O documento descreve a visita de Pedro à casa do narrador por dois meses e meio. Pedro é descrito como uma pessoa quieta que se comunica mais através de gestos e expressões, mas que sempre sorri para os moradores. Sua presença compensava as necessidades especiais que tinha como visitante. O narrador sentia que sua amizade com Pedro estava acima de qualquer irritação com seus atos.
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
O passeio de Pedro ao aeroporto
1. SD - AEROPORTO
Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas seu
quadrimoto. Durante esse tempo, não faltou assunto para nos entretermos,
embora não falássemos de vã e numerosa matéria atual. Sempre tivemos
muito assunto, e não deuxaos de explorá-la a fundo. Embora Pedro seja
extremamente parco de palavras e, a bem dizer, não se digne pronunciar
nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é conversa de gestos e
expressões, pelos quais se fazentender admiravelmente. É o seu sistema.
2. Passou dois meses e meio em nossa casa, e foi hóspede ameno. Sorria para os
moradores, com ou sem motivo plausível. Era a sua arma, não direi secreta,
porque ostensiva. A vista da pessoa humana lhe dá prazer. Seu sorrisp foi logo
considerado sorriso especial, revelador de suas intenções para o mundo
ocidental e oriental e em particular o nosso trecho de rua. Fornecedores,
vizinhos e desconhecidos, gratificados com esse sorriso (encantador, apesar da
falta de dentes), abonam a classificação.
3. Devo admitir que Pedro, como visitante, nos deu trabalho: tinha horários especiais,
comidas especiais, roupas especiais, sabonetes especiais, criados especiais. Mas sua
simples presença e seu sorriso compensariam providências e provilégios maiores.
Recebia tudo com naturalidade, sabendo-se merecedor das distinções, e ninguém se
lembraria de achálo egoísta ou inoportuno. Suas horas de sono – e lhe apraz dormir
não só à noite como principalmente de dia – eram respeitadas como ritos sacros a
ponto de não ousarmos erguer a voz para não acordá-lo. Acordaria sorrindo, como
de costume, e não se zangaria com a gente, porém é que não nos perdoaríamos o
corte de seus sonhos. Assim, poe conta de Pedro, deixamos de ouvir muito concerto
para violino e orquestra, de Bach, mas também nossos olhos e ouvimos se
forramram à fortuna da TV. Andando na ponta dos pés, ou descalços, levamos
tropeções no escuro, mas sendo por amor de Pedro não tinha importância.
4.
5. Objeto que visse em nossa mão, requisitava-o. Gosta de óculos alheios ( e não os usa),
relógios de pulso, copos, xícaras e vidros em geral, artigos de escritório, botões simples
ou de punho. Não é colecionador; gosta das coisa para pegá-las, mirá-las e ( é seu
costume ou sua mania, que se há de fazer) pô-las na boca. Quem não o conhecer dirá
que é péssimo costume, porém duvido que mantenha este juízo diante de Pedro, de
seu sorriso sem malícia e de suas pupilas azuis – porque me esquecia de dizer que tem
olhos azuis, cor que afasta qualquer suspeita ou acusação apressada sobre a razão
íntima de seus atos.
6. Poderia acusá-lo de incontinência, porque não sabia distinguir entre os
cômodos, e o que lhe ocorria fazer, fazia em qualquer parte? Zangar-me com
ele poque destruiu a lâmpada do escritório? Não. Jamais me voltei para Pedro
que ele não me sorrisse; tivesse eu um impulso de irritação, e me sentiria
desarmado com a sua azul maneira de olhar-me. Eu sabia que essas coisas
eram indiferentes à nossa amizade – e, até , que a nossa amizade lhe conferia
caráter necessário, de prova; ou gratuito, de poesia e jogo.
7. Viajou meu amigo Pedro. Fico refletindo na falta que faz um amigo de um ano de
idade a seu companheiro já vivido e puído. De repente o aeroporto ficou vazio.
8.
9.
10. ATIVIDADE DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA
TEXTO: AEROPORTO DE CARLOS DRUMMOND
TEMPO: 8 AULAS
SÉRIES 6º OU 7º ANOS ENSINO FUNDAMENTAL
• ATIVAÇÃO DE CONHECIMENTO DE MUNDO; ANTECIPAÇÃO OU
PREDIÇÃO;CHECAGEM DE HIPÓTESES
• RODA DE LEITURA
• QUESTIONAMENTOS: O QUE É UM AEROPORTO?- POR QUE AS PESSOAS
VÃO A UM AEROPORTO; O QUE PODEMOS ENCONTRAR EM UM
AEROPORTO?
11. LOCALIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES; COMPARAÇÃO DE INFORMAÇÕES,
GENERALIZAÇÕES.
• LEITURA INDIVIDUAL
• LEITURA PELO PROFESSOR
• CONFIRMAÇÃO OU DESCONFIRMAÇÃO DAS HIPÓTESES LEVANTADAS NA
RODA DE LEITURA
• ÊNFASE NA ENTONAÇÃO DE VOZ E RESPEITO A PONTUAÇÃO
12. PRODUÇÃO DE INFERÊNCIAS LOCAIS; PRODUÇÃO DE INFERÊNCIAS GLOBAIS
• RELEITURA PELOS ALUNOS
• DÚVIDAS DE VOCABULÁRIO
• RESOLUÇÃO PELO CONTEXTO
• CONSULTA AO DICIONÁRIO
13. RECUPERAÇÃO DO CONTEXTO DE PRODUÇÃO; DEFINIÇÃO DE FINALIDADES E
METAS DA ATIVIDADE DA LEITURA
• ANÁLISE DE CONTEXTO DE PRODUÇÃO
• QUESTIONAMENTOS GERAIS:
• QUEM É O AUTOR DO TEXTO?
• QUAL SUA INTENÇÃO AO PRODUZIR ESTE TEXTO? (FINALIDADES)
• A QUE TIPO DE LEITOR SE DESTINA?
• VEÍCULOS DE PUBLICAÇÃO?
• A QUE GÊNERO TEXTUAL PERTENCE?
• ATIVIDADE DE PESQUISA
• PESQUISA UTILIZANDO INTERNET
• DISCUÇÃO DOS TEMAS PROPOSTOS
14. PERCEPÇÃO DAS RELAÇÕES DE INTERXTUALIDADE; PERCEPÇÃO DAS
RELAÇÕES DE INTERDISCURSIVIDADE.
• PROPOSTA DE ANÁLISE DO FILME: O TERMINAL – (Tom Hanks)
• ANÁLISE DE SUA LINGUAGEM
15. PERCEPÇÃO DE OUTRAS LINGUAGENS; ELABORAÇÃO DE APRECIAÇÕES
ESTÉTICAS OU AFETIVAS, E RELATIVAS A VALORES ÉTICOS E/OU POLÍTICOS
• GRUPOS DE DEBATES (5 ALUNOS)
• LINGUAGEM ESCRITA (ANÁLISE DOS ELEMENTOS DA NARRATIVA)
• LINGUAGEM VISUAL, SONORA DO FILME
• LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL