2. António José de Almeida era um dos mais populares dirigentes do Partido Republicano, que desde muito novo manifestou ideias republicanas.Publicou , quando era aluno de medicina em Coimbra , no jornal académico Ultimatum, um artigo que ficou famoso, intitulado Bragança, o último, que foi considerado insultuoso para o rei D.Carlos. Defendido por Manuel de Arriaga, acabou condenado a três meses de prisão.Depois de terminar o curso, em 1895, foi para Angola e depois estabeleceu-se em São Tomé e Principe, onde exerceu medicina até 1903. Mais tarde foi para França onde estagiou em várias clínicas, regressando no ano seguinte. Montou consultório, primeiro na Rua do Ouro,depois no Largo de Camões, entrando na política activa.
3. Os seus discursos inflamados fizeram dele um orador muito popular nos comícios republicanos. Foi preso por tentativa revolucionária, dias antes do assassinato do rei D. Carlos e do príncipe Luís Filipe. Posto em liberdade, continuou a sua acção demolidora pela palavra e pela pena, sobretudo enquanto director do jornal AlmaNacional. Em 6 de Agosto de 1919 foi eleito Presidente da Republica e exerceu o cargo até 5 de Outubro de 1923, sendo o único presidente que, até 1926, ocupou o cargo até ao fim do mandato.
4. Nestas funções foi ao Brasil em visita oficial, que foi um êxito notável, para participar no centenário da independência da antiga colónia portuguesa. Durante o seu mandato deu-se o levantamento radical que desembocou na Noite sangrenta, de 19 de Outubro de 1921, em que foram assassinados, por opositores republicanos, o chefe do governo da altura, António Granjo, assim como Machado Santos e Carlos de Maia. Nomeou 16 governos durante o seumandato. Os seus amigos e admiradores levantaram-lhe uma estátua em Lisboa, de autoria do escultor Leolpodo deAlmeida e do arquitecto Pardal Monteiro, e coligiram os seus principais artigos e discursos em três volumes, intitulados Quarenta anos de vida literária e política, obra publicada em 1934.
5. António José de Almeida casou com Maria Joana Perdigão Queiroga de Almeida, com quem teve uma filha (Maria Teresa). Maria Teresa teve três filhos. Nenhum dos filhos optou pela carreira política; todos eles seguirão a carreira médica.