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Revista Científic@ Universitas Vol 2- Edição 2
DISFUNÇÃO SACRO-ILÍACA COMO CAUSA DE DOR LOMBAR
UMA REVISÃO
Priscila Santos1,
Sidney Benedito Silva 2
1
Fisioterapeuta especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica - UNIVERSITAS
santospris@hotmail.com
2
– Professor do Curso de Pós Graduação em Fisioterapia Traumato-Ortopédica – UNIVERSITAS
sidneybsilva@yahoo.com.br
RESUMO
Uma das principais patologias que afetam a população mundial é a lombalgia. Atualmente considera-
se que a disfunção sacro-iliaca é um dos fatores desta dor. Uma disfunção da articulação sacro-iliaca
(ASI) pode ser por fixação (hipomobilidade), hipermobilidade e instabilidade da ASI. Tais disfunções
alteram o mecanismo de auto-sustentação desta articulação, alterando o funcionamento da quinta vértebra
lombar, causando lombalgia.
Palavras chave: articulação sacro-ilíaca, disfunção sacro-iliaca e lombalgia.
1. Introdução
A dor lombar é um dos problemas mais comumente
encontrados em clínicas e serviços de fisioterapia. Atualmente
considera-se que a disfunção sacro-ilíaca é um dos fatores
desencadeantes dessa dor. A articulação sacroilíaca (ASI),
devido a sua anatomia, é uma articulação especial, podendo ser
afetada por diversas patologias (SCHWARZER et al., 1995;
GREENMAN, 2001). McKenzie-Brown (2005), em seu estudo
com 54 pacientes, verificou que 44% apresentavam dor na ASI
por traumas, 21% por movimentos repetitivos ou acumulativos
e 35% dos pacientes tiveram dor de início idiopático ou
espontâneo. Dos pacientes idiopáticos 50% referiram dor pós-
cirurgia lombar.
Estudos relatam que a disfunção na ASI podem ser por
trauma, gravidez, e movimentos repetitivos, caracterizando
ainda que a gravidez e a menstruação produzem maior
mobilidade a esta articulação devido fatores hormonais
(KAPANDJI, 2000; FOLEY & BUSCHBACHER, 2006).
Outros ainda, acreditam que distúrbios da ASI pode
ser um problema no que se refere ao diagnóstico e tratamento,
pois a articulação está localizada profundamente. Devido a sua
anatomia, associar a disfunção da ASI como causa de dor
lombar pode ser difícil por várias razões. Entre estas razões, a
história da doença, testes específicos e exames para
confirmação de diagnóstico, além da dor e localização da dor
sacroilíaca (AL-KHAYER & GREVITT, 2005). Mckenzie-
Browm (2005), relata que a história e o exame físico do
paciente podem ser um diferencial no diagnóstico, porém não é
definitivo para diagnosticar a disfunção da ASI como causa de
dor lombar.
O objetivo do trabalho é buscar revisar alguns
preceitos básicos no comportamento clínico e biomecânico da
ASI como um ponto chave no que se refere a dor lombar.
2. Anatomia e Biomecânica
A cintura pélvica ou cíngulo do membro inferior
funciona como a unidade integrada de todos os três ossos que
se movem em todas as três articulações, influenciada pelas
extremidades inferiores, pela coluna vertebral e tronco. Os dois
ossos do quadril estão firmemente fixados através de
articulações posteriores do osso do sacro, formando a
articulação sacro-ilíaca, e um outro por uma articulação
anterior, formando a sínfise púbica (GREENMAN, 2001; LEE,
2001; SPENCE, 1991).
A ASI é uma articulação sinovial complexa em forma
de orelha, sendo que sua superfície é 25% sinovial e o restante
não. Sua forma varia de tamanho e contorno em cada
indivíduo. Sua forma triplanar absorve, transmite e dissipa
força do tronco para os membros inferiores e vice versa
(KAPANDJI, 2000; AL-KHAYER & GREVITT, 2005).
Esta articulação é ricamente inervada tanto por
nociceptores (receptores de dor) quanto por proprioceptores
(sensores de movimento e posição). Essa rica inervação (plexo
sacral e lombar) pode se dar pelo fato de a articulação
monitorar o movimento e a posição da cintura pélvica,
contribuindo dessa forma, para manter o corpo equilibrado e
ereto (GARDNER et al, 1988).
Segundo Lee (2001), o movimento da cintura pélvica
pode ocorrer em três planos do corpo: flexão/extensão no plano
sagital durante flexão para frente e para trás; flexão lateral no
plano coronal durante flexão lateral e rotação axial no plano
transversal durante a rotação do tronco. O movimento da
marcha normal combina todos esses movimentos.
De acordo com Walter (1992) o sacro e o ilíaco
podem se mover um em relação ao outro de forma simétrica ou
assimétrica. O movimento ocorre de forma combinada em 6
graus de liberdade e esse movimento é de alguns graus de
rotação e alguns milímetros de translação.
Bienfait (2000) relata os movimentos de rotação
anterior e posterior do ilíaco em relação ao sacro, e
movimentos de nutação, contra-nutação e torção do sacro entre
os dois ilíacos. Para compreender os movimentos da ASI, é
preciso lembrar que junto com a sínfise púbica forma o anel
pélvico. Adicionando as articulações coxo-femorais e
lombossacrais a este anel, temos uma cadeia de articulações
interligadas. Movimentos e forças em uma articulação da
cadeia articular afetam as outras, interligando-se na função e
disfunção (LEE, 2001; KNOPLICH, 2003).
