SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 105
Baixar para ler offline
O Q U E E ?
DE ONDE VEM?
0 QUE PRETENDE?
Virtual 6oohs
Publicado com a devida autorização e
com todos os direitos reservados por
Editora Betânia S/C
Caixa Postal 5010
31.611-970 Venda Nova, MG
Revisão e estilização: Mima Maria de Alcântara Campos
Primeira edição, 1992
É proibida a reprodução total ou parcial
sem permissão escrita dos editores.
Composto e impresso nas oficinas da
Editora Betânia S/C
Rua Padre Pedro Pinto, 2435
Belo Horizonte (Venda Nova), MG
Capa: Kleber Faria
Printed in Brazil
“Ao Rei consagro o que compus.”
(SI 45.1.)
AGRADECIMENTOS
Ao casal Darque e Janice França, irmãos amados que, es­
tando eu longe de minha terra, me acolheram em seu lar,
onde este trabalho foi desenvolvido.
Ao irmão Ananias Vilela, que sempre apoiou meu ministério.
E aos muitos irmãos que, de uma forma ou de outra, con­
tribuíram para que este livro se tomasse realidade.
De coração, muito obrigado.
Marco André
ÍNDICE
Introdução .......................................................................... 9
Parte I
O Pano de Fundo do Movimento Nova E r a ...... 13
1. Contexto Histórico Secular............................... 13
2. Contexto Histórico Espiritual ........................... 19
Raízes Históricas do ConflitoEspiritual ................ 20
Efeitos do Conflito Espiritual na
História Humana ...................................................... 23
O Futuro do Conflito Espiritual ............................ 25
Parte II
A Ideologia do Movimento NovaE r a ......................... 29
1. Doutrinas da Nova E r a ...........................................30
Deus ............................................................................. 30
O H om em ................................................................... 34
Os Extraterrestres ...................................................... 39
Lúcifer ......................................................................... 48
As E ra s........................................................................50
Jesus Cristo ................................................................ 53
O Avatar ..................................................................... 54
A Natureza ................................................................. 58
Os Bruxos .................................................................. 60
2. Peculiaridades da Nova E ra ....................................65
Os Símbolos .............................................................. 65
Termos Peculiares ..................................................... 68
Parte III
Atuação e Propagação do Movimento Nova Era ...... 71
1. Na Política Mundial .................................................. 72
2. Através da Ciência .................................................... 75
3. Nas Entidades Educacionais................................... 77
4. Na Religião ................................................................. 81
5. Através dos Meios de Comunicação ..................... 83
6. Na M úsica................................................................... 86
A Música da Nova E r a ............................................. 86
Música Secular............................................................ 88
7. Na Medicina Alternativa........................................... 90
8. Na Psicologia ............................................................. 94
Parte IV
A Igreja e o Movimento Nova Era ............................ 97
1. A Ideologia da Nova Era na Igreja....................... 98
O Poder da Mente .................................................... 99
A Regressão TVanspessoal ..................................... 100
Projeção Astral .............. .......................................... 102
2. A Postura da Igreja Frente à Nova E r a ............ 102
Bibliografia...................................................................... 106
10DUÇÃ0
Este nosso mundo não será para sempre como tem
sido até então. São muitos os textos bíblicos que descre­
vem os últimos dias, textos que enumeram os sinais que
caracterizarão o tempo do fim. E verdade que em todos
os momentos críticos por que passou a humanidade
levantaram-se alguns proclamando serem aqueles momen­
tos os tais últimos dias profetizados pela Bíblia. Porém,
a Bíblia deixa claro que é um conjunto de sinais que in­
dicarão tais dias, e não alguns sinais isolados.
Nas primeiras vezes em que ouvi falar sobre Nova Era,
recebi as informações um tanto cético. As pessoas diziam
que Nova Era seria o fim dos tempos. A princípio achei que
fosse apenas uma seita a que davam demasiada importância
aqueles que a combatiam. Alguns fatos atribuídos à Nova
Era, porém, chamaram-me a atenção, mas não o suficiente
para me fazer aprofundar no estudo do assunto. Foi neces­
sário um mover de Deus para que me envolvesse de fato.
Participei então de um congresso da Nova Era. O que
vi e ouvi trouxe-me um peso muito grande ao coração.
Percebi que o movimento já ia muito mais longe do que
10 Nova Era
eu pensava e eram muitas os que estavam sendo enreda­
dos nele. A partir daí procurei envolver-me cada vez mais,
participando de suas reuniões. A medida que assimilava
seus ensinamentos, deparava-me em cada frente do mo­
vimento com o cumprimento de um sinal bíblico para os
últimos dias. Descobri que não se trata de apenas mais
uma seita ou crença, mas um movimento de grande alcance.
A ideologia da Nova Era está presente na política, na
educação, na medicina, nas religiões orientais, na cultura,
etc. Nova Era não é uma seita, pois compõe-se de várias
linhas de pensamentos, bodas com variações dentro de uma
ideologia geral. Por isso é que aqueles que procuram es­
tudar de fora o assunto, incorrem em muitos erros ao ten­
tar explicar o que é Nova Era.
Muitos definem o movimento todo por uma única li­
nha, a que conheceram. Com isso tem havido uma con­
fusão muito grande de informações sobre o que vem a
ser, na verdade, Nova Era.
Nova Era não é um movimento organizado, que tem
uma liderança ou uma frente de trabalho única. TVata-se
de um movimento de incontáveis segmentos, todos base­
ados num mesmo princípio ideológico.
No “pacote” Nova Era encontramos linhas bruxólicas
medievais (como a Ordem dos Magos da Nova Era —
OMNE — por exemplo), o movimento holístico ou new
Vision (que tenta parecer desvinculado dele, mas possui
a mesma base ideológica e trabalha com os mesmos al­
vos), a linha ufológica (geralmente mais fatalista), as prá­
ticas adivinhatórias (através de tarot, búzios, runas, etc.),
a psicologia transpessoal (com práticas de regressão e si­
milares), o movimento ecológico, e tantos outros, todos
profundamente esotéricos e místicos, divergentes em al­
guns pontos doutrinários, mas congruentes em sua ide­
ologia básica.
Neste trabalho não vamos nos ater às variações exis­
tentes nas diversas linhas, mas procurar delinear o tronco
ideológico básico de onde procedem as ramificações desse
movimento. Veremos que todas essas frentes têm tendên­
cias iguais, cada segmento flui para a mesma direção, ape­
sar de divergirem doutrinariamente nos pormenores. Va-
Introdução 11
mos procurar encontrar nesse conjunto tão complexo,
aparentemente destonante, a harmonia que faz da Nova
Era um movimento de proporções gigantescas e de ação
tão eficaz em todas as áreas em que atua.
E exatamente aí que veremos retratado o conjunto de
sinais que a Bíblia descreve para os últimos dias. Tànto
na ideologia quanto na prática, o movimento Nova Era
traduz claramente o cumprimento dos sinais descritos para
os dias finais.
A Nova Era pode ser um desafio para a Igreja, levando-
a a posicionar-se e assumir seu papel de agência do reino
de Deus, frente a uma sociedade convulsionada por uma
filosofia de caráter tão maligno, mas também pode servir
de agravante para a visão fatalista que algumas linhas cristãs
adotam. Embora a interpretação escatológica apresentada
neste trabalho seja pré-tribulacionista, ela não deve ser
encarada como fatalista. Se este modesto trabalho contri­
buir de alguma forma para despertar a Igreja para o fato
de que a nossa omissão frente aos problemas da huma­
nidade toma-nos cúmplices tanto da injustiça social quanto
da perdição espiritual e degradação moral, então sentir-
me-ei compensado no meu esforço.
Por outro lado, se a leitura não desafiar o leitor a as­
sumir a integralidade do cristianismo, terei então fracas­
sado nesse empreendimento que julguei útil ao reino de
Deus.
O autor.
0PANODEFUNDO
D O M W Ii*) M l
Nova Era é um grande quebra-cabeça, com um sem
número de pequenas peças. Toma-se bem mais fácil mon­
tar um quebra-cabeça quando se sabe o ambiente que ele
retrata, a paisagem que nele está expressa. Assim também,
será bem mais fácil compreender o que é o movimento
Nova Era conhecendo-se os bastidores desse movimento:
o que está por trás, quem encabeça o movimento, quais
os seus objetivos, como, onde e porque começou.
Iniciemos nossa busca por identificar o pano de fundo
histórico desse movimento. Reportemo-nos à história es­
piritual da humanidade, pois é o contexto em que se acham
inseridas todas as profecias e o mais significativo de todos
os conflitos: o conflito entre o bem e o mal na disputa
pelo homem.
1. CONTEXTO HISTÓRICO SECULAR
O primeiro fato que nos chama a atenção é que o mo­
vimento não tem data de fundação e nem fundador; não
tem, também, liderança humana a que esteja subordinado
14 Nova Era
ou que lhe trace as diretrizes, embora ele esteja indo exa­
tamente para onde deseja. Enganamo-nos, no entanto, se
pensamos que a Nova Era não possui nenhum tipo de li­
derança. Os verdadeiros líderes, reconhecidos pelos adep­
tos, são seres espirituais, a quem chamam de espíritos,
anjos, extraterrestres. Como, por exemplo, relata um artigo
da revista Ano Zero, falando sobre o banqueiro califomiano
Allan Gold:
“Atualmente ele se dedica a financiar empresas da
Nova Era, e com grande êxito. Tlido começou com uma
revelação de caráter semelhante à mediunidade, ou
channel, segundo denominam os especialistas ameri­
canos. O fenômeno se caracteriza quando um ser de
outra dimensão — espírito, anjo ou extraterrestre —
envia mensagens a um ser humano receptivo”.1
Quanto ao início do movimento também não temos
como precisar uma data. O máximo que podemos fazer
é nos reportar a 1962, quando surgiram os beatniks, que
propunham a tomada de consciência de uma ecologia pla­
netária. Encontramos em seguida os hippies, exaltando
o amor à natureza, a origem, a liberdade sexual, a paz,
e a Nova Era de Aquário, que foi cantada em prosa e verso
no musical Hair. Embora se diga que o movimento hippie
fracassou, vale observar que, a nível espiritual, esse mo­
vimento deixou suas seqüelas. A rejeição aos valores e prin­
cípios cristãos em nossos dias é, de certa forma, resultado
direto do movimento hippie. Essa rejeição foi fundamental
para preparar o caminho do atual movimento Nova Era,
que não obteria tal penetração se a sociedade ocidental
ainda estivesse apegada aos valores e princípios cristãos
como outrora.
Não podemos, porém, ser ingênuos a ponto de pensar
que esses movimentos surgiram de repente, do nada.
Vários indivíduos e grupos trabalharam de maneira di­
reta para a existência do movimento, não só no século
XX, mas em todo o decorrer da História.
Assim foi com o filósofo Aldous Huxley (autor do livro
Admirável Mundo Novo), que influenciou profundamente,
0 Pano de Fundo do Movimento Nova Era 15
já nos anos 40, um grupo internacional de intelectuais,
artistas e cientistas, com suas reflexões de transcendência
e de transformação, pregando a cura por meios paranor-
mais, um desenvolvimento da consciência humana, e um
novo tipo de governo e economia para o mundo.
Importante e expressiva foi também a participação e
influência do jesuíta Pierre Teilhard Chardin. Em 1931,
Chardin escreveu em seu ensaio O Espírito da Tèrra que
“a mente humana vem-se submetendo a sucessivas reor­
ganizações através de toda a história da evolução, até que
atingiu um ponto crucial — a descoberta de sua própria
evolução”. O que, segundo ele, “é a futura e natural his­
tória do mundo” que estaria rumando para um ápice, ao
qual chamou de “Ponto Ômega”. Esse Ponto Ômega, para
ele, deveria ser uma “conspiração mundial” que mudasse
por completo os valores humanos e levasse o homem a
compreender o seu verdadeiro poder da mente. TM cons­
piração seria chamada mais tarde, em 1980, de “Conspi­
ração Aquariana”, por Merilyn Ferguson.
Cari Jung, psicanalista suíço, também deu sua contri­
buição à Nova Era, com seus pensamentos sobre uma di­
mensão transcendente da consciência que, em contexto
mais amplo, introduziu a idéia do inconsciente coletivo.
Essa idéia tem suas raízes no pensamento oriental que
acredita ser o homem parte do todo que é Deus, rejeitando
assim a idéia de um Deus pessoal.
No século XIX, Helena P. Blavatsky preconizava as
idéias que regem o atual movimento Nova Era, através da
Sociedade Teosófica, além de ser uma sagaz perseguidora
dos valores e princípios do cristianismo, conforme ela
mesma declarou:
“A doutrina da expiação é um perigoso dogma em
que os cristãos acreditam e que ensina que, indepen­
dente da enormidade de nossos crimes contra as leis
de Deus e dos homens, temos de apenas acreditar no
auto-sacrifício de Jesus para a salvação da humanidade,
e que seu sangue lavará todas as máculas. Faz vinte
anos que prego contra isso”.2
16 Nova Era
Entre 1835 e 1860, surgiu nos EUA um grupo deno­
minado “TYanscendentalistas”, trabalhando em cima dos
mesmos ideais e propagando as mesmas crenças da Nova
Era. Seu principal precursor foi Ralph Waldo Emerson,
que escreveu a obra Natureza, em 1836, marcando o iní­
cio identificável do movimento transcendentalista. Eles di­
ziam que o homem tinha que alcançar níveis de consci­
ência mais altos através dos variados tipos de idealismo
filosófico, e que tinha de libertar-se dos elementos das Es­
crituras e da tradição cristã. Embora tenham ficado pouco
conhecidos nos meios mais populares, eles influenciaram
“muitas noções românticas a respeito da natureza e des­
tino humanos, que se tornaram parte central da experi­
ência norte-americana nesses últimos cem anos”.3
Outro grupo que surgiu no século passado e que re­
siste firme até hoje, em pleno progresso, é o da Fé Bahá’í.
A Fé Bahá’í surgiu em 1844, no Irã, sendo estabelecida
em 1863 por Bahá’u’lláh, um nobre persa, que transmitiu
seus ensinamentos durante mais de 40 anos. Ela está, hoje,
em todos os países e territórios do mundo, com sua lite­
ratura publicada em mais de 700 idiomas. Sua principal
pregação é a unificação mundial em todos os setores, com
a conseqüente formação de um governo mundial e a as-
cenção de um líder mundial que estabelecerá a plena paz
para a humanidade.
Embora reclamem os maçons que a maçonaria tenha
surgido nos primórdios da humanidade, os registros his­
tóricos parecem datar seu início em meados do século XVII.
Em 1717, foi fundada a Grande Loja de Londres e, logo
em seguida, a organização cresceu rapidamente, abrindo
mais de 1700 lojas, e chegando aos EUA no ano de 1730.4
No século XVIII ela desponta no cenário histórico como
importante representante do pensamento e planos do atual
movimento Nova Era.
E inegável sua influente participação nos movimentos
políticos dos países onde se estabeleceu. Sua atuação no
campo político foi sempre com o objetivo de libertar nações
do jugo de sistemas ditatoriais ou monárquicos. Tfemos o
exemplo da maçonaria participando ativamente na histó­
0 Pano de Fundo do Movimento Nova Era 17
ria da independência do Brasil e, posteriormente, lutando
pela proclamação da República em movimentos como a
Inconfidência Mineira. Essa atuação política se deve ao
fato de o sistema de crenças da maçonaria ter como or­
dem Liberdade-Fratemidade-Igualdade. Acreditam os ma­
çons que o mundo deve possuir um sistema igualitário em
todos os aspectos, o que os faz lutar tanto no campo po­
lítico. O pensamento maçon é panteísta — vê Deus não
como um ser pessoal, mas o identifica como uma energia
da qual tudo faz parte. Também são uma sociedade ocul-
tista de princípios esotéricos, tal qual a visão do movi­
mento Nova Era.
Recuando ainda mais no tempo encontramos os rosa-
cruzes publicando em 1614 um livro intitulado A Reforma
Geral do Mundo, que defende a tendência de busca de
uma nova humanidade, nos mesmos moldes da Nova Era.
Essa organização vem pregando desde aquela época a fra­
ternidade universal, o conhecimento intuitivo, o conheci­
mento além dos cinco sentidos, a consciência cósmica e
uma existência mais plena; todos esses temas são defen­
didos hoje pela Nova Era.
Já entre o período de 1118 e 1307 encontramos a Ordem
dos Cavaleiros Templários, representando o pensamento Nova
Era na História, como descreve a revista Ano Zero:
“De guerreiros passaram a refinados intelectuais,
graças a seus contatos com sábios judeus e muçulma­
nos, com cabalistas e místicos de todas as tendências.
Criaram um sincretismo espiritual com base em mo­
delos de culturas ancestrais, tanto orientais quanto oci­
dentais, mediante a inclusão, em seus rituais, de divin­
dades diversas”.5
Os cavaleiros templários foram uma protomaçonaria,
pois possuíam as mesmas crenças e lutavam pelos mes­
mos ideais abraçados pela maçonaria desde que surgiu.
Ordem riquíssima e de importante influência na história
medieval, os templários possuíam profundas raízes esoté­
ricas, tendo em seu corpo de doutrinas os mesmos prin­
cípios do atual movimento Nova Era.
18 Nova Era
Foram extintos por razões políticas, pois seu poder es­
tava sobrepujando o do rei francês Felipe IV, que devia
uma quantia volumosa à Ordem dos Cavaleiros Templá­
rios. Felipe IV conseguiu armar um complô juntamente
com o Papa Clemente V, que era um fantoche nas mãos
do rei, e condenar os templários por heresia, executando
dois grão-mestres e extinguindo provisoriamente a ordem.
No primeiro milênio da era cristã nasce um movimento
filosófico hoje completamente aceito e respeitado pelos
aquarianos de todas as linhas — o movimento gnóstico.
E provável que os próprios apóstolos tenham tido proble­
mas com os gnósticos, que tentavam distorcer os ensina­
mentos apostólicos e associá-los à filosofia grega e orien­
tal. Foi provavelmente sobre esse movimento que João se
referiu quando disse que o espírito do anticristo já estava
agindo no mundo em sua época (1 Jo 4.3).
Entre as difíceis definições do gnosticismo encontra­
mos a de Hans Jonas, importante expoente contemporâneo
da história das religiões, que deixa bem claro como a gnose
é significativa para a Nova Era.
“O gnosticismo é um fenômeno religioso geral do
mundo helenista e é o produto da fusão entre a cul­
tura grega e a religião oriental.”6
Visto que a ideologia da Nova Era é um sincretismo
de crenças religiosas e pensamentos filosóficos, encontra
importante representação de suas ideologias no movimento
gnóstico, pois ambos são o encontro de várias linhas de
pensamento — reúnem os mesmos elementos filosófico-
religiosos. Ambos são regidos pelo mesmo espírito, como
afirmou João — o espírito do anticristo.
Embora alguns estudiosos afirmem que o movimento
gnóstico é apenas a helenização do cristianismo, uma aná­
lise mais acurada nos leva a concluir que a gnose com­
preende, além de uma distorção do cristianismo, elemen­
tos da cabala judaica; do pensamento oriental, através do
zoroastrismo, que abarca matérias védicas provenientes do
hinduísmo primitivo; da astrologia babilónica; do esoterismo
egípcio; e do pensamento platônico.
0 Pano de Fundo do Movimento Nova Era 19
Esse encontro de pensamentos no movimento gnós-
tico e seu desenvolvimento histórico até o movimento
Nova Era, leva-nos a concluir que os elementos que
compõem o atual pensamento Nova Era datam dos pri­
mórdios do pensamento humano, e se harmonizam com
Platão, Confúcio, Buda, Zoroastro, Lao Tzé, os Vedas,
a Cabala. Na verdade, todas essas correntes de pensa­
mento decorrem do pecado e rebeldia do homem no
Éden; assim, o pano de fundo que estamos procurando
estabelecer ficaria incompleto, sem uma análise do con­
texto histórico espiritual.
2. CONTEXTO HISTÓRICO ESPIRITUAL
Quando compreendemos a existência do mundo espi­
ritual revelado na Bíblia, entendemos que nada na Histó­
ria acontece por acaso. Sabemos que há um mundo es­
piritual atuante, decorrente do conflito entre as forças do
bem e as forças do mal. A humanidade chegou ao estágio
em que está, sofrendo influências de estratégias inteligen­
temente armadas no mundo espiritual. Portanto, para com­
preendermos o momento em que vivemos e sua crucial
importância histórica não podemos nos limitar ao que nos
revela a história secular. Temos de ir além, mas não buscar
essas respostas em conjecturas, opiniões pessoais e elu­
cubrações humanas. Temos de nos fundamentar em fonte
segura, séria e de absoluta veracidade, a fim de não
enveredar-nos pelo caminho daqueles que, alegando pos­
suir “revelações” individuais, cometeram erros notórios e,
não reconhecendo tais erros, deram à luz seitas heréticas
e tornaram-se instrumentos nas mãos do enganador. E a
única fonte de absoluta autoridade sobre o mundo espi­
ritual é a Bíblia.
Passemos então ao histórico espiritual, revelado pela
Bíblia, desde o princípio do conflito entre o bem e o mal,
e de como esse conflito abarcou a história humana, fazendo
da criação o palco dessa dramática guerra e, do homem,
o objeto desse conflito.
20 Nova Era
A Bíblia revela o começo, meio e fim desse conflito,
delineando de maneira magistral o cenário necessário
ao esclarecimento do momento em que vivemos. A his­
tória espiritual da humanidade revela como cada peça
do quebra-cabeça Nova Era encaixa-se perfeitamente, for­
mando o quadro que a Bíblia descreve para os últimos
dias.
Raízes Históricas do Conflito Espiritual
O conflito espiritual que envolveu o homem no É-
den é muito antigo. Visto que esse conflito foi gerado
pelo tentador, devemos nos reportar à história de Sata­
nás, a fim de encontrarmos as raízes históricas desse
conflito.
Em Ezequiel 28.11-19, o profeta recebe uma revela­
ção para levantar uma lamentação sobre um rei — o rei
de Tiro. Porém o texto não se refere a um príncipe hu­
mano, mas sim a um príncipe celestial — um querubim
(v. 14).
O profeta, no resumo que fez da história de Satanás,
revela informações muito importantes sobre o caráter do
tentador e as raízes históricas do conflito espiritual que
envolveu a história humana.
1) Ele foi criado por Deus; é, portanto, criatura e não
criador: “no dia em que fostes criado”. (V. 13b.)
2) Deus o ungiu e lhe deu autoridade, mas com o ob­
jetivo de ele ser um servo: “Tli eras querubim ungido para
proteger, e te estabeleci”. (V. 14a — Rev. e Cor.)
3) Deus o criou perfeito, sábio e formoso: “Perfeito eras
nos teus caminhos” (v. 15a); “cheio de sabedoria e for­
mosura”. (V. 12b.)
4) Deus o colocou em seu jardim, o Éden: “Estavas
no Éden, jardim de Deus”. (V. 13a.)
5) É provável que Deus lhe deu a função de guardador
do seu jardim: “Tb eras querubim ungido para proteger”.
(V. 14a — Rev. e Cor.)
0 Pano de Fundo do Movimento Nova Era 21
6) Pedras preciosas o cobriam e instrumentos musicais
foram preparados para ele, provavelmente para que refle­
tisse a glória de Deus e para que prestasse louvor ao Se­
nhor: “Toda a pedra preciosa era a tua cobertura...: a obra
dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia
em que foste criado foram preparados”. (V. 13 — Rev. e
Cor. Ver também Ezequiel 26.13.)
7) Satanás corrompeu-se porque toda sua glória subiu-
lhe à cabeça: “Elevou-se o teu coração por causa da tua
formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu
resplendor”. (V. 17a.)
8) A sua corrupção levou-o à loucura de querer tomar
o trono de Deus: “Tu dizias no teu coração: Eu subirei
ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono...
Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante
ao Altíssimo”. (Is 14.13a, 14.)
9) Ele instigou uma rebelião (o termo comércio no seu
significado original é “andar por aí”), o que parece sugerir
que ele andou entre os anjos para assegurar a fidelidade
deles ao seu programa de rebelião contra Deus: “Na mul­
tiplicação do teu comércio se encheu o teu interior de vio­
lência”. (V. 16a.)
10) Por causa do seu pecado ele caiu e foi expulso da
congregação de Deus: “Na multiplicação do teu comércio
se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que
te lançarei profanado fora do monte de Deus”. (V. 16. Ver
também Isaías 14.12 e João 3.8.)
11) A sua condenação é eterna, sem possibilidade de
reconciliação: “E nunca mais serás para sempre”. (V. 19b
— Rev. e Cor.)
Alguns estudiosos bíblicos julgam que essa primeira
parte da história de Satanás tenha ocorrido num espaço
de tempo dentro de Gênesis 1.1, quando a Terra sofreu
com a queda de Lúcifer e, por conseqüência, pode ter-se
tornado o caos descrito em Gênesis 1.2, conforme salienta
C. Scofield em seu comentário sobre Isaías 45.18: “Por­
que assim diz o Senhor que criou os céus, o único Deus,
que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não
22 Nova Era
a fez para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou
o Senhor e não há outro”.
“Esta é uma das passagens bíblicas que sugerem a in­
terpretação do Divino Julgamento de Gênesis 1.1,2. Esta
interpretação defende que a terra foi criada perfeita. Após
um indefinido período de tempo, possivelmente em conexão
com o pecado de Satanás e sua rebeldia contra o
Todo-Poderoso, o juízo desencadeou-se sobre a terra e ela
ficou “sem forma e vazia”. Um outro intervalo indefinido
se passou depois que “o Espírito de Deus pairava por so­
bre as águas” (Gn 1.2) numa recriação da terra. Alguns
argumentos deste ponto de vista são:
“1) Apenas a terra, não o universo, ficou “sem forma
e vazia”.
“2) A superfície da terra está marcada pela catástrofe.
“3) A palavra traduzida “era” também poderia ser tra­
duzida para “tornou-se”, como ficou indicado acima —
“tomou-se sem forma e vazia”.
“4) A expressão hebraica para “sem fonna e vazia” (tohu
wabohu) é usada para descrever uma condição produzida
por julgamento divino em apenas mais dois textos, onde
as duas palavras foram usadas em conjunto (Is 34.11; Jr
4.23).
“5) Um julgamento divino assim pré-histórico lançaria
alguma luz sobre a queda de Satanás e o peculiar rela­
cionamento que parece ter com a terra.
“6) Esta interpretação dá lugar para um indeterminado
período de tempo entre a criação original e o julgamento
divino. Adão, criado depois dos acontecimentos de Gêne­
sis 1.1,2, foi o primeiro homem.”7
Assim, apesar de ter sido criado por Deus como um
anjo santo, Lúcifer, com o seu poder de escolher entre
o bem e o mal, escolheu o mal. O pecado irremediável
de seu coração o degenerou e tornou-o um ser comple­
tamente diferente daquele que Deus criou. Porém a sua
personalidade é melhor compreendida ao avaliarmos as
qualidades que tinha em vista do propósito para o qual
fora criado. Com sua queda ele deixou de ser Lúcifer (“Lu­
0 Pano de Fundo do Movimento Nova Era 23
minoso”, “Brilhante” ou “Portador de luz”, conforme Isa-
ías 14.12)* e passou a ser Satanás (“Adversário”). Deixou
de utilizar a sua enorme capacidade para o bem e passou
a utilizá-la, bem como o seu grande poder e sabedoria,
para o mal, em proveito próprio. Uma vez corrompido,
ele passa a ser descrito como mentiroso (Jo 8.44); enga­
nador (2 Co 11.3); ladrão (Jo 10.10); homicida (Jo 8.44;
10.10); armador de ciladas (Ef 6.11); tentador (Mc 1.13);
obstinado em sua maldade (Lc 4.13); deturpador da Pa­
lavra de Deus (Mt 4.6); acusador (Ap 12.10); e todos os
atributos malignos que podem-se acumular num ser (1 Jo
3.8).
Efeitos do Conflito Espiritual na História Humana
Como “adversário” o objetivo de Satanás é colocar-se
contra os propósitos de Deus. Mas, como não pode opor-
se diretamente ao Senhor Deus todo-poderoso, seu alvo
é o objeto do amor de Deus, o homem (Jo 3.16), tentando
fazer dele instrumento de oposição a Deus.
Suas razões, no entanto, em atacar o homem, em de­
sejar destruí-lo não param aí. Notemos que Deus criou
o homem e colocou-o no Éden, dando-lhe a função de
protetor do jardim (Gn 2.15). Imagino que foi grande a
ira de Satanás, acendida por sua inveja e ciúme, ao ver-se
substituído, e a sua glória transferida a outro ser criado.
A partir daí, vemos Satanás tentando penetrar na vida do
homem com o intuito de destruí-lo.
A primeira investida de Satanás contra o homem ob­
teve o resultado desejado. Em Gênesis 3 ele se apresentou
a Eva com sutileza e com muita astúcia, e fez-lhe uma pro­
posta. Como Satanás não podia obrigá-la a pecar, pois o
homem possuía liberdade de opção, lançou mão de uma
proposta — uma proposta atrativa o suficiente para o ho­
*Em seu livro Tèologia Sistemática (Imprensa Batista Regular, pág.
367), Chafer afirma que o vocábulo utilizado para “Lúcifer” significa “lu­
minoso” ou "brilhante”. Támbém o Novo Dicionário da Bíblia (Edições
Vida Nova. Vol. II, pág. 967), diz que em Isaías 14.12 "Lúcifer” aparece
como tradução do vocábulo hêlêl (brilhante), com a observação de que
a Septuaginta traduz por heõsphoros (portador de luz).'lulil
24 Nova Era
mem virar as costas ao Deus de bondade, misericórdia e
amor. Foi uma proposta bem própria do caráter infiel e
amotinado de Satanás.
“Porque Deus sabe que no dia em que dele co­
merdes (do fruto da árvore do conhecimento do bem
e do mal) se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis
conhecedores do bem e do mal.” (Gn 3.5.)
A utopia de querer tomar o lugar de Deus invadiu o
coração do homem tanto quanto transbordou do coração
de Lúcifer. 0 homem embebeu-se do veneno que jorrou
da taça de Satanás e rebelou-se contra Deus. Desobede­
cendo a orientação divina, entregou-se ao pecado. En­
quanto imaginava que seria Deus, entorpecido pelo veneno
da antiga serpente, tomou-se escravo de Satanás, subju­
gado pelo pecado. (Rm 6.16.)
O pecado fez com que a justiça de Deus exigisse se­
paração entre o homem impuro e corrompido e o Deus
puro e santo, doador da vida (Is 59.2). Deus, então, pro­
nunciou a sentença da condenação do homem: a morte.
(Ez 18.20a.)
A criação, que estava sujeita ao homem (SI 115.16), teve
de curvar-se perante aquele a quem o homem submetera-se
(Rm 8.20,21), tornando-se vítima e, ao mesmo tempo, palco
da trama diabólica. E até difícil compreender a dimensão
do significado dos abrolhos e cardos que a terra passou
a produzir por causa da maldição que recaiu sobre ela.
(Gn 3.17b, 18.)
Porém, diante dessa fatalidade, enquanto Satanás pen­
sava que tudo estava perdido para o homem, e toda a pá­
tria celeste aguardava em expectativa o fatídico fim hu­
mano, o próprio Deus insurge como Guerreiro salvador!
Enquanto a sua justiça condenava o homem à morte, o
seu divino amor exigia o resgate humano. E era dado no
céu o veredito: o próprio Filho guerrearia cara a cara com
Satanás para resgatar o homem (Gn 3.15).
Estava armada a trama que permearia toda a história
da existência humana.
E a partir daí, vê-se Satanás trabalhando incansavel­
O Pano de Fundo do Movimento Nova Era 25
mente contra o homem — ele próprio em pessoa ou atra­
vés de seus mensageiros (2 Co 12.7), ao longo de toda
a história da humanidade.
O Futuro do Conflito Espiritual*
Ao revelar os objetivos de Satanás de desferir seu golpe
final nos últimos dias, a Bíblia traça o futuro do conflito
espiritual. Ela traz claramente expresso que esse conflito
desencadeará acontecimentos que o definirá de uma vez
por todas.
Satanás não trabalha de maneira desordenada na ten­
tativa de alcançar os seus objetivos. Ele desenvolveu um
plano que tem seguido através dos séculos. Esse plano,
elaborado pelo sábio e perigoso adversário, é-nos revelado
pela Bíblia, quando descreve os acontecimentos finais.
Entrará em cena, no auge do seu plano maligno, uma
personagem principal — o anticristo, o homem do pecado,
