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Teatro
   Teatro  é uma forma de arte em que um ator ou 
    conjunto de atores, interpreta uma história ou 
    atividades para o público em um determinado 
    lugar. Com o auxílio de dramaturgos ou de 
    situações improvisadas, de diretores e técnicos. 
    O espetáculo tem como objetivo apresentar uma 
    situação e despertar  sentimentos no público. 

   Teatro é também o termo usado para o local 
    onde se apresentam jogos, espetáculos 
    dramáticos, onde se fazem reuniões, shows, etc.
Como ler uma peça teatral
   Uma obra teatral “narra um argumento que 
    está constituído por uma seqüência de 
    incidentes em que as pessoas (agentes) 
    fazem e dizem coisas, ao mesmo tempo em 
    que acontecem outras”. 

   O primeiro objetivo de uma leitura seria o de 
    tomar conhecimento do argumento, ou melhor, 
    da história da peça desde o princípio até o 
    final. 
Teatro
   Existem peças cujas rubricas são 
    insuficientes e o diretor terá que usar de 
    todo a sua fantasia para desvendar o que 
    não foi dito. Algumas vezes o diretor terá 
    que descobrir dentro das próprias falas o 
    que falta na rubrica. 
Teatro
   Voltamos a lembrar a passagem de Gordon 
    Craig. “Em princípio as impressões retidas 
    nesta primeira leitura, seriam as impressões 
    de um público normal. Entre a composição 
    de uma obra e sua representação, há uma 
    série de fases, de apropriações e 
    desapropriações causadas pelos atores e 
    espectadores: a sua imaginação motiva e 
    mantém esses mal-entendidos.”
Teatro
   Desde a sua criação, uma obra leva em si 
    três tendências, três princípios 
    deformadores, três peças distintas: a que o 
    autor crê haver escrito, a que os atores 
    interpretam e a que a maioria dos 
    espectadores crê entender. O autor 
    pretende, o ator pretende à sua maneira, e o 
    público, que tomou a sua atitude de julgar, 
    recebe de outro modo. 
Teatro
   Desta forma, ao acabarmos de ler a obra 
    estaremos mais ou menos próximos da 
    opinião de um público desprevenido, de um 
    público que vai para assistir e reagir a um 
    espetáculo e não pretende dar opiniões 
    brilhantemente inteligentes no final de cada 
    ato. Assim, a finalidade do teatro não é 
    talvez uma busca de ordem intelectual, 
    senão uma revelação de ordem sentimental. 
Teatro
   Podemos então perguntar ao texto: Por que 
    esta obra desperta interesse? Por que 
    satisfaz o interesse? Por causa da história 
    que conta? Pelos pensamentos que emite? 
    Pelos personagens? Pelas emoções 
    evocadas? Que é que faz com que os 
    personagens de determinada obra sejam 
    interessantes em si mesmo e obrigue ao 
    público se interessar pelo que ocorre em 
    cena? 
Teatro
   Jean Villar emprega o termo “Personagem 
    aberto” para designar a figura imaginada 
    pelo poeta, que transborda as interpretações 
    possíveis e pode, independente mente aos 
    marcos sociais, impor-se a grupos 
    diferentes, suscitar uma participação coletiva 
    universal. 
Teatro
   Existe uma fonte de interesse nesta obra? Que 
    classe de efeitos produz? Serão efeitos 
    cômicos? Dramáticos? Poéticos? — Um autor 
    tenta despertar o interesse do público e 
    conduzi-lo a um de terminado fim. “Se põe uma 
    obra em cena por uma necessidade de 
    satisfação que no fundo é a finalidade do teatro, 
    a necessidade que tem o autor de libertar-se de 
    algo que o persegue, e que leva dentro de si”, e 
    o que poderíamos chamar de mensagem da 
    peça. 
Teatro
   Uma peça pode ter mais de uma mensagem 
    ou pode durante o seu desenvolvimento 
    trazer mais de um efeito. Em Romeu e 
    Julieta, por exemplo, as cenas de grande 
    dramaticidade são precedidas de aparições 
    cômicas. Nesta peça temos, cenas 
    românticas e poéticas como a cena do 
    balcão, dramática, como a cena em que 
    Julieta toma o narcótico, cômicas, como as 
    cenas da ama e as cenas de Mer cuccio.
