O documento resume a obra "O Mistério de Marie Rogêt" de Edgar Allan Poe. Conta a história do desaparecimento e morte de Marie Cecilia Rogers em Paris e as investigações do detetive C. Auguste Dupin para solucionar o caso, sem chegar a uma conclusão definitiva.
2. Apresentação
Bakhtin diz:
“Uma vez que não há plena coincidência do
espectador com a personagem central e do
ator com a personagem representada, temos
apenas a interpretação da vida (...) ( 2003,
p.68)”
O Mistério de Marie Roget, livro escrito
originalmente em 1842 pelo escritor americano
Edgar Allan Poe (famoso por seus contos de
mistério), conta a história do desaparecimento
de Marie Cecilia Rogers.
3. Resumo
Marie tinha 22 anos e era filha de uma
senhora viúva dona de uma pensão em
Paris. Marie começou a trabalhar em uma
perfumaria local. Era famosa na cidade por
ser muito simpática com todos e também por
sua beleza. Todos da cidade estranham o
fato da jovem desaparecer por uma semana,
voltando logo em seguida, com a justificativa
de que teria ido visitar uma tia que morava
um pouco distante dali.
4. Mistério
No entanto, Marie desaparece novamente
depois de meses, desta vez para sempre: O
corpo de Marie é encontrado boiando no rio
dando claros indícios de que ali se cometera
um assassinato brutal.
5. Detetive
Começa uma investigação por parte do
detetive Dupin para desvendar o mistério.
Dupin fez suas investigações baseando-se
nos fatos e nos jornais locais da cidade, sem
acesso ao corpo da vítima.
6. No início as investigações caíram sobre o
noivo de Marie, porém alguns dias depois
ele se suicidou em um matagal próximo ao
rio que o corpo da jovem foi encontrado.
Após as suspeitas de várias pessoas, Dupin
chega a conclusão de que quem matou
Marie Rogers foi seu amante, um
marinheiro.
7. Entretanto, isso foi apenas uma suposição,
pois, Allan Poe termina o livro deixando o
leitor decepcionado, sem chegar a uma
conclusão definitiva e falando coisas
confusas.
Este livro se baseia em um episódio
verídico, acontecido no século XIX, e que
despertou enorme comoção e repercussão
8. Informações sobre a obra
Entre 1841 e 1844, Edgar Allan Poe criou três
histórias que têm em comum o excêntrico
Chevalier C. Auguste Dupin. Esta edição traz o
'Mistério de Marie Rogêt' (1842), conto baseado
num fato verídico que ocorreu nos arredores de
Nova York, em 1841, quando o corpo da bela e
jovem Mary Rogers foi encontrado boiando no rio
Hudson. A história é ficcionalizada e ambientada
em Paris por Poe, juntamente com 'Assassinatos
na Rua Morgue' (1841) e 'A carta roubada' (1844),
forma a 'trilogia Dupin'.
9. Mais sobre o autor
Em seus contos, Poe se concentrava no
terror psicológico, vindo do interior de
seus personagens ao contrário dos
demais autores que se concentravam
no terror externo, no terror visual se
valendo apenas de aspectos
ambientais.
10. Instrospecção
Geralmente, os personagens sofriam de
um terror avassalador, fruto de suas
próprias fobias e pesadelos, que quase
sempre eram um retrato do próprio
autor, que sempre teve sua vida regida
por um cruel e terrível destino.
11. Nenhum de seus contos é narrado em
terceira pessoa, desse modo, vê-se
como realmente é sempre "ele" que vê,
que sente, que ouve e que vive o mais
profundo e escandente terror. São
relatos em que o delírio do personagem
se mistura de tal maneira à realidade
que não se consegue mais diferenciar
se o perigo é concreto ou se trata
apenas de ilusões produzidas por uma
mente atormentada.
12. Subsconsciente
Em quase todos os contos, sempre há
um mergulho, em certas profundezas da
alma humana, em certos estados
mórbidos da mente, em recônditos
desvãos do subconsciente. Por esses
aspectos a psicanálise lança-se ao
estudo da obra de Poe, já que a mesma
possui uma grande leva de exemplos
que ilustram suas demonstrações.
13. Independentemente desse aspecto, sua
obra é lembrada pelo talento narrativo
impressionante e impressivo, pela força
criadora monumental e pela realização
artística invejável, fazendo com que Edgar
Allan Poe seja considerado um dos
maiores autores de contos de terror.
14. Poesia de Poe
Só
Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.
Tudo o que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alba
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério.
15. Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alterava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demônio, ante meus olhos.
Allan Poe
16. citação de H.P. Lovecraft
Quando se sobrepõe a esse senso de medo e de
mal o inevitável fascínio do maravilhoso e da
curiosidade, nasce um conjunto composto de
emoção aguda e provocação imaginativa cuja
vitalidade deve necessariamente durar enquanto
existir a raça humana. Crianças sempre terão medo
do escuro, e homens de espírito sensível a impulsos
hereditários sempre tremerão ante a ideia dos
mundos ocultos e insondáveis de existência singular
que podem pulsar nos abismos além das estrelas...
(2007, p. 15)