que L. S. Chafer descreve como sendo “a obra-prima e
personificação final de Satanás”.8 Os acontecimentos ma­
nipulados por Satanás para estabelecer o poder do anti­
cristo são os seguintes:
1) As nações se unirão em tomo da paz (1 Ti 5.3).
Essa situação naturalmente criará espaço político para
um herói que lute pela paz. O homem do pecado (o an­
ticristo) surgirá tendo “aparência de piedade” (2 Tm 3.5
— Rev. e Cor.) e chegará a promover a guerra em prol
da paz, até que a alcancem e digam que há paz e segu­
rança (1 'K 5.3). Ele prosperará em todo o seu empreen­
dimento e deterá todo poder, e toda a terra o seguirá
(Ap 13.3).
*E verdade que este assunto é bastante controverso entre os estudio­
sos da Bíblia. Existem várias posições que sustentam visões diferentes
desta sobre o futuro do conflito espiritual. Creio porém que, como servo
de Deus, devo apresentar os argumentos que levam-me a crer nesta po­
sição e suas respectivas passagens bíblicas, por considerar de grande im­
portância tal tema, frente aos acontecimentos contemporâneos que, ilu­
minados por uma visão escatológica séria e coerente, revelam-se verdadeiros
sinais dos tempos. Com isto, não coloco em desprezo qualquer outra po­
sição. Entendo que o leitor deve analisar tudo à luz da Bíblia e ficar com
a posição mais fiel às Sagradas Escrituras. (N.A.)
26 Nova Era
2) A unificação das nações em tomo de um único go­
verno.
Surgirá daí a necessidade de um líder mundial que go­
verne o mundo unificado, làl govemo será, obviamente,
entregue ao anticristo (Ap 13.7).
3) Um grande desenvolvimento na ciência nos últimos
dias (Dn 12.4).
O desenvolvimento de um sistema tecnológico que per­
mita a comunicação rápida em todo o mundo, propagará
mundialmente a ideologia do anticristo, o que tomará pos­
sível, na prática, um govemo mundial, detendo o controle
de tudo.
4) A mistificação do homem nos últimos dias, com
conseqüente apostasia (1 Thi 4.1).
Satanás fará com que a humanidade deposite confiança
no homem do pecado não apenas no caráter de bom go­
vernante, mas sobretudo como líder espiritual, que leve
todos ao engano (2 Ti 2.9-11). Ele será um místico (Dn
8.23 — Rev. e Cor.) e terá todo poder de Satanás para
operar “sinais e prodígios da mentira” (2 Ti 2.9), o que,
aliado à sua “aparência de piedade”, fará dele uma figura
bastante carismática (Ap 13.3-6). A previsão de apostasia
indica também que grande parte da igreja se envolverá
com a ideologia do espírito do anticristo, tomando-se uma
igreja apóstata e cheia de falsos profetas, enquanto a outra
parte da igreja se tornará lutadora, fiel e sofredora (Mt
24.10-14).
5) Um movimento filosófico-religioso que influencie o
homem a abandonar os princípios morais e éticos da Pa­
lavra de Deus (Mt 24.11,12).
Quando o anticristo se levantar contra Deus e contra
os seus princípios (2 2.4), levará todos a adorá-lo e tam­
bém a Satanás, elevando-se a si mesmo como se fosse Deus
(Ap 13.4,5). O abandono dos princípios morais e éticos
da Palavra de Deus será essencial para que a humanidade
aceite a adoração satânica.
6) Restauração do templo e do culto judeu e seus rituais.
Esse acontecimento contribuirá para convencer os ju­
deus de que o anticristo é o esperado Messias de Israel.
0 Pano de Fundo- do Movimento Nova Era 27
Isso contribuirá bastante para a unificação religiosa entre
a humanidade. Porém, tal aliança com os judeus durará
apenas três anos e meio. Ao final desse período, ele que­
brará a aliança firmada com os judeus. Então “começará
a abominação da desolação” que durará outros três anos
e meio (Mt 24.15; Dn 9.27; 12.11), completando o total
de sete anos de atuação do anticristo, quando haverá uma
grande perseguição aos judeus que se converterem.
A essa altura, o antigo propósito de Satanás de tomar
o lugar de Deus como soberano, parecerá ter-se concre­
tizado. Mas é aí que virá a grande derrota e condenação;
tanto para ele, como para os seus anjos e todos que não
creram na Palavra de Deus (Mt 24.29-35; 25.31-46; 2 Ts
2.8; Ap 19.11-21; 20.1-6).
Agora, de posse dessas importantes informações que
formam a estrutura espiritual da Nova Era, poderemos
analisá-la à luz da Bíblia. Tànto na ideologia quanto na
prática, esse movimento vem cumprindo as profecias bí­
blicas, harmonizando-se com os planos e objetivos de Sa­
tanás em sua estratégia de batalha para os últimos dias.
Os acontecimentos mundiais vêm sendo visivelmente ma­
nipulados por propostas do pensamento Nova Era, em pleno
acordo com esses objetivos satânicos.
Se nos pesa o coração antever toda essa tragédia hu­
mana, alegra-nos o zelo do Senhor por nós, ao nos revelar
antecipadamente todas essas coisas, para que não sejamos
enganados.
“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando
grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os
próprios eleitos. Vede que vo-lo tenho predito.” (Mt
24.24,25.)
E necessário, pois, que estejamos bem fundamentados
na Palavra de Deus, para não sermos abalados pelo forte
engano corrente em nossos dias.
AIDEOLOGIA
DO MOVIMENTO NOVA ERA
O movimento Nova Era não tem data de fundação e
nem fundador. O mesmo acontece com a formulação da
sua ideologia — reúne em seu corpo doutrinário preceitos
de várias religiões. O leque doutrinário e os princípios do
movimento podem ser considerados o extrato das menti­
ras diabólicas propagadas entre as milhares de crenças es­
palhadas pelo mundo através dos séculos. O número des­
sas crenças é tão grande, tantas são suas contradições, que
parece impossível qualquer tipo de acordo entre elas. Po­
rém, levando-se em consideração que o autor de todas
elas é Satanás, aliado à natureza corrompida e pecami­
nosa do homem, logo todas têm origem comum. Assim,
o próprio Satanás sabe como resumi-las, como direcioná-
las num mesmo sentido, uma mesma direção. Para tanto,
ele procurou formular um corpo de doutrinas de acordo
com as filosofias mais antigas que formam os principais
troncos religiosos.
Enganam-se, porém, aqueles que acham que a doutrina
da Nova Era é idêntica em todos os seus segmentos. Os
vários pensadores dos segmentos que compõem o movi-
30 Nova Era
mento têm pontos discordes entre si. São variações resul­
tantes da miscelânea de que se origina a sua ideologia.
Contudo, conseguem deixar suas diferenças de lado, em
busca de objetvos afins, devido à linha básica comum de
pensamento que os une.
Esse tipo de acordo permite que a ideologia da Nova
Era penetre em todas as camadas sociais, nos diversos se­
tores da sociedade. É essa linha ideológica básica que tem
direcionado homens importantes, de papéis significativos
no mundo, dando à atual história humana os rumos que
Satanás deseja.
Daí a importância de nos atermos à linha ideológica
básica do movimento, visto ser impossível tentar retratar
cada segmento, dada a sua multiplicidade.
Portanto, traçando essa linha básica teremos o pensa­
mento central de todos os segmentos, o que nos permitirá
identificar qualquer um deles com que nos depararmos
no dia-a-dia.
1. DOUTRINAS DA NOVA ERA
Deus
Este é o ponto principal do pensamento Nova Era. Todo
o seu corpo doutrinário gira em tomo do eixo da sua dou­
trina sobre Deus.
O seu conceito de divindade é resgatado dos antigos
conceitos orientais, que refutam a idéia de um Deus pes­
soal, detentor de atributos pessoais. Deus não está sentado
em seu trono como Rei soberano regendo todas as coisas;
é apenas uma energia universal de onde derivam todas
as coisas.
Como explicou Helena R Blavatsky (já falecida), influente
pensadora da Nova Era, em entrevista a um inquiridor:
— Vocês acreditam em Deus?
— Depende do que você quer dizer com o termo.
— Refiro-me ao Deus dos cristãos, o Pai de Jesus
e o Criador; o Deus bíblico de Moisés.
A Ideologia do Movimento Nova Era 31
— Nesse Deus nós não acreditamos. Refutamos a
idéia de um Deus pessoal, extracósmico e antropo­
mórfico, que é apenas a gigantesca sombra de homem
e não do homem em seu melhor aspecto. Dizemos —
e provamos — que o Deus da teologia é uma porção
de contradições e uma impossibilidade lógica. Destarte,
nenhuma relação temos com ele.
— Então vocês são ateus?
— Que saibamos, não; a menos que o epíteto de
ateu deva ser aplicado àqueles que não acreditam num
Deus antropomórfico. Acreditamos num Princípio Di­
vino Universal, a raiz de tudo, de onde tudo procede
e para onde tudo será absorvido no final do grande
ciclo do Ser.1
Essa rejeição ao Deus pessoal e verdadeiro se deve ao
fato de a ideologia da Nova Era ser essencialmente pan-
teísta, isto é, crer que Deus é tudo e que tudo é Deus.
Para eles Deus é apenas uma energia que, por vezes, de­
nominam de Absoluto.
Como energia absoluta, então a divindade compreende
todas as forças existentes, inclusive todos os opostos, como
bem e mal, masculino e feminino, etc. Dentro dessa visão,
o Absoluto emana a sua luz divina, que é a criação, atra­
vés da união de seus pólos opostos. Por isso, crêem que
cada partícula de matéria é divina, é Deus, pois emite luz,
e possui em si todas as informações do Universo, sendo
partes do Todo-Absoluto.
Em suma, acreditam que tudo o que existe no universo
é Deus. Exemplificando, dentro dessa visão, Deus é como
uma nuvem que passou por um fenômeno pluvial, choveu,
transformando-se em várias gotas d’água. Cada gota dessa
chuva é água, embora seja apenas uma parte de toda a
água que compunha a nuvem. Assim como a nuvem era
composta de partículas de H20 suspensas na atmosfera,
cada gota d’água continua sendo composta de H20.
Dessa mesma maneira, acreditam eles que cada coisa
que existe é constituída de essência divina, e Deus é o
Todo-Absoluto do qual todas as coisas são parte. Por isso
32 Nova Era
Shirley McLaine afirma: “Reconheça todas as partes que
formam o todo, pois você é o criador”.2
Essa doutrina remonta às escrituras védicas na índia
e o Tào-Te Ching na China, que datam de centenas de
anos a. C. Segundo a filosofia expressa nessas escrituras,
cada uma das partes do todo deve evoluir e buscar níveis
mais elevados de sua consciência divina. Roberto Crema,
da Universidade Holística Internacional em Brasília, DF,
assim se expressou a esse respeito: “Deus dorme nos mi­
nerais, sente nos vegetais, sonha nos animais, e desperta
nos humanos”.3
Assim, apenas através de várias encarnações cada parte
pode evoluir e alcançar níveis mais elevados de consciên­
cia. Essa evolução pode chegar ao ponto de não neces­
sitar mais reencarnar, atingindo um estado evolutivo onde
se torna um espírito cósmico.
De acordo com esse pensamento ninguém inventa nada;
apenas descobre as informações divinas que estão dentro
de si, e assim vai adquirindo níveis mais elevados de cons­
ciência divina, o eu maior do qual todos fazem parte. Tàis
descobertas, que levam o ser a níveis superiores da cons­
ciência cósmica, podem ser adquiridas num processo de
várias encarnações. Pierre Weil faz uma citação de Maryse
Choisy, que expressa esse princípio.
“Na teoria da ida e volta, o espírito decide encarnar-
se e passa dos níveis mais sutis aos planos grosseiros.
Em conseqüência, a matéria não se aquieta enquanto
não volta à sua fonte divina primitiva. E a involução-
evolução, simbolizadas pelos dois triângulos que
compõem a estrela de Davi. Não era isso que ensinava
Platão, ao afirmai" que conhecer é iembrar-se? Ou então
quando Lamartine escrevia: “O homem é um deus de­
caído que se lembra dos céus”? Coitado, o homem tem
memória tão curta... Volta e meia é preciso lembrar-
lhe o que já sabe!”4
Como podemos ver, a reencarnação é ponto funda­
mental no pensamento Nova Era. Essa doutrina diabólica
afasta definitivamente da cruz de Cristo aqueles que nela
A Ideologia do Movimento Nova Era 33
crêem, pois passam a crer que podem se salvar por inter­
médio do autoconhecimento, através de várias encarnações.
A Bíblia nega com veemência, do princípio ao fim, a
doutrina da reencarnação, através do plano da salvação
na cruz de Cristo.
“E, assim como aos homens está ordenado mor­
rerem uma só vez e, depois disto, o juízo, assim tam­
bém Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre
para tirar os pecados de muitos aparecerá segunda
vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.”
(Hb 9.27,28.)
O homem passa por apenas uma encarnação, e no de­
correr dela não pode salvar a si mesmo; precisa do sacri­
fício perfeito de Jesus Cristo na cruz do Calvário. A cruz
de Cristo é a maior prova de que a reencarnação não existe.
Enquanto não existem provas palpáveis de que ocorre a
reencarnação, a cruz de Cristo tem lugar no tempo e no
espaço — é fato — aconteceu em determinado tempo e
lugar. E prova real, histórica e inegável. Seu plano reden­
tor salvífico é indiscutível. Foi vaticinado pelos profetas
desde a queda do homem, documentado nos registros do
Antigo Testamento e confirmado pelos apóstolos nos do­
cumentos neotestamentários.
No entanto, o homem acha mais fácil crer na fábula
diabólica da reencarnação, ensinada por demônios atra­
vés da boca de médiuns possessos, sensitivos e moderna­
mente chamados chameis (seres humanos que são “ca­
nais de espíritos”). Crer na cruz de Cristo significa
abandonar a antiga utopia de ser igual a Deus. Significa
abandonar o “trono” e curvar-se diante de Jesus Cristo
numa atitude como a de Tomé, confessando-o como Se­
nhor e Deus (Jo 20.28). Por isso o coração do homem,
ainda intoxicado pelo veneno da antiga serpente, prefere
dar as costas ao Deus verdadeiro e soberano, negando-lhe
a existência e preferindo crer numa divindade caótica como
a humanidade e toda a criação, onde o deus-homem se
debate no desespero de encontrar razão para a existência,
e a deusa Gaia (terra) se autodestrói em catástrofes cada
34 Nova Era
vez mais freqüentes. Nunca antes teve-se notícia de tantos
terremotos, furacões, maremotos, etc. O apóstolo Paulo
diz que tais homens serão indesculpáveis diante de Deus.
“A ira de Deus se revela do céu contra toda im­
piedade e perversão dos homens que detém a verdade
pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode co­
nhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes ma­
nifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim
o seu eterno poder como também a sua própria divin­
dade, claramente se reconhecem, desde o princípio do
mundo, sendo percebidos por meio das cousas que
foram criadas. Tkis homens são por isso indesculpá­
veis; porquanto, tendo conhecimento de Deus não o
glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes
se tomaram nulos em seus próprios raciocínios,
obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-
se por sábios, tomaram-se loucos, e mudaram a glória
do Deus incorruptível em semelhança da imagem de
homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes
e répteis. Por isso Deus entregou tais homens à imun­
dícia, pelas concupiscências de seus próprios corações,
para desonrarem os seus corpos entre si; pois eles mu­
daram a verdade de Deus em mentira, adorando e ser­
vindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito
eternamente. Amém.” (Rm 1.18-25.)
O Homem
O homem é o centro de toda a doutrina da Nova Era.
Como acreditam que tudo o que existe é Deus, o homem
se toma a expressão máxima de evolução divina na ter­
ceira dimensão, que é a dimensão física. Dentro desse con­
ceito o homem nada menos é do que deus. Embora al­
guns segmentos temam afirmar isso claramente, deixam
esse conceito subentendido, enquanto outros o defendem
abertamente.
Um bom exemplo disso é a tentativa, sem êxito, do
P e Lauro TVevisan, em justificar a doutrina homem-deus,
de forma a não assustar os seus leitores.
A Ideologia do Movimento Nova Era 35
“A consciência da sua própria consciência, produ­
zindo a consciência do seu próprio poder e de sua
dimensão superior, levando o homem a percorrer do
alpha ao ômega — na linguagem de Teilhard Chardin
— isto caracteriza a nova humanidade de aquárius.
“Pode-se dizer agora que não há nada no mundo
a não ser o homem; não há nada no homem a não
ser a mente; não há nada maior na mente a não ser
Deus.
“A compreensão da unidade Deus-homem ou homem-
Deus, não no sentido de que o homem seja Deus, mas
na significação de que no homem está Deus."5
Para clarear essa explicação de Trevisan, onde ele quer
dizer que não quis dizer o que disse, vamos ver um texto
mais coerente e claro, onde Helena P. Blavatsky, numa en­
trevista, afirma a idéia do homem-deus.
— Vocês acreditam que o homem é um deus?
— Por favor, diga Deus e não um deus. A nosso
ver, o homem é o único Deus que podemos conhecer.
E como poderia ser de outra forma? Nosso postulado
aceita como verdadeiro que Deus é um princípio uni­
versalmente difuso, infinito e, sendo assim, como po­
deria o homem sozinho escapar de ser embebido por
e na Deidade? Chamamos “Pai do céu” a essa essência
deífica que reconhecemos dentro de nós, em nosso
coração e em nossa consciência espiritual.6
Dessa maneira, acreditam que todas as forças existen­
tes no Universo estão dentro do homem e que, através
do poder da mente, o homem pode realizar qualquer mi­
lagre divino.
Assim como o homem possui o poder de realizar gran­
des milagres, também possui o poder de provocar grandes
catástrofes. Acreditam que, como ser divino, no homem
habita todo o bem e todo o mal do Universo. Por isso Eli-
zabeth Kubler-Ross afirmou que “há um Hitler dentro de
cada um de nós, e se admitirmos isso poderemos nos tor­
nar uma madre Tereza de Calcutá”.7
36 Nova Era
Mas as forças opostas no homem não se restringem, para
eles, ao bem e ao mal. Todo ser humano é igualmente mas­
culino e feminino; amor e ódio; cristo e demônio; positivo
e negativo; e todos os demais opostos existentes.
Dizem que a evolução do homem está rumando para
um equilíbrio entre todas essas forças opostas, pois é esse
equilíbrio entre os pólos opostos que fará com que a luz
divina possa se manifestar com plenitude no homem-deus.
A Nova Era será uma era de plenitude divina para a
humanidade, onde a luz do cristo que há dentro de cada
um se manifestará com intensidade. Tanto o cristo quanto
o demônio são níveis de consciência que o homem pode
atingir. Logo, o demônio não existe como entidade pes­
soal, mas como um estado de consciência. Da mesma forma,
cristo não é uma qualidade exclusiva de Jesus, mas tam­
bém um estado de consciência elevado que qualquer ser
pode alcançar através da evolução.
Dentro desse aspecto, afirmam que a divisão do nosso
cérebro em dois hemisférios (direito e esquerdo) faz grande
diferença para a nossa condição evolutiva, porque acre­
ditam que o lado esquerdo do cérebro é o que analisa,
abstrai, conta, marca o tempo, planeja, verbaliza. Tudo
com base na lógica. O lado esquerdo é o lado masculino
do ser. Já o lado direito, que compreende metáforas, usa
a intuição, cria idéias e sonha, é o lado feminino.
Para o homem tomar-se um ser evoluído tem de bus­
car o equilíbrio entre esses dois lados cerebrais. O ser hu­
mano precisa equilibrar raciocínio lógico e intuição; mas­
culino e feminino. Por essa razão apóiam plenamente as
práticas hetero e homossexuais. Defendem que, desde que
haja um “relacionamento saudável”, os “seres mais evolu­
ídos” devem possuir plena liberdade de relações amorosas
entre os sexos.
Esperam que esse tipo de comportamento afete com­
pletamente a sociedade da Nova Era, determinando um
novo paradigma social, um novo estilo de vida para a hu­
manidade. Esse novo paradigma deverá determinar o fim
do núcleo familiar e produzir uma condição de igualdade
absoluta entre os homens.
A Ideologia do Movimento Nova Era 37
Através da criação de comunidades e a eliminação do
núcleo familiar, a humanidade passará a possuir uma ati­
tude mais cooperativista e solidária entre todos, pois a ins­
tituição familiar individualiza o ser e cria o egoísmo, a in­
veja, o ciúme, e a possessividade. A instituição familiar faz
com que o homem trabalhe para reunir bens para a sua
descendência e não para a posteridade comunitária, criando
assim os conflitos, competições, ciúmes e egoísmos que
corroem o bom relacionamento social. A solução está, pois,
em eliminar o núcleo familiar e instituir a vida comunitária.
Atualmente já existem algumas comunidades espalha­
das pelo mundo que estão vivenciando essas idéias, como
relata Pierre Weil em seu livro Sementes Para Uma Nova
Era.
“Em certas comunidades existe uma liberdade to­
tal de relações amorosas entre os sexos. Existe, por
exemplo, na Alemanha, um movimento comunitário
chamado “Action Analysis Comune” que exigiu em fi­
losofia de vida a eliminação total do núcleo familiar.
Consideram a relação de duas pessoas no núcleo fa­
miliar, à luz da experiência coletiva, como uma ver­
dadeira doença. Muito influenciada pelas idéias de
Reich, a comunidade considera o núcleo familiar como
oriundo de uma necessidade materialista de assegurar
a posse da propriedade privada. A comunidade existe
para satisfazer as necessidades materiais e existenciais
dos seus membros. Há nela um respeito muito grande
pela vida. Por exemplo, o aborto é inconcebível nela.
A comunidade dá amparo à mãe durante a gestação
e assume a responsabilidade da criação dos filhos.
Rajneesh preconiza também um sistema desta natureza
e afirma que é muito mais saudável para uma criança
ter vários modelos de adultos com que identificar e
escolher o seu próprio comportamento, do que ape­
nas dois, sobretudo quando estes modelos são inde­
sejáveis do ponto de vista humano. Cari Rogers tam­
bém questiona bastante o atual modelo familiar. As
experiências atuais de “casamento aberto” constituem
38 Nova Era
tamoém uma reação aos aspectos penosos de certo
modo de vida familiar”8
Isso tudo vem em cumprimento da profecia do após­
tolo Paulo, onde ele afirmou que nos últimos dias sobre­
viriam tempos difíceis porque o homem seria amante de
si mesmo (2 Tm 3.1-5). E qual maior manifestação que
homens amantes de si mesmos poderiam ter nos últimos
dias senão consideraram-se Deus?
O apóstolo prossegue no texto listando o paradigma
maligno que caracterizaria essa sociedade final citando a
avareza, a presunção, a soberba, a blasfêmia, a desobe­
diência aos pais, a ingratidão, a profanação, a falta de afeto
natural; onde o apóstolo poderia estar muito bem referindo-
se à fuga das relações conjugais, que é o afeto natural para
o qual o homem foi criado (Mt 19.8), e a prática homos­
sexual, que significa mudar o uso natural da criação hu­
mana de relação entre homem e mulher para unir-se ho­
mem com homem e mulher com mulher, lais pessoas,
segundo o apóstolo, receberiam a recompensa por seu pe­
cado em seus próprios corpos (Rm 1.26,27). Paulo prevê
sofrimento físico resultante de tais práticas homossexuais.
O apóstolo segue a sua listagem com a irreconciliação,
a calúnia, a incontinência, que significa falta de moderação
na sensualidade, a crueldade, a falta de amor para com
os bons, a traição, a obstinação, o orgulho; homens mais
amigos dos prazeres que amigos de Deus.
Paulo encerra dizendo que tais homens ainda teriam
aparência de piedade! No grego, a palavra piedade é “eu-
sebeia”, usada como fruto do desenvolvimento espiritual,
corno “verdadeira religião”.
E incrível como toda essa doutrina demoníaca da Nova
Era, que leva o homem aos mais baixos níveis morais, ainda
consegue ser anunciada e aceita como desenvolvimento
espiritual.
Resta aos que são nascidos de novo, que possuem um
compromisso sincero com o evangelho de Jesus Cristo,
o conselho de Paulo ao findar a sua listagem: “Foge tam­
bém destes.” (V. 5.)
A Ideologia do Movimento Nova Era 39
Nada temos com esse novo paradigma social. Nosso
comportamento deve ser irrepreensível e sincero, de “filhos
de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida
e corrupta”, na qual resplandecemos como “luzeiros no
mundo”. (Fp 2.15.)
Os Extraterrestres
A ufologia também é uma questão importante no que
diz respeito ao movimento Nova Era.
Atualmente os estudiosos que se dedicam à questão
ufológica têm movido suas pesquisas baseados na filosofia
da energia divina evolutiva. Acreditando que as partes do
divino passam por um processo evolutivo, concluem que
os extraterrestres são partes da energia divina que estão
em outros estágios de evolução.
Alguns conceitos bastante complexos que envolvem a
ciência quântica têm sido desenvolvidos para tentar expli­
car a questão dos extraterrestres. Esses conceitos estão
profundamente associados aos princípios ideológicos da
Nova Era e, nesse ponto, ciência e misticismo se confun­
dem, pois as teorias científicas acabam indo ao encontro
das crenças místicas, fazendo com que se percam as noções
de limites entre elas.
Há uma indefinição muito grande quanto à natureza
dos seres cósmicos, se são extraterrestres, ultraterrestres,
ou os dois.
Os extraterrestres são seres que vivem em outros pla­
netas, localizados em outras galáxias. Entre esses seres
deve haver os que estão menos evoluídos que nós e os
que se encontram em estágios mais avançados. Essa evo­
lução dá-se em termos tecnológicos, onde podem existir
civilizações muito menos evoluídas que a nossa, ao mesmo
tempo que outras estão bem mais adiante, desenvolvendo
inclusive naves espaciais que lhes permitem realizar via­
gens intergaláticas, que ainda são um desafio para a nossa
tecnologia. No entanto, algumas civilizações altamente de­
senvolvidas tecnologicamente podem não o ser espiritual­
mente, acabando por serem civilizações nocivas para a so­
ciedade cósmica.
40 Nova Era
Já os ultraterrestres seriam seres de alto desenvolvi­
mento espiritual, muito evoluídos, que já viveram várias
encarnações neste e/ou em outros planetas e estão, agora,
no nível onde já não precisam mais encarnar. Esses seres
são considerados mestres cósmicos, que só se encarnam
se houver uma missão a ser realizada no mundo físico.
Esses seres se moveriam em outras dimensões, sem ne­
cessitarem qualquer aparato material.
A ciência tem chamado o mundo desses seres ultrater­
restres de mundo paralelo, ou seja, um mundo sobreposto
ao nosso em outra dimensão. Dessa maneira esses seres
poderiam se mover independentes de tempo e espaço. Se­
gundo acreditam, seres extraterrestres mais evoluídos que
nós já descobriram isso e desenvolvem a sua tecnologia
espacial em cima da “realidade" dos universos paralelos.
Isso permitirá que seres extraterrestres que vivem em pla­
netas localizados a milhares de anos-luz da Terra e que
levam um tempo incalculável para chegarem aqui, possam
vir em questão de segundos através do hiperespaço — um
tipo de túnel em outra dimensão, onde inexiste tempo e
espaço.
Um artigo da revista Ano Zero exemplifica isso, citando
o filme de ficção científica Guerra nas Estrelas:
“Quando os heróis de Guerra nas Estrelas se vêem
encurralados pelos cruéis seguidores de Dart Vader,
se lançam no hiperespaço e desaparecem num túnel
de luz”.9
Aproveitando o exemplo do filme Guerra nas Estrelas,
vemos nesse filme que, ao mesmo tempo em que o herói
Luke Skywalker e seus companheiros eram seres de várias
origens planetárias, pertencentes a uma mesma dimensão,
havia mestres cósmicos que viviam em outra dimensão e
que eram os guias que o ajudavam no seu desenvolvimento
espiritual. O filme mostra que os mestres cósmicos que
ajudavam o herói, eram seres evoluídos que já tinham vi­
vido em encarnações na mesma dimensão que ele.
Toda essa ginástica de idéias fabulosas, que tenta ex­
plicar cientificamente a questão ufológica, que até hoje
A Ideologia do Movimento Nova Era 41
não possui qualquer base científica concreta, tem suas im­
plicações no mundo espiritual.
Em primeiro lugar, é importante notar que todas essas
abstrações da moderna ciência são desenvolvidas a partir
do único fato de objetos voadores não identificados (OV-
NIs) terem sido observados e até mesmo fotografados por
muitas testemunhas. Daí, qualquer elucubração humana
ou proposta explicativa diabólica pode encaixar-se ao fato
— como diz o ditado popular: “De noite todo gato é pardo.”
A ciência perde-se completamente diante da realidade
que envolve o fato da aparição desses fenômenos ufoló-
gicos. Mostra-se completamente incapaz de compreender
através das leis da física o que fazem as “naves espaciais”.
As aparições mostram tais “naves espaciais” fazerem
manobras em ângulo reto; não fazem curva para mudar
a trajetória. As manobras em ângulo reto só têm uma ex­
plicação aceitável: a ausência de massa.
A dedução a que somos obrigados a chegar pelas leis
da física, diante desse fato, é muito bem descrita pelo Pr.
José Benedito de Lira Neto, num estudo que desenvolveu
sobre ufologia:
“Qualquer veículo, ao mudar de direção, sofre o
efeito da força centrífuga, que tende a mantê-lo na di­
reção anterior. Essa força centrífuga é diretamente pro­
porcional à massa e ao quadrado da velocidade do apa­
relho. Ora, para que o veículo execute uma viagem
perpendicular, é necessário que a força centrífuga seja
nula e que a sua massa seja zero, pois a velocidade
dele, como se sabe, não o é. Uma coisa poderosa e
inteligente, cuja massa é zero, só pode pertencer ao
mundo espiritual.”10
As leis da física não são as únicas que dão respaldo
para deduzirmos que o fenômeno ufológico é de origem
espiritual. Entre os muitos testemunhos que podem escla­
recer esse fato, é bastante claro o do ocorrido durante a
Guerra dos Seis Dias, em 1967. Nessa guerra, Israel foi
atacado pelas nações árabes e encontrava-se em enorme
desvantagem militar. Mesmo assim, Israel abateu 400 aviões
42 Nova Era
egípcios e 600 tanques em pouquíssimo tempo. Soldados
egípcios se renderam diante de Israel por terem visto an­
jos com espadas desembainhadas ao lado de Israel. Ca­
nhões completamente novos, que a URSS havia fornecido
aos árabes, foram apreendidos sem ter sido dado qualquer
disparo. Nesse período, a NASA registrou a presença de
milhares de OVNIs sobre a região do conflito.11
Um último fato que precisamos levar em consideração
antes de uma conclusão final é o de que o testemunho
das pessoas que fazem qualquer contato direto com naves
espaciais e seres cósmicos é analisado, em grande parte
das vezes, em estado hipnótico, porque os pesquisadores
descobriram que os seres extraterrestres praticam a hip­
nose com as pessoas que com eles têm contato. A revista
Planeta descreve um desses casos.
“Um dos casos mais famosos é o de Bety e Bamey
Hill, casal norte-americano que, somente sob hipnose,
narrava um encontro imediato de terceiro grau, quando
teriam sido levados a bordo de uma espaçonave e sub­
metidos a detalhado exame médico por humanóides
extraterrestres...
“Sabemos que a hipnose é uma técnica altamente
vantajosa no sentido de desencadear e melhorar a ESP*,
dando alto resultado em testes controlados — por exem­
plo, em telepatia, visão à distância (clarividência) e pre-
cognição.
“Ao mesmo tempo, são inacreditavelmente fre­
qüentes na causuística ufológica as experiências em
que os referidos fenômenos parapsicológicos estão pre­
sentes, sendo mesmo a telepatia o meio usual de co­
municação com os UFO-operadores, segundo os con­
tatados.
“Certos indivíduos que viveram uma experiência ufo­
lógica marcante passaram a ter o que nós chamamos
“efeito residual”: após o incidente, entram em es-
*ESP — São as iniciais de Extrasensory Perception (Percepção Extra-
Sensorial), que se refere à capacidade de perceber sensações sobrenatu­
rais que o cérebro comum não consegue captar ou transmitir.
A Ideologia do Movimento Nova Era 43
tado de transe sonambúlico, de maneira espontânea
ou induzida, dando informações de teor variado, da­
dos técnicos, “planetas” de origem, nomes dos coman­
dantes de naves e mensagens místicas!’12
Um testemunho também muito esclarecedor a esse res­
peito é o da experiência de Eve Camey e suas duas filhas,
de uma visita que fizeram a uma nave espacial.
“Há muitos anos, em minha casa situada nos pro­
fundos bosques da Pensylvânia, minhas filhas e eu es­
távamosjuntas em meditação, quando três Irmãos Es­
paciais apareceram no jardim em frente à casa.
Preferiram permanecer lá fora quando os convidei para
entrar, devido a sua diferença de altura em relação às
portas e tetos normais. Convidaram-nos a conhecer
sua nave, o que aceitamos com satisfação. Fixaram a
hora da visita para 8:00 horas do dia seguinte, dando-
nos instruções para relaxarmos em posição horizon­
tal, no piso, para que pudesse vir a escolta.
“Agradecidas, regressamos à casa. Minhas filhas pu­
deram ver a nave sobre nós,já que ambas têm o dom
perceptivo visual.
“Ao entardecer do dia seguinte relaxamos, como
combinado, e fizemos três experiências com meditações
diferentes. Abandonei meu corpo e apoiei minhas mãos
sobre os braços de minhas escoltas, experimentando
uma emoção tremenda enquanto ascendíamos, a uma
velocidade incrível, à nave que nos esperava acima.
Imediatamente encontrei-me parada no aposento de
controle principal, frente a Athena, enquanto as lágri­
mas rolavam-me pela face. Chorando abraçamo-nos.
Athena (comandante mulher) começou a mostrar-me
vários mapas. Senti que uma de minhas filhas seguia
por um longo passadiço. Embora eu não tenha visto,
sabia que se encontrava em alguma outra parte da nave.
Caminhamos e passamos por uma parede transparente,
através da qual pude ver minha outra filha reclinada
sobre uma mesa de exame médico, com alguém junto
dela. Essas recordações são fragmentadas.
44 Nova Era
“Depois de alguns minutos, não mais de quinze,
estávamos de volta a nossa consciência e começamos
a comparar nossas experiências.”13
Luiz Gonzaga Scortecci, um dos mais respeitados ufo-
logistas do Brasil, vai mais adiante; chega a afirmar que
os contatos com extraterrestres são simplesmente manifes­
tações mediúnicas.
“O contato se faz de forma mediúnica e é mais fácil
do que se pode imaginar. Muitas das manifestações de
espiritismo ou da umbanda, por exemplo, poaem ser con­
tatos de terceiro grau com Ets, pois esta é a maneira
de eles se comunicarem no estágio atual da humanidade.
Antes, esses contatos eram feitos materialmente e mui­
tos deles estão registrados. Buda, Krishna, Gandi e Je­
sus Cristo, por exemplo, são seres cósmicos humanos,
em um estágio de alto desenvolvimento, e digo huma­
nos, porque a humanidade é uma só, tanto na terra como
em qualquer outro planeta, sistema solar ou galáxia, as­
sumindo formas físicas diferentes.”14
Se tais experiências são realizadas em estado de transe
hipnótico e através de mediunidade, como podemos dis­
tinguir o que é realmente físico e o que é espiritual numa
experiência de contato ufológico? Ora, uma pessoa em es­
tado de transe hipnótico pode ter qualquer coisa impressa
em sua mente, inclusive uma mentira diabólica. E se os
próprios pesquisadores não conseguem determinar a na­
tureza da experiência, não há como afastar a enorme pos­
sibilidade de que essa seja apenas mais uma ardilosa ma­
nipulação demoníaca sobre a frágil mente do homem
degenerado pelo pecado.
Diante dos fatos, somos obrigados a concluir que os
fenômenos ufológicos são atuações de seres espirituais,
mais provavelmente mensageiros de Satanás, pois, como
a Bíblia mesma adverte, são capazes de se transformarem
em anjos de luz (2 Co 11.14).
Esse fato tem suas implicações no mundo espiritual.
Como na filosofia da Nova Era existe o conceito de que
A Ideologia do Movimento Nova Era 45
há uma classe de seres muito evoluída, acreditam que es­
ses seres sejam mestres cósmicos que devam ser consul­
tados, pois podem ajudar o homem na sua evolução.
Esse tipo de crença é bastante antiga, embora hoje ve­
nha revestida de uma roupagem espacial. O Bhagavad-
Gita orienta os seus seguidores a cultuarem e se subme­
terem aos seres superiores, mais evoluídos:
“Descerá sobre vós a bênção dos seres superiores,
se os cultivardes; e a prosperidade que demandais vos
será dada como prêmio do culto que lhes prestardes.
“Aquele, porém, que goza os dons dos seres supe­
riores e prospera com seus favores, mas retém tudo
para si, sem nada restituir aos céus donde veio — esse
é ingrato e ladrão.”15
A cabala judaica também ensina a necessidade de con­
tato com seres mais evoluídos para se obter informações
necessárias à evolução humana, como demonstra Perle
Epsteins.
“Os indivíduos mais desenvolvidos espiritualmente,
dominados pelo nível intelectual da alma, sonharão
que estão no reino celestial, onde se comunicam com
seres desencarnados, a que chamam de “anjos”. A
função formadora de imagens, própria da natureza ani­
mal, transforma essas “jornadas” em sonhos, e assim
o indivíduo pode obter mensagens significativas da re­
gião celestial. Ele deve ser cuidadoso, pois a informação,
freqüentemente, está misturada a desejos subjetivos e
distorções resultantes de sua própria vida emocional.
Os sábios judeus, portanto, sempre preveniram que é
impossível a uma pessoa comum ter um sonho real­
mente profético sem uma considerável mistura de in­
formações inúteis.
“Os cabalistas que proferiram os nomes de Deus
e alteravam seus padrões de respiração, estavam fazendo
uso do terceiro degrau da escada da alma — a res­
piração que os ligava ao mundo espiritual. Ligando-se
mentalmente a um “ser espiritual” específico, o caba-
46 Nova Era
lista poderia ou elevar-se mais ainda (como Abulafia
ensinou), ou obter importantes informações sobre o
futuro. Essa segunda prática era perigosa, pois, com
freqüência, resultava em fazer contato com os shedim
— seres demoníacos — que alteravam e confundiam
a mente dos meditados. Ao longo desse caminho,
coloca-se o perigo da insanidade Por isso, a respiração,
ou terceiro nível da alma, era considerada uma espada
de dois gumes.”16
Há muitas outras fontes que comprovam que o diabo
sempre procurou enganar o homem, levando-o a crer na
necessidade da prática antibíblica de consultas aos espí­
ritos. Especialistas que estudam fenômenos paranormais,
têm observado a prática de consultas a mestres cósmicos,
pelos adeptos do movimento Nova Era, e a têm denomi­
nado de channeling (que no inglês quer dizer “canalização”).
A realização da channeling consiste numa prática de
meditação onde a pessoa entra em transe hipnótico. Du­
rante esse exercício a mente do indivíduo que o pratica
sai do nível de ondas beta do cérebro, que é o estado de
vigília, e entra no nível de ondas alpha, um nível inferior,
onde a pessoa fica em estado de transe hipnótico. No es­
tado alpha, geralmente a pessoa visualiza um lugar muito
bonito, onde pode. tatear, sentir cheiro e ouvir sons pro­
venientes do local. Nessas circunstâncias, a pessoa pode
visualizar um ser que vem sempre revestido de muita luz,
que pode ser denominado mestre cósmico, anjo, ou sim­
plesmente ET. Esse ser, então, transmite mensagens à pes­
soa que está fazendo o contato e, muitas vezes, a leva a
passear em lugares distantes, até mesmo celestes, ou ainda,
a momentos do seu passado, nesta vida ou em “outras en­
carnações”.
O fato de esses ET^ serem espíritos revestidos de luz
não nos admira. Pelo contrário, essa “luz” e as mensagens
antibíblicas que transmitem, apenas revelam sua verdadeira
identidade, como nos advertiu o apóstolo Paulo: “Mas. ainda
que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evan­
gelho que vá além do que vos temos pregado, seja aná-
A Ideologia do Movimento Nova Era 47
tema” (G1 1.8); pois “não é de admirar, porque o próprio
Satanás se transforma em anjo de luz” (2 Co 11.14).
Postulam os adeptos do movimento que na Nova Era
a humanidade estabelecerá um relacionamento aberto com
os seres cósmicos. Ao alcançar um maior desenvolvimento
espiritual a humanidade viverá um verdadeiro regime “cos-
mocrático”, como preconiza TYevisan.
“A Nova Era ruma para a cosmocracia, que é um
passo além da democracia. O cosmo será a forma de
vida ideal, onde o indivíduo se sentirá um no todo.”17
Parte dos segmentos do movimento afirma que algu­
mas pessoas se negarão a sofrer a evolução necessária para
a instauração da Nova Ordem e que esses tais terão de
ser retirados daqui, como afirma Célia Labome Tavares.
“Os que não assumirem o trabalho para o autoco-
nhecimento e aperfeiçoamento, deverão esperar por
outro ciclo de reconstrução em algum lugar do cos­
mos. A manifestação crística do nosso tempo é muito
acentuada e clara, e não há tempo a perder”18
Tkis pessoas “menos evoluídas” serão seqüestradas por
um enorme disco voador, e, levadas para outro lugar, pas­
sarão pela evolução necessária, afirmam alguns pensado­
res da Nova Era.
Aleluia! Até o diabo é obrigado a reconhecer a reali­
dade do arrebatamento da Igreja de Jesus Cristo! E o diabo
é obrigado a trabalhar de acordo com o fato de que o
arrebatamento ocorrerá. Caso contrário, após o arrebata­
mento muitas pessoas passariam a crer nas palavras pre­
gadas pelos cristãos, pois Satanás seria desmentido.
Embora alguns segmentos afirmem que serão levados
os seres menos evoluídos, outros afirmam que serão seres
escolhidos para passarem por um trabalho de evolução
maior, mas que já possuem certa evolução no plano da
Nova Era.
De qualquer forma, parece ponto pacífico a crença de
um arrebatamento ufológico de um grupo de pessoas. Er-
gom trata sobre isso no seu livro Projeto Evacuação Mun­
48 Nova Era
dial, onde afirma que o capitão da nave que efetuará o
resgate chama-se Sananda, e que esse ta] Sananda foi co­
nhecido na terra como o mestre Jesus.19
Num ponto ele está certo: é o próprio Jesus quem vem
buscar a sua Igreja. Mas este Jesus não é um capitão in-
tergalático em alto estágio evolutivo. Este Jesus é o Ge­
neral dos exércitos, o Senhor dos senhores, em quem po­
demos seguramente esperar.
“Pois a nossa pátria está nos céus, de onde tam­
bém aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,
o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para
ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia
do poder que ele tem de até subordinar a si todas as
cousas.” (Fp 3.20,21.)
Lúcifer
A idéia de evolução espiritual cria, automaticamente,
a idéia de uma cadeia evolutiva em diferentes graus de
desenvolvimento e conseqüente hierarquia dentro deles
— o que subentende que há alguém no topo dessa hie­
rarquia, ou um ser mais evoluído do que os demais, ou
pelo menos uma elite entre eles.
Neste ponto há uma questão pouco comentada nas li­
teraturas e palestras do Nova Era. Tàl questão, porém, é
de grande importância, pois revela o caráter maligno do
movimento — é o Fator Lúcifer.
É ponto básico no pensamento Nova Era a existência
de um ser superior a todos os outros em nível de evolução.
Alguns segmentos chamam abertamente esse ser de Lú­
cifer, outros utilizam outros nomes. Suas características
são as mesmas em todos os segmentos. Daí denominar
essa questão de Fator Lúcifer, já que existem tantos no­
mes para descrever um mesmo ser.
Durante o II Congresso Holístico Internacional, ocor­
rido em julho de 1991, em Belo Horizonte (MG), Carlos
Byngton afirmou que Lúcifer não é um ser maligno, pelo
contrário, seu próprio nome já declara que ele é um “ema-
nador de luz”. Segundo Carlos Byngton, o cristianismo
A Ideologia do Movimento Nova Era 49
cometeu um grande erro em atribuir caráter maligno a
Lúcifer.
A presença do Fator Lúcifer no movimento Nova Era
fica ainda mais patente ao estudarmos as entidades que
promovem a filosofia New Age, pois entre elas encontra­
mos a Lucis Thist (que quer dizer Confiança em Lúcifer).
Essa entidade foi fundada em 1922, com o nome Lúcifer
Publishing Company (Companhia de Publicações Lúcifer),
que foi mudado no ano seguinte para a então Lucis TYust.
Em 1987 essa organização já contava com seis mil mem­
bros ativos.20
J. Benitez, em seu livro A Rebelião de Lúcifer, sugere
que Lúcifer foi inocente e que, na realidade, ele é um mes­
tre cósmico bom, que deseja ajudar a humanidade.
O Fator Lúcifer também está presente nas obras de
TVigueirinho, líder de um movimento místico ufológico que
anuncia o despertar de uma nova era.
José TVigueirinho Netto é formado em psicologia e de­
senvolve o seu trabalho dentro da linha teosófica, adotando
os ensinamentos de Alice Bailey. Ele foi discipulado por
Paul Bournton que, por sua vez, cursou a Lucis Trust. TVi­
gueirinho fala sobre a hierarquia cósmica e cita a existên­
cia de um ser mais evoluído que todos os outros.
“Neste capítulo estamos utilizando novamente al­
gumas indicações de Djwhal Khul, atualizando o que
ele deixou escrito sobre Amuna Kur na época em que
este ainda era chamado Sanat Kumara. Amuna Kur
também foi conhecido anteriormente como o Senhor
do Mundo, o Jovem Eterno, o Ancião dos Dias, Mel-
quisedeque e Deus, tendo passado pelas etapas que
a Lei Divina apresenta a todo ser evoluído. (...)
“Amuna Kur tem hoje a consciência muito ampliada,
e controla a evolução das raças de superfície de todos os
planetas habitados que estão submetidos à Lei de Purifi­
cação, até que estes consigam, em estado divino,
transcendê-la. Assim, quando tivermos atingido esse ponto,
Amuna Kur se transferirá para outro planeta cuja raça de
superfície esteja ainda sob a Lei de Purificação.”21
50 Nova Era
Embora TYigueirinho afirme que esse ser mudou de
nome hoje e se chama Amuna Kut; desperta-me muito a
atenção o fato de o seu antigo nome cósmico ser Sanat
Kumara. Ora, se invertermos apenas duas letras do nome
Sanat, encontraremos o nome Satan: o ser a quem TVi-
gueirinho atribui o mérito de a humanidade vir a alcançar
uma nova era.
Para outro segmento, de ordem ufológica, o nome desse
ser é Ashtar, onde encontramos as mesmas descrições que
determinam o Fator Lúcifer. O absurdo é colocar esse ser
acima de Jesus na hierarquia cósmica, como descreve Er-
gom.
“Ashtar e aqueles que o servem são tão reais como
você e eu. Na Aliança da Confederação Intergalática,
o Comandante Ashtar é a mais alta autoridade para
o nosso hemisfério. Ele é o Comandante da Nave es­
trelar do nosso Amado Senhor e Grande Comandante
Jesus-Sananda para a maior parte de seu tempo. Ele
tem autoridade para aclarar qualquer canal e para in­
terromper ou tomar controle de qualquer comunicação,
de qualquer fonte, em qualquer momento, sobre nosso
planeta.”22
Esses exemplos deixam claro que Satanás é o mentor
e chefe maior do atual movimento Nova Era. Não é de
admirar que ele já esteja-se revelando através desse Fator
Lúcifer, pois a Bíblia diz que durante o governo do an-
ticristo todos serão levados a adorar Satanás (Ap 13.4).
Para que a humanidade chegue a ponto de adorar Satanás
será necessário que haja uma predisposição mental por
parte das pessoas; é o que vem fazendo o Fator Lúcifer
dentro da ideologia da Nova Era.
As Eras
A razão por que tem-se ouvido tanto sobre uma nova
era fundamenta-se na crença de que os ciclos divinos de
evolução são desenvolvidos através de diferentes eras as­
trológicas, cada uma com sua característica distinta.
A Ideologia do Movimento Nova Era 51
Acreditam que a humanidade evoluiu dentro das se­
guintes eras:
• Era de Touro: de 4304 a 2154 a. C.
• Era de Carneiro: de 2154 a 4 a. C.
• Era de Peixes: de 4 a. C. a 2146 d. C.
• Era de Aquário: 2146 a 4296 d. C.
Cada era compreende um período de 2.150 anos. Nem
todos os segmentos concordam com essas datas, mas são
unânimes na seqüência das eras: Touro — Carneiro — Pei­
xes — Aquário.
A Era de Touro é atribuída à antiga cultura egípcia,
que tinha a vaca como deusa da fertilidade e a pecuária
como principal cultura. Os astrólogos dizem que essa foi
a era em que a cultura egípcia se desenvolveu e foi o cen­
tro da civilização.
Com o final da Era de Touro, o domínio egípcio ces­
sou e deu lugar à de Carneiro, o signo que passou a do­
minar. Os astrólogos dizem que foi Israel que dominou
essa era, devido ao sacrifício do cordeiro, o ritual mais
marcante da religião de Israel, além da ovinocultura (criação
de ovelhas), sua principal cultura. Dizem que a fase de
transição entre as duas eras foi a saída de Israel do Egito,
e que os hebreus ainda tentaram preservar o poder de
Touro, quando fizeram o bezerro de ouro no deserto, mas
Moisés (avatar da Era de Carneiro) os repreendeu e inau­
gurou a Era de Carneiro. Afirmam que Jesus foi chamado
de “Cordeiro de Deus” (Jo 1.36) porque era filho do povo
dominante da Era de Carneiro.23
Jesus Cristo (avatar da Era de Peixes) teria, então, inau­
gurado essa era, dando evidência disso ao chamar os após­
tolos para serem pescadores de homens, fazendo alusão
à humanidade pisciana.
Por causa de Jesus Cristo, o povo dominante da Era de
Peixes seriam os cristãos. Para provar que o cristianismo é
o que domina a Era de Peixes, apegam-se ao fato de que
o mais antigo símbolo cristão é o peixe. Os cristãos primi­
tivos adotaram o peixe porque a palavra, no grego, formava
as iniciais da frase Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador (Peixe
— Ichthys — Iésous Christos Theou Hyos Sõter).
52 Nova Era
Jaap Huibers diz que, pelo fato de o peixe viver submerso
na escuridão das profundezas do mar, a Era de Peixes está
marcada pelas trevas, onde o homem busca mais o material
do que o espiritual. Um claro exemplo disso são as próprias
catedrais cristãs, sempre sombrias e luxuosas.24
Terminando a Era de Peixes surge a de Aquário. A-
quário é um signo regido pelo planeta Urano, que foi des­
coberto em 1781, coincidindo com a Revolução Francesa.
Por isso, dizem alguns que a palavra de ordem de Urano
é “liberdade, igualdade e fraternidade” (essa é também a
palavra de ordem na Maçonaria), que foi a palavra de or­
dem na Revolução Francesa. Palavra de ordem necessária
para que o planeta Terra possa se transformar numa al­
deia global, vivendo uma Nova Ordem Mundial, num re­
gime cosmocrático.
Urano, por sua vez, é um deus da mitologia grega, que
se casou com Gea (ou Gaia). Eles tiveram um filho cha­
mado Kronos, que foi expulso por Urano. Kronos vingou-
se do pai cortando-lhe os testículos e, assim, Urano dei­
xou de ser completamente homem, mas também não pas­
sou a ser completamente mulher. A interpretação que os
aquarianos dão para a história de Urano é a de que Urano
é o céu e Gea (Gaia) é a terra. A tragédia de Urano ter
perdido os testículos apenas veio estabelecer um equilí­
brio cósmico nas forças celestiais, marcando, desse modo,
a característica da Era de Aquário: um céu, parceiro da
mãe terra, estabelecendo um equilíbrio cósmico de todas
as energias.
Por fim, alegam que é a isso que se referiu João no
Apocalipse, quando falou de novo céu e nova terra (Ap
21.1). Ele teria se referido à nova era que Urano, o Ancião
dos Dias, derramaria sobre a humanidade, quando disse
que via a nova Jerusalém (Nova Era, segundo eles) des­
cendo do céu (Urano).
Nossa esperança não se fundamenta no deus inexistente
Urano (disfarce de Satanás), nem como deus nem como as­
tro regente de uma nova era. A mensagem do cristianismo
não se secará como as supostas águas de Peixes, pois são
palavras eternas, do Salvador eterno, Deus verdadeiro e Se­
A Ideologia do Movimento Nova Era 53
nhor de todos os tempos, de todas as eras, que merece toda
a glória e honra. Como declarou Judas, irmão de Tiago, ho­
mem de profunda visão do mundo espiritual:
“Ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus
Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e so­
berania, antes de todas as eras, e agora, e por todos
os séculos. Amém.” (Jd 25.)
Jesus Cristo
No pensamento Nova Era cristo não é qualidade re­
dentora exclusiva de Jesus. Acreditam que cristo é um ní­
vel evolutivo que qualquer um pode alcançar e que está
potencialmente dentro de cada ser existente.
Por isso, pregam que na Nova Era o homem atingirá
um estágio de alta evolução crística, e que é esse fator
que faz da Era de Aquário uma era de profunda harmonia
da humanidade cósmica.
Para eles Jesus foi apenas um dos muitos mestres cós­
micos que tiveram papel importante de auxílio no processo
evolutivo da humanidade. Jesus seria, nessa visão, um ser
de alto desenvolvimento crístico e por isso acabou sendo
conhecido como Jesus Cristo.
O papel de Jesus foi de muita importância para a hu­
manidade, pois, por se tratar de um ser de alta evolução,
foi escolhido para implantar a Era de Peixes, para ser o
seu avatar, como afirma TVevisan.
“Jesus inaugurou a Era de Peixes, mas anunciando
a Era de Aquário. Graças à semente lançada há dois
mil anos, hoje a humanidade chegou ao seu grande
momento. Foi o Mestre quem implantou as bases da
Nova Era.”25
Por essa razão, dificilmente chamam Jesus de Senhor,
pois o senhorio de Jesus finda com a Era de Peixes. Não
é de admirar, já visto que a Bíblia diz que ninguém pode
chamar Jesus de Senhor se não for pelo Espírito Santo
(1 Co 12.3).
Em um artigo da revista Destino, de abril de 1991, en-
54 Nova Era
contramos o ponto de vista dos aquarianos sobre o Se­
nhor Jesus Cristo face aos “novos tempos” trazidos pela
Era de Aquário.
“A passagem de Peixes para Aquário, do ponto de
vista da astrologia, é extremamente difícil, pois as ca­
racterísticas dos dois signos são bem diferentes. Peixes
é representado pelo espírito de sacrifício, da caridade.
Aquário aponta em outra direção. É o signo da ami­
zade, do companheirismo, da esperança e da criação
de um mundo novo.
“Com a mudança de Peixes para Aquário, dizem
os astrólogos, sai de cena também Jesus Cristo, o grande
avatar da era que termina, dando lugar ao patrono má­
ximo de Aquário, o mestre Saint Germain.”26
Lembremo-nos do que disse o apóstolo João:
“Quem é o mentiroso senão aquele que nega que
Jesus é Cristo? Este é o anticristo, o qut nega o Pai
e o Filho.” (1 Jo 2.22.)
É exatamente o que faz a Nova Era: nega o Pai e o
Filho. Segundo o apóstolo João, essa doutrina não é ape­
nas diabólica, mas a própria doutrina do anticristo, pois
nega a existência do Pai como um Deus pessoal e único,
e também nega a glória e a majestade do Filho.
Mas, de acordo com as Sagradas Escrituras, Jesus é
o Rei único e soberano.
"... Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome
que está acima de todo nome, para que ao nome de
Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e de­
baixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo
é Senhor, para glória de Deus Pai.” (Fp 2.9-11.)
Pois, “Jesus Cristo ontem e hoje é o mesmo, e o será
para sempre” (Hb 13.8).
O Avatar
Os adeptos da Nova Era esperam por um tipo de mes­
sias — avatar — que coloque ordem no mundo e estabe-
A Ideologia do Movimento Nova Era 55
leça a paz. Acreditam que cada era possui o seu avatar
e que para a Era de Aquário também se levantará uma
espécie de messias.
Os segmentos da Nova Era usam nomes diferentes para
designar o avatar; os mais correntes são Saint Germain
e Lord Maitreya. No entanto, crêem unanimente na vinda
desse avatar, e esperam que essa personagem unifique todo
o mundo debaixo de um único governo e estabeleça a paz
para a humanidade.
Worls Goodwill, um destacado adepto da Nova Era,
diz o seguinte sobre o avatar.
“Este é um tipo de preparação não apenas para
uma nova civilização e cultura numa Nova Ordem Mun­
dial, mas também para a vinda de uma nova dispen-
sação espiritual. A humanidade não está seguindo um
curso não planejado. Há um plano divino no cosmos
do qual somos parte. No fim de uma era os recursos
humanos e instituições estabelecidas parecem inade­
quados para suprirem as necessidades e resolverem
os problemas do mundo. Em tal tempo, a vinda de
um Mestre, um líder ou avatar espiritual, é antecipada
e invocada pelas massas da humanidade em todas as
partes do mundo. Hoje o reaparecimento do Instrutor
do mundo — o Ungido — é esperado por milhões,
não só por aqueles da fé cristã, mas por aqueles de
todas as fés que esperam o avatar, debaixo dos nomes:
Senhor Maitreya, Krishna, Messias, Iman Mahdi e o
Bodhisattva... A preparação por homens e mulheres
de boa vontade é necessária para introduzir novos va­
lores; novos padrões de comportamento, novas atitu­
des de não separação e cooperação, guiando as retas
relações humanas a uma paz mundial. O Instrutor mun­
dial vindouro estará principalmente preocupado, não
com o resultado ou erros passados e insuficiências,
mas com as necessidades de uma Nova Ordem Mun­
dial e com a organização da estrutura social.”27
Esse líder mundial surge de forma a satisfazer as re­
ligiões, pois ele é apresentado como o “esperado” de to-
56 Nova Era
das elas. Naturalmente o homem sabe que precisa de um
salvador, e é ponto comum nas diversas religiões seus se­
guidores acreditarem na vinda de um salvador. A Nova Era
explica que, na realidade, todos esses esperados salvado­
res são um mesmo ser, com nomes diferentes — o Mai-
treya de alguns místicos é o mesmo Saint Germain de ou­
tros, que por sua vez é o Messias dos judeus, o quinto
Buda dos budistas, o Iman Mahdi dos muçulmanos, o Kri-
shna dos hindus, e também o Cristo dos cristãos. Todos,
“mestres-salvadores” para as suas respectivas religiões, es­
perados por seus seguidores.
Com relação ao Cristo dos cristãos eles fazem uma im­
portante distinção entre Jesus e o Cristo que voltará. Ben-
jamin Creme, que afirma ser o porta-voz do Maitreya, ex­
plica essa distinção dizendo que Jesus é um discípulo de
Maitreya. Assim, Jesus teve o seu momento de Cristo mas
já não o é mais.
Foi realizada em Londres, nos dias 21 e 22 de abril
de 1982, uma grande conferência com importantes líderes
de diversas religiões, políticos do mundo todo e jornalis­
tas. Sobre essa conferência relata um artigo da revista
Areopagus:
“Alguns destes participantes disseram ter visto Mai­
treya aparecer e desaparecer e terem-no ouvido falar
dos seus ensinamentos e trabalhos. Creme afirma ser
este o evento mencionado por um jornal americano,
o National Examiner, quando ele citou o bispo do Va­
ticano dizendo: “Há uma evidência irresistível de que
Cristo já está voltando para tomar lugarf28
Devido a matérias que saíram em vários jornais do
mundo, na época do evento, sob títulos do tipo “O Cristo
Chegou”, algumas pessoas interpretaram o evento como
sendo o nascimento do Maitreya. No entanto, o que Creme
chamou de “Dia da Declaração” do Maitreya, em 1982,
não se referia ao seu nascimento.
Embora Benjamin Creme tenha se intitulado porta-voz
do Maitreya, no meio aquariano ele não é de todo acre­
ditado. Os aquarianos mais informados têm certa reserva
A Ideologia do M ovimento Nova Era 57
contra Creme por ter ele, certa vez, predito uma data para
o Armagedom e tal evento não ter ocorrido. Mesmo as­
sim, como acreditam piamente na vinda do avatar, dão certo
crédito ao que Creme anuncia sobre o senhor Maitreya,
mas sempre com reservas, conseqüência de seu fracasso
anterior.
A ascensão do anticristo é o objetivo máximo de Sa­
tanás. Tbdas as suas articulações diabólicas giram, há muito
tempo, em tomo desse propósito. Ele tem trabalhado in­
cansavelmente para criar as condições para esse evento,
e, através de toda essa filosofia, preparar a mente humana
para que aceite o homem do pecado (anticristo), conforme
já revelou Helena P. Blavatsky, há um século atrás.
“Se a tentativa atual, em forma de nossa sociedade,
for melhor sucedida que as anteriores, ela será então
um corpo organizado, vivo e saudável quando chegar
a hora crucial do século vinte. A condição geral da
mente e do coração do homem terá sido melhorada
e purificada pela expansão de seus ensinamentos e,
como já disse, seus preconceitos e ilusões dogmáticas
terão sido, até certo ponto, removidos. Não apenas isso,
mas além dele uma literatura profícua e acessível terá
chegado às mãos do homem, e o próximo impulso en­
contrará um corpo numeroso e unido de pessoas pron­
tas a darem as boas-vindas ao novo portador da Ver­
dade. Ele encontrará a mente do homem preparada
para sua mensagem, uma linguagem pronta para ele,
capaz de transmitir as novas verdades que traz, uma
organização que espera a sua chegada, que removerá
os obstáculos meramente mecânicos e materiais e as
dificuldades de seu caminho. Pense em quanto alguém,
a quem esta oportunidade fosse dada, poderia fazer.
Compare isso com o que a Sociedade Ttosófica real­
mente conseguiu nos últimos quatorze anos, sem ne­
nhuma dessas vantagens e rodeada por hostes de im­
pedimentos que não impediriam o novo líder. Considere
tudo isto e diga-me então se sou muito otimista quando
digo que, se a Sociedade Tfeosófica sobreviver e for ver-
58 Nova Era
dadeira a sua missão aos seus impulsos originais, du­
rante as próximas centenas de anos — diga-me,
pergunto-lhe, se vou longe demais quando afirmo que
a terra será um paraíso no século vinte e um em com­
paração com o que é agora.”29
Não fosse a Palavra de Deus, creio que não suporta­
ríamos diante de tão forte pressão espiritual destes dias.
E verdade que muitos sucumbirão. O próprio Jesus disse
que nos últimos dias o amor de muitos se esfriará (Mt 24.12),
e Paulo acrescenta que muitos abandonarão a fé para se­
guir doutrinas de demônios (1 TVn 4.1).
Bem-aventurados aqueles que nestes dias podem de­
clarar juntamente com o apóstolo Paulo:
“Porque, ainda que há também alguns que se cha­
mem deuses, quer no céu, ou sobre a terra, como há
muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós
há um só Deus, o Pai, de quem são todas as cousas
e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo,
pelo qual são todas as coisas, e nós também por ele.”
(1 Co 8.5,6.)
A Natureza
Panteístas que são, os seguidores da Nova Era acre­
ditam que a Terra também é parte do todo divino — um
ser vivo que tem espírito.
Tentando criar uma ponte entre essa visão mística e
a ciência, o professor James Lovelock formulou a hipótese
de Gaia, onde tenta encontrar elementos científicos que
comprovem que certas características do planeta Terra são
semelhantes àquelas que os gregos atribuíam à deusa Gaia,
a Mãe-Terra. Tenta, assim, comprovar que a Terra é uma
entidade viva, consciente, que sente e respira.
Por essa razão, todos os segmentos da Nova Era
preocupam-se igualmente com a questão ecológica. Acre­
ditam que o espírito da Terra possui força capaz de for­
talecer e delegar poder aos que o buscam. Crêem que o
homem é constituído por um corpo energético, e que a
natureza possui forças que podem fortalecê-lo, conforme
A Ideologia do Movimento Nova Era 59
declaração do místico Ronnie Von, em uma entrevista à
revista Destino:
“Destino. As plantas têm energias como as dos cris­
tais?
“Ronnie. Elas têm uma radiação energética, talvez
até mais poderosa do que a desses objetos.
“Destino. Como a arruda é usada para espantar
maus fluidos?
“Ronnie. A arruda libera uma energia que fortalece
o nosso campo astral e toma-o capaz de repelir forças
que poderiam afetá-lo negativamente. Outro exemplo
é a lavanda. Ela atrai energias positivas, deixando-nos
mais próximos da divindade.”30
Acreditam também que as energias são liberadas atra­
vés dos “elementais” da natureza. Esses “elementais” são
pequenos gnomos, duendes, fadas e um grande número
de outros seres semelhantes que trabalham através dos
quatro elementos da natureza: terra, água, fogo e ar. Acre­
ditam mesmo que esses seres existem, e já têm, inclusive,
desenvolvido muitas pesquisas sobre o tema.
Tenho participado de muitos congressos e palestras so­
bre esses assuntos, e admira-me ver pessoas de alto nível
intelectual acreditar em tanta fábula. Mas é interessante
notar que o apóstolo Paulo previu esse comportamento
para os últimos dias.
“Pois haverá tempo em que não suportarão a sã
doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres, se­
gundo as suas próprias cobiças, como que sentindo
coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à
verdade, entregando-se às fábulas.” (2 Thi 4.3,4.)
Outro fato importante na questão filosófica do movi­
mento ecologista é que na mitologia o espírito da Terra
é representado por um dragão. A Gaia que o atual pen­
samento Nova Era tem levado muitos a cultuar e adorar
não passa de um dragão; figura que a Bíblia utiliza apenas
para referir-se a Satanás (Ap 12.9).
Enquanto Satanás é o espírito que está por trás desse
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era
A ideologia por trás do movimento Nova Era