A estabilidade da ASI depende primariamente da
estrutura dos ossos que compõem a pelve e de suas superfícies
articulares que permitem uma maior resistência da ASI às
forças de cisalhamento. A estabilidade de força refere à força
compressiva adicional e necessária para manter a estabilidade
da pelve. Esta estabilidade é primariamente um processo
dinâmico realizado pelo sistema muscular que depende da
integridade dos ligamentos e das estruturas fasciais da pelve
Revista Científic@ Universitas Vol 2- Edição 2
que por vários fatores pode ser afetada causando o aumento do
tensionamento muscular ou ligamentar, principalmente do
ligamento sacrotuberal ou do ligamento sacroilíaco posterior
(POOL-GOUDZWAARD et al., 1998).
A integridade da ASI depende de estruturas
ligamentosas. Observamos tal afirmação durante a marcha,
onde as vértebras lombares giram no mesmo sentido do sacro.
Esse eixo sobre qual ocorre a rotação lombar é oblíquo, de tal
forma que ocorrem flexão lateral contralateral e flexão para
frente junto com a rotação. O ligamento ílio-lombar modifica
esse movimento no segmento de L5-S1. Pacientes que
apresentam disfunção primária da articulação lombossacral
raramente se queixam de dificuldades para caminhar, ao passo
que aqueles que apresentam desordens da cintura pélvica e/ou
quadril afirmam que a atividade que mais agrava seus sintomas
é a caminhada (GREENMAN, 2001; BOGDUK, 1997;
GRACOVETSKY & FARFAN, 1986; PEARCY &
TIBREWAL, 1984).
Cox (1999) relata que os sintomas da ASI podem ser
agravados pela inclinação, sentar, levantar, movimentos
rápidos, de força, virar-se na cama e dificuldade em levar
quando sentado. O alívio pode ser conseguido com repouso,
ficar de pé ou caminhar.
Segundo Lee (2001) as disfunções articulares são
definidas como diminuição reversível da mobilidade articular.
Ricard & Sallé (2002) relatam que as fixações articulares da
ASI provocam hipermobilidade de L4 ou L5, lesão do sacro
que transmitem forças lesionais a L5 e lesões do ilíaco, que
pela obliqüidade dos ligamentos iliolombares podem repercutir
sobre L5 ou sobre L4.
Cailliet (2001) relata que o peso corporal sobre a
vértebra L5 provoca a rotação do sacro. Esta rotação é resistida
pelos ligamentos sacroespinhal e sacrotuberoso. O ligamento
iliolombar liga a ASI e conecta os processos transversos da
quinta vértebra lombar. Este ligamento foi considerado um
ponto de dor nas síndromes de dor lombar.
Baseado nos relatos, uma disfunção sacroilíaca altera
a mobilidade de L4 ou L5, causando hipermobilidade destas
vértebras e consequentemente dor lombar. A hipermobilidade
da ASI pode resultar da lesão repetitiva ou de alterações
induzidas fisiologicamente.
3. Diagnóstico e Tratamento
Para constatar uma disfunção sacroilíaca os testes
provocativos e de mobilidade são eficazes, Os testes incluem
Gillet, distensão, compressão, pressão sobre o sacro, Gaenslen,
Patrick, dor decorrente da rotação externa resistida do quadril e
pressão aplicada diretamente sobre a sínfise púbica (TONG et
al. 2006). Os testes provocativos podem ser influenciados pela
musculatura e ligamentos, obtendo-se um resultado falso-
positivo. Se os testes forem positivos e não houver bloqueio na
ASI, os testes não foram específicos para diagnosticar a
disfunção sacroilíaca (FOLEY & BUSCHBACKER, 2006).
Robinson et al (2007) desenvolveram um estudo para
avaliar a confiabilidade dos testes provocativos e de palpação
da ASI. Foram analisados 61 pacientes e destes 97%
apresentou dor nos testes provocativos e 48% no teste de
palpação, constatando que os testes provocativos são “padrão
ouro”, pois envolvem toda estrutura adjacente à ASI para o
diagnóstico de uma disfunção.
Maigne et al. (1996) realizaram uma tentativa de
validar certas técnicas de manipulação que provocam dor na
ASI. De 67 participantes, 54 tiverem pelo menos 75% da dor
aliviada quando foi injetada anestesia de bloqueio articular na
ASI para diagnóstico sob fluoroscopia. Todos os participantes
sentiam dor há mais de cinqüenta dias. Foram aplicados, então
na cintura pélvica desses sujeitos, vários testes que provocam
dor na ASI. O resultado relatado foi que não houve associação
estatisticamente significativa entre as respostas aos bloqueios e
qualquer parâmetro clínico. Nenhum teste de provocação de
dor foi capaz de diagnosticar dor na ASI.
Bogduk (1997) afirmou que embora a dor na ASI seja
comum em pacientes que sofrem de lombalgia crônica, ela só
pode ser diagnosticada com a utilização de anestesia de
bloqueio para diagnóstico.