Teatro
   o que conduz a uma grande cena? Uma 
    obra é composta de cenas, todas elas são 
    inter relacionadas, compondo a cadeia 
    dramática. Em toda cena existe um 
    momento alto, mas existe um momento em 
    que podemos situar a grande cena, 
    passando a ser o momento culminante. Para 
    esta cena é que todas as outras cenas de 
    verão ser conduzidas. 
Teatro
   Voltando ao Romeu e Julieta, o ponto alto do 
    primeiro ato é o encontro dos amantes 
    durante o baile. Pois bem, todas as cenas 
    deste ato deverão estar sendo dirigidas para 
    este encontro romântico e proibido. Este é 
    no 1° ato o ponto alto, a grande cena.
Teatro
   Se não descobrirmos as partes importantes 
    à direção da peça perderá a unidade e 
    conseqüentemente mudaremos o sentido 
    geral da obra. Suponhamos por acaso que 
    enfatizas semos por demais as cenas 
    cômicas de Romeu e Julieta, ao chegarmos 
    nos momentos dramáticos, estes não 
    estariam preparados para receber a 
    densidade trágica e as cenas não teriam 
    sustentação.
Teatro
   É necessário que cada cena seja condutora 
    para a cena seguinte, e todas elas 
    distribuídas para o efeito total quando um 
    caráter reage frente a outro, ou toma uma 
    deliberada decisão angustiosa, os elementos 
    do conflito estão presentes. Em um drama 
    bem organizado, as tensões e os conflitos 
    internos conduzem a combates externos. 
Teatro
   Depois de determinarmos a natureza dos 
    conflitos, como nascem, como se desenvolvem, 
    para onde nos conduzem estes mesmos 
    conflitos e suas respectivas conseqüências, 
    passamos a estabelecer os matizes desses 
    conflitos, as implicações secundárias, aquelas 
    implicações que correm paralelas ao drama 
    principal. Com isto, vemos que além dos 
    protagonistas, existem um mundo de pequenos 
    outros personagens possuidores de vidas 
    próprias, com seus respectivos conflitos e 
    problemas, que nos passam despercebidos 
    numa simples leitura. 
Teatro
   A eles devemos dar o devido cuidado. Eles fazem 
    como que um fundo a figura principal. Numa 
    pintura, por exemplo, além da figura principal, 
    temos no fundo uma série de outras figuras que 
    além de auxiliarem ao artista na determinação da 
    forma e composição, muitas vezes, servem para 
    determinar o ambiente e o clima da obra. Como 
    nós já vimos, em toda a obra de arte nós temos a 
    forma e o conteúdo, ou melhor, dizendo, forma é 
    o modo pelo qual o artista utiliza os elementos 
    específicos de expressão, e o conteúdo é aquilo 
    que o artista representa ou narra, isto é, o 
    assunto.
Teatro
   Desta forma um personagem que apenas 
    aparece em uma pequena cena, serve 
    muitas vezes para situar o verdadeiro clima 
    da peça, dar uma opinião do mundo exterior. 
    Um exemplo seria o diálogo entre os dois 
    criados no início de Romeu e Julieta. Este 
    diálogo simples, é suficiente para mostrar o 
    clima de ódio e disputa em que viviam as 
    duas famílias. Ou então do diálogo de 
    Hamlet do início, já transcrito em outro 
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Teatro
   Muitas vezes o autor coloca um personagem 
    de pequena importância unicamente para 
    fazer um comentário de como a sociedade 
    vê o fato exposto, de maneira a mostrar 
    melhor o contraste ou a diversidade de 
    opiniões. A esses pequenos personagens 
    que muitas vezes são vestidos de vizinhos, 
    cria dos, camponeses, devemos dar muito 
    atenção, em suas falas podem ocultar toda a 
    estrutura da peça.
Teatro
   Outra pergunta a se fazer no texto seria: Qual 
    a natureza da trama e do argumento? 
    Qualquer problema esboçado nas primeiras 
    cenas levará ao problema principal pela 
    progressão da trama. Muitas vezes os 
    primeiros problemas esboçados não são na 
    verdade o verdadeiro conflito da peça, mas 
    serão fatalmente os elos condutores a este 
    problema principal. 
Teatro
   A discussão entre os criados da casa dos 
    Capuletos com os criados da casa dos 
    Montecchio, provocará a entrada de 
    Teobaldo da Casa dos Capuletos e desta 
    forma provocar a ira do Príncipe de Verona 
    que baixará um edital que no 3° ato exilará 
    Romeu. Como vimos, esta pequena 
    seqüência mostra como uma progressão é 
    como uma cadeia de elos.
Teatro
   Numa peça os elos não devem ficar soltos ou 
    abandona dos. O que não for importante não é 
    necessário. Um fotógrafo, que sai para passear 
    num domingo, toma um instantâneo de uma 
    paisagem. De certo modo ele é fiel à paisagem. 
    Porém o artista que chega ao mesmo lugar 
    pode compor com a palheta uma interpretação, 
    que, se bem que se afaste de alguns aspectos 
    das formas observadas, conserva o essencial, 
    que é mais fiel à paisagem que o registro 
    preciso da máquina fotográfica
Teatro
   Desta forma, da mesma maneira que um 
    pintor, o diretor pode usar em sua arte a 
    mesma liberdade de interpretação, valendo-
    se da seleção, o exagero, a deformação o 
    reordenamento.
Teatro
   Para que a atenção do público não se 
    disperse, deve o diretor conduzi-la para o 
    efeito desejado, enfatizar o que deve ser 
    realmente percebido, selecionar aquilo 
    que é mais importante para que o 
    espetáculo chegue a seu termo como 
    uma obra única. A isso chamaremos 
    “organização formal da trama”. Qual a 
    principal questão da obra? 
Teatro
   Toda obra, ainda que medíocre tem algo a 
    dizer. Ela foi escrita porque o autor pretendia 
    dizer alguma coisa para o mundo. Ela 
    propõe alguma coisa, protesta contra uma 
    instituição social ou pretende revelar uma 
    angústia secreta, uma paixão desenfreada 
    ou mesmo um acontecimento pitoresco. Esta 
    resposta tem que ser dada antes de 
    qualquer coisa. Sem isso, o diretor vai tatear 
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Teatro

  • 1. Teatro  Teatro  é uma forma de arte em que um ator ou  conjunto de atores, interpreta uma história ou  atividades para o público em um determinado  lugar. Com o auxílio de dramaturgos ou de  situações improvisadas, de diretores e técnicos.  O espetáculo tem como objetivo apresentar uma  situação e despertar  sentimentos no público.   Teatro é também o termo usado para o local  onde se apresentam jogos, espetáculos  dramáticos, onde se fazem reuniões, shows, etc.
  • 2. Como ler uma peça teatral  Uma obra teatral “narra um argumento que  está constituído por uma seqüência de  incidentes em que as pessoas (agentes)  fazem e dizem coisas, ao mesmo tempo em  que acontecem outras”.   O primeiro objetivo de uma leitura seria o de  tomar conhecimento do argumento, ou melhor,  da história da peça desde o princípio até o  final. 
  • 3. Teatro  Existem peças cujas rubricas são  insuficientes e o diretor terá que usar de  todo a sua fantasia para desvendar o que  não foi dito. Algumas vezes o diretor terá  que descobrir dentro das próprias falas o  que falta na rubrica. 
  • 4. Teatro  Voltamos a lembrar a passagem de Gordon  Craig. “Em princípio as impressões retidas  nesta primeira leitura, seriam as impressões  de um público normal. Entre a composição  de uma obra e sua representação, há uma  série de fases, de apropriações e  desapropriações causadas pelos atores e  espectadores: a sua imaginação motiva e  mantém esses mal-entendidos.”