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

9) Escatologia Princípio do Fim - 666, a marca da besta
9) Escatologia Princípio do Fim - 666, a marca da besta9) Escatologia Princípio do Fim - 666, a marca da besta
9) Escatologia Princípio do Fim - 666, a marca da bestaJean Jorge Silva
 
Quanto tempo nos resta?
Quanto tempo nos resta?Quanto tempo nos resta?
Quanto tempo nos resta?Daladier Lima
 
Falsafa, Diásporas, Maimônides
Falsafa, Diásporas, Maimônides Falsafa, Diásporas, Maimônides
Falsafa, Diásporas, Maimônides Shirley Rodrigues
 
Ellen white confirma: o Espírito Santo é o Espírito de Jesus
Ellen white confirma: o Espírito Santo é o Espírito de JesusEllen white confirma: o Espírito Santo é o Espírito de Jesus
Ellen white confirma: o Espírito Santo é o Espírito de JesusASD Remanescentes
 
Babilônia A Religião Dos Mistérios Ralph Woodrow
Babilônia A Religião Dos Mistérios Ralph WoodrowBabilônia A Religião Dos Mistérios Ralph Woodrow
Babilônia A Religião Dos Mistérios Ralph WoodrowREFORMADOR PROTESTANTE
 
Epístolas gerais - aula 1
Epístolas gerais - aula 1Epístolas gerais - aula 1
Epístolas gerais - aula 1Moisés Sampaio
 
Generos.literários
Generos.literáriosGeneros.literários
Generos.literáriosaylanj
 
História das Missões - ppt da aula
História das Missões - ppt da aulaHistória das Missões - ppt da aula
História das Missões - ppt da aulaPaulo Dias Nogueira
 
Teorias da Conspiração (Desvendando alguns segredos)
Teorias da Conspiração (Desvendando alguns segredos)Teorias da Conspiração (Desvendando alguns segredos)
Teorias da Conspiração (Desvendando alguns segredos)Arlei AJ
 
MANUAL Mais de 200 maneiras práticas de se envolver com Missões
MANUAL Mais de 200 maneiras práticas de se envolver com Missões  MANUAL Mais de 200 maneiras práticas de se envolver com Missões
MANUAL Mais de 200 maneiras práticas de se envolver com Missões Sammis Reachers
 
IASD FAZENDO PARTE DA UNIÃO DAS IGREJAS PREVISTA POR ELLEN WHITE
IASD FAZENDO PARTE DA UNIÃO DAS IGREJAS PREVISTA POR ELLEN WHITEIASD FAZENDO PARTE DA UNIÃO DAS IGREJAS PREVISTA POR ELLEN WHITE
IASD FAZENDO PARTE DA UNIÃO DAS IGREJAS PREVISTA POR ELLEN WHITEASD Remanescentes
 

Mais procurados (20)

9) Escatologia Princípio do Fim - 666, a marca da besta
9) Escatologia Princípio do Fim - 666, a marca da besta9) Escatologia Princípio do Fim - 666, a marca da besta
9) Escatologia Princípio do Fim - 666, a marca da besta
 
Quanto tempo nos resta?
Quanto tempo nos resta?Quanto tempo nos resta?
Quanto tempo nos resta?
 
Falsafa, Diásporas, Maimônides
Falsafa, Diásporas, Maimônides Falsafa, Diásporas, Maimônides
Falsafa, Diásporas, Maimônides
 
Ellen white confirma: o Espírito Santo é o Espírito de Jesus
Ellen white confirma: o Espírito Santo é o Espírito de JesusEllen white confirma: o Espírito Santo é o Espírito de Jesus
Ellen white confirma: o Espírito Santo é o Espírito de Jesus
 
Babilônia A Religião Dos Mistérios Ralph Woodrow
Babilônia A Religião Dos Mistérios Ralph WoodrowBabilônia A Religião Dos Mistérios Ralph Woodrow
Babilônia A Religião Dos Mistérios Ralph Woodrow
 
Epístolas gerais - aula 1
Epístolas gerais - aula 1Epístolas gerais - aula 1
Epístolas gerais - aula 1
 
Generos.literários
Generos.literáriosGeneros.literários
Generos.literários
 
Papai noel 97 2003
Papai noel 97 2003Papai noel 97 2003
Papai noel 97 2003
 
Lo que Oculta El código Da Vinci
Lo que Oculta El código Da VinciLo que Oculta El código Da Vinci
Lo que Oculta El código Da Vinci
 
História das Missões - ppt da aula
História das Missões - ppt da aulaHistória das Missões - ppt da aula
História das Missões - ppt da aula
 
Cinco pontos do calvinismo
Cinco pontos do calvinismoCinco pontos do calvinismo
Cinco pontos do calvinismo
 
Teorias da Conspiração (Desvendando alguns segredos)
Teorias da Conspiração (Desvendando alguns segredos)Teorias da Conspiração (Desvendando alguns segredos)
Teorias da Conspiração (Desvendando alguns segredos)
 
Culto 4 leprosos
Culto 4 leprososCulto 4 leprosos
Culto 4 leprosos
 
Lista de pastores maçons
Lista de pastores maçonsLista de pastores maçons
Lista de pastores maçons
 
Oração tipos
Oração tiposOração tipos
Oração tipos
 
A virgem maria na bíblia
A virgem maria na bíbliaA virgem maria na bíblia
A virgem maria na bíblia
 
Secularização
SecularizaçãoSecularização
Secularização
 
MANUAL Mais de 200 maneiras práticas de se envolver com Missões
MANUAL Mais de 200 maneiras práticas de se envolver com Missões  MANUAL Mais de 200 maneiras práticas de se envolver com Missões
MANUAL Mais de 200 maneiras práticas de se envolver com Missões
 
IASD FAZENDO PARTE DA UNIÃO DAS IGREJAS PREVISTA POR ELLEN WHITE
IASD FAZENDO PARTE DA UNIÃO DAS IGREJAS PREVISTA POR ELLEN WHITEIASD FAZENDO PARTE DA UNIÃO DAS IGREJAS PREVISTA POR ELLEN WHITE
IASD FAZENDO PARTE DA UNIÃO DAS IGREJAS PREVISTA POR ELLEN WHITE
 
A teologia feminista
A teologia feministaA teologia feminista
A teologia feminista
 

Destaque

Símbolos da nova era inseridos em nosso cotidiano
Símbolos da nova era inseridos em nosso cotidianoSímbolos da nova era inseridos em nosso cotidiano
Símbolos da nova era inseridos em nosso cotidianoRobson Rocha
 
Creative Cities: o efeito borboleta das inovações (the Future of the Smart Ci...
Creative Cities: o efeito borboleta das inovações (the Future of the Smart Ci...Creative Cities: o efeito borboleta das inovações (the Future of the Smart Ci...
Creative Cities: o efeito borboleta das inovações (the Future of the Smart Ci...PorQueNão?
 
Instalação da Nova Era
Instalação da Nova EraInstalação da Nova Era
Instalação da Nova Eraield
 
Estudos bíblicos a segunda vinda de cristo
Estudos bíblicos a segunda vinda de cristoEstudos bíblicos a segunda vinda de cristo
Estudos bíblicos a segunda vinda de cristoRegis A. Feitosa
 
Apocalipse - Capítulo 05 aula 11
Apocalipse - Capítulo 05   aula 11Apocalipse - Capítulo 05   aula 11
Apocalipse - Capítulo 05 aula 11IBC de Jacarepaguá
 
Gaga, Shiva e a Borboleta: uma análise semiótica
Gaga, Shiva e a Borboleta: uma análise semióticaGaga, Shiva e a Borboleta: uma análise semiótica
Gaga, Shiva e a Borboleta: uma análise semióticaBruno Quevedo
 
Segundo Módulo - Aula 17 - Ressureição da carne
Segundo Módulo - Aula 17 - Ressureição da carneSegundo Módulo - Aula 17 - Ressureição da carne
Segundo Módulo - Aula 17 - Ressureição da carneCeiClarencio
 
Nova era
Nova eraNova era
Nova eraJean
 
126 estudo panoramico-da_biblia-atos_dos_apostolos-parte_1
126 estudo panoramico-da_biblia-atos_dos_apostolos-parte_1126 estudo panoramico-da_biblia-atos_dos_apostolos-parte_1
126 estudo panoramico-da_biblia-atos_dos_apostolos-parte_1Robson Tavares Fernandes
 
O que é Páscoa? Símbolos da páscoa
O que é Páscoa?    Símbolos da páscoaO que é Páscoa?    Símbolos da páscoa
O que é Páscoa? Símbolos da páscoaMary Alvarenga
 
MILÊNIO, JUÍZO FINAL E ETERNIDADE
MILÊNIO, JUÍZO FINAL E ETERNIDADEMILÊNIO, JUÍZO FINAL E ETERNIDADE
MILÊNIO, JUÍZO FINAL E ETERNIDADELeonam dos Santos
 
O apocalipse ilustrado
O apocalipse ilustradoO apocalipse ilustrado
O apocalipse ilustradoJosue Garcia
 

Destaque (20)

Símbolos da Nova Era
Símbolos da Nova EraSímbolos da Nova Era
Símbolos da Nova Era
 
Nova era a operação do erro (novo)
Nova era   a operação do erro (novo)Nova era   a operação do erro (novo)
Nova era a operação do erro (novo)
 
Símbolos da nova era inseridos em nosso cotidiano
Símbolos da nova era inseridos em nosso cotidianoSímbolos da nova era inseridos em nosso cotidiano
Símbolos da nova era inseridos em nosso cotidiano
 
Creative Cities: o efeito borboleta das inovações (the Future of the Smart Ci...
Creative Cities: o efeito borboleta das inovações (the Future of the Smart Ci...Creative Cities: o efeito borboleta das inovações (the Future of the Smart Ci...
Creative Cities: o efeito borboleta das inovações (the Future of the Smart Ci...
 