Cailliet (2001) relata que para diagnóstico da doença
sacroilíaca é necessário movimentar a ASI para determinar se
esse movimento provoca dor lombar na área da articulação
suspeita, e que é difícil separar a dor que surge da ASI da que
vem das articulações da faceta, pois há superposição da
inervação. Coloca como tratamento da doença sacroilíaca
agentes antiinflamatórios orais, exercícios de automobilização,
exercícios de mobilização pélvica, alongamento passivo e que
a infeção de analgésico e esteróides na articulação é tanto
terapêutica como diagnóstica, sendo realizada de preferência
sob observação fluoroscópica.
No tratamento da disfunção, é importante que a
biomecânica ideal seja restaurada, de modo que o tecido mole
lesado, que pode ser responsável pela nocicepção, possa ser
restaurado (WHITE & SAHRMANN, 1994). O tratamento
conservador da ASI pode incluir mobilização articular,
antiinflamatório e estabilização da cintura pélvica, através de
terapia manual, energia muscular e exercícios terapêuticos. A
artrodese pode ser considerada como um procedimento de
último recurso (BRIAN, 2006).
Hansen (2003) acrescenta a osteopatia, quiropraxia e
terapia manual como técnicas alternativas para o tratamento da
disfunção sacroilíaca.
4. Discussão
Desde 1905, a dor lombar tem sido relaciona com a
ASI. Relatos indicam que 15 a 21% dos pacientes possuem
alterações sacroilíacas. Com relação a esses dados há
controvérsias que variam desde que a ASI seja a causa
principal da dor lombar até o fato de não possuir qualquer
relação dolorosa dessa região, porque dor e disfunção não são
as mesmas coisas (LEE, 2001).
Por um longo período acreditou-se que a ASI
raramente era acometida por alguma alteração funcional pela
inexistência de movimentos. Sahrmann (2005) não considera
a disfunção da ASI como causa freqüente de dor lombossacral,
pois considera que a dor na região sacroilíaca resulta dos
movimentos desta articulação, e consequentemente da
solicitação anormal dos tecidos que se inserem nessa região.
Porém admite que a mulher grávida ou que deu a luz
recentemente é suscetível de apresentar dor devido à disfunção
Revista Científic@ Universitas Vol 2- Edição 2
na ASI, em virtude das alterações endócrinas que afetam a
estabilidade articular.
Lavingnole (1983) realizou um estudo pela técnica de
imagem estereofotogramétrica radiológica, tirando a conclusão
que existe mobilidade sacroilíaca, que a articulação apresenta
movimentos que possuem uma amplitude de 10 a 12o
para
rotação e de 6mm de translação e movimentos dos ossos ilíacos
em relação a base sacra, e movimentos do sacro em relação aos
ilíacos.
Bienfait (2000) relata que há movimentos de um ilíaco
em relação ao sacro e movimentos do sacro entre os dois
ilíacos. Esses movimentos quando alterados podem causar
disfunções e consequentemente dor na região lombar. Cyriax
(1972) confirma que 35% das disfunções SI são fonte de dor
lombar e Shaw (1992) reafirma, porém disserta que 98% das
disfunções SI apresentam dor lombar.
As disfunções sacroilíacas ocorrem por uma flacidez
ligamentar ou carência muscular, pois a articulação pode
ultrapassar seus limites e fixar-se em posição anormal. O
ligamento iliolombar desempenha um papel importante na
minimização das forças de torque na junção lombossacral
(FARFAN, 1973). Bogduk (1997) e Willard (1997)
levantaram a hipótese de esses ligamentos serem responsáveis
pela manutenção da estabilidade da junção lombossacral nos
planos coronal e sagital.
O complexo ilíaco-sacral responde pela estabilidade
da pelve. A vértebra lombar L5 faz parte da curvatura sacra,
portanto L5 está associada ao pivô ílio-lombo-sacro.
Considera-se que o sacro faz parte das vértebras lombares e
que os ilíacos fazem parte do membro inferior. Nos
movimentos de anteflexão do tronco existe sempre um grau de
torção lombar, se ASI está fixa, essa torção fisiológica é
diminuída e se produz então uma torção ao nível das raízes
nervosas. Estas fixações são responsáveis por uma
hipermobilidade lombossacra de L4 ou L5, fonte de protrusão
discal, portanto ciática (RICARD & SALLÉ, 2002).
Segundo Cox (1999) a distribuição da dor na síndrome
da ASI tem sido complicada pela coincidência de padrões de
dor criados por outras estruturas adjacentes. Condições
relacionadas do disco, faceta e músculos podem ter uma
apresentação clínica semelhante à da ASI, sugerindo que a dor
sobre a ASI é de natureza mecânica, sendo causa mais comum
a mobilidade alterada. A mobilidade alterada foi definida como
fixação, disfunção, subluxação, hipermobilidade,
hipomobilidade ou instabilidade.
Os desequilíbrios pélvicos nunca são primários e são
sempre conseqüência de uma causa localizada acima ou abaixo
dela. Se a causa localiza-se acima, o desequilíbrio pélvico
compensa um desequilíbrio lombar, um processo descendente.
Se localizar abaixo, o desequilíbrio é conseqüência de um dos
membros inferiores ou em ambos; assim o desequilíbrio
pélvico está sempre casado com um desequilíbrio da coluna
lombar (MAITLAND, 2000; BIENFAT, 1995).