  • 5. Teatro  Desde a sua criação, uma obra leva em si  três tendências, três princípios  deformadores, três peças distintas: a que o  autor crê haver escrito, a que os atores  interpretam e a que a maioria dos  espectadores crê entender. O autor  pretende, o ator pretende à sua maneira, e o  público, que tomou a sua atitude de julgar,  recebe de outro modo. 
  • 6. Teatro  Desta forma, ao acabarmos de ler a obra  estaremos mais ou menos próximos da  opinião de um público desprevenido, de um  público que vai para assistir e reagir a um  espetáculo e não pretende dar opiniões  brilhantemente inteligentes no final de cada  ato. Assim, a finalidade do teatro não é  talvez uma busca de ordem intelectual,  senão uma revelação de ordem sentimental. 
  • 7. Teatro  Podemos então perguntar ao texto: Por que  esta obra desperta interesse? Por que  satisfaz o interesse? Por causa da história  que conta? Pelos pensamentos que emite?  Pelos personagens? Pelas emoções  evocadas? Que é que faz com que os  personagens de determinada obra sejam  interessantes em si mesmo e obrigue ao  público se interessar pelo que ocorre em  cena? 
  • 8. Teatro  Jean Villar emprega o termo “Personagem  aberto” para designar a figura imaginada  pelo poeta, que transborda as interpretações  possíveis e pode, independente mente aos  marcos sociais, impor-se a grupos  diferentes, suscitar uma participação coletiva  universal. 
  • 9. Teatro  Existe uma fonte de interesse nesta obra? Que  classe de efeitos produz? Serão efeitos  cômicos? Dramáticos? Poéticos? — Um autor  tenta despertar o interesse do público e  conduzi-lo a um de terminado fim. “Se põe uma  obra em cena por uma necessidade de  satisfação que no fundo é a finalidade do teatro,  a necessidade que tem o autor de libertar-se de  algo que o persegue, e que leva dentro de si”, e  o que poderíamos chamar de mensagem da  peça. 
  • 10. Teatro  Uma peça pode ter mais de uma mensagem  ou pode durante o seu desenvolvimento  trazer mais de um efeito. Em Romeu e  Julieta, por exemplo, as cenas de grande  dramaticidade são precedidas de aparições  cômicas. Nesta peça temos, cenas  românticas e poéticas como a cena do  balcão, dramática, como a cena em que  Julieta toma o narcótico, cômicas, como as  cenas da ama e as cenas de Mer cuccio.
  • 11. Teatro  o que conduz a uma grande cena? Uma  obra é composta de cenas, todas elas são  inter relacionadas, compondo a cadeia  dramática. Em toda cena existe um  momento alto, mas existe um momento em  que podemos situar a grande cena,  passando a ser o momento culminante. Para  esta cena é que todas as outras cenas de  verão ser conduzidas. 
  • 12. Teatro  Voltando ao Romeu e Julieta, o ponto alto do  primeiro ato é o encontro dos amantes  durante o baile. Pois bem, todas as cenas  deste ato deverão estar sendo dirigidas para  este encontro romântico e proibido. Este é  no 1° ato o ponto alto, a grande cena.
  • 13. Teatro  Se não descobrirmos as partes importantes  à direção da peça perderá a unidade e  conseqüentemente mudaremos o sentido  geral da obra. Suponhamos por acaso que  enfatizas semos por demais as cenas  cômicas de Romeu e Julieta, ao chegarmos  nos momentos dramáticos, estes não  estariam preparados para receber a  densidade trágica e as cenas não teriam  sustentação.
  • 14. Teatro  É necessário que cada cena seja condutora  para a cena seguinte, e todas elas  distribuídas para o efeito total quando um  caráter reage frente a outro, ou toma uma  deliberada decisão angustiosa, os elementos  do conflito estão presentes. Em um drama  bem organizado, as tensões e os conflitos  internos conduzem a combates externos. 
  • 15. Teatro  Depois de determinarmos a natureza dos  conflitos, como nascem, como se desenvolvem,  para onde nos conduzem estes mesmos  conflitos e suas respectivas conseqüências,  passamos a estabelecer os matizes desses  conflitos, as implicações secundárias, aquelas  implicações que correm paralelas ao drama  principal. Com isto, vemos que além dos  protagonistas, existem um mundo de pequenos  outros personagens possuidores de vidas  próprias, com seus respectivos conflitos e  problemas, que nos passam despercebidos  numa simples leitura. 