Instalação da Nova Era
Instalação da Nova EraInstalação da Nova Era
Instalação da Nova Era
 
Servo biblia
Servo bibliaServo biblia
Servo biblia
 
Estudos bíblicos a segunda vinda de cristo
Estudos bíblicos a segunda vinda de cristoEstudos bíblicos a segunda vinda de cristo
Estudos bíblicos a segunda vinda de cristo
 
Estudos bíblicos Salmo 23
Estudos bíblicos Salmo 23Estudos bíblicos Salmo 23
Estudos bíblicos Salmo 23
 
A ressureição dos mortos
A ressureição dos mortosA ressureição dos mortos
A ressureição dos mortos
 
Apocalipse - Capítulo 05 aula 11
Apocalipse - Capítulo 05   aula 11Apocalipse - Capítulo 05   aula 11
Apocalipse - Capítulo 05 aula 11
 
O arrebatamento da 3
O arrebatamento da 3O arrebatamento da 3
O arrebatamento da 3
 
Gaga, Shiva e a Borboleta: uma análise semiótica
Gaga, Shiva e a Borboleta: uma análise semióticaGaga, Shiva e a Borboleta: uma análise semiótica
Gaga, Shiva e a Borboleta: uma análise semiótica
 
Segundo Módulo - Aula 17 - Ressureição da carne
Segundo Módulo - Aula 17 - Ressureição da carneSegundo Módulo - Aula 17 - Ressureição da carne
Segundo Módulo - Aula 17 - Ressureição da carne
 
Nova era
Nova eraNova era
Nova era
 
126 estudo panoramico-da_biblia-atos_dos_apostolos-parte_1
126 estudo panoramico-da_biblia-atos_dos_apostolos-parte_1126 estudo panoramico-da_biblia-atos_dos_apostolos-parte_1
126 estudo panoramico-da_biblia-atos_dos_apostolos-parte_1
 
Símbolos da nova era e seus significados
Símbolos da nova era e seus significadosSímbolos da nova era e seus significados
Símbolos da nova era e seus significados
 
O que é Páscoa? Símbolos da páscoa
O que é Páscoa?    Símbolos da páscoaO que é Páscoa?    Símbolos da páscoa
O que é Páscoa? Símbolos da páscoa
 
MILÊNIO, JUÍZO FINAL E ETERNIDADE
MILÊNIO, JUÍZO FINAL E ETERNIDADEMILÊNIO, JUÍZO FINAL E ETERNIDADE
MILÊNIO, JUÍZO FINAL E ETERNIDADE
 
Desenhos satanimados
Desenhos satanimadosDesenhos satanimados
Desenhos satanimados
 
O apocalipse ilustrado
O apocalipse ilustradoO apocalipse ilustrado
O apocalipse ilustrado
 

Semelhante a A ideologia por trás do movimento Nova Era

Liderança missional e igreja missional
Liderança missional e igreja missionalLiderança missional e igreja missional
Liderança missional e igreja missionalArturo Menesses
 
Teologia da Prosperidade (O Falso Evangelho)
Teologia da Prosperidade (O Falso Evangelho) Teologia da Prosperidade (O Falso Evangelho)
Teologia da Prosperidade (O Falso Evangelho) Carlos Silva
 
Reformador 04 abril_2006
Reformador 04 abril_2006Reformador 04 abril_2006
Reformador 04 abril_2006grupofce
 
Batalha espiritual caio fabio
Batalha espiritual caio fabioBatalha espiritual caio fabio
Batalha espiritual caio fabioIrzo Beckedorff
 
Caio fábio batalha espiritual
Caio fábio   batalha espiritualCaio fábio   batalha espiritual
Caio fábio batalha espiritualFabiano Santos
 
Acao social crista
Acao social cristaAcao social crista
Acao social cristaMarcos Lino
 
Eric hoffer fanatismo e movimentos de massa - o verdadeiro crente
Eric hoffer   fanatismo e movimentos de massa - o verdadeiro crenteEric hoffer   fanatismo e movimentos de massa - o verdadeiro crente
Eric hoffer fanatismo e movimentos de massa - o verdadeiro crenteLeandro Klineyder
 
Manual espirito de-profecia
Manual espirito de-profeciaManual espirito de-profecia
Manual espirito de-profeciaMaycon191
 
A Igreja na Grande Tribulação
A Igreja na Grande TribulaçãoA Igreja na Grande Tribulação
A Igreja na Grande Tribulaçãowww.osEXgays.com
 
Aula inaugural de marcelo barros ciências da religião unicap
Aula inaugural de marcelo barros   ciências da religião unicapAula inaugural de marcelo barros   ciências da religião unicap
Aula inaugural de marcelo barros ciências da religião unicapGilbraz Aragão
 
Jb news informativo nr. 0401
Jb news   informativo nr. 0401Jb news   informativo nr. 0401
Jb news informativo nr. 0401JB News
 
Folha Dominical - 09.06.19 Nº 770
Folha Dominical - 09.06.19 Nº 770Folha Dominical - 09.06.19 Nº 770
Folha Dominical - 09.06.19 Nº 770Comunidades Vivas
 
Reformador 06 junho_2006
Reformador 06 junho_2006Reformador 06 junho_2006
Reformador 06 junho_2006grupofce
 

Semelhante a A ideologia por trás do movimento Nova Era (20)

Apostila 32
Apostila 32Apostila 32
Apostila 32
 
Teologia 32
Teologia 32Teologia 32
Teologia 32
 
Apostila 32
Apostila 32Apostila 32
Apostila 32
 
Apostila 32
Apostila 32Apostila 32
Apostila 32
 
Liderança missional e igreja missional
Liderança missional e igreja missionalLiderança missional e igreja missional
Liderança missional e igreja missional
 
Teologia da Prosperidade (O Falso Evangelho)
Teologia da Prosperidade (O Falso Evangelho) Teologia da Prosperidade (O Falso Evangelho)
Teologia da Prosperidade (O Falso Evangelho)
 
Reformador 04 abril_2006
Reformador 04 abril_2006Reformador 04 abril_2006
Reformador 04 abril_2006
 
Batalha espiritual caio fabio
Batalha espiritual caio fabioBatalha espiritual caio fabio
Batalha espiritual caio fabio
 
Caio fábio batalha espiritual
Caio fábio   batalha espiritualCaio fábio   batalha espiritual
Caio fábio batalha espiritual
 
Acao social crista
Acao social cristaAcao social crista
Acao social crista
 
Jornal A Voz Espírita - Edição Março-Abril de 2016
Jornal A Voz Espírita - Edição Março-Abril de 2016Jornal A Voz Espírita - Edição Março-Abril de 2016
Jornal A Voz Espírita - Edição Março-Abril de 2016
 
Eric hoffer fanatismo e movimentos de massa - o verdadeiro crente
Eric hoffer   fanatismo e movimentos de massa - o verdadeiro crenteEric hoffer   fanatismo e movimentos de massa - o verdadeiro crente
Eric hoffer fanatismo e movimentos de massa - o verdadeiro crente
 
Manual espirito de-profecia
Manual espirito de-profeciaManual espirito de-profecia
Manual espirito de-profecia
 
A Igreja na Grande Tribulação
A Igreja na Grande TribulaçãoA Igreja na Grande Tribulação
A Igreja na Grande Tribulação
 
Abençoando20042014 (1)
Abençoando20042014 (1)Abençoando20042014 (1)
Abençoando20042014 (1)
 
Aula inaugural de marcelo barros ciências da religião unicap
Aula inaugural de marcelo barros   ciências da religião unicapAula inaugural de marcelo barros   ciências da religião unicap
Aula inaugural de marcelo barros ciências da religião unicap
 
Como entender a nova era
Como entender a nova eraComo entender a nova era
Como entender a nova era
 
Jb news informativo nr. 0401
Jb news   informativo nr. 0401Jb news   informativo nr. 0401
Jb news informativo nr. 0401
 
Folha Dominical - 09.06.19 Nº 770
Folha Dominical - 09.06.19 Nº 770Folha Dominical - 09.06.19 Nº 770
Folha Dominical - 09.06.19 Nº 770
 
Reformador 06 junho_2006
Reformador 06 junho_2006Reformador 06 junho_2006
Reformador 06 junho_2006
 

Mais de Abdias Barreto

Liderança cristã o Líder e seus conflitos
Liderança cristã   o Líder e seus conflitosLiderança cristã   o Líder e seus conflitos
Liderança cristã o Líder e seus conflitosAbdias Barreto
 
Rev ebd jovens 4º trimestre - 2017
Rev ebd jovens   4º trimestre - 2017Rev ebd jovens   4º trimestre - 2017
Rev ebd jovens 4º trimestre - 2017Abdias Barreto
 
Rev ebd jovens 3º trimestre - 2017 3 t jovens
Rev ebd jovens   3º trimestre - 2017 3 t jovensRev ebd jovens   3º trimestre - 2017 3 t jovens
Rev ebd jovens 3º trimestre - 2017 3 t jovensAbdias Barreto
 
Rev ebd jovens 2º trimestre - 2017 2 t
Rev ebd jovens   2º trimestre -  2017 2 tRev ebd jovens   2º trimestre -  2017 2 t
Rev ebd jovens 2º trimestre - 2017 2 tAbdias Barreto
 
Revistas ebd jovens - 1º Trimestre - 2017,
Revistas ebd jovens -  1º Trimestre - 2017,Revistas ebd jovens -  1º Trimestre - 2017,
Revistas ebd jovens - 1º Trimestre - 2017,Abdias Barreto
 
Rev ebd adultos 1° trimestre - 2018. comentada
Rev ebd adultos   1° trimestre - 2018. comentadaRev ebd adultos   1° trimestre - 2018. comentada
Rev ebd adultos 1° trimestre - 2018. comentadaAbdias Barreto
 
Rev ebd juniores 1ºtrimestre 2018
Rev ebd juniores 1ºtrimestre   2018Rev ebd juniores 1ºtrimestre   2018
Rev ebd juniores 1ºtrimestre 2018Abdias Barreto
 
Treinamento para professores da EBD.
Treinamento para professores da EBD.Treinamento para professores da EBD.
Treinamento para professores da EBD.Abdias Barreto
 
As 70 semanas de Daniel - Profecia referente ao povo judeu e a Jerusalém
As 70 semanas de Daniel - Profecia referente ao povo judeu e a JerusalémAs 70 semanas de Daniel - Profecia referente ao povo judeu e a Jerusalém
As 70 semanas de Daniel - Profecia referente ao povo judeu e a JerusalémAbdias Barreto
 
Liderança cristã o lider e seus conflitos - Prof Abdias Barreto
Liderança cristã   o lider e seus conflitos - Prof Abdias BarretoLiderança cristã   o lider e seus conflitos - Prof Abdias Barreto
Liderança cristã o lider e seus conflitos - Prof Abdias BarretoAbdias Barreto
 
Títulos e honrarias atribuídas a jesus
Títulos e honrarias atribuídas a jesusTítulos e honrarias atribuídas a jesus
Títulos e honrarias atribuídas a jesusAbdias Barreto
 
PLENITUDE DA PALAVRA - ENSINAMENTOS BÍBLICOS
PLENITUDE DA PALAVRA - ENSINAMENTOS BÍBLICOSPLENITUDE DA PALAVRA - ENSINAMENTOS BÍBLICOS
PLENITUDE DA PALAVRA - ENSINAMENTOS BÍBLICOSAbdias Barreto
 
30 Razões porque não Guardar o sábado
30 Razões porque não Guardar o sábado30 Razões porque não Guardar o sábado
30 Razões porque não Guardar o sábadoAbdias Barreto
 
Manual de Cerimônias - Timóteo Ramos de Oliveira
Manual de Cerimônias - Timóteo Ramos de OliveiraManual de Cerimônias - Timóteo Ramos de Oliveira
Manual de Cerimônias - Timóteo Ramos de OliveiraAbdias Barreto
 
"O PRIMOGÊNITO DA CRIAÇÃO" É O MESMO QUE O PRIMEIRO DA CRIAÇÃO?
"O PRIMOGÊNITO DA CRIAÇÃO" É O MESMO QUE O PRIMEIRO DA CRIAÇÃO?"O PRIMOGÊNITO DA CRIAÇÃO" É O MESMO QUE O PRIMEIRO DA CRIAÇÃO?
"O PRIMOGÊNITO DA CRIAÇÃO" É O MESMO QUE O PRIMEIRO DA CRIAÇÃO?Abdias Barreto
 
Documentos Históricos do Protestantismo-Confissões de fé
Documentos Históricos do Protestantismo-Confissões de fé Documentos Históricos do Protestantismo-Confissões de fé
Documentos Históricos do Protestantismo-Confissões de fé Abdias Barreto
 
Comentário Filipenses - moody. (Auxilio para as Aulas EBD. 3º Trimestre-2013.
Comentário Filipenses - moody. (Auxilio para as Aulas EBD. 3º Trimestre-2013.Comentário Filipenses - moody. (Auxilio para as Aulas EBD. 3º Trimestre-2013.
Comentário Filipenses - moody. (Auxilio para as Aulas EBD. 3º Trimestre-2013.Abdias Barreto
 

Mais de Abdias Barreto (20)

Liderança cristã o Líder e seus conflitos
Liderança cristã   o Líder e seus conflitosLiderança cristã   o Líder e seus conflitos
Liderança cristã o Líder e seus conflitos
 
Rev ebd jovens 4º trimestre - 2017
Rev ebd jovens   4º trimestre - 2017Rev ebd jovens   4º trimestre - 2017
Rev ebd jovens 4º trimestre - 2017
 
Rev ebd jovens 3º trimestre - 2017 3 t jovens
Rev ebd jovens   3º trimestre - 2017 3 t jovensRev ebd jovens   3º trimestre - 2017 3 t jovens
Rev ebd jovens 3º trimestre - 2017 3 t jovens
 
Rev ebd jovens 2º trimestre - 2017 2 t
Rev ebd jovens   2º trimestre -  2017 2 tRev ebd jovens   2º trimestre -  2017 2 t
Rev ebd jovens 2º trimestre - 2017 2 t
 
Revistas ebd jovens - 1º Trimestre - 2017,
Revistas ebd jovens -  1º Trimestre - 2017,Revistas ebd jovens -  1º Trimestre - 2017,
Revistas ebd jovens - 1º Trimestre - 2017,
 
Rev ebd adultos 1° trimestre - 2018. comentada
Rev ebd adultos   1° trimestre - 2018. comentadaRev ebd adultos   1° trimestre - 2018. comentada
Rev ebd adultos 1° trimestre - 2018. comentada
 
Rev ebd juniores 1ºtrimestre 2018
Rev ebd juniores 1ºtrimestre   2018Rev ebd juniores 1ºtrimestre   2018
Rev ebd juniores 1ºtrimestre 2018
 
JESUS - O Homem Deus
JESUS - O Homem DeusJESUS - O Homem Deus
JESUS - O Homem Deus
 
Treinamento para professores da EBD.
Treinamento para professores da EBD.Treinamento para professores da EBD.
Treinamento para professores da EBD.
 
As 70 semanas de Daniel - Profecia referente ao povo judeu e a Jerusalém
As 70 semanas de Daniel - Profecia referente ao povo judeu e a JerusalémAs 70 semanas de Daniel - Profecia referente ao povo judeu e a Jerusalém
As 70 semanas de Daniel - Profecia referente ao povo judeu e a Jerusalém
 
Liderança cristã o lider e seus conflitos - Prof Abdias Barreto
Liderança cristã   o lider e seus conflitos - Prof Abdias BarretoLiderança cristã   o lider e seus conflitos - Prof Abdias Barreto
Liderança cristã o lider e seus conflitos - Prof Abdias Barreto
 
Títulos e honrarias atribuídas a jesus
Títulos e honrarias atribuídas a jesusTítulos e honrarias atribuídas a jesus
Títulos e honrarias atribuídas a jesus
 
Dicas aos pregadores
Dicas aos pregadoresDicas aos pregadores
Dicas aos pregadores
 
A Bíblia em Resumo
A Bíblia em ResumoA Bíblia em Resumo
A Bíblia em Resumo
 
PLENITUDE DA PALAVRA - ENSINAMENTOS BÍBLICOS
PLENITUDE DA PALAVRA - ENSINAMENTOS BÍBLICOSPLENITUDE DA PALAVRA - ENSINAMENTOS BÍBLICOS
PLENITUDE DA PALAVRA - ENSINAMENTOS BÍBLICOS
 
30 Razões porque não Guardar o sábado
30 Razões porque não Guardar o sábado30 Razões porque não Guardar o sábado
30 Razões porque não Guardar o sábado
 
Manual de Cerimônias - Timóteo Ramos de Oliveira
Manual de Cerimônias - Timóteo Ramos de OliveiraManual de Cerimônias - Timóteo Ramos de Oliveira
Manual de Cerimônias - Timóteo Ramos de Oliveira
 
"O PRIMOGÊNITO DA CRIAÇÃO" É O MESMO QUE O PRIMEIRO DA CRIAÇÃO?
"O PRIMOGÊNITO DA CRIAÇÃO" É O MESMO QUE O PRIMEIRO DA CRIAÇÃO?"O PRIMOGÊNITO DA CRIAÇÃO" É O MESMO QUE O PRIMEIRO DA CRIAÇÃO?
"O PRIMOGÊNITO DA CRIAÇÃO" É O MESMO QUE O PRIMEIRO DA CRIAÇÃO?
 
Documentos Históricos do Protestantismo-Confissões de fé
Documentos Históricos do Protestantismo-Confissões de fé Documentos Históricos do Protestantismo-Confissões de fé
Documentos Históricos do Protestantismo-Confissões de fé
 
Comentário Filipenses - moody. (Auxilio para as Aulas EBD. 3º Trimestre-2013.
Comentário Filipenses - moody. (Auxilio para as Aulas EBD. 3º Trimestre-2013.Comentário Filipenses - moody. (Auxilio para as Aulas EBD. 3º Trimestre-2013.
Comentário Filipenses - moody. (Auxilio para as Aulas EBD. 3º Trimestre-2013.
 

Último

Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptxpamelacastro71
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxfabiolalopesmartins1
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfIedaGoethe
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfPastor Robson Colaço
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarCaixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarIedaGoethe
 

Último (20)

Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarCaixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
 