McKenzie-Brown (2005) relata que a dor lombar pode
ser fonte de dor por protusão discal e disfunção da ASI e
acrescenta que a dor lombar alta (acima de L5) não deve ser
associada a disfunções da ASI.
Fortin et al (2003) afirmaram que a disfunção
sacroilíaca causa dor lombar ou dor no quadril e, também é
causa de dor ao longo do trajeto do nervo ciático, devido a
ligação entre a anatomia da ASI com o nervo e o mecanismo de
migração da dor que segue pelo trajeto do mesmo.
O’Sullivan et al. (2002) afirmaram que a ASI é fonte
de dor em 13 a 30% dos pacientes acometidos por lombalgia
crônica não específica. Robinson et al (2007) associam uma
disfunção SI como principal fonte de dor lombar, e que os
testes para diagnósticos da disfunção da ASI podem ser
influenciados por diversas estruturas.
Veeming et al (1996), relatam que a integridade da
ASI é mantida pelo “fechamento da forma” (isto é: as
características anatômicas da articulação) e “fechamento da
força” (isto é: a força criada pelas estruturas dentro e sobre as
articulações), formando o “mecanismo de auto-sustentação” da
ASI. Se o fechamento é afetado ou alterado, então a ASI perde
sua estabilidade e fica predisposta à aumentar forças
transversas através da articulação, levando à lesões
ligamentosas e cartilaginosas. Tais lesões podem resultar em
fixação ou hipermobilidade ou instabilidade da articulação,
possivelmente levando à dor.
Considerando que uma disfunção no mecanismo de
auto-sustentação da ASI pode alterar a fisiologia lombar, e que
os processos transversos de L5 estão conectados a tal
articulação, este local torna-se um ponto de dor, caracterizando
então que disfunções sacroilíacas causam dor lombar.
Mesmo que a dor lombar seja multifatorial, a maioria
dos autores associou uma disfunção sacroilíaca como causa de
dor lombar.
5. Conclusão
A ASI é uma articulação complexa e apresenta
movimentos simétricos e assimétricos. Os graus de liberdade
desses movimentos são pequenos, porém o suficiente para
causar uma disfunção na região lombar.
A identificação dos fatores que causam a dor lombar é
fundamental para o tratamento. Sabe-se que a articulação
sacro-ilíaca é uma causa.
Contudo, podemos concluir que, quando os
movimentos da ASI estão alterados ocorre uma disfunção
sacroilíaca. A disfunção sacroilíaca causa dor lombar, pois L5
pertence ao sacro, e disfunções do sacro em relação aos ilíacos
podem tracionar esta vértebra, gerando dor lombar, na ASI,
região inguinal, quadril e membros inferiores.
6. Referências
[1] AL-KHAYER, A. & GREVITT, MP. A review of
sacroiliac joint pain. Coluna/Columna. 2006; 5(1):13-18.
[2] BIENFAIT, M.; As Bases da Fisiologia da Terapia Manual.
São Paulo: Sumus, 2000.
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Sacrum. 3rd edn. Edinburgh: Churchill Livingstone, 1997.
[4] CAILLIET, René. Síndrome da dor Lombar. 5ª Ed. Editora:
Artmed, Porto Alegre, 2001.
[5] COX, James M. Dor Lombar – Mecanismo, Diagnóstico e
Tratamento. 6ª Edição, Editora: Manole. São Paulo, 1999.
[6] FARFAN, HF. 1973. Mechanical disordens of the low
back. Lea & Febiger, Philadelphia.
Revista Científic@ Universitas Vol 2- Edição 2
[7] FOLEY, Brian S & BUSCHBACHER, Ralph M. Sacroiliac
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Treatment. American Journal of Physical Medicine &
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[8] FORTIN, JD; VILENSKY, JA; MERKEL, GJ. Can the
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[10] GRACOVETSKY, S. & FARFAN, H.F.; The Optimum
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[11] GREENMAN, P.E.; Princípios da Medicina Manual. 2 ª
edição. Editora Manole. Barueri – SP. 2006.
[12] KAPANDJI, A.I.; Fisiologia Articular Tronco e Coluna
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[13] KNOPLICH, J.; Enfermidades da Coluna Vertebral. 3 ª
Ed. Robe Editorial. São Paulo – SP, 2003.
[14] LAVINGNOLLE, B;VITAL, JM et al. 1983. An approach
to the functional anatomy of the sacroiliac joints in vivo.
Anatomica Clinica 5:169-176.
[15] LEE, Diane.; A Cintura Pélvica – Uma Abordagem para o
Exame e Tratamento da Região Lombar, Pélvica e do
Quadril. 2 ª ed. São Paulo – SP: Manole, 2001.
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1996; 21(16):1889-92.
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Ortopedia e Reumatologia Diagnóstico e Tratamento.
Editorial Premier. São Paulo-SP. 2000.
[18] McKENZIE-BROWN, AM. A Systematic Review of
Sacroiliac Joint Interventions Pain Physician Physician.
2005;8:115-125, ISSN 1533-3159.
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Strategies in Subjects With Sacroiliac Joint Pain During the
Active Straight-leg-raise Test. Spine 27, 2002.