  • 16. Teatro  A eles devemos dar o devido cuidado. Eles fazem  como que um fundo a figura principal. Numa  pintura, por exemplo, além da figura principal,  temos no fundo uma série de outras figuras que  além de auxiliarem ao artista na determinação da  forma e composição, muitas vezes, servem para  determinar o ambiente e o clima da obra. Como  nós já vimos, em toda a obra de arte nós temos a  forma e o conteúdo, ou melhor, dizendo, forma é  o modo pelo qual o artista utiliza os elementos  específicos de expressão, e o conteúdo é aquilo  que o artista representa ou narra, isto é, o  assunto.
  • 17. Teatro  Desta forma um personagem que apenas  aparece em uma pequena cena, serve  muitas vezes para situar o verdadeiro clima  da peça, dar uma opinião do mundo exterior.  Um exemplo seria o diálogo entre os dois  criados no início de Romeu e Julieta. Este  diálogo simples, é suficiente para mostrar o  clima de ódio e disputa em que viviam as  duas famílias. Ou então do diálogo de  Hamlet do início, já transcrito em outro  capítulo.
  • 18. Teatro  Muitas vezes o autor coloca um personagem  de pequena importância unicamente para  fazer um comentário de como a sociedade  vê o fato exposto, de maneira a mostrar  melhor o contraste ou a diversidade de  opiniões. A esses pequenos personagens  que muitas vezes são vestidos de vizinhos,  cria dos, camponeses, devemos dar muito  atenção, em suas falas podem ocultar toda a  estrutura da peça.
  • 19. Teatro  Outra pergunta a se fazer no texto seria: Qual  a natureza da trama e do argumento?  Qualquer problema esboçado nas primeiras  cenas levará ao problema principal pela  progressão da trama. Muitas vezes os  primeiros problemas esboçados não são na  verdade o verdadeiro conflito da peça, mas  serão fatalmente os elos condutores a este  problema principal. 
  • 20. Teatro  A discussão entre os criados da casa dos  Capuletos com os criados da casa dos  Montecchio, provocará a entrada de  Teobaldo da Casa dos Capuletos e desta  forma provocar a ira do Príncipe de Verona  que baixará um edital que no 3° ato exilará  Romeu. Como vimos, esta pequena  seqüência mostra como uma progressão é  como uma cadeia de elos.
  • 21. Teatro  Numa peça os elos não devem ficar soltos ou  abandona dos. O que não for importante não é  necessário. Um fotógrafo, que sai para passear  num domingo, toma um instantâneo de uma  paisagem. De certo modo ele é fiel à paisagem.  Porém o artista que chega ao mesmo lugar  pode compor com a palheta uma interpretação,  que, se bem que se afaste de alguns aspectos  das formas observadas, conserva o essencial,  que é mais fiel à paisagem que o registro  preciso da máquina fotográfica
  • 22. Teatro  Desta forma, da mesma maneira que um  pintor, o diretor pode usar em sua arte a  mesma liberdade de interpretação, valendo- se da seleção, o exagero, a deformação o  reordenamento.
  • 23. Teatro  Para que a atenção do público não se  disperse, deve o diretor conduzi-la para o  efeito desejado, enfatizar o que deve ser  realmente percebido, selecionar aquilo  que é mais importante para que o  espetáculo chegue a seu termo como  uma obra única. A isso chamaremos  “organização formal da trama”. Qual a  principal questão da obra? 
  • 24. Teatro  Toda obra, ainda que medíocre tem algo a  dizer. Ela foi escrita porque o autor pretendia  dizer alguma coisa para o mundo. Ela  propõe alguma coisa, protesta contra uma  instituição social ou pretende revelar uma  angústia secreta, uma paixão desenfreada  ou mesmo um acontecimento pitoresco. Esta  resposta tem que ser dada antes de  qualquer coisa. Sem isso, o diretor vai tatear  às cegas diante de um espetáculo sem  objetivo.