A ideologia por trás do movimento Nova Era

  • 1.
  • 2. O Q U E E ? DE ONDE VEM? 0 QUE PRETENDE? Virtual 6oohs
  • 3. Publicado com a devida autorização e com todos os direitos reservados por Editora Betânia S/C Caixa Postal 5010 31.611-970 Venda Nova, MG Revisão e estilização: Mima Maria de Alcântara Campos Primeira edição, 1992 É proibida a reprodução total ou parcial sem permissão escrita dos editores. Composto e impresso nas oficinas da Editora Betânia S/C Rua Padre Pedro Pinto, 2435 Belo Horizonte (Venda Nova), MG Capa: Kleber Faria Printed in Brazil
  • 4. “Ao Rei consagro o que compus.” (SI 45.1.)
  • 5. AGRADECIMENTOS Ao casal Darque e Janice França, irmãos amados que, es­ tando eu longe de minha terra, me acolheram em seu lar, onde este trabalho foi desenvolvido. Ao irmão Ananias Vilela, que sempre apoiou meu ministério. E aos muitos irmãos que, de uma forma ou de outra, con­ tribuíram para que este livro se tomasse realidade. De coração, muito obrigado. Marco André
  • 6. ÍNDICE Introdução .......................................................................... 9 Parte I O Pano de Fundo do Movimento Nova E r a ...... 13 1. Contexto Histórico Secular............................... 13 2. Contexto Histórico Espiritual ........................... 19 Raízes Históricas do ConflitoEspiritual ................ 20 Efeitos do Conflito Espiritual na História Humana ...................................................... 23 O Futuro do Conflito Espiritual ............................ 25 Parte II A Ideologia do Movimento NovaE r a ......................... 29 1. Doutrinas da Nova E r a ...........................................30 Deus ............................................................................. 30 O H om em ................................................................... 34 Os Extraterrestres ...................................................... 39 Lúcifer ......................................................................... 48 As E ra s........................................................................50 Jesus Cristo ................................................................ 53 O Avatar ..................................................................... 54 A Natureza ................................................................. 58 Os Bruxos .................................................................. 60 2. Peculiaridades da Nova E ra ....................................65 Os Símbolos .............................................................. 65 Termos Peculiares ..................................................... 68
  • 7. Parte III Atuação e Propagação do Movimento Nova Era ...... 71 1. Na Política Mundial .................................................. 72 2. Através da Ciência .................................................... 75 3. Nas Entidades Educacionais................................... 77 4. Na Religião ................................................................. 81 5. Através dos Meios de Comunicação ..................... 83 6. Na M úsica................................................................... 86 A Música da Nova E r a ............................................. 86 Música Secular............................................................ 88 7. Na Medicina Alternativa........................................... 90 8. Na Psicologia ............................................................. 94 Parte IV A Igreja e o Movimento Nova Era ............................ 97 1. A Ideologia da Nova Era na Igreja....................... 98 O Poder da Mente .................................................... 99 A Regressão TVanspessoal ..................................... 100 Projeção Astral .............. .......................................... 102 2. A Postura da Igreja Frente à Nova E r a ............ 102 Bibliografia...................................................................... 106
  • 8. 10DUÇÃ0 Este nosso mundo não será para sempre como tem sido até então. São muitos os textos bíblicos que descre­ vem os últimos dias, textos que enumeram os sinais que caracterizarão o tempo do fim. E verdade que em todos os momentos críticos por que passou a humanidade levantaram-se alguns proclamando serem aqueles momen­ tos os tais últimos dias profetizados pela Bíblia. Porém, a Bíblia deixa claro que é um conjunto de sinais que in­ dicarão tais dias, e não alguns sinais isolados. Nas primeiras vezes em que ouvi falar sobre Nova Era, recebi as informações um tanto cético. As pessoas diziam que Nova Era seria o fim dos tempos. A princípio achei que fosse apenas uma seita a que davam demasiada importância aqueles que a combatiam. Alguns fatos atribuídos à Nova Era, porém, chamaram-me a atenção, mas não o suficiente para me fazer aprofundar no estudo do assunto. Foi neces­ sário um mover de Deus para que me envolvesse de fato. Participei então de um congresso da Nova Era. O que vi e ouvi trouxe-me um peso muito grande ao coração. Percebi que o movimento já ia muito mais longe do que
  • 9. 10 Nova Era eu pensava e eram muitas os que estavam sendo enreda­ dos nele. A partir daí procurei envolver-me cada vez mais, participando de suas reuniões. A medida que assimilava seus ensinamentos, deparava-me em cada frente do mo­ vimento com o cumprimento de um sinal bíblico para os últimos dias. Descobri que não se trata de apenas mais uma seita ou crença, mas um movimento de grande alcance. A ideologia da Nova Era está presente na política, na educação, na medicina, nas religiões orientais, na cultura, etc. Nova Era não é uma seita, pois compõe-se de várias linhas de pensamentos, bodas com variações dentro de uma ideologia geral. Por isso é que aqueles que procuram es­ tudar de fora o assunto, incorrem em muitos erros ao ten­ tar explicar o que é Nova Era. Muitos definem o movimento todo por uma única li­ nha, a que conheceram. Com isso tem havido uma con­ fusão muito grande de informações sobre o que vem a ser, na verdade, Nova Era. Nova Era não é um movimento organizado, que tem uma liderança ou uma frente de trabalho única. TVata-se de um movimento de incontáveis segmentos, todos base­ ados num mesmo princípio ideológico. No “pacote” Nova Era encontramos linhas bruxólicas medievais (como a Ordem dos Magos da Nova Era — OMNE — por exemplo), o movimento holístico ou new Vision (que tenta parecer desvinculado dele, mas possui a mesma base ideológica e trabalha com os mesmos al­ vos), a linha ufológica (geralmente mais fatalista), as prá­ ticas adivinhatórias (através de tarot, búzios, runas, etc.), a psicologia transpessoal (com práticas de regressão e si­ milares), o movimento ecológico, e tantos outros, todos profundamente esotéricos e místicos, divergentes em al­ guns pontos doutrinários, mas congruentes em sua ide­ ologia básica. Neste trabalho não vamos nos ater às variações exis­ tentes nas diversas linhas, mas procurar delinear o tronco ideológico básico de onde procedem as ramificações desse movimento. Veremos que todas essas frentes têm tendên­ cias iguais, cada segmento flui para a mesma direção, ape­ sar de divergirem doutrinariamente nos pormenores. Va-
  • 10. Introdução 11 mos procurar encontrar nesse conjunto tão complexo, aparentemente destonante, a harmonia que faz da Nova Era um movimento de proporções gigantescas e de ação tão eficaz em todas as áreas em que atua. E exatamente aí que veremos retratado o conjunto de sinais que a Bíblia descreve para os últimos dias. Tànto na ideologia quanto na prática, o movimento Nova Era traduz claramente o cumprimento dos sinais descritos para os dias finais. A Nova Era pode ser um desafio para a Igreja, levando- a a posicionar-se e assumir seu papel de agência do reino de Deus, frente a uma sociedade convulsionada por uma filosofia de caráter tão maligno, mas também pode servir de agravante para a visão fatalista que algumas linhas cristãs adotam. Embora a interpretação escatológica apresentada neste trabalho seja pré-tribulacionista, ela não deve ser encarada como fatalista. Se este modesto trabalho contri­ buir de alguma forma para despertar a Igreja para o fato de que a nossa omissão frente aos problemas da huma­ nidade toma-nos cúmplices tanto da injustiça social quanto da perdição espiritual e degradação moral, então sentir- me-ei compensado no meu esforço. Por outro lado, se a leitura não desafiar o leitor a as­ sumir a integralidade do cristianismo, terei então fracas­ sado nesse empreendimento que julguei útil ao reino de Deus. O autor.
  • 11. 0PANODEFUNDO D O M W Ii*) M l Nova Era é um grande quebra-cabeça, com um sem número de pequenas peças. Toma-se bem mais fácil mon­ tar um quebra-cabeça quando se sabe o ambiente que ele retrata, a paisagem que nele está expressa. Assim também, será bem mais fácil compreender o que é o movimento Nova Era conhecendo-se os bastidores desse movimento: o que está por trás, quem encabeça o movimento, quais os seus objetivos, como, onde e porque começou. Iniciemos nossa busca por identificar o pano de fundo histórico desse movimento. Reportemo-nos à história es­ piritual da humanidade, pois é o contexto em que se acham inseridas todas as profecias e o mais significativo de todos os conflitos: o conflito entre o bem e o mal na disputa pelo homem. 1. CONTEXTO HISTÓRICO SECULAR O primeiro fato que nos chama a atenção é que o mo­ vimento não tem data de fundação e nem fundador; não tem, também, liderança humana a que esteja subordinado
  • 12. 14 Nova Era ou que lhe trace as diretrizes, embora ele esteja indo exa­ tamente para onde deseja. Enganamo-nos, no entanto, se pensamos que a Nova Era não possui nenhum tipo de li­ derança. Os verdadeiros líderes, reconhecidos pelos adep­ tos, são seres espirituais, a quem chamam de espíritos, anjos, extraterrestres. Como, por exemplo, relata um artigo da revista Ano Zero, falando sobre o banqueiro califomiano Allan Gold: “Atualmente ele se dedica a financiar empresas da Nova Era, e com grande êxito. Tlido começou com uma revelação de caráter semelhante à mediunidade, ou channel, segundo denominam os especialistas ameri­ canos. O fenômeno se caracteriza quando um ser de outra dimensão — espírito, anjo ou extraterrestre — envia mensagens a um ser humano receptivo”.1 Quanto ao início do movimento também não temos como precisar uma data. O máximo que podemos fazer é nos reportar a 1962, quando surgiram os beatniks, que propunham a tomada de consciência de uma ecologia pla­ netária. Encontramos em seguida os hippies, exaltando o amor à natureza, a origem, a liberdade sexual, a paz, e a Nova Era de Aquário, que foi cantada em prosa e verso no musical Hair. Embora se diga que o movimento hippie fracassou, vale observar que, a nível espiritual, esse mo­ vimento deixou suas seqüelas. A rejeição aos valores e prin­ cípios cristãos em nossos dias é, de certa forma, resultado direto do movimento hippie. Essa rejeição foi fundamental para preparar o caminho do atual movimento Nova Era, que não obteria tal penetração se a sociedade ocidental ainda estivesse apegada aos valores e princípios cristãos como outrora. Não podemos, porém, ser ingênuos a ponto de pensar que esses movimentos surgiram de repente, do nada. Vários indivíduos e grupos trabalharam de maneira di­ reta para a existência do movimento, não só no século XX, mas em todo o decorrer da História. Assim foi com o filósofo Aldous Huxley (autor do livro Admirável Mundo Novo), que influenciou profundamente,
  • 13. 0 Pano de Fundo do Movimento Nova Era 15 já nos anos 40, um grupo internacional de intelectuais, artistas e cientistas, com suas reflexões de transcendência e de transformação, pregando a cura por meios paranor- mais, um desenvolvimento da consciência humana, e um novo tipo de governo e economia para o mundo. Importante e expressiva foi também a participação e influência do jesuíta Pierre Teilhard Chardin. Em 1931, Chardin escreveu em seu ensaio O Espírito da Tèrra que “a mente humana vem-se submetendo a sucessivas reor­ ganizações através de toda a história da evolução, até que atingiu um ponto crucial — a descoberta de sua própria evolução”. O que, segundo ele, “é a futura e natural his­ tória do mundo” que estaria rumando para um ápice, ao qual chamou de “Ponto Ômega”. Esse Ponto Ômega, para ele, deveria ser uma “conspiração mundial” que mudasse por completo os valores humanos e levasse o homem a compreender o seu verdadeiro poder da mente. TM cons­ piração seria chamada mais tarde, em 1980, de “Conspi­ ração Aquariana”, por Merilyn Ferguson. Cari Jung, psicanalista suíço, também deu sua contri­ buição à Nova Era, com seus pensamentos sobre uma di­ mensão transcendente da consciência que, em contexto mais amplo, introduziu a idéia do inconsciente coletivo. Essa idéia tem suas raízes no pensamento oriental que acredita ser o homem parte do todo que é Deus, rejeitando assim a idéia de um Deus pessoal. No século XIX, Helena P. Blavatsky preconizava as idéias que regem o atual movimento Nova Era, através da Sociedade Teosófica, além de ser uma sagaz perseguidora dos valores e princípios do cristianismo, conforme ela mesma declarou: “A doutrina da expiação é um perigoso dogma em que os cristãos acreditam e que ensina que, indepen­ dente da enormidade de nossos crimes contra as leis de Deus e dos homens, temos de apenas acreditar no auto-sacrifício de Jesus para a salvação da humanidade, e que seu sangue lavará todas as máculas. Faz vinte anos que prego contra isso”.2
  • 14. 16 Nova Era Entre 1835 e 1860, surgiu nos EUA um grupo deno­ minado “TYanscendentalistas”, trabalhando em cima dos mesmos ideais e propagando as mesmas crenças da Nova Era. Seu principal precursor foi Ralph Waldo Emerson, que escreveu a obra Natureza, em 1836, marcando o iní­ cio identificável do movimento transcendentalista. Eles di­ ziam que o homem tinha que alcançar níveis de consci­ ência mais altos através dos variados tipos de idealismo filosófico, e que tinha de libertar-se dos elementos das Es­ crituras e da tradição cristã. Embora tenham ficado pouco conhecidos nos meios mais populares, eles influenciaram “muitas noções românticas a respeito da natureza e des­ tino humanos, que se tornaram parte central da experi­ ência norte-americana nesses últimos cem anos”.3 Outro grupo que surgiu no século passado e que re­ siste firme até hoje, em pleno progresso, é o da Fé Bahá’í. A Fé Bahá’í surgiu em 1844, no Irã, sendo estabelecida em 1863 por Bahá’u’lláh, um nobre persa, que transmitiu seus ensinamentos durante mais de 40 anos. Ela está, hoje, em todos os países e territórios do mundo, com sua lite­ ratura publicada em mais de 700 idiomas. Sua principal pregação é a unificação mundial em todos os setores, com a conseqüente formação de um governo mundial e a as- cenção de um líder mundial que estabelecerá a plena paz para a humanidade. Embora reclamem os maçons que a maçonaria tenha surgido nos primórdios da humanidade, os registros his­ tóricos parecem datar seu início em meados do século XVII. Em 1717, foi fundada a Grande Loja de Londres e, logo em seguida, a organização cresceu rapidamente, abrindo mais de 1700 lojas, e chegando aos EUA no ano de 1730.4 No século XVIII ela desponta no cenário histórico como importante representante do pensamento e planos do atual movimento Nova Era. E inegável sua influente participação nos movimentos políticos dos países onde se estabeleceu. Sua atuação no campo político foi sempre com o objetivo de libertar nações do jugo de sistemas ditatoriais ou monárquicos. Tfemos o exemplo da maçonaria participando ativamente na histó­
  • 15. 0 Pano de Fundo do Movimento Nova Era 17 ria da independência do Brasil e, posteriormente, lutando pela proclamação da República em movimentos como a Inconfidência Mineira. Essa atuação política se deve ao fato de o sistema de crenças da maçonaria ter como or­ dem Liberdade-Fratemidade-Igualdade. Acreditam os ma­ çons que o mundo deve possuir um sistema igualitário em todos os aspectos, o que os faz lutar tanto no campo po­ lítico. O pensamento maçon é panteísta — vê Deus não como um ser pessoal, mas o identifica como uma energia da qual tudo faz parte. Também são uma sociedade ocul- tista de princípios esotéricos, tal qual a visão do movi­ mento Nova Era. Recuando ainda mais no tempo encontramos os rosa- cruzes publicando em 1614 um livro intitulado A Reforma Geral do Mundo, que defende a tendência de busca de uma nova humanidade, nos mesmos moldes da Nova Era. Essa organização vem pregando desde aquela época a fra­ ternidade universal, o conhecimento intuitivo, o conheci­ mento além dos cinco sentidos, a consciência cósmica e uma existência mais plena; todos esses temas são defen­ didos hoje pela Nova Era. Já entre o período de 1118 e 1307 encontramos a Ordem dos Cavaleiros Templários, representando o pensamento Nova Era na História, como descreve a revista Ano Zero: “De guerreiros passaram a refinados intelectuais, graças a seus contatos com sábios judeus e muçulma­ nos, com cabalistas e místicos de todas as tendências. Criaram um sincretismo espiritual com base em mo­ delos de culturas ancestrais, tanto orientais quanto oci­ dentais, mediante a inclusão, em seus rituais, de divin­ dades diversas”.5 Os cavaleiros templários foram uma protomaçonaria, pois possuíam as mesmas crenças e lutavam pelos mes­ mos ideais abraçados pela maçonaria desde que surgiu. Ordem riquíssima e de importante influência na história medieval, os templários possuíam profundas raízes esoté­ ricas, tendo em seu corpo de doutrinas os mesmos prin­ cípios do atual movimento Nova Era.
  • 16. 18 Nova Era Foram extintos por razões políticas, pois seu poder es­ tava sobrepujando o do rei francês Felipe IV, que devia uma quantia volumosa à Ordem dos Cavaleiros Templá­ rios. Felipe IV conseguiu armar um complô juntamente com o Papa Clemente V, que era um fantoche nas mãos do rei, e condenar os templários por heresia, executando dois grão-mestres e extinguindo provisoriamente a ordem. No primeiro milênio da era cristã nasce um movimento filosófico hoje completamente aceito e respeitado pelos aquarianos de todas as linhas — o movimento gnóstico. E provável que os próprios apóstolos tenham tido proble­ mas com os gnósticos, que tentavam distorcer os ensina­ mentos apostólicos e associá-los à filosofia grega e orien­ tal. Foi provavelmente sobre esse movimento que João se referiu quando disse que o espírito do anticristo já estava agindo no mundo em sua época (1 Jo 4.3). Entre as difíceis definições do gnosticismo encontra­ mos a de Hans Jonas, importante expoente contemporâneo da história das religiões, que deixa bem claro como a gnose é significativa para a Nova Era. “O gnosticismo é um fenômeno religioso geral do mundo helenista e é o produto da fusão entre a cul­ tura grega e a religião oriental.”6 Visto que a ideologia da Nova Era é um sincretismo de crenças religiosas e pensamentos filosóficos, encontra importante representação de suas ideologias no movimento gnóstico, pois ambos são o encontro de várias linhas de pensamento — reúnem os mesmos elementos filosófico- religiosos. Ambos são regidos pelo mesmo espírito, como afirmou João — o espírito do anticristo. Embora alguns estudiosos afirmem que o movimento gnóstico é apenas a helenização do cristianismo, uma aná­ lise mais acurada nos leva a concluir que a gnose com­ preende, além de uma distorção do cristianismo, elemen­ tos da cabala judaica; do pensamento oriental, através do zoroastrismo, que abarca matérias védicas provenientes do hinduísmo primitivo; da astrologia babilónica; do esoterismo egípcio; e do pensamento platônico.
  • 17. 0 Pano de Fundo do Movimento Nova Era 19 Esse encontro de pensamentos no movimento gnós- tico e seu desenvolvimento histórico até o movimento Nova Era, leva-nos a concluir que os elementos que compõem o atual pensamento Nova Era datam dos pri­ mórdios do pensamento humano, e se harmonizam com Platão, Confúcio, Buda, Zoroastro, Lao Tzé, os Vedas, a Cabala. Na verdade, todas essas correntes de pensa­ mento decorrem do pecado e rebeldia do homem no Éden; assim, o pano de fundo que estamos procurando estabelecer ficaria incompleto, sem uma análise do con­ texto histórico espiritual. 2. CONTEXTO HISTÓRICO ESPIRITUAL Quando compreendemos a existência do mundo espi­ ritual revelado na Bíblia, entendemos que nada na Histó­ ria acontece por acaso. Sabemos que há um mundo es­ piritual atuante, decorrente do conflito entre as forças do bem e as forças do mal. A humanidade chegou ao estágio em que está, sofrendo influências de estratégias inteligen­ temente armadas no mundo espiritual. Portanto, para com­ preendermos o momento em que vivemos e sua crucial importância histórica não podemos nos limitar ao que nos revela a história secular. Temos de ir além, mas não buscar essas respostas em conjecturas, opiniões pessoais e elu­ cubrações humanas. Temos de nos fundamentar em fonte segura, séria e de absoluta veracidade, a fim de não enveredar-nos pelo caminho daqueles que, alegando pos­ suir “revelações” individuais, cometeram erros notórios e, não reconhecendo tais erros, deram à luz seitas heréticas e tornaram-se instrumentos nas mãos do enganador. E a única fonte de absoluta autoridade sobre o mundo espi­ ritual é a Bíblia. Passemos então ao histórico espiritual, revelado pela Bíblia, desde o princípio do conflito entre o bem e o mal, e de como esse conflito abarcou a história humana, fazendo da criação o palco dessa dramática guerra e, do homem, o objeto desse conflito.
  • 18. 20 Nova Era A Bíblia revela o começo, meio e fim desse conflito, delineando de maneira magistral o cenário necessário ao esclarecimento do momento em que vivemos. A his­ tória espiritual da humanidade revela como cada peça do quebra-cabeça Nova Era encaixa-se perfeitamente, for­ mando o quadro que a Bíblia descreve para os últimos dias. Raízes Históricas do Conflito Espiritual O conflito espiritual que envolveu o homem no É- den é muito antigo. Visto que esse conflito foi gerado pelo tentador, devemos nos reportar à história de Sata­ nás, a fim de encontrarmos as raízes históricas desse conflito. Em Ezequiel 28.11-19, o profeta recebe uma revela­ ção para levantar uma lamentação sobre um rei — o rei de Tiro. Porém o texto não se refere a um príncipe hu­ mano, mas sim a um príncipe celestial — um querubim (v. 14). O profeta, no resumo que fez da história de Satanás, revela informações muito importantes sobre o caráter do tentador e as raízes históricas do conflito espiritual que envolveu a história humana. 1) Ele foi criado por Deus; é, portanto, criatura e não criador: “no dia em que fostes criado”. (V. 13b.) 2) Deus o ungiu e lhe deu autoridade, mas com o ob­ jetivo de ele ser um servo: “Tli eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci”. (V. 14a — Rev. e Cor.) 3) Deus o criou perfeito, sábio e formoso: “Perfeito eras nos teus caminhos” (v. 15a); “cheio de sabedoria e for­ mosura”. (V. 12b.) 4) Deus o colocou em seu jardim, o Éden: “Estavas no Éden, jardim de Deus”. (V. 13a.) 5) É provável que Deus lhe deu a função de guardador do seu jardim: “Tb eras querubim ungido para proteger”. (V. 14a — Rev. e Cor.)
  • 19. 0 Pano de Fundo do Movimento Nova Era 21 6) Pedras preciosas o cobriam e instrumentos musicais foram preparados para ele, provavelmente para que refle­ tisse a glória de Deus e para que prestasse louvor ao Se­ nhor: “Toda a pedra preciosa era a tua cobertura...: a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado foram preparados”. (V. 13 — Rev. e Cor. Ver também Ezequiel 26.13.) 7) Satanás corrompeu-se porque toda sua glória subiu- lhe à cabeça: “Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor”. (V. 17a.) 8) A sua corrupção levou-o à loucura de querer tomar o trono de Deus: “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono... Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo”. (Is 14.13a, 14.) 9) Ele instigou uma rebelião (o termo comércio no seu significado original é “andar por aí”), o que parece sugerir que ele andou entre os anjos para assegurar a fidelidade deles ao seu programa de rebelião contra Deus: “Na mul­ tiplicação do teu comércio se encheu o teu interior de vio­ lência”. (V. 16a.) 10) Por causa do seu pecado ele caiu e foi expulso da congregação de Deus: “Na multiplicação do teu comércio se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei profanado fora do monte de Deus”. (V. 16. Ver também Isaías 14.12 e João 3.8.) 11) A sua condenação é eterna, sem possibilidade de reconciliação: “E nunca mais serás para sempre”. (V. 19b — Rev. e Cor.) Alguns estudiosos bíblicos julgam que essa primeira parte da história de Satanás tenha ocorrido num espaço de tempo dentro de Gênesis 1.1, quando a Terra sofreu com a queda de Lúcifer e, por conseqüência, pode ter-se tornado o caos descrito em Gênesis 1.2, conforme salienta C. Scofield em seu comentário sobre Isaías 45.18: “Por­ que assim diz o Senhor que criou os céus, o único Deus, que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não
  • 20. 22 Nova Era a fez para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor e não há outro”. “Esta é uma das passagens bíblicas que sugerem a in­ terpretação do Divino Julgamento de Gênesis 1.1,2. Esta interpretação defende que a terra foi criada perfeita. Após um indefinido período de tempo, possivelmente em conexão com o pecado de Satanás e sua rebeldia contra o Todo-Poderoso, o juízo desencadeou-se sobre a terra e ela ficou “sem forma e vazia”. Um outro intervalo indefinido se passou depois que “o Espírito de Deus pairava por so­ bre as águas” (Gn 1.2) numa recriação da terra. Alguns argumentos deste ponto de vista são: “1) Apenas a terra, não o universo, ficou “sem forma e vazia”. “2) A superfície da terra está marcada pela catástrofe. “3) A palavra traduzida “era” também poderia ser tra­ duzida para “tornou-se”, como ficou indicado acima — “tomou-se sem forma e vazia”. “4) A expressão hebraica para “sem fonna e vazia” (tohu wabohu) é usada para descrever uma condição produzida por julgamento divino em apenas mais dois textos, onde as duas palavras foram usadas em conjunto (Is 34.11; Jr 4.23). “5) Um julgamento divino assim pré-histórico lançaria alguma luz sobre a queda de Satanás e o peculiar rela­ cionamento que parece ter com a terra. “6) Esta interpretação dá lugar para um indeterminado período de tempo entre a criação original e o julgamento divino. Adão, criado depois dos acontecimentos de Gêne­ sis 1.1,2, foi o primeiro homem.”7 Assim, apesar de ter sido criado por Deus como um anjo santo, Lúcifer, com o seu poder de escolher entre o bem e o mal, escolheu o mal. O pecado irremediável de seu coração o degenerou e tornou-o um ser comple­ tamente diferente daquele que Deus criou. Porém a sua personalidade é melhor compreendida ao avaliarmos as qualidades que tinha em vista do propósito para o qual fora criado. Com sua queda ele deixou de ser Lúcifer (“Lu­
  • 21. 0 Pano de Fundo do Movimento Nova Era 23 minoso”, “Brilhante” ou “Portador de luz”, conforme Isa- ías 14.12)* e passou a ser Satanás (“Adversário”). Deixou de utilizar a sua enorme capacidade para o bem e passou a utilizá-la, bem como o seu grande poder e sabedoria, para o mal, em proveito próprio. Uma vez corrompido, ele passa a ser descrito como mentiroso (Jo 8.44); enga­ nador (2 Co 11.3); ladrão (Jo 10.10); homicida (Jo 8.44; 10.10); armador de ciladas (Ef 6.11); tentador (Mc 1.13); obstinado em sua maldade (Lc 4.13); deturpador da Pa­ lavra de Deus (Mt 4.6); acusador (Ap 12.10); e todos os atributos malignos que podem-se acumular num ser (1 Jo 3.8). Efeitos do Conflito Espiritual na História Humana Como “adversário” o objetivo de Satanás é colocar-se contra os propósitos de Deus. Mas, como não pode opor- se diretamente ao Senhor Deus todo-poderoso, seu alvo é o objeto do amor de Deus, o homem (Jo 3.16), tentando fazer dele instrumento de oposição a Deus. Suas razões, no entanto, em atacar o homem, em de­ sejar destruí-lo não param aí. Notemos que Deus criou o homem e colocou-o no Éden, dando-lhe a função de protetor do jardim (Gn 2.15). Imagino que foi grande a ira de Satanás, acendida por sua inveja e ciúme, ao ver-se substituído, e a sua glória transferida a outro ser criado. A partir daí, vemos Satanás tentando penetrar na vida do homem com o intuito de destruí-lo. A primeira investida de Satanás contra o homem ob­ teve o resultado desejado. Em Gênesis 3 ele se apresentou a Eva com sutileza e com muita astúcia, e fez-lhe uma pro­ posta. Como Satanás não podia obrigá-la a pecar, pois o homem possuía liberdade de opção, lançou mão de uma proposta — uma proposta atrativa o suficiente para o ho­ *Em seu livro Tèologia Sistemática (Imprensa Batista Regular, pág. 367), Chafer afirma que o vocábulo utilizado para “Lúcifer” significa “lu­ minoso” ou "brilhante”. Támbém o Novo Dicionário da Bíblia (Edições Vida Nova. Vol. II, pág. 967), diz que em Isaías 14.12 "Lúcifer” aparece como tradução do vocábulo hêlêl (brilhante), com a observação de que a Septuaginta traduz por heõsphoros (portador de luz).'lulil
  • 22. 24 Nova Era mem virar as costas ao Deus de bondade, misericórdia e amor. Foi uma proposta bem própria do caráter infiel e amotinado de Satanás. “Porque Deus sabe que no dia em que dele co­ merdes (do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal) se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.” (Gn 3.5.) A utopia de querer tomar o lugar de Deus invadiu o coração do homem tanto quanto transbordou do coração de Lúcifer. 0 homem embebeu-se do veneno que jorrou da taça de Satanás e rebelou-se contra Deus. Desobede­ cendo a orientação divina, entregou-se ao pecado. En­ quanto imaginava que seria Deus, entorpecido pelo veneno da antiga serpente, tomou-se escravo de Satanás, subju­ gado pelo pecado. (Rm 6.16.) O pecado fez com que a justiça de Deus exigisse se­ paração entre o homem impuro e corrompido e o Deus puro e santo, doador da vida (Is 59.2). Deus, então, pro­ nunciou a sentença da condenação do homem: a morte. (Ez 18.20a.) A criação, que estava sujeita ao homem (SI 115.16), teve de curvar-se perante aquele a quem o homem submetera-se (Rm 8.20,21), tornando-se vítima e, ao mesmo tempo, palco da trama diabólica. E até difícil compreender a dimensão do significado dos abrolhos e cardos que a terra passou a produzir por causa da maldição que recaiu sobre ela. (Gn 3.17b, 18.) Porém, diante dessa fatalidade, enquanto Satanás pen­ sava que tudo estava perdido para o homem, e toda a pá­ tria celeste aguardava em expectativa o fatídico fim hu­ mano, o próprio Deus insurge como Guerreiro salvador! Enquanto a sua justiça condenava o homem à morte, o seu divino amor exigia o resgate humano. E era dado no céu o veredito: o próprio Filho guerrearia cara a cara com Satanás para resgatar o homem (Gn 3.15). Estava armada a trama que permearia toda a história da existência humana. E a partir daí, vê-se Satanás trabalhando incansavel­