[20] PEARCY, M. & TIBREWAL, S.B.; Axial Rotation and
Lateral Bending in the Normal Lumbar Spine Measured by
Threedimensional Radiography. Spine p: 582. 1984
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Lumbopelvic Stability: A Clinical, Anatomical and
Biomechanical Approach to “A-specific” Low Back Pain.
Manual Therapy 3. 12-20. 1998.
[22] PORTERFIELD, James Allen; DE ROSA, Carl.
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Ortopedia e Medicina do Esporte. 2 ed. São Paulo: Manole,
1993, p. 547-556.
[23] RICARD, F. & SALLÉ, J-L.; Tratado de Osteopatia
Teórico e Prático. Ed. Robe Editorial. São Paulo – SP.
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[24]SAHRMANN, SA. Diagnóstico e Tratamento das
Síndromes de Disfunção Motora. Editora Santos. São
Paulo-SP. 2005,
[25] SCHWARTZER, A. et al.; The Sacroiliac Joint and
Chronic Low Back Pain. Spine, 20 (1), 31-37. 1995.
[26] SPENCE, A.P. Anatomia Humana Básica. Ed. Manole
Ltda. 2 ª edição. São Paulo – SP. 1991.
[27] TONG, Henry C.; HEYMAN, Socar G.; LADO, Derek
A.; ISSER, Mara M. Interexaminer Reliability of Three
Methods of Combining Test Results to Determine Side of
Sacral Restriction, Sacral Base Position, and Innominate
Bone Position. JAOA • Vol 106 • No 8 • August 2006.
[28] VLEEMING, A. et al.; The Function of the Long Dorsal
Sacroiliac Ligament: its Implication for Understanding Low
Back Pain. Spine 21 (5): 556-562. 1996.
[29] WHITE, SG; SAHRMANN, SA. 1994. A movement
system balance approach to management of
musculoskeletal pain. Inl; Grant (ed) Physical therapy of
the cervical and thoracic spine, 2nd
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[30] WILLARD, FH. 1997. The muscular, ligamentous and
neural structure of the low back and its relation to back
pain. In: Vleeming A, Mooney V, Dorman T, Snijders C,
Stoeckart R (eds) Movement, stability and low back pain.
Churchill livingstone, Edinburg, ch 1 p 3.

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Disfunção sacro-ilíaca como causa de dor lombar

  • 1. Revista Científic@ Universitas Vol 2- Edição 2 DISFUNÇÃO SACRO-ILÍACA COMO CAUSA DE DOR LOMBAR UMA REVISÃO Priscila Santos1, Sidney Benedito Silva 2 1 Fisioterapeuta especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica - UNIVERSITAS santospris@hotmail.com 2 – Professor do Curso de Pós Graduação em Fisioterapia Traumato-Ortopédica – UNIVERSITAS sidneybsilva@yahoo.com.br RESUMO Uma das principais patologias que afetam a população mundial é a lombalgia. Atualmente considera- se que a disfunção sacro-iliaca é um dos fatores desta dor. Uma disfunção da articulação sacro-iliaca (ASI) pode ser por fixação (hipomobilidade), hipermobilidade e instabilidade da ASI. Tais disfunções alteram o mecanismo de auto-sustentação desta articulação, alterando o funcionamento da quinta vértebra lombar, causando lombalgia. Palavras chave: articulação sacro-ilíaca, disfunção sacro-iliaca e lombalgia. 1. Introdução A dor lombar é um dos problemas mais comumente encontrados em clínicas e serviços de fisioterapia. Atualmente considera-se que a disfunção sacro-ilíaca é um dos fatores desencadeantes dessa dor. A articulação sacroilíaca (ASI), devido a sua anatomia, é uma articulação especial, podendo ser afetada por diversas patologias (SCHWARZER et al., 1995; GREENMAN, 2001). McKenzie-Brown (2005), em seu estudo com 54 pacientes, verificou que 44% apresentavam dor na ASI por traumas, 21% por movimentos repetitivos ou acumulativos e 35% dos pacientes tiveram dor de início idiopático ou espontâneo. Dos pacientes idiopáticos 50% referiram dor pós- cirurgia lombar. Estudos relatam que a disfunção na ASI podem ser por trauma, gravidez, e movimentos repetitivos, caracterizando ainda que a gravidez e a menstruação produzem maior mobilidade a esta articulação devido fatores hormonais (KAPANDJI, 2000; FOLEY & BUSCHBACHER, 2006). Outros ainda, acreditam que distúrbios da ASI pode ser um problema no que se refere ao diagnóstico e tratamento, pois a articulação está localizada profundamente. Devido a sua anatomia, associar a disfunção da ASI como causa de dor lombar pode ser difícil por várias razões. Entre estas razões, a história da doença, testes específicos e exames para confirmação de diagnóstico, além da dor e localização da dor sacroilíaca (AL-KHAYER & GREVITT, 2005). Mckenzie- Browm (2005), relata que a história e o exame físico do paciente podem ser um diferencial no diagnóstico, porém não é definitivo para diagnosticar a disfunção da ASI como causa de dor lombar. O objetivo do trabalho é buscar revisar alguns preceitos básicos no comportamento clínico e biomecânico da ASI como um ponto chave no que se refere a dor lombar. 