conceitos de forma evidente em suas mensagens, como uma estratégia de marketing para fortalecer a marca, veja figura 7. Nesse sentido, foi importante essa integração visual para dar credibilidade e continuidade ao projeto gráfico elaborado. Figura 7: Anúncios publicitários antigos. Fonte: IESAM, 2015. Segundo Strunck (2012) o gerenciamento das marcas é uma das principais tarefas dos profissionais que trabalham com marketing, assim como é a dos designers representá-las visualmente, e dos publicitários explicitar seus valores e vendê-las. Partindo desse princípio
  • 21. 17 universal, podemos relacionar o conceito de Branding como uma poderosa ferramenta de gestão das marcas. Definimos branding como sendo: O conjunto de ações ligadas à administração das marcas. São ações que, tomadas com conhecimento e competência, levam as marcas além da natureza econômica, passando a fazer parte da cultura, e influenciar a vida das pessoas. Ações com a capacidade de simplificar e enriquecer nossas vidas num mundo cada vez mais confuso e complexo. (MARTINS, JOSÉ ROBERTO, 2006, p.8) Toda essa integração conceitual passou a fazer parte do IESAM, a partir do momento que sua identidade visual foi posicionada no mercado, mesmo com a ausência do branding, criando uma marca conhecida e alinhada as ciências tecnológicas e ambientais que prega. Todavia, o inicio do ano de 2014 trouxe um novo patamar mercadológico para a instituição, que foi adquirida pela Faculdade Estácio de Sá. Deixando de ser, somente, IESAM a instituição adotou a assinatura “Estácio IESAM”, como mostra a figura 8, e passou a utilizar uma nova identidade visual, representada pelo diamante da Estácio, sua família tipografia e sua cor, predominantemente, azul. Adequando- se, de forma brusca, a um novo posicionamento estratégico. Figura 8: Nova assinatura. Fonte: IESAM, 2015. As novas peças publicitárias e o reposicionamento da marca ainda estão sendo definidos pela instituição que detém o IESAM, mas já é possível ver a utilização da marca em conjunto com a Estácio na figura 9, é possível verificar a aplicação no modo monocromático (Negativo e Positivo) do logotipo, visto que, a tendência é utilizar bastante o azul no fundo como cor institucional dessa nova gestão.
  • 22. 18 Figura 9: Anúncios publicitários atuais. Fonte: IESAM, 2015. Provavelmente, o novo posicionamento de marketing da Estácio IESAM, será abranger os cursos da instituição fora do eixo gestão e tecnologia, ampliando dessa forma o target16 . Essa é uma das estratégias que as empresas tem realizado ultimamente para evitar o declínio nesse mercado competitivo. O reposicionamento de marca, então, torna-se a solução mais coerente e viável para a nova gestão em vigor. 16 É uma expressão usada no marketing para designar o público-alvo de um produto ou serviço.
  • 23. 19 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise da antiga identidade visual do IESAM, baseou-se em um estudo de caso para exemplificar a importância do design gráfico dentro da construção de marca. Notou-se com a elaboração deste artigo, que a ausência de um Manual de Identidade Visual ou Manual de Marca foi o critério determinante para alguns erros presentes no projeto. Olhando pela ótica do design, se constitui fora dos padrões para qualquer empresa ou instituição, elaborar todo um plano de negócio sem a consolidação de seu projeto gráfico. Todo o produto em escala industrial não sai da fábrica para o consumidor sem o seu manual, isso é totalmente válido para o design e suas vertentes. Todo o produto proveniente de um designer, precisa de sua especificação técnica e seu modo de uso, facilitando assim sua execução e reprodução por outras pessoas que desconhecem as artes gráficas. Erros primários poderiam ter sido evitados se a instituição priorizasse a construção de sua identidade visual desde o inicio, visto que, a partir da criação do logotipo, se tem o desdobramento de todas as peças visuais. O processo de pensar o design e aplicá-lo em todas as etapas produtivas de um negócio, favorece o crescimento do projeto no âmbito global, reduzindo as possíveis margens de erro. Como nosso objeto de estudo não passou por uma construção sensata em termos gráficos e administrativos, foi possível perceber que toda a gestão envolvida na marca não foi executada de forma a perdurar no mercado. Se a marca aplicasse o branding em seu desenvolvimento, com certeza, não seria esquecida ou excluída por uma necessidade de mercado, proveniente de uma transação financeira. Talvez nem fosse necessário toda uma estratégia mercadológica de reposicionamento, porquanto estaríamos tratando de uma marca com uma imagem melhor estabelecida. Diante de todos esses argumentos apresentados, fica certo que a nova detentora da marca vai abolir a utilização da mesma, passando a assinar todo o seu material publicitário, apenas, com o logotipo Estácio, sem a utilização da sigla IESAM. Posteriormente, a Instituição de Ensino Superior da Amazônia (IESAM) será franqueada como Estácio Belém, e essa nova assinatura passará a ser utilizada no mercado.
  • 24. 20 REFERÊNCIAS AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Design básico: tipografia. Porto Alegre: Bookman, 2011. AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Design básico: impressão e acabamento. Porto Alegre: Bookman, 2009. AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Design básico: cor. Porto Alegre: Bookman, 2009. AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Design básico: grids. Porto Alegre: Bookman, 2009. CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. 3ª. ed. São Paulo: Blucher, 2008. DEZ ANOS IESAM. Belém, 2010. Disponível em: <http://www.iesam.com.br/revista_eletronica/Revista_10anos/revista_10_anos.pdf>. Acesso em: 7 de out. 2015. FUENTES, Rodolfo. A prática do design gráfico: uma metodologia criativa. São Paulo: Edições Rosari, 2009. GORDON, Bob; Maggie. O essencial do design gráfico. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2012. GOMES, João Filho. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. 9ª.ed. São Paulo: Escrituras Editora, 2009. HEALEY, Matthew. Design de logotipos + de 300 cases internacionais desconstruídos & analisados. São Paulo: Rosari, 2012. MARTINS, José Roberto. Branding: um manual para você criar, avaliar e gerenciar marcas. 3ª.ed. São Paulo: GlobalBrands, 2006. ROYO, Javier. Fundamentos do design: design digital. 1ª.ed. São Paulo: Edições Rosari, 2008. STRUNCK, Gilberto. Como criar identidades visuais para marcas de sucesso. 4ª.ed. Rio de Janeiro: Rio Books, 2012.
  • 25. 21 SAMARA, Timothy. Grid: construção e desconstrução. São Paulo: Cosac Naify, 2007. SAMARA, Timothy. Guia de tipografia: manual prático para o uso de tipos no design gráfico. Porto Alegre: Bookman, 2011.
  • 26. 22