  • 23. O Pano de Fundo do Movimento Nova Era 25 mente contra o homem — ele próprio em pessoa ou atra­ vés de seus mensageiros (2 Co 12.7), ao longo de toda a história da humanidade. O Futuro do Conflito Espiritual* Ao revelar os objetivos de Satanás de desferir seu golpe final nos últimos dias, a Bíblia traça o futuro do conflito espiritual. Ela traz claramente expresso que esse conflito desencadeará acontecimentos que o definirá de uma vez por todas. Satanás não trabalha de maneira desordenada na ten­ tativa de alcançar os seus objetivos. Ele desenvolveu um plano que tem seguido através dos séculos. Esse plano, elaborado pelo sábio e perigoso adversário, é-nos revelado pela Bíblia, quando descreve os acontecimentos finais. Entrará em cena, no auge do seu plano maligno, uma personagem principal — o anticristo, o homem do pecado, que L. S. Chafer descreve como sendo “a obra-prima e personificação final de Satanás”.8 Os acontecimentos ma­ nipulados por Satanás para estabelecer o poder do anti­ cristo são os seguintes: 1) As nações se unirão em tomo da paz (1 Ti 5.3). Essa situação naturalmente criará espaço político para um herói que lute pela paz. O homem do pecado (o an­ ticristo) surgirá tendo “aparência de piedade” (2 Tm 3.5 — Rev. e Cor.) e chegará a promover a guerra em prol da paz, até que a alcancem e digam que há paz e segu­ rança (1 'K 5.3). Ele prosperará em todo o seu empreen­ dimento e deterá todo poder, e toda a terra o seguirá (Ap 13.3). *E verdade que este assunto é bastante controverso entre os estudio­ sos da Bíblia. Existem várias posições que sustentam visões diferentes desta sobre o futuro do conflito espiritual. Creio porém que, como servo de Deus, devo apresentar os argumentos que levam-me a crer nesta po­ sição e suas respectivas passagens bíblicas, por considerar de grande im­ portância tal tema, frente aos acontecimentos contemporâneos que, ilu­ minados por uma visão escatológica séria e coerente, revelam-se verdadeiros sinais dos tempos. Com isto, não coloco em desprezo qualquer outra po­ sição. Entendo que o leitor deve analisar tudo à luz da Bíblia e ficar com a posição mais fiel às Sagradas Escrituras. (N.A.)
  • 24. 26 Nova Era 2) A unificação das nações em tomo de um único go­ verno. Surgirá daí a necessidade de um líder mundial que go­ verne o mundo unificado, làl govemo será, obviamente, entregue ao anticristo (Ap 13.7). 3) Um grande desenvolvimento na ciência nos últimos dias (Dn 12.4). O desenvolvimento de um sistema tecnológico que per­ mita a comunicação rápida em todo o mundo, propagará mundialmente a ideologia do anticristo, o que tomará pos­ sível, na prática, um govemo mundial, detendo o controle de tudo. 4) A mistificação do homem nos últimos dias, com conseqüente apostasia (1 Thi 4.1). Satanás fará com que a humanidade deposite confiança no homem do pecado não apenas no caráter de bom go­ vernante, mas sobretudo como líder espiritual, que leve todos ao engano (2 Ti 2.9-11). Ele será um místico (Dn 8.23 — Rev. e Cor.) e terá todo poder de Satanás para operar “sinais e prodígios da mentira” (2 Ti 2.9), o que, aliado à sua “aparência de piedade”, fará dele uma figura bastante carismática (Ap 13.3-6). A previsão de apostasia indica também que grande parte da igreja se envolverá com a ideologia do espírito do anticristo, tomando-se uma igreja apóstata e cheia de falsos profetas, enquanto a outra parte da igreja se tornará lutadora, fiel e sofredora (Mt 24.10-14). 5) Um movimento filosófico-religioso que influencie o homem a abandonar os princípios morais e éticos da Pa­ lavra de Deus (Mt 24.11,12). Quando o anticristo se levantar contra Deus e contra os seus princípios (2 2.4), levará todos a adorá-lo e tam­ bém a Satanás, elevando-se a si mesmo como se fosse Deus (Ap 13.4,5). O abandono dos princípios morais e éticos da Palavra de Deus será essencial para que a humanidade aceite a adoração satânica. 6) Restauração do templo e do culto judeu e seus rituais. Esse acontecimento contribuirá para convencer os ju­ deus de que o anticristo é o esperado Messias de Israel.
  • 25. 0 Pano de Fundo- do Movimento Nova Era 27 Isso contribuirá bastante para a unificação religiosa entre a humanidade. Porém, tal aliança com os judeus durará apenas três anos e meio. Ao final desse período, ele que­ brará a aliança firmada com os judeus. Então “começará a abominação da desolação” que durará outros três anos e meio (Mt 24.15; Dn 9.27; 12.11), completando o total de sete anos de atuação do anticristo, quando haverá uma grande perseguição aos judeus que se converterem. A essa altura, o antigo propósito de Satanás de tomar o lugar de Deus como soberano, parecerá ter-se concre­ tizado. Mas é aí que virá a grande derrota e condenação; tanto para ele, como para os seus anjos e todos que não creram na Palavra de Deus (Mt 24.29-35; 25.31-46; 2 Ts 2.8; Ap 19.11-21; 20.1-6). Agora, de posse dessas importantes informações que formam a estrutura espiritual da Nova Era, poderemos analisá-la à luz da Bíblia. Tànto na ideologia quanto na prática, esse movimento vem cumprindo as profecias bí­ blicas, harmonizando-se com os planos e objetivos de Sa­ tanás em sua estratégia de batalha para os últimos dias. Os acontecimentos mundiais vêm sendo visivelmente ma­ nipulados por propostas do pensamento Nova Era, em pleno acordo com esses objetivos satânicos. Se nos pesa o coração antever toda essa tragédia hu­ mana, alegra-nos o zelo do Senhor por nós, ao nos revelar antecipadamente todas essas coisas, para que não sejamos enganados. “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos. Vede que vo-lo tenho predito.” (Mt 24.24,25.) E necessário, pois, que estejamos bem fundamentados na Palavra de Deus, para não sermos abalados pelo forte engano corrente em nossos dias.
  • 26. AIDEOLOGIA DO MOVIMENTO NOVA ERA O movimento Nova Era não tem data de fundação e nem fundador. O mesmo acontece com a formulação da sua ideologia — reúne em seu corpo doutrinário preceitos de várias religiões. O leque doutrinário e os princípios do movimento podem ser considerados o extrato das menti­ ras diabólicas propagadas entre as milhares de crenças es­ palhadas pelo mundo através dos séculos. O número des­ sas crenças é tão grande, tantas são suas contradições, que parece impossível qualquer tipo de acordo entre elas. Po­ rém, levando-se em consideração que o autor de todas elas é Satanás, aliado à natureza corrompida e pecami­ nosa do homem, logo todas têm origem comum. Assim, o próprio Satanás sabe como resumi-las, como direcioná- las num mesmo sentido, uma mesma direção. Para tanto, ele procurou formular um corpo de doutrinas de acordo com as filosofias mais antigas que formam os principais troncos religiosos. Enganam-se, porém, aqueles que acham que a doutrina da Nova Era é idêntica em todos os seus segmentos. Os vários pensadores dos segmentos que compõem o movi-
  • 27. 30 Nova Era mento têm pontos discordes entre si. São variações resul­ tantes da miscelânea de que se origina a sua ideologia. Contudo, conseguem deixar suas diferenças de lado, em busca de objetvos afins, devido à linha básica comum de pensamento que os une. Esse tipo de acordo permite que a ideologia da Nova Era penetre em todas as camadas sociais, nos diversos se­ tores da sociedade. É essa linha ideológica básica que tem direcionado homens importantes, de papéis significativos no mundo, dando à atual história humana os rumos que Satanás deseja. Daí a importância de nos atermos à linha ideológica básica do movimento, visto ser impossível tentar retratar cada segmento, dada a sua multiplicidade. Portanto, traçando essa linha básica teremos o pensa­ mento central de todos os segmentos, o que nos permitirá identificar qualquer um deles com que nos depararmos no dia-a-dia. 1. DOUTRINAS DA NOVA ERA Deus Este é o ponto principal do pensamento Nova Era. Todo o seu corpo doutrinário gira em tomo do eixo da sua dou­ trina sobre Deus. O seu conceito de divindade é resgatado dos antigos conceitos orientais, que refutam a idéia de um Deus pes­ soal, detentor de atributos pessoais. Deus não está sentado em seu trono como Rei soberano regendo todas as coisas; é apenas uma energia universal de onde derivam todas as coisas. Como explicou Helena R Blavatsky (já falecida), influente pensadora da Nova Era, em entrevista a um inquiridor: — Vocês acreditam em Deus? — Depende do que você quer dizer com o termo. — Refiro-me ao Deus dos cristãos, o Pai de Jesus e o Criador; o Deus bíblico de Moisés.
  • 28. A Ideologia do Movimento Nova Era 31 — Nesse Deus nós não acreditamos. Refutamos a idéia de um Deus pessoal, extracósmico e antropo­ mórfico, que é apenas a gigantesca sombra de homem e não do homem em seu melhor aspecto. Dizemos — e provamos — que o Deus da teologia é uma porção de contradições e uma impossibilidade lógica. Destarte, nenhuma relação temos com ele. — Então vocês são ateus? — Que saibamos, não; a menos que o epíteto de ateu deva ser aplicado àqueles que não acreditam num Deus antropomórfico. Acreditamos num Princípio Di­ vino Universal, a raiz de tudo, de onde tudo procede e para onde tudo será absorvido no final do grande ciclo do Ser.1 Essa rejeição ao Deus pessoal e verdadeiro se deve ao fato de a ideologia da Nova Era ser essencialmente pan- teísta, isto é, crer que Deus é tudo e que tudo é Deus. Para eles Deus é apenas uma energia que, por vezes, de­ nominam de Absoluto. Como energia absoluta, então a divindade compreende todas as forças existentes, inclusive todos os opostos, como bem e mal, masculino e feminino, etc. Dentro dessa visão, o Absoluto emana a sua luz divina, que é a criação, atra­ vés da união de seus pólos opostos. Por isso, crêem que cada partícula de matéria é divina, é Deus, pois emite luz, e possui em si todas as informações do Universo, sendo partes do Todo-Absoluto. Em suma, acreditam que tudo o que existe no universo é Deus. Exemplificando, dentro dessa visão, Deus é como uma nuvem que passou por um fenômeno pluvial, choveu, transformando-se em várias gotas d’água. Cada gota dessa chuva é água, embora seja apenas uma parte de toda a água que compunha a nuvem. Assim como a nuvem era composta de partículas de H20 suspensas na atmosfera, cada gota d’água continua sendo composta de H20. Dessa mesma maneira, acreditam eles que cada coisa que existe é constituída de essência divina, e Deus é o Todo-Absoluto do qual todas as coisas são parte. Por isso
  • 29. 32 Nova Era Shirley McLaine afirma: “Reconheça todas as partes que formam o todo, pois você é o criador”.2 Essa doutrina remonta às escrituras védicas na índia e o Tào-Te Ching na China, que datam de centenas de anos a. C. Segundo a filosofia expressa nessas escrituras, cada uma das partes do todo deve evoluir e buscar níveis mais elevados de sua consciência divina. Roberto Crema, da Universidade Holística Internacional em Brasília, DF, assim se expressou a esse respeito: “Deus dorme nos mi­ nerais, sente nos vegetais, sonha nos animais, e desperta nos humanos”.3 Assim, apenas através de várias encarnações cada parte pode evoluir e alcançar níveis mais elevados de consciên­ cia. Essa evolução pode chegar ao ponto de não neces­ sitar mais reencarnar, atingindo um estado evolutivo onde se torna um espírito cósmico. De acordo com esse pensamento ninguém inventa nada; apenas descobre as informações divinas que estão dentro de si, e assim vai adquirindo níveis mais elevados de cons­ ciência divina, o eu maior do qual todos fazem parte. Tàis descobertas, que levam o ser a níveis superiores da cons­ ciência cósmica, podem ser adquiridas num processo de várias encarnações. Pierre Weil faz uma citação de Maryse Choisy, que expressa esse princípio. “Na teoria da ida e volta, o espírito decide encarnar- se e passa dos níveis mais sutis aos planos grosseiros. Em conseqüência, a matéria não se aquieta enquanto não volta à sua fonte divina primitiva. E a involução- evolução, simbolizadas pelos dois triângulos que compõem a estrela de Davi. Não era isso que ensinava Platão, ao afirmai" que conhecer é iembrar-se? Ou então quando Lamartine escrevia: “O homem é um deus de­ caído que se lembra dos céus”? Coitado, o homem tem memória tão curta... Volta e meia é preciso lembrar- lhe o que já sabe!”4 Como podemos ver, a reencarnação é ponto funda­ mental no pensamento Nova Era. Essa doutrina diabólica afasta definitivamente da cruz de Cristo aqueles que nela
  • 30. A Ideologia do Movimento Nova Era 33 crêem, pois passam a crer que podem se salvar por inter­ médio do autoconhecimento, através de várias encarnações. A Bíblia nega com veemência, do princípio ao fim, a doutrina da reencarnação, através do plano da salvação na cruz de Cristo. “E, assim como aos homens está ordenado mor­ rerem uma só vez e, depois disto, o juízo, assim tam­ bém Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.” (Hb 9.27,28.) O homem passa por apenas uma encarnação, e no de­ correr dela não pode salvar a si mesmo; precisa do sacri­ fício perfeito de Jesus Cristo na cruz do Calvário. A cruz de Cristo é a maior prova de que a reencarnação não existe. Enquanto não existem provas palpáveis de que ocorre a reencarnação, a cruz de Cristo tem lugar no tempo e no espaço — é fato — aconteceu em determinado tempo e lugar. E prova real, histórica e inegável. Seu plano reden­ tor salvífico é indiscutível. Foi vaticinado pelos profetas desde a queda do homem, documentado nos registros do Antigo Testamento e confirmado pelos apóstolos nos do­ cumentos neotestamentários. No entanto, o homem acha mais fácil crer na fábula diabólica da reencarnação, ensinada por demônios atra­ vés da boca de médiuns possessos, sensitivos e moderna­ mente chamados chameis (seres humanos que são “ca­ nais de espíritos”). Crer na cruz de Cristo significa abandonar a antiga utopia de ser igual a Deus. Significa abandonar o “trono” e curvar-se diante de Jesus Cristo numa atitude como a de Tomé, confessando-o como Se­ nhor e Deus (Jo 20.28). Por isso o coração do homem, ainda intoxicado pelo veneno da antiga serpente, prefere dar as costas ao Deus verdadeiro e soberano, negando-lhe a existência e preferindo crer numa divindade caótica como a humanidade e toda a criação, onde o deus-homem se debate no desespero de encontrar razão para a existência, e a deusa Gaia (terra) se autodestrói em catástrofes cada
  • 31. 34 Nova Era vez mais freqüentes. Nunca antes teve-se notícia de tantos terremotos, furacões, maremotos, etc. O apóstolo Paulo diz que tais homens serão indesculpáveis diante de Deus. “A ira de Deus se revela do céu contra toda im­ piedade e perversão dos homens que detém a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode co­ nhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes ma­ nifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a sua própria divin­ dade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das cousas que foram criadas. Tkis homens são por isso indesculpá­ veis; porquanto, tendo conhecimento de Deus não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes se tomaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando- se por sábios, tomaram-se loucos, e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. Por isso Deus entregou tais homens à imun­ dícia, pelas concupiscências de seus próprios corações, para desonrarem os seus corpos entre si; pois eles mu­ daram a verdade de Deus em mentira, adorando e ser­ vindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém.” (Rm 1.18-25.) O Homem O homem é o centro de toda a doutrina da Nova Era. Como acreditam que tudo o que existe é Deus, o homem se toma a expressão máxima de evolução divina na ter­ ceira dimensão, que é a dimensão física. Dentro desse con­ ceito o homem nada menos é do que deus. Embora al­ guns segmentos temam afirmar isso claramente, deixam esse conceito subentendido, enquanto outros o defendem abertamente. Um bom exemplo disso é a tentativa, sem êxito, do P e Lauro TVevisan, em justificar a doutrina homem-deus, de forma a não assustar os seus leitores.
  • 32. A Ideologia do Movimento Nova Era 35 “A consciência da sua própria consciência, produ­ zindo a consciência do seu próprio poder e de sua dimensão superior, levando o homem a percorrer do alpha ao ômega — na linguagem de Teilhard Chardin — isto caracteriza a nova humanidade de aquárius. “Pode-se dizer agora que não há nada no mundo a não ser o homem; não há nada no homem a não ser a mente; não há nada maior na mente a não ser Deus. “A compreensão da unidade Deus-homem ou homem- Deus, não no sentido de que o homem seja Deus, mas na significação de que no homem está Deus."5 Para clarear essa explicação de Trevisan, onde ele quer dizer que não quis dizer o que disse, vamos ver um texto mais coerente e claro, onde Helena P. Blavatsky, numa en­ trevista, afirma a idéia do homem-deus. — Vocês acreditam que o homem é um deus? — Por favor, diga Deus e não um deus. A nosso ver, o homem é o único Deus que podemos conhecer. E como poderia ser de outra forma? Nosso postulado aceita como verdadeiro que Deus é um princípio uni­ versalmente difuso, infinito e, sendo assim, como po­ deria o homem sozinho escapar de ser embebido por e na Deidade? Chamamos “Pai do céu” a essa essência deífica que reconhecemos dentro de nós, em nosso coração e em nossa consciência espiritual.6 Dessa maneira, acreditam que todas as forças existen­ tes no Universo estão dentro do homem e que, através do poder da mente, o homem pode realizar qualquer mi­ lagre divino. Assim como o homem possui o poder de realizar gran­ des milagres, também possui o poder de provocar grandes catástrofes. Acreditam que, como ser divino, no homem habita todo o bem e todo o mal do Universo. Por isso Eli- zabeth Kubler-Ross afirmou que “há um Hitler dentro de cada um de nós, e se admitirmos isso poderemos nos tor­ nar uma madre Tereza de Calcutá”.7
  • 33. 36 Nova Era Mas as forças opostas no homem não se restringem, para eles, ao bem e ao mal. Todo ser humano é igualmente mas­ culino e feminino; amor e ódio; cristo e demônio; positivo e negativo; e todos os demais opostos existentes. Dizem que a evolução do homem está rumando para um equilíbrio entre todas essas forças opostas, pois é esse equilíbrio entre os pólos opostos que fará com que a luz divina possa se manifestar com plenitude no homem-deus. A Nova Era será uma era de plenitude divina para a humanidade, onde a luz do cristo que há dentro de cada um se manifestará com intensidade. Tanto o cristo quanto o demônio são níveis de consciência que o homem pode atingir. Logo, o demônio não existe como entidade pes­ soal, mas como um estado de consciência. Da mesma forma, cristo não é uma qualidade exclusiva de Jesus, mas tam­ bém um estado de consciência elevado que qualquer ser pode alcançar através da evolução. Dentro desse aspecto, afirmam que a divisão do nosso cérebro em dois hemisférios (direito e esquerdo) faz grande diferença para a nossa condição evolutiva, porque acre­ ditam que o lado esquerdo do cérebro é o que analisa, abstrai, conta, marca o tempo, planeja, verbaliza. Tudo com base na lógica. O lado esquerdo é o lado masculino do ser. Já o lado direito, que compreende metáforas, usa a intuição, cria idéias e sonha, é o lado feminino. Para o homem tomar-se um ser evoluído tem de bus­ car o equilíbrio entre esses dois lados cerebrais. O ser hu­ mano precisa equilibrar raciocínio lógico e intuição; mas­ culino e feminino. Por essa razão apóiam plenamente as práticas hetero e homossexuais. Defendem que, desde que haja um “relacionamento saudável”, os “seres mais evolu­ ídos” devem possuir plena liberdade de relações amorosas entre os sexos. Esperam que esse tipo de comportamento afete com­ pletamente a sociedade da Nova Era, determinando um novo paradigma social, um novo estilo de vida para a hu­ manidade. Esse novo paradigma deverá determinar o fim do núcleo familiar e produzir uma condição de igualdade absoluta entre os homens.
  • 34. A Ideologia do Movimento Nova Era 37 Através da criação de comunidades e a eliminação do núcleo familiar, a humanidade passará a possuir uma ati­ tude mais cooperativista e solidária entre todos, pois a ins­ tituição familiar individualiza o ser e cria o egoísmo, a in­ veja, o ciúme, e a possessividade. A instituição familiar faz com que o homem trabalhe para reunir bens para a sua descendência e não para a posteridade comunitária, criando assim os conflitos, competições, ciúmes e egoísmos que corroem o bom relacionamento social. A solução está, pois, em eliminar o núcleo familiar e instituir a vida comunitária. Atualmente já existem algumas comunidades espalha­ das pelo mundo que estão vivenciando essas idéias, como relata Pierre Weil em seu livro Sementes Para Uma Nova Era. “Em certas comunidades existe uma liberdade to­ tal de relações amorosas entre os sexos. Existe, por exemplo, na Alemanha, um movimento comunitário chamado “Action Analysis Comune” que exigiu em fi­ losofia de vida a eliminação total do núcleo familiar. Consideram a relação de duas pessoas no núcleo fa­ miliar, à luz da experiência coletiva, como uma ver­ dadeira doença. Muito influenciada pelas idéias de Reich, a comunidade considera o núcleo familiar como oriundo de uma necessidade materialista de assegurar a posse da propriedade privada. A comunidade existe para satisfazer as necessidades materiais e existenciais dos seus membros. Há nela um respeito muito grande pela vida. Por exemplo, o aborto é inconcebível nela. A comunidade dá amparo à mãe durante a gestação e assume a responsabilidade da criação dos filhos. Rajneesh preconiza também um sistema desta natureza e afirma que é muito mais saudável para uma criança ter vários modelos de adultos com que identificar e escolher o seu próprio comportamento, do que ape­ nas dois, sobretudo quando estes modelos são inde­ sejáveis do ponto de vista humano. Cari Rogers tam­ bém questiona bastante o atual modelo familiar. As experiências atuais de “casamento aberto” constituem
  • 35. 38 Nova Era tamoém uma reação aos aspectos penosos de certo modo de vida familiar”8 Isso tudo vem em cumprimento da profecia do após­ tolo Paulo, onde ele afirmou que nos últimos dias sobre­ viriam tempos difíceis porque o homem seria amante de si mesmo (2 Tm 3.1-5). E qual maior manifestação que homens amantes de si mesmos poderiam ter nos últimos dias senão consideraram-se Deus? O apóstolo prossegue no texto listando o paradigma maligno que caracterizaria essa sociedade final citando a avareza, a presunção, a soberba, a blasfêmia, a desobe­ diência aos pais, a ingratidão, a profanação, a falta de afeto natural; onde o apóstolo poderia estar muito bem referindo- se à fuga das relações conjugais, que é o afeto natural para o qual o homem foi criado (Mt 19.8), e a prática homos­ sexual, que significa mudar o uso natural da criação hu­ mana de relação entre homem e mulher para unir-se ho­ mem com homem e mulher com mulher, lais pessoas, segundo o apóstolo, receberiam a recompensa por seu pe­ cado em seus próprios corpos (Rm 1.26,27). Paulo prevê sofrimento físico resultante de tais práticas homossexuais. O apóstolo segue a sua listagem com a irreconciliação, a calúnia, a incontinência, que significa falta de moderação na sensualidade, a crueldade, a falta de amor para com os bons, a traição, a obstinação, o orgulho; homens mais amigos dos prazeres que amigos de Deus. Paulo encerra dizendo que tais homens ainda teriam aparência de piedade! No grego, a palavra piedade é “eu- sebeia”, usada como fruto do desenvolvimento espiritual, corno “verdadeira religião”. E incrível como toda essa doutrina demoníaca da Nova Era, que leva o homem aos mais baixos níveis morais, ainda consegue ser anunciada e aceita como desenvolvimento espiritual. Resta aos que são nascidos de novo, que possuem um compromisso sincero com o evangelho de Jesus Cristo, o conselho de Paulo ao findar a sua listagem: “Foge tam­ bém destes.” (V. 5.)
  • 36. A Ideologia do Movimento Nova Era 39 Nada temos com esse novo paradigma social. Nosso comportamento deve ser irrepreensível e sincero, de “filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta”, na qual resplandecemos como “luzeiros no mundo”. (Fp 2.15.) Os Extraterrestres A ufologia também é uma questão importante no que diz respeito ao movimento Nova Era. Atualmente os estudiosos que se dedicam à questão ufológica têm movido suas pesquisas baseados na filosofia da energia divina evolutiva. Acreditando que as partes do divino passam por um processo evolutivo, concluem que os extraterrestres são partes da energia divina que estão em outros estágios de evolução. Alguns conceitos bastante complexos que envolvem a ciência quântica têm sido desenvolvidos para tentar expli­ car a questão dos extraterrestres. Esses conceitos estão profundamente associados aos princípios ideológicos da Nova Era e, nesse ponto, ciência e misticismo se confun­ dem, pois as teorias científicas acabam indo ao encontro das crenças místicas, fazendo com que se percam as noções de limites entre elas. Há uma indefinição muito grande quanto à natureza dos seres cósmicos, se são extraterrestres, ultraterrestres, ou os dois. Os extraterrestres são seres que vivem em outros pla­ netas, localizados em outras galáxias. Entre esses seres deve haver os que estão menos evoluídos que nós e os que se encontram em estágios mais avançados. Essa evo­ lução dá-se em termos tecnológicos, onde podem existir civilizações muito menos evoluídas que a nossa, ao mesmo tempo que outras estão bem mais adiante, desenvolvendo inclusive naves espaciais que lhes permitem realizar via­ gens intergaláticas, que ainda são um desafio para a nossa tecnologia. No entanto, algumas civilizações altamente de­ senvolvidas tecnologicamente podem não o ser espiritual­ mente, acabando por serem civilizações nocivas para a so­ ciedade cósmica.
  • 37. 40 Nova Era Já os ultraterrestres seriam seres de alto desenvolvi­ mento espiritual, muito evoluídos, que já viveram várias encarnações neste e/ou em outros planetas e estão, agora, no nível onde já não precisam mais encarnar. Esses seres são considerados mestres cósmicos, que só se encarnam se houver uma missão a ser realizada no mundo físico. Esses seres se moveriam em outras dimensões, sem ne­ cessitarem qualquer aparato material. A ciência tem chamado o mundo desses seres ultrater­ restres de mundo paralelo, ou seja, um mundo sobreposto ao nosso em outra dimensão. Dessa maneira esses seres poderiam se mover independentes de tempo e espaço. Se­ gundo acreditam, seres extraterrestres mais evoluídos que nós já descobriram isso e desenvolvem a sua tecnologia espacial em cima da “realidade" dos universos paralelos. Isso permitirá que seres extraterrestres que vivem em pla­ netas localizados a milhares de anos-luz da Terra e que levam um tempo incalculável para chegarem aqui, possam vir em questão de segundos através do hiperespaço — um tipo de túnel em outra dimensão, onde inexiste tempo e espaço. Um artigo da revista Ano Zero exemplifica isso, citando o filme de ficção científica Guerra nas Estrelas: “Quando os heróis de Guerra nas Estrelas se vêem encurralados pelos cruéis seguidores de Dart Vader, se lançam no hiperespaço e desaparecem num túnel de luz”.9 Aproveitando o exemplo do filme Guerra nas Estrelas, vemos nesse filme que, ao mesmo tempo em que o herói Luke Skywalker e seus companheiros eram seres de várias origens planetárias, pertencentes a uma mesma dimensão, havia mestres cósmicos que viviam em outra dimensão e que eram os guias que o ajudavam no seu desenvolvimento espiritual. O filme mostra que os mestres cósmicos que ajudavam o herói, eram seres evoluídos que já tinham vi­ vido em encarnações na mesma dimensão que ele. Toda essa ginástica de idéias fabulosas, que tenta ex­ plicar cientificamente a questão ufológica, que até hoje
  • 38. A Ideologia do Movimento Nova Era 41 não possui qualquer base científica concreta, tem suas im­ plicações no mundo espiritual. Em primeiro lugar, é importante notar que todas essas abstrações da moderna ciência são desenvolvidas a partir do único fato de objetos voadores não identificados (OV- NIs) terem sido observados e até mesmo fotografados por muitas testemunhas. Daí, qualquer elucubração humana ou proposta explicativa diabólica pode encaixar-se ao fato — como diz o ditado popular: “De noite todo gato é pardo.” A ciência perde-se completamente diante da realidade que envolve o fato da aparição desses fenômenos ufoló- gicos. Mostra-se completamente incapaz de compreender através das leis da física o que fazem as “naves espaciais”. As aparições mostram tais “naves espaciais” fazerem manobras em ângulo reto; não fazem curva para mudar a trajetória. As manobras em ângulo reto só têm uma ex­ plicação aceitável: a ausência de massa. A dedução a que somos obrigados a chegar pelas leis da física, diante desse fato, é muito bem descrita pelo Pr. José Benedito de Lira Neto, num estudo que desenvolveu sobre ufologia: “Qualquer veículo, ao mudar de direção, sofre o efeito da força centrífuga, que tende a mantê-lo na di­ reção anterior. Essa força centrífuga é diretamente pro­ porcional à massa e ao quadrado da velocidade do apa­ relho. Ora, para que o veículo execute uma viagem perpendicular, é necessário que a força centrífuga seja nula e que a sua massa seja zero, pois a velocidade dele, como se sabe, não o é. Uma coisa poderosa e inteligente, cuja massa é zero, só pode pertencer ao mundo espiritual.”10 As leis da física não são as únicas que dão respaldo para deduzirmos que o fenômeno ufológico é de origem espiritual. Entre os muitos testemunhos que podem escla­ recer esse fato, é bastante claro o do ocorrido durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Nessa guerra, Israel foi atacado pelas nações árabes e encontrava-se em enorme desvantagem militar. Mesmo assim, Israel abateu 400 aviões
  • 39. 42 Nova Era egípcios e 600 tanques em pouquíssimo tempo. Soldados egípcios se renderam diante de Israel por terem visto an­ jos com espadas desembainhadas ao lado de Israel. Ca­ nhões completamente novos, que a URSS havia fornecido aos árabes, foram apreendidos sem ter sido dado qualquer disparo. Nesse período, a NASA registrou a presença de milhares de OVNIs sobre a região do conflito.11 Um último fato que precisamos levar em consideração antes de uma conclusão final é o de que o testemunho das pessoas que fazem qualquer contato direto com naves espaciais e seres cósmicos é analisado, em grande parte das vezes, em estado hipnótico, porque os pesquisadores descobriram que os seres extraterrestres praticam a hip­ nose com as pessoas que com eles têm contato. A revista Planeta descreve um desses casos. “Um dos casos mais famosos é o de Bety e Bamey Hill, casal norte-americano que, somente sob hipnose, narrava um encontro imediato de terceiro grau, quando teriam sido levados a bordo de uma espaçonave e sub­ metidos a detalhado exame médico por humanóides extraterrestres... “Sabemos que a hipnose é uma técnica altamente vantajosa no sentido de desencadear e melhorar a ESP*, dando alto resultado em testes controlados — por exem­ plo, em telepatia, visão à distância (clarividência) e pre- cognição. “Ao mesmo tempo, são inacreditavelmente fre­ qüentes na causuística ufológica as experiências em que os referidos fenômenos parapsicológicos estão pre­ sentes, sendo mesmo a telepatia o meio usual de co­ municação com os UFO-operadores, segundo os con­ tatados. “Certos indivíduos que viveram uma experiência ufo­ lógica marcante passaram a ter o que nós chamamos “efeito residual”: após o incidente, entram em es- *ESP — São as iniciais de Extrasensory Perception (Percepção Extra- Sensorial), que se refere à capacidade de perceber sensações sobrenatu­ rais que o cérebro comum não consegue captar ou transmitir.