2. Anatomia e Biomecânica A cintura pélvica ou cíngulo do membro inferior funciona como a unidade integrada de todos os três ossos que se movem em todas as três articulações, influenciada pelas extremidades inferiores, pela coluna vertebral e tronco. Os dois ossos do quadril estão firmemente fixados através de articulações posteriores do osso do sacro, formando a articulação sacro-ilíaca, e um outro por uma articulação anterior, formando a sínfise púbica (GREENMAN, 2001; LEE, 2001; SPENCE, 1991). A ASI é uma articulação sinovial complexa em forma de orelha, sendo que sua superfície é 25% sinovial e o restante não. Sua forma varia de tamanho e contorno em cada indivíduo. Sua forma triplanar absorve, transmite e dissipa força do tronco para os membros inferiores e vice versa (KAPANDJI, 2000; AL-KHAYER & GREVITT, 2005). Esta articulação é ricamente inervada tanto por nociceptores (receptores de dor) quanto por proprioceptores (sensores de movimento e posição). Essa rica inervação (plexo sacral e lombar) pode se dar pelo fato de a articulação monitorar o movimento e a posição da cintura pélvica, contribuindo dessa forma, para manter o corpo equilibrado e ereto (GARDNER et al, 1988). Segundo Lee (2001), o movimento da cintura pélvica pode ocorrer em três planos do corpo: flexão/extensão no plano sagital durante flexão para frente e para trás; flexão lateral no plano coronal durante flexão lateral e rotação axial no plano transversal durante a rotação do tronco. O movimento da marcha normal combina todos esses movimentos. De acordo com Walter (1992) o sacro e o ilíaco podem se mover um em relação ao outro de forma simétrica ou assimétrica. O movimento ocorre de forma combinada em 6 graus de liberdade e esse movimento é de alguns graus de rotação e alguns milímetros de translação. Bienfait (2000) relata os movimentos de rotação anterior e posterior do ilíaco em relação ao sacro, e movimentos de nutação, contra-nutação e torção do sacro entre os dois ilíacos. Para compreender os movimentos da ASI, é preciso lembrar que junto com a sínfise púbica forma o anel pélvico. Adicionando as articulações coxo-femorais e lombossacrais a este anel, temos uma cadeia de articulações interligadas. Movimentos e forças em uma articulação da cadeia articular afetam as outras, interligando-se na função e disfunção (LEE, 2001; KNOPLICH, 2003). A estabilidade da ASI depende primariamente da estrutura dos ossos que compõem a pelve e de suas superfícies articulares que permitem uma maior resistência da ASI às forças de cisalhamento. A estabilidade de força refere à força compressiva adicional e necessária para manter a estabilidade da pelve. Esta estabilidade é primariamente um processo dinâmico realizado pelo sistema muscular que depende da integridade dos ligamentos e das estruturas fasciais da pelve
  • 2. Revista Científic@ Universitas Vol 2- Edição 2 que por vários fatores pode ser afetada causando o aumento do tensionamento muscular ou ligamentar, principalmente do ligamento sacrotuberal ou do ligamento sacroilíaco posterior (POOL-GOUDZWAARD et al., 1998). A integridade da ASI depende de estruturas ligamentosas. Observamos tal afirmação durante a marcha, onde as vértebras lombares giram no mesmo sentido do sacro. Esse eixo sobre qual ocorre a rotação lombar é oblíquo, de tal forma que ocorrem flexão lateral contralateral e flexão para frente junto com a rotação. O ligamento ílio-lombar modifica esse movimento no segmento de L5-S1. Pacientes que apresentam disfunção primária da articulação lombossacral raramente se queixam de dificuldades para caminhar, ao passo que aqueles que apresentam desordens da cintura pélvica e/ou quadril afirmam que a atividade que mais agrava seus sintomas é a caminhada (GREENMAN, 2001; BOGDUK, 1997; GRACOVETSKY & FARFAN, 1986; PEARCY & TIBREWAL, 1984). Cox (1999) relata que os sintomas da ASI podem ser agravados pela inclinação, sentar, levantar, movimentos rápidos, de força, virar-se na cama e dificuldade em levar quando sentado. O alívio pode ser conseguido com repouso, ficar de pé ou caminhar. Segundo Lee (2001) as disfunções articulares são definidas como diminuição reversível da mobilidade articular. Ricard & Sallé (2002) relatam que as fixações articulares da ASI provocam hipermobilidade de L4 ou L5, lesão do sacro que transmitem forças lesionais a L5 e lesões do ilíaco, que pela obliqüidade dos ligamentos iliolombares podem repercutir sobre L5 ou sobre L4. Cailliet (2001) relata que o peso corporal sobre a vértebra L5 provoca a rotação do sacro. Esta rotação é resistida pelos ligamentos sacroespinhal e sacrotuberoso. O ligamento iliolombar liga a ASI e conecta os processos transversos da quinta vértebra lombar. Este ligamento foi considerado um ponto de dor nas síndromes de dor lombar. Baseado nos relatos, uma disfunção sacroilíaca altera a mobilidade de L4 ou L5, causando hipermobilidade destas vértebras e consequentemente dor lombar. A hipermobilidade da ASI pode resultar da lesão repetitiva ou de alterações induzidas fisiologicamente. 3. Diagnóstico e Tratamento Para constatar uma disfunção sacroilíaca os testes provocativos e de mobilidade são eficazes, Os testes incluem Gillet, distensão, compressão, pressão sobre o sacro, Gaenslen, Patrick, dor decorrente da rotação externa resistida do quadril e pressão aplicada diretamente sobre a sínfise púbica (TONG et al. 2006). Os testes provocativos podem ser influenciados pela musculatura e ligamentos, obtendo-se um resultado falso- positivo. Se os testes forem positivos e não houver bloqueio na ASI, os testes não foram específicos para diagnosticar a disfunção sacroilíaca (FOLEY & BUSCHBACKER, 2006). Robinson et al (2007) desenvolveram um estudo para avaliar a confiabilidade dos testes provocativos e de palpação da ASI. Foram analisados 61 pacientes e destes 97% apresentou dor nos testes provocativos e 48% no teste de palpação, constatando que os testes provocativos são “padrão ouro”, pois envolvem toda estrutura adjacente à ASI para o diagnóstico de uma disfunção. Maigne et al. (1996) realizaram uma tentativa de validar certas técnicas de manipulação que provocam dor na ASI. De 67 participantes, 54 tiverem pelo menos 75% da dor aliviada quando foi injetada anestesia de bloqueio articular na ASI para diagnóstico sob fluoroscopia. Todos os participantes sentiam dor há mais de cinqüenta dias. Foram aplicados, então na cintura pélvica desses sujeitos, vários testes que provocam dor na ASI. O resultado relatado foi que não houve associação estatisticamente significativa entre as respostas aos bloqueios e qualquer parâmetro clínico. Nenhum teste de provocação de dor foi capaz de diagnosticar dor na ASI. Bogduk (1997) afirmou que embora a dor na ASI seja comum em pacientes que sofrem de lombalgia crônica, ela só pode ser diagnosticada com a utilização de anestesia de bloqueio para diagnóstico. Cailliet (2001) relata que para diagnóstico da doença sacroilíaca é necessário movimentar a ASI para determinar se esse movimento provoca dor lombar na área da articulação suspeita, e que é difícil separar a dor que surge da ASI da que vem das articulações da faceta, pois há superposição da inervação. Coloca como tratamento da doença sacroilíaca agentes antiinflamatórios orais, exercícios de automobilização, exercícios de mobilização pélvica, alongamento passivo e que a infeção de analgésico e esteróides na articulação é tanto terapêutica como diagnóstica, sendo realizada de preferência sob observação fluoroscópica. No tratamento da disfunção, é importante que a biomecânica ideal seja restaurada, de modo que o tecido mole lesado, que pode ser responsável pela nocicepção, possa ser restaurado (WHITE & SAHRMANN, 1994). O tratamento conservador da ASI pode incluir mobilização articular, antiinflamatório e estabilização da cintura pélvica, através de terapia manual, energia muscular e exercícios terapêuticos. A artrodese pode ser considerada como um procedimento de último recurso (BRIAN, 2006). Hansen (2003) acrescenta a osteopatia, quiropraxia e terapia manual como técnicas alternativas para o tratamento da disfunção sacroilíaca. 4. Discussão Desde 1905, a dor lombar tem sido relaciona com a ASI. Relatos indicam que 15 a 21% dos pacientes possuem alterações sacroilíacas. Com relação a esses dados há controvérsias que variam desde que a ASI seja a causa principal da dor lombar até o fato de não possuir qualquer relação dolorosa dessa região, porque dor e disfunção não são as mesmas coisas (LEE, 2001). Por um longo período acreditou-se que a ASI raramente era acometida por alguma alteração funcional pela inexistência de movimentos. Sahrmann (2005) não considera a disfunção da ASI como causa freqüente de dor lombossacral, pois considera que a dor na região sacroilíaca resulta dos movimentos desta articulação, e consequentemente da solicitação anormal dos tecidos que se inserem nessa região. Porém admite que a mulher grávida ou que deu a luz recentemente é suscetível de apresentar dor devido à disfunção
  • 3. Revista Científic@ Universitas Vol 2- Edição 2 na ASI, em virtude das alterações endócrinas que afetam a estabilidade articular. Lavingnole (1983) realizou um estudo pela técnica de imagem estereofotogramétrica radiológica, tirando a conclusão que existe mobilidade sacroilíaca, que a articulação apresenta movimentos que possuem uma amplitude de 10 a 12o para rotação e de 6mm de translação e movimentos dos ossos ilíacos em relação a base sacra, e movimentos do sacro em relação aos ilíacos. Bienfait (2000) relata que há movimentos de um ilíaco em relação ao sacro e movimentos do sacro entre os dois ilíacos. Esses movimentos quando alterados podem causar disfunções e consequentemente dor na região lombar. Cyriax (1972) confirma que 35% das disfunções SI são fonte de dor lombar e Shaw (1992) reafirma, porém disserta que 98% das disfunções SI apresentam dor lombar. As disfunções sacroilíacas ocorrem por uma flacidez ligamentar ou carência muscular, pois a articulação pode ultrapassar seus limites e fixar-se em posição anormal. O ligamento iliolombar desempenha um papel importante na minimização das