  • 40. A Ideologia do Movimento Nova Era 43 tado de transe sonambúlico, de maneira espontânea ou induzida, dando informações de teor variado, da­ dos técnicos, “planetas” de origem, nomes dos coman­ dantes de naves e mensagens místicas!’12 Um testemunho também muito esclarecedor a esse res­ peito é o da experiência de Eve Camey e suas duas filhas, de uma visita que fizeram a uma nave espacial. “Há muitos anos, em minha casa situada nos pro­ fundos bosques da Pensylvânia, minhas filhas e eu es­ távamosjuntas em meditação, quando três Irmãos Es­ paciais apareceram no jardim em frente à casa. Preferiram permanecer lá fora quando os convidei para entrar, devido a sua diferença de altura em relação às portas e tetos normais. Convidaram-nos a conhecer sua nave, o que aceitamos com satisfação. Fixaram a hora da visita para 8:00 horas do dia seguinte, dando- nos instruções para relaxarmos em posição horizon­ tal, no piso, para que pudesse vir a escolta. “Agradecidas, regressamos à casa. Minhas filhas pu­ deram ver a nave sobre nós,já que ambas têm o dom perceptivo visual. “Ao entardecer do dia seguinte relaxamos, como combinado, e fizemos três experiências com meditações diferentes. Abandonei meu corpo e apoiei minhas mãos sobre os braços de minhas escoltas, experimentando uma emoção tremenda enquanto ascendíamos, a uma velocidade incrível, à nave que nos esperava acima. Imediatamente encontrei-me parada no aposento de controle principal, frente a Athena, enquanto as lágri­ mas rolavam-me pela face. Chorando abraçamo-nos. Athena (comandante mulher) começou a mostrar-me vários mapas. Senti que uma de minhas filhas seguia por um longo passadiço. Embora eu não tenha visto, sabia que se encontrava em alguma outra parte da nave. Caminhamos e passamos por uma parede transparente, através da qual pude ver minha outra filha reclinada sobre uma mesa de exame médico, com alguém junto dela. Essas recordações são fragmentadas.
  • 41. 44 Nova Era “Depois de alguns minutos, não mais de quinze, estávamos de volta a nossa consciência e começamos a comparar nossas experiências.”13 Luiz Gonzaga Scortecci, um dos mais respeitados ufo- logistas do Brasil, vai mais adiante; chega a afirmar que os contatos com extraterrestres são simplesmente manifes­ tações mediúnicas. “O contato se faz de forma mediúnica e é mais fácil do que se pode imaginar. Muitas das manifestações de espiritismo ou da umbanda, por exemplo, poaem ser con­ tatos de terceiro grau com Ets, pois esta é a maneira de eles se comunicarem no estágio atual da humanidade. Antes, esses contatos eram feitos materialmente e mui­ tos deles estão registrados. Buda, Krishna, Gandi e Je­ sus Cristo, por exemplo, são seres cósmicos humanos, em um estágio de alto desenvolvimento, e digo huma­ nos, porque a humanidade é uma só, tanto na terra como em qualquer outro planeta, sistema solar ou galáxia, as­ sumindo formas físicas diferentes.”14 Se tais experiências são realizadas em estado de transe hipnótico e através de mediunidade, como podemos dis­ tinguir o que é realmente físico e o que é espiritual numa experiência de contato ufológico? Ora, uma pessoa em es­ tado de transe hipnótico pode ter qualquer coisa impressa em sua mente, inclusive uma mentira diabólica. E se os próprios pesquisadores não conseguem determinar a na­ tureza da experiência, não há como afastar a enorme pos­ sibilidade de que essa seja apenas mais uma ardilosa ma­ nipulação demoníaca sobre a frágil mente do homem degenerado pelo pecado. Diante dos fatos, somos obrigados a concluir que os fenômenos ufológicos são atuações de seres espirituais, mais provavelmente mensageiros de Satanás, pois, como a Bíblia mesma adverte, são capazes de se transformarem em anjos de luz (2 Co 11.14). Esse fato tem suas implicações no mundo espiritual. Como na filosofia da Nova Era existe o conceito de que
  • 42. A Ideologia do Movimento Nova Era 45 há uma classe de seres muito evoluída, acreditam que es­ ses seres sejam mestres cósmicos que devam ser consul­ tados, pois podem ajudar o homem na sua evolução. Esse tipo de crença é bastante antiga, embora hoje ve­ nha revestida de uma roupagem espacial. O Bhagavad- Gita orienta os seus seguidores a cultuarem e se subme­ terem aos seres superiores, mais evoluídos: “Descerá sobre vós a bênção dos seres superiores, se os cultivardes; e a prosperidade que demandais vos será dada como prêmio do culto que lhes prestardes. “Aquele, porém, que goza os dons dos seres supe­ riores e prospera com seus favores, mas retém tudo para si, sem nada restituir aos céus donde veio — esse é ingrato e ladrão.”15 A cabala judaica também ensina a necessidade de con­ tato com seres mais evoluídos para se obter informações necessárias à evolução humana, como demonstra Perle Epsteins. “Os indivíduos mais desenvolvidos espiritualmente, dominados pelo nível intelectual da alma, sonharão que estão no reino celestial, onde se comunicam com seres desencarnados, a que chamam de “anjos”. A função formadora de imagens, própria da natureza ani­ mal, transforma essas “jornadas” em sonhos, e assim o indivíduo pode obter mensagens significativas da re­ gião celestial. Ele deve ser cuidadoso, pois a informação, freqüentemente, está misturada a desejos subjetivos e distorções resultantes de sua própria vida emocional. Os sábios judeus, portanto, sempre preveniram que é impossível a uma pessoa comum ter um sonho real­ mente profético sem uma considerável mistura de in­ formações inúteis. “Os cabalistas que proferiram os nomes de Deus e alteravam seus padrões de respiração, estavam fazendo uso do terceiro degrau da escada da alma — a res­ piração que os ligava ao mundo espiritual. Ligando-se mentalmente a um “ser espiritual” específico, o caba-
  • 43. 46 Nova Era lista poderia ou elevar-se mais ainda (como Abulafia ensinou), ou obter importantes informações sobre o futuro. Essa segunda prática era perigosa, pois, com freqüência, resultava em fazer contato com os shedim — seres demoníacos — que alteravam e confundiam a mente dos meditados. Ao longo desse caminho, coloca-se o perigo da insanidade Por isso, a respiração, ou terceiro nível da alma, era considerada uma espada de dois gumes.”16 Há muitas outras fontes que comprovam que o diabo sempre procurou enganar o homem, levando-o a crer na necessidade da prática antibíblica de consultas aos espí­ ritos. Especialistas que estudam fenômenos paranormais, têm observado a prática de consultas a mestres cósmicos, pelos adeptos do movimento Nova Era, e a têm denomi­ nado de channeling (que no inglês quer dizer “canalização”). A realização da channeling consiste numa prática de meditação onde a pessoa entra em transe hipnótico. Du­ rante esse exercício a mente do indivíduo que o pratica sai do nível de ondas beta do cérebro, que é o estado de vigília, e entra no nível de ondas alpha, um nível inferior, onde a pessoa fica em estado de transe hipnótico. No es­ tado alpha, geralmente a pessoa visualiza um lugar muito bonito, onde pode. tatear, sentir cheiro e ouvir sons pro­ venientes do local. Nessas circunstâncias, a pessoa pode visualizar um ser que vem sempre revestido de muita luz, que pode ser denominado mestre cósmico, anjo, ou sim­ plesmente ET. Esse ser, então, transmite mensagens à pes­ soa que está fazendo o contato e, muitas vezes, a leva a passear em lugares distantes, até mesmo celestes, ou ainda, a momentos do seu passado, nesta vida ou em “outras en­ carnações”. O fato de esses ET^ serem espíritos revestidos de luz não nos admira. Pelo contrário, essa “luz” e as mensagens antibíblicas que transmitem, apenas revelam sua verdadeira identidade, como nos advertiu o apóstolo Paulo: “Mas. ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evan­ gelho que vá além do que vos temos pregado, seja aná-
  • 44. A Ideologia do Movimento Nova Era 47 tema” (G1 1.8); pois “não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz” (2 Co 11.14). Postulam os adeptos do movimento que na Nova Era a humanidade estabelecerá um relacionamento aberto com os seres cósmicos. Ao alcançar um maior desenvolvimento espiritual a humanidade viverá um verdadeiro regime “cos- mocrático”, como preconiza TYevisan. “A Nova Era ruma para a cosmocracia, que é um passo além da democracia. O cosmo será a forma de vida ideal, onde o indivíduo se sentirá um no todo.”17 Parte dos segmentos do movimento afirma que algu­ mas pessoas se negarão a sofrer a evolução necessária para a instauração da Nova Ordem e que esses tais terão de ser retirados daqui, como afirma Célia Labome Tavares. “Os que não assumirem o trabalho para o autoco- nhecimento e aperfeiçoamento, deverão esperar por outro ciclo de reconstrução em algum lugar do cos­ mos. A manifestação crística do nosso tempo é muito acentuada e clara, e não há tempo a perder”18 Tkis pessoas “menos evoluídas” serão seqüestradas por um enorme disco voador, e, levadas para outro lugar, pas­ sarão pela evolução necessária, afirmam alguns pensado­ res da Nova Era. Aleluia! Até o diabo é obrigado a reconhecer a reali­ dade do arrebatamento da Igreja de Jesus Cristo! E o diabo é obrigado a trabalhar de acordo com o fato de que o arrebatamento ocorrerá. Caso contrário, após o arrebata­ mento muitas pessoas passariam a crer nas palavras pre­ gadas pelos cristãos, pois Satanás seria desmentido. Embora alguns segmentos afirmem que serão levados os seres menos evoluídos, outros afirmam que serão seres escolhidos para passarem por um trabalho de evolução maior, mas que já possuem certa evolução no plano da Nova Era. De qualquer forma, parece ponto pacífico a crença de um arrebatamento ufológico de um grupo de pessoas. Er- gom trata sobre isso no seu livro Projeto Evacuação Mun­
  • 45. 48 Nova Era dial, onde afirma que o capitão da nave que efetuará o resgate chama-se Sananda, e que esse ta] Sananda foi co­ nhecido na terra como o mestre Jesus.19 Num ponto ele está certo: é o próprio Jesus quem vem buscar a sua Igreja. Mas este Jesus não é um capitão in- tergalático em alto estágio evolutivo. Este Jesus é o Ge­ neral dos exércitos, o Senhor dos senhores, em quem po­ demos seguramente esperar. “Pois a nossa pátria está nos céus, de onde tam­ bém aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as cousas.” (Fp 3.20,21.) Lúcifer A idéia de evolução espiritual cria, automaticamente, a idéia de uma cadeia evolutiva em diferentes graus de desenvolvimento e conseqüente hierarquia dentro deles — o que subentende que há alguém no topo dessa hie­ rarquia, ou um ser mais evoluído do que os demais, ou pelo menos uma elite entre eles. Neste ponto há uma questão pouco comentada nas li­ teraturas e palestras do Nova Era. Tàl questão, porém, é de grande importância, pois revela o caráter maligno do movimento — é o Fator Lúcifer. É ponto básico no pensamento Nova Era a existência de um ser superior a todos os outros em nível de evolução. Alguns segmentos chamam abertamente esse ser de Lú­ cifer, outros utilizam outros nomes. Suas características são as mesmas em todos os segmentos. Daí denominar essa questão de Fator Lúcifer, já que existem tantos no­ mes para descrever um mesmo ser. Durante o II Congresso Holístico Internacional, ocor­ rido em julho de 1991, em Belo Horizonte (MG), Carlos Byngton afirmou que Lúcifer não é um ser maligno, pelo contrário, seu próprio nome já declara que ele é um “ema- nador de luz”. Segundo Carlos Byngton, o cristianismo
  • 46. A Ideologia do Movimento Nova Era 49 cometeu um grande erro em atribuir caráter maligno a Lúcifer. A presença do Fator Lúcifer no movimento Nova Era fica ainda mais patente ao estudarmos as entidades que promovem a filosofia New Age, pois entre elas encontra­ mos a Lucis Thist (que quer dizer Confiança em Lúcifer). Essa entidade foi fundada em 1922, com o nome Lúcifer Publishing Company (Companhia de Publicações Lúcifer), que foi mudado no ano seguinte para a então Lucis TYust. Em 1987 essa organização já contava com seis mil mem­ bros ativos.20 J. Benitez, em seu livro A Rebelião de Lúcifer, sugere que Lúcifer foi inocente e que, na realidade, ele é um mes­ tre cósmico bom, que deseja ajudar a humanidade. O Fator Lúcifer também está presente nas obras de TVigueirinho, líder de um movimento místico ufológico que anuncia o despertar de uma nova era. José TVigueirinho Netto é formado em psicologia e de­ senvolve o seu trabalho dentro da linha teosófica, adotando os ensinamentos de Alice Bailey. Ele foi discipulado por Paul Bournton que, por sua vez, cursou a Lucis Trust. TVi­ gueirinho fala sobre a hierarquia cósmica e cita a existên­ cia de um ser mais evoluído que todos os outros. “Neste capítulo estamos utilizando novamente al­ gumas indicações de Djwhal Khul, atualizando o que ele deixou escrito sobre Amuna Kur na época em que este ainda era chamado Sanat Kumara. Amuna Kur também foi conhecido anteriormente como o Senhor do Mundo, o Jovem Eterno, o Ancião dos Dias, Mel- quisedeque e Deus, tendo passado pelas etapas que a Lei Divina apresenta a todo ser evoluído. (...) “Amuna Kur tem hoje a consciência muito ampliada, e controla a evolução das raças de superfície de todos os planetas habitados que estão submetidos à Lei de Purifi­ cação, até que estes consigam, em estado divino, transcendê-la. Assim, quando tivermos atingido esse ponto, Amuna Kur se transferirá para outro planeta cuja raça de superfície esteja ainda sob a Lei de Purificação.”21
  • 47. 50 Nova Era Embora TYigueirinho afirme que esse ser mudou de nome hoje e se chama Amuna Kut; desperta-me muito a atenção o fato de o seu antigo nome cósmico ser Sanat Kumara. Ora, se invertermos apenas duas letras do nome Sanat, encontraremos o nome Satan: o ser a quem TVi- gueirinho atribui o mérito de a humanidade vir a alcançar uma nova era. Para outro segmento, de ordem ufológica, o nome desse ser é Ashtar, onde encontramos as mesmas descrições que determinam o Fator Lúcifer. O absurdo é colocar esse ser acima de Jesus na hierarquia cósmica, como descreve Er- gom. “Ashtar e aqueles que o servem são tão reais como você e eu. Na Aliança da Confederação Intergalática, o Comandante Ashtar é a mais alta autoridade para o nosso hemisfério. Ele é o Comandante da Nave es­ trelar do nosso Amado Senhor e Grande Comandante Jesus-Sananda para a maior parte de seu tempo. Ele tem autoridade para aclarar qualquer canal e para in­ terromper ou tomar controle de qualquer comunicação, de qualquer fonte, em qualquer momento, sobre nosso planeta.”22 Esses exemplos deixam claro que Satanás é o mentor e chefe maior do atual movimento Nova Era. Não é de admirar que ele já esteja-se revelando através desse Fator Lúcifer, pois a Bíblia diz que durante o governo do an- ticristo todos serão levados a adorar Satanás (Ap 13.4). Para que a humanidade chegue a ponto de adorar Satanás será necessário que haja uma predisposição mental por parte das pessoas; é o que vem fazendo o Fator Lúcifer dentro da ideologia da Nova Era. As Eras A razão por que tem-se ouvido tanto sobre uma nova era fundamenta-se na crença de que os ciclos divinos de evolução são desenvolvidos através de diferentes eras as­ trológicas, cada uma com sua característica distinta.
  • 48. A Ideologia do Movimento Nova Era 51 Acreditam que a humanidade evoluiu dentro das se­ guintes eras: • Era de Touro: de 4304 a 2154 a. C. • Era de Carneiro: de 2154 a 4 a. C. • Era de Peixes: de 4 a. C. a 2146 d. C. • Era de Aquário: 2146 a 4296 d. C. Cada era compreende um período de 2.150 anos. Nem todos os segmentos concordam com essas datas, mas são unânimes na seqüência das eras: Touro — Carneiro — Pei­ xes — Aquário. A Era de Touro é atribuída à antiga cultura egípcia, que tinha a vaca como deusa da fertilidade e a pecuária como principal cultura. Os astrólogos dizem que essa foi a era em que a cultura egípcia se desenvolveu e foi o cen­ tro da civilização. Com o final da Era de Touro, o domínio egípcio ces­ sou e deu lugar à de Carneiro, o signo que passou a do­ minar. Os astrólogos dizem que foi Israel que dominou essa era, devido ao sacrifício do cordeiro, o ritual mais marcante da religião de Israel, além da ovinocultura (criação de ovelhas), sua principal cultura. Dizem que a fase de transição entre as duas eras foi a saída de Israel do Egito, e que os hebreus ainda tentaram preservar o poder de Touro, quando fizeram o bezerro de ouro no deserto, mas Moisés (avatar da Era de Carneiro) os repreendeu e inau­ gurou a Era de Carneiro. Afirmam que Jesus foi chamado de “Cordeiro de Deus” (Jo 1.36) porque era filho do povo dominante da Era de Carneiro.23 Jesus Cristo (avatar da Era de Peixes) teria, então, inau­ gurado essa era, dando evidência disso ao chamar os após­ tolos para serem pescadores de homens, fazendo alusão à humanidade pisciana. Por causa de Jesus Cristo, o povo dominante da Era de Peixes seriam os cristãos. Para provar que o cristianismo é o que domina a Era de Peixes, apegam-se ao fato de que o mais antigo símbolo cristão é o peixe. Os cristãos primi­ tivos adotaram o peixe porque a palavra, no grego, formava as iniciais da frase Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador (Peixe — Ichthys — Iésous Christos Theou Hyos Sõter).
  • 49. 52 Nova Era Jaap Huibers diz que, pelo fato de o peixe viver submerso na escuridão das profundezas do mar, a Era de Peixes está marcada pelas trevas, onde o homem busca mais o material do que o espiritual. Um claro exemplo disso são as próprias catedrais cristãs, sempre sombrias e luxuosas.24 Terminando a Era de Peixes surge a de Aquário. A- quário é um signo regido pelo planeta Urano, que foi des­ coberto em 1781, coincidindo com a Revolução Francesa. Por isso, dizem alguns que a palavra de ordem de Urano é “liberdade, igualdade e fraternidade” (essa é também a palavra de ordem na Maçonaria), que foi a palavra de or­ dem na Revolução Francesa. Palavra de ordem necessária para que o planeta Terra possa se transformar numa al­ deia global, vivendo uma Nova Ordem Mundial, num re­ gime cosmocrático. Urano, por sua vez, é um deus da mitologia grega, que se casou com Gea (ou Gaia). Eles tiveram um filho cha­ mado Kronos, que foi expulso por Urano. Kronos vingou- se do pai cortando-lhe os testículos e, assim, Urano dei­ xou de ser completamente homem, mas também não pas­ sou a ser completamente mulher. A interpretação que os aquarianos dão para a história de Urano é a de que Urano é o céu e Gea (Gaia) é a terra. A tragédia de Urano ter perdido os testículos apenas veio estabelecer um equilí­ brio cósmico nas forças celestiais, marcando, desse modo, a característica da Era de Aquário: um céu, parceiro da mãe terra, estabelecendo um equilíbrio cósmico de todas as energias. Por fim, alegam que é a isso que se referiu João no Apocalipse, quando falou de novo céu e nova terra (Ap 21.1). Ele teria se referido à nova era que Urano, o Ancião dos Dias, derramaria sobre a humanidade, quando disse que via a nova Jerusalém (Nova Era, segundo eles) des­ cendo do céu (Urano). Nossa esperança não se fundamenta no deus inexistente Urano (disfarce de Satanás), nem como deus nem como as­ tro regente de uma nova era. A mensagem do cristianismo não se secará como as supostas águas de Peixes, pois são palavras eternas, do Salvador eterno, Deus verdadeiro e Se­
  • 50. A Ideologia do Movimento Nova Era 53 nhor de todos os tempos, de todas as eras, que merece toda a glória e honra. Como declarou Judas, irmão de Tiago, ho­ mem de profunda visão do mundo espiritual: “Ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e so­ berania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém.” (Jd 25.) Jesus Cristo No pensamento Nova Era cristo não é qualidade re­ dentora exclusiva de Jesus. Acreditam que cristo é um ní­ vel evolutivo que qualquer um pode alcançar e que está potencialmente dentro de cada ser existente. Por isso, pregam que na Nova Era o homem atingirá um estágio de alta evolução crística, e que é esse fator que faz da Era de Aquário uma era de profunda harmonia da humanidade cósmica. Para eles Jesus foi apenas um dos muitos mestres cós­ micos que tiveram papel importante de auxílio no processo evolutivo da humanidade. Jesus seria, nessa visão, um ser de alto desenvolvimento crístico e por isso acabou sendo conhecido como Jesus Cristo. O papel de Jesus foi de muita importância para a hu­ manidade, pois, por se tratar de um ser de alta evolução, foi escolhido para implantar a Era de Peixes, para ser o seu avatar, como afirma TVevisan. “Jesus inaugurou a Era de Peixes, mas anunciando a Era de Aquário. Graças à semente lançada há dois mil anos, hoje a humanidade chegou ao seu grande momento. Foi o Mestre quem implantou as bases da Nova Era.”25 Por essa razão, dificilmente chamam Jesus de Senhor, pois o senhorio de Jesus finda com a Era de Peixes. Não é de admirar, já visto que a Bíblia diz que ninguém pode chamar Jesus de Senhor se não for pelo Espírito Santo (1 Co 12.3). Em um artigo da revista Destino, de abril de 1991, en-
  • 51. 54 Nova Era contramos o ponto de vista dos aquarianos sobre o Se­ nhor Jesus Cristo face aos “novos tempos” trazidos pela Era de Aquário. “A passagem de Peixes para Aquário, do ponto de vista da astrologia, é extremamente difícil, pois as ca­ racterísticas dos dois signos são bem diferentes. Peixes é representado pelo espírito de sacrifício, da caridade. Aquário aponta em outra direção. É o signo da ami­ zade, do companheirismo, da esperança e da criação de um mundo novo. “Com a mudança de Peixes para Aquário, dizem os astrólogos, sai de cena também Jesus Cristo, o grande avatar da era que termina, dando lugar ao patrono má­ ximo de Aquário, o mestre Saint Germain.”26 Lembremo-nos do que disse o apóstolo João: “Quem é o mentiroso senão aquele que nega que Jesus é Cristo? Este é o anticristo, o qut nega o Pai e o Filho.” (1 Jo 2.22.) É exatamente o que faz a Nova Era: nega o Pai e o Filho. Segundo o apóstolo João, essa doutrina não é ape­ nas diabólica, mas a própria doutrina do anticristo, pois nega a existência do Pai como um Deus pessoal e único, e também nega a glória e a majestade do Filho. Mas, de acordo com as Sagradas Escrituras, Jesus é o Rei único e soberano. "... Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e de­ baixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” (Fp 2.9-11.) Pois, “Jesus Cristo ontem e hoje é o mesmo, e o será para sempre” (Hb 13.8). O Avatar Os adeptos da Nova Era esperam por um tipo de mes­ sias — avatar — que coloque ordem no mundo e estabe-
  • 52. A Ideologia do Movimento Nova Era 55 leça a paz. Acreditam que cada era possui o seu avatar e que para a Era de Aquário também se levantará uma espécie de messias. Os segmentos da Nova Era usam nomes diferentes para designar o avatar; os mais correntes são Saint Germain e Lord Maitreya. No entanto, crêem unanimente na vinda desse avatar, e esperam que essa personagem unifique todo o mundo debaixo de um único governo e estabeleça a paz para a humanidade. Worls Goodwill, um destacado adepto da Nova Era, diz o seguinte sobre o avatar. “Este é um tipo de preparação não apenas para uma nova civilização e cultura numa Nova Ordem Mun­ dial, mas também para a vinda de uma nova dispen- sação espiritual. A humanidade não está seguindo um curso não planejado. Há um plano divino no cosmos do qual somos parte. No fim de uma era os recursos humanos e instituições estabelecidas parecem inade­ quados para suprirem as necessidades e resolverem os problemas do mundo. Em tal tempo, a vinda de um Mestre, um líder ou avatar espiritual, é antecipada e invocada pelas massas da humanidade em todas as partes do mundo. Hoje o reaparecimento do Instrutor do mundo — o Ungido — é esperado por milhões, não só por aqueles da fé cristã, mas por aqueles de todas as fés que esperam o avatar, debaixo dos nomes: Senhor Maitreya, Krishna, Messias, Iman Mahdi e o Bodhisattva... A preparação por homens e mulheres de boa vontade é necessária para introduzir novos va­ lores; novos padrões de comportamento, novas atitu­ des de não separação e cooperação, guiando as retas relações humanas a uma paz mundial. O Instrutor mun­ dial vindouro estará principalmente preocupado, não com o resultado ou erros passados e insuficiências, mas com as necessidades de uma Nova Ordem Mun­ dial e com a organização da estrutura social.”27 Esse líder mundial surge de forma a satisfazer as re­ ligiões, pois ele é apresentado como o “esperado” de to-
  • 53. 56 Nova Era das elas. Naturalmente o homem sabe que precisa de um salvador, e é ponto comum nas diversas religiões seus se­ guidores acreditarem na vinda de um salvador. A Nova Era explica que, na realidade, todos esses esperados salvado­ res são um mesmo ser, com nomes diferentes — o Mai- treya de alguns místicos é o mesmo Saint Germain de ou­ tros, que por sua vez é o Messias dos judeus, o quinto Buda dos budistas, o Iman Mahdi dos muçulmanos, o Kri- shna dos hindus, e também o Cristo dos cristãos. Todos, “mestres-salvadores” para as suas respectivas religiões, es­ perados por seus seguidores. Com relação ao Cristo dos cristãos eles fazem uma im­ portante distinção entre Jesus e o Cristo que voltará. Ben- jamin Creme, que afirma ser o porta-voz do Maitreya, ex­ plica essa distinção dizendo que Jesus é um discípulo de Maitreya. Assim, Jesus teve o seu momento de Cristo mas já não o é mais. Foi realizada em Londres, nos dias 21 e 22 de abril de 1982, uma grande conferência com importantes líderes de diversas religiões, políticos do mundo todo e jornalis­ tas. Sobre essa conferência relata um artigo da revista Areopagus: “Alguns destes participantes disseram ter visto Mai­ treya aparecer e desaparecer e terem-no ouvido falar dos seus ensinamentos e trabalhos. Creme afirma ser este o evento mencionado por um jornal americano, o National Examiner, quando ele citou o bispo do Va­ ticano dizendo: “Há uma evidência irresistível de que Cristo já está voltando para tomar lugarf28 Devido a matérias que saíram em vários jornais do mundo, na época do evento, sob títulos do tipo “O Cristo Chegou”, algumas pessoas interpretaram o evento como sendo o nascimento do Maitreya. No entanto, o que Creme chamou de “Dia da Declaração” do Maitreya, em 1982, não se referia ao seu nascimento. Embora Benjamin Creme tenha se intitulado porta-voz do Maitreya, no meio aquariano ele não é de todo acre­ ditado. Os aquarianos mais informados têm certa reserva
  • 54. A Ideologia do M ovimento Nova Era 57 contra Creme por ter ele, certa vez, predito uma data para o Armagedom e tal evento não ter ocorrido. Mesmo as­ sim, como acreditam piamente na vinda do avatar, dão certo crédito ao que Creme anuncia sobre o senhor Maitreya, mas sempre com reservas, conseqüência de seu fracasso anterior. A ascensão do anticristo é o objetivo máximo de Sa­ tanás. Tbdas as suas articulações diabólicas giram, há muito tempo, em tomo desse propósito. Ele tem trabalhado in­ cansavelmente para criar as condições para esse evento, e, através de toda essa filosofia, preparar a mente humana para que aceite o homem do pecado (anticristo), conforme já revelou Helena P. Blavatsky, há um século atrás. “Se a tentativa atual, em forma de nossa sociedade, for melhor sucedida que as anteriores, ela será então um corpo organizado, vivo e saudável quando chegar a hora crucial do século vinte. A condição geral da mente e do coração do homem terá sido melhorada e purificada pela expansão de seus ensinamentos e, como já disse, seus preconceitos e ilusões dogmáticas terão sido, até certo ponto, removidos. Não apenas isso, mas além dele uma literatura profícua e acessível terá chegado às mãos do homem, e o próximo impulso en­ contrará um corpo numeroso e unido de pessoas pron­ tas a darem as boas-vindas ao novo portador da Ver­ dade. Ele encontrará a mente do homem preparada para sua mensagem, uma linguagem pronta para ele, capaz de transmitir as novas verdades que traz, uma organização que espera a sua chegada, que removerá os obstáculos meramente mecânicos e materiais e as dificuldades de seu caminho. Pense em quanto alguém, a quem esta oportunidade fosse dada, poderia fazer. Compare isso com o que a Sociedade Ttosófica real­ mente conseguiu nos últimos quatorze anos, sem ne­ nhuma dessas vantagens e rodeada por hostes de im­ pedimentos que não impediriam o novo líder. Considere tudo isto e diga-me então se sou muito otimista quando digo que, se a Sociedade Tfeosófica sobreviver e for ver-
  • 55. 58 Nova Era dadeira a sua missão aos seus impulsos originais, du­ rante as próximas centenas de anos — diga-me, pergunto-lhe, se vou longe demais quando afirmo que a terra será um paraíso no século vinte e um em com­ paração com o que é agora.”29 Não fosse a Palavra de Deus, creio que não suporta­ ríamos diante de tão forte pressão espiritual destes dias. E verdade que muitos sucumbirão. O próprio Jesus disse que nos últimos dias o amor de muitos se esfriará (Mt 24.12), e Paulo acrescenta que muitos abandonarão a fé para se­ guir doutrinas de demônios (1 TVn 4.1). Bem-aventurados aqueles que nestes dias podem de­ clarar juntamente com o apóstolo Paulo: “Porque, ainda que há também alguns que se cha­ mem deuses, quer no céu, ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as cousas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também por ele.” (1 Co 8.5,6.) A Natureza Panteístas que são, os seguidores da Nova Era acre­ ditam que a Terra também é parte do todo divino — um ser vivo que tem espírito. Tentando criar uma ponte entre essa visão mística e a ciência, o professor James Lovelock formulou a hipótese de Gaia, onde tenta encontrar elementos científicos que comprovem que certas características do planeta Terra são semelhantes àquelas que os gregos atribuíam à deusa Gaia, a Mãe-Terra. Tenta, assim, comprovar que a Terra é uma entidade viva, consciente, que sente e respira. Por essa razão, todos os segmentos da Nova Era preocupam-se igualmente com a questão ecológica. Acre­ ditam que o espírito da Terra possui força capaz de for­ talecer e delegar poder aos que o buscam. Crêem que o homem é constituído por um corpo energético, e que a natureza possui forças que podem fortalecê-lo, conforme
  • 56. A Ideologia do Movimento Nova Era 59 declaração do místico Ronnie Von, em uma entrevista à revista Destino: “Destino. As plantas têm energias como as dos cris­ tais? “Ronnie. Elas têm uma radiação energética, talvez até mais poderosa do que a desses objetos. “Destino. Como a arruda é usada para espantar maus fluidos? “Ronnie. A arruda libera uma energia que fortalece o nosso campo astral e toma-o capaz de repelir forças que poderiam afetá-lo negativamente. Outro exemplo é a lavanda. Ela atrai energias positivas, deixando-nos mais próximos da divindade.”30 Acreditam também que as energias são liberadas atra­ vés dos “elementais” da natureza. Esses “elementais” são pequenos gnomos, duendes, fadas e um grande número de outros seres semelhantes que trabalham através dos quatro elementos da natureza: terra, água, fogo e ar. Acre­ ditam mesmo que esses seres existem, e já têm, inclusive, desenvolvido muitas pesquisas sobre o tema. Tenho participado de muitos congressos e palestras so­ bre esses assuntos, e admira-me ver pessoas de alto nível intelectual acreditar em tanta fábula. Mas é interessante notar que o apóstolo Paulo previu esse comportamento para os últimos dias. “Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres, se­ gundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.” (2 Thi 4.3,4.) Outro fato importante na questão filosófica do movi­ mento ecologista é que na mitologia o espírito da Terra é representado por um dragão. A Gaia que o atual pen­ samento Nova Era tem levado muitos a cultuar e adorar não passa de um dragão; figura que a Bíblia utiliza apenas para referir-se a Satanás (Ap 12.9). Enquanto Satanás é o espírito que está por trás desse