forças de torque na junção lombossacral (FARFAN, 1973). Bogduk (1997) e Willard (1997) levantaram a hipótese de esses ligamentos serem responsáveis pela manutenção da estabilidade da junção lombossacral nos planos coronal e sagital. O complexo ilíaco-sacral responde pela estabilidade da pelve. A vértebra lombar L5 faz parte da curvatura sacra, portanto L5 está associada ao pivô ílio-lombo-sacro. Considera-se que o sacro faz parte das vértebras lombares e que os ilíacos fazem parte do membro inferior. Nos movimentos de anteflexão do tronco existe sempre um grau de torção lombar, se ASI está fixa, essa torção fisiológica é diminuída e se produz então uma torção ao nível das raízes nervosas. Estas fixações são responsáveis por uma hipermobilidade lombossacra de L4 ou L5, fonte de protrusão discal, portanto ciática (RICARD & SALLÉ, 2002). Segundo Cox (1999) a distribuição da dor na síndrome da ASI tem sido complicada pela coincidência de padrões de dor criados por outras estruturas adjacentes. Condições relacionadas do disco, faceta e músculos podem ter uma apresentação clínica semelhante à da ASI, sugerindo que a dor sobre a ASI é de natureza mecânica, sendo causa mais comum a mobilidade alterada. A mobilidade alterada foi definida como fixação, disfunção, subluxação, hipermobilidade, hipomobilidade ou instabilidade. Os desequilíbrios pélvicos nunca são primários e são sempre conseqüência de uma causa localizada acima ou abaixo dela. Se a causa localiza-se acima, o desequilíbrio pélvico compensa um desequilíbrio lombar, um processo descendente. Se localizar abaixo, o desequilíbrio é conseqüência de um dos membros inferiores ou em ambos; assim o desequilíbrio pélvico está sempre casado com um desequilíbrio da coluna lombar (MAITLAND, 2000; BIENFAT, 1995). McKenzie-Brown (2005) relata que a dor lombar pode ser fonte de dor por protusão discal e disfunção da ASI e acrescenta que a dor lombar alta (acima de L5) não deve ser associada a disfunções da ASI. Fortin et al (2003) afirmaram que a disfunção sacroilíaca causa dor lombar ou dor no quadril e, também é causa de dor ao longo do trajeto do nervo ciático, devido a ligação entre a anatomia da ASI com o nervo e o mecanismo de migração da dor que segue pelo trajeto do mesmo. O’Sullivan et al. (2002) afirmaram que a ASI é fonte de dor em 13 a 30% dos pacientes acometidos por lombalgia crônica não específica. Robinson et al (2007) associam uma disfunção SI como principal fonte de dor lombar, e que os testes para diagnósticos da disfunção da ASI podem ser influenciados por diversas estruturas. Veeming et al (1996), relatam que a integridade da ASI é mantida pelo “fechamento da forma” (isto é: as características anatômicas da articulação) e “fechamento da força” (isto é: a força criada pelas estruturas dentro e sobre as articulações), formando o “mecanismo de auto-sustentação” da ASI. Se o fechamento é afetado ou alterado, então a ASI perde sua estabilidade e fica predisposta à aumentar forças transversas através da articulação, levando à lesões ligamentosas e cartilaginosas. Tais lesões podem resultar em fixação ou hipermobilidade ou instabilidade da articulação, possivelmente levando à dor. Considerando que uma disfunção no mecanismo de auto-sustentação da ASI pode alterar a fisiologia lombar, e que os processos transversos de L5 estão conectados a tal articulação, este local torna-se um ponto de dor, caracterizando então que disfunções sacroilíacas causam dor lombar. Mesmo que a dor lombar seja multifatorial, a maioria dos autores associou uma disfunção sacroilíaca como causa de dor lombar. 5. Conclusão A ASI é uma articulação complexa e apresenta movimentos simétricos e assimétricos. Os graus de liberdade desses movimentos são pequenos, porém o suficiente para causar uma disfunção na região lombar. A identificação dos fatores que causam a dor lombar é fundamental para o tratamento. Sabe-se que a articulação sacro-ilíaca é uma causa. Contudo, podemos concluir que, quando os movimentos da ASI estão alterados ocorre uma disfunção sacroilíaca. A disfunção sacroilíaca causa dor lombar, pois L5 pertence ao sacro, e disfunções do sacro em relação aos ilíacos podem tracionar esta vértebra, gerando dor lombar, na ASI, região inguinal, quadril e membros inferiores. 6. Referências [1] AL-KHAYER, A. & GREVITT, MP. A review of sacroiliac joint pain. Coluna/Columna. 2006; 5(1):13-18. [2] BIENFAIT, M.; As Bases da Fisiologia da Terapia Manual. São Paulo: Sumus, 2000. [3] BOGDUK, N.; Clinical Anatomy of the Lumbar Spine and Sacrum. 3rd edn. Edinburgh: Churchill Livingstone, 1997. [4] CAILLIET, René. Síndrome da dor Lombar. 5ª Ed. Editora: Artmed, Porto Alegre, 2001. [5] COX, James M. Dor Lombar – Mecanismo, Diagnóstico e Tratamento. 6ª Edição, Editora: Manole. São Paulo, 1999. [6] FARFAN, HF. 1973. Mechanical disordens of the low back. Lea & Febiger, Philadelphia.
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